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Não é de agora que se ouve falar de prevencionismo, o mesmo já vem

percorrendo uma longa estrada. Há inclusive relatos relacionadas ao tema desde


antes de cristo, no Egito, o estudo mais marcante foi realizado por um medico
italiano por nome Bernardino Ramazzini, nascido em Carpi, em 04 de outubro de
1633, o mesmo foi considerado o Pai da Medicina do Trabalho devido as suas
contribuições em seu livro: “As Doenças dos Trabalhadores”, 1700.
Resumidamente, com o seu trabalho ele buscou a identificação da causa raiz
das doenças, utilizando-se para tanto técnicas de anamnese.
Anamnese é uma entrevista realizada pelo profissional de saúde com seu
paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma
doença ou patologia. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar
todos os fatos que se relacionam com a doença e a pessoa doente. A anamnese
é também referenciada como Anamnese Corporal, Ficha de Anamnese ou
Anamnese Corporal Completa.
Uma anamnese, como qualquer outro tipo de entrevista, possui formas ou
técnicas corretas de serem aplicadas. Ao seguir as técnicas pode-se aproveitar
ao máximo o tempo disponível para o atendimento, o que produz um diagnóstico
seguro e um tratamento correto. Sabe-se hoje que a anamnese, quando bem
conduzida, é responsável por 85% do diagnóstico na clínica médica, liberando
10% para o exame clínico (físico) e apenas 5% para os exames laboratoriais ou
complementares. Após a anamnese é realizado o exame físico, onde se
procuram os sinais e sintomas da doença.
De lá pra cá, como veremos a seguir, os avanços foram diversos.
2. Século XIX – revolução industrial

A revolução industrial trouxe consigo mudanças consideráveis


na estrutura do trabalho. Na industria têxtil surge a primeira máquina de tear.
Com novas máquinas surgem também novas atividades e demanda por novas
matrizes energéticas.
A revolução industrial criou a necessidade de preservar o potencial humano
como forma de garantir a produção.
Na Inglaterra, a preocupação com a prevenção de acidentes do trabalho e outros
fatores de risco, que eram frequentes no ambiente das primeiras fábricas, gerou
a união de trabalhadores e homens públicos para a concretização das bases da
política prevencionista.
3. 1833 – Lei da fábrica

Durante a revolução industrial (1763 a 1815), inicialmente na


Inglaterra e posteriormente na Alemanha, França e demais países, houve a
intensificação do estudo dos acidentes do trabalho, pois esses países produziam
legiões de incapacitados ao trabalho. Isto levou os empresários da época a se
questionar sobre os benefícios da revolução de mercado que eles estavam
produzindo. Como consequência, em 1833, a Inglaterra publicou a 1a. legislação
realmente eficiente na proteção do trabalhador – “Factory Act” (Lei da Fábrica),
que tinha como principais itens as seguintes regras estatutárias:
• Proibição do trabalho noturno aos menores de 18 anos;
• Restringia as horas trabalhadas por menores a 12 horas por dia e 69 horas por
semana;
• As fábricas precisavam ter escolas para trabalhadores menores que 13 anos;
• A idade mínima para o trabalhador era “9 anos”;
• O cuidado com o desenvolvimento físico correspondente à idade cronológica.
Em 1877, na Suíça, e em 1898, na Alemanha, surgem Leis responsabilizando o
empregador por acidentes e doenças ocupacionais.
Em 1906 surge o 1o. Congresso Internacional de Doenças do Trabalho, ocorrido
em Milão, quando então intensificam-se as trocas de experiências na prevenção
de acidentes e doenças ocupacionais, estabelecendo-se estudos para a
melhoria da normatização das atividades laborais na Europa.
4. 1919, OIT
Em 1919, é criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Organização de carácter universal, a OIT tem as suas origens na matriz social
da Europa e da América do Norte do século XIX. Estas regiões assistiram ao
nascimento da Revolução Industrial, que gerou um extraordinário
desenvolvimento econômico, muitas vezes à custa de um sofrimento humano
intolerável e graves problemas sociais. A ideia de uma legislação internacional
do trabalho surgiu logo no início do século XIX em resposta às preocupações de
ordem moral e econômica associadas ao custo humano da Revolução Industrial.
Alguns industriais notáveis, entre os quais Robert Owen e Daniel Le Grand,
apoiaram a ideia de uma legislação progressista no domínio social e laboral. No
final do século XIX, os sindicatos começaram a desempenhar um papel decisivo
nos países industrializados, reivindicando direitos democráticos e condições de
vida dignas para os trabalhadores.
O argumento inicial era de natureza humanitária. As condições a que se
encontravam sujeitos os trabalhadores, cada vez mais numerosos e explorados
sem qualquer consideração pela sua saúde, pela sua vida familiar ou pelo seu
desenvolvimento, eram cada vez mais intoleráveis. Esta preocupação encontra-
se claramente expressa no Preâmbulo da Constituição da OIT, segundo o qual
«existem condições de trabalho que implicam para um grande número de
pessoas a injustiça, a miséria e privações…».
O segundo argumento era de natureza política. Se as suas condições de vida e
de trabalho não melhorassem, os trabalhadores, em número cada vez maior
devido ao processo de industrialização, criariam certamente distúrbios sociais,
podendo mesmo fomentar a revolução. O Preâmbulo da Constituição refere que
a injustiça gera um tal «descontentamento que a paz e a harmonia universais
são colocadas em perigo». O terceiro argumento estava relacionado com
aspectos econômicos. Em virtude dos inevitáveis efeitos de uma reforma social
sobre os custos de produção, qualquer sector econômico ou país que tentasse
implementá-la ficaria em desvantagem face aos seus concorrentes. No
Preâmbulo afirma-se que «a não adoção por uma nação de um regime de
trabalho realmente humano é um obstáculo para os esforços das outras nações
que desejam melhorar a condição dos trabalhadores nos seus próprios países».
Estes argumentos foram consagrados no Preâmbulo da Constituição de 1919,
que começa com a seguinte afirmação: «só se pode fundar uma paz universal e
duradoura com base na justiça social». Aprofundados na Declaração de
Filadélfia, adotada em 1944, estes ideais continuam a ser mais importantes do
que nunca na atual época de globalização e constituem ainda a base ideológica
da OIT.
A Constituição da OIT foi redigida entre Janeiro e Abril de 1919 pela Comissão
da Legislação Internacional do Trabalho, constituída pelo Tratado de Versalhes.
Esta Comissão era composta por representantes de nove países (Bélgica, Cuba,
Checoslováquia, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Polônia e Reino Unido),
sendo presidida por Samuel Gompers, presidente da Federação Americana do
Trabalho (American Federation of Labour, AFL). Esta Comissão deu origem a
uma organização tripartida, a única do gênero, cujos órgãos executivos são
compostos por representantes de governos, empregadores e trabalhadores.
A Organização demarcou-se, logo desde o início, do resto da Sociedade das
Nações, a antecessora da Organização das Nações Unidas entre as duas
guerras mundiais. Enquanto a Sociedade das Nações sentiu sérias dificuldades
para se consolidar, a OIT desenvolveu-se rapidamente, graças à extraordinária
competência do seu primeiro Diretor, Albert Thomas, ao empenho do seu
Secretariado no estabelecimento de um diálogo interativo com os ministros do
Trabalho dos Países Membros e ao dinamismo da Conferência Internacional do
Trabalho. Entre 1919 e 1920, foram adotadas nove convenções e dez
recomendações.
5. 1920 – Eloy Chaves

