Вы находитесь на странице: 1из 8

Anais do

Congresso
XII Congresso Internacional e XVIII Seminário Nacional do INES
Educação de Surdos em Países de Língua Portuguesa
“Há línguas em português”
(José Saramago)
De 25 a 27 de setembro de 2013
XII Congresso Internacional
XVIII Seminário Nacional

INSTITUTO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO DE SURDOS

Educação de Surdos em Países


de Língua Portuguesa
“Há línguas em português”
(José Saramago)

25 a 27 de setembro de 2013
Rio de Janeiro – RJ

Ministério da Educação
GOVERNO DO BRASIL

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Dilma Vana Rousseff

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Aloizio Mercadante

INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS

Solange Maria da Rocha

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, CIENTÍFICO

E TECNOLÓGICO

Maria Inês Batista Barbosa Ramos

COORDENAÇÃO DE PROJETOS EDUCACIONAIS E TECNOLÓGICOS

Mônica Azevedo de Carvalho Campello

DIVISÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS

Nadia Maria Postigo

I nstituto Nacional de Educação de Surdos (Brasil).


Congresso Internacional (12. : 2013 : Rio de Janeiro, RJ).

A nais do Congresso : a educação de surdos em países de Língua


Portuguesa /
[XII Congresso Internacional do INES e XVIII Seminário Nacional do INES]. –
Rio de Janeiro: INES, Departamento de Desenvolvimento Humano, Científico e
Tecnológico, 2013.

1 . Surdos – Educação. I. Instituto Nacional de Educação de

Su rdos (Brasil). Departamento de Desenvolvimento Humano, Científico

e Tecnológico. II. Instituto Nacional de Educação de Surdos (Brasil).

Se minário Nacional (18. : 2013, Rio de Janeiro, RJ)

CD D – 371.912
79 Anai s do XII C o ngr e s s o Int e r na c io na l e XV III S e m i n ár i o N ac i on al d o I N E S

Projetos bilíngues e o tradutor


M esa redonda internacional

intérprete – A Atuação de
Tradutores/Intérpretes de Libras/
Português no Projeto Bilíngue do
Colégio de Aplicação
do Instituto Nacional de Educação
de Surdos
Isaac Gomes Moraes de Souza

Bacharel em Letras-Libras (UFSC).


Professor da Universidade Candido Mendes (UCAM).
Tradutor e Intérprete de Libras/LP (INES).
E-mail: i s a a c gm s @ho tm a i l . c o m.

A educação nacional vem se (re)estruturando ao longo das últimas décadas. Entre outros
fatores, os novos olhares sobre o processo educacional vêm contribuindo para uma reflexão
sobre a prática pedagógica e, consequentemente, sobre as competências que cabem aos
profissionais da educação. Sendo assim, a educação de surdos perpassa pelo mesmo processo,
tento em vista que essa dialoga diretamente com a estrutura educacional mais abrangente.

O Instituto Nacional de Educação de Surdos desenvolve em seu Colégio de


Aplicação (CAp/INES) um projeto de Educação Bilíngue para surdos, a partir da
análise, reflexão e efetivação das atuais políticas educacionais para esses sujeitos.
Considera-se a Educação Bilíngue conforme o que é descrito por FREIRE (1998, apud
PEDREIRA, 2006, p. 5):

O biling uismo para su r do s / a s , de s e nv o l v i do s a pa r ti r da dé c a da de 8 0 , em


decorrên cia d as p esq ui s a s s o br e a s L í ngua s de S i na i s e a s c o m uni da d es
su rd as, consid era q ue a L í ngua de S i na i s é a pr i m e i r a l í ngua do s ur do / a e a
seg un da lín gu a é a líng ua m a j o r i tá r i a da c o m uni da de e m que e s tá i ns e r i do / a.
Neste caso, a Líng ua Po r tugue s a pa s s a a s e r v i s ta c o m o um a s e gunda l í ng u a,
com o u m a lín gu a instrum e nta l c uj o e ns i no o bj e ti v a de s e nv o l v e r no / a a pr e n d i z
ha bilidad es d e leitu ra e de e s c r i ta .
80 Anai s do XII C o ngr e s s o Int e r na c io na l e XV III S e m i n ár i o N ac i on al d o I N E S

Contudo, para uma instituição ser norteada pelos princípios da Educação Bilíngue
M esa redonda internacional

não basta apenas que sejam consideradas as diferenças linguísticas da comunidade


surda. Faz-se necessário que os conteúdos curriculares sejam pensados e estruturados
para surdos, que a língua de sinais seja a língua de instrução e que a comunidade
escolar seja usuária dessa língua, entre outros elementos.

