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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO CIÊNCIAS HUMANAS

HISTÓRIA

ÍCARO BATISTA DA SILVA E MARCOS ANTÔNIO CALHAU

O COTIDIANO E A HISTÓRIA NA ESTÉTICA

SALVADOR

2018
ÍCARO BATISTA DA SILVA E MARCOS ANTÔNIO CALHAU

O COTIDIANO E A HISTÓRIA NA ESTÉTICA

Trabalho solicitado pelo Professor


Raimundo Dalvo da Costa Silva, do
componente Música e Oralidade no
Ensino de História, do curso de História,
turno diurno da Universidade do Estado
da Bahia

SALVADOR

2018
INTRODUÇÃO

Ao se analisar a constituição do mundo contemporâneo a partir de uma visão


marxista da história pode captar a partir de uma concepção total da história, uma
analítica estrutural que tenta explicar os movimentos de transformações, seja ela de
caráter político, econômico, social e cultural. Logo, percebemos que na modernidade
que estamos criamos laços sociais dúbios, onde é possível disciplinar as nossas
vontades, gostos e deveres, como se a homogeneização das culturas e,
consequentemente das relações sociais fossem o correto, na tentativa de produzir
uma ideologia, uma visão unilateral de se interpretar o mundo, um discurso da
classe dominante que perpassa o material até chegar ao imaterial, constituindo uma
dominação das mentalidades.

Marx e Engels não estabeleceram uma teoria que trata especificamente da


arte, sem empreender grandes sistematizações acerca da arte e literatura. No
entanto, ao observar algumas obras gregas, observa que a arte carrega um valor
universal, que perpassa o seu contexto histórico, ou seja, a arte não é rigorosamente
determinada pela base material da sociedade que está inserida. No entanto, Marx
questiona a especialização de artista, uma vez que para ele, em uma dada
sociedade comunista, todos serão fazedores de artes, fugindo de uma lógica
ideológica do capitalismo dominante, onde deve existir uma divisão internacional do
trabalho, seja ele material ou simbólico.

Em vista disso, o objetivo principal desse texto é problematizar acerca das


produções artísticas feitas por sujeitos comuns e como ela é visível em uma
sociedade capitalista, onde as produções intelectuais estão abaixo, sob o fogo
cruzado dos conflitos sociais e cada vez mais as crises sistêmicas desse sistema.
Para isso é essencial utilizarmos o texto ‘’A Estética do Feio sob a Ótica de Karl
Marx, desenvolvido por Meline Lopes Pinheiro e Marlon Sérgio da Silva.

Aliado a isso, estaremos desenvolvendo a escrita, seguindo um rigor mais


materialista, a partir de Agnes Heller com a sua obra ‘’ O Cotidiano e a História’’,
poderemos observar a sua cotidianidade, onde é possível retratar plenamente o
homem em sua integridade, onde a vida cotidiana é, em grande medida,
heterogênea, sobre vários aspectos e não somente como um discurso da classe
dominante para dominar as mentalmente e econômico-social.
DESENVOLVIMENTO

Através de uma perspectiva marxista e com um olhar reflexivo extraído de


Adolfo Sanchez Vasquez, podemos perceber que os autores Meline Lopes Pinheiro
e Sérgio Morlon da Silva, nos traz uma visão do que é arte e ideologia, com o
propósito de ser um material didático teórico para uma futura oficina. Ao retratar a
arte como um objeto dotado de conhecimento, os autores direcionam a arte para um
enquadramento que denota uma função social na arte, ou seja, para que ela serve e
como ela é utilizada e porque ela se torna um motivo de disputas de classes, são
perguntas essenciais que se podem extrair do texto, pois a arte aqui, se configura
como uma forma de conhecimento para o espírito humano.

