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PROJETO DE DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL DA
OVINOCAPRINOCULTURA
DO NORDESTE DO BRASIL

MISSÃO TÉCNICA
E EMPRESARIAL A PENÍNSULA IBÉRICA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DA
OVINOCAPRINOCULTURA
DO NORDESTE DO BRASIL

MISSÃO TÉCNICA
E EMPRESARIAL A PENÍNSULA IBÉRICA
29 de maio a 12 de Junho de 2010

RELATÓRIO

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POR QUE A
PENÍNSULA IBÉRICA?
Em todo processo de produção de alimentos, vegetal ou animal, existem dois
fatores que geralmente são considerados de forma individual, porém, poucas vezes se
considera a importância que tem a interação dos mesmos. Esses fatores são a “carga
genética” e o “ambiente”, o efeito de cada um deles, somado ao da interação entre os
mesmos, são responsáveis pelos níveis produtivos dos seres vivos.

No Brasil se registram inúmeros exemplos de tentativas que não tiveram


sucesso de introduzir genótipos animais que, em outros ambientes, se mostraram
altamente produtivos, porém, quando foram colocados nos diferentes ambientes
do Brasil, não mantiveram os mesmos níves produtivos e, em muitos casos, foram
inferiores aos dos genótipos já existentes.

Levar em consideração essa interação genótipo x ambiente, é ainda mais


importante quando se focaliza o Semiárido Nordestino. As regiões da Península Ibérica
escolhidas para ser visitadas, tem muita semelhança com os ambientes mais exigentes
do Nordeste, principalmente no que diz respeito a pluviosidade, temperatura, cobertura
vegetal e tipo de solos. Somente levando tudo isso em consideração é correto tentar
estabelecer “paralelismos” entre ambas realidades.

Além disso, existem entre nossos países as semelhanças histórico-culturais


e deve-se sempre ter presente que foram da Península Ibérica de onde vieram as
populações de ovinos e caprinos que formaram a base genética das populações
que após cinco séculos de adaptação são, atualmente, as predominantes na Região
Nordeste.

Na Península Ibérica foram desenvolvidos, com sucesso, modelos alternativos


e sustentáveis de produção, de organização e principalmente de gestão integrada e
participativa na ovinocaprinocultura. Isto tem possibilitado que esses setores sejam, em
muitos casos, os principais e, em outros, os únicos responsáveis pelo desenvolvimento
rural das regiões que concentram as populações de ovinos e caprinos e pela permanência,
nesses locais, dos grupos familiares tradicionalmente vinculados a essas atividades.

São também nesses países, principalmente Espanha, que se iniciaram os


processos de gestão para a agregação de valor aos produtos através da Denominação
de Origem Protegida – D.O.P e Identificação Geográfica Protegida I.G.P. Esses
processos levam em consideração as peculiaridades, tradições, cultura, hábitos de cada
região, valorizando as raças nativas através do uso comercial das mesmas, procurando
identificar em cada uma delas características diferentes e muitas vezes únicas.

Por tudo isso, as experiências, tecnologias, formas de organização dos


diferentes setores e funcionamento das cadeias produtivas, objetivo desta Missão
estão disponíveis em Portugal e Espanha. Após conhecer essa realidade, será de

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responsabilidade e compromisso dos integrantes da Missão socializar as informações
e encontrar as melhores alternativas de adaptar e introduzir as mesmas na
ovinocaprinocultura nacional.

OBJETIVOS DA MISSÃO

Objetivo Geral:
Possibilitar, que os agentes estratégicos conheçam e avaliem a realidade dos
setores da ovinocultura e da caprinocultura em Espanha e Portugal, para que, após
ajustadas às nossas realidades as ações consideradas com potencial de mudança e
estruturantes, sejam executadas com sucesso e sustentabilidade no Brasil.

Objetivos específicos:
Conhecer e avaliar as bases estruturantes e a organização da cadeia produtiva:
dinâmica, escala de produção, grau de cooperação e acesso a mercados;

Se informar sobre a dimensão sistêmica da cadeia produtiva: governança,


tributação, normativas de sanidade, identidade regional e certificação;

Intercambiar conhecimentos sobre: gestão empresarial, grau de inovação de


tecnologias e produtos, estratégias de marketing e integração horizontal e vertical
entre os diferentes atores das cadeias de valor; e

Estabelecer as bases para realizar ações conjuntas de cooperação técnica e


empresaria entre o Brasil e os países da Península Ibérica.

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RELAÇÃO DOS PARTICIPANTES

nomes estado empresa

FAEPA - Federação da Agricultura


Mario Antonio Pereira Borba PB
do Estado da Paraíba
Antonio Felinto Neto PB SEBRAE - Paraíba

Marcelo Farias Barreto SE SEBRAE - Sergipe


Secretaria de Planejamento do
Maria Lúcia de Oliveira Falcón SE
Estado de Sergipe
CNA - Confederação Nacional da
Edilson Maia AL
Agricultura
CNA - Confederação Nacional da
Felipe Guedes Alvarenga DF
Agricultura
ABCC - Associação Brasileira de
Felipe Ferreira Adelino de Lima PB
Criadores de Caprinos
FAEPE - Federação da Agricultura do
Adriano Leite Moraes PE
Estado de Pernambuco
EMEPA - Empresa Estadual de
Wandrick Hauss de Sousa PB
Pesquisa Agropecuária da Paraíba
SENAR - Serviço Nacional de
Washington L. G. Serafim da Silva BA
Aprendizagem Rural - Bahia
UFCG – Universidade Federal de
Marcílio Fontes Cezar PB
Campina Grande
Vânia Brandão de Brito AL SEBRAE - Alagoas

Carlos Viana Freire Júnior CE SEBRAE - Ceará

Enio Queijada de Sousa DF SEBRAE Nacional - Brasília

João Alberto Miranda Leite PB SEBRAE - Paraíba

Samuel Mayer PB SEBRAE - Paraíba

Fabiano Chaves Santos PI SEBRAE - Piauí

Vamberto Torres de Almeida RN SEBRAE – Rio Grande do Norte

Antônio Cardoso de Lisboa SE SEBRAE - Sergipe

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ESPANHA

dia data local

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA  onde os responsáveis pela


Produção Animal, dos setores de Ovinos e Caprinos, os
coordenadores da Direção de Denominações de Origem -
Indicações Geográficas Protegidas e do Instituto INNOCARNES/
2ª. Feira 31/05
CARNES ÚNICAS DE LUGARES ÚNICOS farão uma apresentação
da situação geral dos setores na Espanha e como tem
influenciado as DOP-IGP a valorização dos produtos derivados
dos caprinos e ovinos.

Em Aragón visita às instalações do Grupo Pastores-Ternasco de


3ª. Feira 01/06 Aragón. Visita a propriedades e acompanhamento do processo
de transformação e comercialização do Ternasco de Aragon

Visita a propriedades de ovinos, caprinos de leite na Comunidade


4ª. Feira 02/06
de Aragón, próximo a Zaragoza

Na Comunidade de Castilla la Mancha, na localidade de


Valdepeñas, visita à Associação de Criadores de Ovinos da
5ª. Feira 03/06 raça Manchega, visita ao Centro de Seleção de Reprodutores,
a criadores do cordeiro Manchego e a locais de fabricação de
queijo Manchego

Na Comunidade de Múrcia, nas localidades de Jumilla e


Lorca, visita à Associação de Criadores de Caprinos da raça
6ª. Feira 04/06 Murciano-Granadina. Visita a criadores, ao centro de seleção
de reprodutores e laticínios para conhecer a fabricação e
comercialização do Queijo de Múrcia.

Na localidade de Huescar, na Comunidade de Andalucia, visita


Sábado 05/06 à Associação de Criadores, propriedades de ovinos da raça
Segureña.

Domingo 06/06 Dia livre em Granada

Na localidade de Albolote, Comunidade de Andalucía, visita ao


Centro de Seleção de Reprodutores da raça Murciano-Granadina.
Na localidade de Casabermeja, na Comunidade de Andalucía,
2ª. Feira 07/06
visita à Associação de Criadores de Caprinos da raça Malagueña,
ao Centro de Seleção de Reprodutores, a criadores do cabrito
mamão Malagueño e a laticínios para ver a fabricação de queijos.

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PORTUGAL

Na região do Alentejo, nas localidades de Serpa e Beja, serão


visitados criadores de ovinos de corte da raça Merino Português,
3ª. Feira 08/06 ovinos de leite e será conhecido o processo de produção e
fabricação do Queijo de Serpa (DOP). Serão visitados criadores
da raça de ovinos Campaniça
Na Região de Serra da Estrela, nas localidades de Canas do
Senhorim e Oliveira do Hospital, serão visitados criadores
4ª. Feira 09/06 de ovinos de leite da raça Serra da Estrela, responsáveis pela
produção de queijo do mesmo nome (DOP). Serão visitados
também criadores do Cordeiro Mamão Canastra (DOP)
5ª. Feira 10/06 Visita à Feira Nacional da Agricultura na localidade de Santarém
Na região de Trás-os-Montes, na localidade de Mirandela
serão visitados criadores da raça de caprinos Serrana. Serão
6ª. Feira 11/06 acompanhados os processos de produção e industrialização do
Cabrito Mamão desta raça bem como os queijos, produtos todos
com DOP.
Sábado 12/06 Regresso ao Brasil

Sob a Égide da PAC


e da Condicionalidade
Conhecer as experiências de produção agrícola e pecuária dos países visitados
consiste também, em tomar contato direto com a aplicação de uma das mais bem
sucedidas políticas comuns da União Européia, a PAC – Política Agrícola Comum.

A PAC existe há mais de 40 anos e ao longo de sua história foi incorporando


mudanças significativas cujos aspectos mais profundos decorrem da agenda 2000,
que estabeleceu novas diretrizes implementadas a partir de 2005 e plasmadas
definitivamente na PAC 2007-2013.

Desde o seu estabelecimento, a PAC estava orientada a estimular o aumento da


produtividade e da produção agropecuária, para garantir produtos a preços acessíveis
ou razoáveis. Entregavam-se incentivos ao investimento e subsídios de preços aos
produtores. Porquanto tenha conseguido êxito, entretanto essa sistemática propiciou
uma série de problemas que iam desde a geração de grandes excedentes, exigindo
ampliação das capacidades de armazenagem ou obrigando à destruição de produtos.
Ademais, iam exigindo cada vez mais recursos financeiros, orçamentários, ou ainda

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provocando distorções de preços em mercados mundiais e uma insatisfação geral por
parte dos cidadãos europeus.

