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Rev. bras. alerg. imunopatol.


Copyright © 2006 by ASBAI

ARTIGO DE REVISÃO

Aplicações terapêuticas dos anticorpos monoclonais


Monoclonal antibodies therapeutic applications
Rosaly V.2 dos Santos¹, Plínio M.2 G. de Lima2, Anderson Nitsche2,
Fabielle M. Harth , Fernando Y. de Melo , Helcio T. Akamatsu , Hermênio C. Lima³
2

Resumo Abstract
Objetivo: Conduzir e apresentar revisão da literatura so- Objective: To conduct and present a literature review on
bre a produção e uso clínico dos anticorpos monoclonais em- monoclonal antibodies production and clinical use for illnesses
pregados no tratamento de doenças. treatment.
Métodos: Revisão sistemática de trabalhos científicos rele- Methods: A systematic review of scientific literature on
vantes de banco de dados eletrônicos até janeiro de 2006. Fo- electronic data base until January of 2006. Articles had been
ram selecionados artigos que abordassem o tema “anticorpos selected that approached the subject "monoclonal antibodies"
monoclonais” nos seguintes aspectos: definição, mecanismo de in the following aspects: definition, mechanism of action, the-
ação, aplicação terapêutica e efeitos colaterais. rapeutical application and side-effect.
Resultados: Muitos anticorpos monoclonais estão licencia- Results: Many monoclonal antibodies are permitted for cli-
dos para uso clínico e outros em desenvolvimento clínico avan- nical use and others in advanced clinical development. The the-
çado. As terapias baseadas neste grupo de biológicos apresen- rapies based on this biological group present advantages and
tam vantagens e desvantagens quando comparadas a terapias disadvantages when compared to conventional therapies. Ver-
convencionais. Versatilidade, especificidade, e ações não repro- satility, specificity, and actions not reproduced by traditional
duzidas pelas drogas tradicionais são as vantagens desses bio- drugs are the advantages of these biotherapeutics. However,
terápicos. Entretanto, o alto custo reduz seu uso em larga es- the high cost reduces its use in wide scale.
cala. Conclusion: In the last years, monoclonal antibodies had
Conclusão: Nos últimos anos anticorpos monoclonais pas- started to be the first line therapy or a variety of conditions
saram a ser uma terapia de primeira linha para uma variedade that include inflammatory, infectious, neoplasic diseases. The-
de condições que incluem infecções virais, distúrbios inflama- rapies based on antibodies can be developed successfully for
tórios e neoplasias, além do mais, terapias baseadas em anti- use in clinical situations where no therapy is available. Doctors
corpos podem ser desenvolvidas com sucesso para uso em si- from different specialties will need more clinical experiences to
tuações clínicas onde nenhuma terapia efetiva esteja disponí- use routinely these composites and to understand its mecha-
vel. Médicos de diversas especialidades precisarão de mais ex- nisms basic of action.
periências clínicas para usarem rotineiramente esses compos-
tos e entenderem seus mecanismos básicos de ação.
Rev. bras. alerg. imunopatol. 2006; 29(2):77-85 anticorpos Rev. bras. alerg. imunopatol. 2006; 29(2):77-85 mono-
monoclonais; tratamento, câncer; doenças auto-imunes; qui- clonal antibodies; treatment; cancer; autoimmune diseases;
mioterapia. chemotherapy.

1. Especialista em Alergologia e Mestre em Pediatria pela XX, quando mecanismos de especificidade como a ligação
Universidade Federal do Paraná (UFPR). entre antígeno e anticorpo já eram conhecidos, propôs um
2. Alunos do 9° período do curso de medicina da UFPR. modelo no qual o fármaco é ligado a um transportador es-
3. Especialista em Alergologia, Imunolopatologia e Dermatologia, pecífico exibindo sua atividade farmacológica apenas no te-
Doutor em Imunologia pela Harvard University, Professor
Adjunto IV do Departamento de Patologia Médica, chefe da
cido alvo. Assim, os efeitos indesejáveis resultantes da sua
Disciplina de Imunologia Clínica e Alergia da UFPR, ação em outros tecidos seriam largamente diminuídos, en-
Coordenador do Núcleo de Pesquisas em Imunodermatologia e quanto o aumento da eficiência permitiria o decréscimo da
Imunologia Clínica da UFPR. dose administrada. Esse modelo ficou conhecido por “Bala
Mágica de Ehrlich” .
2

Artigo submetido em 21.08.2005, aceito em 11.03.2006. No entanto, a resposta do sistema imunológico a qual-
quer antígeno é policlonal. Partindo da idéia já existente de
se criar uma substância que se ligasse, por exemplo, so-
mente às células cancerígenas no paciente, ou que des-
Introdução truísse essas células, e não as células normais, é que, em
1975, Georges J. F. Köhler e César Milstein descreveram os
Histórico e desenvolvimento de anticorpos mono- primeiros anticorpos monoclonais com a descoberta da téc-
clonais nica de hibridização celular somática, tendo como resultado
A era moderna da Imunologia teve início em 1890 com os hibridomas ou híbridos de células formadoras de anti-
a descoberta dos anticorpos como componentes principais corpo e linhagens celulares de replicação contínua (figura
da imunidade protetora . Paul Ehrlich, no início do século
1
1). Esta técnica consiste na fusão de esplenócitos de ca-

