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CRIANÇA
Resumo
Estudos sobre a psicomotricidade vêm ganhando espaço na literatura atual, obtendo destaques
e uma valiosa contribuição no processo educacional. Neste contexto, o presente artigo resulta
de um trabalho de conclusão de curso, realizado durante a efetivação do curso de Licenciatura
em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O mesmo procurou, por
meio de uma revisão bibliográfica, cuja metodologia pautou-se numa pesquisa de caráter
bibliográfico, de cunho qualitativo, compreender a psicomotricidade no processo de
desenvolvimento integral da criança, suas respectivas relações com a educação escolar e
consequentemente com as práticas pedagógicas. Autores como Friedmann (2002), Tavares et
al. (2011), Salomão; Martini e Jordão (2007), Marinho et al. (2007), Alves (2007) embasaram
a presente pesquisa. Desta forma, primou-se pelo entendimento dessas práticas com a
intencionalidade de compreender possíveis divergências teóricas frente às questões práticas
relacionadas ao movimento corporal. Este estudo resultou no esclarecimento sobre a
importância da psicomotricidade, bem como seus fundamentos e sua inserção no trabalho
docente diário, estimulando o trabalho psicomotor como meio para uma significativa
aprendizagem. Além disso, este trabalho apontou uma evolução nos estudos desta área do
conhecimento no que se refere à valorização corporal do indivíduo, principalmente pelo
movimento associado às relações, às emoções e aos sentimentos, além da busca pelo
desenvolvimento de novas potencialidades, associando-os ao desenvolvimento integral da
criança e sua aprendizagem. Finalmente, pretendeu-se um melhor entendimento da
psicomotricidade, bem como das habilidades motoras e do desenvolvimento motor para que
posteriormente sirva de auxílio aos docentes que buscam contribuir para o desenvolvimento
integral da criança.
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Graduada em Pedagogia (UEPG). Especialista em História Arte e Cultura pela Universidade Estadual de Ponta
Grossa (UEPG). Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Especialista
em Meio ambiente e Desenvolvimento Sustentável (UENP). Dirigente Municipal de Educação do município de
Santa Amélia PR. E-mail: fernandalordani@gmail.com.
2
Mestre em Educação pela UEPG, Professora no Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Ponta Grossa
(UEPG). Orientadora Pedagógica (Ed. Infantil e Ens. Fundamental I) na rede privada. Pesquisadora do Grupo de
Pesquisa em Políticas Educacionais e Avaliação – Fundação Araucária. E-mail: andrelizacsouza@gmail.com
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Introdução
2 Educação Psicomotora
3
Alves (2007); Arribas (2002); Levin (1995); Marinho et al. (2007).
4
Arribas (2002); Saveli (2011).
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Cada sujeito tem seu próprio tempo, suas características e sua forma particular de
desenvolver, que deverá ser observada atentamente. Para o Psicomotricista, ao
contrário de tendências profissionais de outras áreas, não basta desenvolver o
sujeito, estruturá-lo é o essencial. O amadurecimento das funções psicomotoras está
intimamente ligado ao desenvolvimento das funções neurológicas (ALVES, 2007
p.01)
Segundo Marinho, et al. (2007), são vários os aspectos que precisam ser trabalhados
com as crianças, dentre eles: esquema corporal, tônus, movimento e comunicação. Dessa
forma, a compreensão de tais aspectos, torna-se muito importante para o desenvolvimento
infantil, desde que os mesmos sejam aplicados efetivamente.
Quanto ao esquema corporal, entende-se que ele “é uma intuição de conjunto ou um
conhecimento imediato que temos de nosso corpo em posição estática ou em movimento, na
relação das suas diferentes partes entre si e, sobretudo nas relações com o espaço e os objetos
que nos circundam” (LE BOULCH, 1988, p.37).
