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Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto

Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior


Aula 00

AULA 00: Ecologia e Dinâmica de Populações

Sumário Páginas

1. Apresentação 1-6

2. Introdução 7-8

3. Conceitos 9-11

4. Componentes Básicos do Ecossistema 12-13

4.1 Componentes Abióticos 13-26

4.2 Componentes Bióticos 27-29

5. Dinâmica e Interação das Comunidades nos


29-30
Ecossistemas

5.1 Relações Harmônicas Intraespecíficas 30-31

5.2 Relações Harmônicas Interespecíficas 31-34

5.3 Relações Desarmônicas Interespecíficas 34-36

5.4 Relações Desarmônicas Intraespecíficas 36-38

6. Dinâmica das Populações 39

6.1 Densidade Populacional 39

6.2 Seleção r e k 40

6.3 Potencial Biótico 41-42

6.4 Influência dos Fatores Abióticos e Bióticos sobre as


42
Populações

6.5 Sucessão Ecológica e Conceito de Comunidade


43
Clímax

7. Lista de questões comentadas 44-46

8. Teste Final + Gabarito 47-52

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1. Apresentação

Olá meus amigos,

Tudo bem?! Espero que estejam muitíssimo bem e animados para


uma jornada de estudo (trabalho pesado) no intuito de alcançar um
grande sonho.
Antes de falar sobre o nosso novo curso deixem eu me apresentar
para aqueles que ainda não me conhecem.

Meu nome é Rosenval Júnior, engenheiro florestal pela


Universidade Federal de Viçosa (UFV), com especialização em controle e
monitoramento ambiental. Estou cursando outra especialização, agora,
em Direito Ambiental.
Sou servidor público federal desde 2006, quando obtive aprovação
em 1° lugar para o cargo de engenheiro da Casa Civil da Presidência da
República/Arquivo Nacional. Atualmente, exerço as minhas atividades no
Ministério da Justiça.
Alguns resultados que obtive em concursos:
 1° lugar para Analista do Ministério Público de MG;
 2° lugar para Analista Pericial do MPU;
 2° lugar para Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário
do INCRA;
 7º lugar Engenheiro Júnior da Caixa Econômica Federal;
 10º lugar para Analista Ambiental do IEF/MG;
 1° lugar para Técnico em Recursos Naturais – nível II do
IDAF;
 2° lugar para Perito Criminal da Polícia Civil do RJ;
 2° lugar para Analista Ambiental área IV do IBAMA.
Prezados, estamos lançando um novo curso específico para os
concursos da área ambiental. Este material tem o objetivo de ser a base
teórica para uma preparação eficiente.

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O curso é direcionado para os concursos do IBAMA, ICMBio, MMA,
Petrobras e subsidiárias, EPE, Perito Criminal, entre outros. Além disso,
pode ser utilizado por biólogos, engenheiros florestais, engenheiros
ambientais, agrônomos, geólogos, químicos, geógrafos, gestores
ambientais, técnicos ambientais, florestais...enfim as mais diversas
carreiras que atuam na área ambiental e que estão sendo demandadas
nos concursos públicos.
Obviamente não é nossa pretensão tratar de todos os assuntos,
mesmo por que isso seria inviável. Não temos condições de montar um
curso que aborde todos os temas de todas as áreas. Muitos temas
necessitam de 1 livro somente para tratar de um assunto. O que nós
buscamos foi criar um curso com os temas mais comuns nas provas de
meio ambiente para servir como um direcionamento no estudo de vocês.
Para dividir essa tarefa comigo, convidei dois professores, a Etiene
e o Éric. A Etiene é bióloga, com mestrado e doutorado em Biologia
Marinha pela UFF. Ela irá ministrar as 3 primeiras aulas (Ecologia, Biologia
e Oceanografia). O Éric passará para vocês o conhecimento sobre
cartografia, sensoriamento remoto, geoprocessamento e SIG. Ele, assim
como eu, fez engenharia florestal na Universidade Federal de Viçosa,
inclusive somos da mesma turma. Atualmente está cursando o PhD na
ESALQ/USP, na área de planejamento utilizando tecnologias de
monitoramento LiDAR.
Pessoal, eu estarei com vocês na aula 3 (biomas brasileiros;
hotspots; noções de silvicultura e manejo florestal; desmatamento e
incêndios florestais) e na aula 4 (recuperação de áreas degradadas;
conservação do solo e ciclagem de nutrientes).
As dúvidas devem ser enviadas para o professor responsável pela
aula, cujo nome está no rodapé do material.
Para quem for fazer o concurso de analista ambiental do Ibama, eu
indico fortemente o meu curso de direito e legislação ambiental, que está
no site com um novo cronograma. Vocês devem unir os dois cursos. O

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motivo de separar os módulos foi para que os meus alunos do direito
ambiental não precisassem pagar novamente pelas aulas que já fizeram.
Por exemplo, a parte de Políticas Públicas e Desenvolvimento
Sustentável; Principais Conferências, Convenções e Acordos
Internacionais sobre Meio Ambiente; Licenciamento Ambiental; Código
Florestal, Recursos Hídricos...todos esses assuntos poderiam estar neste
curso, mas pelos motivos já apresentados eles estarão, na verdade, já
estão no curso de direito e legislação ambiental.
Prezados, espero que esse curso seja útil na preparação de vocês.
Acredito que fazendo os dois cursos vocês terão uma excelente base
sobre meio ambiente e estarão muito mais preparados para as provas de
concursos da área ambiental.
Sei o que é ser concurseiro. Sei o quanto é difícil. Mas, a
recompensa vale muito a pena. Podem ter certeza disso! Quando vocês
virem o nome de vocês no Diário Oficial, a alegria dos seus pais, o
orgulho da família, quando vocês tiverem a estabilidade, a remuneração
certa todo mês terão a certeza de que todo esforço foi recompensado.
Além disso, vocês atuando na área ambiental estarão prestando um
serviço de vital importância para toda a sociedade, para o planeta.
Antes da apresentação da Prof. Etiene e do início da sua aula,
apresento abaixo o nosso cronograma.
Grande abraço. Fiquem com Deus. Bons estudos!
Rosenval Júnior Telesforo Costa
rosenvaljunior@estrategiaconcursos. com. br
www. facebook. com/rosenvaljunior

"Quem quer fazer alguma coisa


encontra um meio.
Quem não quer fazer nada
encontra uma desculpa."
Roberto Shinyashiki

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CRONOGRAMA

Aula 00 (Demonstrativa – Já disponível) Prof. Etiene Clavico


Ecologia e Dinâmica de Populações

Aula 01 – (09/07) Prof. Etiene Clavico


Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão do reino
animal, divisão do subfilo vertebrata até o nível de ordem) e Noções de
Oceanografia

Aula 02 - (23/07) Prof. Etiene Clavico


Noções de Botânica (taxionomia vegetal até o nível de classe,
fitogeografia, evolução, ciclo de vida e células vegetais.) e Espécies
exóticas em ambientes naturais

Aula 03 – (30/07) Prof. Eric Gorgens


Conceitos básicos de cartografia. Sistemas de coordenadas e projeção.
Geoprocessamento e sensoriamento remoto. Conceitos básicos de
Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Sistemas de imageamento:
conceitos de pixel, resolução espacial, temporal e radiométrica. Imagens
de radar, multiespectrais e multitemporais. Aplicações de sensoriamento
remoto no monitoramento e controle de desmatamentos e incêndios
florestais.

