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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIA


FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS
CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE

PERFURAÇÃO E DESMONTE DE ROCHAS: PLANO DE FOGO

Carolina Formentini Araujo Souza


Clefson de Souza Pereira
Ester de Oliveira Silva
Jonas Varão dos Santos
Lucas Freire Sampaio Gouveia
Raiany Rodrigues Rosa

MARABÁ
2018
Carolina Formentini Araujo Souza
Clefson de Souza Pereira
Ester de Oliveira Silva
Jonas Varão dos Santos
Lucas Freire Sampaio Gouveia
Raiany Rodrigues Rosa

PERFURAÇÃO E DESMONTE DE ROCHAS: PLANO DE FOGO

Trabalho apresentado no Curso de Engenharia


de Minas e Meio Ambiente, da Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará, como requisito
de avaliação parcial da disciplina de Perfuração e
Desmonte de Rochas.

Docente: Karina Felicia Fischer Lima

MARABÁ
2018
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Retardos, distribuição das cargas e tipo de ligação (Questão 2) ........................... 5


FIGURA 2 - Distribuição da carga na coluna do furo (Questão 2) ............................................ 6
FIGURA 3 - Comprimento do tampão e da carga (Questão 2) .................................................. 9
FIGURA 4 - Retardos, distribuição das cargas e tipo de ligação (Questão 3) ........................... 5
FIGURA 5 - Distribuição da carga na coluna do furo (Questão 3) ............................................ 6
FIGURA 6 - Comprimento do tampão e da carga (Questão 3) .................................................. 9
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Fatores de Correção para o afastamento ............................................................. 5


QUADRO 2 - Efeitos da relação Hb/A na Fragmentação do Material Rochoso ....................... 6
QUADRO 3 - Determinação de Afastamento e Espaçamento ................................................... 9
QUADRO 4 - Determinação da Subperfuração ......................................................................... 5
QUADRO 5 - Determinação do Tampão ................................................................................... 6
QUADRO 6 - Resultados obtidos para o explosivo ANFO ....................................................... 9
QUADRO 7 – Resultados obtidos para explosivo ANFO Pesado ............................................. 5
QUADRO 8 - Resultados da malha otimizada para ANFO Pesado ........................................... 6
QUADRO 9 – Resultados obtidos para explosivo ANFO Pesado ............................................. 5
QUADRO 10 - Resultados obtidos para o explosivo ANFO ..................................................... 9
QUADRO 11 - Parâmetros do Plano de Fogo ............................................................................ 9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................................. 1
2.1 PARÂMETROS DO PLANO DE FOGO .................................................................................... 5
2.1.1 Afastamento............................................................................................................... 5
2.1.2 Espaçamento .............................................................................................................. 5
2.1.3 Subperfuração............................................................................................................ 5
2.1.4 Profundidade do Furo ................................................................................................ 5
2.1.5 Tampão ...................................................................................................................... 5
2.1.6 Volume de Rocha por Furo ........................................................................................ 5
2.1.7 Perfuração Específica ................................................................................................. 5
2.1.8 Razão Linear de Carregamento .................................................................................. 5
2.1.9 Altura da Carga de Fundo .......................................................................................... 5
2.1.10 Altura da Carga de Coluna ....................................................................................... 5
2.1.11 Carga Total ............................................................................................................... 5
2.1.8 Razão de Carregamento Volumétrico ........................................................................ 5
2.1.8 Número de Furos ....................................................................................................... 5
2.1.9 Diâmetro de Furo ....................................................................................................... 5
2.2 EXPLOSIVOS ......................................................................................................................... 5
2.2.1 ANFO .......................................................................................................................... 5
2.2.2 ANFO Pesado.............................................................................................................. 5
2.3 ACESSÓRIOS DE DETONAÇÃO ............................................................................................. 5
2.3.1 Estopim ...................................................................................................................... 5
2.3.2 Espoleta...................................................................................................................... 5
2.3.3 Cordel ......................................................................................................................... 5
2.3.4 Retardo ...................................................................................................................... 5
2.3.5 Booster ....................................................................................................................... 5
2.3.6 Iniciado Com Tubo De Choque (Brinel) ...................................................................... 5
3 METODOLOGIA .......................................................................................................................... 4
3.1 PRIMEIRA QUESTÃO ............................................................................................................ 5
3.2 SEGUNDA QUESTÃO ............................................................................................................ 5
3.3 TERCEIRA QUESTÃO ............................................................................................................ 5
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................................... 4
4.1 PRIMEIRA QUESTÃO ............................................................................................................ 5
4.2 SEGUNDA QUESTÃO ............................................................................................................ 5
4.3 TERCEIRA QUESTÃO ............................................................................................................ 5
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 4
APÊNDICE A - ................................................................................................................................ 4
ANEXO A – Questões Propostas ................................................................................................... 4
7

1 INTRODUÇÃO

A mineração é um setor indispensável para o desenvolvimento mundial,


para tanto, é necessário a lavra de bens minerais que passam por inúmeras etapas até
conseguir o produto com todas as especificações requeridas pelo consumidor. Dentre
essas etapas tem-se a perfuração e desmonte de rochas.
As rochas que formam as jazidas minerais podem ser competentes e friáveis
e, para escavá-las são usadas técnicas convencionais através das etapas subsequentes:
perfuração do maciço conforme uma disposição geométrica predeterminada,
determinação das cargas de explosivos, introdução dos explosivos nos furos, detonação
desse explosivo de acordo com a sequência prevista e remoção do material desmontado.
Todos os parâmetros necessários à detonação são apresentados no “plano de fogo”.
(CATALANI, 2007).
A evolução da mineração a céu aberto e dos equipamentos de perfuração
fizeram do desmonte em bancadas o método mais conhecido de extração de rocha.
(JIMENO, 2004). Para garantir a eficiência desse desmonte, primeiramente, é realizado
o plano de fogo determinado a partir de equações e métodos desenvolvidos ao longo dos
anos.
Essas equações e métodos analisam propriedades da rocha, do explosivo, da
bancada, entre outros. Porém, devido a enorme heterogeneidade das rochas, o plano de
fogo deve ser embasado em contínuos ajustes por tentativas e análises, até que seja
alcançada a fragmentação, controles estruturais e ambientais que se deseja.
Por conseguinte, o presente relatório utilizará equações e métodos
disponíveis na literatura para determinar os parâmetros do plano de fogo em três
distintas situações (Anexo A). Na primeira, foi realizado ainda um estudo do
custo/benefício entre dois tipos de explosivos. Nas demais situações, foi exposto o
dimensionamento de seus respectivos planos de fogo, a partir da análise dos parâmetros;
propriedades da rocha; nível de produção; forma da pilha e dimensões da área a ser
desmontada, para a escolha dos explosivos mais eficientes, suas quantidades e os
acessórios iniciadores do desmonte, com o intuito de se conseguir os melhores
resultados.
8

