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UROANÁLISES I
1. INTRODUÇÃO À UROANÁLISE
1.1 Histórico
A uroanálise consiste na análise da urina com fins de diagnóstico ou prognóstico de
estados fisiológicos ou patológicos. Esse tipo de análise foi responsável pelo início da medicina
laboratorial e seu emprego remete a Antiguidade. Os antigos médicos embora não contassem
com os sofisticados métodos atuais, eram capazes de obter informações diagnósticas a partir de
observações básicas como cor, turvação, odor, volume, viscosidade e até mesmo presença de
açúcar, ao observarem que certas amostras atraíam formigas. Tabelas de cores, que descreviam
o significado de vinte diferentes tipos de cores, chegaram a ser criadas para auxiliar as análises
urinárias.
É interessante notar que essas mesmas características urinárias ainda são utilizadas pelos
laboratoristas hoje em dia. Contudo, os modernos métodos de uroanálise ampliaram seu campo
de ação, abrangendo não só o exame físico, mas também a análise bioquímica e o exame
microscópico do sedimento urinário. A persistência da popularidade da análise urinária pode ser
justificada pelo fato da urina ser uma amostra de fácil obtenção e coleta e por ser capaz de
fornecer informações sobre importantes funções metabólicas do organismo.
A facilidade de obtenção da amostra urinária, muitas vezes induz certo descuido no seu
tratamento, por isso é importante aumentar o foco na manutenção de padrões de qualidade
laboratoriais no setor de uroanálise. É de fundamental importância que os profissionais que
atuam nesse setor prezem pela qualidade de todas as etapas da análise urinária e saiba
reconhecer que seu descuido ou desatenção pode ser fonte de um diagnóstico incorreto.
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UROANÁLISES I
Você sabia...
Usualmente a análise dos constituintes
bioquímicos da urina é feita através de tiras
reagentes, objetivando tornar a determinação de
elementos da urina mais rápida, mais simples e
mais econômica. Atualmente há no mercado
instrumentos que executam a leitura das fitas
reagentes, melhorando assim o grau de precisão
ao eliminar parte do elemento subjetivo inerente
à leitura das mudanças de cor pelo olho humano.
As tiras reativas de urina constituem um meio
simples e rápido de realizar dez ou mais análises
bioquímicas clinicamente importantes, como pH,
proteínas, glicose, cetonas, hemoglobina,
bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, densidade e
leucócitos.
J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.42 no.2 Rio de Janeiro Apr. 2006
Fonte:http://diaglab.com.br/urixxon.html
A dieta do indivíduo;
O estado nutricional;
Atividade física;
Metabolismo orgânico;
Função endócrina;
Estado geral do organismo;
Estado da função renal;
Embora não fazendo parte do filtrado plasmático original, a urina também pode
conter elementos como células, cristais, muco e bactérias. Quantidades aumentadas destes
elementos muitas vezes é indício de doença. Outras substâncias encontradas são: hormônios,
vitaminas e medicamentos.
Você Sabia...
Um adulto saudável de dieta comum pode produzir entre 1000 e 2000 ml de
urina por dia. O volume mínimo- de 3 -urina necessário para remover do
organismo todos os produtos residuais é de cerca de 0,5 L em um homem de
70 kg; todo o volume produzido acima deste consiste em excesso de água.
Uma grande ingestão de líquidos aumenta a quantidade de urina
produzida; uma grande perda de líquido através da transpiração, vômitos
UROANÁLISES I
Para verificar se determinado líquido é mesmo urina, a amostra deve ser analisada quanto
ao teor de ureia e de creatinina. Uma vez que essas substâncias estão presentes em maior
concentração na urina que em outros líquidos orgânicos, o alto teor de ureia e creatinina, na
amostra, pode servir como identificação da urina.
Fixando o conhecimento
1) Às vezes é necessário determinar se uma amostra é realmente urina. Para isso deve-se
medir a concentração de:
a) Glicose e cetonas
b) Ureia e creatinina
c) Ácido úrico e aminoácidos
d) Proteínas e aminoácidos
e) A cor amarela normal da urina é produzida por:
4) A tira reativa nos permite realizar uma análise química qualitativa, quantitativa ou ambas?