A partir dos anos 80 e notadamente nos anos 90, ganharam força as


modificações na PAC, merecendo destaque a chamada reforma MacSherry, 1992, que
modificou o sistema de apoio ao setor agrário. Depois, com os acordos firmados em
1995, no âmbito da OMC - Organização Mundial do Comércio, eliminando os subsídios
às exportações agropecuárias, contribuíram firmemente para a redução dos excedentes
e da necessidade de recursos financeiros orçamentários.

Os efeitos produzidos levaram à formulação da Agenda 2000, um programa


de ações construídas com base nas demandas das populações européias e nas outras
medidas já citadas, aprovada pela Cúpula Européia de Berlin, em 1999 e cujos eixos
centrais foram:

●● Orientar a agricultura para as necessidades de mercado;


●● Consolidar a segurança alimentar
●● Garantir a renda dos agricultores e fomentar uma boa distribuição social
dos recursos;
●● Proteger o meio ambiente;
●● Apoiar o desenvolvimento rural; e
●● Simplificar a Política Agrária Comum

No primeiro qüinqüênio desta década, a UE trabalhou a consolidação das


reformas da PAC, que estão em vigor desde 2005, com destaque para as novas políticas
de ajuda e de Condicionalidade.

A chamada nova PAC, tem como elemento chave o estabelecimento de ajudas


únicas por empreendimento rural (propriedade ou exploração) objetivando apoiar o
desenvolvimento rural, através de apoio direto ao rendimento, como forma de garantir
a estabilidade, porém completamente desassociadas da produção e subordinadas ao
cumprimento dos requisitos de condicionalidade. Isto é, de respeito ao meio ambiente,
de aliança com as boas práticas agrícolas e de compromisso com a segurança alimentar
e o bem-estar dos animais. A não observância ou o desrespeito a esse conjunto de
regras, implicará em redução dos pagamentos diretos.

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Relatórios
das Visitas Realizadas.
1º DIA: 31/05/2010
●● 09h00: Visita à Sede do Ministério do Meio Ambiente e Meio Rural e
Marinho - MARM - em Madrid

O MARM foi criado pelo Real Decreto 432/2008, de 12 de abril. Assumiu


as competências dos anteriores Ministérios da Agricultura, Pesca e Alimentação e do
Médio Ambiente, somado à competência em relação a proteção do mar, em estreita
colaboração com o Ministério de Fomento.

Compete ao MARM propor e executar as políticas do governo nos temas das


mudanças climáticas, proteção do patrimônio natural, da biodiversidade e do mar,
água, desenvolvimento rural, recursos agrícolas, pecuários, da pesca e da alimentação.

São órgãos dependentes diretamente do Ministro:

a. A Secretaria de Estado de Mudanças Climáticas


b. A Secretaria de Estado do Médio Rural e da Água
c. A Subsecretaria de Médio Ambiente e Médio Rural e Marítimo
d. A Secretaria Geral do Mar, com status de Subsecretaria

As áreas de atividade do MARM são: Agricultura, Água, Alimentação,


Biodiversidade, Qualidade e Avaliação Ambiental - Mudanças Climáticas -
Desenvolvimento Rural - Pecuária e Pesca.

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Os responsáveis técnicos por diferentes áreas da produção animal realizaram
apresentações sobre ações realizadas pelo MARM em relação direta ao setor de ovinos
e caprinos da Espanha. Os temas abordados e os responsáveis pelas apresentações
foram:

1. O Setor Ovinocaprino Espanhol - Censo, produção, estrutura e comércio -


Dra. Laura Perez Alvarez - MARM
2. Plano de Desenvolvimento do Programa Nacional de Conservação das
Raças Puras - Dra. Montserrat Castellanos Moncho - Chefa de Área de
Zootecnia do MARM
3. Situação Geral da Qualidade dos Produtos e a caracterização dos mesmos
- Dr. Rafael Bolivar - MARM
4. Raças Nativas Espanholas Ovinas e Caprinas - Dra. Manuel Luque Cuesta
- FEAGAS

1ª Palestra. Dra. Laura Perez Alvarez, da Subdireção Geral de Produtos Pecuários da


Direção Geral dos Recursos Agrícolas e Pecuários do MARM.

Foram apresentados os principais dados estatísticos sobre o cenário geral da


ovinocaprinocultura na Espanha.

PRINCIPALES ÁREAS DE PRODUCCIÓN (CENSOS)

2008
OVINO CAPRINO

EL SECTOR OVINO/CAPRINO ESPAÑOL


CENSOS, PRODUCCIONES, ESTRUCTURAS Y
COMERCIO EXTERIOR

SG Productos Ganaderos
DG Recursos Agrícolas y Ganaderos

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Destacou-se a posição desse setor em relação às demais atividades de
importância econômica para o país (suinocultura, bovinocultura e avicultura).

DISTRIBUCIÓN DE LAS PRINCIPALES PRODUCCIONES


GANADERAS EN ESPAÑA - 2009
% PFA
6,3%
BOVIN
O
otros productos 0, 6% 18,2%
18,2%
huevos 7,9%
leche 18,1 %

otras carnes 1,5%

aves 12,7% OVINO- porcino 32,1%


8%
CAPRI
equino 0,8%
NO
%
Fte: SG de Estadística MARM 8%
Datos estimados PFA
2,8%

Apresentou também os dados mais recentes (2008 – 2009) sobre a distribuição


de cada espécie nas Comunidades Autônomas nas quais se divide politicamente o país
e a contribuição de cada raça aos respectivos censos.

CENSOS CENSOS

SECTOR OVINO DISTRIBUCIÓN DEL CENSO OVINO POR RAZAS


PRINCIPALES AREAS DE PRODUCCION
NAVARRA, 3,5 %
ARAGON 11,4 %
CASTELLANA 6% ASSAF 4%

CATALUÑA, 3,8 % SEGUREÑA 7% CHURRA 4 %


LACHA 2 %
CASTILLA y LEON 20,8 % AGRUP. ENTREFINO 2 %

MANCHEGA 7% NAVARRA 2 %
EXTREMADURA 19,0 % CASTILLA- LA MANCHA
16,0 %

OJALADA 1 %
ANDALUCIA 12,1% MURCIA 2,7%

Principales productores: RASA ARAGONESA 10% MERINA 15 %


• Castilla y León 20,8 %
• Extremadura:19 ,0 %
• Castilla La Mancha 16,0 %
• Aragón 11,4 %
• Andalucía 12,1 % Fuente: Asociaciones de Criadores, CC.AA.
Fuente: SG de Estadística

SECTOR CAPRINO CENSOS


PRINCIPALES AREAS DE PRODUCCION

CASTILLA- LEON 6,7 %

EXTREMADURA 10,2 %
CASTILLA- LA
MANCHA 13,3 %

ANDALUCIA 36,3 % MURCIA 6,4 %

Principales productores:
• Andalucía 36,3 %
• Canarias, 12,4 %
CANARIAS 12,4 % • Castilla La Mancha 13,3 %
• Extremadura 10,2 %
• Castilla- León, 6,7 %
Fuente: SG de Estadística • Murcia 6,4 %

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PRINCIPALES RAZAS CAPRINAS
NACIONALES
RAZA CENSO (estim.) % APTITUD
Murciano-granadina 750.000 27 Leche
Majorera 200.000 7 Leche
Malagueña 165.000 6 Leche - carne
Tinerfeña 70.000 2 Leche - carne
Verata 50.000 2 Leche- carne
Pirenaica 50.000 2 Carne- leche
Palmera 15.000 1 Leche
Payoya 13.000 - Leche- carne
Guadarrama 12.000 - Leche- carne
Florida 12.000 - Leche
Blanca andaluza 7.000 - Carne
Blanca celtibérica 6.500 - Carne

Fuente: Asociaciones de Criadores y CC.AA.

Finalizando, mostrou as projeções para produção, consumo, importação e


exportação até o ano 2014.

PREVISION DE CONSUMO DE CARNE DE OVINO-


CAPRINO EN LA UE- 27- AÑOS 2008 - 2014
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Producción
neta 1 084 1 060 1 050 1 042 1 036 1 030 1 027

Import 286 283 283 285 286 288 289

Export 4 4 4 4 4 4 4

Consumo (en t) 1 366 1 339 1 330 1 323 1 318 1 314 1 311


Consumo Per
Capita 2,8 2,7 2,7 2,7 2,7 2,6 2,6

La UE seguirá siendo importador


neto de carne de ovino y caprino
durante el periodo 2008-2014

La producción de carne de ovino-


caprino en la UE-27 cubrirá una cifra
estimada en torno al 80 % del
consumo previsto (1.366.000 t)
Fuente: DG AGRI

LECHE DE CABRA
PRODUCCION NACIONAL -2008
CASTILLA – LEON: 5,9 %

MURCIA: 4,8 %
EXTREMADURA: 5,5 % C. VALENCIANA: 2,4 %

CASTILLA – LA MANCHA: 12,7 %

CANARIAS: 18,6 %
ANDALUCIA: 46,6 %

Fuente: SG de Estadística

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PERSPECTIVAS EU-27
2009-2013
– Continúa a queda da produção nos principais países produtores da
UE 25, em percentagem estimado entre 1,0 e 2,5 % ao ano.
2008 2009
– Aumento das importações de carne (+ 7%) e de animais vivos
Producción (t.) 156.965 121.308
(+ 10,1%) e se estabilizará depois.
Importaciones (t.) 10.900 13.232
– Retração paulatina do consumo interno (- 0,9 %)
Exportaciones (t.) 20.365 17.894
– Desigual impacto nas cotações: descenso dos preços das carcaças
Consumo aparente (t.) 147.500 116.646 de ovinos leves (países mediterráneos) e melhor comportamento do
Grado de autoabastecimiento % 106.4 104.0 mercado das carcaças pesadas (Centroeuropa)
Consumo “per cápita” (kg.) 3,20 2,53 – O grau de abastecimento para o conjunto da UE será de 78,0 % em
2013.