Port a nto, tend o em vista qu e um pr o j e to de e duc a ç ã o bi l í ngue pa r a s ur do s ,


dif e rent e mente da maioria d os p roje to s de e duc a ç ã o i nc l us i v a , v i s a a l í ngua de s i na i s
como língu a de instrução, qu al seria o pa pe l do Tr a duto r-I nté r pr e te de L i br a s / L í ngua
Port uguesa nu m a in stituição bilíng ue ? P r e te nde -s e , de s te m o do , a pr e s e nta r a s pr á ti c a s
que e s s e s profission ais vêm realiz a ndo e i ni c i a r um de ba te de r e f l e x ã o c r í ti c a , s e m o
obje t ivo de find á-lo.

Para pensar sobre a função do intérprete em um ambiente educacional, faz-


se necessário compreender a visão que se tem sobre esse profissional na escola.
Na década de noventa iniciam-se, no Brasil, movimentos surdos que revelam a
inquietação dessa comunidade no que tange ao reconhecimento de sua língua e a
estrutura educacional que lhes é oferecida. Assim, passa-se a se repensar no modelo
educacional para surdos a partir da elaboração de documentos oficiais, muitos dos
quais, motivados pela própria comunidade surda, como “A Educação que Nós Surdos
Queremos” (1999).

A partir d as d iscussões m otivad a s pe l a F EN EI S , F EN A PA S e C O R D E, e c o m


pa rt icipa ç ão d o INE S, d a APADA, da D ER D I C / P U C -S P e de o utr a s i ns ti tui ç õ e s , e m 1 9 9 3 ,
a Se nado ra Bened ita da Silva (PT-R J ) e l a bo r o u um P r o j e to de L e i c o m o a po i o do M EC -
SEESP, que, a p ós n ove an os d e deb a te e l uta de s s a c o m uni da de , r e s ul to u na o fi c i a l i za ç ão
da Língua Brasileira de Sinais, pela L e i F e de r a l N º 1 0 . 4 3 6 de 2 4 de A br i l de 2 0 0 2 , 1 *

conhecida pop ularmente com o a Lei de L i br a s . D e s de e ntã o , pa s s a -s e a s e r e pe ns a r no


pa pe l do s profission ais qu e a tuam na e duc a ç ã o de s ur do s , de ntr e o s qua i s o s i nté r pr e t es
e o s pro f essores d e Lib ras, estim ula ndo a i nda m a i s o s de ba te s r e fe r e nte s s o br e a
Educa çã o Bilín gu e para su rd os.

Em 2005, após a articulação entre a Federação Nacional de Educação de Surdos


(FENEIS) e a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação e Cultura
(MEC-SEESP), entre outras instâncias governamentais, apresentaram o projeto de
regulamentação da Lei de Libras. Em 22 de Dezembro de 2005 foi sancionado o
D e c r e t o F e d e r a l N º 5 . 6 2 6 2, q u e “ r e g u l a m e n t a a L e i N º 1 0 . 4 3 6 , d e 2 4 d e a b r i l d e 2 0 0 2 ,

que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098,
de 19 de dezembro de 2000”. Inúmeras mudanças ocorreram no território nacional
decorrentes deste Decreto. Dentre elas a criação e o fortalecimento de projetos que
visam difundir o uso, o conhecimento e o atendimento em/da Língua Brasileira

1
  Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10436.htm>. Acesso em: 15 fev.2012.
2
  Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 15
fev.2012.
81 Anai s do XII C o ngr e s s o Int e r na c io na l e XV III S e m i n ár i o N ac i on al d o I N E S

de Sinais. Segundo o documento “Língua Brasileira de Sinais: Uma Conquista


M esa redonda internacional

Histórica”(2006), publicado pelo Senado Federal Brasileiro, nas palavras do


então Senador Eduardo Azeredo:

A con qu ista d este direito tr a z i m pa c to s s i gni fi c a ti v o s na v i da s o c i a l e po l í ti c a d a