Pesquise e justifique sua resposta.
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Fonte: http://laboratoriodeanatomia.blogspot.com
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Os Ureteres
Os ureteres são ductos musculares com 25 a 30 cm de
comprimento, com luzes estreitas que conduzem urina dos
rins para a bexiga. Eles se originam da confluência dos vários
cálices renais, reunindo-se enquanto pelve renal. Os ureteres
descem então do abdome superior (onde estão os rins) até a
pelve posteriormente aos órgãos do trato gastrointestinal,
retroperitonealmente. A sua passagem junto de outras
estruturas condiciona estruturas onde é mais freqüente um
cálculo renal (pedra dos rins) ficar retido gerando obstrução:
estas estruturas incluem, a artéria ilíaca, o rebordo ósseo da
Pelve e a junção na entrada na Bexiga.
Os ureteres entram na bexiga posteriormente, e
fazem-no de forma oblíqua, envolvida pelas diversas camadas
musculares da bexiga, de modo a prevenir o refluxo da urina.
A urina é transportada pelos ureteres por meio de contrações
peristálticas, sendo transportadas algumas gotas a intervalos de 10-20 segundos
A Bexiga
A bexiga, uma víscera oca com fortes paredes musculares, é caracterizada por sua
distensibilidade e consiste num reservatório temporário para a urina variando de tamanho,
formato, posição e relações de acordo com seu conteúdo e com o estado das vísceras
adjacentes. Está situada na parte inferior do abdome (pelve menor), parcialmente superior e
parcialmente posterior ao púbis, nos homens situa-se diretamente anterior ao reto e, nas
mulheres está à frente da vagina e abaixo do útero.
É uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, possuindo fibras musculares
entrelaçada em todas as direções, originando o músculo detrussor. A túnica mucosa da maior
parte da bexiga vazia é pregueada, mas estas pregas desaparecem quando a bexiga está cheia.
A área da túnica mucosa que reveste a face interna da base da bexiga é chamada de trígono da
bexiga.
A bexiga urinária possui quatro faces, uma superior, duas ínfero–laterais e uma posterior
e anatomicamente pode ser dividida em ápice da bexiga (que aponta em direção a margem
superior da sínfise púbica quando a bexiga está vazia),fundo da bexiga, corpo da bexiga
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(principal parte da bexiga e localizado entre o ápice e o fundo) e o colo da bexiga (corresponde
ao fundo e as paredes ínfero-laterais).
A Uretra
A uretra é um conduto membranoso, que faz parte do sistema urinário, e pelo qual se
expele a urina desde a bexiga urinária até o meio externo. Na sua porção terminal existe um
conjunto de estruturas musculares, que formam o esfíncter uretral, e é responsável pela
continência urinária.
A uretra feminina e uretra masculina possuem diferenças anatômicas importantes e que
precisam ser reconhecidas. A uretra feminina mede aproximadamente uns 4 cm, que parte da
bexiga terminando no vestíbulo, entre o clitóris e a vagina e possui direção oblíqua para baixo e
para frente sendo levemente curva com a concavidade dirigida para frente. A uretra masculina
mede aproximadamente uns 16 cm, estendendo-se desde a bexiga até o final do pênis e
diferencia-se em três partes: prostática (porção mais dilatável, onde desembocam os canais
ejaculadores), membranosa (porção menos dilatável e mais estreita) e esponjosa (porção que
atravessa o corpo esponjoso do pênis).
Na mulher, a uretra faz parte exclusivamente do sistema urinário, já no homem, a uretra
faz parte dos sistemas urinário e reprodutor. Quando a uretra masculina deixa a bexiga, ela
passa através da próstata e se estende ao longo do comprimento do pênis. Assim, a uretra
masculina atua com duas finalidades: conduz a urina e o esperma.
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Você sabia...
Infecção do Trato Urinário (ITU)
As infecções podem acometer o trato urinário em qualquer altura. Dependendo da região
em que se localizem, são chamadas de uretrites (na uretra), cistites (na bexiga urinária)
ou pielonefrites (no parênquima renal).