77
78 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 2, 2006 Anticorpos monoclonais

mundongos, imunizados a determinado antígeno, com cé- da HPRT para sobrevivência, ocasionando a morte da li-
lulas do mieloma. É utilizado um agente para facilitar a fu- nhagem de células do mieloma. Aguarda-se a morte natu-
são das membranas plasmáticas adjacentes. A linhagem ral dos esplenócitos, já que eles não podem crescer indefi-
celular de replicação é selecionada pela ausência de ativi- nidamente pelo tempo médio de vida limitado. Os híbridos
dade de hipoxantina-fosforribosil transferase (HPRT) e au- são capazes de crescer indefinidamente e começam a se
sência de produção ou secreção de imunoglobulinas. A par- multiplicar, com formação rápida de colônias. As células do
tir da fusão celular, três populações de células permane- hibridoma são clonadas, e os sobrenadantes são testados
cem em cultura: esplenócitos, células do mieloma e os hí- quanto à produção de anticorpos. São realizados extensos
bridos. No meio de cultura HAT (hipoxantina, aminopterina testes para garantir a especificidade dos anticorpos. Podem
e timidina), as células HPRT não podem produzir hipoxanti- ser produzidas grandes quantidades de anticorpo in vitro

na exógena para produzir purinas. Quando expostas a ami- (em meios de cultura) ou (no líquido ascítico de ca-
in vivo

nopterina, elas são incapazes de utilizar a via endógena de mundongos). Essa descoberta lhes rendeu o prêmio Nobel
purinas e pirimidinas e ficam completamente dependentes de Medicina e Fisiologia . 3

Anticorpo Células do mieloma

Linfócito B

Híbrido A
Híbrido B

Híbrido C

Figura 1 - Técnica de hibridização celular somática: 1. células tumorais são injetadas no camundongo para estimular a produção de linfócitos
B, que produzem diferentes tipos de anticorpos anti-tumor. 2. Células do mieloma são coletadas. 3. Linfócitos B são fundidos com as células do
mieloma para produzir células híbridas produtoras de anticorpos imortalizadas. 4. Híbridos que produzem o anticorpo necessário são seleciona-
dos e clonados para produzir quantidades ilimitadas de anticorpo monoclonal.

Apesar de a técnica ter sido descrita em 1975, seu uso Nomenclatura


clínico, diagnóstico e terapêutico iniciou-se após a associa- Um fato que chama atenção nestas novas medicações é
ção com a engenharia genética, já que os anticorpos de ca- a nomenclatura. Convenções para se definir uma nomen-
mundongos (também chamados de anticorpos murinos) clatura de anticorpos e fragmentos de anticorpos foram es-
são “vistos” pelo sistema imune como estranho e o orga- tabelecidas nos Estados Unidos. Quatro ou mais sílabas em
nismo humano pode produzir HAMA (anticorpos humanos cada nome revelam muita informação sobre cada produto.
antianticorpos de camundongos), o que causa não só a rá- Os nomes que terminam com o sufixo “mab”, que significa
pida eliminação destes anticorpos pelo hospedeiro como monoclonal (anticorpo monoclonal) são precedi-
antibody

também a formação de complexos imunes, que causam le- dos por uma ou duas letras que descrevem a fonte do anti-
são aos rins .
4
corpo: letra “U” para o ser humano; “O” para o camundon-
Usando a engenharia genética, foi possível produzir an- go; “E” para o hamster; “I” para o primata; “A” para o ra-
ticorpos humano-camundongo híbridos, na tentativa de re- to; “ZU” para humanizado; e “XI” para quimérico.
duzir o problema do HAMA, e são chamados de anticorpos O alvo ou a doença de indicação do anticorpo é desig-
quiméricos ou humanizados. O anticorpo quimérico é o an- nado com uma sílaba interna adicional no jargão do órgão
ticorpo que apresenta a combinação da região variável do regulador de nomenclatura, denominada “infix”, que pode-
anticorpo de camundongo com a região constante do anti- mos chamar de prefixo. Estas sílabas incluem: “bac” para
corpo humano. O anticorpo humanizado apresenta somen- bacteriano, “lim” para o imunomodulador, “mel” para o
te as regiões hipervariáveis do anticorpo de camundongo, melanoma, “pr(o)” para o tumor de próstata, “gov” para o
e o restante de moléculas de anticorpo humano. Isto per- tumor de gônada (ovário), “ci(r)” para cardiovascular, “vir”
mite a construção de anticorpos monoclonais sob medida para viral, “col”para o tumor de colo, “mar” para o tumor
para o sítio de ligação mas com possíveis variações no ta- mamário, “got” para o tumor de gônada (testículo) e “tum”
manho, configuração, valência, e funções de ação . 5
para outros tumores. O prefixo é precedido por uma sílaba
Anticorpos monoclonais Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 2, 2006 79

compatível que designa o produto para terminar o nome. g) Science Citation Index Expanded (SCI-EXPANDED)--
Monte todas as partes e palavras como biciromab, seviru- 1945-presente
mab, edobacumab e nebacumab começam a fazer sentido. h) Social Sciences Citation Index (SSCI)--1956-presente
Se outra molécula for adicionada ao anticorpo, uma pa- i) Arts & Humanities Citation Index (A&HCI)--1975-pre-
lavra separada será adicionada ao nome. Se uma toxina for sente
adicionada, o “tox” deve ser parte da segunda palavra. Co- j) Books@Ovid 11 de janeiro de 2006
mo exemplo, “aritox” refere-se à toxina A da ricina, e “su-
dotox”, à exotoxina da Pseudomonas . Pende-
aeruginosa Bibliografias dos estudos selecionados foram analisadas.
tide ou pentetate também são palavras utilizadas para todo Estudos não publicados ou em andamento foram pesquisa-
ligante que prende o anticorpo a uma toxina ou isótopo. dos via correspondências com especialistas na área, auto-
Um resumo da nomenclatura seria: final com “mab” são res de trabalhos relevantes e companhias farmacêuticas.
anticorpos monoclonais; final em “ximab” são monoclonais Resumos de congressos foram pesquisados manualmente.
quiméricos e podem formar anticorpos neutralizantes; final
“zumab” são anticorpos monoclonais humanizados e menos A estratégia de pesquisa
capazes de gerar anticorpos neutralizantes; final “cept” en- 1. monoclonals antibodies, Muronomab-CD3, Orthoclone-
volve fusão com a porção Fc da IgG1 humana . 5
OKT3 , Abciximab, ReoPro , Daclizumab, Zenapax ,
® ® ®

