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Indústria
automóvel
e componentes
ENTREVISTA // T
OMÁS MOREIRA - PRESIDENTE DA AFIA
MERCADOS // C
HILE
6
Destaque [6]
Indústria automóvel e componentes.
Entrevista [24]
Tomás Moreira, presidente da AFIA – Associação de
Fabricantes para a Indústria Automóvel.
Mercados [30] 24
Chile.
Testemunhos dos grupos Quadrante e Sogrape.
Empresas [44]
RARI e Science4you.
30
Notícias AICEP [52]
Bookmarks [64]
4 EDITORIAL Portugalglobal nº87
As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal não implica qualquer
e não necessariamente da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. compromisso por parte desta com os produtos/serviços visados.
Soluções
de tesouraria
para tornar
os dias úteis,
mais úteis.
Seja qual for a área ou a dimensão da sua empresa, a gestão faz-se a
cada minuto do dia. E todos contam para o seu sucesso. Por isso o
NOVO BANCO desenvolveu soluções de tesouraria que vão tornar os
seus dias mais produtivos.
• Conta Corrente
• Factoring
• NB Express Bill
• Gestão de Pagamento a Fornecedores
E muitas outras soluções que vão tornar os seus dias úteis em dias ainda
mais úteis. E que ajudam a fazer do NOVO BANCO, um banco de
referência para as empresas portuguesas.
A indústria automóvel em Portugal é veis é o mais significativo, agregando deste setor são Espanha, Alemanha,
particularmente significativa, tendo cerca de 200 empresas, o que repre- França e Reino Unido, o que demons-
um forte contributo no emprego e no senta 42.000 postos de trabalho. tra a importância do mercado europeu
PIB português. As suas três principais para o setor. É visível que as empresas
áreas de atividade são o fabrico de Em 2015, o setor de produção de deste setor fornecem componentes
moldes, o fabrico de componentes e componentes exportou 84 por cento para a maior parte dos modelos auto-
o fabrico de viaturas automóveis. da sua produção, sendo que entre móveis produzidos na Europa.
2007 e 2015 as exportações aumen-
Segundo a AFIA - Associação de Fabri- taram 20 por cento. Sendo um dos setores com maior peso
cantes para a Indústria Automóvel, o nas exportações, a indústria de com-
setor de componentes para automó- Os principais mercados de exportação ponentes para automóveis registou, no
maio 2016 DESTAQUE 7
Existem quatro fábricas a operar em nentes para automóveis, sendo as mais comerciais são fabricados anualmen-
Portugal: Mitsubishi Fuso Truck Europe, importantes a Continental, Delphi, Fau- te, e emprega 2,3 milhões de pessoas
PSA Peugeot Citroen, Toyota Caetano e recia, Renault Cacia e Bosch. altamente especializadas, represen-
Volkswagen Autoeuropa. tando 7,6 por cento de toda a mão-
Os principais destinos das exportações -de-obra da indústria europeia.
O encerramento das fábricas da Ford nacionais de veículos automóveis são
em 2000 e da GM em 2006, ambas a Alemanha, Espanha, China, Reino A indústria automóvel em Portugal,
localizadas na Azambuja, interrompeu Unido e França. em termos globais, é responsável por
um ciclo de crescimento dourado da um volume de negócios de 6,5 mil
indústria nacional que ficou fortemen- Importância milhões de euros, sendo este gerado
te dependente da produção da Volks- do setor automóvel por 417 sociedades, responsáveis por
wagen Autoeuropa, a qual representa A Europa possui uma forte tradição na 31.700 postos de trabalho diretos.
quase 70 por cento da produção na- indústria automóvel, saindo das suas li-
cional, tal como pode ser constado no nhas de montagem alguns dos melho- Os veículos automóveis, reboques e
gráfico seguinte. res automóveis do mundo. semirreboques são, no ranking do INE,
a categoria de produto mais exporta-
Para além das quatro fábricas produto- A indústria automóvel é um setor da, à frente dos produtos petrolíferos
ras de veículos automóveis existem cen- estratégico na União Europeia, onde refinados, dos produtos alimentares,
tenas de fábricas fabricantes de compo- 17,2 milhões de automóveis e veículos dos produtos químicos e dos artigos
de vestuário e calçado.
PRODUÇÃO AUTOMÓVEL EM PORTUGAL EM 2015
A taxa de cobertura das importações
pelas exportações em valor foi, no se-
120.000 Autoeuropa
tor automóvel, em 2015, de 80 por
105.000 cento, sendo este responsável por 11
por cento das exportações do país.
90.000
75.000
Peugeot
Necessidade de
60.000 Citroen relançar o setor
45.000
automóvel
Recentemente, políticos e jornalistas
30.000 voltaram a chamar a atenção dos por-
15.000
Mitsubishi Fuso tugueses para o aumento das vendas
Toyota Truck Europe
Caetano de automóveis e para o desequilíbrio
0 que o mesmo poderá provocar na ba-
Fonte: ACAP lança comercial do país.
deo jogos, etc.), material fotográfico, de automóvel, atividades conexas, dade internacional das indústrias por-
equipamento hi-fi, entre outros. Estes bem como associações de empresas tuguesas do setor automóvel.
bens de consumo duradouro são im- e instituições de suporte relevantes,
portados, uma vez que não existe pro- como as entidades não empresariais •
Contribuir para que Portugal seja
dução dos mesmos para exportação, do Sistema Nacional de Investigação e uma referência na investigação, ino-
ou para substituição de importações, Inovação (SNI&I), outras entidades de vação, conceção, desenvolvimento,
e o seu consumo apresenta elevadas transferência de tecnologia e repre- fabrico e teste de produtos e servi-
taxas de crescimento, não sendo su-
sentantes de organismos de Ensino ços da industria do setor automóvel,
jeitos a fortes impostos especiais de
Superior e de Formação Profissional. competindo, nestes domínios, à as-
consumo como o automóvel.
Análise SWOT
A indústria automóvel tem um impacto viços e de fontes de valor acrescentado. rência internacional, apresentando
significativo em toda a economia, com pontos fortes que superam os fracos
efeitos em cascata, induzindo a criação Ao longo dos anos a indústria automó- e oportunidades que saberão impor-se
de uma vasta cadeia de fornecimento e vel nacional, incluindo o subsetor dos às ameaças, tal como pode ser obser-
gerando uma enorme diversidade de ser- componentes, soube resistir à concor- vado na seguinte análise SWOT:
VOLKSWAGEN AUTOEUROPA
PARCERIAS DE SUCESSO
Ainda hoje, a Volkswagen Autoeuropa representa o maior investimento
estrangeiro feito em Portugal. A sua instalação em Palmela, em 1991 – na altura
uma joint-venture entre a Volkswagen e a Ford –, gerou efeitos muito positivos na
economia regional e nacional. Desde logo, a criação de emprego, a qualificação
de colaboradores e um peso muito expressivo nas exportações nacionais. Mas esta
relevância não se esgota por aqui e traz consigo responsabilidades.
atingidos com o estabelecimento de objetivos pandido a sua localização para outros países
específicos e com um trabalho de acompanha- europeus. Para isso, foi necessário aumentar
mento que vise a melhoria contínua. São tam- a cadeia de valor, manter a capacidade de
bém feitas avaliações aos fornecedores com o resiliência, a proximidade comercial e técnica
propósito de otimizar resultados e fluxos de dos centros de decisão do grupo e obter um
trabalho. Esta tem sido a postura da empresa estatuto de confiança, através da demons-
ao longo dos anos, pois os bons resultados ad- tração da qualidade.
www.volkswagenautoeuropa.pt
14 DESTAQUE Portugalglobal nº87
BORGWARNER PORTUGAL
Uma empresa fortemente exportadora
Sedeada em Viana do Castelo, a BorgWarner Portugal exporta cerca de 99 por
cento da sua produção para diversos mercados externos, como o Reino Unido,
Alemanha, França, Espanha e Estados Unidos.
França, Espanha e Estados Unidos. A empresa gias EGR - Recirculação de Gases de Escape,
exporta cerca de 99 por cento da sua produção. produzindo sistemas, como permutadores de
calor, tubos EGR e módulos de controlo eletró-
A BorgWarner em Viana do Castelo dispõe de nico de velas incandescentes para automóveis
instalações com 26.000 metros quadrados de de passageiros e veículos comerciais.
área e espaço adicional para futuras expan-
sões. A nova fábrica foi oficialmente inaugu- A empresa desenvolve ativamente soluções
rada no dia 7 de novembro de 2014, após a inovadoras que contribuem assim para a me-
deslocalização de uma unidade em Valença, lhoria do meio ambiente através da redução
existente desde 2005. das emissões nocivas causadas pelos veículos.