Mais de 80% das ITUs são causadas por uma bactéria que vive no nosso intestino,
chamada de Escherichia coli (E.coli). A infecção ocorre quando por algum motivo essas
bactérias que deveriam permanecer no trato intestinal conseguem penetrar na uretra e
alcançar a bexiga. A E.coli é a mais comum, porém, várias outras bactérias do trato
intestinal podem também causar infecção.
Dois fatores anatômicos explicam a maior propensão das mulheres a desenvolverem
cistites: Primeiro, a entrada da uretra na mulher fica muito mais próximo do ânus do que
nos homens. Segundo, a uretra do homem é mais extensa, fazendo com que a E.coli
tenha que percorrer um caminho maior até chegar a bexiga.
Fonte: http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=299
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3. FISIOLOGIA RENAL
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3.1 Introdução
Os rins são fundamentais na regulação do meio interno, em que estão imersas as células
de todos os órgãos, eles desempenham duas funções primordiais no organismo: 1. eliminação de
produtos terminais do metabolismo orgânico, como uréia, creatinina e ácido úrico, dentre outros
e, 2. controle das concentrações da água e da maioria dos constituintes dos líquidos do
organismo, tais como sódio, potássio, cloro, bicarbonato e fosfatos. Os principais mecanismos
através os quais os rins exercem as suas funções são a filtração glomerular, a reabsorção
tubular e a secreção tubular de diversas substâncias.
3.2 Função do néfron
A função essencial do néfron consiste em depurar o plasma sanguíneo das substâncias
que devem ser eliminadas do organismo. O néfron filtra uma grande proporção do plasma
sanguíneo através da membrana glomerular. Cerca de 1/5 do volume que atravessa o glomérulo
é filtrado para a cápsula de Bowman que coleta o filtrado glomerular. Em seguida, à medida que
o filtrado glomerular atravessa os túbulos, as substâncias necessárias, como a água e grande
parte dos eletrólitos são reabsorvidas, enquanto as demais substâncias, como uréia, creatinina e
outras, não são reabsorvidas. A água e as substâncias reabsorvidas nos túbulos voltam aos
capilares peritubulares para a circulação venosa de retorno, sendo lançadas nas veias arqueadas,
e finalmente, na veia renal. Uma parte dos produtos eliminados pela urina é constituída de
substâncias que são secretadas pelas paredes dos túbulos e lançadas no líquido tubular. A urina
formada nos túbulos é constituída por substâncias filtradas do plasma e pequenas quantidades
de substâncias secretadas pelas paredes tubulares.
A membrana glomerular possui três camadas principais: uma camada endotelial, do
próprio capilar, uma camada ou membrana basal e uma camada de células epiteliais na face
correspondente à cápsula de Bowman. Apesar da presença das três camadas, a permeabilidade
da membrana glomerular é cerca de 100 a 1.000 vezes maior do que a permeabilidade do capilar
comum. A fração de filtração glomerular é de aproximadamente 125 ml/minuto. Em 24 horas são
filtrados aproximadamente 180 litros de líquido por todos os glomérulos (filtrado glomerular),
para formar de 1 a 1,5 litros de urina, o que demonstra a enorme capacidade de reabsorção dos
túbulos renais.
O líquido reabsorvido nos túbulos passa para os espaços intersticiais renais e daí para os
capilares peritubulares. Para atender a essa enorme necessidade de reabsorção, os capilares
peritubulares são extremamente porosos. A grande permeabilidade da membrana glomerular é
dependente da estrutura daquela membrana e das numerosas fendas e poros existentes, cujo
diâmetro permite a livre passagem das pequenas moléculas e impede a filtração das moléculas
maiores, como as proteínas. O filtrado glomerular possui aproximadamente a mesma composição
do plasma, exceto em relação às proteínas e células sanguíneas. Existem no filtrado glomerular,
diminutas quantidades de proteínas, principalmente as de baixo peso molecular, como a
albumina.
Você sabia...