Aula 03 - (06/08) Prof. Rosenval Júnior


Biomas Brasileiros: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Caatinga.
Hotspots brasileiros: Mata Atlântica e Cerrado. Noções de Silvicultura e
Manejo de florestas tropicais: conceitos, práticas e técnicas.
Desmatamento e Incêndios Florestais.

Aula 04 – (13/08) Prof. Rosenval Júnior


Recuperação de áreas degradadas, conservação do solo e ciclagem de
nutrientes.

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Olá, queridos alunos!

Meu nome é Etiene Clavico, e sou Doutora em Biologia

Marinha, formada pela Universidade Federal Fluminense.

Gostaria de apresentar este primeiro tópico do curso, que

permitirá que os conceitos aqui descritos facilitem a resolução de

questões dos concursos, principalmente aqueles concernentes à esfera

ambiental. Digo facilitar porque quem vem estudando há algum tempo,

resolvendo provas anteriores ou mesmo participando de outros processos

seletivos, sabe que a CESPE não costuma cobrar estas definições de

forma direta. Mas, é preciso ficar atento! Embora não exista uma

cobrança direta, é FUNDAMENTAL que estes conceitos estejam todos na

ponta da língua, ou do lápis, porque eles aparecem permeando quase

todas as questões de Biologia, integrando todas as disciplinas, como

zoologia, botânica, evolução, etc...

Então, provavelmente não encontraremos perguntas específicas

relacionadas às definições de Ecologia, mas, sem esse conhecimento,

provavelmente erraremos às questões. Espero que vocês aproveitem ao

máximo esse material, e que com ele possamos contribuir de alguma

forma como seu sucesso na vida profissional, que certamente virá, depois

de toda esta dedicação. Estarei à disposição para tirar qualquer dúvida,

ok? FOCO E DISCIPLINA devem ser as palavras de ordem a partir de

agora!

Um abraço e bons estudos!

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2. Introdução

A palavra Ecologia tem origem no Grego, e é formada pelo prefixo

oikos = casa, lar (referindo-se à nossa circunvizinhança imediata, ou

nosso ambiente), complementada pelo sufixo logos = estudo,

conhecimento. Desta forma, definimos a Ecologia como o ramo da

biologia que estuda as interações que ocorrem entre os seres vivos e o

meio onde vivem, incluindo todos os fatores químicos, físicos e biológicos

presentes no ambiente, e que são capazes de afetar direta ou

indiretamente os organismos.

A primeira coisa que precisamos saber, quando começamos a

estudar Ecologia, é que a vida no Planeta NÃO ocorre de forma isolada. A

partir do nascimento de qualquer forma de vida (seja ela unicelular ou

pluricelular, heterótrofa ou autótrofa, etc.), passando por seu

crescimento, desenvolvimento, reprodução, até a sua morte e

decomposição da matéria orgânica, este ser estará interagindo de alguma

forma com outros organismos existentes naquele ambiente. Por exemplo,

a necessidade básica de alimentação já demonstra um fator de

relacionamento entre os seres vivos, que explicaremos mais tarde, e que

constitui o que chamamos em Ecologia de Cadeia Trófica.

Além disso, não podemos esquecer que os fatores ambientais

(temperatura, umidade, luz) também influenciam as diversas formas de

vida. Na verdade, o mundo físico proporciona o contexto para a vida,

sendo este ambiente físico o principal responsável por restringir sua

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expressão. Exemplo claro disso é a ocorrência natural de pinguins estar

restrita a um ambiente com características específicas, principalmente no

que concerne às baixas temperaturas. E é por estas questões físicas que

não encontramos pinguins ocorrendo naturalmente dentro de florestas

tropicais !

Mas da mesma forma que dizemos que a vida depende e é

influenciada pelo mundo físico, podemos afirmar que os seres vivos

afetam e influenciam este mesmo mundo físico: solos, atmosfera, lagos e

oceanos, e muitas rochas sedimentares devem suas propriedades, em

parte, às atividades das plantas e animais. Inclusive podemos afirmar,

sem medo de errar, que algas, conchas e esqueletos de animais

compõem o sedimento de muitos mares, lagos e oceanos ao redor do

mundo.

Sabendo então que a Ecologia vem elucidar estas questões, que

abordam as interações que ocorrem entre os seres vivos, e destes com o

ambiente onde vivem, podemos passar para o tópico que estabelecerá

conceitos importantes que devem ser observados, a fim de facilitar nosso

estudo e entendimento.

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3. Conceitos

É fundamental conhecer e memorizar

algumas definições em Ecologia, porque

as Bancas costumam fazer referências

indiretas a estes conceitos, que devem

estar bem compreendidos e

devidamente fixados, para a resolução

correta da questão!

ESPÉCIE - Atualmente existem mais de 20 conceitos de espécies

diferentes, todos eles com suas vantagens e desvantagens. O conceito

biológico de espécie (CBE) é, sem dúvida, o mais popular e influente.

Neste conceito, as espécies são definidas como ”...grupos de populações

naturais intercruzantes, que são isoladas reprodutivamente de outros

grupos intercruzantes de população". Ficou confuso? Ok, não se

desespere! Podemos dizer de forma mais simples que espécie é o

conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e

bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando

descendentes férteis.

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POPULAÇÃO - qualquer grupo de organismos da mesma espécie que

ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte de uma

comunidade biótica.

COMUNIDADE OU BIOCENOSE - conjunto de populações que

funcionam como uma unidade integradora, através de transformações

metabólicas provenientes da co-evolução numa dada área de habitat

físico.

BIOTÓPO - em Ecologia, um biótopo ou ecótopo (do grego βιος -bios =

vida + τόπoς = lugar, ou seja, lugar onde se encontra vida) é uma região

que apresenta regularidade nas condições ambientais e nas populações,

propiciando a existência dos seres que ali habitam. Corresponde à menor

parcela de um habitat que é possível discernir geograficamente.

HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada,

isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema.

NICHO ECOLÓGICO - inclui não apenas o espaço físico ocupado pelo

organismo, mas também o seu papel funcional na comunidade e a sua

posição em gradientes ambientais de temperatura, umidade, pH, solo e

outras condições de existências.

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ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo

meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos -

sem vida. Ex.: solo, água, ar) e a BIOCENOSE (formada por componentes

bióticos - seres vivos), que com o meio se relaciona.

ECÓTONO - é a região de transição entre duas comunidades ou entre

dois ecossistemas. Nesta área vamos encontrar um grande número de

espécies e, por conseguinte, um grande número de nichos ecológicos.

EQUIVALENTES ECOLÓGICOS - correspondem às espécies que ocupam

o mesmo nicho ecológico em regiões geográficas diferentes.

BIOSFERA - toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa

denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos,

mares e oceanos e parte da atmosfera.

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4. Componentes básicos dos Ecossistemas

Bem, agora que já sabemos algumas definições, poderemos dar

sequência na matéria. Vamos dar continuidade descrevendo os

componentes básicos de um ecossistema.

Como já vimos, os organismos vivos e o seu ambiente estão

inseparavelmente ligados e interagem entre si. De um modo geral, os

ecossistemas são constituídos por três componentes:

• ABIÓTICOS - que em conjunto constituem o biótopo, conforme já

definimos anteriormente. A radiação solar é um dos principais

fatores físicos dos ecossistemas terrestres, porque é através dela

que as plantas realizam fotossíntese, liberando oxigênio para a

atmosfera e transformando a energia luminosa em química.

• BIÓTICOS - representados pelos seres vivos que compõem a

comunidade biótica ou biocenoses, também já pontuado nas

definições.