Eloy de Miranda Chaves (Pindamonhangaba, 27 de dezembro de


1875 — São Paulo, 19 de abril de 1964) foi um advogado formado pela
Faculdade de Direito do Largo São Francisco, empresário, banqueiro,
proprietário rural e político brasileiro.
Em 1921, o advogado, em viajava de trem, na antiga Estrada de Ferro
Sorocabana, e “ouviu de dois ferroviários informações de que os trabalhadores
da ferrovia, principalmente aqueles que exerciam atividades mais desgastantes,
como foguistas e maquinistas, mesmo quando atingiam uma idade avançada
precisavam continuar trabalhando em razão da necessidade premente de
sustentar a família. As locomotivas movidas a lenha exigiam a presença
constante de um foguista, que alimentava continuamente a caldeira, sujeitando-
se a temperaturas extremamente altas.”
Eloy Chaves procurou os ferroviários Francisco de Monlevade, Alfredo William e
Edmundo Navarro de Andrade, inspetor-geral, chefe de locomoção e chefe do
serviço florestal da Companhia Paulista, discutiu com eles o assunto, “socorreu-
se dos conselhos de Francisco Monlevade e Adolpho Pinto”, foi para sua fazenda
Ermida, em Jundiaí, onde também tinha uma fábrica de porcelana, e lá concebeu
e escreveu o projeto de lei que apresentou à Câmara dos Deputados naquele
mesmo ano de 1921, criando “em cada uma das empresas de Estradas de Ferro
existentes no País uma Caixa de Aposentadoria e Pensões (a primeira CAP do
Brasil) para os respectivos empregados”, foi aprovado e virou lei em 24 de janeiro
de 1923.
Eloy Chaves ocupou importantes cargos nas administrações públicas, entre eles
a Pasta da Justiça e da Segurança em 1913, na gestão do Conselheiro
Rodrigues Alves. Em 1919 foi eleito novamente para a Câmara Federal e
apresentou em 1923, no Congresso, o projeto de Lei que, mais tarde, iria se
transformar no embrião da Previdência Social. O nome, naquela época, era
“Caixas de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários”. Essa lei, chamada de
“Lei Eloy Chaves” foi escrita em seu escritório na Fazenda Ermida e conferiu a
seu criador o título de “pai da previdência social”. Em 19 de Abril de 1964, Eloy
Chaves faleceu.
6. 1930 – Prevenção e Técnica (teoria dos 330)
Em 1931, nos Estados Unidos da América, Henri Heinrich, um estudioso da área
de seguros, introduziu pela 1a vez a filosofia de acidentes com danos à
propriedade. Sua investigação inicial apresentou como resultado a seguinte
proporção:
A partir de 1954, também nos Estados
Unidos, Frank Bird Jr., outro estudioso da área de seguros, realizou um estudo
sobre probabilidade de ocorrência de acidentes e incidentes a partir de uma
análise envolvendo 297 empresas, 3 x 109 horas trabalhadas, 1.750.000
trabalhadores e 1.753.498 eventos; chegando a seguinte conclusão:

Com a experiência de Frank Bird


surge um novo conceito de acidente: “Acidente é um evento não desejado, do
qual resulta em dano físico a uma pessoa, danos à propriedade ou atrasos nas
operações. Desse novo conceito surge o Controle de Perdas com os seguintes
princípios básicos:
• A gerência reconhecerá que a investigação da maioria dos acidentes da classe
“Sem Lesões” ajudará a eliminar muitas práticas e condições inseguras, que por
sua vez constituem as causas dos acidentes com lesões;
• A gerência está interessada neste programa tanto como está em qualquer
programa que reduza as perdas, que diminua os atrasos na produção e que
aumente a qualidade com reflexos na diminuição do custo final do produto;
• Ao aumentar o esforço para diminuir os acidentes com a possibilidade de
reduzir seus custos constitui-se um veículo para justificar economicamente o
quadro do pessoal de Segurança e Saúde Ocupacional;
• O gerente é o elemento chave do programa de controle de perdas.
7. 1943 – CLT / SESMT
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 prescreveu
a existência nas empresas de Serviços Especializados em Segurança, em seu
artigo 164. No entanto, isso ocorreu somente através da portaria 3237, de
27/06/1972, do Ministério do Trabalho. Esta portaria teve várias alterações, mas
nenhuma substancial, quando em 1978 foi revogada, revisando o capítulo V da
CLT – levada a efeito pela Lei 6514/77 – e a edição da portaria 3214/78, quando
a matéria abordada pela 3237/72 passou a ser assunto específico da NR4:
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT).
“O SESMT é um setor que faz parte do organograma interno das empresas,
sendo que o mesmo está submetido às ordens da empresa contratante, bem
como à constante fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pois
a sua estrutura, os seus profissionais e as suas respectivas finalidades estão
submetidos à legislação de segurança do trabalho. Assim, não é possível ter um
SESMT constituído e estruturado fora das normas estabelecidas pelo MTE.”.
“Cabe assim ao SESMT, com o apoio do empregador e através da ampla
conscientização dos empregados, a implementação de uma política de
segurança do trabalho que propicie aos trabalhadores o direito ao exercício de
suas funções de forma segura e digna, evitando a exposição dos mesmos a
“condições prejudiciais a sua integridade física, moral e psicológica” (Moraes,
2002).
8. 1956 – USA / queda dos acidentes
Devido às campanhas de prevenção de acidentes (“prevenir acidentes é dever
de todos!), após a 2a. Guerra Mundial, percebeu-se uma significativa queda nos
acidentes nos USA, no período entre 1943 a 1956. O trabalhador americano
colaborou.
Como observado, as guerras trouxeram benefícios para a prevenção com o
desenvolvimento de novos equipamentos de proteção.
Houve também uma maior preocupação com a abrangência dos acidentes,
extrapolando o ambiente laboral. Estudos demonstraram que 68% dos
problemas que afetam o macro ambiente tem origem dentro da empresa.
9. 1966 – Conceito de acidente (Frank Bird)

Em 1966, o norte-americano Frank Bird Jr. propôs um


novo enfoque para as questões de segurança e saúde, a partir da ideia de que
a empresa deveria se preocupar não somente com os danos aos trabalhadores,
mas também com os danos às instalações, aos equipamentos, aos seus bens
em geral. Ele chamou a esse enfoque de Loss Control, ou Controle de Danos,
com o objetivo de dar uma abrangência maior a tais questões, tendo em vista
que as causas básicas dos acidentes eram (e são) as mesmas. Ou seja, um
acidente com ou sem lesão provém da mesma origem humana ou material.
10. 1972 – Reg. SESMT / port. MTPS 3237

Em 1972 a Portaria 3.237 determina obrigatoriedade do serviço


Especializado de Segurança do Trabalho.
No início da década de 70, a iniciativa do Banco Mundial em cortar os
financiamentos para o Brasil, caso o quadro de acidentes de trabalho não fosse
revertido, resultou na publicação das portarias nº 3236 e 3237, em 27 de julho
de 1972. Segundo estimativas da época, 1,7 milhão de acidentes ocorriam
anualmente e 40% dos profissionais sofriam lesões.
O então ministro do Trabalho, Júlio Barata, além de assumir as implementações
das portarias, que regulamentavam a formação técnica em Segurança e
Medicina no Trabalho, atualizou o artigo 164 da Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT), que discorre sobre as condições internas de uma empresa,
em relação à saúde e a segurança, mas precisamente sobre a atuação e
formação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
No dia 27 de julho celebramos o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de
Trabalho. A data é símbolo da luta dos trabalhadores brasileiros por melhorias
nas condições de saúde e segurança no trabalho.
11. 1978 – NR’s