BOSCH
Na vanguarda da tecnologia
automóvel
O grupo Bosch é um dos maiores empregadores e exportadores
industriais em Portugal, sendo os seus principais mercados de
exportação a Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Turquia. Em
2015, a empresa cresceu 15 por cento alcançando assim um valor
de 933 milhões de euros em vendas.
Tendo iniciado a sua atividade em Braga com a no mundo, contribuindo com cerca de 55 por
produção de autorrádios da marca Blaupunkt cento do volume de vendas anual, e um dos
em 1990, o grupo Bosch tornou-se, ao longo maiores empregadores da região norte, com
dos anos, um dos maiores motores no desen- mais de 2.200 colaboradores.
volvimento da região e um dos mais importan-
A Bosch Car Multimedia Portugal tem vindo a
tes exportadores nacionais.
renovar o seu portfólio de produtos com tec-
nologia inovadora na área de multimédia auto-
Atualmente, esta é a principal unidade pro- móvel, através do desenvolvimento e produção
dutiva do grupo Bosch em Portugal e um dos de soluções inteligentes com foco na seguran-
principais centros de Investigação e Desenvol- ça, conforto e qualidade de vida a bordo para
vimento (I&D) da divisão Bosch Car Multimedia os condutores e ocupantes.
maio 2016 DESTAQUE 17
Para além da produção eficiente e dos níveis de contribuir para o futuro da mobilidade e redefi-
qualidade excelentes, garantidos por uma equi- nição de processos. A empresa já integra diver-
pa de experientes colaboradores, a empresa sas soluções tecnológicas no âmbito da Indústria
emprega mais de 200 engenheiros altamente 4.0. Esta iniciativa tem assim permitido acelerar
qualificados e dedicados apenas ao desenvolvi- o desenvolvimento de tecnologias inovadoras
mento mecânico, eletrónico e de software. que otimizam a cadeia de valor da empresa.
A empresa está ainda a trabalhar em novas so- Ao ser capaz de manufaturar produtos cada vez
luções de multimédia automóvel como a tecno- mais complexos com qualidade e flexibilidade, e
logia de head-up-display, realidade aumentada, ao oferecer cada vez mais serviços de investiga-
sistemas de instrumentação digitais, comunica- ção e desenvolvimento, a Bosch em Braga marca
ção “car to car” e a aplicação, pioneira no mer- a sua posição competitiva no mercado global.
cado, do processo de optical bonding nos siste-
Enquanto um dos 10 principais exportadores a
mas de instrumentação, tecnologia com largo
nível nacional, com um volume de exportação
espetro de aplicação e em forte crescimento.
que excede os 90 por cento, a empresa tem
contribuído ativamente para a economia do
A aposta contínua da Bosch em atividades de
país. A boa reputação da tecnologia Bosch de-
I&D faz com que o sucesso da empresa seja
senvolvida e produzida em Portugal – “Made in
cada vez mais sólido. Exemplo desta aposta é
Portugal” – é exportada principalmente para a
a parceria de inovação com a Universidade do
Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Turquia.
Minho, em Braga. A primeira fase desta parceria
teve um investimento de 19 milhões de euros Nos próximos anos, a Bosch prevê um desen-
e resultou em 12 novas patentes submetidas. volvimento positivo do negócio, contribuindo
A segunda fase, denominada de “Innovative assim para a criação de emprego e o cresci-
Car HMI”, começou este ano e prevê um inves- mento da economia regional e nacional.
timento de cerca de 55 milhões de euros, até
2018, no desenvolvimento de soluções que vão www.bosch.pt
18 DESTAQUE Portugalglobal nº87
CONTINENTAL MABOR
Uma forte aposta na exportação
A exportar mais de 97 por cento da sua produção para 65
países diferentes, a Continental Mabor aposta constantemente
na inovação e na qualidade dos seus produtos. Os principais
mercados de exportação desta empresa de pneus são Alemanha,
França e Espanha.
Em Portugal desde 1989, a Continental Mabor gama. Além disso, aposta constantemente na
é o resultado de uma joint-venture entre a ale- qualidade dos seus colaboradores para garan-
mã Continental AG (60 por cento) e a Mabor tir a excelência dos produtos que disponibiliza.
(40 por cento), sendo detida na íntegra pela
Continental AG – um dos cinco maiores for- Atualmente com 1.794 colaboradores, a Con-
necedores mundiais da indústria automóvel – tinental Mabor conta com instalações moder-
desde 1993. Localizada em Lousada, Vila Nova nas, fruto dos diferentes projetos de reestrutu-
de Famalicão, a Continental Mabor dedica-se ração e expansão que mereceram o apoio do
ao fabrico de pneus para viaturas de passagei- Estado português e da Comissão Europeia.
ros e aposta nos produtos de alta performance.
A estratégia de investimento da empresa
A Continental Mabor tem como principal ob- centra-se na produção de produtos com mais
jetivo ser reconhecida pela sua qualidade, efi- complexidade, como os pneus de alta perfor-
ciência, flexibilidade e inovação, de modo a mance e ultra ultra alta performance: UHP e
alcançar a total confiança dos seus clientes nos UUHP, e os tradicionais pneus para SUV (Sport
seus serviços e produtos de tecnologia topo de Utility Vehicles).
maio 2016 DESTAQUE 19
A inovação é também aposta da empresa, que retos, bem como uma movimentação na eco-
tem investido na instalação em Portugal de nomia”, afirma Pedro Carreira, presidente do
Centros de Desenvolvimento em Tecnologias Conselho de Administração da empresa.
de Informação e Pesquisa e Desenvolvimento.
A estratégia de internacionalização da Conti-
Estes investimentos permitiram aumentar o nental Mabor é definida pela Continental AG,
casa-mãe da empresa em Hanôver, uma vez
número de postos de trabalho no país, no-
que o mercado português não tem dimensão
meadamente através da criação de um polo de
para a sua produção. Assim, a empresa expor-
criatividade em Portugal e do reconhecimento
ta mais de 97 por cento da sua produção.
da capacidade técnica dos seus colaboradores.
A Europa é o mercado predominante dos pro-
“Sendo o setor automóvel muito significativo dutos da Continental Mabor, com destaque
em Portugal, como se pode verificar pela quan- para a Alemanha, França e Espanha. Ainda que
em menor volume, a empresa envia também
os seus pneus para os Estados Unidos, Holan-
“A Europa é o mercado da, Reino Unido e Bélgica. De realçar que em
predominante dos produtos 2015 exportou para 65 países.
da Continental Mabor, com
A internacionalização das empresas no setor
destaque para a Alemanha,
automóvel é, hoje em dia, vital para toda a
França e Espanha.” indústria, pelo que as empresas fornecedoras,
por questões de sobrevivência, devem apostar
sempre na exportação para diversos mercados
tidade de empresas que o envolvem, todos os
e preparar a sua internacionalização antecipa-
investimentos são considerados uma mais-va-
damente, de modo a evitar uma crise súbita,
lia, especialmente se considerarmos que nos
refere ainda Pedro Carreira, explicando que o
últimos anos se assistiu a um desinvestimento
risco de ser um “player” no mercado global é
gradual. Com efeito, alguns construtores de
demasiado elevado e os construtores de viatu-
automóveis estão a desaparecer do mercado
ras mudam rapidamente de estratégia.
e o impacto na região e no país é muito gran-
de. Por isso, os investimentos significam um
aumento dos postos de trabalho diretos e indi- www.continental-pneus.pt
20 DESTAQUE Portugalglobal nº87
FAURECIA
Um crescimento sólido em Portugal
Presente em Portugal desde 1951, a Faurecia emprega quatro mil
pessoas nas suas seis fábricas no nosso país. Atualmente exporta
mais de 90 por cento da sua produção.
A Faurecia Portugal, que faz parte da multina- logias de controlo de emissões, na fábrica de
cional francesa Faurecia, fornece diversas mar- Bragança; e os sistemas de interior, na fábrica
cas reconhecidas como a Mercedes, Jaguar, de Palmela.
Land Rover, Skoda, Daimler, RSA, PSA Peu-
geot-Citroën, General Motors, Renault-Nissan, No ano de 2015, as fábricas da empresa em
Volkswagen, Citroën e Seat. Portugal totalizaram uma faturação de mais de
967 milhões de euros (não incluindo joint-ven-
As suas principais áreas de negócio são a pro- tures), registando um aumento de 46 por cen-
dução de assentos de automóveis nas duas to em relação a 2014. Este volume de vendas
fábricas de São João da Madeira, na fábrica representa 4,7 por cento das vendas do grupo
de Nelas e na fábrica de Vouzela; as tecno- em todo o mundo.
maio 2016 DESTAQUE 21
TOMÁS
MOREIRA
Presidente da AFIA -
Associação de Fabricantes
para a Indústria Automóvel
“Indústria
automóvel é
muito forte e
tem um peso
importantíssimo
na economia”
A promoção do crescimento, da competitividade e da internacionalização da indústria
automóvel de Portugal é missão principal da AFIA - Associação de Fabricantes para a
Indústria Automóvel, que, juntamente com a ACAP, foi promotora e impulsionadora do
MOBINOV, a associação do cluster do setor recentemente constituída.