• ENERGIA – é caracterizada pela força motriz presentes nos diversos

ambientes, e garante as condições necessárias para a produção

primária em um ambiente, ou seja, a produção de biomassa a partir

de componentes inorgânicos.

Vamos, então, começar caracterizando os elementos que fazem

parte do que chamamos de componentes abióticos, ou seja, a parte

física do ambiente (a+biótico = que não tem vida), e depois passaremos

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aos componentes bióticos, suas classificações e os tipos de interações

que podem ocorrer entre eles.

4.1 Componentes Abióticos

Os componentes ou fatores abióticos são componentes não

vivos que influenciam a vida dos seres vivos presentes no ecossistema.

Estes influenciam o crescimento, atividade e a fisiologia destes seres,

assim como a sua distribuição pelos diferentes locais. Como estes fatores

variam de valor de local para local, são responsáveis por determinar uma

grande diversidade de ambientes.

Os fatores abióticos impulsionam as mais diversas adaptações dos

seres vivos para seu desenvolvimento e podem ser agrupados em dois

tipos principais:

1) os fatores climáticos, como a luz, a temperatura e a

umidade, que caracterizam o clima de uma região, e

2) os fatores edáficos, dos quais se destacam a composição

química e a estrutura do solo.

LUZ

A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o

Sol. Em ecologia, pode ser definida como a quantidade de

energia luminosa que atinge uma dada área em um espaço

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de tempo. A incidência luminosa pode variar em função de alguns fatores,

como por exemplo, a latitude, a morfologia do terreno, a nebulosidade, as

estações do ano e a hora do dia.

A Luz é um fator indispensável para o desenvolvimento das plantas

e dos animais. É a partir da energia luminosa que plantas e todos os

produtores produzem a matéria orgânica que constitui o seu corpo

(através do processo denominado Fotossíntese), bem como o oxigênio

necessário a todos os seres vivos.

Os organismos são influenciados não apenas pela intensidade

luminosa, mas também pelo fotoperíodo – número de horas de luz por

dia. A intensidade luminosa e o fotoperíodo influenciam, ainda, outros

processos vitais das plantas, como por exemplo:

1) germinação das sementes - algumas plantas apenas germinam na

ausência de luz, enquanto outras, como a semente da alface,

necessitam de uma quantidade mínima de luz para germinar;

2) floração - algumas plantas apenas florescem quando os dias são mais

longos, quando comparados à noite. Este é o caso do trigo ou do

girassol. Outras, pelo contrário, apenas florescem quando o

fotoperíodo é curto. É o caso dos crisântemos ou da soja. Há ainda

plantas cuja floração não depende do número de horas de luz por

dia, como por exemplo o tomateiro;

3) crescimento e maturação dos frutos;

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4) movimentos das plantas (fototropismo): em certos casos verifica-se

que as plantas seguem os movimentos do sol ao longo do dia,

orientando-se na direção dele.

No que concerne aos animais, praticamente todos necessitam de luz

para sobreviver. São exceção algumas espécies que vivem em cavernas,

bem como as espécies que vivem no meio aquático a grandes

profundidades - espécies abissais. Já certos animais, como por exemplo

as borboletas, necessitam de elevada intensidade luminosa, enquanto

seres como alguns gastrópodos (caracol) e a minhocas não necessitam de

muita luz.

Temperatura

Embora de formas diferentes, todos os seres vivos são influenciados

pela temperatura, fator que direciona a sua distribuição e está na origem

de diversas adaptações. Assim como a luz, é um fator abiótico de grande

importância para os seres vivos e influencia seus períodos de atividade,

suas características morfológicas e seus comportamentos.

Cada espécie apenas pode viver em um determinado intervalo de

temperatura, conhecido como intervalo de tolerância. Abaixo desses

limites de temperatura, as suas funções vitais são seriamente

comprometidas e os seres vivos podem morrer. Contudo, mesmo dentro

do limite de tolerância, para cada espécie existe um valor de temperatura

para a qual o seu desenvolvimento é máximo. Chamamos este valor de

temperatura ótima.

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Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto,

provocados pelas variações de temperatura. Os animais também

apresentam características próprias de adaptação aos diferentes valores

de temperatura. Por exemplo, os que vivem em regiões muito frias

apresentam, geralmente, pelagem longa e uma camada de gordura sob a

pele.

Quanto à classificação dos organismos

em função da temperatura do

ambiente onde estão inseridos, ou

mesmo do próprio corpo, vale apena

gravar algumas definições!!!

• ESTENOTÉRMICOS: São organismos que não toleram grandes

variações térmicas, ou seja, têm intervalos de tolerância reduzidos

(só sobrevivem entre limites estreitos de temperatura).

• EURITÉRMICOS: São organismos capazes de tolerar grandes

variações de temperatura, ou seja, têm grande amplitude térmica

de existência.

• HOMEOTÉRMICOS: Seres que possuem temperatura

corporal constante, que não sofre variação de acordo com a

temperatura do meio. Exemplo: aves e mamíferos;

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• PECILOTÉRMICOS: Seres que possuem temperatura corporal

variável, de acordo com a temperatura ambiental.

Exemplo: répteis, anfíbios e peixes.

Alguns fenômenos relacionados à distribuição e mudanças fisiológicas

de algumas espécies de animais, relacionados à temperatura como

formas de adaptação, também devem ser conhecidos. São eles:

• Migração: Os animais percorrem distâncias variadas em busca de

ambientes propícios para a reprodução, com melhores condições

climáticas e presença de alimentos.

• Hibernação: Os animais diminuem suas atividades vitais, devido

às baixas temperaturas.

• Estivação: Ao contrário da hibernação, neste fenômeno, algumas

espécies diminuem suas atividades vitais, devido ao calor.

Além disso, também é importante salientar que algumas plantas

estão bem adaptadas a temperaturas elevadas, como é o caso do cacto,

enquanto outras, como o musgo e algumas espécies de pinheiros, são

mais resistentes a temperaturas baixas.

ÁGUA

Há quinhentos milhões de anos as águas do nosso planeta são as

mesmas, fazendo seu ciclo natural de evaporação, chuva, infiltração no

solo e formação de fontes, rios, mares, lagos e lençóis subterrâneos,

prestando fundamentais serviços a toda espécie de vida.

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No âmbito da biologia, por suas propriedades físicas e químicas, além

de ter sido o meio em que se originaram os seres vivos mais primitivos, e

onde vive a maioria das espécies atualmente existentes, a água

representa o constituinte mais importante do meio interno de todos os

organismos, sendo indispensável a todas as suas funções vitais. Sob a

forma de soluções e suspensões diversas (líquido intersticial, seiva,

sangue, linfa, líquido cefalorraquidiano, citoplasma, líquido amniótico,

líquido sinovial, etc.), a água transporta oxigênio e alimentos, remove

dióxido de carbono e outros resíduos, assegura a circulação das células

migradoras (leucócitos, plasmócitos, macrófagos etc.), das hemácias e

plaquetas, dos anticorpos e hormônios, e de sinais químicos diversos.

Desta forma, podemos dizer que para assegurar a sobrevivência, o

organismo deve ser capaz de obter a quantidade de água necessária,

além de minimizar possíveis perdas (através da respiração, transpiração e

excreção). Pode-se dizer que o equilíbrio hidroeletrolítico é uma função

essencial para cada organismo e sua manutenção é condição básica para

a vida.

ADAPTAÇÕES ÚTEIS DE VEGETAIS CONTRA A PERDA DE ÁGUA

As plantas características das regiões secas apresentam diversas

adaptações para captarem água e para diminuírem a sua perda. Por

exemplo, os pinheiros que crescem em solos arenosos têm raízes muito

profundas, para poderem captar a água que se infiltra para grandes

profundidades.

