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Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

Programa de Pós-graduação em Ciência, Tecnologia e Educação

Disciplina: Tópicos Especiais em História do Brasil I


Professores: Maria Renilda Barreto, Tereza Fachada e Samuel Oliveira

ALBERTI, Verena. O lugar da História Oral: o fascínio do vivido e as


possibilidades de pesquisa. In: Ouvir contar – textos em História Oral. RJ:
FGV, 2007.p.13-33.

O texto inicia seu discurso com uma reflexão acerca da impossibilidade

de se relacionar fatos do passado aos eventos transcorridos de forma contínua

tal como realmente aconteceu. Sendo esta impossibilidade uma característica

da própria história como atividade de pensamento, ela selecionará os

acontecimentos que apresentam significativa pertinência demonstrando assim

um modo de operação por descontinuidade.

A autora chama a atenção de que em uma entrevista de história oral esta

operação por descontinuidade também se estabelece, mas destaca neste

contexto a vivência e experiencia relatados pelo entrevistado no tocante ao fato

pesquisado possibilitar uma aparente sensação de continuidade da história. A

este fenômedo a autora dá o nome de fascínio do vivido e assevera ser ele o

resposável crescente sucesso que a história oral vem conquistando nas últimas

décadas.

Desta forma a autora procura “situar a história oral em relação a alguns

paradigmas que podem explicar o fascínio que ela exerce”.

O texto, na tentativa de explicar a natureza do fascínio, pondera que a

história oral, ao proporcionar o contato com fontes orais, irá promover uma
cobinação entre situações vividas com situações concebidas revelando "esforço

obstinado e ao mesmo tempo impotente de refazer o percurso do vivido". A

dificuldade revelada nas tentativas de se resgatar o passado, corrobora a

sentensa que ele não é passível de ser retomado, mas também propicia com as

fontes orais uma combinação entre o “contínuo ”e o ”descontínuo” que valorizam

tal combinação.

A autora apresenta também dois paradigmas que servirão de base de

sustentação para a história oral que ela denomina de “modo de pensar

hermenêutico” e a “ideia do indivíduo como valor”. O modo de pensar

hermenêutico considera importante o movimento de se colocar no lugar do outro

na tentativa de compreendê-lo e tornar crível o sentido oculto que as coisas

possuem e que são reveladas pela interpretação proporcionada pela

hermenêutica. Já a ideia do indivíduo como valor coloca o indivíduo como “lócus

das vivências”.

Segundo a autora estes paradigmas, diante da visão de mundo que a

humanidade apresenta, acabam se entrelaçando de forma considerável e

passando quase que desapercebidamente aos nossos olhos. Este

entrelaçamento acaba por destacar o caráter construtivista deste campo da

história que produzirá uma interação do entrevistador com o entrevistado

deixando aparente então o caráter “totalizante da história oral”. Para ela: “É

importante ter consciência dessa vocação totalizante da história oral, em um

mundo em que a fragmentação e a dissipação de significados, o

desaparecimento do sujeito e o privilégio da superfície (em detrimento da

profundidade) também estão na ordem do dia”.


Na parte final do texto a autora ao ressaltar que a história oral não é

solução para tudo, elenca alguns pontos em que ela pode ser preconizada,

principalmente por expor, pela experiência histórica do entrevistado, a

possibilidade de tornar o passado mais concreto e atraente para na divulgação

do conhecimento e por apresentar um elevado potencial de ensinamento do

passado. Assim, segundo Verena a história oral pode ser útil para estudos que

vislumbram apresentar uma história do cotidiano; é indicada para estudos da

história política; para estudos que focalizam padrões de socialização e de

trajetórias, história de comunidades e história de instituições; na realização de

biografias, de história de experiências, registro de tradições culturais e na história

de memórias. Por fim, a autora ainda reitera que o uso da história oral não se

esgota apenas nos itens elencados mas pode ser utilizada além das atividades

de pesquisa e documentação no âmbito de outras disciplinas nas ciências

humanas.

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