Em 08 de Junho de 1978 a Lei 6.514 é regulamentada pela


Portaria 3.214
A Lei 6514 de 22 de setembro de 1977 altera a redação do Capítulo V, do Título
II da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) relativo a Segurança e Medicina
do Trabalho aprovada em 1 de maio de 1943.
A portaria 3214 de 08 de junho de 1978 aprova as Normas Regulamentadoras –
NR’s do Capítulo V, Título II da CLT, relativas a Segurança e Medicina do
Trabalho.
12. 1998 – Visão tripartite (trabalho seguro, saudável, produtivo) / OIT

Em 1998, a Conferência Internacional do Trabalho aprovou a


Declaração dos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho. A Declaração
estabelece quatro princípios fundamentais a que todos os membros da OIT estão
sujeitos: liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação
coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho forçado; abolição efetiva do
trabalho infantil; eliminação de todas as formas de discriminação no emprego ou
na ocupação.
13. Conclusão
A construção da Engenharia de Segurança é um processo permanente, não
termina nunca. Nos últimos anos foram milhões de acidentes de trabalho e
milhares de óbitos, o que mostra que leis, decretos, normas e procedimentos
relacionados à saúde e segurança do trabalhador jamais serão suficientes.
Por outro lado, percebemos o empregador mais preocupado com a segurança,
devido aos custos diretos e indiretos que um acidente pode representar para sua
empresa. Esta visão vem se desenvolvendo de forma gradativa e tende a se
expandir com os novos conceitos que estão surgindo, relacionando a segurança
com a qualidade e a produtividade.
Os conceitos mais atuais sobre gestão empresarial falam sobre “Gestão
Integrada”, sobre a qualidade de vida no trabalho, qualidade dos resultados
(Qualidade de Produtos / Serviços e retorno financeiro). A Engenharia de
Segurança moderna baseia-se não somente no atendimento da legislação mas
também ao melhor estabelecimento de políticas, alinhadas ao “negócio” das
organizações, onde segurança não é vista como custo, mas sim como
investimento.
FONTE:
https://heldersampaio.wordpress.com/2016/04/13/%EF%BB%BFhistoria-do-
prevencionismo-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
Lei 605/1949 - Repouso Semanal Remunerado
Lei 2.757/1956 - Porteiros, Zeladores
Lei 2.959/1956 - Contrato por Obra ou Serviço Certo
Lei 3.030/1956 - Desconto por Fornecimento de Alimentação
Lei 3.207/1957 - Empregados Vendedores, Viajantes ou Pracistas
Lei 3.857/1960 - Músicos
Lei 4.090/1962 - Gratificação de Natal
Decreto 1.232/1962 - Aeroviários
Lei 4.749/1965 - 13º Salário
Lei 4.860/1965 - Regime de Trabalho nos Portos Organizados
Lei 4.886/1965 - Representantes Comerciais Autônomos
Lei 4.950-A/1966 - Remuneração de Profissionais em Engenharia, Química,
Arquitetura, Agronomia e Veterinária
Lei 5.859/1972 - Empregado Doméstico
Lei 5.889/1973 - Trabalho Rural
Lei 6.019/1974 - Trabalho Temporário Urbano
Lei 6.494/1977 - Estagiários
Lei 6.533/1978 - Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões
Lei 6.615/1978 - Radialistas
Lei 6.919/1981 - FGTS de Diretores
Lei 6.932/1981 - Médicos Residentes
Lei 7.183/1984 - Aeronautas
Lei 7.210/1984 - Trabalho e Serviços do Preso
Lei 7.418/1985 - Vale-Transporte
Lei 7.644/1987 - Mãe Social
Lei 8.036/1990 - Lei do FGTS
Lei 8.906/1994 - Advogados
Lei 9.601/1998 - Banco de Horas e Contrato por Prazo Determinado
Lei 9.719/1998 - Trabalho Portuário
Lei 10.101/2000 - Participação dos Trabalhadores nos Lucros ou Resultados
Lei 10.607/2002 - Declara Feriados Nacionais
Lei 10.748/2003 - Programa Primeiro Emprego - PNPE
Lei 10.820/2003 - Desconto de Prestações em Folha de Pagamento

FONTE http://www.guiatrabalhista.com.br/leistrabalhistas.htm

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 6.367, DE 19 DE OUTUBRO DE 1976.

(Vide decreto nº 79.037, de 1976)


Dispõe sobre o seguro de acidentes do trabalho
a cargo do INPS e dá outras providências.
(Vide decreto nº 3.048, de 1999)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O seguro obrigatório contra acidentes do trabalho dos empregados segurados do


regime de previdência social da Lei número 3.807, de 26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica da
Previdência Social), e legislação posterior, é realizado pelo Instituto Nacional de Previdência
Social (INPS).

§ 1º Consideram-se também empregados, para os fins desta lei, o trabalhador temporário,


o trabalhador avulso, assim entendido o que presta serviços a diversas empresas, pertencendo
ou não a sindicato, inclusive o estivador, o conferente e assemelhados, bem como o presidiário
que exerce trabalho remunerado.

§ 2º Esta lei não se aplica ao titular de firma individual, ao diretor, sócio gerente, sócio
solidário, sócio cotista e sócio de indústria de qualquer empresa, que não tenha a condição de
empregado, nem ao trabalhador autônomo e ao empregado doméstico.

Art. 2º Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

§ 1º Equiparam-se ao acidente do trabalho, para os fins desta lei:

I - a doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a


determinado ramo de atividade e constante de relação organizada pelo Ministério da Previdência
e Assistência Social (MPAS);

II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte, ou a perda, ou redução da capacidade para o trabalho;

III - o acidente sofrido pelo empregado no local e no horário do trabalho, em conseqüência


de:

a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiro de


trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o
trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro inclusive companheiro de


trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;


e) desabamento, inundação ou incêndio;

f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

IV - a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal de área médica, no


exercício de sua atividade;

V - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou


proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive
veículo de propriedade do empregado;

d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.

§ 2º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de


outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será
considerado a serviço da empresa.

§ 3º Em casos excepcionais, constatando que doença não incluída na relação prevista no


item I do § 1º resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, o Ministério da Previdência e Assistência Social deverá considerá-la como
acidente do trabalho.

§ 4º Não poderão ser consideradas, para os fins do disposto no § 3º, a doença


degenerativa, a inerente a grupo etário e a que não acarreta incapacidade para o trabalho.

§ 5º Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a


data da comunicação desta à empresa ou, na sua falta, a da entrada do pedido de benefício do
INPS, a partir de quando serão devidas as prestações cabíveis.

Art. 3º Não será considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho lesão que,
resultante de outro acidente, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

Art. 4º Em caso de acidente do trabalho, os segurados de que trata o Art. 1º e seus


dependentes terão direito, independentemente de período de carência, às prestações
previdenciárias cabíveis, observado o disposto nesta lei.
Art. 5º Os benefícios por acidente do trabalho serão calculados, concedidos, mantidos e
reajustados na forma do regime de previdência social do INPS, salvo no tocante aos valores dos
benefícios de que trata este artigo, que serão os seguintes:

I - auxílio-doença - valor mensal igual a 92% (noventa e dois por cento) do salário-de-
contribuição do empregado, vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior a 92% (noventa
e dois por cento) de seu salário-de-benefício;

II - aposentadoria por invalidez - valor mensal igual ao do salário-de-contribuição vigente


no dia do acidente, não podendo ser inferior ao de seu salário-de-benefício;

III - pensão - valor mensal igual ao estabelecido no item II, qualquer que seja o número
inicial de dependentes.