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Nos desertos, onde chove abundantemente durante pouco tempo,

algumas plantas possuem raízes pouco profundas, que se estendem

por uma grande área de modo que, quando chove, possam captar

rapidamente a maior quantidade de água possível. Outras ainda são

capazes de aproveitar água do orvalho. Para diminuírem a perda de água,

algumas plantas como os cactos possuem as folhas transformadas em

espinhos, o que diminui a área exposta e, consequentemente, a perda

de água por transpiração. Estas plantas têm ainda caules carnudos,

capazes de armazenar água. Outra adaptação das plantas à secura é o

revestimento por ceras impermeáveis ou por pêlos, o que diminui a

transpiração. Nos desertos, muitas espécies de plantas vivem a maior

parte do tempo sob a forma de sementes, que apenas germinam após a

queda de chuva, desenvolvendo-se então muito rapidamente. Vamos falar

mais sobre isso na parte do curso sobre Botânica. O Link importante aqui

é concernente aos estômatos.

Os estômatos são estruturas celulares,

presentes na parte inferior das folhas, que

têm a função de realizar trocas gasosas entre

a planta e o meio ambiente. São constituídos

por duas células estomáticas, apresentando

uma abertura entre elas, denominada ostíolo.

A troca de gases ocorre em virtude do

potencial higroscópico das células-guardas,

que permitem maior ou menor abertura dos

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ostíolos em função do teor de água presente.

É por essa abertura que se estabelece a

comunicação entre o ambiente interno da

folha e o ambiente externo, favorecendo a


Questões abordando a
transpiração e a troca de gases. Três fatores

funcionalidade dos estômatos ambientais influenciam a abertura dos

estão sempre presentes nas estômatos: luz; CO2; e teor hídrico.

A transpiração é a eliminação de água na


provas... Este tema será
forma de vapor que ocorre nos vegetais e
abordado de maneira mais
animais por uma necessidade fisiológica,
aprofundada no tópico
sendo controlada por mecanismos físicos,

referente à Botânica, mas, por morfológicos, anatômicos e fisiológicos. Nos

hora, vale a pena saber mais vegetais a transpiração ocorre principalmente

através das folhas, que é a principal superfície


sobre isso!
de contato do vegetal com o ambiente.

Quando a absorção de água

pelo vegetal é maior que a

transpiração, os estômatos

ficam abertos. Se a transpiração é maior que o

suprimento hídrico, como ocorre em dias

secos, com baixa umidade relativa do ar, as

células estomáticas perdem água e os

estômatos fecham, controlando assim a perda

de água pela planta.

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ADAPTAÇÕES CONCERNENTES AOS ESTÔMATOS

- Posição dos estômatos na folha: nas folhas, os estômatos podem

ser encontrados: a) apenas na face superior (adaxial), sendo a folha

classificada como epiestomática, como ocorre na folha da ninféia e outras

plantas aquáticas flutuantes; b) somente na face inferior (abaxial), sendo

a folha classificada como hipoestomática ou c) ocorrer em ambas as

faces, sendo denominada de folha anfiestomática.

- Estômatos afundados na epiderme e oculto em criptas: Os

estômatos estão relacionados à entrada e saída de ar no interior dos

órgãos em que se encontram ou, ainda, com a saída de água na forma de

vapor. São encontrados frequentemente nas partes aéreas

fotossintetizantes, principalmente nas folhas, e podem também ser

encontrados, em menores quantidades, nos pecíolos, caules jovens e

partes florais. As células estomáticas podem se encontrar no mesmo

nível das demais células epidérmicas, estar elevadas em relação a estas,

ou em depressões. Em algumas folhas, essas depressões são amplas e

contêm muitos tricomas e estômatos, sendo denominadas criptas

estomáticas. Como, nesse caso, o estômato não fica exposto às condições

do ambiente, isso diminui a perda de água. A posição das células

estomáticas normalmente está relacionada às condições hídricas do

ambiente.

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Outro tópico que merece ser lembrado é a classificação dos seres

vivos, de acordo com o ambiente onde são naturalmente encontrados, no

âmbito da abundância ou escassez de água. Eles são denominados:

• HIDRÓFILOS: Seres que vivem permanentemente na água como os

peixes;

• HIGRÓFITOS: Seres que só vivem em ambientes úmidos. Exemplo:

Anfíbios.

• MESÓFILOS: Seres que vivem em áreas mais ou menos úmidas.

• XERÓFILOS: Seres que vivem em ambientes secos. Exemplo:

Mamíferos de deserto, liquens, cactáceos.

• TROPÓFITOS: seres que suportam grande variação de umidade.

1) Prova: CESPE - 2010 - SAEB

As plantas da caatinga têm adaptações específicas para a

seca, porque, mesmo durante a curta estação de chuva, faz muito

calor durante o dia, os recursos sob a forma de água são

reduzidos, a evaporação e a transpiração das plantas são

intensas. Os vegetais devem também resistir a vários meses, às

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vezes anos, de seca. Várias adaptações morfológicas, anatômicas

ou fisiológicas combinam-se para permitir essa resistência.

Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção que

apresenta adaptações das plantas à seca.

a) tubérculos e espinhos

b) folhas amplas e sem cutícula

c) folhas amplas e estômatos abertos por curtos períodos

d) cutículas impermeáveis e estômatos abertos durante todo o dia

Gabarito: A

2) Prova: CESPE - 2007 - TRE - AP - Analista Judiciário

Para manter equilíbrio de sal e água, os organismos de água

doce, que são hiperosmóticos, retêm sais enquanto excretam a

água que continuamente se difunde para dentro de seus corpos.

Os organismos marinhos, que são hiposmóticos, excretam sais

ativamente. Alguns organismos marinhos aumentam o nível de

solutos, tais como ureia e aminoácidos, em seus fluidos corporais

para equilibrar o potencial osmótico da água do mar. Esse

mecanismo tem a finalidade de:

a) reduzir o movimento de água para fora de seus corpos;

b) aumentar o movimento de água para fora de seus corpos;

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c) reduzir o movimento de água para dentro de seus corpos;

d) aumentar o movimento de água para dentro de seus corpos;

e) aumentar a concentração desses solutos na água fora de seus corpos

Gabarito: A

3) Prova: CESPE - 2007 - TRE - AP - Analista Judiciário

"A residência de uma espécie em uma comunidade local é

determinada parcialmente por suas adaptações às condições e

recursos e parcialmente por interações competitivas com as

outras espécies. Assim, as espécies presentes num patrimônio

regional estão distribuídas nas diferentes comunidades baseadas

em suas adaptações e interações". Esse trecho refere-se a:

a) nicho fundamental;

b) nicho percebido;

c) seleção de espécies;

d) adaptação;

e) interações locais.

GABARITO: C

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4) Prova: CESPE - 2008 - ABIN

Os estômatos são encontrados em angiospermas,

gimnospermas, pteridófitas e briófitas. Formados por duas

células-guarda e, em muitas plantas, por células subsidiárias, são

de fundamental importância para as plantas, exercendo um papel

fundamental na entrada de gás carbônico para a fotossíntese e

saída de oxigênio, além de controlar o processo de transpiração.

Com relação à localização dos estômatos nas plantas,

considere as afirmativas que se seguem.

I - Os estômatos encontram-se com uma mesma frequência em

toda a superfície das plantas, mas apenas aqueles que se

encontram nas folhas são funcionais.