A indústria de componentes automóveis agrega cerca de 200 empresas, que
asseguram 42 mil empregos diretos e vendas que terão ascendido a 8 mil
milhões de euros em 2015, o que demonstra o peso e a importância de um setor
fortemente exportador, com impacto relevante na economia nacional.
Tomás Moreira, presidente da AFIA, aponta, em entrevista, os desafios que se
colocam ao setor, mostrando-se otimista quanto ao crescimento de uma indústria
que afirma ter já uma massa crítica significativa.
maio 2016 ENTREVISTA 25
Uma das prioridades do Conselho Diretor da milhões de euros, o que – para situar o valor –
AFIA para os próximos dois anos será a or- é muito mais do que as exportações de calçado
ganização e dinamização da MOBINOV, em e vestuário somadas.
cuja gestão se propõe assumir um papel ativo
em conjunto com outras entidades do setor.
A cooperação, no âmbito do Cluster, com a “Em todos os mercados há
ACAP, com os construtores de automóveis neste momento potencial
instalados em Portugal e com uma série de
para crescimento [das
Entidades do Sistema Científico e Tecnológico
Nacional permite perspetivar um importante exportações], desde que
salto qualitativo em termos de coordenação de a envolvente económica
esforços e promoção do setor. em Portugal o permita e
as empresas saibam tirar
Pode traduzir, em números, a importân-
o maior partido das suas
cia indústria de componentes automó-
veis em Portugal?
capacidades.”
A indústria automóvel em Portugal é muito
forte e tem um peso importantíssimo no em-
Quais os principais fatores de competiti-
prego e no PIB nacionais. É constituída por três
vidade das empresas do setor, designada-
áreas de atividade complementares, todas elas
mente as de componentes?
de dimensão muito significativa: fabrico de
moldes, fabrico de componentes e fabrico de A significativa dimensão do mercado ibérico,
viaturas automóveis. onde se produzem cerca de três milhões de
veículos por ano (Espanha é o segundo maior
Dentro desta indústria, o setor de fabrico de produtor europeu de automóveis) permite às
componentes tem claramente o maior peso, empresas aceder a um importante mercado re-
sendo constituído por umas 200 empresas gional com vantagens logísticas.
representando 42.000 postos de trabalho di-
retos, com um volume de negócios agregado Comparando-nos com os nossos concorren-
(não consolidado) de cerca de oito mil milhões tes situados na Europa, Portugal tem vindo a
de euros, e um volume de exportação que esti- melhorar a relação entre os níveis salariais e as
mamos poderá em 2016 ultrapassar os sete mil competências dos colaboradores, o que, alia-
do a uma maior flexibilidade das leis laborais,
nos tem permitido voltar a concorrer contra
os países do Leste europeu, que durante mui-
tos anos foram competidores imbatíveis para
as nossas empresas e na captação de investi-
mento internacional.
Organização Patrocínio
30 MERCADOS Portugalglobal nº87
CHILE
O Chile apresenta uma economia estável e competitiva, sendo uma das mais sólidas
da América Latina.
A presença de três dezenas de empresas portuguesas, de diversos setores de atividade,
no Chile confirma o potencial deste mercado em termos de negócios e permite
perspetivar, no futuro, um incremento do relacionamento económico bilateral.
A importância do Chile é tanto maior se encarado como uma plataforma de
negócios para terceiros mercados.
maio 2016 MERCADOS 31
mentos; Convenção sobre Segurança Por outro lado, existem oportunida- a Delegação da AICEP em Santiago
Social; Memorando de Entendimento des para criar redes de negócios que do Chile promovam articuladamente
sobre Cooperação em Matéria Ener- incluam empresas portuguesas, so- ações de networking, com um ca-
gética; Roteiro Estratégico para o De- bretudo a nível de consórcios e coo- rácter semi-informal, de modo a criar
senvolvimento das Relações Bilaterais. uma comunidade de negócios portu-
guesa no Chile, incluindo igualmente
A proximidade histórica e cultural en- “No domínio da quadros portugueses.
tre os dois povos e a afinidade política cooperação existem
e diplomática, extendem-se também Algumas das empresas portuguesas
possibilidades desta presentes no Chile estão entre as
ao domínio multilateral, como seja no
contexto da União Europeia (sendo o ser aprofundada, mais inovadoras à escala mundial no
Chile o único país sul-americano com nomeadamente nas seu setor de actividade, de que são
um Acordo de Associação com a UE, áreas da cultura, um bom exemplo o Grupo Sugal e
o Grupo Sogrape. Neste contexto, é
que integra três pilares: diálogo políti- energia e eficiência
co, cooperação e comercial); da Alian- nossa intenção manter e intensificar a
energética, ambiente, excelente relação política e económica
ça do Pacífico (zona de integração co-
ciência e tecnologia, com o Chile a todos os níveis, para ex-
-fundada pelo Chile em 2011, conjun-
tamente com a Colômbia, México e defesa, cooperação plorar oportunidades de cooperação
Peru, que poderá ser uma plataforma triangular e turismo.” em diferentes âmbitos, enquadradas
para outros mercados, com foco na no Roteiro Estratégico para o Desen-
zona Ásia-Pacífico, e da qual Portugal volvimento das Relações Bilaterais.
é país Observador) e do Banco Euro- peração, incluindo as que já se encon-
peu de Investimentos (Acordo com o tram instaladas no país (cerca de 30). Não posso deixar de sublinhar tam-
Chile em vigor desde 2011). Tem sido tradição que a Embaixada e bém o excelente relacionamento na
área cultural, materializado pelas ati-
vidades do Leitorado do Camões/I.P.,
que executa anualmente um notável
programa de eventos culturais, com o
apoio desta Embaixada. A Língua Por-
tuguesa é estudada em duas universi-
dades chilenas, com especial destaque
para a Universidade de Santiago do
Chile, onde em breve será inaugurado
um Centro de Língua Portuguesa, que
contribuirá para reforçar o interesse
e aposta do Chile no português, que
poderá ser importante para o país, até
a nível económico, nomeadamente na
vertente Portugal/Chile, Brasil/África.
embportugal.chile@mne.pt
maio 2016 MERCADOS 33
(de alta velocidade) e de redes sociais, o ou multilateral com 64 países em quatro mundiais. Este espaço de 217 milhões
que tem vindo a aumentar os níveis do continentes. Isto permite-lhe ter acesso de pessoas, do qual Portugal é país
comércio eletrónico no país, que espera preferencial a cerca de 4.372 milhões de observador, abre várias oportunidades
movimentar 3.300 milhões de dólares potenciais consumidores, ou seja, a 64 de negócio com significativo potencial,
este ano, com picos de compras nos por cento da população mundial e a 88 como são as infraestruturas, portos,
chamados “Cyber Monday”, sendo o por cento do PIB mundial, destinatários energia, TIC e turismo.
setor económico que mais cresce, mes- para onde canaliza quase 94 por cento
mo em tempos de ajustes, incluindo as das suas exportações. O Chile foi durante muitos anos o úni-
compras a partir de dispositivos móveis. co país sul-americano com um Acordo
de Associação com a UE (isenção de
Outras tendências de mercado pren- direitos aduaneiros para a totalidade
“O Chile, com
dem-se com uma crescente busca de dos produtos com origem certificada
17,8 milhões de europeia), o que potenciou uma rela-
informação sobre os bens e serviços a
consumir, apetência para o consumo consumidores, é um ção sólida e crescente com bloco euro-
de produtos “inovadores”, “sustentá- mercado moderno, peu, sendo a UE o 2º principal parceiro
veis/ecológicos”, “orgânicos”, saudá- atrativo, dinâmico comercial do Chile, depois da China, e
veis” e “premium”, com qualidade, va- e competitivo, com também o principal investidor no país.
lor acrescentado e “a um bom preço”.
uma classe média com
Nota-se igualmente um crescente fluxo Relacionamento
de turistas sul-americanos, sobretudo
poder de compra e com Portugal
argentinos e brasileiros, que visitam o acesso facilitado ao O Chile é o 4º parceiro comercial de Por-
Chile para fazer compras, porque en- crédito, que aumentou tugal na América Latina (depois do Bra-
contram preços até 70 por cento me- os seus níveis de sil, México e Venezuela), sendo o saldo
nores em determinadas categorias e exigência e sofisticação da balança comercial bilateral tradicio-
uma maior variedade de oferta. nalmente favorável ao nosso país.
nos últimos anos.”