§ 1º Não serão considerados para a fixação do salário-de-contribuição de que trata este


artigo os aumentos que excedam os limites legais, inclusive os voluntariamente concedidos nos
12 (doze) meses imediatamente anteriores ao início do benefício salvo se resultantes de
promoções reguladas por normas gerais da empresa admitidas pela legislação do trabalho, de
sentenças normativas ou de reajustamentos salariais obtidos pela categoria respectiva.

§ 2º A pensão será devida a contar da data do óbito, e o benefício por incapacidade a


contar do 16º (décimo sexto) dia do afastamento do trabalho, cabendo à empresa pagar a
remuneração integral do dia do acidente e dos 15 (quinze) dias seguintes.

§ 3º O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que em conseqüência do acidente


do trabalho necessitar da assistência permanente de outra pessoa, segundo critérios
previamente estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, será majorado
em 25% (vinte e cinco por cento).

§ 4º No caso de empregado de remuneração variável e de trabalhador avulso, o valor dos


benefícios de que trata este artigo, respeitado o percentual previsto no seu item I, será calculado
com base na média aritmética:

I - dos 12 (doze) maiores salários-de-contribuição apurados em período não superior a 18


(dezoito) meses imediatamente anteriores ao acidente, se o segurado contar, nele, mais de 12
(doze) contribuições;

II - dos salários-de-contribuição compreendidos nos 12 (doze) meses imediatamente


anteriores ao do acidente ou no período de que trata o item I, conforme for mais vantajoso, se o
segurado contar 12 (doze) ou menos contribuições nesse período.
§ 5º O direito ao auxílio-doença, à aposentadoria por invalidez ou a pensão, nos termos
deste artigo, exclui o direito aos mesmos benefícios nas condições do regime de previdência
social do INPS, sem prejuízo porém dos demais benefícios por este assegurados.

§ 6º Quando se tratar do trabalhador avulso referido no § 1º do Art. 1º desta lei, o benefício


por incapacidade ficará a cargo do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), a partir do
dia seguinte ao acidente.

§ 7º Nenhum dos benefícios por acidente do trabalho de que trata este artigo poderá ser
inferior ao salário mínimo do local de trabalho do acidentado, ressalvado o disposto no inciso I
deste artigo.

Art. 6º O acidentado do trabalho que, após a consolidação das lesões resultantes do


acidente, permanecer incapacitado para o exercício de atividade que exercia habitualmente, na
época do acidente, mas não para o exercício de outra, fará jus, a partir da cessação do auxílio-
doença, a auxílio-acidente.

§ 1º O auxílio-acidente, mensal, vitalício e independente de qualquer remuneração ou outro


benefício não relacionado ao mesmo acidente, será concedido, mantido e reajustado na forma
do regime de previdência social do INPS e corresponderá a 40% (quarenta por cento) do valor
de que trata o inciso II do Art. 5º desta lei, observado o disposto no § 4º do mesmo artigo.

§ 2º A metade do valor do auxílio-acidente será incorporada ao valor da pensão quando a


morte do seu titular não resultar de acidente do trabalho.

§ 3º O titular do auxílio-acidente terá direito ao abono anual.

Art. 7º Em caso de morte decorrente de acidente do trabalho, será também devido aos
dependentes do acidentado um pecúlio no valor de 30 (trinta) vezes o valor de referência, fixado
nos termos da Lei número 6.205, de 29 de abril de 1975, vigente na localidade de trabalho do
acidentado.

Art. 8º Em caso de aposentadoria por invalidez, decorrente de acidente de trabalho, será


devido, também, ao acidentado, um pecúlio de 15 (quinze) vezes o valor de referência, fixado
nos termos da Lei número 6.205, de 29 de abril de 1975, vigente na localidade de trabalho do
acidentado.

Art. 9º O acidentado do trabalho que, após a consolidação das lesões resultantes do


acidente, apresentar, como seqüelas definitivas, perdas anatômicas ou redução da capacidade
funcional, constantes de relação previamente elaborada pelo Ministério da Previdência e
Assistência Social (MPAS), as quais, embora não impedindo o desempenho da mesma atividade,
demandem, permanentemente, maior esforço na realização do trabalho, fará jus, a partir da
cessação do auxílio-doença, a um auxílio mensal que corresponderá a 20% (vinte por cento) do
valor de que trata o inciso II do Artigo 5º desta lei, observando o disposto no § 4º do mesmo
artigo.

Parágrafo único. Esse benefício cessará com a aposentadoria do acidentado e seu valor
não será incluído no cálculo de pensão.

Art. 10. A assistência médica, aí incluídas a cirúrgica, a hospitalar, farmacêutica e a


odontológica, bem como o transporte do acidentado e a reabilitação profissional, quando
indicada, serão devidos em caráter obrigatório.

Art. 11. Quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada pelo uso
de aparelhos de prótese ou órtese, estes serão fornecidos pelo INPS, independentemente das
prestações cabíveis.

Art. 12. Nas localidades onde o INPS não dispuser de recursos próprios ou contratados, a
empresa prestará ao acidentado a assistência médica de emergência e, quando indispensável a
critério do médico, providenciará sua remoção.

§ 1º Entende-se como assistência médica de emergência a necessária ao atendimento do


acidentado até que o INPS assuma a responsabilidade por ele.

§ 2º O INPS reembolsará a empresa das despesas com a assistência de que trata este
artigo até limites compatíveis com os padrões do local de atendimento.

Art. 13. Para pleitear direitos decorrentes desta lei, não é obrigatória a constituição de
advogado.

Art. 14. A empresa deverá, salvo em caso de impossibilidade absoluta, comunicar o


acidente do trabalho ao INPS dentro de 24 (vinte quatro) horas, e à autoridade policial
competente no caso de morte, sob pena de multa de 1 (um) a 10 (dez) vezes o maior valor de
referência fixado nos termos da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975.

Parágrafo único. Compete ao INPS aplicar e cobrar a multa de que trata este artigo.

Art. 15. O custeio dos encargos decorrentes desta lei será atendido pelas atuais
contribuições previdenciárias a cargo da União, da empresa e do segurado, com um acréscimo,
a cargo exclusivo da empresa, das seguintes percentagens do valor da folha de salário de
contribuição dos segurados de que trata o Art. 1º:

I - 0,4% (quatro décimos por cento) para a empresa em cuja atividade o risco de acidente
do trabalho seja considerado leve;
II - 1,2% (um e dois décimos por cento) para a empresa em cuja atividade esse risco seja
considerado médio;

III - 2,5% (dois e meio por cento) para a empresa em cuja atividade esse risco seja
considerado grave.

§ 1º O acréscimo de que trata este artigo será recolhido juntamente com as demais
contribuições arrecadadas pelo INPS.

§ 2º O Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) classificará os três graus de


risco em tabela própria organizada de acordo com a atual experiência de risco, na qual as
empresas serão automaticamente enquadradas, segundo a natureza da respectiva atividade.