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 PARÂMETROS DO PLANO DE FOGO

O plano de fogo deve ser elaborado para atender as necessidades das


posteriores etapas, ou seja, a fragmentação deve atender as especificações de
granulometria para garantir a eficiência do carregamento, transporte e beneficiamento,
além de garantir menores custos com perfuração e explosivos e, adequadas condições
ambientais.
Para a elaboração do plano de fogo faz-se necessário a determinação de
variáveis geométricas, como, diâmetro de perfuração, afastamento, espaçamento,
subperfuração etc. Assim, para estimar tais parâmetros foram utilizadas as equações e
relações que serão apresentadas a seguir.

2.1.1 Afastamento

O afastamento é a menor distância entre a primeira linha de furo e a face


livre da bancada. Esta variável depende do diâmetro de perfuração, das propriedades da
rocha e dos explosivos, da altura da bancada, grau de fragmentação e desacoplamento
do material desejado. Existem na literatura diversas fórmulas para calcular o
afastamento, mas todas elas apresentam valores entre 25 e 40 vezes o diâmetro de
perfuração. (JIMENO, 2004).
Quando essa distância é muito pequena a fragmentação poderá ser
excessiva; os gases da detonação escapam e expandem a uma velocidade muito alta até
a face livre, impulsionando o lançamento de rocha e provocando o aumento de ruídos.
Por outro lado, quando essa distância é excessiva haverá grande emissão de gases
contribuindo para um ultralançamento de fragmentos rochosos, parte da energia se
transforma em ondas sísmicas aumentando a intensidade das vibrações no terreno, além
de provocar uma fragmentação grosseira gerando problemas no pé da bancada.
(JIMENO, 2004).
9

Para tanto, utilizou-se as equações e relações que serão apresentadas a


seguir. Segundo KONYA (1983), o valor do afastamento (A) pode ser determinado a
partir da Equação 1:
3 𝑅𝐵𝑆
𝐴 = 8𝑥10−3 𝑥 𝑑𝑒 √ 𝜌 (Equação 1)
𝑟

Em que:
𝑑𝑒 = Diâmetro do explosivo (mm);
RBS= Energia Relativa por Volume;
𝜌𝑟 = Densidade da rocha (g/cm³).
Ainda segundo KONYA (1983) aplicam-se fatores de correções para melhor
adequar o afastamento à realidade da malha e do maciço rochoso, levando-se em
consideração o número de linhas, tipos de depósitos e as estruturas geológicas, como
tem-se no Quadro 1.
Fatores de Correção
Número de Linhas (Kr) Tipos de Depósitos (Kd) Estruturas Geológicas (Ks)
Altamente
Uma ou duas Estratificado fraturada e
1.0 1.18 1.3
linhas no corte juntas
frequentes
Camadas
bem
Mais de três Estratificado
0.9 0.95 cimentadas 1.10
linhas na face
com juntas
estreita
Outros tipos Rocha Intacta
1.00 0.95
de depósitos e maciça
Quadro 1 – Fatores de Correção para o afastamento
Fonte: Adaptado de KONYA, 1983.

O Quadro 2 mostra um dos fatores que interferem na qualidade da


fragmentação que é a razão entre a altura da bancada (𝐻𝑏 ) e o afastamento (A), seus
valores variam de 1 à 4, visto que quanto mais próximo essa razão estiver do 4 (a partir
desse valor não haverá aumento em benefícios), melhor será a fragmentação. Essa
relação pode ser utilizada para encontrar o afastamento quando não há disponíveis
informações suficientes a respeito da rocha a ser desmontada, dos explosivos, da
perfuração, entre outro.

𝑯𝒃 /A Fragmentação Onda aérea Ultralançamento Vibração Comentários

1 Ruim Severa Severa Severa Quebra para trás.


Não detonar.
10

Recalcular o plano
de fogo.
2 Regular Regular Regular Regular Recalcular, se
possível.
3 Boa Boa Bom Boa Bom controle e boa
fragmentação.
Não há aumento em
4 Excelente Excelente Excelente Excelente benefícios para
𝐻𝑏 /A>4.
Quadro 2 – Efeitos da relação 𝑯𝒃 /A na Fragmentação do Material Rochoso
Fonte: Adaptado de KONYA, 1983.

Já segundo Jimeno (2004) para detonação em bancadas de grande diâmetro,


no afastamento, a priori, deve-se analisar o tipo de explosivo e a resistência da rocha a
fim de estimá-lo a partir do diâmetro da perfuração (D), conforme mostra o Quadro 3.

RESISTÊNCIA DA ROCHA (MPa)


TIPO DE
PARÂMETROS Branda Média-Dura Muito Dura
EXPLOSIVO
<70 70-180 >180
AFASTAMENTO (A) 28 D 23 D 21 D
ANFO
ESPAÇAMENTO (E) 33 D 27 D 24 D
HIDROGÉIS E AFASTAMENTO (A) 38 D 32 D 30 D
EMULSÕES ESPAÇAMENTO (E) 45 D 37 D 34 D
Quadro 3 – Determinação de Afastamento e Espaçamento
Fonte: Adaptado de JIMENO, 2004.