Rituximab, Rituxan , Basiliximab, Simulect , Palivizu-


® ®

Aplicações mab, Synagis , Infliximab, Remicade , Trastuzumab,


® ®

Os anticorpos monoclonais, como terapia alvo, têm alta Herceptin , Gemtuzumab ozogamicin, Mylotarg ,
® ®

especificidade com poucos efeitos colaterais e é o foco de Alemtuzumab, Campath 1H , Ibritumomab tiuxetan,
®

muitas pesquisas nas doenças que necessitam de trata- Zevalin , Adalimumab, Humira , Alefacept, Amevive ,
® ® ®

mento clínico ou cirúrgico agressivo. Os anticorpos mono- Tositumomab, Bexxar , Etanercept, Enbrel , Efalizu-
® ®

clonais podem ser aplicados intactos ou acoplados a outra mab, Raptiva , Omalizumab, Xolair , Bevacizumab,
® ®

molécula, por exemplo, um átomo fortemente radioativo, Avastin ;®

como o I , este com o objetivo de destruir uma célula


131
2. Inflammatory OU inflamm* OU neoplasic* OU neopla-
alvo. Alguns anticorpos monoclonais têm sido introduzidos sic disease OU autoimmune OU autoimmune disease;
na medicina para suprimir o sistema imune (como Muro- 3. Immunosuppressants OU Immunosuppressive Agents
momab-CD3, Omalizumab) e para destruir ou inibir células OU Immunomodulators OU Biological Response Modi-
malignas (por exemplo, Rituxima, Alemtuzumab) . 6
fiers;
No total, dezoito biológicos foram aprovados para uso
terapêutico, e são os seguintes: Muronomab-CD3 (Ortho- Estes foram combinados com a estratégia de pesquisa
clone OKT3 ); Abciximab (ReoPro ); Daclizumab (Zena-
® ®
para localizar os artigos.
pax ); Rituximab (Rituxan ); Basiliximab (Simulect ); Pa-
® ® ®

livizumab (Synagis ); Infliximab (Remicade ); Trastuzu-


® ®
Método de seleção do estudo
mab (Herceptin ); Gemtuzumab ozogamicin (Mylotarg );
® ®
O total de 1128 artigos científicos preenchia os critérios
Alemtuzumab (Campath 1H ); Ibritumomab tiuxetan (Ze-
®
acima descritos e arquivados em banco de dados do
valin ); Adalimumab (Humira ); Alefacept (Amevive );
® ® ®
EndNote 9.0 . Deste, títulos e resumos foram identificados
®

Tositumomab (Bexxar ); Etanercept (Enbrel ); Efalizumab


® ®
das pesquisas e analisados pelos autores. Texto completo
(Raptiva ); Omalizumab (Xolair ); Bevacizumab (Avas-
® ®
de possível relevância foi obtido para avaliação. Os autores
tin ). Suas indicações e efeitos colaterais serão discutidos
®
decidiram qual publicação preenchia os critérios de inclu-
nesta revisão. são pela sua qualidade metodológica, índice de impacto e
adequação ao texto da revisão.
Método
Conflito de interesse potencial
Objetivo Os autores envolvidos nesta revisão a fizeram sem qual-
Rever a literatura sobre as indicações e problemas asso- quer conflito de interesse conhecido.
ciados ao uso de anticorpos monoclonais e derivados co-
nhecidos como biológicos. Resultados
Critérios de consideração dos estudos para esta Os biológicos foram apresentados na ordem em que o
revisão autor sênior desta revisão considerou como mais relevante
Todos os estudos incluindo revisões, estudos clínicos, para o público alvo. Um resumo destes biológicos é descri-
editoriais, cartas, meta-análises, guias práticos estudos to na tabela 1.
clínicos randomizados e estudos clínicos controlados publi-
cados até janeiro de 2006. Não houve imposição de res- Omalizumabe (Xolair®)
trição na língua dos trabalhos. É um anticorpo anti-IgE monoclonal humanizado não-
anafilaticogênico, com características humanas >95%
Estratégia de pesquisa para identificação dos es- (IgG1-κ). Ele reconhece o mesmo sítio de ligação do recep-
tudos tor de alta afinidade FcεR1 da IgE livre circulante (porção
Estudos relevantes de banco de dados eletrônicos foram Fc específica), bloqueando-o e prevenindo a liberação de
identificados de: mediadores inflamatórios por mastócitos e basófilos tais
a) MEDLINE (a partir de 1966) como histamina, leucotrienos e citocinas. Esse anticorpo
b) Ovid OLDMEDLINE(R) 1950 a 1965 forma pequenos complexos triméricos ou pentaméricos
c) EMBASE (a partir de 1980) e CINAHL (a partir de com a IgE livre . 7

1982) Está indicado para a asma e rinite alérgicas. Previne cri-


d) Ovid MEDLINE(R) In-Process & Other Non-Indexed Ci- ses de asma após teste de provocação por inalação de
tations alérgenos, tanto a resposta imediata como a tardia, em pa-
e) LILACS (Latin American and Caribbean Health Science cientes com doença alérgica leve . Outras aplicações têm
8

Information database) sido sugeridas . Recentemente, aplicação efetiva na der-


9

f) CancerLit matite atópica foi relatada . 10


80 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 2, 2006 Anticorpos monoclonais

Tabela 1 - Quadro apresentando anticorpos monoclonais usados na prática médica e detalhados neste trabalho.

Monoclonal* Nome Fonte Indicação(ões) Mecanismo

Abciximabe ReoPro Quimérico, IgG monoclonal Inibição da agregação Liga-se ao receptor GPIIb/IIIa
plaquetária
Adalimumabe Humira Humano, monoclonal IgG1 Artrite reumatóide Liga-se a TNF-α

Alefacept Amevive receptor CD2 com fragmento Fc Psoríase Liga-se a CD2


IgG1
Alemtuzumabe Campath Humanizado, monoclonal IgG Leucemia linfocítica crônica de Liga-se a CD52
células B
Basiliximabe Simulect Quimérico, monoclonal Reijeição aguda renal Subunidade alfa do
IL-2R
Bevacizumabe Avastin Humanizado, monoclonal câncer coloretal metastatizado anti-fator de crescimento do
endotélio vascular (VEGF)
Daclizumabe Zenapax Humanizado, monoclonal GVHD e transplantes Subunidade alfa do
IL-2R
Efalizumabe Raptiva Ac contra CD11a (LFA-1) Psoríase Liga-se a CD11a (LFA-1)