§ 3º A tabela será revista trienalmente pelo Ministério da Previdência e Assistência Social,


de acordo com a experiência de risco verificada no período.

§ 4º O enquadramento individual na tabela, de iniciativa da empresa, poderá ser revisto


pelo INPS, a qualquer tempo.

Art. 16. A contribuição estabelecida no Art. 5º da Lei nº 5.161, de 21 de outubro de 1966,


que criou a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho
(FUNDACENTRO), será de 0,5% (meio por cento) da receita adicional estabelecida no Art. 15
desta Lei.

Art. 16 - A contribuição anual da previdência social para a Fundação Centro Nacional de


Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, instituída pela Lei nº 5.161, de
21 de outubro de 1966, será de um por cento da receita adicional prevista no art. 15 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 6.617, de 1978)

Art. 17. O INPS recolherá 1,25% (um e vinte e cinco centésimos por cento) da receita
adicional estabelecida no Art. 15 desta lei ao Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS),
para aplicação em projetos referentes a equipamentos e instalações destinados à prevenção de
acidentes do trabalho, previamente aprovados pelo Ministério do
Trabalho. (Revogado pela Lei nº 6.617, de 1978)

Parágrafo único. A aplicação prevista neste artigo será feita sob a forma de empréstimo
sem juros, sujeito apenas à correção monetária, segundo o valor nominal reajustado das
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN).

Art. 18. As ações referentes a prestações por acidente do trabalho prescreverão em (cinco)
anos contados da data:
I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária verificada esta
em perícia médica a cargo do INPS;

II - da entrada do pedido de benefício no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS),


ou do afastamento do trabalho, quando este for posterior àquela, no caso de doença profissional,
e da ciência, dada pelo Instituto acima mencionado ao paciente, de reconhecimento de
causalidade entre o trabalho e a doença, nos demais casos de doenças do trabalho. Não sendo
reconhecida pelo Instituto essa relação, o prazo prescricional aqui previsto se iniciará a partir do
exame pericial que comprovar, em juízo, a enfermidade e aquela relação;

III - em que for reconhecida pelo INPS a incapacidade permanente ou sua agravação.

Art. 19. Os litígios relativos a acidentes do trabalho serão apreciados:

I - na esfera administrativa, pelos órgãos da previdência social, segundo as regras e prazos


aplicáveis às demais prestações previdenciárias mas com prioridade absoluta para conclusão;

II - na via judicial, pela justiça comum dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
segundo o procedimento sumaríssimo.

Art. 20. A legislação do regime de Previdência Social do INPS aplica-se subsidiariamente


à matéria de que trata a lei.

Art. 21. Esta lei entrará em vigor no primeiro dia do terceiro mês seguinte ao de sua
publicação.

Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o Decreto-lei nº 7.036,


de 10 novembro de 1944, e a Lei nº 5.316, de 14 de setembro de 1967.

Brasília, 19 de outubro de 1976; 155º da Independência e 88º da República.

ERNESTO GEISEL
Arnaldo Prieto
L. G. do Nascimento e Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.10.1976

FONTE http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6367.htm

O que é acidente de trabalho?


Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho".

Ao lado da conceituação acima, de acidente de trabalho típico, por


expressa determinação legal, as doenças profissionais e/ou ocupacionais
equiparam-se a acidentes de trabalho. Os incisos do art. 20 da Lei nº 8.213/91
as conceitua:

- doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo


exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

- doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em


função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

Como se revela inviável listar todas as hipóteses dessas doenças, o § 2º do


mencionado artigo da Lei nº 8.213/91 estabelece que, "em caso excepcional,
constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II
deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e
com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho".

O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica
para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou


companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de


companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de


força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício


de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de


trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da


empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar


prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por


esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,


qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da


satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante
este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

Esses acidentes não causam repercussões apenas de ordem jurídica. Nos


acidentes menos graves, em que o empregado tenha que se ausentar por
período inferior a quinze dias, o empregador deixa de contar com a mão de obra
temporariamente afastada em decorrência do acidente e tem que arcar com os
custos econômicos da relação de empregado. O acidente repercutirá ao
empregador também no cálculo do Fator Acidentário de Prevenção - FAP da
empresa, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.666/2003.

Os acidentes de trabalho geram custos também para o Estado. Incumbe ao


Instituto Nacional do Seguro Social – INSS administrar a prestação de
benefícios, tais como auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e
reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por
morte. Estima-se que a Previdência Social gastou, só em 2010, cerca de 17
bilhões de reais com esses benefícios.

FONTE http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho

OIT

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) desenvolve o seu trabalho no âmbito da redução da pobreza, de
uma globalização justa e na melhoria das oportunidades para que mulheres e homens possam ter acesso
a trabalho digno e produtivo em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humana.
Num contexto marcado por mudanças cada vez mais rápidas, o empenho e os esforços dos Membros e da
Organização, com vista a cumprir o mandato constitucional da OIT, nomeadamente através das normas
internacionais do trabalho, e a colocar o pleno emprego produtivo e o trabalho digno no âmago das políticas
económicas e sociais, deveriam pautar-se pelos quatro objectivos estratégicos da OIT. Nesse sentido,
enquanto organização tripartida, a OIT trabalha com governos e organizações patronais e de trabalhadores
promovendo a sua prossecução:

Emprego »

Promover o emprego através da criação de um ambiente institucional e económico sustentável, de modo a que:
- os indivíduos possam desenvolver e actualizar as capacidades e competências de que necessitam para trabalhar
produtivamente, tendo em vista a sua realização pessoal e o bem-estar colectivo;
- todas as empresas, públicas ou privadas, sejam sustentáveis, com vista à promoção do crescimento e à criação
de mais possibilidades e perspectivas de emprego e rendimentos para todos; e
- as sociedades possam realizar os seus objectivos de desenvolvimento económico, alcançar melhores níveis de
vida e progresso social.

Protecção social »
Desenvolver e reforçar medidas de protecção social – segurança social e protecção dos trabalhadores –
sustentáveis e adaptadas às circunstâncias nacionais, nomeadamente:
- extensão da segurança social a todos, incluindo medidas para garantir um rendimento mínimo a todos os que
necessitem de tal protecção e adaptação do respectivo âmbito de aplicação e cobertura para responder às
incertezas e às novas necessidades resultantes da rapidez das alterações tecnológicas societais, demográficas
e económicas;
- condições de trabalho saudáveis e seguras; e
- políticas em matéria de salários e rendimentos, duração do trabalho e outras condições de trabalho que
contribuam para garantir a todos uma participação justa nos resultados do progresso e um salário mínimo vital
para todos os trabalhadores que necessitem de tal protecção.

Diálogo social »

Promover o diálogo social e o tripartismo, como método mais adequado para:


- adaptar a implementação dos objectivos estratégicos às necessidades e circunstâncias de cada país;
- traduzir o desenvolvimento económico em progresso social e o progresso social em desenvolvimento económico;
- facilitar a formação de consensos sobre as políticas nacionais e internacionais com impacto nas estratégias e
programas para o emprego eo trabalho digno; e
- tornar a legislação do trabalho e as instituições mais eficientes, nomeadamente no que respeita ao
reconhecimento da relação do trabalho, promoção de boas relações laborais e o estabelecimento de sistemas de
inspecção do trabalho eficazes.