2.1.2 Espaçamento

O espaçamento é a distância entre dois furos de uma mesma linha. Esse


parâmetro depende do afastamento, da altura da bancada, propriedades da rocha, tipo de
explosivo, entre outras. Para valores muito pequenos, há um excesso de fragmentação e
rupturas superficiais na rocha remanescente, grandes blocos a frente da linha de furo e
problemas de repés. Já para valores excessivos, a fragmentação é inadequada,
acompanhado por problemas de repés e frentes muito irregulares. (KONYA, 1983).
Para Konya (1983) esse valor é calculado considerando a relação 𝐻𝑏 /A e o
modo de iniciação – instantaneamente ou com a utilização de retardo. Utilizando
bancadas baixa (𝐻𝑏 /A<4) e furos detonados com retardo, o espaçamento (E) foi
determinado a partir de:
(𝐻𝑏 +7𝐴)
𝐸= (Equação 2)
8
11

De acordo com Jimeno (2004) o espaçamento, assim como o afastamento, é


determinado com base no tipo de explosivos e na resistência da rocha. Considerando,
portanto, bancadas com grandes diâmetros, este foi determinado a partir do Quadro 3.
Segundo Atlas Powder Company (1987) outra forma de calcular o
afastamento e o espaçamento é através da expansão de uma malha preexistente para
mudança de explosivo na detonação. Desta forma, tem-se uma equação relacionando
afastamento, espaçamento e RBS. Conforme mostra a Equação 3:
𝑀𝑛 = 𝐴𝑥𝐸𝑥𝑅𝐵𝑆 (Equação 3)
Em que Mn é a área da nova malha encontrada, a partir dessa área pode-se
estimar o valor do afastamento e espaçamento, obedecendo a relação proposta por
Hustrulid (1999):
𝐸
= 1 − 1,5 (Equação 4)
𝐴

2.1.3 Subperfuração

A subperfuração (S) é o comprimento a qual será perfurado abaixo do nível


proposto da bancada, para assegurar o rompimento na altura do banco. A subperfuração
só não será necessária quando houver rochas mais friáveis ou uma junta localizada ao
nível do piso. (KONYA, 1983).
Caso a subperfuração seja pequena não se produzirá um corte no nível
planejado, resultando no aparecimento de repés com um considerável aumento nos
custos de carga. Por outro lado, se esse comprimento for excessivo, propiciará um
aumento nos custos com perfuração, aumento de vibrações e fragmentação excessiva na
parte alta do banco inferior. (JIMENO, 2004).
Conforme Konya (1983) a subperfuração depende unicamente do
afastamento, deste modo tem-se a Equação 5 com a qual foi determinado o parâmetro
em questão:
𝑆 = 0,3𝐴 (Equação 5)
Segundo Jimeno (2004) a subperfuração é determinada a partir do diâmetro
de perfuração, como mostrado no Quadro 4.

DIÂMETRO DA PERFURAÇÃO (mm)


VARIÁVEL
180 - 250 250 - 450
12

SUBPERFURAÇÃO (S) 7–8D 5–6D


Quadro 4 – Determinação da Subperfuração
Fonte: Adaptado de JIMENO, 1987.

2.1.4 Profundidade do Furo

A profundidade do furo (𝐻𝑓 ) é o comprimento total a ser perfurado, este


será maior do que a altura da bancada, devido a inclinação e/ou subperfuração.
Segundo Jimeno (2004), a Equação 6 é utilizada para determinar tal
parâmetro:
𝐻𝑓 = 𝐻𝑏 + S (Equação 6)

2.1.5 Tampão

Tampão (T) é o comprimento da parte superior do furo que não é carregada


com explosivos, e sim, com material inerte a fim de confinar os gases produzidos na
detonação para permitir que o processo de fragmentação ocorra por completo. Se o
tampão é pequeno acarretará num escape prematuro dos gases na atmosfera, gerando
problemas de ondas aéreas. Caso o tampão seja excessivo haverá grande quantidade de
blocos vindos da parte alta da bancada e um nível alto de vibração. (JIMENO, 2004).
Para Jimeno (2004) o comprimento ótimo para o tampão deve ser de 20 a 60
vezes o diâmetro de perfuração e sempre que houver possibilidade deve-se manter um
comprimento superior à 25 vezes o diâmetro de perfuração. A altura do tampão é
determinada levando em consideração a resistência da rocha e, a equação desse
parâmetro está em função do diâmetro de perfuração (D). Para o cálculo foi utilizado o
Quadro 5 mostrado a seguir.

RESISTÊNCIA DA ROCHA (MPa)


VARIÁVEL Branda Média – Dura Muito Dura
< 70 70-180 >180
TAMPÃO 40 D 32 D 25 D
Quadro 5 – Determinação da Tampão
Fonte: Adaptado de JIMENO, 2004.

A altura do tampão, de acordo com KONYA (1983), pode ser calculada em


função do afastamento, conforme a Equação 7:
13

𝑇 = 0,7𝐴 (Equação 7)

2.1.6 Volume de Rocha por Furo

O Volume de Rocha por Furo (V) representa o volume de rocha que deve
ser desmontado em cada furo. Segundo Jimeno (2004) a Equação 8 é usada para o
cálculo:
𝑉 = 𝐻𝑏 𝑥 𝐴 𝑥 𝐸 (Equação 8)

2.1.7 Perfuração Específica

De acordo com Silva (2009), a Perfuração Específica (PE) é a relação entre


a quantidade de metros perfurados em cada furo e o volume de rocha por furo (V), ou
seja:
𝐻𝑓
𝑃𝐸 = (Equação 9)
𝑉

2.1.8 Razão Linear de Carregamento

De acordo com Silva (2009), a Razão Linear de Carregamento (RL) é a


quantidade de explosivos necessários para o desmonte de um metro de rocha.
Encontrado a partir de:
𝜋𝑑𝑒 2
𝑅𝐿 = 𝜌 (Equação 10)
4000 𝑒

2.1.9 Altura da Carga de Fundo

A carga de fundo é uma carga reforçada colocada no fundo do furo onde a


rocha é mais presa. Alguns autores sugerem que a altura da carga de fundo (𝐻𝑐𝑓 ) é um
valor entre 30 e 40% a altura da carga de explosivos (𝐻𝑐 ). (SILVA, 2009). Assim, tem-
se:
𝐻𝑐𝑓 = 0,3 𝑥 𝐻𝑐 = 0,3 𝑥 (𝐻𝑓 − 𝑇) (Equação 11)

2.1.10 Altura da Carga de Coluna


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A carga de coluna é a carga acima da carga de fundo, como a rocha dessa


região não é tão presa, esta não precisa ser tão concentrada quanto a carga de fundo.
Segundo Silva (2009), a Altura da Carga de Coluna (𝐻𝑐𝑐 ) foi determinada da seguinte
forma:
𝐻𝑐𝑐 = 𝐻𝑐 − 𝐻𝑐𝑓 (Equação 12)

2.1.11 Carga Total

A Carga Total (CT) é a massa de explosivos necessária para desmontar cada


furo. De acordo com Silva (2009) é calculada conforme a equação abaixo:
𝐶𝑇 = 𝑅𝐿 𝑥 𝐻𝑐 (Equação 13)