Etanercept Enbrel receptor TNF com fragmento Artrite reumatóide Age como um receptor para TNF
Humano IgG Fc
Gemtuzumabe Mylotarg Humanizado, monoclonal IgG Leucemia mieloide aguda Liga-se a CD33
ozogamicin
Ibritumomabe Zevalin Camundongo, monoclonal IgG Tratmento de linfoma não Liga-se a CD20
tiuxetan Hodgkin de células B
Infliximabe Remicade Quimérico, monoclonal IgG Doença de Crohn e artrite Liga-se a TNF-a
reumatóide
Muromonabe-CD3 Orthoclone-OKT3 Imunoglobulina murina Ig2a Rejeição de transplante de Liga-se ao CD3
órgãos sólidos
Omalizumabe Xolair Humanizado, monoclonal IgG1S Asma e atopias IgE livre circulante (porção Fc
específica)
Palivizumabe Synagis Humanizado, monoclonal Contra VRS Liga-se ao VRS
Rituximabe Rituxan Quimérico, monoclonal IgG Linfoma não-Hodgkin Liga-se a CD20

Tositumomabe Bexxar monoclonal IgG murino linfoma não-Hodgkin folicular Liga-se a CD20
radiomarcado com iodo-131
Trastuzumabe Herceptin Humanizado, monoclonal IgG Câncer de mama Liga-se a proteína HER2

* a língua portuguesa exige o acréscimo de e ao mab


É capaz de reduzir exacerbações de asma, mesmo em um papel primário da IgE na proteção do hospedeiro, con-
paciente com doença moderada e grave, a eosinofilia, me- siderando-se esquistossomose e estrongiloidíase. A predis-
lhorar a qualidade de vida, diminuindo os sintomas e os posição a infecções parasitárias ainda necessita de maior
parâmetros das provas de função pulmonar, e reduzir as investigação, pois embora muitas das infecções sejam cos-
doses de corticosteróides e de β-agonistas. Em pacientes mopolitas, são encontradas principalmente em regiões tro-
com rinite alérgica sazonal houve diminuição significativa picais e intertropicais, onde a prevalência é alta . 12

dos sintomas nasais e oculares e redução da necessidade


de medicamentos tais como os anti-histamínicos. Daclizumabe (Zenapax®)
Após sua aplicação por via subcutânea ou IV, há queda É um anticorpo monoclonal humanizado que atua contra
rápida dos níveis séricos de IgE livre (>99%), através de a subunidade alfa (Tac/CD25) do receptor da interleucina 2
uma ação dose-dependente. Ocorre redução da expressão (IL-2) das células T ativadas. É usado na prevenção da do-
do receptor de alta afinidade FcεR1 e na liberação de hista- ença aguda e crônica de enxerto hospedeiro no
versus

mina antígeno-estimulada pelos basófilos. A dosagem anti- transplante de órgãos maciços, principalmente o rim . 13

IgE necessária deve ser individualizada de acordo com os A dose recomendada é de 1mg/kg a cada 14 dias, em
níveis de IgE total e peso de cada paciente. A formação cinco doses, sendo a primeira 24 horas antes da cirurgia.
dos complexos acarreta aumento nos níveis de complexos Seu uso pode reduzir a dose de ciclosporina e glicocorticos-
anti-IgE/ IgE, com conseqüente desaparecimento da IgE teróide, diminuindo a nefrotoxicidade e os efeitos cushin-
livre circulante. Como esses complexos não podem se ligar góides. Quando adicionado à terapia tríplice de imunossu-
aos receptores IgE, são desprovidos de atividade IgE pressão (ciclosporina, azatioprina e prednisona), reduz em
biológica . 11
36% a taxa de rejeição aguda em um ano no transplante
Devido à humanização do anticorpo e ao pequeno tama- renal e pode ter bons resultados no transplante de outros
nho dos complexos anti-IgE/IgE, o omalizumabe não de- órgãos. Não aumenta o risco de infecção ou malignidade . 14

sencadeia doenças auto-imunes porque esses complexos


são incapazes de ativar o complemento. Os efeitos adver- Muromonabe-CD3 (Orthoclone-OKT3®)
sos são: reação no local da injeção, fadiga, cutâneo,
rash É uma imunoglobulina Ig2a produzida pela técnica do
urticária, infecção viral, infecção de vias aéreas superiores, hibridoma que reconhece, liga e bloqueia o complexo CD3
sinusite, cefaléia e faringite. Embora o papel da IgE nas do receptor da célula T. Foi o primeiro anticorpo monoclo-
infecções parasitárias tem sido considerado pouco eviden- nal murino a se tornar disponível para terapia em huma-
te, é seguro concluir que todas as evidências não suportam nos. Foi aprovado pela Food and Drug Administration
Anticorpos monoclonais Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 2, 2006 81

(FDA) em 1985 como um agente anti-rejeição no trans- de uma via de acesso exclusiva. O tratamento é bem tole-
plante renal e é considerado alternativa efetiva na profila- rado. Reações adversas relacionadas à infusão incluem a
xia e no tratamento de primeira linha da rejeição aguda de síndrome de liberação de citocinas, principalmente febre,
aloenxertos de órgãos sólidos . Pode ser efetivo também
15
calafrios e tremores. Estas ocorrem na maioria dos paci-
na prevenção ou reversão da doença do enxerto versus entes durante a primeira infusão, geralmente nas primeiras
hospedeiro em pacientes transplantados da medula ós- duas horas .
23

sea .
16

Inúmeros efeitos colaterais prejudicaram sua difusão na Basiliximabe (Simulect®)


prática clínica. A administração é freqüentemente acompa- É um anticorpo monoclonal quimérico que se liga espe-
nhada por uma síndrome de liberação de citocinas: febre cificamente à subunidade alfa (CD25) do complexo do re-
alta, calafrios, hipertensão arterial e edema pulmonar. Vá- ceptor da interleucina-2 (IL-2R) de alta afinidade, seletiva-
rios pacientes desenvolvem anticorpos contra o epítopo xe- mente expresso na superfície dos linfócitos ativados, ini-
nogênico (murino) diminuindo sua eficácia. As reações cru- bindo sua proliferação e induzindo apoptose, uma via cru-
zadas com o tecido não-alvo podem produzir trombocito- cial na rejeição de aloenxertos . 24