Direitos no trabalho »

Respeitar, promover e aplicar os princípios e direitos fundamentais no trabalho, que se revestem de particular
importância, não só como direitos, mas também como condições necessárias à plena realização de todos os
objectivos estratégicos, tendo em conta:
- que a liberdade sindical e o reconhecimento efectivo do direito de negociação colectiva se revestem de uma
importância particular na prossecução dos quatro objectivos estratégicos; e
- que a violação dos princípios e direitos fundamentais no trabalho não poderá ser invocada ou utilizada como
vantagem comparativa legítima e que as normas do trabalho não deverão ser usadas para fins comerciais
proteccionistas.

FONTE
http://www.ilo.org/public/portugue/region/eurpro/lisbon/html/genebra_trab_digno
_pt.htm

O direito internacional público é o conjunto de regras e


princípios que regula a sociedade internacional, que é
composta por estados, Organizações Internacionais e, mais
recentemente, aceita-se em diferentes níveis a participação de
entes com algumas características estatais, a exemplo de
movimento de libertação, sistemas regionais de integração,
além de outros atores, como indivíduos, empresas,
organizações não governamentais.

No entanto, ainda hoje, o elemento central da sociedade


internacional são os Estados. Por outro lado, questões de
ordem econômica, política, científica e técnica também
repercutem no Direito Internacional Público. A formação e
desenvolvimento de blocos regionais, ao lado das políticas
mundiais de expansão de mercados, têm trazido
consequências nem sempre felizes para a ordem internacional
do nosso tempo, a começar pelos problemas que têm gerado
nos países em desenvolvimento relativamente às dificuldades
de negociação com países economicamente mais fortes, sem
falar nos percalços para os pagamentos de dívidas avalizadas
pelo sistema financeiro internacional, e assim por diante.

Não se pode abordar o assunto sobre o Direito Internacional


Público sem mencionar as Organizações Internacionais.
Entende-se como Organização Internacional uma associação
de Estados, constituída por tratado, dotada de
uma constituição e de órgãos comuns, e possuindo uma
personalidade jurídica distinta da dos Estados membros.
Organizações Internacionais ou intergovernamentais são
pessoas jurídicas de direito internacional.
Têm ordens jurídicas próprias, diferentes dos Estados que as
integram. As Organizações Internacionais são resultado de
manifestação da vontade dos sujeitos de direito internacional e
não de sujeitos de direito interno. O surgimento das
organizações internacionais, atuantes nos planos universal e
regional, e nos mais distintos domínios da atividade humana
(político, de segurança, econômico, social, cultural), veio, por
sua vez, ampliar o corpus juris do Direito Internacional, a
começar pelas próprias personalidade e capacidade jurídicas
internacionais. Uma vez criadas, passaram a ter “vida própria”,
e, como pessoas jurídicas de Direito Internacional, passaram a
externalizar suas próprias decisões por meio de resoluções, de
conteúdo e efeitos jurídicos variáveis.

Desse modo, a atuação das organizações internacionais


contribuiu de modo marcante para a ampliação de dois outros
capítulos do Direito Internacional: os atinentes à jurisdição, e à
responsabilidade internacionais. No seio dos organismos
internacionais, tem-se intensificada e acirrada, nos últimos
anos, a luta em prol da realização do antigo ideal da justiça em
nível internacional. Um dos aspectos mais importantes dessa
luta reside na afirmação da personalidade e capacidade
jurídicas internacionais do indivíduo, para vindicar os direitos
que lhe são inerentes como ser humano, inclusive vis-à-vis seu
próprio Estado.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a agência das


Nações Unidas que tem por missão promover oportunidades
para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho
decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade,
segurança e dignidade. O Trabalho Decente, conceito
formalizado pela OIT em 1999, sintetiza a sua missão histórica
de promover oportunidades para que homens e mulheres
possam ter um trabalho produtivo e de qualidade em condições
de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas,
sendo considerado condição fundamental para a superação da
pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da
governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro


objetivos estratégicos da OIT: o respeito aos direitos no
trabalho (em especial aqueles definidos como fundamentais
pela Declaração Relativa aos Direitos e Princípios
Fundamentais no Trabalho e seu seguimento adotada em 1998:
(i) liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de
negociação coletiva; (ii) eliminação de todas as formas de
trabalho forçado; (iii) abolição efetiva do trabalho infantil; (iv)
eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de
emprego e ocupação), a promoção do emprego produtivo e de
qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do
diálogo social.

Atualmente, as Organizações Internacionais tem enxergado


com mais clareza um conjunto de dificuldades econômicas e
políticas no Brasil, dificultando novos investimentos e
ocasionando demissões em massa e fechamento de empresas.
Tal agravante é conhecido como “Custo Brasil”,
comprometendo diretamente a eficiência da indústria nacional
brasileira.

Quase um em cada cinco novos desempregados do mundo em


2016 e 2017 virá do Brasil. A estimativa é da Organização
Mundial do Trabalho (OIT), que em seu mais recente relatório
sobre empregabilidade, divulgado recentemente, acredita que
700 mil brasileiros se somarão ao contingente de
desempregados até o ano que vem, de um total que pode
chegar a 3,4 milhões de pessoas ao redor do planeta. (BBC
Brasil, 2016) O país é citado diversas vezes no documento
como exemplo de mercado de trabalho em apuros.

Segundo a OIT, economias emergentes como a brasileira serão


as que mais sofrerão com o desemprego em 2016. Portanto, é
de suma importância a cooperação da OIT, prestando
assessoria em diversas áreas, além de promover mecanismos
e processos de diálogo social, superando assim os obstáculos
ao crescimento e geração de empregos no Brasil.

Referências
VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público.4º ed.
SARAIVA, 2012. 21p.
MAZUOLLI, Valério de Oliveira; Curso de Direito Internacional
Público. 9ª ed. Uberaba: 2015. 78p.

VARELLA, Marcelo D; Direito Internacional Público. 4º ed.


SARAIVA, 2012. 285p. DINH, Nguyen Quoc;

PELLET, Patrick Daillier Alain. Direito Internacional Público.2ª


ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. 592 p.

TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. O Direito das


Organizações internacionais. 5ª ed. Belo Horizonte: Del Rey,
2012. 575 p. TRINDADE, Antônio Augusto Cançado.

O Direito das Organizações internacionais. 5ª ed. Belo


Horizonte: Del Rey, 2012. 528-529
p. http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/01/brasil-pode-
ter-quase-1-em-cada-5-novos-desempregados-d... (Acessado
em 09/06/16)
FONTE https://aureliomaranhao.jusbrasil.com.br/artigos/351889012/o-direito-
internacional-publico-e-a-importancia-da-oit-para-o-desenvolvimento-social

CONCEITO TRABALHO DECENTE OIT

1.INTRODUÇÃO

O tema deste artigo está inserto no ramo do Direito do Trabalho,


precisamente no estudo do conceito de Trabalho Decente, segundo a ótica da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Este arrazoado tem como finalidade divulgar e ampliar, no âmbito
acadêmico-jurídico, as discussões acerca do tema Trabalho Decente, segundo
estudos da OIT, tendo em vista a importância deste instituto para a promoção do
bem estar e garantia de vida digna aos trabalhadores.

2.CONCEITO DE TRABALHO DECENTE

O conceito de Trabalho Decente foi introduzido pela OIT [01] , em 1999, e


visa a traduzir o objetivo de garantia a todas as pessoas oportunidades de
emprego produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e
dignidade.