Ao retratar da arte como um conhecimento produzido por um sujeito,


podemos destacar o conceito de ‘’ideologia’’ que está envolta daquele sujeito,
produzindo um sistema de crenças característico de uma classe ou um grupo, ou
seja, um em uma dada sociedade de classes existe um processo geral da produção
de significados e ideias a partir da vida cotidiana vivida por um determinado sujeito.
Sendo assim, para Agnes Heller,

‘’A vida cotidiana, tal como seu conteúdo, não é apenas heterogênea, mas
igualmente hierárquica. Todavia, diferentemente da circunstância da
heterogeneidade, a forma concreta da hierarquia não é eterna e imutável, mas se
modifica de modo específico em função das diferentes estruturas econômico-sociais.
(p.18)

Isso nos leva a ideia de como as ideias se originam na experiência que o


homem tem do mundo, a partir do domínio da natureza e das mediações sociais.
Dessa forma, ter em mente como se constitui essa cotidianidade, como funciona a
ideologia da classe dominante e suas inferências é de relativa importância para que
se entenda como a ideia de arte quando partindo da classe dominante e
estranhando frente as suas faculdades mentais, percebemos uma produção de
crenças ilusórias, sendo representadas, mas não retratando a realidade em sua
concretude, na sua concepção ontológica a partir da categoria do trabalho.

No entanto, Melina Pinheiro e Sergio Silva nos colocam no tema


questionando somente a relação homem e trabalho, tão proposta pelos marxistas
em sua maioria ‘’ortodoxos’’ mas que não deixam de salientar a hegemonia cultural,
ou seja, as forças sociais e culturais ativas com seus elementos necessários
construindo interesses sociais. É o que o Historiador Edward Thompson em sua
obra Costumes em comum chama de uma conflitividade da vida social, onde se
estabelece uma luta que sempre estar abarcada em suas relações materiais e
imateriais. Logo, a compreensão a partir da arte de um determinado contexto sócio-
histórico dependente antes de tudo de uma perspectiva dialética, trazendo mais uma
vez a Agnes Heller, todo esse embate e disputas se centra na vida cotidiana sob
uma sociedade de classes, logo:

A vida cotidiana não está ‘’fora’’ da história, mas no ‘’centro’’ do acontecer histórico: é
a verdadeira ‘’essência’’ da substância social.

Pois, a vida cotidiana é a vida do indivíduo. Ou seja, o indivíduo é sempre,


simultaneamente, ser particular e ser genérico até mesmo na produção artística,
optando por uma resistência à determinada condição imposta pela burguesia.

Portanto, o homem ao ser um indivíduo produto e expressão de suas relações


sociais, herdeiro e preservador do desenvolvimento humano não é jamais um
homem sozinho, mas sempre a integração em vista de uma sociedade,
estabelecendo lutas, conquista por espaços, a partir de suas visões de mundo, o
que implica desta forma, em uma produção da arte como uma disputa de
consciência que perpassa o plano econômico atingindo diretamente o plano
ideológico.

CONCLUSÃO

Tendo em vista o texto escrito por Pinheiro e Silva onde dissertam sobre as
questões relacionadas a arte e a ideologia inserida no discurso da classe dominante,
especializando e convergindo em uma proposta política, que se faz presente nas
estruturas institucionais culturais de uma sociedade, nos leva a crer que não se deve
ter uma análise observando de cima e sem realizar a crítica necessária para com as
fontes e objetos a ser tratado e aliado a isso, deve-se passar pelo crivo da crítica,
sendo um marxista ou não, já que não se pode analisar uma sociedade, em
específico a sua cultura artística por uma determinação econômica, uma vez que, o
indivíduo produz as suas potencialidades humana que não se enquadra em um
bloco especializado.
REFERÊNCIAS

BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge


Zahar Editor, 2001.
HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. Trad. Carlos Nelson Coutinho e Leandro
Konder. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

PINHEIRO, Meline Lopes; Silva, Marlon Sérgio da. A estética do feio sob a ótica
de Karl Marx. In: XI CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO NORTE PIONEIRO
Jacarezinho. 2011. Anais... UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná-
Centro de Ciências Humanas e da Educação e Centro de Letras Comunicação e
Artes. Jacarezinho, 2011. ISSN – 18083579. p. 28-39.
SOUZA, Leandro Candido. Estética do consumo: moda, mídia e indústria
cultural. In. Espaço de interlocução em ciências humanas. 2012. Verinotio revista
online de filosofia e ciências humanas. 2012. ISSN 1981-061x. p. 94-106.
WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

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