2ª Palestra: Dra. Montserrat Castellanos Moncho


Foram apresentadas informações sobre as linhas de trabalho do MARM para as
atividades das Associações de Criadores das raças puras com especial ênfase nas raças
nativas. Isto está detalhado nas publicações sobre “O Plano de Desenvolvimento do
Programa Nacional de Conservação, Melhoramento e Fomento das Raças”. Deve-se ter
sempre presente que a maioria das políticas setoriais não são de exclusiva competência
de cada país e sim são políticas únicas para todos os membros da União Européia
o que possibilita ações de maior impacto e padronização das ações e controles. Foi
apresentado também o Catálogo oficial das raças, onde constam 51 raças de ovinos
e 23 de caprinos. Incluem as associações de criadores, os regulamentos das raças, os
programas de melhoramento genético (raças de fomento e raças em risco de extinção).

São setores estratégicos essenciais para o desenvolvimento destes


Programa os responsáveis pela gestão de sanidade, alimentação animal, reprodução
e melhoramento genético. São também de grande importância os , marcos legais
(normativas comunitárias e decretos) os programas de reprodução e gestão dos
bancos de germoplasma, laboratórios de genética e qualidade do leite, e centros
de referência em genética animal, financiamento, sustentabilidade das produções e
medidas de apoio à produção.

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3ª Palestra: Dr. Rafael Bolivar - MARM
Foram apresentadas informações sobre as políticas e ações em relação ao
controle de qualidade, identificação e rastreabilidade de agroalimentos vigentes na
União Européia.

Todas estas estratégias tem como ponto de partida os processos de


rastreabilidade de animais e de produtos e estes são possíveis desde que se tenham
dados confiáveis coletados com tempo e forma e transmitidos à base de dados no
menor espaço de tempo possível. Esses dados são coletados desde 1998 quando foi
implementado o Projeto IDEA (Identificação Eletrônica de Animais) e posteriormente
passou a ser de uso nos países da União Européia. São utilizados brincos com
chip que são lidos a distância (dinâmica ou estática) com leitores portáteis ou fixos
respectivamente. A alternativa de identificação que tem apresentado os melhores
resultados para pequenos ruminantes é o bolo ruminal.

Esta identificação única, segura e confiável possibilita rastrear os animais até


o abate e os códigos podem ser transferidos no etiquetado aos produtos (inteiros ou
fracionados) possibilitando que o consumidor final tenha um completo conhecimento
da origem e histórico de vida do animal. O MARM que foi o propulsor deste processo

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de identificação continua investindo na qualificação do Banco de Dados e na rapidez
e abrangência da transferência dos dados coletados nas fazendas ou nas indústrias.

Todo o conhecimento das raças, origem, sistema de produção e ambiente


têm permitido que cada raça nativa tenha encontrado o nicho comercial específico
que têm sido possível pela caracterização genética, fenotípica e de produtos. Tudo
isto têm sido de extrema importância nas ações para a agregação de valor através das
Identificações Geográficas Protegidas, das Denominações de Origem.

O selo de Indicação Geográfica Protegida – IGP- e é uma figura criada pela União
Européia para informar ao consumidos que determinado produto tem características
de qualidade diferenciada. Junto com o outro selo de proteção a Denominação de
Origem Protegida – DOP- ambos selos têm valor reconhecido internacionalmente.

Os produtos que recebem o selo DOP são os aqueles que têm qualidades
ou características que se devem ao médio geográfico com seus fatores naturais e
humanos e, que a produção – transformação e elaboração dos mesmos, se realizam
integralmente na zona geográfica da que receberam o nome.

O selo IGP pode ser utilizado em produtos que possuem alguma qualidade
ou característica que pode ser atribuída a uma zona geográfica e que sua produção ou
transformação ou elaboração se realiza na zona que lhes da o nome.

Já no caso do selo ETG (especialidades tradicionais garantidas) acompanha


a produtos que apresenta, características diferenciadas de outros alimentos de sua
mesma categoria. Além disso, esses produtos devem ser produzidos a partir de
matérias primas tradicionais ou apresentar uma composição, modo de produção ou
transformação considerada tradicional.

Os três selos são os seguintes:

O selo de IGP confere um importante valor agregado e se constitui numa


ferramenta fundamental para a diferenciação dos produtos, disponibilizando ao
consumidor informações que ajudam a escolha no momento da compra. No caso da
carne é garantia de origem da mesma, certifica determinadas qualidades organolépticas
e assegura valores nutricionais que fazem dessas carnes alimentos diferenciados.

É importante destacar a importância que este tipo de produções desempenham


na manutenção do médio rural, utilizando sistemas ancestrais de produção que foram
mantidos pelo conhecimento tradicional dos produtores ao longo do tempo, porém
que têm sabido evoluir, sempre conscientes e próximos às necessidades do consumidor.
Estes selos de qualidade, com base nas raças nativas e em sistemas de produção em

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regime extensivo, possibilitam o aproveitamento dos recursos naturais no seu habitat
tradicional e têm um papel fundamental no desenvolvimento sustentável do médio
rural.

As carnes de ovinos que apresentam IGP são as seguintes:

4ª Palestra: Dr. Manuel Luque Cuesta. Federação


Espanhola de Associações de Raças Puras - FEAGAS.

Inicialmente o Dr. Luque Cuesta, fez uma apresentação dos fins e ações da
Federação FEAGAS é uma organização sem fins lucrativos, constituída em 1982
pelas Associações Nacionais de Criadores de Raças Puras, Entidades Colaboradoras do
MARM, para a gestão dos Livros Genealógicos das raças,l.

 Em 1992 FEAGAS foi reconhecida oficialmente pelo MARM, e participa


nas reuniões de seguimento da situação geral do setor pecuário (bovino, ovino,
caprino, suíno, equino e outras espécies), que periódicamente são convocadas pela
Direçãon Geral de Recursos Agrícolas e Pecuários do MARM.. FEAGAS organiza, por
delegação do MARM a participação das raças espanholas nas exposições nacionais e
Internacionais de Raças Puras, aprovados pelo MARM.

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Desde sua fundação, FEAGAS desempenha a Presidência e Secretaria
Geral da União Européia de Associações de Raças Puras (UNEGAS), que integra as
Organizações de Criadores de Raças Puras de França, Portugal e Espanha.

Desde 1993, participa, como representante do sector da pecuária das raças


puras da España, no Grupo de Seleção e Reprodução Animal nas Organizações
Agrárias da União Européia.

Em 1998 passa a ocupar a Secretaria Geral Permanente da Federação


Iberoamericana de Raças Nativas (FIRC), que reúne às Organizações da área
geográfica Ibero-americana e de Espanha, dedicadas à preservação e melhoramento
genético das raças nativas.

FEAGAS é promotor e membro fundador de INVAC, Organização


Interprofesional da Carne de Bovinos Autóctonos de Qualidade.

Os objetivos de FEAGAS  estabelecem de forma clara o  espírito da


Federação, resumindo-se em:

●● Representação, gestão e defensa dos interesses proprios das Associações


que a integram.
●● Colaboração com o MARM e as instancias públicas ligadas à Agricultura
e Pecuária das Comunidades Autônomas, em todo o relacionado com
a genética, seleção e melhora animal, Livros Genealógicos, Sanidade,
pesquisas pecuárias aplicadas, exportações e importações de animais de
raças puras, concursos e exposições animais e Desenvolvimento Rural.
●● A coordenação e organização das Exposições Pecuárias, nacionais e
Internacionais, nas que participem alguma Associação que faça parte da
Federação.

Assim para atingir seus objetivos FEAGAS, desde sua fundação, realiza
principalmente ações que se relacionadas a:

●● Estabelecer o Calendário anual de Exposições e Feiras de Raças Puras.


●● Analisar a Normativa Oficial sobre seleção animal: Livros Genealógicos,
Controles de Rendimentos, Esquemas de Seleção, Programas de
Conservação e Preservação de Raças, Centais de Avaliação, Inseminação
Artificial, Transferência de embriões..
●● Estudar a situação da pecuária nacional: censos, Catálogos Oficiais de Raças
Puras de Espanha, Sanidade Animal, Identificação Animal e Genotipado,
●●
●● Acompanhamento das pesquisas sobre pecuária junto a INIA, Centros de
Seleçãon e Reprodução Animal, Universidades e Centros Privados.
●●
●● Organizar Programas de Formação Pecuária junto às Associações que a
integram.
●● Publicação de catálogos, folhetos e Médios Áudio-visuales´para a
promoção das raças puras espanholas.

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●● Elaborar Convênios de colaboração com as Organizações Espanholas de
donas de casa, consumidores para a divulgação da produção de carnes de
qualidade das raças espanholas.

Participar em grupos de trabalho técnico intergovernamentais na Organização


das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação das Nações Unidas (FAO).

Todas estas atividades seriam impossíveis de ser realizadas sem o apóio


do MARM, dos Governos das Comunidades Autônomas,as instituições de ensino e
pesquisa e principalmente com o trabalho de todas as Associações de Raças Puras.

FEAGAS representa, conforme estabelece o Programa Nacional de


Conservação, Melhoramento e Fomento às seguintes Associações de Raças Puras:  

ESPECIE ORGANIZAÇÕES RAÇAS


Número % Número %
BOVINA 24 28,24 26 25,24
OVINA 28 32,93 36 34,96
CAPRINA 12 14,12 11 10,68
SUÍNA 2 2,35 11 10,68
EQUINA 14 16,47 14 13,59
AVÍCOLA 3 3,53 3 2,91
CUNICOLA 1 1,18 1 0,97
CARACOIS                 1 1,18 1 0,97
TOTAIS 85 100,00 103 100,00
Organizaciones de segundo grado: FARPE y CECCA 

Posteriormente, o Dr. Luque apresentou as informações sobre as raças puras


de ovinos, características gerais de manejo, caracteres produtivos, características
da produção de leite de ovinos, produtividade de leite e carne ovina, bem como as
características gerais, a distribuição geográfica e características produtivas das raças
Manchega, Aragonesa e Segureña. A seguir foram apresentadas as raças puras
da espécie caprina, as características gerais de produção e manejo, características
reprodutivas, características dos animais para produção de leite, produtividade de
leite e carne. Destacou-se ainda as características gerais, distribuição geográfica e
características produtivas das raças Malageña e Murciana-Granadina.