2.1.12 Razão de Carregamento Volumétrica

A Razão de Carregamento (RC) é a quantidade de explosivos necessárias


para detonar 1 m³ de rocha. Segundo Jimeno (2009) é calculado da forma a seguir:
𝐶𝑇
𝑅𝐶 = (Equação 14)
𝑉

2.1.13 Número de Furos

Número de Furos (NF) é a quantidade de furos realizados em um


determinado período. Tem-se, que:
𝑀𝑓 = 𝑉 𝑥 𝜌𝑟 (Equação 15)
𝑀𝐷
𝑁𝐹 = (Equação 16)
𝑀𝑓

Em que:
Mf = Toneladas de explosivos por furo (t/furo)
MD = Massa a desmontar (t)

2.1.14 Diâmetro do Furo

O diâmetro do furo (D) depende das características do maciço rochoso, grau


de fragmentação requerido, altura do banco, configuração das cargas e outras. Caso esse
diâmetro seja pequeno os custos com perfuração, escorva e iniciadores serão altos e as
15

operações levarão maiores tempos e mão de obra, mas reduz os custos com explosivo.
Se os diâmetros são grandes os espaçamentos são grandes e formam blocos, além de
gerar material com granulometrias inadequadas. (JIMENO, 2004).
O Gráfico 1 mostra uma relação entre o diâmetro do furo e a altura da
bancada, para que se possa estimar o diâmetro a partir da altura da bancada e vice-versa.

Gráfico 1 – Diâmetro do furo vs. Altura da bancada


Fonte: JIMENO, 2004.

Após a determinação e análise de tais parâmetros, pode-se agora


dimensionar o fogo, ou seja, determinar as características da malha, os tipos de
explosivos, acessórios de detonação, tipo de amarração, se utilizar retardo: definir os
tempos, espaçamento de carga, material do tampão etc.

2.2 EXPLOSIVOS

Os explosivos, desde os anos 40, vêm apresentando um acentuado


desenvolvimento, objetivando alcançar a otimização na fragmentação da rocha,
segurança em seu manuseio, maiores resistência à água, menor custo por unidade de
rocha desmontada. Estes podem ser definidos como substâncias ou misturas, em
qualquer estado físico, que ao serem submetidos por um agente térmico ou mecânico
suficientemente energético (calor, atrito, impacto etc) transformam-se em gases, em
intervalo muito curto de tempo, liberando consideráveis quantidades de energia.
(SILVA, 2009).
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Os explosivos disponíveis industrialmente podem ser classificados, de


acordo com a velocidade das ondas de choque, em dois grandes grupos: Explosivos
detonantes ou altos explosivos e explosivos deflagrantes ou baixos explosivos. Os
primeiros apresentam velocidades entre 2.000 e 7.000 m/s e os deflagrantes apresentam
velocidades menores do que 2.000 m/s. (JIMENO, 2004).
Os altos explosivos apresentam uma subclasse de explosivos que são os
agentes detonantes, estes são materiais que misturam um combustível e um oxidante,
eles são menos sensíveis a iniciação e por isso podem ser armazenados e transportados,
de forma a gerar menos riscos do que os sensíveis. (KONYA, 1983). Os explosivos
categorizados nesta subclasse que serão utilizados para o desmonte nas três situações
estudadas, mais precisamente, utilizaram-se: ANFO e ANFO Pesado.

2.2.1 ANFO

O ANFO é composto por nitrato de amônio (94,5%) e óleo diesel (5,5%), a


sigla vem do inglês e significa Ammonium Nitrate e Fuel Oil. Esse explosivo granular
tem como vantagens: ocupa inteiramente o volume do furo, grande insensibilidade ao
choque, menores produções de gases tóxicos e redução no preço global dos explosivos.
As principais desvantagens são: falta de resistência à água, baixa densidade e apresenta
a necessidade de um iniciador especial. (SILVA, 2009).

2.2.2 ANFO Pesado

O ANFO apresenta interstícios que podem ser ocupados por explosivos


líquidos como a emulsão que atua como uma matriz energética, utilizados para
aumentar a densidade do ANFO e para aumentar a sensibilidade da emulsão. Pode ser
adicionado também até 15% de Alumínio, que junto com uma porcentagem de 50% de
emulsão, faz com que o ANFO pesado tenha até 90% a mais de energia se comparado a
um mesmo volume de ANFO. (JIMENO, 2004).
O ANFO Pesado é a blendagem de emulsão com o ANFO ou o Nitrato de
Amônio. Desta forma as características tanto da emulsão quanto do ANFO são
modificadas, então o novo explosivo passa a ter densidade na faixa de 1,00 a 1,33 g/cm³
e a resistência à água será moderada. Para essa blindagem o ANFO Pesado passa a ser
mais resistente à água. (SILVA, 2009).
17

2.3 ACESSÓRIOS DE DETONAÇÃO

Juntamente com a evolução dos explosivos os acessórios de iniciação, desde


os anos 40, vêm desenvolvendo-se tecnologicamente, na busca de alcançar os seguintes
objetivos: Iniciadores muito mais insensíveis e por isso, mais seguros; controle do
tempo de iniciação para a melhor fragmentação; redução de níveis de vibração, ondas
aéreas e lançamentos produzidos pela detonação; maiores rapidez e flexibilidade das
operações de arranque. (JIMENO, 2004).
O sistema de iniciação dos detonadores chamados ordinários por meio de
marcha lenta, que implica em um alto risco de acidentes e falta de controle de tempo de
saída gerando rendimento negativo na detonação, deram lugar a sistemas mais seguro e
confiável. (JIMENO, 2004).
Os explosivos industriais apresentam estabilidade química que os tornam
manuseáveis, com condições de segurança. Para que ocorra a detonação, será necessária
uma determinada energia de ativação, oriundos de calor; chispas; atrito; impacto etc,
capaz de promover as reações internas para sua transformação em gases. Uma vez
iniciada esta reação, ela se propaga através de toda a massa do explosivo. Os acessório
de detonação são utilizados para provocar os fenômenos iniciais de forma segura e
eficaz. (SILVA, 2009).
O presente tópico descreverá para cada grupo as características dos
acessórios de iniciação que foram utilizados para o dimensionamento do plano de fogo
realizado.