penia e neutropenia ou meningoencefalite asséptica. Com- Os anticorpos anti-IL-2R são usados como terapia indu-
plicações infecciosas foram relatadas sugerindo imunossu- tora, imediatamente após transplante renal, para preven-
pressão excessiva . 17
ção da rejeição celular aguda em crianças e adultos. Du-
rante rejeição aguda, a cadeia IL-2R alfa não é mais ex-
Abciximabe (ReoPro®) pressa nas células T, portanto, não podem ser usados para
É um fragmento de anticorpo que inibe a agregação pla- tratar uma rejeição aguda existente. Em até 24 horas após
quetária e leucocitária, ligando-se aos receptores da glico- uma única dose intravenosa de basiliximabe 2,5 a 25mg,
proteína (GP) II b/IIIa. Foi o primeiro agente aprovado pa- aproximadamente 90% das IL-2R disponíveis nos linfócitos
ra o uso como terapia adjuvante para a prevenção de com- T estarão complexadas com a droga. Esta ligação foi man-
plicações isquêmicas cardíacas nos pacientes que se sub- tida por quatro a seis semanas quando pacientes renais
meteram a intervenção coronariana percutânea. As princi- transplantados receberam basiliximabe 20mg duas horas
pais indicações cardiovasculares adicionais são - angina antes e quatro dias após a cirurgia . 25

instável, na carótida, ataque isquêmico e doença vas- O basiliximabo reduziu significantemente a rejeição agu-
da quando comparado com placebo em receptores trans-
stent

cular periférica .
18

Estudos em pacientes submetidos à intervenção percu- plantados renais recebendo imunoterapia dupla (microe-
tânea com síndrome coronariana aguda mostraram que, a mulsão de ciclosporina e corticosteróides) e tripla (basea-
adição de inibidores da glicoproteína IIb/IIIa com heparina das em azatioprina ou micofenolato mofetil). A incidência
e aspirina, reduziu mortes ou infartos miocárdios quando de eventos adversos foi semelhante, sem acréscimo na
comparada às terapias somente com aspirina e heparina. A incidência de infecção. Distúrbios linfoproliferativos pós-
principal discussão sobre sua segurança é o risco de san- -transplante após tratamento com basiliximabe foram ra-
gramento tanto pelo potente efeito antiplaquetário quanto ros. Existiram raros casos de reações de hipersensibilidade.
pelo risco de trombocitopenia. Foi relatado um caso de Sua eficácia foi semelhante àquela da globulina antitimóci-
trombocitopenia grave induzida por abciximabe que causou to eqüina (ATG) e do daclizumabe, e similar ou maior do
hemorragia intracraniana fatal .
19 que à do muromonabe-CD3. Permite a redução segura de
corticosteróides e de inibidores da calcineurina, sem au-
mentar o custo total do tratamento em pacientes renais
Rituximabe (Mabthera®, Rituxan®) transplantados .26

É um anticorpo monoclonal quimérico IgG1-κ que se liga


especificamente ao antígeno transmembrana CD20. Este Palivizumabe (Synagis®)
antígeno está localizado nos linfócitos pré-B e linfócitos B É um anticorpo monoclonal humanizado contra o vírus
maduros, mas não em células progenitoras, células pró-B, sincicial respiratório (VSR). Essa droga foi aprovada para
células plasmáticas normais ou outros tecidos normais. O uso na prevenção da infecção do trato respiratório pelo
antígeno CD20 encontra-se presente em mais de 95% de VSR em crianças prematuras, com displasia broncopulmo-
todas as células B dos linfomas não-Hodgkin (LNH). Os nar, doença pulmonar crônica e cardíaca congênita hemo-
possíveis mecanismos para a lise celular são citotoxicidade dinamicamente significante . Em imunodeficiência e fibro-
27

complemento-dependente e citotoxicidade celular anticor- se cística, mesmo sem indicação formal, parece trazer be-
po-dependente . 20
nefícios importantes ao paciente . 28

Foi o primeiro anticorpo não conjugado aprovado pelo Estudos demonstram redução de até 55% na taxa de
FDA, em 1997, para o tratamento de recidiva de linfomas. hospitalização por infecção por VSR em crianças pré-termo
Em 2002 tornou-se a principal droga antineoplásica no (≤ 35 sem) com ou sem doença pulmonar crônica. A dosa-
mundo. É indicado para os casos de linfoma, não-Hodgkin gem utilizada nesses estudos é de 15mg/kg a cada 30 dias
de baixo grau e folicular CD20+, que não responderam ou por cinco meses. Os eventos adversos e as reações locais a
que progrediram durante ou após pelo menos um trata- injeção da droga são raras e leves, porém pode ocorrer fe-
mento padrão contendo agente alquilante . É efetivo quan-
21
bre, ansiedade e diarréia. Não interfere na administração
do combinado com quimioterapia, com longa duração de de outras vacinas pediátricas . 29

resposta no tratamento de linfoma agressivo. A combina-


ção com CHOP (ciclofosfamida/doxorubicina/vincristina/ Infliximabe (Remicade®)
prednisona) aumentou as taxas de resposta e sobrevida. É um anticorpo (IgG1) monoclonal quimérico anti-fator
Os eventos tóxicos observados com a combinação não são de necrose tumoral alfa (anti-TNF-α). Foi aprovado pelo
maiores nem mais tóxicos do que aqueles presentes na te- FDA em 1998 para uso em pacientes com doença de
rapia isolada com CHOP. Crohn, com atividade de moderada a grave, que respon-
Seu uso contra doenças auto-imunes, como artrite reu- diam inadequadamente à terapia convencional. Em 1999
matóide (AR), púrpura trombocitopênica imune, anemia foi aprovado para uso no tratamento de AR em associação
hemolítica auto-imune, lupus eritematoso sistêmico e es- com metotrexato. Em 2000 seu uso foi expandido para uso
clerose múltipla estão sob investigação .
22
para outras doenças inflamatórias . 30