Mieloma Múltiplo e Proteína de Bence Jones
O mieloma múltiplo é o câncer das células plasmáticas ou plasmócitos, as responsáveis
pela produção dos anticorpos (imunoglobulinas ou gamaglobulinas). O plasmócitos se
originam dos linfócitos. Seguindo os mesmos mecanismos de qualquer câncer, no
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mieloma mutações genéticas fazem com que o organismo perca o controle da produção
de plasmócitos, que passam a se multiplicar indefinidamente. O resultado é um acumulo
de células plasmáticas malignas na medula óssea (órgão responsável pela produção de
todas as células do sangue) e um excesso de anticorpos (que são proteínas) produzido
UROANÁLISES I
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do
órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior
da cápsula de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo
de Malpighi.
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão,
que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do plasma
passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias
extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, que é semelhante,
em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas,
incapazes de atravessar os capilares glomerulares.
O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é
formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de
sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a concentração do
líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares que o
envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça de Henle, há
passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sanguíneos
(hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim
com gradientes crescentes de concentração. Consequentemente, ele perde ainda mais água para
os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração é elevada.
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de
Henle, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte
ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico.
Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose
para os capilares sanguíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a
reabsorção final de água.
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do
plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que
aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido.
Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção
ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não
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UROANÁLISES I
são mais encontradas. Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se
reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em
direção ao coração.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
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mmHg nos capilares do glomérulo, sendo esta a pressão que favorece a saída do filtrado do
plasma para a cápsula de Bowman. A pressão no interior da cápsula de Bowman é de cerca de
18 mmHg. Como nos capilares glomerulares 1/5 do plasma filtra para o interior da cápsula, a
concentração de proteínas aumenta cerca de 20% à medida que o sangue passa pelos capilares
do glomérulo, fazendo com que a pressão osmótica do plasma se eleve de 28 para 36 mmHg,
com um valor médio de 32 mmHg, nos capilares glomerulares. A pressão no interior da cápsula
de Bowman e a pressão osmótica das proteínas do plasma são as forças que tendem a dificultar
a filtração do plasma nos capilares glomerulares. Dessa forma a pressão efetiva de filtração nos
capilares glomerulares é de apenas 10 mmHg, ou seja, a diferença entre a pressão arterial média
nos capilares (60 mmHg) e a soma da pressão da cápsula de Bowman com a pressão osmótica
do plasma.
A membrana capilar glomerular tem poros de aproximadamente 30 angstroms de
diâmetro e, portanto, partículas de maiores dimensões, podem atravessar esses poros. Seu peso
molecular é da ordem de 80.000 a 90.000 daltons.
Diversos fatores podem afetar a filtração glomerular. O fluxo sanguíneo renal aumentado
pode aumentar o coeficiente de filtração e a quantidade final de urina produzida. O grau de
vasoconstrição das arteríolas aferentes dos glomérulos faz variar a pressão glomerular e
conseqüentemente a fração de filtração glomerular. O mesmo ocorre na estimulação simpática
neurogênica ou através de drogas simpáticas como a adrenalina, por exemplo. O estímulo pela
adrenalina produz constrição intensa das arteríolas aferentes, com grande redução da pressão
nos capilares glomerulares que podem reduzir drasticamente a filtração do plasma e conseqüente
formação de urina.
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UROANÁLISES I
dependente da reabsorção de íon sódio, que é o soluto mais reabsorvido nos túbulos renais.
Existem ainda dois mecanismos de intercâmbio muito importantes. O primeiro se refere à troca
de íon sódio (Na+) pelo íon hidrogênio (H+), nos túbulos, como parte dos mecanismos de
regulação renal do equilíbrio ácido-básico. Quando há necessidade de eliminar íon hidrogênio, os
túbulos secretam ativamente o hidrogênio para a luz, dentro do filtrado e, em troca, para manter
o equilíbrio iônico absorvem o íon sódio. O outro mecanismo de intercâmbio corresponde à
reabsorção de íons cloreto (Cl-) quando há necessidade de se eliminar ácidos orgânicos pelo
mecanismo de secreção tubular. Os mecanismos de transporte na reabsorção tubular podem ser
ativos ou passivos, dependendo da necessidade de utilizar energia celular para a sua realização.