II - A maioria dos estômatos encontra-se nas folhas, sendo que

sua frequência e distribuição variam de acordo com a espécie,

posição da folha e condições de crescimento.

III - Nas angiospermas e gimnospermas, os estômatos podem

ocorrer em caules verdes, flores e frutos.

IV - Na maioria das espécies, os estômatos encontram-se na

face adaxial das folhas, podendo aparecer na face abaxial em

monocotiledôneas herbáceas.

Estão corretas APENAS as afirmativas:

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a) I e II

b) I e III

c) I e IV

d) II e III

e) III e IV

Gabarito: D

5) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Técnico de Laboratório

A respeito de microrganismos, julgue os itens a seguir.

1) Os fungos e os vegetais possuem clorofila, razão por que podem

realizar fotossíntese e, consequentemente, produzir o seu próprio

alimento.

Gabarito: Errado

2) Os microrganismos heterotróficos obtêm ATP por meio de respiração

aeróbica ou anaeróbica e fotossíntese.

Gabarito: Errado

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4.2 Componentes Bióticos

Conforme já falamos anteriormente, os componente bióticos de um

ecossistema relacionam-se entre si e estipulam níveis para essas

relações. Podemos, então, classificar os seres vivos de acordo com as

funções específicas que desempenharão dentro de um ecossistema.

CLASSIFICAÇÃO TRÓFICA

Do ponto de vista trófico (de trophe =alimento), um ecossistema é

composto por dois componentes:

1) um componente autotrófico (= que alimenta a si mesmo),

no qual predomina a fixação da energia da luz, a utilização de substâncias

inorgânicas simples e a elaboração de substâncias complexas,

normalmente a partir da luz solar, com a produção de oxigênio. Têm essa

capacidade todos os seres fotossintetizantes e quimiossintetizantes (que

ao invés da luz solar, utilizam substâncias químicas oxidadas).

2) um componente heterotrófico (= que é alimentado por

outro), no qual predominam o uso, a nova preparação e a decomposição

de materiais complexos. São assim considerados todos os organismos que

não são capazes de produzir o seu próprio alimento, tendo que utilizar a

energia produzida pelos autótrofos ou mesmo por outros heterótrofos

(dependendo de sua dieta).

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As cadeias alimentares, ou cadeias tróficas, constituem-se como a

sequência dos eventos consecutivos de relações de alimentação de um

grupo de organismos por outros, formando os níveis tróficos. A partir

desta classificação e do seu posicionamento na cadeia trófica, poderemos

considerar denominá-los:

• PRODUTORES – São sempre autótrofos, produzem o alimento que

será usado na cadeia, e por isso estão obrigatoriamente no início de

qualquer cadeia alimentar. A energia transformada a partir da luz

solar e do gás carbônico será repassada a todos os outros

componentes restantes da cadeia trófica. Os principais produtores

conhecidos são plantas e algas microscópicas.

• CONSUMIDORES – São os organismos que necessitam alimentar-se

de outros organismos para obter a energia que eles não podem

produzir para si próprios. Obtêm energia dos autótrofos e de outros

heterótrofos, podendo ser consumidores primários, consumidores

secundários, consumidores terciários e assim por diante.

• DECOMPOSITORES – São organismos que atuam exatamente em

papel contrário ao dos produtores. Eles transformam matéria

orgânica em matéria inorgânica, reduzindo compostos complexos em

moléculas simples, fazendo com que estes compostos retornem ao

solo para serem utilizados novamente por outro produtor, gerando

uma nova cadeia alimentar. Os decompositores mais importantes são

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as bactérias e os fungos. Por se alimentarem de matéria em

decomposição são considerados saprófitos.

Na alimentação, nem toda a energia obtida será integralmente

usada, isto é, parte dessa energia não será absorvida e será eliminada

com as fezes; outra parte será dissipada em forma de calor. Assim,

grande parte da energia será “perdida” no decorrer de uma cadeia

alimentar, diminuindo sempre a cada nível. Podemos, então, dizer que o

fluxo de energia num ecossistema é unidirecional começando sempre com

a luz solar incidindo sobre os produtores, e diminuindo a cada nível

alimentar dos consumidores.

5. Dinâmica e Interações das Comunidades nos Ecossistemas

Dentro de um ecossistema, os componentes bióticos estão integrados

através das interações existentes entre os seres vivos. Essas interações

se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos

mantêm entre si. As interações que os indivíduos de uma espécie mantêm

com indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes, para obter

os recursos necessários para sua sobrevivência e reprodução, constituem

as relações ecológicas.

Essas interações permitem que eles busquem alimentos, encontrem

abrigos, acasalem, cuidem da prole, etc. Algumas dessas interações, no

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entanto, tornam-se prejudiciais aos indivíduos, especialmente quando os

recursos do meio são escassos.

Neste contexto, as relações ecológicas podem ocorrer entre

indivíduos da mesma espécie, sendo denominadas relações

intraespecíficas, ou entre indivíduos de espécies diferentes, recebendo

o nome de relações interespecíficas. Ainda, algumas relações

promovem benefícios para as duas partes envolvidas. Outras são

benéficas para uma parte e indiferentes, ou neutras, para a outra. Nesses

casos as relações são ditas harmônicas. Existem muitos exemplos de

relações harmônicas, como a organização social das abelhas, em que a

divisão de trabalho beneficia toda a colmeia, ou das plantas epífitas, que

se fixam a outras plantas sem, contudo, prejudicá-las. Mas há também

relações ditas desarmônicas, nas quais o benefício de um indivíduo

significa necessariamente o prejuízo de outro. Esse é o caso da relação

entre predadores e presas ou da competição por alimentos.

Vamos, a partir de agora, citar algumas das mais conhecidas

interações ecológicas.

5.1 Relações harmônicas intraespecíficas

Em se tratando de relações harmônicas entre indivíduos da mesma

espécie (homotípicas), existem basicamente dois tipos de interações:

colônias e sociedades.

1) Colônias - são associações harmônicas entre indivíduos de uma

mesma espécie, anatomicamente ligados, que em geral perderam a

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capacidade de viver isoladamente. A separação de um indivíduo da

colônia determina a sua morte.

Quando as colônias são constituídas por organismos que apresentam

a mesma forma, não ocorre divisão de trabalho. Todos os indivíduos são

iguais e executam todas as funções vitais. Essas colônias são

denominadas homomorfas ou isomorfas. Um exemplo são os recifes de

corais.

Quando as colônias são formadas por indivíduos com formas e

funções distintas, ocorre uma divisão de trabalho. Essas colônias são

denominadas heteromorfas. Um bom exemplo é o celenterado da espécie

Phisalia caravela popularmente conhecida por "caravela".

2) Sociedades - são associações entre indivíduos da mesma espécie,

organizados de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente, na

qual seus componentes podem se desligar um do outro a qualquer

momento, formando uma nova associação. Suas funções são divididas em

um sistema de cooperação, e como exemplo, temos os cupins, formigas,

abelhas e vespas.

5.2 Relações harmônicas interespecíficas

Conforme já vimos, estas relações ocorrem entre organismos de

espécies diferentes. São elas: protocooperação, mutualismo,

comensalismo e inquilinismo.

1) Mutualismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes

na qual ambos se beneficiam, sendo necessária para a sobrevivência dos

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mesmos. Esse tipo de associação é tão íntima que a sobrevivência dos

seres que a formam torna-se impossível quando separados.