A dose recomendada é de 375 mg/m por infusão intra-


2
Na doença de Crohn com acometimento luminal a dose
venosa uma vez por semana, por quatro semanas, através única de 5 mg/kg intravenosa (IV) é eficiente. Quando há
82 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 2, 2006 Anticorpos monoclonais

fistulização, três doses IV de 5mg/kg, uma na semana 0 e gonista de LFA-3-Ig fusion protein CD2. Atua na memória
outras nas semanas 2 e 6, são o tratamento preconizado, da célula T, ligando-se ao CD2 na superfície do linfócito
porém ainda são necessários mais estudos para definição T . Diminui a contagem de linfócitos T (CD45RO+) no san-
39

das doses ideais. A dose recomendada para tratamento de gue periférico, células responsáveis pela sustentação da
AR é de 3mg/kg IV nas semanas 0, 2 e 6, seguida de dose psoríase.
de manutenção a cada oito semanas . 31
É usado no tratamento de psoríase moderada a grave.
A principal razão para suspensão do tratamento são as Foi aprovado pelo FDA em 2003. O tratamento consiste em
reações infusionais como dispnéia, rubor, cutâneo e
rash uma injeção semanal, durante doze semanas, seguido de
cefaléia. Outros efeitos são mialgias, poliartralgias e febre. doze semanas sem o uso da droga. Ocorre melhora clínica
A contra-indicação absoluta para seu uso é a insuficiência significativa dos sintomas da psoríase na maioria dos paci-
cardíaca congestiva em grau moderado ou grave. Há risco entes, com benefício de sete meses sem a necessidade de
aumentado para infecções graves e é recomendado des- fototerapia e terapia sistêmica. Não foram observados au-
continuação se infecção for diagnosticada. Tem-se relatado mento da incidência de infecção ou malignidade .
41

o aparecimento de anticorpos anti-nucleares e anti-dupla


hélice do DNA, com significado clínico desconhecido. A as- Efalizumabe (Raptiva®)
sociação de infliximabe com metotrexato diminui a forma- É um anticorpo monoclonal humanizado, recombinante,
ção desses anticorpos . 32
IgG1, cujo alvo é a molécula de adesão da célula T, antíge-
no função leucocitária associado-1 (LFA-1). Liga-se ao
Adalimumabe (Humira®) CD11a – a subunidade alfa do LFA-1 – impedindo a ligação
É um anticorpo monoclonal IgG1 totalmente humano deste com seu ligante, molécula de adesão intercelular-1
que se liga especificamente ao Fator de Necrose Tumoral (ICAM-1). Assim, inibe vários processos da célula T que se
alfa (TNF-α) e neutraliza a função biológica do TNF blo- acredita serem importantes na patogenia da psoríase, in-
queando a sua interação com os receptores TNF p55 e p75 cluindo a ativação, a adesão às células endoteliais e a mi-
da superfície celular, também modula as respostas biológi- gração das células T . 40

cas induzidas ou reguladas pelo TNF, incluindo as altera- Administrado via subcutânea uma vez por semana, me-
ções dos níveis das moléculas de adesão responsáveis pela lhora a qualidade de vida em pacientes com psoríase mo-
migração leucocitária (ELAM-1, VCAM-1 e ICAM-1) . 33
derada a grave. Seu início de ação é precoce, apresentan-
Seu uso foi aprovado para redução dos sinais e sinto- do melhora com 2-4 semanas. Recidiva da doença é obser-
mas de artrite reumatóide (AR) e inibição da progressão do vada com 60-70 dias após descontinuação do tratamento . 41

dano estrutural de articulações. Indicado para adultos com Apresenta efeitos adversos agudos nas primeiras injeções,
AR ativa moderada a grave, e que não tenham apresenta- diminuindo a incidência nas doses subseqüentes. Pode ser
do resposta eficaz a um dos tratamentos anti-reumatóides administrado seguramente por longos períodos. Resultados
tradicionais. Após o seu uso em doentes com AR, há uma iniciais em pacientes transplantados renais também são
queda rápida dos níveis séricos de marcadores de inflama- promissores .42

ção de fase aguda (proteína C reativa), VHS e citocinas


(IL-6) .
34
Trastuzumabe (Herceptin®)
Este deve ser administrado em dose única, 40 mg via É um anticorpo monoclonal humanizado que atinge sele-
subcutânea, em semanas alternadas. Pode ser utilizado co- tivamente o domínio extracelular da proteína do receptor 2
mo monoterapia ou em combinação com medicamentos do fator de crescimento epidérmico humano (HER2). É
anti-reumáticos modificadores da doença tais como meto- uma IgG1 que contém regiões de estrutura humana e re-
trexato. Os efeitos indesejáveis mais freqüentes são a dor giões que determinam a complementaridade, provenientes
no local da injeção, queda dos níveis de hemoglobina, hi- de um anticorpo murino anti-p185 HER2, que se liga ao
perlipidemia, cefaléias, tonturas, infecção de via aérea su- HER2 . O proto-oncogene HER2 ou c-erbB2 codifica uma
43

perior, pneumonia, náuseas, diarréia, odinofagia, exante- proteína transmembrana de 185 Kda, semelhante ao re-
ma, prurido, herpes simplex, infecção urinária, astenia, dor ceptor, que está estruturalmente relacionado ao fator de
abdominal e infecção . 35
crescimento epidérmico.
O aumento de expressão de HER2 é um marcador de
Etanercept (Enbrel®) agressividade para tumores de mama. Acredita-se que em
É uma proteína resultante da fusão entre o receptor de 20 a 30% dos tumores de mama haja uma expressão de
TNF tipo II e a região Fc da IgG1 humana. É um bloquea- HER2. Uma conseqüência da amplificação do gene HER2 é
dor do fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) que inibe a o aumento da proteína HER2 na superfície destas células
ligação do TNF aos receptores presentes nas superfícies ce- tumorais resultando em um receptor HER2 constitutiva-
lulares, reduzindo o processo inflamatório. As principais in- mente ativado. O trastuzumabe é capaz de inibir a prolife-
dicações são para pacientes com AR, espondilite anquilo- ração de células tumorais humanas com aumento de ex-
sante (EA), artrite psoriática (AP), artrite reumatóide juve- pressão de HER2 e é recomendado como monoterapia, no
nil (ARJ) ou doença de Crohn . 36
tratamento de segunda ou terceira linha em mulheres com
Em um estudo, utilizando-o na AR, mostrou redução câncer de mama metastático com aumento de expressão
significativa no processo inflamatório das articulações e de HER2, ou em combinação com paclitaxel, como trata-
marcadores bioquímicos. Após um ano de tratamento apre- mento de primeira linha de mulheres com câncer de mama
sentou a mesma eficácia que o metrotexato na redução de metastático com expressão de HER2 . Vários estudos te-
44