O sódio, a glicose, os fosfatos e os aminoácidos estão entre as substâncias cujo transporte é feito
com utilização de energia celular, transporte ativo, enquanto o transporte da água, uréia e
cloretos não necessita consumir a energia das células (transporte passivo).
3.5 Secreção Tubular
A secreção tubular atua em direção oposta à reabsorção. As substâncias são
transportadas do interior dos capilares para a luz dos túbulos, de onde são eliminadas pela urina.
Os mecanismos de secreção tubular, à semelhança dos mecanismos de reabsorção, podem ser
ativos ou passivos, quando incluem a utilização de energia pela célula para a sua execução ou
não. Os processos de secreção mais importantes estão relacionados à secreção tubular de íon
hidrogênio, potássio e amônia. Determinadas substâncias são eliminadas do organismo pelos
mecanismos de secreção tubular, após metabolização no fígado. Os processos de reabsorção e
de secreção ativa dos túbulos distais são influenciados por hormônios, pela quantidade total de
solutos, pela dieta, pelo equilíbrio ácido-base e pelo fluxo do filtrado.
Reabsorção e Secreção no néfron
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Você sabia...
Clearance ou depuração de creatinina
A maior parte da informação clínico-laboratorial utilizada para a determinação da função
renal é derivada ou relacionada com a medição da depuração de alguma substância pelos
rins. A depuração de uma substância é definida como a quantidade de sangue ou plasma
completamente liberada desta substância, por unidade de tempo, através da filtração
renal. O teste de depuração da creatinina é realizado com medição da creatinina em
uma amostra de urina colhida em um tempo estabelecido e também em uma amostra de
sangue colhida no período de colheita da amostra de urina.
A creatinina é um produto da degradação da fosfocreatina (creatina fosforilada) no
músculo, e é geralmente produzida em uma taxa praticamente constante pelo corpo —
taxa diretamente proporcional à massa muscular da pessoa: quanto maior a massa
muscular, maior a taxa. Através da medida da creatinina do sangue, do volume urinário
das 24 horas e da creatinina urinária é possível calcular a taxa de filtração glomerular,
que é um parâmetro utilizado em exames médicos para avaliar a função renal.
Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Creatinina
Fixando o conhecimento
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Há três regras importantes quanto aos cuidados com a amostra de urina que, na realidade,
aplicam-se a todas as amostras recebidas pelo laboratório:
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Aspiração Suprapúbica
A amostra é colhida pela punção da bexiga. Este método propicia amostra para cultura de
bactérias completamente livre de contaminação externa. Este tipo de amostra também pode ser
usado para exame citológico.
Amostras pediátricas
Usar coletores de plástico transparente com adesivo para prender a área genital de
meninos e meninas. Amostras estéreis pode ser obtida por cateterização ou aspiração
suprapúbica. As análises bioquímicas quantitativas podem ser feitas na urina de lactentes,
extraídas de fraldas descartáveis durante um período de tempo determinado.
Coleta estéril de jato médio
Coletar em pote (frasco) estéril. É útil para realização de cultura em urinas suspeitas de infecção
bacteriana.
Mulheres: De preferência no vaso sanitário, sentar com as pernas afastadas, fazer assepsia da
vagina (lavar com água e sabão, enxaguar bem e secar) destampar o frasco estéril. Com uma
das mãos afastar os grandes lábios e com a outra segurar o frasco já destampado. Desprezar o
primeiro jato (primeira porção da urina que sai). Colher a porção média no frasco estéril,
urinando em jato para que a urina não escorra na região genital. Desprezar o restante da
micção. Tampar o frasco imediatamente. Salvo casos graves evitar coletar em período menstrual.
Homens: fazer assepsia do pênis (lavar com água e sabão, enxaguar bem e secar) destampar o
frasco estéril, retrair o prepúcio com uma das mãos e com a outra segurar o frasco já
destampado. Desprezar o primeiro jato de urina. Colher a porção média no frasco estéril
urinando em jato para que a urina não escorra na região genital. Desprezar o restante da
micção. Tampar o frasco imediatamente. Não é necessário colher grande volume, 10 a 20 ml é
ideal.
Os tipos de amostras e coletas mais usuais são estas, existem outros tipos de amostras que
podem ser colhidas, dependendo da análise que é necessário ser realizada além do estado de
saúde em que se encontra o paciente.