18
OVINOCULTURA
DE CORTE
Pastores - Grupo Cooperativo
Centros de Produção, Terminação de Cordeiros e
Abatedouro Frigorífico

Visitas: 01 e 02 de junho de 2010

ARAGON – Espanha.
Aragon é uma região extensa com 47.720 quilômetros quadrados e com uma
das mais baixas densidades populacionais da Espanha, e climas e paisagens extremas,
das montanhas dos pirineus e depressões e baixios e temperatura que variam, bem
como as condições climáticas, influenciadas pelo mediterrâneo e pluviométricas
oscilando entre 300 mm/ano.

Visita ao processo de produção, terminação/engorda, beneficiamento


e comercialização de cordeiros ligados a Pastores Grupo Cooperativo.

O Grupo Pastores, situados na região do Aragon, foi iniciado há 29 anos com


25 produtores, que criaram a Carne Aragon.

Atualmente OVIARAGON tem 1.100 sócios com aproximadamente meio


milhão de cabeças de matrizes ovinas de raça Aragonesa.

A empresa tem uma dinâmica e estrutura de atuação empresarial e profissional,


embora pratique valores cooperativistas e sociais, com autonomia na ação executiva,
formando alianças estratégicas com setores públicos e privados.

Francisco Martel, sócio fundador e diretor geral da Cooperativa e Antônio


Olivam, o diretor operacional do grupo e coordena todos os departamentos da gestão
profissional de cooperativa, cujo trabalho e resultados na atuação, implantação e
melhoria na gestão da organização, já renderam prêmio de excelência empresarial,
reconhecido pelo Governo de Aragon.

A cooperativa tem toda uma estrutura de suporte do processo de produção,


beneficiamento e comercialização como a UPRA – Carne Aragon – responsável pelo
processo de melhoria genética, preservação do controle do padrão de qualidade
do carro chefe do grupo: O Ternasco de Aragon, responsável por mais de 70% da
comercialização do grupo, um produto com IGP – Indicação Geográfica Protegida,
cordeiro alimentado desde seu nascimento com leite materno e rações naturais e
abatido com idade em torno de 90 dias e peso de carcaça em torno de 12 Kg.

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Possui 02 fábricas de alimento para o rebanho de ovelhas a ALIMENTOS RUM
S.L. que fornece ração aos produtores associados dentro das necessidades nutricionais
de cada animal em seus estágios de lactação, crescimento, mantença e reposição, bem
como concentrados para cada fase produtiva.

Desenvolve todo um programa de divulgação e marketing para o Ternasco


de Aragon, com novos produtos e foco também em crianças, lazer e festas populares.

Possui 09 centros de terminação em toda região de Aragon, onde recebem


dos produtores os cordeiros com aproximadamente 16 kg de PV, com 30 a 35 dias
de nascido, os cordeiros passaram por um processo de avaliação rigorosa: raça, peso,
estrutura de gordura e sexo, onde ajustam aos padrões requeridos pelo mercado e
enviados para o abate com no máximo 90 dias e 24 kg de peso vivo, é o cordeiro tipo
ternasco, que representa 70% do negócio da cooperativa. São produzidos também
outras opções, como o cordeiro de leite que é abatido com menos de 40 dias, o cordeiro
semi-pesado, abatido com 28 Kg, mais consumido na Páscoa e o tipo pesado com peso
de 15 Kg de carcaça, mais consumido pelos muçulmanos.

Destes centros, com capacidade para 60.000 cordeiros, saem toda semana sete
caminhões que os transportam para os abatedouros de Zaragoza, Huesca e Fermel.

Na estrutura de abate a cooperativa são abatidos meio milhão de cordeiros


por ano, onde o departamento comercial, em função da demanda, decide o número
de cordeiros por categoria que é necessário abater por semana.

A maioria dos cordeiros é abatida no abatedouro de Zaragoza, a estrutura de


beneficiamento e preparação das peças está conectada com o abatedouro.

A integração do abatedouro com a sala de preparação e embalagem dos


cortes, tem otimizado os resultados de qualidade e adaptação ao processo de mudanças
de temperatura dentro das câmaras frias.

Os procedimentos na estrutura de beneficiamento, recebem os animais já


abatidos que é classificado por peso, sexo e nível de carcaça, este processo permite
separar em lotes homogênios em 10 linhas de beneficiamento, facilitando assim, sua
futura transformação e comercialização.

A cada dia, prepararam as diferentes partes do cordeiro, obtendo os produtos


finais demandados pelos clientes.

Desta forma, para entrar na etapa dos cortes específicos, as carcaças passaram
por um processo de congelamento superficial, desta forma, facilitando um melhor
corte de carne.

Depois desta etapa, passam para as diferentes linhas de produção onde


posteriormente são colocados em bandejas, segundo peso e tamanho conforme
demandado pelo cliente.

20
Esta estrutura de beneficiamento teve sua estruturação e início de
funcionamento em 2006, com recursos na ordem de 3,5 milhões de euros, financiados
e com incentivos de 25% do Governo de Aragon e do Governo Espanhol.

A embalagem dos produtos é automática, em ambiente que possibilita uma


maior conservação e durabilidade, existindo a garantia da cooperativa pela qualidade
permanecer intacta durante 09 dias.

Os clientes da cooperativa são 40% supermercados, 40% frigoríficos privados


e 20% para exportadores (Itália e França), sendo a Rede EROSKI, responsável por
aquisição de 80% da venda destinada a supermercados.

Tem uma linha de produtos, que vão desde peças inteiras, peças cortadas,
produtos filetados, cordeiro congelado, sanduíches prontos para esquentar e consumir,
serviços de produtos semi-prontos e pratos como o Ternasco al Chilindron, Ternasco a
forno com batatas, Ternasco guisado com Alcachofra, entre outros, existindo toda uma
rede de restaurantes, bares e lanchonetes associados ao Território Ternasco de Aragón.

A cifra de produtos do grupo esta no patamar de 49 milhões de euros, superando os 6


milhões de quilos de cordeiro por ano. A cooperativa paga entre 6 a 8 euros por kg de carcaça,
ficando o cordeiro a um valor médio de €60,00, onde a cooperativa paga no recebimento do
cordeiro €40,00 a título de adiantamento.

O processo de produção que é realizado pelo OVIARAGON, está fundamentada no


controle de qualidade, segurança alimentar que permite um produto final de qualidade
existindo todo um processo de suporte e formação continuada dos produtores, técnicos e
manipuladores envolvidos.

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ESTRUTURA DE
TERMINAÇÃO
No Centro de Terminação em Calatayud, com uma estrutura de 02 galpões,
trabalham 03 funcionários.

Estrutura automatizada, tecnologia tipo granja, utilização de aço galvanizado,


galpões em alvenaria com isolante térmico, presença de balança automatizada com
selecionador de animais por ganho de peso e descarte (lesões, resposta de ganho de
peso e demais problemas de sanidade), piso de cimento, comedouros automatizados
com silo e acesso a água através de bicos bebedouros.

Permanente acompanhamento da evolução do ganho de peso dos animais


que são avaliados semanalmente 01 a 01 pelos códigos e brincos onde são separados
em lotes e conforme evolução no seu desempenho de terminação.

A logística de fornecimento de animais dos produtores fica em um raio de


80 Km de cada centro de terminação. A ração fornecida é produzida em unidade da
cooperativa e na sua composição atende as exigências nutricionais dos animais para
alcançarem ao peso vivo esperado de 24 kg. Após a avaliação final e classificação, são
enviados para o abate.

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Este peso é obtido com aproximadamente 55 a 60 dias após o recebimento dos
animais no núcleo de produção, e ganho de peso diário de 150 g, desta forma gerando
um melhor agrupamento e lotes mais homogêneos. As rações fornecidas são de fontes
naturais e não é permitido a utilização de antibióticos Existe acompanhamento do
veterinário da cooperativa e visitas sanitárias das autoridades da vigilância do território.
Nesta estrutura, os animais têm todo seu processo de terminação em confinamento
e os resultados de desempenho e mortalidade são sistematicamente acompanhados
e avaliados.

ESTRUTURA DE PRODUÇÃO
Dentro da estrutura de suporte de produção ao beneficiamento do rebanho,
visitamos a unidade produtiva da família Rosales, são dois irmãos e suas esposas que
tocam este empreendimento. Os mesmos possuem apenas oito hectares de terra e
arrendaram 1.700 hectares onde criam 1.700 matrizes ovinas - 100% de raça Aragonesa.

A propriedade está situada em uma região árida de Aragon, Alfamen, onde


chove apenas 200 mm por ano e temperaturas no verão de 38ºC e 40ºC.

A exploração tem uma etapa extensiva, quando as ovelhas, a pasto, iniciam


o processo de reprodução e gestação, a partir de 15 dias antes da parição e durante
período de aleitamento dos cordeiros, que nascem em média com 2,0 kg, em regime
de confinamento.

O envio dos cordeiros para os núcleos de terminação da cooperativa é


aproximadamente com 35 dias de nascidos e 15 Kg de PV.

Em função das condições climáticas a concentração da parição se dá no


período de maio/junho, as ovelhas tem 03 partos em 02 anos, sendo que 50% das
ovelhas têm partos duplos. A alimentação do rebanho confinado é fornecida pela
cooperativa, em média 1 kg de concentrado por cordeiro, os cordeiros ficam divididos
em lotes com boxes de 35 m², onde ficam de 60 a 70 cordeiros em cada boxe.

Existe também o apoio da associação com a inseminação artificial, onde com


indução ao cio, inseminam aproximadamente 300 matrizes por ano.

Custos de produção: 40% alimentação, 40% mão de obra e 20% com outras
despesas. É uma atividade que exige dos casais empreendedores uma dedicação
permanente, trabalhando em torno de 12 horas por dia, pois todo manejo é realizado
pela família e só contratam mão de obra externa no período de parição, pois o custos
são altos, algo em torno de 8 euros por hora, utilizam cachorros treinados tanto para
acompanhar no pastoreio dos animais, quando a campo, como para vigiarem as
instalações de confinamento.