Nação brasileira. O provi m e nto da s c o ndi ç õ e s bá s i c a s e funda m e nta i s de a c e s s o
à Lib ras se faz ind ispen s á v e l . R e que r o s e u e ns i no , a f o r m a ç ã o de i ns tr uto r e s e
in térpretes, a p resença de i nté r pr e te s no s l o c a i s públ i c o s e a s ua i ns e r ç ã o n as
políticas de saúd e, ed uc a ç ã o , tr a ba l ho , e s po r te e l a ze r, tur i s m o e fi na l m en t e
o u so da Lib ras p elos me i o s de c o m uni c a ç ã o e na s r e l a ç õ e s c o ti di a na s e n t r e
pessoas su rd as e n ão-sur da s (p. 0 5 ). 3‡

A garantia e a legalid ade d o uso da L i br a s , de fa to , a c a r r e to u m uda nç a s s i gni fi c a ti vas ,


não a pe nas n a vida social e política da na ç ã o br a s i l e i r a , m a s pa r a a e duc a ç ã o de s ur do s .

O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) é referência nacional da educação de


surdos, atuando na área há 156 anos. O Instituto atende crianças, adolescentes e adultos
surdos, sendo aproximadamente 600 alunos, que são atendidos desde a Educação Infantil
até o Ensino Médio. O Departamento de Educação Básica (DEBASI) é o responsável pelo
Colégio de Aplicação (CAp/INES), o qual funciona em todos os turnos, oferecendo o ensino
regular tendo por base uma proposta de Educação Bilíngue.

At ualmente, o INES con ta com v i nte e o i to pr o fi s s i o na i s Tr a duto r e s / I nté r pr e te s de


L ibra s /Portug uês em seu qu adro fu nc i o na l , s e ndo de ze s s e i s de s ti na do s a o D e pa r ta m e nt o
de Ens ino Sup erior (DESU) e d oz e ao D EB A S I . Es te g r upo de pr o fi s s i o na i s s e i nte g r o u
a o Ins t it u to a p ós a solicitação in ten s a do m e s m o à s a uto r i da de s c o m pe te nte s , de s de
a s a nção da Lei nº 12. 319 d e 1º de s e te m br o de 2 0 1 0 , te ndo e m v i s ta que a a tua ç ã o
des s es está d iretamente ligad a à rea l i za ç ã o da m i s s ã o i ns ti tuc i o na l : “pr o m o v e r a i nc l usão
s ocial e a cidad ania das pessoas su r da s na s po l í ti c a s e duc a c i o na i s do B r a s i l e m um a
pers pe ct iva bilíng ue (Lín gu a Brasilei r a de S i na i s – L i br a s e L í ngua P o r tugue s a ) e de
co la bo rar p ara q ue tal p rop ósito se e fe ti v e ta m bé m na s po l í ti c a s na c i o na i s ” (P l a no de
D e s envolvimento In stitucional, 2012 : 9 ).

D e s t e m odo, as a trib uições d os Tr a duto r e s / I nté r pr e te s de L i br a s / P o r tuguê s no pr o j et o


de e duca ç ão bilíng ue d o Ca p/INE S s ã o :

Trad uz ir/interp retar em L i br a s / L í ngua P o r tugue s a / L i br a s to do s o s pr o c e s s os


de com un icação entre pe s s o a s s ur da s e pe s s o a s o uv i nte s que nã o te nh am
proficiên cia em Lib ras e m : s a l a de a ul a , r e uni õ e s , pa l e s tr a s i nte r na s , c ur sos ,
a tivid ades cu rricu lares e e x tr a c ur r i c ul a r e s no I N ES o u e m o utr a s i ns ti tui ç ões
e demais acom pan hame nto s a a l uno s e o u pr o fi s s i o na i s s ur do s que e nv o l vam
qu alq uer meio de com un i c a ç ã o e m s i tua ç õ e s r e l a c i o na da s a o pr o c e s s o e ns i n o-
a p ren diz a gem (PRO JET O P O L Í TI C O P ED A G Ó G I C O D O I N ES , 2 0 1 1 : 3 7 ).
3
  Disponível em: <http://www.cultura-sorda.eu/resources/Reconocimiento_Libras.pdf>. Acesso em: 15 fev.2013.
82 Anai s do XII C o ngr e s s o Int e r na c io na l e XV III S e m i n ár i o N ac i on al d o I N E S