Análise de algumas interações classificadas como Mutualismo:

a) liquens - Os liquens são formados quando há uma relação

entre os fungos e as algas. Como os fungos são seres heterótrofos

(não produzem o seu próprio alimento) e não realizam

a fotossíntese, eles recebem alimento das algas e são beneficiados

pela fotossíntese realizada por elas. Em troca disso, os fungos

protegem as algas da luz solar com as suas hifas, e além de

sintetizar substâncias favoráveis para as células das algas, eles

fornecem para elas água e sais minerais.

b) bacteriorriza - É a união das raízes de leguminosas com

as bactérias Rhizobium. O mutualismo entre elas se dá pelo

nitrogênio fabricado pela bactéria e a matéria orgânica fabricada

pela planta.

c) cupins e protozoários - O principal alimento dos cupins é a

madeira, porém eles não possuem a enzima celulase, responsável

pela digestão da celulose, presente na madeira. Em seu organismo

há a presença dos protozoários que são os realizam esta digestão.

2) Protocooperação - ou simplesmente cooperação, é a associação

entre indivíduos de espécies diferentes na qual ambos se beneficiam, mas

cuja coexistência não é obrigatória.

Análise de algumas interações classificadas como Protocooperação:

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a) paguro-eremita e a anêmona-do-mar - O paguro-eremita não

apresenta exoesqueleto e seu abdômen é mole, fato que o expõe a

predadores. Ele encontra refúgio dentro uma concha

de gastrópodo abandonada, servindo de substrato para anêmonas-

do-mar, que com seus tentáculos urticantes, protege o paguro de

predadores. E em troca o paguro transporta a anêmona na busca de

alimentos.

b) pássaro-palito e crocodilo - Os pássaros se alimentam dos

detritos de comida armazenados na boca dos crocodilos. Estes, por

sua vez, ficam livres do ataque de parasitas.

c) anu e gado - A ajuda também se torna para ambas as partes.

No caso dos anus, seu alimento é obtido através dos

carrapatos encontrados no gado, que por outro lado se liberta dos

parasitas.

3) Comensalismo - Uma espécie, chamada de comensal, é a única

beneficiada na relação. Já a segunda espécie, chamada de hospedeira,

não recebe vantagem, mas também não fica no prejuízo.

Dessa forma, comensal utiliza os restos alimentares ou metabólicos do

hospedeiro, não causando nenhum prejuízo a ele. Exemplo de

comensalismo muito citado é o que ocorre entre a rêmora e o tubarão. A

rêmora ou peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira

dorsal transformada em ventosa, com a qual se fixa ao corpo do tubarão.

A rêmora, além de ser transportada pelo tubarão, aproveita os restos de

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sua alimentação. O tubarão não é prejudicado, uma vez que os alimentos

ingeridos pela rêmora correspondem aos desprezados pelo tubarão.

4) Inquilinismo - Nesta relação, um dos seres é chamado de inquilino, e

se abriga no corpo de outro organismo, chamado de hospedeiro, sem

causar qualquer dano a ele. Esta associação se assemelha com o

comensalismo, e a principal diferença é que nesta relação não envolve a

busca de alimentos, mas somente de abrigo.

Análise de algumas interações clássicas de Protocooperação

a) peixe-agulha e holotúria - O peixe-agulha possui um corpo

fino e alongado. Ele penetra no corpo da holotúria, conhecida

popularmente como pepino-do-mar, em busca de abrigo, somente

saindo de lá para procurar alimento, voltando logo em seguida. O

peixe agulha apenas encontra abrigo no corpo do pepino-do-mar,

sem nenhum prejuízo para ele.

b) Orquídeas e bromélias que vivem sobre troncos - a

associação entre as orquídeas e as bromélias com troncos de árvores

recebe o nome de epifitismo. Por isso, orquídeas e bromélias são

denominadas epífitas. Essas plantas conseguem, vivendo sobre os

troncos de árvores, o suprimento ideal de luz para realizarem a

fotossíntese. Uma observação muito importante, aqui, é não

confundir as orquídeas e bromélias com plantas parasitas. As epífitas

são plantas que apenas procuram abrigo, proteção e luz ideal ao

crescer sobre outras plantas, mas sem prejudicá-las.

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5.3 Relações desarmônicas (interespecíficas e/ou

intraespecíficas)

Estes casos ocorrem quando uma relação entre duas espécies

favorece uma em detrimento a outra (embora não seja muito comum,

podem existir relações desarmônicas entre seres da mesma espécie).

1) Predatismo - A predação interespecífica é a relação em que o

indivíduo de uma espécie mata um indivíduo de outra espécie para se

alimentar. Em geral, o conceito de predação está associado aos “grandes

predadores”, ou seja, aqueles animais que estão no topo das cadeias

alimentares, como os leões, as onças, os ursos, os tigres e o ser humano.

Mas há uma ampla gama de organismos predadores na natureza, e nem

todos são de grande porte ou ocupam o topo das cadeias alimentares, ou

mesmo são animais. As plantas carnívoras são um exemplo de predação

entre os vegetais. Elas complementam sua alimentação com os nutrientes

obtidos pela decomposição de pequenos insetos e animais, que são

capturados com o auxílio de folhas modificadas e especialmente

adaptadas para esta função. Dessa forma, podem sobreviver em solos

encharcados e pobres em nutrientes.

2) Herbivoria - é a relação estabelecida entre os animais que se

alimentam de plantas. É importante lembrar que a relação de herbivoria

não é exclusividade dos animais herbívoros, pois os animais onívoros

também se alimentam de plantas. Nela, o animal se beneficia em

detrimento do vegetal. É uma relação desarmônica de extrema

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importância, pois as plantas são a base da cadeia alimentar e fornecem a

energia necessária à existência dos demais níveis tróficos em todos os

ecossistemas.

3) Competição - compreende a interação ecológica em que indivíduos

da mesma espécie ou indivíduos de espécies diferentes disputam alguma

recurso, como por exemplo, alimento, território, luminosidade, etc. A

competição pode ser intraespecífica (quando estabelecida dentro da

própria espécie) ou interespecífica (entre espécies diferentes). Em ambos

os casos, esse tipo de interação favorece um processo seletivo que

culmina, geralmente, com a preservação das formas de vida mais bem

adaptadas ao meio ambiente e com a extinção dos indivíduos com baixo

poder adaptativo. Assim, a competição constitui um fator regulador

da densidade populacional, contribuindo para evitar a superpopulação

das espécies.

4) Parasitismo - Esta relação ocorre entre indivíduos de espécies

diferentes, sendo que uma delas, denominada parasita, habita no interior

ou no exterior de outra espécie, denominada hospedeiro. O hospedeiro

torna-se o alimento do parasita.

5) Esclavagismo - é um tipo de relação

ecológica entre seres vivos onde um ser

vivo se aproveita das atividades, do

trabalho ou de produtos produzidos por outros seres vivos. Este tipo de

interação também pode ocorrer entre indivíduos da mesma espécie.

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5.4 Relações desarmônicas especificamente intraespecíficas

1) Canibalismo - é o nome dado às relações de predação

intraespecíficas. Apesar de ser um caso incomum, indivíduos da mesma

espécie podem ter relações de predação em algumas condições. Situações

em que a população cresce demasiadamente e há falta de recursos

essenciais como espaço, alimento e água podem provocar o canibalismo.

Esse comportamento é observado, por exemplo, em criatórios de

camundongos. O canibalismo também faz parte do comportamento sexual

de algumas espécies. A fêmea da aranha Latrodectus mactans, por

exemplo, é conhecida como viúva-negra por matar e comer seu parceiro

sexual após a cópula. O mesmo comportamento é adotado pela fêmea do

louva-a-deus, que muitas vezes chega a arrancar a cabeça do macho

ainda durante a cópula, terminando a alimentação apenas após ter sido

fecundada.