A idade dos empreendedores nas atividades da ovinocultura está acima dos 40 anos
e os filhos destes empreendedores não demonstram interesse em dar continuidade as

23
atividades agropastoris, apesar dos incentivos da comunidade européia, que paga por cada
animal de raças autóctones que estão sendo protegidas como é o caso da Raça Aragonesa e
dos incentivos para construção de galpões, aquisição de equipamentos para tornar a atividade
cada vez menos dependente de mão de obra.

Pelo fato da Cooperativa ter uma atuação de resultados empresarias, tem um índice de
satisfação dos seus associados positiva, porém não existe necessariamente uma cultura
cooperativista, a dinâmica de negócio e seus resultados é que mantém o grupo integrado em
torno da empresa PASTORES GRUPO COOPERATIVO.

RAÇA SEGUREÑA
Data: Sábado 05 de Junho de 2010

Localidade: Huescar, Comunidade de Andaluzia.

Foto 1: Vista panorâmica da região de criação de ovinos segureños, vendo-se ao fundo as


serras do entorno do Rio Segura, vegetação rasteira

A Comunidade de Andaluzia, no sul da Espanha, possui um rebanho de ovinos superior


a 2, 7 milhões de cabeças e corresponde a aproximadamente 11% do rebanho, o que
lhe proporciona ser a quinta comunidade autônoma espanhola em número de cabeças.
A raça Segureña, segundo o censo de 2009 com 1,5 milhões de cabeças é a raça de
maior presença nesta Comunidade e representa 7% do total dos rebanhos de ovinos
da Espanha.

24
Na comarca de Huéscar, se concentra cerca de 29 % dos ovinos e cerca de
19% das “explorações”, relativamente ao total da província.

25
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:
A criação de ovinos Segureños distribui-se pelas províncias de Granada, Jaén,
Almeria, Múrcia e Albacete. A esta área geográfica, onde corre o Rio Segura, tem em seu
entorno as Serras de Segura e las Villas, Cazorla, la Sagra, Orce e Maria, principalmente,
e as Serras de Baza, de los Filabres e de Castril.

São regiões de baixa pluviosidade, cerca de 350-400 mm/ano e mal distribuída


ao longo do ano. Essas condições associada à qualidade dos solos fazem com que
o período vegetativo dos pastos seja reduzido a uns poucos meses e o esparto� a
vegetação predominante nas extensa encostas.

CARACTERÍSTICAS DA RAÇA SEGUREÑA


Origina-se no mesmo tronco que a raça Manchega (Castilla de la Mancha),
porém, enquanto a raça Manchega tem dupla aptidão (Carne e Leite) a Segureña
caracteriza-se pela produção de carne. Como podem ser vistos nas fotos abaixo, a raça
tem variações que incluem a Branca ou comum, a Rubisca e a Mora. Esta última não é
reconhecida para registro no Livro Genealógico

Foto 2: Segureño Branco

São qualidades destacadas da raça Segureña sua elevada rusticidade e altos


níves produtivos. Sua alta prolificidade, da ordem de 135 – 150 cordeiros por cada 100
partos, associada aos novos sistemas de exploração, como o desmame precoce dos
cordeiros, permite que se obtenha até 3 partos em dois anos. Ademais, são animais
de boa precocidade sexual, com o primeiro cobrimento ocorrendo em 10 e 12 meses.

A vida útil é relativamente curta, sendo descartadas no entorno dos 7 anos de


idade. Em parte, isto se deve à perda prematura dos dentes incisivos, devido ao pasto
curto e duro que serve como base de sua alimentação.

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SISTEMAS DE EXPLORAÇÃO:

Extensivos� e Semi-extensivos.

GOVERNANÇA SETORIAL E TERRITORIAL


Os criadores de ovinos dessa região estão organizados na ANCOS.

Esta Associacão reúne 370 criadores com uma média de 500 animais por
exploração, com cerca de 99% dos animais pertencentes ao tronco racial ovino
Segureño, que se destinam a produção de carne e trabalham para a seleção e melhora
genética desta raça.

Foto 5: Sede da ANCOS

A ANCOS tem como objetivos:

●● Velar pela pureza e seleção da raça ovina segureña;


●● Expandir até onde coincide ou aconselha o interesse nacional;
●● Promover e gestionar o Livro Genealógico;
●● Execução do Esquema de Seleção;
●● Organização de Concursos, Exposições e Leilões de Reprodutores;
●● Divulgação, Formação e Promoção;
●● Conseguir melhorar os níveis de produtividade e rentabilidade das
explorações.

Funções Próprias da ANCOS:

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●● 98 Criadores e 55.531 animais
●● Inseminação Artificial com sêmem refrigerado (ferramenta de difusão e
conexão de rebanhos).
●● Montas Controladas
●● Controle de parideiras
●● Controle de Rendimentos: Pesagem de Cordeiros (Nascimento, 30 dias,
Desmame, Venda)
●● Avaliação Genética (UCO)
●● Publicação do Catálogo de Sementales (5º Catálogo)
●● Contraste de Genealogias com análises de DNA (Universidade de Córdoba).

Objetivos da seleção:
1. Melhorar as características produtivas da raçaa em suas condições
habituais de exploração;
2. Melhorar a capacidade produtiva individual por ovelha de acordo com
os kilos de carne que produz ao longo de sua vida, fator que se encontra
influenciado pelo número de cordeiros por parto, do peso e ganhos que
estes registram; assim como pela longevidade produtiva da ovelha.
3. Para garantir a consecução destes objetivos gerais, destaca-se uma série
de variáveis vinculadas a cada um dos objetivos como critérios de seleção:

●● Prolificidade
●● Crescimento
●● Morfología
●● Resistencia a Scrapie

O sistema organizacional dos produtores de ovinos Segureños inclui Centro


de Terminação de Cordeiros e uma empresa de comercialização, a COSEGUR -
Comercializadora Segureña, S.C.A., responsável pelo abate, beneficiamento e colocação
no mercado dos produtos Cordeiro Segureño, que possui Indicação Geográfica
Protegida – IGP.

●● Ano 2002, 22 criadores, 15.000 ovelhas


●● Centro de Tipificação e Terminação
●● Abatedouro - Frigorífico
●● Venda de carne de cordeiro segureño.
●● Atualmente 85 sócios e 50.000 matrizes;

Para garantir o suprimento da Cosegur, em sua capacidade projetada e de


mercado existem os Centros de Tipificação e Terminação de Cordeiros:

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Foto 8: Vista interior do Centro de Terminação de Cordeiros

Foto 9: Área de Classificação do Centro de Terminação de Cordeiros

O Abatedouro-Frigorífico, da COSEGUR, é de propriedade do Município,


cuja concessão ocorreu por meio de Edital de Concorrência, ao qual se candidataram
empresas de vários portes e cuja decisão a favor da Cosegur deveu-se à sua forma de
organização por pertencer a uma Associação de Criadores da Região.

Foto 10: Vista Externa do Abatedouro

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Foto 11: Vista Interna do Abatedouro


Foto 12: Cortes de Cordeiro Segureño

A certificação de IGP “Cordero de las Serra de Segura y La Sagra”, é parte


da estratégia de inserção de mercados, sobretudo nos mercados de Levante e
Catalão, por meio da:

●● Diferenciação através de uma marca de qualidade;


●● Promoção do produto;
●● Melhora das condições de comercialização;
●● Como mecanismo para se evitar fraude

A zona de produção, abrange:

●● 144 Municipios, 5 provincias e 3 Comunidades Autónomas

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Foto 13: Furgão da Cosegur

Foto 14: Furgões da Cosegur

31
07 de junho de 2010

Localidade Albolote - Comunidade de Andalucía

Região tradicional em exploração intensiva de caprinos para exploração


leiteira. A raça Murciano-Granadina representa 90 % do rebanho. São 125 propriedades
com efetivo variando de 1000 a 2000 animais.

Centro de Reprodutores da Raça Murciano


Granadina
1960 - Início do Serviço de Registro Genealógico

1995 – Início dos trabalhos com Inseminação Artificial

1999 - Início do Programa de Melhoramento Genético

2009 - Publicação do 1º Catálogo de Avaliação Genética. Este primeiro número


não teve a procura esperada, entretanto foi grande a procura pela segunda publicação.

A raça apresenta alto índice de fertilidade (monta natural ou I A). É firmado


um Termo de Compromisso para o produtor participar do Programa de Melhoramento
Genético, através da IA. Com a adesão ao Programa, o custo por matriz inseminada é
de E 15,00.

Localidade Casabermeja
Propriedade rural de economia familiar
Rebanho de 500 animais, com 300 matrizes em lactação, com produção média
de 2,5 litros de leite por animal, ordenha mecânica, uma vez ao dia. A propriedade
possui tanque de resfriamento, o que possibilita a entrega do produto a cada dois dias.
O manejo é semi-extensivo.
O valor que o produtor recebe por litro de leite (E 0,35), representa 50% do
valor pago em junho de 2009, além disso o animal vendido como descarte é muito
desvalorizado.

Nome :Cooperativa de beneficiamento e


comercialização de leite de cabra

Como exigência da Cooperativa, todos os 150 associados possuem tanque


de resfriamento e utilizam ordenha mecânica. A Cooperativa faz a manutenção dos
equipamentos de ordenha. Apenas 5% do leite recebido pela Cooperativa é para
produção de queijos.

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Para garantir a qualidade do leite recebido, são coletadas duas amostras de
leite na propriedade.

Associação Espanhola de Criadores de Cabra


Malagueña
Juan Manoel Micheo Puig – Secretário Executivo

A Associação possui 72 sócios, com um rebanho estimado em 36.000 animais.


Em Assembléia, é aprovado a cada 5 anos o Plano Estratégico da entidade.
Este documento é elaborado pelo Secretário Executivo e é um dos requisitos para
contratação deste profissional.

Em 1985, foi implantado o Serviço de Registro Genealógico. A entidade


administra uma Central de Inseminação Artificial, instalada na própria sede da
Associação. Todos os reprodutores em uso pertencem a Associação.

A partir de 2009, comercialização dos produtos é feita através de empresa da


própria Associação. A intenção é transformar a empresa numa S/A, ficando a Associação
como majoritária.