2.3.1 Estopim
O estopim é responsável por conduzir chama com velocidade uniforme a um
tempo de queima constante de 140s por metro, para a detonação de uma espoleta
simples. Esse acessório é constituído de um núcleo de pólvora negra, envolta de
materiais têxteis que, também são envolvidos por material plástico, visando a proteção e
impermeabilidade. Para iniciá-lo é necessário fósforos e isqueiro. (SILVA, 2009).

2.3.2 Espoleta
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A espoleta é um tubo de alumínio ou cobre que apresenta uma extremidade


aberta e outra fechada, no seu interior possui uma carga detonante constituída por duas
cargas: carga de ignição, cujo explosivo é a azida de chumbo, e uma carga básica de
PETN – Tetranitrato de pentaeritritol. A azida de chumbo é um explosivo fulmitante
que é iniciado com a faísca do estopim e, faz detonar a carga de PETN. A cápsula de
cobre só é usada para casos particulares, porque a presença de umidade contendo gás
carbônico pode transformar a azida de chumbo em azida de cobre, que é muito mais
sensível e, portanto, mais perigosa. (SILVA, 2009).

2.3.3 Cordel

O cordel detonante é um acessório utilizado para iniciar cargas explosivas


simultaneamente ou com retardos. Apresenta velocidade de detonação de
aproximadamente 7000 m/s. Esse acessório é constituído por um tubo plástico com um
núcleo de explosivo de alta velocidade – nitropenta (𝐶5 𝐻8 𝑁4 𝑂12 ) – e de diferentes
materiais para aumentar o confinamento e a resistência mecânica. Apesar da alta
velocidade de detonação, o cordel é seguro ao manuseio e impermeável. A sua iniciação
é através da espoleta simples ou instantânea, fixadas ao lado do cordel com fitas e com a
parte ativa voltada para a direção de detonação. (SILVA, 2009).
Segundo Silva (2009), as vantagens do cordel detonante em relação às
espoletas elétricas, são:
 Não são afetados por correntes elétricas;
 Permite o carregamento das minas em regime descontínuo, com o uso de
espaçadores;
 É muito seguro, pois, não detona por atrito, calor, choques naturais ou faíscas;
 Detona todos os cartuchos em contato.

2.2.4 Retardo

O retardo é um tubo metálico, revestido de plástico, é fixado ao cordel e


iniciado em um de seus extremos por ele, ao passar por ele, a detonação sofre uma
queda de velocidade, enquanto queima o misto do retardo. Ao fim dessa queima, ele
detona o cordel em sua extremidade. Os retardos denominados “ossos de cachorro” são
19

fabricados com os seguintes tempos: 5ms, 10ms, 20ms, 30ms, 50ms, 75ms, 100ms,
200ms e 300ms. (SILVA, 2009).

2.2.5 Booster

Os boosters são modernos explosivos desenvolvidos a base de PETN e


TNT, cujas características são de uma alta pressão de detonação, que os converte em um
excelente iniciador de cargas explosivas pouco sensíveis. Os boosters podem ser
iniciados por meio de cordéis detonantes e espoletas proporcionando uma alta
velocidade de detonação para maximizar o rendimento do explosivo. Apresentam alta
pressão para maximizar o rendimento, facilidade de operação, excelente resistência a
água, alta densidade etc. (ORICA, 2018).

2.2.6 Iniciado com Tubo De Choque (Brinel)

Os tubos de choque são sistemas de transmissão de sinal elétrico


instantâneo. O sistema detona dentro de um tubo plástico que contém uma pequena capa
de material reativo no interior. Esse material reativo propaga uma onda de choque sem
ruídos a uma velocidade de 2000 m/s aproximadamente. O sistema elimina todos os
riscos elétricos, com exceção da possibilidade de iniciação através de um raio. Podem
ser iniciados com um cordel detonante ou estopim elétrico. (KONYA, 1983).

3 METODOLOGIA
3.1 PRIMEIRA QUESTÃO
Para a resolução da primeira questão, foram utilizadas as relações dos
autores Konya, Jimeno e Silva, expressas no tópico 2 deste trabalho. O cálculo dos
parâmetros do plano de fogo utilizando o explosivo ANFO e ANFO pesado seguiu a
seguinte metodologia:

Afastamento
20

Para este parâmetro foi utilizada a relação de Konya (Equação 1), visto que
a mesma já engloba a Energia Relativa por Volume (RBS) do explosivo, tornando a
posterior comparação com o explosivo ANFO pesado mais acessível.
Após a utilização da fórmula, o resultado deve ser ajustado de acordo com
os fatores apresentados no Quadro 1, multiplicando-o pelos fatores determinados.
De acordo com a litologia e propriedades da rocha descritas na questão,
adotou-se os valores 0,9, 1,0 e 0,95 para os fatores Kr, Kd e Ks, respectivamente.

Espaçamento
O espaçamento foi calculado utilizando a Equação 2, de Konya (1983),
considerando os parâmetros indicados como bancada baixa e iniciação com retardo.

Subperfuração
A Equação 5 de Konya (1983) foi utilizada para obtenção da subperfuração
a ser adotada no plano de fogo.

Altura do Furo
Utilizou-se a Equação 6 para determinação deste parâmetro.

Tampão
Utilizou-se a Equação 7 para determinação da altura do tampão.

Volume de Rocha por Furo


O volume de rocha foi calculado de acordo com a Equação 8.

Razão Linear de Carga


A razão linear de carga foi calculada através da Equação 10.

Altura da Carga de Explosivos


Calculada a partir da adaptação da Equação 11. Obtendo-se:
𝐻𝑐 = 𝐻𝑓 − 𝑇 (Equação 16)

Altura da Carga de Fundo


Calculada de acordo com a Equação 11.
21

Altura da Carga de Coluna


Calculada de acordo com a Equação 12.

Carga Total de Explosivo


Determinado a partir da Equação 13.

Razão de Carregamento
Calculada de acordo com a Equação 14.