No entanto, o mercado chileno não deve O número de empresas portuguesas
ser encarado como um objetivo estra- exportadoras de bens para este país
tégico único, mas também como uma Em abril de 2011, o Chile conjunta-
tem vindo a crescer (380 em 2014) e
plataforma para terceiros mercados, já mente com a Colômbia, México e Peru a diversificar a sua oferta, que vai des-
que o país tem provavelmente a maior constituíram a “Aliança do Pacífico”, de a rolha de cortiça, esquentadores,
rede de acordos comerciais do mundo, iniciativa de integração económica e papel de escritório, banheiras, automó-
com 25 tratados de Livre Comércio, en- comercial regional que se propõe ser veis comerciais ligeiros, até bens “fora
tre outros, subscritos de forma bilateral um acesso privilegiado aos mercados do comum”, como são os veículos de
combate a incêndios da marca “Jacin-
to”, adquiridos por várias corporações
de bombeiros do Chile.
no, o país tem outros desafios estratégi- de 48 mil milhões de dólares; uma nova
cos para assegurar um nível de desen- política energética, preconizada através
volvimento sustentado. Nesse sentido, da “Agenda de Energia”; a diversifica-
o Chile é um mercado que apresenta ção da sua matriz produtiva e aumento
oportunidades para as empresas por- de competitividade, consubstanciados
tuguesas, devido à necessidade de na “Agenda de Produtividade, Inovação
reativação do crescimento económi- e Crescimento Económico” e atração
co a curto-médio prazo e às medidas de Investimento Tecnológico e Centros
anunciadas nesse sentido, que englo- de Excelência Internacional de I&D; e
bam, entre outras: uma nova carteira uma renovada aposta no empreende-
de obras e concessões de infraestrutura dorismo, de que é exemplo o bem-su-
pública (rodoviárias, aeroportuárias, de cedido Programa Start-Up Chile.
edificação e equipamento, transporte,
recursos hídricos, entre outros) para o Regularmente é feita uma monitoriza-
período 2014-2021 e que contempla ção sobre questões de acesso ao mer-
investimentos público-privados de cerca cado, a partir de um trabalho conjun-
to entre a Embaixada de Portugal e a
Delegação da UE no Chile, sendo que
ainda persistem algumas dificuldades
OPORTUNIDADES
que constituem, em nossa opinião, bar-
DE NEGÓCIO reiras de acesso ao mercado chileno,
• Setor Vitivinícola e Agroindustrial: nomeadamente: problemas enfrenta-
rolha de cortiça, equipamentos, dos por empresas estrangeiras para par-
embalagem e própria produção ticiparem em concursos de obras públi-
de vinho, frutas, legumes, azeite, cas; certificação de produtos elétricos
salmão, entre outros. e combustíveis; certificação de cabos
elétricos (nova Normativa 4); produtos
• Energia e Ambiente: produção farmacêuticos e cosméticos (requeri-
e transmissão de eletricidade mentos locais); nova legislação de rotu- Relativamente ao investimento de
(incluindo energias renováveis); lagem de bens alimentares (composição Portugal no Chile, este tem vindo a
eficiência energética; água e sa- aumentar nos últimos anos, com cer-
neamento, resíduos e reciclagem. ca de 30 empresas instaladas no país,
• Bens de Equipamento: máqui- “O mercado chileno que desenvolvem a sua atividade
nas, aparelhos e componentes não deve ser encarado em diversos domínios, com especial
para a indústria mineira, flores- destaque para o setor agroindustrial,
como um objetivo
tal, pesqueira, entre outras. onde se concentra o maior valor de
estratégico único, investimento, liderados pelos gru-
• Bens de Consumo: alimentos mas também como pos Sugal e Sogrape. Outros setores
(incl. alimentos funcionais),
uma plataforma para onde existe investimento português
moda (calçado, vestuário),
têxteis-lar, entre outros. terceiros mercados, são a rolha de cortiça (as primeiras
já que o país tem empresas a chegar ao país foram a
• Construção/Infraestruturas: Corticeira Amorim, a Álvaro Coelho
serviços, maquinaria, equipa-
provavelmente a
e Irmão e a Alberto J. Tavares), a en-
mentos e materiais. maior rede de acordos genharia (Procesl/Grupo Quadrante),
• Concessões: autoestradas,
comerciais do mundo.” construção (Mota-Engil, CJR Wind),
aeroportos, portos, edificação energia (Efacec, Martifer Solar), bem
pública e transporte sustentável. como 40 representações comerciais,
nutricional dos alimentos e a sua publi- incluindo turismo, de que é exemplo
• Compras Públicas. cidade); proposta de nova legislação de a TAP Portugal.
• Serviços: turismo, saúde, bio- rotulagem de bebidas alcoólicas; habili-
tecnologia, consultoria, TIC e tação de exportação para produtos de Algumas destas empresas estabelece-
eletrónica, telecomunicações, origem animal e vegetal destinados ao ram primeiro uma base de internacio-
entre outros. consumo e não-consumo humano (al- nalização regional no Chile e a partir
guns bens ainda em negociação). deste país começaram a abordar outros
maio 2016 MERCADOS 37
GRUPO QUADRANTE
APOSTA SEGURA NO CHILE
O Grupo QUADRANTE tem em curso vários projetos no Chile, onde está presente,
desde 2012, com resultados positivos. A empresa portuguesa de consultoria em
engenharia afirma tratar-se de um mercado onde os contratos são cumpridos e os
planos de investimento são credíveis.
O Grupo QUADRANTE desenvolve opera: edifícios, indústria, transportes muito moroso o processo de entrada no
consultoria em engenharia nas áreas e ambiente. “Os resultados têm sido mercado público. É assim fundamental
de transportes, infraestruturas ambien- positivos”, afirma a mesma fonte. selecionar parceiros locais que permi-
tais, indústria, ambiente e edifícios, a tam um melhor enquadramento junto
nível global. A proposta de valor do dos vários atores. O trabalho realizado
Grupo assenta na prestação de serviços “O Chile tem como e já implementado é também um fator
de engenharia para infraestruturas de grande vantagem crítico, pelo que o tempo acaba por ser
complexidade elevada, multidisciplina- uma variável muito importante”.
ser um país formal,
res, localizados em qualquer parte do
mundo, nos quais a flexibilidade, capa-
onde a palavra conta, Por outro lado, aponta o presidente
cidade de adaptação às condicionantes os contratos são do Grupo QUADRANTE, o Chile tem
e velocidade de entrega (speed of de- cumpridos e os planos como grande vantagem ser “um país
livery) sejam fatores relevantes. de investimento são formal, onde a palavra conta, os con-
tratos são cumpridos e os planos de
credíveis e vão sendo
A ida do Grupo para o Chile resultou de investimento são credíveis e vão sen-
implementados.” do implementados”. Mas, para isso,
um convite de um cliente antigo. Este
cliente, um investidor em mini-hídricas, é fundamental que as empresas de
de origem austríaca, decidiu investir no consultoria cumpram os seus compro-
Sobre a atratividade do mercado para
Chile em centrais mini-hídricas, tendo missos contratuais de forma rigorosa
as empresas portuguesas, Nuno Costa
selecionado a PROCESL, empresa do em termos de qualidade do trabalho
afirma: “O Chile é um mercado que, no
Grupo QUADRANTE, para a elaboração e de respeito pelos prazos, conclui o
setor em que o Grupo atua, o da consul-
de todos os estudos técnicos, prepa- mesmo responsável.
tadoria de engenharia, é bastante con-
ração de licenciamentos e projetos de servador, existindo algumas barreiras à
construção, relata o presidente do Con- entrada de novos ‘players’, o que torna www.quadrante-engenharia.pt
selho de Administração da QUADRAN-
TE, Nuno Costa, acrescentando que,
nesse contexto, o Grupo criou uma su- PROJETOS EM CURSO - PROCESL CHILE
cursal no Chile e deslocou uma equipa
de projeto para o local em 2012.
Projecto de execução
de uma central
hidroeléctrica
localizada no rio
Maullin.
Estudo conceptual
de duas
pequenas centrais
hidroeléctricas de fio
de água.
Projecto base e
de detalhe de um
sistema adutor
de transporte de
água potável, entre
Coquimbo e Ovalle.
Estudo conceptual
da instalação de uma
central hidroeléctrica
num canal de rega
existente.
Projecto base e de
execução de uma
PCH com 3.5 MW.