Se ndo assim , n o Departamento de Ens i no B á s i c o , o s i nté r pr e te s a tua m :


M esa redonda internacional

• G ara ntind o a com un icação em toda s a s r e uni õ e s de que pa r ti c i pe m s ur do s ;

• G ara ntind o o acesso aos con teú do s c ur r i c ul a r e s do C A p/ I N ES , qua ndo ne c e s s á r i o , em


t odo s os seg m entos d a Ed ucação B á s i c a ;

• Compon do a eq uipe p eda góg ica, bus c a ndo di s c uti r e pr o po r o fa ze r pe da gó g i c o ;

• Me dian do em a tend imentos p sic o l ó g i c o s , s o c i a i s , f o no a udi o l ó g i c o s , m é di c o s ,


prof is sionaliz antes e d e assistên c i a a o A l uno ;

• Int e rp retan do eventos, fórun s e a ti v i da de s i nte r na s do I ns ti tuto ;

• Part ic ip and o ju ntam ente com a C o o r de na ç ã o de A dm i ni s tr a ç ã o Es c o l a r, C he fi a de


Ser v iç o, e equ ip e m ultidisciplin a r na i nte r v e nç ã o pe da gó g i c a que di z r e s pe i to à
po s t ura d os alun os;

• Ela boran do jun tamente com um G r upo de Tr a ba l ho m a te r i a i s di dá ti c o s de e ns i no de


pe s s o as su rd as e ma teriais de p ubl i c a ç õ e s té c ni c o -c i e ntí fi c a s ;

• Ela bo rand o glossários d e term os té c ni c o s e m L i br a s , a fi m de v i a bi l i za r o a c e s s o de


pe s s o as su rd as à termin olog ias e s pe c í fi c a s ;

P o r t a n t o , a s a ç õ e s d o Tr a d u t o r / I n t é r p r e t e d e L i b r a s / P o r t u g u ê s n o p r o j e t o d e
Educação Bilíngue do CAp/INES não se restringem apenas à intermediação nas salas de
aula, como nos modelos inclusivos. Entende-se que esse profissional é parte integrante
do processo educativo e que pode, e deve, contribuir para as reflexões pedagógicas
da instituição. Deste modo, um novo olhar sobre a ação desse profissional vem sendo
construído paralelamente à construção de uma Educação Bilíngue para surdos nos
últimos anos.

Re fe rê n c i a s b i b l i o g r á f i c a s
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei nº 10.436, de 24 de a bril
de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e dá outras providências.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto nº 5.626, de 22 de


dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de a bril de 2002.

FREIRE, Paulo. A educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2008

FAVORITO, W. O difícil são as pala vras: representações de/sobre esta belecidos e ‘outsiders’ na
escolarização de jovens e adultos surdos. 2006. 256 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) –
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.

FENEIS. A educação que nós, surdos, queremos. Rio Grande do Sul, 1999.

LEITE, Emeli M. C. Os pa péis do intérprete educacional na sala de aula inclusiva. Disponível em:
<http://editora-arara-azul.com.br/pdf/livro3.pdf>. Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2005.
83 Anai s do XII C o ngr e s s o Int e r na c io na l e XV III S e m i n ár i o N ac i on al d o I N E S

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL. Disponível em: <http://producao/inesnet/PDI_


M esa redonda internacional

INES_2012_2016.pdf>. Acesso em: 15 a go.2013.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Disponível em: <http://producao/inesnet/PPP_INES.pdf>. Ace sso


em: 16 a go.2013.

ROCHA, Solange. O INES e a educação de surdos no Brasil: aspectos da trajetória do


Instituto Nacional de Educação de Surdos em seu percurso de 150 anos. Vol.1. Rio de
Janeiro: INES, 2007.

S E N A D O F E D E R A L . L í n g u a B r a s i l e i r a D e S i n a i s “ U m a c o n q u i s t a h i s t ó r i c a ” . B r a s í l i a - D F, 2 0 0 6 .
D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w. p r e f e i t u r a . s p . g o v. b r / c i d a d e / s e c r e t a r i a s / u p l o a d / p e s s o a _ c o m _
deficiencia/arquivos/Libras_Uma_conquista_historica.pdf>. Acesso em: 15 ago.2013.

Вам также может понравиться