6) Prova: CESPE - 2007 - CPC - Perito Criminal

Em uma ilha do Pacífico, coelhos foram introduzidos para

consumo humano e acabaram causando sérios desequilíbrios

ecológicos devido a sua superpopulação. Foram registrados os

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seguintes eventos: 1. As populações de marsupiais herbívoros de

alimentação semelhante aos coelhos foram extremamente

reduzidas. 2. Uma espécie local de pulga passou a se alimentar do

sangue dos coelhos, embora sem causar redução na população

destes. 3. Uma espécie de raposa europeia foi introduzida para

controlar os coelhos, mas acabou atacando também espécies

locais de marsupiais de hábitos semelhantes aos coelhos. 4. Um

vírus altamente específico para coelhos foi finalmente introduzido,

embora tenham surgido populações resistentes.

Pode-se dizer que as interações ecológicas que melhor descrevem

as situações 1, 2, 3, e 4, respectivamente, são:

a) competição; parasitismo; predatismo, parasitismo.

b) predatismo; parasitismo; mutualismo; comensalismo.

c) amensalismo; esclavagismo; canibalismo; parasitismo.

d) canibalismo; inquilismo; predatismo; parasitismo.

e) esclavagismo; cooperação; predatismo; parasitismo.

Gabarito: letra A

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6. DINÂMICA DAS POPULAÇÕES

Propriedades do grupo Populacional

Conforme já descrevemos, população é qualquer grupo de

organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e

funciona como uma parte de uma comunidade biótica.

Podemos citar como características básicas de uma população:

densidade, natalidade, mortalidade, distribuição etária, potencial biótico,

dispersão e forma de crescimento. E características genéticas:

adaptatividade, fitness reprodutivo e persistência.

6.1 Densidade Populacional

A densidade populacional configura-se como a relação entre o

número de indivíduos de uma de população e a unidade de área ou

volume ocupada.

Existem alguns fatores que interferem diretamente na densidade das

populações, como a taxa de natalidade (N), taxa de mortalidade (M), taxa

de imigração (I) e a taxa de emigração (E), que podem ser consideradas

como atributos de uma população.

A taxa de natalidade é a velocidade com que os indivíduos nascem

e são adicionados à população, dependendo do potencial biótico da

população.

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A taxa de mortalidade é a velocidade com que os indivíduos

morrem e são eliminados da população, sendo dependente de fatores

como a predação, o parasitismo, doenças, entre outros.

A taxa de imigração é a velocidade com que indivíduos

provenientes de outras áreas entram numa população.

A taxa de emigração é a velocidade com que indivíduos deixam

uma população e dirigem-se para outras áreas.

A densidade de uma população pode manter-se fixa, ou ainda

aumentar ou diminuir em função das taxas de natalidade, mortalidade,

imigração e emigração, mas é importante ressaltar que o tamanho das

populações naturais frequentemente permanece em equilíbrio, em

harmonia com os fatores abióticos que interferem na estrutura destas

populações.

6.2 Seleção r e Seleção k

Uns dos principais conceitos em ecologia diz respeito à seleção dos

organismos vivendo a) em ambientes relativamente estáveis e previsíveis

ou b) em um meio em constante mutação, portanto imprevisíveis.

Populações r-selecionadas são aquelas que vivem em um ambiente

completamente livre de competição e sem nenhum efeito da densidade

populacional. Desta forma a estratégia selecionada seria investimento um

amplo direcionado à reprodução, com pequena alocação energética por

indivíduo da prole e produção de uma progênie quão numerosa possível

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(ambientes com baixa densidade, a pressão seletiva favorece espécies

com potencial reprodutivo alto).

Nestes casos, a energia necessária para a reprodução e, portanto,

para a sobrevivência de gerações futuras, implica energia dedicada a

estruturas reprodutivas, atividades de acasalamento, produção da prole,

cuidado dos pais, etc.

Já as populações K-selecionadas, vivem em um ambiente saturado

de organismos, onde os efeitos da densidade populacional são grandes.

Neste tipo de ambiente a estratégia ótima seria um maior direcionamento

de energia à manutenção somática e crescimento em detrimento de um

menor investimento em reprodução (investe mais na manutenção e

sobrevivência do indivíduo).

6.3. Potencial Biótico

O potencial biótico de uma população é a sua capacidade de

reprodução e, portanto, de aumentar o número de indivíduos em certa

área, em condições favoráveis.

Apesar de muitas espécies apresentarem um potencial biótico

elevado como os insetos, peixes, ostras entre outras, ao longo do tempo

as populações mantêm-se constantes, devido a ação da resistência

ambiental. A propósito, resistência ambiental é a própria ação da

seleção natural sobre as populações, tais como a limitação de alimento e

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espaço, competição intra e interespecífica, predação, parasitismo, entre

outros fatores.

Por exemplo, o predatismo e o parasitismo são fatores que

influenciam o crescimento populacional, regulando o tamanho das

populações. A introdução ou eliminação de predadores, além da

capacidade de adaptação de espécies exóticas e/ou invasoras em

determinados ecossistemas podem acarretar em desequilíbrios

populacionais graves para diversas espécies.

6.4. Influência dos Fatores Abióticos e Bióticos sobre as

Populações

A população de um ecossistema pode crescer infinitamente em

teoria, mas existe uma curva real de crescimento de uma população que

é determinada pelo aumento dos indivíduos, modificada pela chamada

resistência do ambiente. Esta resistência é composta por todos os fatores

abióticos que podem influenciar no crescimento da população, conforme

já falamos no início deste material.

Os fatores abióticos que interferem no tamanho das populações

estão relacionados ao ambiente onde esta população está presente,

como a umidade, salinidade, pH, temperatura, oxigenação, entre outros.

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6.5 A Sucessão Ecológica e Conceito de Comunidade Clímax

A sucessão ecológica configura-se como as alterações graduais,

ordenadas e progressivas no ecossistema, resultantes da ação contínua

dos fatores ambientais sobre os organismos e da reação destes últimos

sobre o ambiente.

Ao observarmos o processo de sucessão ecológica podemos

identificar um progressivo aumento na biodiversidade e espécies e na

biomassa total. As teias e cadeias alimentares se tornam cada vez mais

complexas e ocorre a constante formação de novos nichos.

Neste sentido, a COMUNIDADE CLIMAX é aquela que expressa o

máximo de desenvolvimento possível do ecossistema sob as condições do

local em que a sucessão ocorreu. A estabilidade de uma comunidade

clímax está em grande parte associada ao aumento da variedade de

espécies e da complexidade das relações alimentares.

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7. Lista de questões comentadas

1) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Biologia

As dimensões de um ecossistema podem variar

consideravelmente, de uma poça de água à totalidade do planeta

Terra, considerado um imenso ecossistema composto por todos

os ecossistemas existentes.

Com base no texto acima, julgue os itens subsequentes.

( ) Em cada ecossistema, a matéria e a energia passam do meio

abiótico para os seres vivos, não retornando, posteriormente, dos seres

vivos ao meio.

(Gabarito: E)

Comentário: De fato, a energia é transferida do meio abiótico para os seres visos.

Mas, ao contrário do que a segunda parte da questão afirma, essa energia retorna

para o meio através da decomposição da matéria orgânica, realizada pelos

organismos decompositores.