Número de Furos
Obtido a partir da releitura da Equação 15, através divisão do volume total a
ser desmontado pelo volume de rocha por furo:
𝑁𝐹 = 𝑉𝑡/𝑉 (Equação 17)

Metros Perfurados
A quantidade de metros perfurados foi determinada de acordo com a relação
apresentada por Silva (2009):
𝑀𝑃 = 𝑁𝐹 𝑥 𝐻𝑓 (Equação 18)

Total de Explosivo
A quantidade total de explosivo pode ser estimada pela relação apresentada
por Silva (2009):
𝑇𝐸 = 𝑁𝐹 𝑥 𝐶𝐸 (Equação 19)

Custo com Explosivo


O custo com explosivo é calculado multiplicando o valor do explosivo/kg
pela quantidade total utilizada:
𝐶𝐶𝐸 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝐸𝑥𝑝𝑙𝑜𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑥 𝑇𝐸 (Equação 20)

Custo com Perfuração


O custo com perfuração é calculada através do produto entre o valor da
perfuração/m e a quantidade de metros perfurados:
𝐶𝑃 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑓𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑥 𝑀𝑃 (Equação 21)
22

Custo Total
Soma dos custos com explosivo e perfuração
𝐶𝑇 = 𝐶𝐶𝐸 + 𝐶𝑃 (Equação 22)

Para a otimização da malha para utilização do ANFO Pesado, foram


utilizadas as seguintes relações:
Para o cálculo do novo afastamento e espaçamento foram utilizadas as
Equações 3 e 4. Para o novo Tampão utilizou-se a relação apresentada no Quadro 5 para
rocha de alta resistência:
𝑇 = 25𝐷
Onde:
T = Tampão (m)
D = Diâmetro do furo (mm)

Os demais parâmetros foram calculados seguindo as fórmulas utilizadas nos


cálculos iniciais.

3.2 SEGUNDA QUESTÃO


Para a resolução da segunda questão (ANEXO A), foram utilizadas as
relações dos autores Konya, Jimeno, xxxxx e Silva, expressas no tópico 2 deste
trabalho.
Primeiramente, determinou-se o diâmetro de perfuração com base no
Gráfico 1 e na altura da bancada dada na questão. O volume de rocha foi determinado a
partir nos pontos fornecidos, obtendo-se um valor de 18.000 m3. Assim, parte-se para a
definição dos parâmetros.
O afastamento foi determinado de acordo com as relações de Konya (1983),
𝐻𝑏
como exposto no Quadro 2, onde adotou-se que = 2.
𝐴

Ainda de acordo com Konya (1983), o espaçamento foi calculado


utilizando a Equação 2. Entretanto, como são duas litologias (compacta e friável) foi
feita a expansão da malha para a litologia friável de acordo com Atlas Powder Company
(1987).
O tampão foi determinado a partir da relação entre tampão e diâmetro, de
acordo com a resistência da rocha, como exposto no Quadro 5 de Jimeno (2004). Já para
23

a subperfuração, o cálculo foi realizado de acordo com Konya (1983) conforme a


Equação 5.
O volume de rocha por furo foi calculado a partir da Equação 8, a
profundidade do furo de acordo com a Equação 6, ambos de Jimeno (2004).
Para o cálculo dos demais parâmetros, utilizaram-se as relações
estabelecidas por Silva (2009). A razão linear de carregamento de acordo com a
Equação 10, a altura da carga do explosivo foi determinada de acordo com a Equação
11, onde 𝐻𝑐 = 𝐻𝑓 − 𝑇. As alturas de carga de fundo e coluna foram calculadas de
acordo com as Equações 11 e 12, respectivamente.
Para o cálculo da carga de explosivo, razão de carga e perfuração específica,
as Equações 13, 14 e 9, respectivamente. Por fim, o número de furos foi determinado de
acordo com as Equações 15 e 16 e o total de explosivos a partir da Equação 19.

3.3 TERCEIRA QUESTÃO


Para fazer dimensionamento do plano de fogo da terceira questão (Anexo A)
foi considerado basicamente as equações e quadros sugeridos por Jimeno (2004). 
A primeira variável a ser definida foi o diâmetro de perfuração, este foi
escolhido com base no Gráfico 1, e levando em consideração as informações dadas pela
questão, tais como: pilha alta, caracterizando assim um ritmo acelerado de produção;
característica da litologia e o volume de 36.000 m 3 a ser desmontado. Assim, puderam-
se definir as demais variáveis.
Onde o Afastamento (A) foi calculado de acordo com o Quadro 3,
utilizando-se a seguinte equação: 
𝐴 = 32𝑥𝐷
Em que D é o diâmetro de perfuração.
O Espaçamento (E) também foi determinado a partir do Quadro 3, a partir
da a equação:
𝐸 = 37𝑥𝐷
Para a Subperfuração (S) foi utilizado o quadro 4, na qual usou-se a seguinte equação:
𝑆 = 8𝑥𝐷
 A Profundidade do furo foi calculada pela soma da altura da bancada e da
subperfuração, conforme a Equação 6.
Já para o tampão foi usado a relação de Konya (1983), de acordo com a
Equação 7, por se mostrar mais condizente com a presente situação. 
24

Como não foi feita diferenciação entre carga de fundo e a carga de coluna,
neste caso, a altura da carga de explosivo é definida simplesmente a partir da subtração
entre a profundidade do furo e a do tampão. 
A partir dessas informações foi calculada a razão linear de carregamento e a
quantidade em quilogramas, ou seja, a carga total. Em que a quantidade em quilogramas
de cada carga é a multiplicação da sua altura pela sua razão linear de carregamento.
Essa razão é obtida pela relação mostrada na Equação 10. 
O volume de rocha por furo é obtido pelo produto entre o espaçamento,
afastamento e a altura da bancada.
A quantidade de furos foi obtida através da disposição dos furos na malha
considerando o afastamento e o espaçamento de forma a acomodá-los em uma área de
50 x 45 metros, então é necessário apenas multiplicar o número de furos pela carga de
explosivo em cada furo para descobrir a massa total de explosivo.
25

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 PRIMEIRA QUESTÃO
Seguindo a metodologia descrita, foram obtidos todos os parâmetros
do plano de fogo para o explosivo ANFO. Os resultados são apresentados no
Quadro 6:
ANFO
A 5,16 m
E 6,39 m
S 1,55 m
T 3,61 m
V 494,59 m^3
RL 36,58 kg/m
Hf 16,55 m
HC 12,94 m
HCF 3,88 m
HCC 9,06 m
CE 473,25 kg
RC 292,62 g/t
NF 3092 f
MP 51159,46 m
TE 1463103,18 kg
CCE R$ 5.852.412,74  
CP R$ 1.278.986,49  
CT R$ 7.131.399,23  
C/m3 R$ 4,66  
C/t R$ 1,43  
Quadro 6 - Resultados obtidos para o explosivo ANFO
Fonte: Elaborada pelo Autor.