40 MERCADOS Portugalglobal nº87
SOGRAPE
COMBINAR O TERROIR CHILENO
COM O SABER PORTUGUÊS
A Sogrape encontrou no Chile as condições favoráveis para se instalar e expandir
a sua atividade. Neste país desde 2008, o Grupo de vinhos português exportou
recentemente a casta Touriga Nacional para aquele mercado, onde espera
continuar a crescer, beneficiando do reconhecimento internacional de que gozam
os vinhos chilenos.
No quadro do plano de internacionali- dos Andes, cujos solos excecionais divulgação de um trabalho cuidado-
zação da sua atividade, a Sogrape ad- reúnem condições únicas para a ob- samente realizado. “Com uma nova
quiriu no Chile, em 2008, a Viña Los tenção de uvas de grande qualidade e gestão e clara aposta na qualidade
Boldos, uma empresa fundada 17 anos a produção de vinhos topo de gama. dos vinhos, o relançamento de Los
antes e seis décadas depois da planta- Boldos funde o ‘terroir’ chileno com
ção das primeiras vinhas no vale de Ca- Porque o setor do vinho é assim mes- o enorme ‘know-how’ do Grupo por-
chapoal Andes, a sul de Santiago. mo, e todos os projetos levam tempo, tuguês que se empenhou em estudar
hoje, quase 10 anos depois da sua devidamente os solos únicos do vale,
Cachapoal Andes é um vale muito chegada, a Sogrape está finalmente replantar vinhas, construir uma nova
exclusivo debruado pela cordilheira em condições de apostar em força na adega e reunir uma equipa local capaz
maio 2016 MERCADOS 41
“Recentemente foi
exportada para o
Chile uma seleção
de Touriga Nacional,
casta portuguesa
emblemática, pela
primeira vez plantada
no país, e que reforça
a fusão de culturas
que estão na base
do relançamento
estratégico de Los
Boldos.”
RELACIONAMENTO COMERCIAL
PORTUGAL – CHILE
O Chile tem um peso reduzido no contexto do comércio externo português, mas o
saldo da balança comercial é tradicionalmente favorável ao nosso país.
Em 2015, o país posicionou-se como em três grupos de produtos – madeira (mais 8,1 por cento face ao ano an-
44º cliente de Portugal (manteve a e cortiça, máquinas e aparelhos e metais terior). No entanto, no período de
posição do ano anterior), absorvendo comuns – que, em conjunto, representa- janeiro/março deste ano, registou-se
0,21 por cento do total das exporta- ram 64,2 por cento do total exportado uma alteração na estrutura das expor-
ções portuguesas, e como 66º forne- em 2015. Dos restantes grupos de pro- tações portuguesas para o Chile, com
cedor, representando 0,07 por cento dutos, cabe destacar as pastas celulósi- o grupo das máquinas e aparelhos a
das importações. cas e papel, as matérias têxteis e os plás- surgir no primeiro lugar, registando
ticos e borracha. À exceção das pastas um crescimento de 4,3 por cento face
O saldo da balança comercial bilateral celulósicas e papel e das matérias têx- aos meses homólogos do ano ante-
é tradicionalmente favorável a Portu- teis, todos estes grupos produtos tive- rior, e o da madeira e cortiça a sofrer
gal, tendo-se verificado um excedente ram uma evolução positiva face a 2014, uma quebra de 19,5 por cento no pe-
de 63,9 milhões de euros em 2015, a com destaque para os metais comuns. ríodo considerado.
que correspondeu um coeficiente de Relativamente à madeira e cortiça,
cobertura das importações pelas ex- No que se refere às compras portugue-
portações de 262,9 por cento. sas de produtos chilenos, assinala-se o
elevado nível de concentração no gru-
Segundo dados do Instituto Nacional
“O saldo da balança
po de produtos agrícolas, que repre-
de Estatística (INE), verifica-se que ao comercial bilateral sentaram 93,3 por cento das impor-
longo do período 2011-2015 as expor- é tradicionalmente tações em 2015. Este grupo é forma-
tações portuguesas para o Chile regis- favorável a Portugal, do por uma diversidade de produtos,
taram uma taxa de crescimento médio tendo-se verificado nomeadamente uvas frescas ou secas,
anual de 7 por cento. O maior valor outras frutas frescas, outras frutas de
um excedente de 63,9
do período foi alcançado em 2015, casca rija, frescas ou secas, maçãs, pe-
quando as exportações atingiram um
milhões de euros ras e marmelos, frescos, filetes e outra
montante de 103,1 milhões de euros. em 2015.” carne de peixe, frescos, refrigerados ou
Já nos três primeiros meses deste ano congelados, entre outros.
verifica-se um crescimento de 26,5 por
cento face a período idêntico de 2015. principal grupo das exportações por- O INE registou 380 empresas portu-
tuguesas para o Chile, este tem ocu- guesas exportadoras a operar com
No que se refere à composição das ex- pado o primeiro lugar do ranking, este mercado em 2014 (últimos dados
portações portuguesas para o Chile, tendo, em 2015, sido responsável por disponíveis), quando em 2010 tinham
verifica-se uma elevada concentração 25,6 por cento das exportações totais sido contabilizadas 197.
Chile em ficha
Área: 756.946 km2 del Mar, Concepción, Talcahuano, Temuco,
Valdivia, Puerto Montt e Punta Arenas.
População: 17,8 milhões de habitantes (2014)
Religião: Não há religião oficial, mas a maioria
Densidade populacional: 23,5 hab./km2 da população professa o cristianismo (66,7%
(estimativa 2014) é católica romana e 16,4% evangélica).
Outras cidades importantes: Iquique, Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU),
Antofagasta, La Serena, Valparaíso, Viña COSEC
Endereços úteis
RARI
EXPANSÃO PARA NOVAS
GEOGRAFIAS
A RARI é uma empresa familiar do setor metalomecânico,
especializada em sistemas de transporte para a indústria
automóvel e na transformação de metais para a indústria. Além
de Portugal, a empresa sediada na Moita tem também escritórios
na Alemanha, Espanha e Reino Unido, sendo seu objetivo alargar
a sua presença a outras geografias.
Fundada em 1988 e detida pela R&C Holding tes e de projetos, desenvolvimento de produto,
da família Ramos e Caçador, a RARI conta com engenharia, produção e compras.
28 anos de experiência na indústria metalome-
cânica e mais de 15 anos de experiência como No que respeita ao seu processo de internacio-
fornecedores de sistemas de transporte para a nalização, fonte da empresa adianta que, “fru-
indústria automóvel. to do bom trabalho realizado no nosso país”,
a RARI decidiu apostar na sua expansão euro-
Especializada em gestão e implementação de peia, tendo realizado projetos para a Volkswa-
projetos chave-na-mão, trabalhando-os des- gen e para a Opel em Espanha, para a BMW na
de a sua fase de conceção, consultoria, pro- Alemanha e no Reino Unido e para a Audi na
dução e manutenção, a RARI opera em dois Alemanha. A RARI tem escritórios de serviços
segmentos de negócio: AUTO – Sistemas de
de gestão de clientes e de projetos e compras
transporte para a indústria automóvel, em es-
pecial na chaparia e montagem final, e TECH
– Engenharia e transformação de metais para
“No âmbito da sua
a indústria, em série ou pequenos lotes. A em-
presa tem ainda apostado, nos últimos anos,
estratégia de expansão
no setor da energia solar com a implemen- na Europa, a RARI está a
tação de estruturas metálicas para parques desenvolver um projeto
de painéis fotovoltaicos e tem também um no mercado sueco para
segmento de negócio denominado de “má- a Scania. O plano passa
quinas especiais”, onde inclui equipamentos
também por reforçar a
tais como a máquina de polir segmentos, com
tecnologia patenteada pela própria empresa.
carteira de clientes no
segmento automóvel
Atualmente com cerca de 200 trabalhadores, a no Reino Unido e na
RARI tem em Portugal seis áreas de produção Alemanha.”
para trabalhos de corte e quinagem, maqui-
nação, pintura, construção soldada de mate-
riais ferrosos, construção soldada de aço inox na Alemanha (atualmente em Karlshuld) desde
e alumínio, montagem final e expedição. Nos 2012, estando também presente em Madrid,
serviços, a empresa aposta na gestão de clien- Espanha, com a “R&C España”, desde 2014, e
maio 2016 EMPRESAS 45
www.rari.eu
geral@rari.eu
46 EMPRESAS Portugalglobal nº87
SCIENCE4YOU
A construção do sucesso dentro
e além-fronteiras
Em apenas oito anos, a Science4you passou de startup promissora a empresa de
sucesso com presença em 27 mercados internacionais. Fruto do empreendedorismo
do seu fundador, a empresa portuguesa desenvolve e comercializa uma gama de
300 brinquedos educativos e científicos, apostando em paralelo na dinamização de
festas de aniversário, campos de férias e animação científica.
presa começou a vender em Espanha, embora uma dimensão mais local que torna os produtos
a marca apenas tenha adquirido maior expres- mais familiares e próximos dos consumidores.
são naquele país dois anos mais tarde.