Serviços realizados pela Associação :


Programa de Melhoramento Genético - Livro Genealógico

Promoção a Comercialização
●● Organização de Feiras
●● Concurso Nacional
●● Feira de Alimentação
●● Venda de Kit com cortes especiais

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Outros serviços
●● Assessoria na instalação do criatório de gestão
●● Manutenção do sistema de ordenha
●● Assistência veterinária

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RELATÓRIO DE VISITAS
TÉCNICA EM MISSÃO
INTERNACIONAL
- PORTUGAL -
Dia 08/06 - Região do Alentejo, na localidade de Serpa e Beja, visita a criação
de ovinos de leite da raça Merino Português, caprinos de leite da raça Campaniça e o
processo de produção e fabricação do Queijo de Serpa, na Estação Experimental do
Ministério da Agricultura, área com 1.500 hectares.

O período de produção do leite e o processamento de queijos compreendem


o período de setembro a junho, com uma produção de 20.000 litros de leite de cabra
e 20.000 litros de leite de ovelha. O trabalho é desenvolvido por estudantes da própria
escola que exercitam sua profissão através de estágios.

O soro é aproveitado para enriquecer os derivados, o preço por kg do


queijo fresco varia de E 7,00 a 8,00 (euros). Testam a qualidade do leite através de
equipamentos eletrônicos, utilizam uma planta natural da região chamada Cardo para
o processo de coalho do leite.

Como a produção de leite de ovelha é pequena, de apenas 1 litro por ovelha,


eles adicionam parte do leite de cabra para dar maior consistência e produtividade.
Recentemente adquiriram 40 ovelhas da raça Francês Lacaune para aumentar a
produção do leite.

Após a fabricação dos queijos, a produção é depositada em prateleiras e


colocada nas câmaras com temperatura na primeira semana de 8 a 9 graus, segunda
semana 10 a 11 graus para completar o processo de maturação, e distribuídos para os
pontos de venda ao preço de E 15,00 a 16,00 (euros).

A escola também compra leite aos produtores da comunidade, pagando o


preço por litro de E 0,50 centavos de euros.

●● A estação experimental tem como objetivos a preservação da raça, o


método de fabricação do queijo e pesquisa de alimentos para os animais;
●● O plantel da raça em Portugal encontra-se com quase 4.000 animais e no
centro eles possuem 200;
●● No centro eles trabalham com 20 funcionários;
●● O queijo  produzido no centro é de Denominação de Origem (D.O);
●● O cardo utilizado com coalho para o queijo é na proporção de 40 g. para
cada 200 l de leite;

35
●● Dificuldades de mão de obra na região, mesmo com o salário de 1 mil
euros e participação de 10 % na produção do queijo e da carne.

Relatório do Evento*:
47ª FEIRA NACIONAL DE AGRICULTURA
57ª FEIRA DO RIBATEJO
Local: Santarém (de 5 a 13/06/2010)
Centro Nacional de Exposições
Data da visita: 10/06/2010
Contato: Sr. João Castela - Delegado Comercial do Centro Nacional de
Exposições
Descrição do Evento: 600 expositores, investimento de 1 milhão de
euros
●● Conjugação de feiras para melhorar desempenho (feiras estavam em
descenso no país)
●● Estímulo às vendas no local
●● Setorização temática
●● Capacitação (ciclo de conferências)
●● Lazer (shows), gastronomia e promoção ao folclore
●● Entrega prêmio nacional vinhos engarrafados

1. Áreas/Stands de Maior Interesse


1.1 - Comunidade Européia

●● Desenvolvimento territorial
●● Incentivo à produção familiar
●● Incentivo à preservação de patrimônio cultural (técnicas produtivas)
●● Sustentabilidade ambiental
●● Segurança alimentar (sanidade e qualidade dos produtos agrícolas)

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*Também ocorreram os seguintes eventos: 5ª sala do vinho / Festival nacional
do vinho; 3ª sala de alimentação; 4ª sala do azeite – tema: “Prazer de Provar”: “Aqui
você vai encontrar um sem número de “produtos da terra”, fazer a degustação desses
produtos, participar em provas enogastronômicas (diárias), senhos de cozinha ao vivo,
conferências e palestras.”

1.2 - Máquinas e Equipamentos

●● Para produção de grãos e feno


●● Para produção de azeitona/azeite
●● Para produção de uvas/vinhos
●● Para produção de leite/laticínios
●● Tratores, e outros
●● Biogás
●● Energia solar
●● Captação e tratamento de água
●● Captação e tratamento de esgoto

1.3 - Exposição de Raças Autóctones


●● Bovinos
●● Caprinos
●● Ovinos
●● Equinos

1.4 - Produtos da Agroindústria


●● Queijos
●● Azeites
●● Vinhos
●● Doces
●● Massas
●● Mel
●● Outros (arroz, trigo, etc)

37
1.5 - Produtos Industriais
●● Máquinas e equipamentos para agroindústrias
●● Construção civil (área rural)
●● Couros e peles
●● Outros

1.6 - Serviços Públicos e Privados


●● Bancos de apoio à agricultura e pesca
●● Universidades para ensino tecnológico e pós-graduação
●● Combate ao desemprego e promoção a qualificação profissional (destaque
para jovens e empreendedores)
●● Promoção à diversidade e identidade cultural dos territórios
●● Instituto do Emprego e Formação Profissional
3 modalidades: Cursos de aprendizagem
Cursos de educação e formação para jovens
Cursos de especialização tecnológica

●● Pós-graduação ISLA
●● www.unisla.pt

●● Escola Superior Agrária de Santarém


●● Ministério de Economia e de Inovação
●● Plano nacional de ação para a eficiência energética
●● ADENE: Agência para a Energia

2. Análise
José Eduardo Carvalho
Presidente da NERSANT (Associação Empresarial da Região de Santarém)

“As feiras são um produto em declínio. A realização em conjunto com a Feira


Nacional de Agricultura é uma adequação conjuntural e uma tentativa de reinventar a
sua venda. Comer bem. É a maior expressão desde 2002.”

“É a pior crise desde 1974. Face á dimensão desta recessão, falar de


constrangimentos regionais, acessibilidade, etc, é falar de coisas menores. Os menores
problemas das empresas são outros, não os de incidência local.”

“O setor mais segmentado é agrícola, não apenas máquinas e equipamentos


mas também serviços.”

Sr. Vasco Gracias - Diretor geral do CNEMA (Centro Nacional de Exposição e


Mercados Agrícolas)

“Os visitantes vêem para ver a feira e não para ver os espetáculos. (xxx) o
salão da alimentação também tem ajudado a aumentar o número de visitantes porque
introduz um conjunto muito alargado de produtores com produtos que as pessoas
normalmente não encontram nos supermercados.”

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“Os conceitos são mais um motivo. As pessoas acabam é por optar pelo dia
em razão do espetáculo dessa noite.” Patrocínios viabilizam o cachê dos shows.

Região de Serra da Estrela


Localidades de Canas do Senhorim e Oliveira do Hospital.

Criadores de ovinos Serra da Estrela e Produtores do Queijo Serra da Estrela


(DOP).

Senhor João Lameira e Senhora Paula

3.200 Km2 – 18 municípios – 10 na totalidade

Cerca de 100.000 animais, sendo 60.000 Ovelhas e 40.000 Caprinos e outras


raças; 90% do efetivo (Preta e Branca); 20.000 no Caderno Genealógico.

Requeijão. Manteiga feita a partir do soro. Requeijão light + Experimentos.


Período reprodutivo: Julho-Outubro
Produção de doces + Mel (Apicultura)
1ª. Associação do País: 1981. 1/3 Superior do Rio Mondego. DOP + Indicação
Geográfica. Muitas queijarias;

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●● Há uma grande indústria que adquire grande quantidade de leite e produz
queijos com a marca “Serra da Estrela”;
●● Coagulação feita com CARDO;
●● Até 1997, deslocamento de animais (Transhumancia);
●● Planta Cervum – Nardus Trictae. Comprometimento sanitário. Produção de
queijos de pasta ????... grande semelhança com queijos de outras regiões.
SERPA. Preços: € 15/kg; Serra da Estrela: € 20 a 22/kg – Requeijão vendido
á porta (ricota)
●● Rendimento: 4,5 a 6 l/kg. Leite cru inteiro leite + cardo + sal
●● animais iam a zona alta no período de verão. Ruminantes não competem
em alimentos com humanos;

288 queijarias licenciadas: média elevada. Regras Elevadas impedem boa parte das
atividades. Segurança alimentar. Gestão de Risco sem a elevação
Lactação: 210 dias
Média: 40 a 100
Média de produção de leite: 2 ordenhas 1,2 l/dia
Descarte: venda para abate
A partir de março desaparece a necessidade de suplementação
Chuvas: Nov, Dez, Jan

Marca no queito à registra a data


45 dias à até 4 meses mercado
Há uma geração nova entre 30 e 40 anos
Todos os demais > 50 anos

Leite: 1,05 à 1,10 €/l


:
1ª. Cura 7 a 9 ⁰C e umidade: 70 a 80%
2ª. Cura 9 a 12 ⁰C e umidade 85%

Queijo não certificado!

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Historial da Associação.
A ANCOSE foi constituída em 6 de Novembro de 1981, por um grupo de
criadores de ovinos da raça autóctone Serra da Estrela , e teve como principal objectivo,
o melhoramento genético e a defesa da raça. Entre 1981 e 1986, a ANCOSE assegurou
em parceria com os serviços oficiais e o Parque Natural da Serra da Estrela, a execução
do contraste leiteiro, tendo então sido alargado a vários concelhos do solar da Raça
Ovina Serra da Estrela. Após 1986, a ANCOSE passou a assumir integralmente o
contraste leiteiro, e abrange todos os concelhos do solar da raça.

Em 1984, a ANCOSE é nomeada como entidade gestora do livro genealógico


da raça ovina Serra da Estrela, sendo até hoje, fiel depositária deste livro, contando
com 267 produtores aderentes. Em 1990, é instalado na ANCOSE, o centro de testagem
de reprodutores masculinos, dando-se inicio à experiência de inseminação artificial
em ovinos Serra da Estrela. É ainda  em 1990, que o núcleo de ovinos Serra da Estrela,
representa Portugal na prestigiada feira internacional de Paris, onde compete com
outras etnias meditterrânicas de aptidão leiteira. Em 1984, é elaborado o programa de
melhoramento da raça ovina Serra da Estrela, estando neste documento descritos quais
os objectivos a atingir no melhoramento desta raça. Em 1997, foi criada na ANCOSE,
uma oficina/queijaria, destinada ao fabrico experimental e demonstrativo do queijo
Serra da Estrela. A criação desta oficina permitiu que se estabelecessem estudos em
parceria com estabelecimentos de ensino superior, sobre leite e cardo.