Entende-se como ‘oportunidade de emprego produtivo’ a garantia a


todos que queiram trabalhar da chance de efetivamente encontrar um emprego,
o qual seja instrumento que permita o alcance de um nível de bem-estar aceitável
ao trabalhador e sua família. ‘Emprego em condições de liberdade’ refere-se ao
fato de que o trabaho deve ser livremente escolhido e o direito de participação
dos trabalhadores em organizações sindicais. ‘Emprego em condições de
equidade’ traduz a necessidade de tratamento justo e equitativo aos
trabalhadores, respeitando-se as diferenças, repugnando-se as discriminações,
além de possibitar a conciliação entre trabalho e família. Já ‘emprego em
condições de segurança’ sublinha a preocupação com a proteção à saúde dos
trabalhadores, assim como sua proteção social, em caso de problemas nessa
área. Por fim, ‘emprego em condições de dignidade’ pressupõe o respeito aos
trabalhadores e a possibilidade de participação nas decisões relativas às
condições de trabalho.

Importa destacar que cada uma dessas dimensões do conceito de


Trabalho Decente sempre foram objeto de recomendações e ações da OIT. No
entanto, a importância do conceito é permitir uma visão conjunta das diversas
dimensões do trabalho, através de um só marco, além de se tratar de um
conceito universal, que abarca todos os trabalhadores. Em outras palavras, a
principal novidade do conceito de trabalho decente é ser multidimensional,ou
seja, o conceito de trabalho decente acrescenta, à dimensão econômica
representada pelo conceito de um emprego de qualidade, novas dimensões de
caráter normativo, de segurança e de participação e representação.

3.TRABALHO DECENTE E DIGNIDADE HUMANA

Em qualquer aspecto, o Trabalho Decente está umbilicalmente


relacionado à dignidade humana.

Desta forma, o Direito ao Trabalho Decente é reconhecido como o direito


a um trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de
liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna aos
trabalhadores e sua família. Trata-se, portanto, do direito a um trabalho que
permita satisfazer as necessidades pessoais e familiares de alimentação,
educação, moradia, saúde e segurança. É também o direito a um trabalho que
garanta proteção social nos impedimentos de seu exercício (desemprego,
doença, acidentes, entre outros), assegura renda ao chegar à época da
aposentadoria e no qual os direitos fundamentais dos trabalhadores e
trabalhadoras são respeitados.

Por isso, trata-se de condição fundamental para a superação da


pobreza, para a redução das desigualdades sociais, para a garantia da
governabilidade democrática e do desenvolvimento sustentável.

Ou seja, através das discussões em torno do tema Trabalho Decente,


busca-se promover uma estratégia que visa a superar as situações de pobreza
e desigualdade que caracterizam atualmente a maior parte das nações e, por
essa via, propiciar uma vida digna para homens e mulheres. Além disso, o
trabalho decente é também um mecanismo que estimula a produtividade das
empresas, o dinamismo das economias e a promoção do desenvolvimento
econômico e social.
É assim que, para a OIT, o trabalho é a via fundamental para a
superação da pobreza e da exclusão social. E não qualquer trabalho, mas sim
um Trabalho Decente.

4.PILARES ESTRATÉGICOS DO TRABALHO


DECENTE

A noção de trabalho decente se apóia em quatro pilares estratégicos: a)


respeito às normas internacionais do trabalho, em especial aos princípios e
direitos fundamentais do trabalho (liberdade sindical e reconhecimento efetivo
do direito de negociação coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho
forçado; abolição efetiva do trabalho infantil; eliminação de todas as formas de
discriminação em matéria de emprego e ocupação); b) promoção do emprego
de qualidade; c) extensão da proteção social; d) diálogo social.

Quanto à dimensão dos direitos do trabalho, o enfoque são as normas


internacionais do trabalho (convenções e recomendações da OIT). Em relação
à definição do trabalho decente, são as oito convenções e recomendações que
fazem parte da Declaração Relativa aos Princípios e Direitos Fundamentais do
Trabalho, adotada em junho de 1998: liberdade de associação e reconhecimento
efetivo do direito de negociação coletiva, eliminação de todas as formas de
trabalho forçado, abolição efetiva do trabalho infantil e eliminação de todas as
formas de discriminação no emprego e na ocupação.

Fazem parte da Declaração relativa aos pricípios e direitos fundamentais


no trabalhoas seguintes convenções: Convenção sobre o trabalho forçado, 1930
(n° 29) e a Recomendação sobre a imposição indireta do trabalho, 1930 (n° 35);
Convenção sobre a liberdade sindical e a proteção do direito de sindicalização,
1948 (n° 87); Convenção sobre o direito de sindicalização e de negociação
coletiva, 1949 ( n° 98); Convenção sobre a abolição do trabalho forçado, 1957 (
n° 105); Convenção sobre igualdade de remuneração, 1951 ( n° 100) e a
Recomendação sobre o mesmo tema, 1951 (n° 90); Convenção sobre
discriminação (emprego e ocupação), 1958 (n° 111) e a Recomendação sobre o
mesmo tema, 1958 (n°111); Convenção sobre a idade mínima, 1973 (n° 138) e
a Recomendação sobre o mesmo tema, 1973 (n° 146); Convenção sobre a
proteção à maternidade, 2000 (n° 183) e a Recomendação sobre o mesmo tema,
2000 (n° 191).

No que se se refere ao aspecto da promoção do emprego de qualidade,


o importante não é apenas gerar postos de trabalho, mas garantir um padrão
mínimo de qualidade do emprego gerado. Isso abarca uma "combinação
complexa de fatores que inclui tanto aspectos das relações sociais de trabalho,
como o caráter mais ou menos estável e permanente dos contratos de trabalho
ou o nível das remunerações, quanto aspectos da segurança material com que
se realizam as tarefas e as atividades de trabalho" (OIT, 1999, apud OIT,
2002:79).

Com relação à terceira dimensão do Trabalho Decente, a extensão da


proteça social, tem-se que muitas ocupações são inseguras porque são
irregulares ou provisórias, porque a sua remuneração é instável, porque
envolvem riscos físicos ou expõem trabalhadores e trabalhadoras a diversos
tipos de enfermidades físicas ou psíquicas. Dessa forma, a proteção social –
especialmente os direitos associados à maternidade, à saúde, à aposentadoria e
à proteção em situações de desemprego e de procura de emprego – é
fundamental para assegurar a qualidade de vida dos trabalhadores e
trabalhadoras.

Já o quarto aspecto da noção de Trabalho de Decente é o diálogo social.


para que haja trabalho decente é necessário que trabalhadores e empregadores
tenham voz e representaçãoem relação às questões que lhes dizem respeito e
que o diálogo social seja adotado como método para compor e equilibrar
diferenças e chegar a novos acordos produtivos e de convivência no trabalho.
As formas pelas quais as pessoas podem fazer valer a sua voz constituem um
aspecto essencial do trabalho decente. Para os trabalhadores e trabalhadoras,
a via clássica de representação e expressão é a organização sindical. Mas como
o trabalho decente diz respeito também aos trabalhadores e trabalhadoras da
economia informal, deve-se também pensar em outras possibilidades, por
exemplo, na organização dos trabalhadores autônomos ou na organização em
nível comunitário. A organização empresarial também é muito importante e uma
condição fundamental para o diálogo social.

Cada um desses quatro pilares estratégicos do conceito de Trabalho


Decente tem suas características próprias, mas todos estão estreitamente
relacionadas.O avanço obtido em cada um deles potencializa o avanço nos
demais.