( ) Um ecossistema consiste em um conjunto de vida definido pelo

agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala

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regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada

de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.

Gabarito: E

Comentário: Conforme já estudamos, o ecossistema é composto pelo Biótopo +

Biocenose. Esta biocenose comporta todos os organismos existentes, e não somente a

vegetação.

2) Prova: CESPE - 2010 - BASA - Técnico Científico

Em um planeta aquecido, mantenha o refrigerador ligado. A

floresta amazônica há muito deixou de ser tratada como o pulmão

do mundo, mas ganhou status ainda mais importante, o de ar-

condicionado da Terra. A preservação da mata é fundamental no

combate ao aquecimento global, apontam especialistas.

O Globo. "Planeta Terra", nov./2009, p. 20 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a

inserção da Amazônia no quadro de desenvolvimento sustentável,

julgue os itens que se seguem.

( ) Embora relativamente pouco extensa quanto à dimensão

geográfica, a Amazônia é o ecossistema integralmente brasileiro mais

conhecido no mundo, graças à formidável quantidade de água e de

espécies que possui, e à sua importância para o clima global, como afirma

expressamente o texto.

Gabarito: E

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Comentário: A questão já inicia errada, afirmando que a Amazônia é relativamente

pouco extensa. Além disso, a Amazônia não está localizada integralmente em terras

brasileiras. É verdade que a maioria das florestas está contida dentro do Brasil, com

60% da floresta, mas 13% da floresta está localizada no Peru, além de pequenas

quantidades dispostas na Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia,

Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

3) Prova: CESPE - 2010 - SAEB

Uma cadeia alimentar pode ser representada por um milharal,

gafanhotos, andorinhas e decompositores. Nesse exemplo, os

gafanhotos seriam:

A) produtores.

B) consumidores de primeira ordem.

C) consumidores de segunda ordem.

D) consumidores de terceira ordem.

Gabarito: B

Comentário: Gafanhotos são animais que se alimentam de folhas verdes. Na cadeia

trófica proposta, eles se alimentariam do milharal, constituindo-se como os

consumidores primários (alimentam-se dos produtores) ou consumidores de primeira

ordem (outro nome dado aos consumidores primários).

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8. Teste Final + Gabarito

1) Prova: CESPE - 2009 - ANTAQ - Técnico Administrativo

"[...] falcões que caçam rapidamente suas presas; águias e

falcões que caçam planando; águias pescadoras que mergulham

para capturar peixes; o pássaro secretário de pernas longas que

corre atrás de sua presa; carcarás que se alimentam de

cadáveres; e mesmo um abutre africano que se alimenta quase

que exclusivamente de fruta da palmeira de óleo." (retirado de

FUTUYMA, 1997: 388) O trecho acima descreve parte da variação

existente nos hábitos alimentares e na morfologia associada de

espécies aparentadas de Falconiformes (Aves). Costuma se

utilizar o termo ________________ para descrever a

diversificação em diferentes nichos ecológicos das espécies

derivadas de um mesmo ancestral. Dentre as alternativas,

preenche-se corretamente a lacuna acima por:

a) Irradiação adaptativa.

b) Convergência evolutiva.

c) Seleção natural.

d) Competição interespecífica.

e) Deriva genética.

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2) Prova: CESPE - 2009 - CEHAP - PB - Digitador - Médio

Use uma das alternativas abaixo para preencher corretamente o

texto referente ao Princípio de Gause: "Num mesmo

_____________, duas espécies _____________ podem ter o

mesmo ____________; porém nunca terão por muito tempo o

mesmo ______________, já que a competição leva ao

desaparecimento ____________."

a) habitat, diferentes, nicho ecológico, ecossistema, das duas

b) ecossistema, diferentes, nicho ecológico, habitat, das duas

c) habitat, idênticas, nicho ecológico, habitat, das duas

d) ecossistema, diferentes, comportamento, nicho ecológico, de uma

delas

e) ecossistema, diferentes, habitat, nicho ecológico, de uma delas

3) Prova: CESPE - 2009 - CEHAP - PB - Administrador - Superior

Populações são reguladas por fatores independentes e

dependentes da densidade. São exemplos de fatores

independentes e dependentes da densidade, respectivamente:

a) limitação por espaço e fecundidade.

b) taxa de parasitismo e luminosidade.

c) doenças e temperatura.

d) taxa de predação e mortalidade.

e) eventos catastróficos e fecundidade.

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4) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Pericial - Engenharia

Florestal

O plantio sequencial de espécies pioneiras, secundárias e clímax

para recuperação de áreas degradadas, é conhecido como:

a) grupo de espécies nativas.

b) grupo de espécies ecológicas.

c) segmento de espécies nativas.

d) grupo de sucessão ecológica.

5) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Biologia - Específicos

As bactérias do gênero Rhizobium, fixadoras de nitrogênio,

vivem dentro das raízes de leguminosas onde formam nódulos.

Essas bactérias absorvem o nitrogênio do ar e com ele

sintetizam substâncias nitrogenadas, também utilizadas pela

planta hospedeira. As leguminosas, em contrapartida, fornecem

açúcares e outros compostos orgânicos às bactérias existentes

em seus nódulos.

Tendo como referência o texto acima, julgue os itens que se

seguem.

( ) O texto refere relação de parasitismo entre as bactérias do

gênero Rhizobium e vegetais da família das leguminosas.

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6) Prova: CESPE - 2011 - CBM-ES - Oficial Bombeiro Militar

No texto acima, são abordados os impactos ambientais do atual

modelo agrícola. Com relação a esse tema e suas implicações,

julgue os itens que se seguem.

( ) Denomina-se herbivoria a relação ecológica da lagarta-do-

cartucho com o milho.

7) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Técnico de Laboratório - Biologia -

Específicos

As bactérias do gênero Rhizobium, fixadoras de nitrogênio,

vivem dentro das raízes de leguminosas onde formam nódulos.

Essas bactérias absorvem o nitrogênio do ar e com ele

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sintetizam substâncias nitrogenadas, também utilizadas pela

planta hospedeira. As leguminosas, em contrapartida, fornecem

açúcares e outros compostos orgânicos às bactérias existentes

em seus nódulos.

Tendo como referência o texto acima, julgue os itens que se

seguem.

( ) As bactérias do gênero Rhizobium convertem o nitrogênio

presente na atmosfera diretamente em nitratos.

8) Prova: MS CONCURSOS - 2010 - CIENTEC-RS - Engenheiro Civil

Quando se aplica em uma área cultivada uma substância que mata

exclusivamente herbívoro, os primeiros organismos a serem

profundamente afetados por ausência de alimentos são os:

a) Produtores.

b) Consumidores de 1ª ordem.

c) Consumidores de 2ª ordem.

d) Decompositores.

e) Produtores e decompositores.

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Gabarito

1 2 3 4 5 6 7 8
A E E D ERRADO CERTO CERTO C

Alunos, com estes últimos exercícios fechamos esta aula

inicial. Espero que vocês tenham aproveitado este material.

Aproveito para lembrar que é muito importante resolver

questões de concursos anteriores. Existem sites especializados em

questões de concursos. Sugiro que façam download de provas anteriores

do IBAMA e MMA, porque ambos são organizados pela CESPE. Dessa

forma, dá pra ter uma ideia do que eles costumam cobrar!

Aguardo vocês aqui, na próxima aula!

Continuem estudando, ok?

Se quiserem entrar em contato comigo, para esclarecer dúvidas ou obter

quaisquer outras informações, escrevam para etieneclavico@globo.com

Abraços e bons estudos!

Etiene Clavico

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