Prestação de Serviços/ Apoio Técnico


Melhoramento animal, onde se incluem: Constrate leiteiro, Centro de
testagem de machos, Indução e sincronização de cios, Inseminação artifical e
Diagnóstico de gestação. Sanidade: Organização de produtores pecuários. Secção
de Gestão, com os seguintes serviços: Contabilidade fiscal e contabilidade de gestão.
Sessão de comercialização, dos seguintes produtos: Queijo Serra da Estrela, Queijo de
ovelha curado, diversos - material de queijarias, sementes para prados, desinfectantes.
Oficina Técnológica - Queijaria: Apoio técnico especializado e contraste qualitativo.
Departamento de apoio técnico em: SNIRB, candidaturas INGA/IFAP, projectos de
investimento, serviço de tosquia, apoio jurídico, publicações e planeamento. Formação
profissional.

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Visita a criadores de Caprinos da raça Serrana

●● Localidade: Região de Trás-os-Montes – Mirandela – Portugal


●● Visita Técnica: 11/06
●● Objetivo: Visitar sistemas produtivos do Cabrito Mamão e processo de
industrialização de queijos, ambos certificados com DOP – Denominação
de Origem Protegida
●● Localidade: Região de Trás-os-Montes – Mirandela – Portugal
●● Raça: Caprino Serrana

Associação Nacional de Caprinocultores de Cabra


Serrana - ANCRAS
No dia 11.06 do corrente ano fomos recepcionados por Fernando Pinto
secretario executivo da ANCRAS que fez uma breve abordagem sobre o trabalho
da Associação. A ANCRAS fundada em 1990 em Mirandela com participação de
11 caprinocultores tendo como objetivo a promoção e divulgação dos produtos
caprinos serranos e contribuir para o melhoramento genético da raça caprina Serrana.
Atualmente conta com 200 criadores, onde aproximadamente 140 estão situados na
região de Mirandela.

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A ANCRAS realiza o registro zootécnico e é detentora do Livro Genealógico da
raça Serrana desde outubro de 1992. Em 1994 recebeu o Premio de melhor Experiência
em Associativismo Agrário, no âmbito da semana verde da Galiza, aprovando no mesmo
ano, o Programa de Seleção e Melhoramento Genético da raça Serrana.

A ANCRAS deu todo apoio à criação da Cooperativa de Produtores de Leite da


Cabra Serrana - LEICRAS, que produz o queijo Transmontano sendo o principal produto
da cooperativa, bem como da Cooperativa de Cabrito da Raça Serrana - CAPRISERRA,
que tem como produto principal o Cabrito Mamão.

Dentre as principais atividades da ANCRAS merecem destaque: Programa de


Seleção e Melhoramento Genético da Raça Caprina Serrana; Aumento da Eficiência
do Controle Leiteiro, de forma a atingir uma base de seleção de 22.000 fêmeas
controladas, Controle e Certificação da DOP do Queijo de Cabra Serrano Transmontano
e Controle e Certificação DPO do Cabrito Serrano Transmontano, Cursos de Formação
Profissional e Apoio Técnico com a finalidade de promover a melhoria das condições
de manejo das cabras Serranas. Outro papel importante da associação refere-se a sua
atuação como organismo reivindicador na defesa dos direitos dos seus associados e
da caprinocultura colaborando no desenvolvimento de projetos científicos com várias
entidades nacionais e internacionais.

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A RAÇA.

A raça caprina Serrana tem desempenhado um papel importante na fixação


das populações do meio rural em algumas regiões de Portugal. Essas regiões se
caracterizam por pequenas parcelas, de difícil mecanização, solos de fraca aptidão
agrícola ou uso exclusivo de floresta.

A origem da cabra Serrana é de difícil determinação. Atualmente se aceita que


a raça seja originária da Serra da Estrela e proceda da Capra pyrenaica, pertencente ao
tronco Europeu. A raça Serrana evolui para quatro ecotipos: Transmontano, Jarmelista,
Serra e o Ribatejano.

Das raças caprinas portuguesas a raça Serrana é a mais representativa,


constituindo aproximadamente 45% do efetivo caprino nacional. Segundo a ANCRAS
existe um efetivo de 19.000 cabras Serranas, sendo que cerca de 16.000 cabras estão

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inscritas no Livro Genealógico e 3.000 sem registro, distribuídas em 242 unidades
produtivas.

Com relação às características reprodutivas e o modo de exploração da raça


Serrana, na região de Trás-os-Monte se caracteriza por ser um sistema produtivo
extensivo tradicional, não havendo estação de monta controlada e os partos ocorrem
ao longo do ano. No período de inverno os animais podem ser estabulados em apriscos
construídos por pedras ou alvenaria onde são fornecidos feno, restos culturais e sais
minerais.

Na região de Trás-os-Monte associados à ANCRAS tem dois produtos com


certificação DOP - Denominação de Origem Protegida: o Cabrito Transmontano e o
Queijo Transmontano.

CABRITO TRANSMONTANO

O Cabrito Transmontano é um produto com DOP regulamentado pelas


Comissões das Comunidades Européias e tem como entidade gestora a Cooperativa
de Produtores de Cabrito da Raça Serrana – CAPRISERRA que conta atualmente com
cerca de 40 sócios, e a SATIVA organização de direito privado responsável pelo controle
e certificação.

Visita Técnica
Produtores: Mário Braz e Soledade
Local: Trás-os-Monte - Mirandela

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Em visita ao estabelecimento rural pertencente ao senhor Mário Braz e a
senhora Soledade que possuem um rebanho de 180 matrizes, sendo 130 em lactação
produzindo aproximadamente 120 litros/dia em uma única ordenha. O sistema de
exploração é extensivo, não utilizando estação de monta controlada. Os partos ocorrem
ao longo do ano com uma média de 3 partos em 2 anos, sendo os cabritos alimentados
exclusivamente com o leite materno durante 6 a 8 semanas, com um rendimento de
carcaça de 60%, atingindo desta forma, o peso de carcaça de 5 a 6 kg.

O Cabrito Transmontano apresenta-se no mercado de carcaças refrigeradas


obtidas a partir de animais machos ou fêmeas da raça Serrana é comercializado com
a CAPRISERRA ao preço de 8,73 euros/kg que repassado para o consumidor em torno
de 12 a 14 euros com DOP. Ainda existe uma comercialização de forma clandestina,
sem DOP que é pago ao produtor em torno de 10 euros. Os animais são abatidos com
idades compreendidas de 45 a 60 dias, com peso de carcaça entre 5 e 7 kg.

A comercialização, normalmente é feita com a CAPRISERRA e ocorre ao longo


do ano abrangendo, notadamente, as épocas festivas da Páscoa, festas populares de
imigração em agosto/setembro e o Natal. Vale ressaltar que o cabrito Transmontano,
segundo o secretario executivo da ANCRAS é o único da Europa que a certificação de
Denominação de Origem Protegida.

Visita Técnica
Produtor: Firmino
Local: Trás-os-Monte - Mirandela

Em outra visita ao estabelecimento rural do Senhor Firmino que também é


vice-presidente da ANCRAS e possui um rebanho de 120 matrizes, sendo 87 em lactação,
onde destas 40 estão recém paridas e amamentando cerca de 70 cabritos para serem
comercializados (cabrito mamão). Este rebanho não participa das cooperativas nem da
certificação de DOP. Foi ainda informado um índice considerado alto de mortalidade
dos cabritos, em torno de 20%. Após a apartação dos cabritos as matrizes entram na
ordenha por mais 3 a 4 meses produzindo aproximadamente 1 litro/dia. O sistema
de exploração é semelhante ao do senhor Mário Bras, ou seja, em ordenha manual e
uma vez ao dia, com sistema extensivo de exploração utilizando pouca inseminação

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artificial, via de regra, trabalha com estação de monta natural, para tanto, conta com 3
reprodutores para fazer coberturas de suas matrizes.

Normalmente as matrizes descartes não têm valor comercial, quando muito


se consegue comercializá-las por 25 euros.

Visita Técnica
LEICRAS
Local: Mirandela

QUEIJO TRANSMONTANO
Queijo Transmontano: Produto DOP regulamentado pela CE nº 1263/96 pelas
Comissões das Comunidades Européias.

Em visita a LEICRAS, uma das unidades de produção responsável pelo processo


de produção e comercialização do queijo Transmontano, conhecemos o processo de
fabricação em todas as suas etapas, desde a sala de recepção do leite, passando pela
prensagem, salga, processo de maturação e expedição. Como resultado deste processo
surge um queijo de textura dura, fabricado a partir de leite cru, com um tempo de cura
de no mínimo de 60 dias a 10°C com 85% de umidade, apresentando um diâmetro de
12 a 19 cm e altura de 3 a 6 com um peso que varia de 0,6 a 0,9 kg.

A unidade de produção visitada tem uma capacidade instalada para receber


2.000 litros de leite de cabra/dia com uma taxa de conversão de 7,0 a 7,5 litros de leite
para fabricar um 1 kg de queijo, podendo essa taxa diminuir até 5,0 litros no período
do inverno.

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Sessenta produtores fornecem leite para a cooperativa, que processa o
leite de segunda a sexta feira, com captação a cada 2 dias, sendo a produção diária
armazenada em tanques de resfriamentos.
A comercialização é feita com a LEICRAS e ocorre ao longo do ano abrangendo
a região de Mirandela com 40% da produção e o restante sendo comercializado para
fora da região e até mesmo para fora do País, notadamente, tendo como principais
produtos o queijo de cabra Transmontano, a Ricota e o Queijo fresco.