5.TRABALHO DECENTE COMO POLÍTIICA DE


GOVERNO

A promoção do Trabalho Decente é considerada prioridade política do


Governo Brasileiro e dos demais governos do hemisfério americano. Essa
prioridade foi discutida e definida em 11 conferências e reuniões internacionais
de grande relevância, realizadas entre setembro de 2003 e novembro de 2005.
Entre estas se destacam a Conferência Regional de Agenda Nacional de
Trabalho Decente Emprego do Mercosul (Buenos Aires, abril de 2004), a XIII e
a XIV Conferências Interamericanas de Ministros do Trabalho da Organização
dos Estados Americanos (OEA) – Salvador, setembro de 2003, e Cidade do
México, setembro de 2005 –, a Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) –
Nova York, setembro de 2005 – e a IV Cúpula das Américas – Mar del Plata,
novembro de 2005.

Em junho de 2003, a promoção do Trabalho Decente passou a ser um


compromisso assumido entre o governo brasileiro e a OIT. Nesta data, o
Presidente da República, Luiz Inácio Lula a Silva, e o Diretor Geral da OIT, Juan
Somavia, assinaram o Memorando de Entendimentos que prevê o
estabelecimento de um Programa Especial de Cooperação Técnica para a
Promoção de uma Agenda Nacional de Trabalho Decente, a qual foi elaborada
depois de consultas a organizações de empregadores e trabalhadores e
divulgada em maio de 2006.
A Agenda Nacional é estruturada a partir de três prioridades: gerar mais
e melhores empregos, com igualdade de oportunidades e de tratamento;
erradicar o trabalho escravo e eliminar o trabalho infantil, principalmente as
piores formas; e fortalecer os atores tripartites e o diálogo social como um
instrumento de governabilidade democrática.

A Agenda Hemisférica do Trabalho Decente, por sua vez, reflete o


reconhecimento no continente americano de que o trabalho decente, tal como
definido pela OIT, constitui a principal via de superação da pobreza. Essa agenda
hemisférica foi apresentada na XVI Reunião Regional Americana, realizada em
Brasília em maio de 2006, como um conjunto de recomendações voltadas à
explícita incorporação da geração de trabalho decente nas estratégias de
desenvolvimento dos países do continente.

6.CONCLUSÃO

A despeito de todo o arcabouço normativo e preocupações nacionais e


internacionais em torno do tema Trabalho Decente, é notório que muito ainda há
que se construir, debater e colocar em prática para a sua expansão no Brasil e
no mundo.

Por isso, é necessário colocá-lo na pauta das discussões jurídico-


acadêmicas. Ou seja, é preciso que reste claramente aceito por todos que,
possuindo relação direta com a proteção da dignidade humana do trabalhador,
deve ser contínua e urgente a preocupação de todos com a efetiva
implementação do conceito de Trabalho Decente na dinâmica social do trabalho.

7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Mônica Oliveira e NUNES, Rafael de Oliveira. Princípio da não


discriminação nas relações de trabalho In Anais do IV Congresso Jrídico de
Estduantes de Direito. Universidade Federal de Pernambuco. Faculdade de
Direito do Recife.2005.

MAIOR, Jorge Luiz Souto. O direito do trabalho e as diversas formas de


discriminação.In Revista do TST. Brasília, v.68, nº 2, abr/jun 2002.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. O conteúdo jurídico do princípio


da igualdade. 3ª ed., atual. São Paulo: Malheiros, 2002.

OIT. Emprego, desenvolvimento humano e trabalho decente: a


experiência brasileira recente. Brasília: CEPAL/ PNUD/OIT, 2008 (Projeto
CEPAL/PNUD/OIT).

________. Gênero, raça, pobreza e emprego: o Programa GRPE no


Brasil / Programa de Fortalecimento Institucional para a Igualdade de Gênero e
Raça, Erradicação da Pobreza e Geração de Emprego (GRPE) — [Brasília]: OIT
- Secretaria Internacional do Trabalho, 2006.

________. Trabalho e família : rumo a novas formas de conciliação com


corresponsabilidade social / Organização Internacional do Trabalho. - Brasília:
OIT, 2009.

________. Manual de capacitação e informação sobre gênero, raça,


pobreza e emprego : guia para o leitor / Organização Internacional do Trabalho
- Módulo 02 - A questão racial, pobreza e emprego no Brasil: tendências,
enfoques e políticas de promoção da igualdade. – Brasília : OIT, 2005.

________. Manual de capacitação e informação sobre gênero, raça,


pobreza e emprego : guia para o leitor / Organização Internacional do Trabalho.
– Módulo 3 – Acesso a trabalho decente. Brasília : OIT, 2005.

________. Suplemento Nacional ao Relatório Global da OIT sobre os


Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho. Igualdade no Trabalho:
enfrentando os desafios. Disponível
em: < http://www.oitbrasil.org.br/info/downloadfile.php?fileId=275>. Acesso em:
02 nov 2009.
SÜSSEKIND, Arnaldo. Os princípio social-trabalhistas na Constituição
Brasileira. In Revista do TST. Brasília, v.69, nº 1, jan/jun 2003.

__________________. Direito Internacional do Trabalho. 2 ed. São


Paulo: LTr, 1987.

NOTA

1. A Organização Internacional do Trabalho foi fundada em 1919, com o objetivo


de promover a justiça social e, assim, contribuir para a paz universal e
permanente. A OIT tem uma estrutura tripartite única entre as Agências do
Sistema das Nações Unidas, na qual os representantes de empregadores e de
trabalhadores têm a mesma voz que os representantes de governos.

Ao longo dos anos, a OIT tem lançado, para adoção de seus Estados-
membros, convenções e recomendações internacionais do trabalho. Essas
normas versam sobre liberdade de associação, emprego, política social,
condições de trabalho, previdência social, relações industriais e administração
do trabalho, entre outras. A OIT desenvolve projetos de cooperação técnica e
presta serviços de assessoria, capacitação e assistência técnica aos seus
Estados-membros.

A estrutura da OIT compreende: Conferência Internacional do Trabalho,


Conselho de Administração e Secretaria Internacional do Trabalho. A
Conferência é um fórum mundial que se reúne anualmente para discutir questões
sociais e trabalhistas, adotar e rever normas internacionais do trabalho e
estabelecer as políticas gerais da Organização. É composta por representantes
de governos e de organizações de empregadores e de trabalhadores dos 178(*)
Estados-membros da OIT. Esses três constituintes estão também representados
no Conselho de Administração, órgão executivo da OIT, que decide sobre as
políticas da OIT. A Secretaria Internacional do Trabalho é o órgão permanente
que, sob o comando do Diretor-Geral, é constituída por diversos departamentos,
setores e por extensa rede de escritórios instalados em mais de 40 países,
mantém contato com governos e representações de empregadores e de
trabalhadores e marca a presença da OIT em todo o mundo do trabalho.
( in Gênero, raça, pobreza e emprego: o Programa GRPE no Brasil / Programa
de Fortalecimento Institucional para a Igualdade de Gênero e Raça, Erradicação
da Pobreza e Geração de Emprego (GRPE) — [Brasília]: OIT - Secretaria
Internacional do Trabalho, 2006 – p. 04).

FONTE https://jus.com.br/artigos/17550/trabalho-decente-segundo-estudos-da-
organizacao-internacional-do-trabalho

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu o dia 28 de abril como o Dia Mundial
da Segurança e da Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho. No Brasil, a Lei 11.121/2005instituiu o mesmo dia como o Dia
Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

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