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Fixando o conhecimento
1- É previsível que uma amostra não conservada, colhida às 8 horas da manhã e conservada
à temperatura ambiente até o início do turno da tarde, apresente:
1. Menos glicose
2. Mais bactérias e nitrito
3. Menor pH e menos turvação
4. Grande número de elementos celulares
a)1,2 e 3 b)1,2 e 4 c) 1 e 2 apenas d) apenas 4
a) Concentrada e ácida
b) Concentrada e alcalina
c) Diluída e ácida
d) Diluída e alcalina
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a) Estéril
b) Primeira da manhã
c) Em jejum
d) De 24 horas
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5.1. INTRODUÇÃO
O trato urinário pode ser acometido por diversas patologias. A variedade e complexidade das
doenças impossibilitam o estudo detalhado de cada uma delas ao longo do nosso curso, porém
faremos uma pequena discussão acerca das três distúrbios com maior incidência na população. O
conhecimento dessas patologias facilitará o entendimento dos achados laboratoriais.
A infecção sintomática do trato urinário (ITU) situa-se entre as mais freqüentes infecções
bacterianas do ser humano, figurando como a segunda infecção mais comum na população em
geral, predominando entre os adultos em pacientes do sexo feminino.
A infecção urinária pode comprometer somente o trato urinário baixo, o que especifica o
diagnóstico de cistite, ou afetar simultaneamente o trato urinário inferior e o superior; neste
caso, utiliza-se a terminologia infecção urinária alta, também denominada pielonefrite. A infecção
urinária baixa ou cistite pode ser sintomática ou não.
As infecções do trato urinário podem ser complicadas ou não complicadas, as primeiras tendo
maior risco de falha terapêutica e sendo associadas a fatores que favorecem a ocorrência da
infecção. A infecção urinária é complicada quando ocorre em um aparelho urinário com
alterações estruturais ou funcionais. Habitualmente, as cistites são infecções não complicadas
enquanto as pielonefrites, ao contrário, são mais freqüentemente complicadas, pois em geral
resultam da ascensão de microrganismos do trato urinário inferior e estão freqüentemente
associadas com a presença de cálculos renais.
A maior suscetibilidade à infecção no sexo feminino é devida às condições anatômicas: uretra
mais curta e sua maior proximidade com vagina e com ânus. Outros fatores que aumentam o
risco de ITU nas mulheres incluem: episódios prévios de cistite, o ato sexual, o uso de certas
geléias espermicidas, a gestação e o número de gestações, o diabetes (apenas no sexo feminino)
e a higiene deficiente, mais freqüente em pacientes com piores condições socioeconômicas e
obesas.
A infecção do trato urinário baixo (cistite), quando sintomática, exterioriza-se clinicamente
pela presença habitual de disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria e dor suprapúbica.
Febre, neste caso, não é comum. Na anamnese, a ocorrência prévia de quadros semelhantes,
diagnosticados como cistite, deve ser valorizada. O aspecto da urina pode também trazer
informações valiosas: urina turva (pela presença de piúria) e/ou avermelhada (pela presença de
sangue), causada por cálculo e/ou pelo próprio processo inflamatório. A infecção do trato urinário
alto (pielonefrite), que habitualmente se inicia como um quadro de cistite, é habitualmente
acompanhada de febre – geralmente superior a 38 graus centígrados –, de calafrios e de dor
lombar, uni ou bilateral. Esta tríade febre + calafrios + dor lombar está presente na maioria dos
quadros de pielonefrite.
A infecção urinária é caracterizada pelo crescimento bacteriano de pelo menos 105 unidades
formadoras de colônias por ml de urina (100.000 ufc/ml) colhida em jato médio e de maneira
asséptica. Em determinadas circunstâncias (paciente idoso, infecção crônica, uso de
antimicrobianos) pode ser valorizado crescimento bacteriano igual ou acima de 104 colônias
(10.000 ufc/ml). A bacteriúria assintomática é definida como a presença de, no mínimo, 105
colônias/ml da mesma bactéria em pelo menos duas amostras de urina em paciente,
habitualmente mulher, que não apresenta os sintomas de infecção urinária habituais.