sinais e sintomas da AR, e melhores resultados na diminui- ntam encontrar novos usos terapêuticos como no câncer
ção das erosões radiográficas. Os efeitos colaterais mais de próstata, de pulmão e de cólon.
comuns foram no local da injeção e infecções no trato res- Aproximadamente 50% dos pacientes podem apresentar
piratório superior . Foi aprovado como terapia de primeira
37
reações adversas. As mais comuns são causadas pela infu-
linha em pacientes com moderada a grave atividade de AR são como febre e calafrio. A reação mais importante foi a
e na EA, AP e ARJ . Indicações para psoríase em placa co-
36
síndrome de disfunção cardíaca, encontrada em menos de
locam esta droga como uma das mais efetivas para esta 5% dos pacientes .45

doença .
38

Gemtuzimabe ozogamicin (Mylotarg®)


Alefacept (Amevive®) É um anticorpo monoclonal humanizado IgG4 contra
O Alefacept (B-9273) é um anticorpo monoclonal anta- CD33 para entregar uma potente citotoxina, calicheamicin,
Anticorpos monoclonais Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 2, 2006 83

nas células. O antígeno CD33 está expresso na superfície lin . A segunda, que dura de sete a nove dias, consiste de
®

celular dos blastos em mais de 90% dos pacientes com segunda infusão de Rituximabe seguido por Y-90 Zevalin . ®

leucemia mielóide aguda, mas não está presente em célu- As indicações para seu uso são: tratamento de pacientes
las normais. Depois da ligação com o CD33 na superfície com linfoma não-Hodgkin de células B, folicular ou de bai-
da célula, ele entra na célula e é hidrolisado. Seus dois xo grau refratários ou recidivados, incluindo aqueles com
componentes são liberados no citoplasma e calicheamicin linfoma não-Hodgkin folicular refratário ao tratamento iso-
entra no núcleo onde se associa ao DNA, causando quebra lado com Rituximabe. As reações adversas mais comuns
da dupla hélice, destruindo a célula .
46
incluem infecções (principalmente bacterianas), alérgicas
Foi aprovado como segunda linha para o tratamento de (broncoespasmo e linfoedema), e hemorragia por trompo-
pacientes com leucemia mielóide aguda CD33+ que pos- citopenia. Há casos de desenvolvimento de neoplasias e
suem 60 anos ou mais de idade ou que não são considera- displasias mielóides . 53

dos candidatos para outra quimioterapia citotóxica. A dose


é de 9 mg/m em infusão IV durante duas horas, em um
2
Tositumomabe (Bexxar®)
total de duas doses com intervalo de 14 dias .47
É um anticorpo monoclonal IgG murino radiomarcado
Hepatoxicidade química pode ocorrer com o uso da dro- com iodo-131 que se liga ao antígeno CD20 na superfície
ga e doença hepática veno-oclusiva é relativamente co- de células B humanas normais e malignas. Aprovado em
mum. Pode ocorrer a síndrome relacionada à infusão (cala- 2003 para o tratamento de pacientes com linfoma não-
frios, febre, náusea, hipotensão e dor). Em todos os paci- -Hodgkin folicular, com ou sem transformação, cuja doença
entes há mielossupressão grave, mas mucosite grave e in- é refratária ao rituximabe e recidivou à quimioterapia
fecções são infreqüentes. A hiperbilirrubinemia grave e a subseqüente . 54

elevação das transaminases são geralmente transitórias. O tratamento freqüentemente exige hospitalização devi-
Cerca de 16% dos pacientes necessitam de internação do ao risco inerente da exposição a emissões gama, e pa-
hospitalar .48
cientes e familiares devem seguir instruções detalhadas
para prevenir exposição indevida. Apesar de 10% dos pa-
Alemtuzumabe (Campath 1H®) cientes tratados com tositumomabe desenvolverem anti-
É um anticorpo monoclonal derivado do DNA que é diri- corpos anti-rato humanos (HAMA), seu uso não impede a
gido contra a glicoproteína de superfície CD52 expressa na administração de terapias subseqüentes de anticorpos qui-
superfície de todas os linfócitos B e T, a maioria dos monó- méricos. A maioria dos eventos adversos não-hematológi-
citos, macrófagos e uma subpopulação de granulócitos. É cos varia de leve a moderada e é autolimitada. Toxicidade
uma IgG1 Kappa, com peso molecular aproximado de 150 hematológica é o principal limitante quando associado à
kD, sendo produzido a partir de culturas de células de ma- radioimunoterapia. Complicações incluem mielosupressão,
míferos (ovários de camundongos) em um meio contendo leucemia aguda secundária e mielodisplasia. Entretanto, a
neomicina . 49
dosimetria de corpo inteiro manteve a toxicidade hemato-
Formas murinas, Campath-1G e Campath-1M, têm sido lógica dentro de limites previsíveis, transitórios e manejá-
utilizadas extensivamente em transplantes alogênicos de veis .55