Em termos de internacionalização, o mercado
A empresa procurou ainda perpetuar a relação europeu continua a ser prioritário para a Scien-
com a Faculdade de Ciências da Universidade ce4you, com foco em Portugal, Espanha e Reino
de Lisboa (FCUL), local onde ainda se encon- Unido. De outros países relevantes, destacam-se
tram os escritórios principais da empresa. ainda Itália, França, Finlândia e Polónia. O obje-
tivo da empresa é ser uma das três maiores mar-
Atualmente, oito anos e muito trabalho pas- cas de brinquedos no espaço ibérico e alargar as
sados, e com mais de 200 colaboradores, a suas vendas a todo o mundo.
Science4you, já sem o estatuto de startup mas
de empresa, oferece mais de 300 brinquedos e Nesse sentido, refere Miguel Pina Martins, a
marca presença em mais de 27 mercados inter- empresa está a desenvolver alguns projetos na
nacionais. Só em 2015, a Science4you registou área do licenciamento visando chegar, a nível
vendas acima dos 11 milhões de euros em todos internacional, a mais mercados. “O objetivo
internacional passará sempre por cimentar a
nossa presença no mercado onde os brinque-
dos da Science4you já são comercializados e
“Em termos de alcançar novos mercados”, afirma o fundador
internacionalização, o da empresa portuguesa.
mercado europeu continua
a ser prioritário para a Além da certificação dos brinquedos pelas ins-
tituições de ensino referidas, o responsável cha-
Science4you, com foco em
ma ainda a atenção para outras características
Portugal, Espanha e Reino
diferenciadoras dos produtos da Science4you,
Unido. O objetivo da empresa como sejam as parcerias com museus de ciência
é ser uma das três maiores em todo o país, que garantem vales de entrada
marcas de brinquedos no no valor de 100 euros em qualquer brinquedo
espaço ibérico e alargar as adquirido, e o livro educativo que acompanha
suas vendas a todo o mundo.” todos os brinquedos, com informação científica
adequada às métricas curriculares das crianças.
AS MULTILATERAIS
UM MERCADO DE OPORTUNIDADES
>POR INÊS JÁCOME, AICEP (GRUPO DE TRABALHO DAS MULTILATERAIS AICEP – GPEARI)
Concentremo-nos nas multilaterais em dades de negócio, em regra, associadas Como potenciais vantagens destes
que Portugal participa e que promovem a concursos e licitações internacionais. instrumentos refira-se:
diretamente as potenciais oportunida- •
A possibilidade de financiamento
des nos Países em Desenvolvimento: Em causa o fornecimento de bens, em condições e situações não acei-
obras ou serviços, para a própria multi- tes pela banca comercial;
• Grupo Banco Mundial
lateral e para projetos financiados por
• Grupo Banco Interamericano •
Condições flexíveis e ajustadas ao
esta a terceiros e por eles promovidos.
de Desenvolvimento mercado/setor, por ex. maturidades
mais longas;
• Banco de Desenvolvimento Como principais benefícios deste pro-
curement, aponta-se: • A mais-valia de associação do proje-
da América Latina
to à reputação da multilateral;
• Banco Africano de Desenvolvimento •R
egras preestabelecidas,
• O suporte da multilateral na monta-
• Banco Asiático de Desenvolvimento harmonizadas e de acordo com
gem financeira e na implementação
práticas standard; do projeto;
• Banco Asiático de Investimento
em Infraestrutura • P rocessos de adjudicação e • A partilha e minimização de riscos.
• Banco Europeu para a Reconstrução contratação abertos, competitivos,
transparentes e objeto de De facto, o mercado das multilaterais é
e o Desenvolvimento
supervisão pela multilateral; competitivo, concorrencial e exigente,
• Grupo Banco Europeu requerendo capacidade financeira, téc-
de Investimentos •R
edução do risco de não nica e recursos. Porém, é indiscutível o
• União Europeia (Cooperação e De- cumprimento por parte da entidade seu enorme potencial para a prossecu-
senvolvimento) adjudicatária; ção de estratégias de expansão susten-
• Nações Unidas • F inanciamento garantido por táveis nos Países em Desenvolvimento.
entidade com posicionamento
Reconhecendo a relevância de dar a
O crescimento económico continuará supranacional.
conhecer o “Retorno para a economia
a ser tendencialmente positivo e mais
nacional da participação de Portugal
elevado nestas geografias. Muitos dos Para promover o setor privado, as mul-
nas multilaterais”, o Grupo de Trabalho
projetos nestes países têm ou poderão tilaterais disponibilizam instrumentos das Multilaterais, uma parceria AICEP e
vir a ter o suporte de multilaterais. financeiros às empresas, incluindo GPEARI - Ministério das Finanças, pu-
empréstimos, garantias e equity. Estes blica pela primeira vez esta análise.
Estas organizações têm uma atuação são concedidos diretamente (investi-
muito dirigida ao setor público e à coo- mentos de maior dimensão) ou atra- Contacte-nos!
peração. Tal origina múltiplas oportuni- vés de intermediários. gt.multilaterais@portugalglobal.pt
maio 2016 MULTILATERAIS 49
lhões de dólares. 87 60 66
55
Considerando o mesmo horizonte temporal, a 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
União Europeia/EuropeAid é a instituição que
apresenta um maior peso no valor dos contra- VALOR DOS CONTRATOS ADJUDICADOS A EMPRESAS
tos ganhos (527 milhões de dólares), seguida PORTUGUESAS POR INSTITUIÇÃO (MILHÕES USD), 2007-2014
do BAfD - Banco Africano de Desenvolvimento
UE/Europe Aid 527
(327 milhões de dólares) e do Banco Mundial
(237 milhões de dólares).
Em 2014 observou-se uma maior diversifica- 10 EMPRESAS COM MAIOR VALOR DE CONTRATOS GANHOS,
ção geográfica, uma vez que, dos 39 contratos 2007-2014 (MILHÕES USD)
obtidos, 14 diziam respeito a projetos fora do
Mota Engil 302
espaço da CPLP, designadamente no Burquina
Efacec 145
Faso, Uganda, Mali e Jamaica.
Gabriel Couto 78
Conduril 70
As empresas com maior valor de contratos Zagope 64
ganhos pertencem essencialmente aos setores MSF Engenharia 61
da construção e energia. Nos últimos três anos Monte Adriano 59
(2012-2014) há a registar a entrada de 63 no- CME 57
vas entidades neste mercado, 34 empresas e Elevolution - Engenharia 45
29 consultores individuais. Rodrigues e Camacho 40
Outras 269
Na perspetiva do número de contratos ganhos, e
para além das empresas de construção e energia,
destacam-se também as empresas de consultoria.
12 EMPRESAS COM MAIOR NÚMERO
DE CONTRATOS GANHOS, 2007-2014
No período 2007-2014, por cada euro despen-
dido pelo Estado português em participações Ceso 15
e contribuições para as multilaterais, obteve- Efacec 13
-se um retorno para a economia nacional de CTEL - Cª Tecnologias 10
1,9 euros, decorrente do valor dos contratos Mota Engil 10
ganhos por empresas e consultores portugueses. Rodrigues e Camacho 7
CME 6
Em 2014 o retorno atingiu os 3,5 euros, o que COBA 6
corresponde ao valor mais elevado da série. Europress 6
Este valor é explicado, por um lado, pelo ele- Baptista e Costa 5
vado volume de contratos ganhos e, por ou- Consulgal 5
tro, pela tendência decrescente do montante Estereofoto 5
de contribuições. TPF Planege 5
maio 2016 MULTILATERAIS 51
Latina – 50 milhões de dólares (CAF). 2009 2010 2011 2012 2013 2014
52 NOTÍCIAS AICEP Portugalglobal nº87
notícias
operar no terreno.
Seminário
de apresentação
do mercado
do Uzbequistão
AICEP
A AICEP organizou uma sessão de
apresentação do mercado do Uzbe-
quistão. A iniciativa surgiu do interesse
manifestado pela Câmara de Comércio
e Indústria do Uzbequistão, através do
seu representante em Portugal.
a quatro semanas, com vista a desen- mailoglu, que apresentou às empresas nhos nacionais no mercado dinamar-
volver bases de relacionamento para portuguesas os projetos de infraestru- quês, na Admiral Gjeddesd.
futura relação comercial ou de investi- turas e transportes previstos, designa-
mento entre os países. damente o metropolitano de Istambul. Tratou-se de um evento no feminino,
Realizaram-se também reuniões B2B “Mulher no Vinho em Portugal”, ape-
Seminário com os representantes da IBB Turkey. nas para produtoras mulheres – ainda
e apresentação que os enólogos que lhes fazem o vi-
do mercado da Hungria Empresas portuguesas nho sejam homens, elas são as donas
das vinhas – e enólogas mulheres – po-
No âmbito da visita a Portugal do vice-
na Vitafoods Europe
dem ser ou não proprietárias de vinhas.