Conforme afirmam Marinho et al (2007, p. 59), o tônus é o “termo da fisiologia que
se refere à contração muscular leve e contínua, normalmente presente”. Assim, o tônus se
relaciona a vários aspectos que possibilitam ao ser humano sua relação com o meio ambiente,
agindo na execução de movimentos, sendo percebido nos seguintes níveis:
Diante dos estudos propostos por Marinho et. al. (2007), torna-se fundamental
compreender o tônus como um fenômeno nervoso que acontece até mesmo em repouso, sem
movimentos, ou seja, os músculos estão sempre atentos para realizarem algum tipo de
movimento, sendo o tônus o responsável pela manutenção de posturas. Os autores ainda
relatam sobre a importância do tônus na execução dos movimentos, sendo o mesmo
responsável por sua execução, considerando que com o desenvolvimento, os gestos e os
movimentos vão se refinando e se aperfeiçoando de maneira progressiva.
Uma das expressões muito utilizadas na psicomotricidade é o diálogo tônico, ou seja,
mesmo sem usar a expressão oral, as pessoas podem se comunicar através de posturas,
fazendo com que o corpo diga o que sente, por meio das expressões tônicas.
Nesse contexto, para Marinho et al. (2007), comumente as pessoas se expressam por
meio de posturas, possibilitando a identificação de uma pessoa tensa, nervosa ou preocupada
devido à rigidez dos seus músculos do pescoço e ombros, ou ainda em estado de felicidade,
tristeza, entre outros. Assim, torna-se evidente que os sentimentos podem ser expressos pelo
corpo, havendo um diálogo em que as sensações e sentimentos são representados por posturas
específicas do corpo em vários e diferentes ambientes.
Ao discutir sobre o movimento, devem-se considerar suas indistintas e diferentes
denominações. Segundo Marinho et al (2007), quando o termo movimento é utilizado surgem
outras denominações que devem ser compreendidas, como: reflexos, atos motores conscientes
ou não, significantes ou não, normais ou patológicas. Assim os autores apontam as respectivas
definições.
Para Tavares et al. (2011), os brinquedos estão presentes na vida do ser humano desde
seu surgimento, trata-se de um objeto que remete a lembranças, que passam de geração a
geração, causando certo encantamento nas crianças e adultos. “O brinquedo propicia à criança
a dimensão material, cultural e técnica e sempre é, por ser objeto, suporte para a brincadeira”
(TAVARES et al, 2011, p.15).
No entanto, cabe aos educadores, a compreensão de que o brinquedo deve ser visto
como a tradução do real para a realidade infantil, sendo um instrumento que permite que a
criança experimente, descubra, invente, aprenda e desenvolva habilidades (TAVARES, et al,
2011).
Outro processo muito importante relacionado à atividade lúdica é o jogo, porém, o
mesmo é visto por muitas pessoas como um simples ato de brincar. Ao jogar, a criança exerce
a convivência com regras e com a interação, podendo a mesma representar a realidade ou
relacioná-la ao mundo imaginário.
Para Piaget, o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para
despender energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo,
social e moral. O conhecimento que é produzido e processado através do jogo ocorre
nos estágios sensório-motor e pré-operatório. As crianças, desde pequenas, podem
estruturar seu tempo e espaço, agindo sobre objetos. Podem ainda desenvolver a
noção de casualidade, passando pela representação para chegar, por fim, à lógica. Os
obstáculos cognitivos, corporais e emocionais motivam as crianças e os praticantes a
usar a inteligência na resolução de situações problemáticas que fazem parte do jogo
(TAVARES et al, 2011 p.18).
Dessa forma, o jogo passa a ser visto como uma importante ferramenta didática, com
um papel fundamental no desenvolvimento infantil, possibilitando a criança que aprenda de
forma divertida, exercitando sua imaginação, fantasia e criatividade (TAVARES et al, 2011).
Para Kishimoto (s/d) a existência de regras em todos os jogos é uma característica
marcante. Existem regras explícitas, como no xadrez ou amarelinha, e regras implícitas como
na brincadeira de faz de conta, considerando-as internas e ocultas que ordenam a brincadeira.
Portanto, o jogo e a brincadeira possuem suas características próprias, sendo o jogo algo que
acontece em um tempo e espaço, podendo o mesmo ser uma sequência da brincadeira.