medula óssea. A forma humanizada, Campath-1H, é atual-


mente o foco de vários estudos em neoplasias hematoló- Bevacizumabe (Avastin®)
gicas (leucemia linfocítica crônica de células B e leucemia É um anticorpo anti-fator de crescimento do endotélio
prólinfocítica de células T), doenças auto-imunes (AR, es- vascular (VEGF) monoclonal humanizado. Foi aprovado pe-
clerose múltipla) e transplante de órgãos. Está em estudo lo FDA em fevereiro de 2004 para o tratamento de primeira
a possibilidade de seu uso em pacientes com síndrome de linha no câncer coloretal metastatizado em combinação
Sezary .
50 com quimioterapia. É o primeiro agente aprovado contra
Os principais efeitos colaterais são febre, hipotensão, um tumor de angiogênese . 56

tremores, rashcutâneo e dispnéia, mais comuns na pri- Tem sido demonstrado o VEGF como um mediador de
meira semana de infusão da droga. Significativa toxicidade angiogênese patológica. Ainda mais, VEGF está relacionado
hematológica e imunossupressiva são observadas. Induz com neovascularização intraocular associada com retinopa-
profunda linfopenia, com grande variedade de infecções tia diabética e degeneração macular relacionada com a ida-
oportunistas observadas em pacientes que estão fazendo de. Estudos clínicos com bevacizumab em uma variedade
uso dessa droga. Há relatos de grave e prolongada mielos- de neoplasias e distúrbios oftalmológicos estão em anda-
supressão e, em alguns estudos, de aplasia e hipoplasia de mento . 57

medula óssea, mesmo na dose recomendada. A incidência


dessas complicações é maior com o aumento da dose. Conclusão
Além disso, foram relatadas anemia auto-imune grave e
trombocitopenia . 51
O desenvolvimento dos anticorpos monoclonais pela
engenharia genética tem oferecido novas esperanças para
Ibritumomabe tiuxetan (Zevalin®) o tratamento de várias doenças. A habilidade dos an-
É um imunoconjugado resultante de uma ligação cova- ticorpos monoclonais de ligar-se a uma estrutura química
lente estável entre o anticorpo monoclonal ibritumomabe e pré-determinada estimulou o desenvolvimento dessas no-
o tiuxecan, no qual é acoplado um radioisótopo (Indium-11 vas drogas. A complexidade da molécula, feita de quatro
ou Yttrium-90). O Ibritumomabe é uma IgG1 Kappa dirigi- cadeias polipeptídicas, o grande peso molecular, os domí-
da contra o antígeno CD20, encontrado na superfície de nios funcionais múltiplos e versáteis, a origem de camun-
linfócitos B normais e malignos, sendo encontrado em mais dongo e a dificuldade de seleção das estruturas-alvo apro-
de 90% das células B nos linfomas não-Hodgkin. É obtido a priadas na superfície das células foram os obstáculos ini-
partir das células ovarianas de hamsters chineses. De- ciais para sua produção e utilização. A reposição da maioria
monstrou-se, , que após ligação ao antígeno CD20
in vitro das seqüências murinas com seqüências humanas equiva-
dos linfócitos B, ocorre indução de apoptose nessas células. lentes, o decréscimo concomitante na imunogenicidade e a
Além disso, a emissão de radiação beta a partir dos radio- identificação de componentes da superfície celular, torna-
-isótopos, promove dano celular a partir da formação de ram os anticorpos monoclonais armas valiosas na luta con-
radicais livres contra as células alvo e as células vizinhas .
52
tra doenças virais, inflamatórias, autoimunes e neoplasias.
A administração é feita em duas etapas: a primeira in- Devemos também acentuar que os biológicos não são usa-
clui uma infusão de Rituximabe precedendo In-111 Zeva- dos apenas para fins terapêuticos de doenças graves ou
84 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 2, 2006 Anticorpos monoclonais

complexas. A biotecnologia dos monoclonais é extensa- 19. Coller BS. Potential non-glycoprotein IIb/IIIa effects of abci-
mente utilizada na medicina diagnóstica . 58-60 ximab. Am Heart J. 1999; 138:S1-5.
Vários desses monoclonais já estão disponíveis no mer- 20. Cheson BD. Monoclonal antibody therapy of chronic lympho-
cytic leukemia. Cancer Immunol Immunother. 2006; 55:188-
cado nacional ou podem ser importadas pelos fabricantes 96.
através dos seus escritórios brasileiros. Entretanto, uma 21. Grillo-Lopez AJ. Rituximab (Rituxan/MabThera): the first de-
idéia concreta de farmacoeconomia, ou seja, o impacto cade (1993-2003). Expert Rev Anticancer Ther. 2003; 3:767-
dessa droga com relação ao seu custo benefício, só se fará 79.
completa após a aplicação dessas em estudos comparati- 22. Rastetter W, Molina A, White CA. Rituximab: expanding role in
vos de médio e longo prazo adaptado para situação nacio- therapy for lymphomas and autoimmune diseases. Annu Rev
nal. Algumas desses estudos ainda não estão disponíveis Med. 2004; 55:477-503.
23. Robak T. Monoclonal antibodies in the treatment of chronic
mesmo em países aonde o uso dos biológicos já é uma lymphoid leukemias. Leuk Lymphoma. 2004; 45:205-19.
realidade, porém há expectativa que o custo tenha uma 24. Onrust SV, Wiseman LR. Basiliximab. Drugs. 1999; 57: 207-
progressiva redução à medida que a tecnologia de produ- 13; discussion 14.
ção da droga se amplie em vários países . 61
25. Chapman TM, Keating GM. Basiliximab: a review of its use as
O contínuo sucesso no desenvolvimento das terapias ba- induction therapy in renal transplantation. Drugs. 2003; 63:
seadas em anticorpos exigirá extensa pesquisa clínica, pa- 2803-35.
ra detalhar como usar adequadamente esses compostos e 26. Woodroffe R, Yao GL, Meads C, Bayliss S, Ready A, Raftery J,
et al. Clinical and cost-effectiveness of newer immunosuppres-
quais os pacientes que irão se beneficiar e os efeitos cola- sive regimens in renal transplantation: a systematic review
terais a longo prazo. A pesquisa imunológica também se and modelling study. Health Technol Assess. 2005; 9: 1-194.
beneficiará pois revelará importantes aspectos dos meca- 27. Embleton ND, Harkensee C, McKean MC. Palivizumab for pre-
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