Os resultados para o primeiro plano de fogo serviram como parâmetro


de avaliação da possível alteração do explosivo utilizado, sendo a segunda parte
presente na questão. Após os resultados obtidos para o ANFO normal,
calcularam-se os mesmos parâmetros alterando o explosivo para ANFO pesado,
utilizando as mesmas formulações do primeiro plano de fogo. Os resultados para
ANFO pesado estão apresentados no Quadro 7 a seguir:
ANFO PESADO
A 6,31 m
26

E 7,40 m
S 1,89 m
T 4,42 m
V 700,41 m³
RL 57,13 kg/m
Hf 16,89 m
HC 12,48 m
HCF 3,74 m
HCC 8,73 m
CE 712,80 kg
RC 311,22 g/t
NF 2183,00 f
MP 36877,42 m
TE 1556049,53 kg
CCE R$ 7.780.247,63  
CP R$ 921.935,48  
CT R$ 8.702.183,10  
C/m3 R$ 5,69  
C/t R$ 1,74  
Quadro 7 - Resultados obtidos para explosivo ANFO Pesado
Fonte: Elaborada pelo Autor.

Segundo os dados obtidos, através dessa formulação o ANFO


apresentaria uma economia de R$ 1.570.783,87. Entretanto, levando em
consideração a potência do ANFO pesado em relação à Energia Relativa por
Volume (RBS), optou-se pela otimização da malha a fim de se conseguir uma
economia com a utilização do ANFO pesado.
Dessa forma, obteve-se novo afastamento e espaçamento através da
expansão da malha e nova altura de tampão utilizando outra relação empírica,
ambos descritos na metodologia. Os resultados obtidos são apresentados no
Quadro 8:
ANFO PESADO
A 7,5 m
E 8m
S 2,25 m
T 6,03 m
V 900 m³
RL 57,13 kg/m
Hf 17,25 m
HC 11,22 m
27

HCF 3,37 m
HCC 7,85 m
CE 640,90 kg
RC 217,77 g/t
NF 1699,00 f
MP 29307,75 m
TE 1088889,401 kg
CCE R$ 5.444.447,01  
CP R$ 732.693,75  
CT R$ 6.177.140,76  
C/m3 R$ 4,04  
C/t R$ 1,24  
Quadro 8 - Resultados da malha otimizada para ANFO pesado
Fonte: Elaborada pelo Autor.

Através da expansão da malha, obteve-se a nova área de influência do


afastamento e espaçamento, totalizando 60 m². Os novos valores de afastamento
e espaçamento foram estabelecidos não somente para adequação à nova malha,
mas através de embasamento nas obras dos autores utilizados.
Segundo Jimeno (2004), “geralmente em mineração de metais é
mantida uma relação Hb/A <2”, dessa forma estabeleceu-se o novo afastamento
levando em consideração o Quadro 2 onde a relação Hb/A=2 e a relação
espaçamento/afastamento de Hustrulid (1999), onde 𝐸𝐴 varia de 1 a 1,5.
Alterando-se apenas os valores de espaçamento e afastamento e
utilizando as demais fórmulas para obtenção dos outros parâmetros, obter-se-ia
uma economia de R$ 571.253,92. Entretanto, visando alcançar o melhor
custo/benefício com o explosivo mais potente, reavaliou-se também o parâmetro
de altura do tampão.
Para o novo tampão, observou-se a afirmação de Jimeno (2004) que
estabelece que “sempre que possível, deve-se manter um tamanho de tampão
acima de 25D para evitar os problemas de onda aérea, projeções, cortes e
backbreak” e de Silva (2009) que diz que em “T < A o risco de ultralançamento
da superfície mais alta aumenta e T >A produzirá mais matacões, entretanto o
lançamento será menor ou eliminado”. Assim, optou-se por utilizar a relação de
28

Jimeno (2004) que nos dá a altura de tampão mais próxima do afastamento,


minimizando os problemas ambientais.
Após os ajustes na malha, obteve-se uma economia de R$ 954.258,47,
viabilizando a utilização do mesmo nessas novas características de malha.

3.2 SEGUNDA QUESTÃO


De acordo com a metodologia descrita, foram obtidos todos os parâmetros
do plano de fogo. Foram utilizados dois explosivos, sendo o ANFO para a litologia
friável e o ANFO Pesado para a litologia compacta. Os resultados apresentados no
Quadro 9 são para os parâmetros obtidos para o ANFO Pesado
.
ANFO PESADO
A 6,00 m
E 7,13 m
S 1,80 m
T 6,35 m
V 641,25 m³
RL 63,34 kg/m
Hf 16,80 m
HC 10,45 m
HCF 3,14 m
HCC 7,32 m
CE 661,89 kg/m
RC 1,03 kg/m³
NF 28,07 f
PE 0,03   m/m³
TE 18579,27423   kg
Quadro 9 - Resultados obtidos para o explosivo ANFO Pesado
Fonte: Elaborada pelo Autor.

Como supracitado, foi realizada a expansão da malha para a litologia friável,


uma vez que a mesma é mais fácil de ser fragmentada. Neste caso, aumentou-se o valor
do espaçamento como descrito na metodologia e utilizou como explosivo o ANFO, que
possui uma menor velocidade de detonação em relação aos outros explosivos. Para essa
expansão, obteve-se como valor de espaçamento:
ANFO
E 7,80 m
Quadro 10 - Resultados obtidos para o explosivo ANFO
Fonte: Elaborada pelo Autor.
29

Com base nos dados dos Quadros 9 e 10, foi criada a malha retangular com
amarração em “v”, foi decidido usar cordel com iniciação por estopim e espoleta.
Iniciador: tubo de choque (iniciador não elétrico) com retardo de 500ms e retardo tipo
osso de cachorro entre furos de 20 ms e entre linhas de 50 ms. Além disso, utilizou-se
um booster de 500g para iniciação e como tampão foi utilizado brita.

3.3 TERCEIRA QUESTÃO


Através da metodologia citada foi obtido o seguinte Quadro, no qual é
apresentado os resultados para cada parâmetro do plano de fogo. 