Nesse sentido, percebe-se que a psicomotricidade está intimamente relacionada às
atividades psíquicas e motoras, assim a mesma interage com o universo lúdico. Todavia, vale
ressaltar que as atividades lúdicas possibilitam à criança uma aprendizagem prazerosa,
estimulando a imaginação e criatividade, promovendo movimentos físicos que favorecem o
desenvolvimento psíquico na criança, sendo essas praticadas por meio das brincadeiras, do
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Ao falar sobre atividade lúdica, alguns aspectos devem ser considerados: o tempo e o
espaço de brincar, a relação entre meios e fins, os parceiros do jogo, os objetos do jogo e as
ações do sujeito, físicas ou mentais (FRIEDMANN, 2002).
Atualmente, o tempo para brincar torna-se cada vez mais escasso, tanto dentro como
fora da escola. No entanto, estudos5 alertam para a necessidade da vivência lúdica na vida da
criança como um instrumento de desenvolvimento e aprendizagem. Contudo, o surgimento e
desenvolvimento da tecnologia e dos meios de comunicação proporcionam que as crianças
passam grande parte de seu tempo envolvido com os meios tecnológicos, a televisão, o
5
Estudos propostos por Friedmann (2002); Saveli et al. (2011).
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celular, vídeo game, computador e vários outros instrumentos ocupam o lugar das atividades
lúdicas.
diária. Devem ainda, propor jogos e brincadeiras que estimulem a imaginação e o movimento
corporal dos educandos, deixando-os por muitas vezes livres para brincar ou jogar.
Nessa perspectiva, para que o professor introduza jogos ou brincadeiras no dia-a-dia
de suas aulas e planeje atividades lúdicas, é preciso, que ele acredite que brincar e jogar são
essenciais na aquisição de conhecimentos, no desenvolvimento da sociabilidade e na
construção da identidade, sendo o conhecimento um ponto de partida no planejamento da
ação docente.
A ludicidade pode estimular a construção de conceitos matemáticos que podem
favorecer o surgimento de estruturas operatórias. Por isso, o trabalho com matemática na
educação infantil não pode ser espontaneísta e casual. Nesse sentido, torna-se fundamental
que a escola trate o ensino da matemática na educação infantil com a mesma importância que
qualquer outra área do conhecimento, bem como: aprender a ler e escrever, pois ambos são
processos que se estende por toda vida do aluno (BLUMENTHAL, 2005).
A prática educativa torna-se mais eficiente quando o professor é o agente mediador e a
criança um sujeito participativo do processo de ensino/aprendizagem. Assim, o professor deve
utilizar em sala de aula o jogo e a brincadeira, não como meros passatempos, mas como
instrumentos de construção da aprendizagem e de desenvolvimento da criança, utilizando a
intervenção adequada para que os jogos e brincadeiras, além de proporcionar alegria e
diversão sejam vias da aprendizagem (FRIEDMANN, 2002).
Nesse contexto, há a necessidade de inserir jogos, brincadeiras e o brinquedo na
prática pedagógica diária. Porém, essa prática nem sempre acontece como o docente planeja,
existem vários e sérios contratempos. Muitas escolas não possuem profissionais capacitados
em seu quadro docente e não disponibilizam professores de educação física, cabendo aos
professores de sala, executar os jogos e brincadeiras com seus alunos, onde muitos têm
dificuldade e alguns acabam não trabalhando com os educandos.
Nesse caso, o grande problema é que, muitas vezes, a disciplina é mal conduzida,
pois esses professores se sentem despreparados, em virtude de a disciplina não fazer
parte da grade curricular do curso de Magistério ou de Pedagogia em que eles se
formaram. Por mais que no currículo esteja justificada a importância de se trabalhar
conteúdos lúdicos com as crianças, a falta de preparo ou até mesmo o
desconhecimento tornam essa experiência, tão importante para o desenvolvimento
da criança, aspectos secundários na realidade escolar (TAVARES et al, 2011 p.19).
Considerações finais
REFERÊNCIAS