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1. Exame de urina I com sedimento urinário. Este exame irá fornecer – quando associado à
anamnese e ao quadro clínico, os dados que praticamente confirmam o diagnóstico de ITU:
presença de piúria (leucocitúria), de hematúria e de bacteriúria. Os valores encontrados são,
habitualmente, proporcionais à intensidade da infecção.
2. Urocultura. A cultura de urina quantitativa, avaliada em amostra de urina colhida
assepticamente, jato médio, poderá fornecer, na maioria dos casos, o agente etiológico causador
da infecção e trazer subsídio para a conduta terapêutica. Sua importância crescerá quando,
diante de falha da terapia empírica, possibilitará a realização do teste de sensibilidade in vitro
(antibiograma) que orientará uma nova conduta terapêutica.
Muitas pessoas acham que podem identificar um rim doente pela dor ou pela diminuição
do volume de urina. Nada mais falso. O rim apresenta pouca inervação para dor e por isso só dói
quando está inflamado ou dilatado. Como na maioria dos casos de insuficiência renal crônica
nem um nem outro ocorrem, o paciente pode muito bem precisar de diálise sem sequer ter
sentido uma única dor nos rins.
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Você Sabia...
A hemodiálise é um tratamento que consiste na remoção do
líquido e substâncias tóxicas do sangue com um rim artificial. É
o processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis
do sangue como a creatinina e a ureia. A hemodiálise é uma
terapia de substituição renal realizada em pacientes portadores
de insuficiência renal crônica ou aguda, já que nesses casos o
organismo não consegue eliminar tais substâncias devido à
falência dos mecanismos excretores renais.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hemodi%C3%A1lise
5.3 GLOMERULONEFRITE
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UROANÁLISES I
alguns casos a origem da doença ainda não é perfeitamente conhecida, esta é designada como
glomerulonefrite idiopática.
A lesão dos glomérulos, com a subsequente ineficiência da filtração, causa uma perda de
sangue e proteínas pela urina. Como os sintomas se desenvolvem gradualmente, a doença pode
ser descoberta quando se encontra um exame de urina tipo I anormal durante um exame físico
rotineiro por distúrbios não relacionados.
Fixando o conhecimento
1) Maria Clara, 25 anos, chegou ao Hospital América, às 8 horas da noite com febre intensa, se queixando de
calafrios. Ela relatou ao médico que sentia dores ao urinar e que sua urina estava com um odor fétido e
turva.
B) Que tipo de coleta urinária deve ser realizado nesta situação? Você é o técnico de laboratório de plantão
nesta noite, como você orientará esta paciente a realizar a coleta?
C) Maria Clara não sabia que tipo de recipiente deveria usar e como deveria identificá-lo. Dê a ela as
corretas instruções.
D) Como o setor de uroanálise estava com um grande volume de exames para ser realizado naquela noite a
amostra de Maria Clara só iria ser analisada após aproximadamente duas horas. Como você poderia
conservar essa amostra e porque a conservação é importante?
E) Você esqueceu-se de descartar a amostra após a realização das análises. Na manhã seguinte o técnico
do dia processou novamente amostra, que agora se encontrava mal conservada. Que alterações foram
observadas?
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UROANÁLISES I
Albuminúria:_________________________________________________________
Anúria:______________________________________________________________
Bacteriúria:__________________________________________________________
Cetonúria:___________________________________________________________
Citoscópio:___________________________________________________________
Disúria:_____________________________________________________________
Diurese:_____________________________________________________________
Diurético:____________________________________________________________
Edema:_____________________________________________________________
Glicosúria:___________________________________________________________
Hematúria___________________________________________________________
Hiperestenúria:_______________________________________________________
Hipoestenúria:________________________________________________________
Isoestenúria:_________________________________________________________
Nictúria:____________________________________________________________
Oligúria:____________________________________________________________
Piúria:______________________________________________________________
Polidipsia:___________________________________________________________
Proteinúria:__________________________________________________________
Urodensímetro:_______________________________________________________
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UROANÁLISES I
BIBLIOGRAFIA
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