Dados 
Diâmetro de
𝑫𝒆   22,86 cm 
Perfuração 
Densidade do 𝝆𝒆
1,25  g/cm³ ou t/m³ 
explosivo 
Altura da Hb
16  m 
bancada   
Ângulo do furo  α  0  Graus 
Diâmetro do
𝒅𝒆   22,86 cm 
explosivo 
Quantidade de
Qd  36.000  m³ 
rocha 
Tipo de explosivo Explosivos
   
da coluna  potentes 
Resistência da Dura
   
rocha  120-180MPa 
Resultados
Afastamento  A  7,32 m 
Espaçamento  E  8,46 m 
Sobperfuração  S  1,83 m 
Profundidade do Hf
17,83  m 
furo 
Tampão  T  5,12 m 
Altura do Hcf
12,71  m 
explosivo 
Cálculo da carga
de explosivo por CT  651,98  kg 
furo 
Razão Linear de
RL  51,30 Kg/m 
Carregamento 
Volume de rocha
V  989,97  m³ 
por furo 
Razão de
RC  0,66 kg/m³
carregamento 
Cálculo do NF  36,36  furos 
30

número de furos
necessários 
Cálculo do total
Te  23709,01  kg 
de explosivos 
Quadro 11 – Parâmetros do Plano de Fogo
Fonte: Elaborado pelo autor.

Com base nos dados do Quadro 11, foi criada a malha retangular com
amarração em “v”, foi decidido usar cordel com iniciação por espoleta simples nas
ligações externas e, brinel na coluna com tempo de 500 ms no fundo do furo. 
Decidiu-se também, pela utilização de um booster de 900g para iniciação do
ANFO Pesado, presente em toda a coluna, bem como, um reforço na base, onde a rocha
está sobre maior confinamento. Foi utilizado brita como tampão e somente retardos
entre linhas de 42 ms , as figuras abaixo mostram como ficou definidos os parâmetros.

Figura 1 – Localização dos retardos (laranja), distribuição das cargas e tipo de


ligação.
Fonte: Elaborada pelo Autor.
31

Figura 2 – Distribuição da carga na coluna do furo


Fonte: Elaborada pelo Autor.

Figura 3 – Comprimento do tampão e da carga


Fonte: Elaborada pelo Autor.

A quantidade de acessórios definidos:


 Iniciador: 684m de tubo de choque (iniciador não elétrico) com retardo de
500ms;
 Reforçador: 36 boosters de 900g;
 Amarração: 455m de cordel;
32

 Iniciador do cordel: 2 estopins+espoleta;


 Retardo entre linhas: 42ms;
 Retardo do tipo osso de cachorro: 21.

5 CONCLUSÃO

É percebido, portanto, a importância do dimensionamento do plano de fogo,


assim como em seus acessórios a serem utilizados, visto que cada situação deve ser
estudada de maneira prévia, a fim de que suas características possam ser corretamente
analisadas para a melhor tomada de decisões, onde uma análise precipitada pode vir a
trazer resultados totalmente opostos aos esperados, prejudicando assim todas as etapas
subsequentes.
Torna-se necessário também ter noção que desmonte de rochas não se trata
de uma ciência precisa, já que o maciço não se apresenta integralmente homogêneo,
assim trata-se de um método de tentativas e erros, onde não se consegue estabelecer
regras práticas que valerão para todos os casos possíveis, dependendo desse modo
sobretudo de uma sensibilidade por parte do autor para fazer as correções necessárias
possíveis para as devidas situações.
Dessa maneira é de suma importância se aliar o estudo local das condições
com o conhecimento técnico prévio adquirido ao longo do tempo, para somente assim
conseguir se alcançar os objetivos estabelecidos, partindo desde uma correta escolha dos
explosivos e acessórios até o cálculo dos melhores tempos de retardo para se obter a
fragmentação necessária.
33

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATLAS POWDER COMPANY. Explosives and Rock Blasting. Dallas: Atlas Powder
Company Field Technical Operations, 1987.

HUSTRULID, W. A. Blasting Principles for Open Pit Mine: General Design


Conceptes. Rotterdam: Balkema, 1999.

JIMENO, L. J. et al. Manual de perforacion y voladura de rocas, 2.ed., Madri,


Espanha, Instituto Tecnológico Geominero de España, 2004.

KONYA, C. J. Surface Mining Environmental Monitoring and Reclamation


Handbook, 1983.

ORICA - MINING SERVICES. Pentex™ PowerPlus™ 900 (PP900) Booster.


Disponível em: <http://www.oricaminingservices.com/download/file_id_12293/>.
Acesso em: 22 fev. 2018.

RICARDO, H. S.; CATALANI, G. Manual Prático de Escavação: Terraplenagem e


Escavação de Rocha. 3 ed. São Paulo: PINI, 2007.

SILVA, V. C. Apostila do Curso de Desmonte e Transporte de Rocha,


Departamento de Engenharia de Minas da Escola de Minas da UFOP, 2009.
34

APÊNDICES
35

ANEXO A – Questões Propostas

1. Em uma jazida metálica, as detonações são realizadas a partir da perfuração de furos


1⁄
verticais com diâmetro de 9 2 ". Utilizando o ANFO a granel como explosivo com
densidade de 0,8 g/cm3, calcule os parâmetros do plano de fogo, sabendo que a altura do
banco é 15 metros e a rocha é de alta resistência.
Considerando a possibilidade de alterar o explosivo para ANFO Pesado em toda a
extensão do furo, avalie os ganhos da troca considerando o RBS do explosivo (Energia
por unidade de volume de um explosivo comparado ao ANFO).

Dados necessários:
- Densidade do material desmontado: 3,27 t/m3 (no corte)
- Densidade do ANFO Pesado: 1,25 g/cm3
- RBSANFO PESADO: 1,83
- Massa a desmontar / ano: 5 milhões de toneladas
- Custo de perfuração: R$25,00/m
- Custo do ANFO: R$4,00/Kg
- Custo do ANFO Pesado: R$5,00/kg

2. Considere que numa mina com elevado ritmo de produção, pretende-se desmontar
determinado volume de rocha em bancadas de 15 metros de altura. Os seguintes pontos
definem o volume a ser desmontado: (0,0,0), (60,0,0), (0,0,15), (60,0,15), (0,20,0),
(60,20,0), (0,20,15), (60,20,15). Deste volume, a região delimitada pelos pontos
(30,0,0), (60,0,0), (30,0,15), (60,0,15), (30,20,0), (60,20,0), (30,20,15) e (60,20,15)
apresenta uma litologia compacta, enquanto o restante do volume apresenta uma
litologia friável. Dimensione o plano de fogo.
36

3. Deseja-se desmontar um volume de 36.000 m³ numa rocha calcopirítica, com


bancada de 16 metros de altura. Espera-se uma pilha alta. Dimensione o plano de fogo.

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