-ministro dos Negócios Estrangeiros e 2016 - AICEP Zurique
Comércio da Hungria, László Szabó, a Realizou-se em Genebra mais uma edi- Realizou-se uma conferência e uma
AICEP e a Embaixada da Hungria em ção da Vitafoods Europe 2016, feira de prova de vinhos, destinada a promo-
Portugal, em parceria com a CCIP e a referência mundial em produtos nutra- ver a excelência dos vinhos portugue-
Hungarian National Trading House, or- cêuticos, ou seja suplementos alimenta- ses e a contar a história da Mulher no
ganizou um seminário empresarial en- res com propriedades terapêuticas e de Vinho em Portugal. Estiveram presen-
tre a delegação húngara e as empresas bem-estar. Esta edição foi marcada pela tes escanções, proprietários e respon-
portuguesas interessadas no mercado. presença de sete empresas portuguesas. sáveis de restaurantes e garrafeiras,
importadores, proprietários de super-
O vice-ministro húngaro apresentou as A presença nacional ficou a cargo das mercados e lojas gourmet, e esteve
oportunidades de negócio no mercado empresas Labialfarma, Wise Nutra- aberto ao público em geral.
e referiu o interesse das empresas hún- ceuticals, Magnus Pharma, Go Green
garas em estabelecer parcerias e en- – em torno do contract manufacturing Contou ainda com a presença da Picoto
contrar sinergias com empresas portu- ou de produtos nutracêuticos prepa- (azeite), Queijaria Ilídio (queijo), Cacao
guesas para abordagem aos mercados rados para a comercialização –, a par DiVine (chocolates), Montalva (enchi-
africanos de língua portuguesa. com a Buggypower, a comercializar dos) e Casa da Prisca (compotas e en-
as suas bioalgas produzidas em Por- chidos), com alguns produtos para de-
to Santo com grau fitofarmacêutico, gustação em paralelo à prova de vinhos.
a Kemin Portugal, a empresa de em-
balagens Gepack e, na componente Em Foco dedicado
de investigação, o IBET – Instituto de ao setor agroalimentar
Biologia Experimental e Tecnológica.
no Japão
Iniciativa desenvolvida pela AICEP e
dedicada ao sector agroalimentar no
Japão com o objetivo de promover
uma maior aproximação das empresas
aos mercado.
FACTOS &
TENDÊNCIAS
European Economic Maritime Country
Forecast – Spring 2016 Profile, UNCTAD, 2016
As previsões da União Europeia apon- Estes perfis setoriais caracterizam a si-
tam para um crescimento modesto tuação de 223 países em matéria de
da economia europeia, penalizado transporte marítimo e comércio inter-
pelo fraco desempenho dos merca- nacional, as respetivas quotas de mer-
dos emergentes e pelo abrandamen- cado e tendências no setor.
to previsto para algumas economias CONSULTAR
mais avançadas.
CONSULTAR
Perspetivas económicas
da América Latina
2016, OCDE/CAF/
CEPAL, 2015
Este documento faz uma análise ma-
croeconómica da região da América
Latina e avalia a influência do contexto
global sobre a sua economia. Analisa
ainda o papel da China e da América
Latina no processo de deslocalização
da riqueza mundial e os crescentes vín-
culos comerciais entre os dois blocos.
CONSULTAR
Shaping the Future of
The Slowdown in Construction, World
Emerging Market Economic Forum, 2016
Economies and its The 2016 A.T. A situação da construção e respeti-
Implications for the Kearney Foreign vas tendências globais nos próximos
Global Economy, Direct Investment anos são o tema central deste rela-
tório que identifica uma série de me-
European Central Confidence Index – FDI
didas agrupadas em áreas temáticas,
Bank, 2016 on the Rebound?, A.T. desde a tecnologia às estratégias e
Estudo do Banco Central Europeu re-
Kearney, 2016 modelos de negócio, que se espera
ferente ao abrandamento económico Os EUA e a China continuam a liderar, venham a transformar este setor de
dos mercados emergentes, que se ob- pelo quarto ano consecutivo, o índice atividade económica.
serva desde 2010, e respetivas impli- da A.T. Kearney, o que revela a grande CONSULTAR
cações para a economia global. atratividade das duas maiores econo-
CONSULTAR mias mundiais apesar da conjuntura
menos favorável dos últimos anos.
CONSULTAR
maio 2016 INFORMAÇÃO AICEP 55
Investment Flows
Through Offshore
Financial Hubs Declined
but Remain at High
Level, UNCTAD, 2016
O Global Investment Trends Monitor,
da UNCTAD, mostra que os fluxos de
investimento para centros financei-
ros offshore foram mais voláteis em
2015, tendo diminuído face aos dois Negotiating a Better
anos anteriores, embora permanecen- Joint-Venture,
do com montantes elevados. Mckinsey 2016
Trade in Counterfeit
and Pirated Goods, CONSULTAR
Análise, com base numa série de en-
OCDE, 2016 trevistas, sobre a melhor forma das
Os produtos contrafeitos provêm de empresas rentabilizarem e otimizarem
muitas origens e estão presentes num a figura da joint-venture nas negocia-
leque alargado de setores, desde arti- Overview of FTA ções de eventuais acordos de parceria
gos de luxo, a produtos intermédios and Other Trade internacional, identificando os aspe-
e bens de consumo. Este relatório da Negotiations, European tos fundamentais que deverão ser de-
OCDE avalia o seu valor global e seto- Commission, 2016 vidamente ponderados e acautelados.
rial, e as principais tendências. CONSULTAR
Elaborado pela Comissão Europeia
CONSULTAR (EU), este relatório aborda o último
ponto de situação das negociações a
decorrer entre a UE e vários países ter-
ceiros sobre Acordos de Comércio Livre Investir dans
l’internationalisation
The Ocean Economy (Free Trade Agreements), entre outros.
de l’enseignement
in 2030, OCDE, 2016 CONSULTAR
supérieur, France
Este estudo explora as perspetivas de Stratégie, 2016
crescimento da economia do mar e o
seu potencial para a criação de em- Estudo realizado pelo governo francês
prego e inovação, bem como para (Comissariat Général à la Stratégie et
enfrentar desafios como a segurança à la Prospective) sobre a problemática
energética, ambiente, alterações cli- da internacionalização do ensino su-
máticas e segurança alimentar. perior deste país.
CONSULTAR
CONSULTAR
Direção de Informação
rui.almas@portugalglobal.pt
56 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS Portugalglobal nº87
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas- pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
sificativa de Países com a graduação dos mercados em função e o grupo 7 à maior.
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres- prémio aplicáveis.
Hong-Kong Arábia Saudita Bahamas África do Sul • Angola Albânia Afeganistão Libéria
Singapura * Botswana Barbados Argélia Azerbeijão Arménia Ant. e Barbuda Líbia
Taiwan Brunei Costa Rica Aruba Bangladesh Belize Argentina Madagáscar
China • Dep/ter Austr.b Barein Bolívia Benim Bielorussia Malawi
EAUa Dep/ter Din.c Brasil • Croácia Butão Bósnia e Herze- Mali
Gibraltar Dep/ter Esp.d Bulgária Curaçau Cabo Verde govina Mauritânia
Koweit Dep/ter EUAe Colômbia Dominicana. Rep. Camarões Burkina Faso Moçambique
Lituânia Dep/ter Fra.f Guatemala El Salvador Camboja Burundi Moldávia
Macau Dep/ter N. Z.g Hungria Gabão Cazaquistão • Cent. Af. Rep. Montenegro
Malásia Dep/ter RUh Rússia Jordânia Comores Chade Myanmar
Trind. e Tobago Filipinas Tunísia • Lesoto Congo Cisjordânia / Gaza Nicarágua
Ilhas Marshall Turquia Macedónia C. do Marfim Congo. Rep. Dem. Níger
Índia Nigéria Dominica Coreia do Norte Paquistão •
Indonésia Papua–Nova Guiné Egipto Cuba • Quirguistão
Marrocos • Paraguai Equador Djibuti S. Crist. e Nevis
Maurícias S. Vic. e Gren. Fidji Eritreia S. Tomé e Príncipe
México • Santa Lúcia Gana Etiópia Salomão
Micronésia Vietname Geórgia Gâmbia Seicheles
Namíbia Zâmbia Honduras Grenada Serra Leoa
Oman Kiribati Guiana Síria
Palau Maldivas Guiné Equatorial Somália
Panamá Mongólia Guiné. Rep. da Sudão
Peru Nauru Guiné-Bissau • Sudão do Sul
Qatar Nepal Haiti Tadzequistão
Roménia Quénia Iemen Togo
Tailândia Ruanda Irão Tonga
Uruguai Samoa Oc. Iraque • Ucrânia
Senegal Jamaica Venezuela
Sérvia Kosovo Zimbabué
Sri Lanka Laos
Suazilândia Líbano
Suriname
Tanzânia
Timor-Leste
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma f) G
uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
b) Ilhas Norfolk Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
c) Ilhas Faroe e Gronelândia g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
d) Ceuta e Melilha h) A nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Hel-
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico ena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
maio 2016 ESTATÍSTICAS 59
INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.
ATIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2015 jan/mar 2016 jan/mar vh meur 16/15
PASSIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2015 jan/mar 2016 jan/mar vh meur 16/15
tvh 16/15
INVESTIMENTO DIRETO - STOCK (posição em fim de período) 2012 dez 2013 dez 2014 dez 2015 dez 2016 mar
mar/dez
Stock Ativo 68.606 71.860 78.726 80.320 81.054 0,9%
Stock Passivo 112.297 118.684 126.622 126.848 130.003 2,5%
Stock IDPE 43.146 43.542 50.051 58.386 58.984 1,0%
Stock IDE 86.837 90.366 97.947 104.914 107.933 2,9%
Unidade: Posição em fim de período em Milhões de Euros Fonte: Banco de Portugal
60 ESTATÍSTICAS Portugalglobal nº87
COMÉRCIO INTERNACIONAL
2015 2016 tvh 16/15 tvh 16/15 tvc 16/16
BENS (Exportação) 2015 tvh 2015/14
jan/mar jan/mar jan/mar mar/mar mar/fev
Exportações bens 49.870 3,8% 12.168 11.929 -2,0% -3,9% 5,7%
Exportações bens Extra UE 13.577 -3,1% 3.235 2.686 -16,9% -14,9% 22,3%
Unidade: Milhões de euros
Exp. Bens - Clientes 2016 (jan/mar) % Total tvh 16/15 Exp. Bens - Var. Valor (16/15) Meur Cont. p. p.
Export. Bens - Produtos 2016 (jan/mar) % Total tvh 16/15 Exp. Bens - Var. Valor (16/15) Meur Cont. p. p.
Veículos e Outro Material de Transporte 12,0% -1,6% Pastas Celulósicas, Papel 42 0,3
Exportações serviços extra UE 7.835 3,8% 1.821 1.562 -14,2% -15,8% 40,4%
Unidade: Milhões de euros
Importações bens Extra UE 14.159 -4,9% 3.149 3.136 -0,4% 1,1% 25,3%
Unidade: Milhões de euros
Import. Bens - Fornecedores 2016 (jan/mar) % Total tvh 16/15 Imp. Bens - Var. Valor (16/15) Meur Cont. p. p.
Import. Bens - Produtos 2016 (jan/mar) % Total tvh 16/15 Imp. Bens - Var. Valor (16/15) Meur Cont. p. p.
Máquinas, Aparelhos 16,0% 4,1% Veículos, Out. Mat. Transporte 326 2,3
Importações serviços extra UE 4.230 3,9% 977 961 -1,6% 2,8% 19,4%
Unidade: Milhões de euros
PREVISÕES 2016 : 2017 (tvh real %) 2014 2015 FMI CE OCDE BdP Min. Finanças
PIB 0,9 1,5 1,4 : 1,3 1,5 : 1,7 1,6 : 1,5 1,5 : 1,7 1,8 : 1,8
Exportações Bens e Serviços 3,9 5,1 4,2 : 4,3 4,1 : 5,1 5,9 : 5,5 2,2 : 5,1 4,3 : 4,9
Unidade: Milhões de euros
REDE
António Silva
FRANÇA
aicep.paris@portugalglobal.pt
Miguel Fontoura
EXTERNA
REINO UNIDO
aicep.london@portugalglobal.pt
IRLANDA
aicep.dublin@portugalglobal.pt Oslo
Paris Zuriqu
Eduardo Henriques
ESPANHA
Milão
Toronto aicep.madrid@portugalglobal.pt
Barcelona
Nova Iorque
Filipe Costa Madrid
EUA S. Francisco Argel
aicep.s.francisco@portugalglobal.pt
Rabat
António Aroso
Carlos Moura SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
BRASIL aicep.saotome@portugalglobal.pt
aicep.s.paulo@portugalglobal.pt
Rio de Janeiro
São Paulo
ÁFRICA DO SUL
Jorge Salvador aicep.pretoria@portugalglobal.pt
CHILE
aicep.santiago@portugalglobal.pt Santiago do Chile
Buenos Aires
Fernando Carvalho
MOÇAMBIQUE
aicep.maputo@portugalglobal.pt
Pedro Macedo Leão Maria José Rézio
ALEMANHA RÚSSIA
aicep.berlin@portugalglobal.pt aicep.moscow@portugalglobal.pt
Celeste Mota
TURQUIA
Estocolmo aicep.ankara@portugalglobal.pt
Moscovo
Copenhaga
ia
Berlim João Rodrigues
s Varsóvia
ÍNDIA
Praga
aicep.newdelhi@portugalglobal.pt
ue Bratislava
Budapeste
Viena
Alexandra Ferreira Leite
Liubliana Bucareste CHINA
Baku aicep.beijin@portugalglobal.pt
Ancara Pequim
Nuno Várzea
TUNISIA Maria João Bonifácio
aicep.tunis@portugalglobal.pt CHINA
aicep.macau@portugalglobal.pt
Kuala Lumpur
Afonso Duarte
ARÁBIA SAUDITA Singapura
aicep.riyadh@portugalglobal.pt
INDONÉSIA
aicep.jacarta@portugalglobal.pt
Windhoek
Pretória
Gaborone
Maputo Maria João Liew
MALÁSIA
aicep.kuala_lumpur@portugalglobal.pt
AO SERVIÇO
DAS EMPRESAS
64 BOOKMARKS Portugalglobal nº87
Gestão de Projeto
A obra “Gestão de Projeto” ensi- que cumpram os prazos e não ex-
na os leitores a fazerem de cada cedam o orçamento, e este livro
projeto um êxito. Quer se trate de mostra exatamente como fazê-lo.
organizar um evento importante
ou dirigir uma grande equipa, ge- Os autores, ambos gestores de
rir um projeto pode ser um pro-
projetos com mais de duas déca-
cesso assustador.
das de experiência, mostram aos
leitores o que devem fazer para
A derrapagem dos custos e os
gerir projetos bem-sucedidos.
prazos falhados fazem parte do
dia-a-dia dos gestores de proje-
tos, sendo que na realidade são Stephen Barker e Rob Cole são
mais os projetos que falham do ambos consultores de gestão de
que aqueles que têm sucesso. projetos com mais de 20 anos de
experiência, prestando serviços a
Contudo, é possível gerir projetos diversas empresas e organismos.
Autor: Stephen Barker e Rob Cole
Editora: Actual Editora
Ano: 2016
Nº de páginas: 184
Preço: 16,90€
Gestão de Tempo
“Gestão do Tempo” mostra aos pessoal, esta obra pretende sim-
leitores a melhor forma para ge- plificar a vida dos leitores.
rirem o seu tempo e consequen-
temente, a sua vida. As dicas e Destinadas a todas as pessoas, as
os conselhos presentes neste livro sugestões oferecidas pela autora
funcionam como soluções práti- ajudam-no a reduzir o stress, atin-
cas para tomar decisões, delegar gir os seus objetivos, melhorar o
tarefas, organizar formações de seu desempenho no local de tra-
equipa, planear o tempo, reduzir a balho e ter mais tempo para si.
papelada e aprender a dizer não.
Polly Bird é autora de vários livros
Ideal para aqueles que querem de gestão, debruçando-se essen-
melhorar o seu desempenho tan- cialmente sobre gestão do tempo
to a nível profissional como a nível e temas de formação profissional.
Autor: P
oly Bird
Editora: Actual Editora
Ano: 2016
Nº de páginas: 199
Preço: 15,00€
AICEP
INFORMAÇÃO ESPECIALIZADA ONLINE
Portugalnews
Promova a sua empresa junto de 20 mil destinatários em Portugal
e nos mercados externos.
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Para uma divulgação em mercados internacionais, conta com a
newsletter semanal em língua inglesa e/ou francesa.
aicep@portugalglobal.pt
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