Observações Sobre a Visita a Região de Trás-os-Montes

●● Forma cultural e artesanal de produção das cabras Serranas na Região


Trás-os-Montes;
●● Destaque para a produção do cabrito mamão, abatido aos 60 dias com 5
kg de carcaça;
●● Importância da associação da raça na formação da cadeia produtiva, desde
a seleção dos reprodutores a serem utilizados até a comercialização dos
produtos com certificação DOP;
●● Importância dada por todos os envolvidos, a preservação da raça nativa
que criam;
●● Aproveitamento do restante da lactação, após desmame, com ordenha
para produção do Queijo Transmontano com certificação DOP;
●● Aproveitamento de outros produtos menos valorizados como requeijão,
ricota, queijo fresco, etc.Forma de criação não tão eficiente com alta
mortalidade dos cabritos e com manejo sanitário a desejar;
●● Ainda existe resistência quanto à participação dos criadores nas
cooperativas para certificação dos produtos, uma vez que vendem os
produtos um pouco mais valorizados diretamente na comunidade, embora
que não tenham regularidade nem a mesma qualidade;
●● Boa apresentação dos produtos, com valorização dos mesmos.

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COMENTÁRIOS FINAIS E
LIÇÕES APRENDIDAS NA
MISSÃO.
1. As espécies caprina e ovina desempenham um papel fundamental nos
aspectos sociais, culturais, econômicos e ambientais na grande marioria
das Comunidades Autônomas sendo em várias delas a principal atividade
pecuária.

2. As cadeias produtivas da carne e do leite destas espécies existem, estão


estruturadas, têm integração vertical e horizontal necessárias para lhes
dar sustentabilidade e, possibilitaram que mesmo com as reduções
significativas, principalmente das existências de ovinos, os setores
continúem apropriando tecnologias para que a transição ao agronegócio
seja mais rápida e menos traumática.

3. Os trabalhos de caracterização fenotípica-produtiva, genética e dos


produtos das raças nativas, somado ao apelo regionalista que notadamente
se manifesta na defesa das mesmas pela integração que as mesmas têm
nos aspectos históricos e culturais dessas regiões, têm possibiliotado a
conservação produtiva e não meramente principista e filosófica, têm
feito das raças nativas de caprinos e ovinos a mola mestre das produções
de carnes e leite destas espécies.

4. A conservação produtiva das raças nativas deve-se ao trabalho dos criadores


com o apóio estruturante do marco político comunitário – regional-
nacional e da União Européia que no caso da Espanha é coordenado
nacionalmente pelas políticas do Ministério do Medio Ambiente, Medio
Rural e Marino.

5. De fundamental importância é a ação das Associações de Criadores de


Raças Puras. Estas associações não se limitam às atividades do Registro
Genealógico e organização /participação de exposições agropecuárias. As
atividades que fazem a diferença e têm possibilitado o desenvolvimento
qualificado e sustentável são as técnico-científicas como o controle leiteiro,
a genotipagem para identificação de paternidade, a coordenação executiva
dos programas de avaliações genéticas e os controles reprodutivos dando
preferencia aos machos selecionados pelos respectivos programas com
maiores valores genéticos.

6. A valorização dos produtos dessas raças se faz com processos produtivos


com qualidade controlada, e com estratégias de marketing que promovem
as qualidades únicas desses produtos caracterizando a raça, a região e

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aspectos de manejo que leva a que possam receber os selos de qualidade
como os IGP e DOP.

7. A importancia que o surgimento desses selos de qualidade é reconhecida


por todos os setores como determinantes da valorização comercial no
ambito comunitário desses produtos.

8. As associações de criadores de todas as raças puras, independente de


espécies, têm a coordinação geral das ações sob a responsabilidade
representativa da Federação das Associações de Raças Puras – FEAGAS
–. Isto gera uma instancia que pela sinergia dos interesses comuns das
associações que a integram, potencializa a “força” de cada uma com
benefícios para todos os setores de cada espécie. A representatividade
de FEAGAS é nacional e na união européia (EU) em instituições que têm a
prioridade na conservação e valorização das raças nativas.

9. Um elo de apóio estruturante às cadeias produtivas e comerciais são


Centros Regionais de Seleção e Reprodução Animal – CERSYRA- que
foram dependências do Ministério da Agricultura e que faz mais de
vinte anos são de responsabilidade das Comunidades Autônomas. Esses
Centros Coordenam têm a missão de unir os elos entre a avaliação
genética – esquemas de melhoramento e a multiplicação e distribuição
dos germoplasmas superiores geneticamente. Essa ação com uma
coordenação única possibilita que a inseminação e a geração de
embriões seja realmente uma “ferramenta” fundamental dos programas
de melhoramento já que realmente se socializa a genética superior. Além
disso, os CERSYRAs possuim a infraestrutura para apoiar às associações
de criadores com os laboratórios de qualidade do leite, os de genética
(controle de paternidade, bancos de germoplasma, seleção genética do
scrapie, caracterização genética das raças nativas e localização de QTLs.
Os CERSYRA são estruturas diferenciais e fundamentais para a união
organizada dos elos dos criadores as associações e a indústria constribuindo
decissivamente para o melhoramento genético com bases científicas e
de forma armônica e padronizada possibilitando a homogeneização dos
produtos finais.

10. Surgem com clara evidência as vantagens para a organização e


padronização da produção da especialização dos produtores e/ou
estruturas macro (cooperativas ou indústrias) em cada etapa do ciclo
produtivo. Nos processos que mostram sucesso com sustentabilidade a
grande maioria dos produtores se dedicam a produzir as crias e manejar
as mesmas até determinada idade/peso. Posteriormente essas crias
são conduzidas ao centros de “nivelamento ou homogeneização” que
pertencem ás associações indústrias ou cooperativas onde os animais são
manejados até um determinado peso que é demandado pela indústria e
que varía nas diferentes épocas do ano. Estes centros são também uma
“figura” estruturante e referencial do processo que “integra” a produção
e as indústrias de transformação possibilitando a “especialização” dos

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produtores. Mostra-se assim que o tradicional “ciclo completo” não é para
a grande maioria dos produtores a melhor alternativa para os processos
com moldes empresariais do agronegócio.

11. Um fator preponderante para que as carnes de ovinos e caprinos


tenham maior aceitação em ambientes urbanos ou seja naqueles onde os
consumidores nem sempre são levados pelo tradicionalismo e sim pela
qualidade e preço da oferta é a marcada preferença dos consumidores
por animais extremamente novos- Boa parte do mercado tem aumentado
significativamente nos últimos anos a ênfase aos animais criados
exclusivamente com leites ou substitutos cordeiros e cabritos “mamões”.
Ciclos curtos de produção favorecem a rentabilidade e o processo
reprodutivo das fêmeas de cria. Isto tem aumentado a competitividade
das carnes de ovinos e caprinos em todas as faixas etárias e clases sociais.

12. Em 1998 começou um processo de formação de bases de dados


genealógicos, produtivos e comerciais que foi determinante de mudanças
estruturais da produção de pequenos ruminantes na Espanha, paralelamente
em outros países da União Européia e que atualmente é adotado com
carater de obrigatório por todos os países da EU. A utilização da tecnologia
da radio frequencia para realizar a identificação eletrônica através de bolos
ruminais, brincos e pulseiras eletrônicas estabeleceu um marco divisor.
Passou-se a ter dados confiáveis, únicos, que dificultam a fraude e que
chegam em tempo real à base central de dados e ás instituições públicas
(ministérios, centros de ensino e pesquisa) e/ou privadas (associações de
criadores, cooperativas, indústria frigorífica). Esta tecnologia permite que
as atividades técnicas e de gestão dos estabelecimentos bem como das
associeções de classes sejam realizadas com a certeza que a identificação
do animal é única e que registra com confiabilidade as etapas zootécnicas
da vida de um determinado animal.

13. A tecnologia da radio frequencia potencializou as ações que vinham sendo


realizadas para formalizar as atividades da rastreabilidade de animais e
aumentou o espectro de ação ao viabilizar a incorporação dos dados até
o consumidor final já que a identificação e as informações passaram a ser
transferidas ás carcaças e cortes comerciais. Dessa forma a rastreabilidade
é atualmente um selo de segurança alimentar e não somente de orígem
e manejo do produto. Produtos com rastreabilidade têm na Espanha e
no mundo valor agregado que é reconhecido e premiado com valores
superiores.

50
Considerações Finais.
É sabido que nas épocas de crises mais que possível é imprescindível inovar,
investir e avaliar rumos.

Assim, todos os integrantes das cadeias produtivas da caprino-ovinocultura


espanhola procuram estreitar as ações como forma de potencializar suas fortalezas e
diminuir as deficiências e ameaças como forma de poder estar melhor preparados para
aproveitar das melhores formas possíveis as oportunidades que os mercados possam
oferecer.

Os exemplos das integrações verticais entre setores e horizontais entre


setores que estão tendo sucesso com sustentabilidade estão sinalizando os possíveis
caminhos a seguir.

O Brasil tem capacidade instalada de recursos humanos, físicos e um acervo


invejável de conhecimentos e tecnologias geradas para os diferentes ambientes que o
país apesenta e que na grande maioria das vezes são desconhecidas ou sub-utilizadas
pelos beneficiários finais ou seja os criadores.

As deficiências existentes na transferência e apropriação desses conhecimentos


são um dos tantos entraves a vencer. A quebra de paradigmas e a necessidade de
analisar estes setores de forma holística é imprescindível para avançar de forma
sustentável e ágil.

Não se teve o objetivo de ir a procurar alternativas nem modelos para “copiar


e colar” e sim estimular a reflexão e desafiar aos técnicos e lideranças na busca de
novos caminhos que possibilitem que a caprino-ovinocultura brasileira,especialmente
a nordestina, faça definitivamente a transição de setor “potencial” a setor atualizado,
profissional, competitivo e sustentável.

Tem muitos e marcantes exemplos da caprino-ovinocultura espanhola que


podem rapidamente ser adaptados às nossas realidades ambientais e dessa forma dar
significativas contribuições às cadeias produtivas destas espécies.

Assim como todas as atividades encarregadas de produzir alimentos a caprino-


ovinocultura entre outras missões tem a de a suprir as necessidades de proteína animal
de qualidade de uma população crescente, exigente e consciente de seus direitos de
consumidor.

Fazer isto tornar-se realidade com abrangência e que tenha impactos sociais
é um desafio PARA TODOS.

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projeto aprisco nordeste

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