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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Escola de Belas Artes


Disciplina: Teoria da percepção visual – EBA 138
Professor: Rosa Gabriela

Barbra Sousa Baldas

Boulevard-Montmartre

Análise perceptiva da obra de Camille Pissarro

SALVADOR
2010
Barbra Sousa Baldas

Boulevard-Montmartre

Análise perceptiva da obra de Camille Pissarro

Artigo apresentado à Escola de


Belas Artes da Universidade
Federal da Bahia, como avaliação
da disciplina Teoria da percepção
visual – EBA 138

Orientadora: Profª. Rosa Gabriela

Salvador
2010
Impressionismo

O Impressionismo é um movimento artístico que se formou em Paris na França por


volta dos anos de 1860 e 1870, sendo apresentado ao público em uma exposição no ano
de 1874. (ARGAN, 1988)

O nome “Impressionismo” surgiu após um comentário irônico do crítico de arte Louis


Leroy sobre um quadro de Monet intitulado Impression, soleil levant e foi adotado pelos
artistas em exposições posteriores. A palavra “impressão”, utilizada por Monet em
algumas de suas obras, tinha o sentido de sentimento e percepção fiel à experiência.

“Avaliando o modo de percepção chamado “impressão”, termo que assume uma


maneira de pensar e sentir, assim como de perceber, os novos artistas diferiram dos psicólogos e
filósofos ao isolar e explorar a impressão como uma experiência valorizada, e não somente um
estágio entre outros no processo de conhecimento, ou meramente em item de experimentos de
laboratório sobre a relação entre estímulos e percepção. (SCHAPIRO, 2002)

Influenciada pela fotografia, a pintura impressionista tinha o objetivo de retratar o


momento, sendo o mais fiel possível à sua percepção visual, não deixando que
“qualquer experiência ou noção adquirida e de qualquer postura previamente ordenada
[...] pudessse prejudicar sua imediaticidade” (ARGAN, 1988).

Os impressionistas prezavam pela luz do dia, pintavam ao ar livre privilegiando a luz


natural. E em suas pinturas se interessavam sobre a interferência desta sobre as cores e
as formas. Sobre a luz, Luciene Zanchetta cita Paula Vermeersch: “A luz para os
impressionistas constrói a forma e não apenas se reflete sobre ela”.

Em suas pinturas, os impressionistas passam a representar a temática do cotidiano das


pessoas e também as cidades, que sofriam as mudanças da industrialização.

Dentre os grandes nomes do Impressionismo Camille Pissaro, um dos lideres do


movimento, é um dos mais antigos e metódicos pintores da época e será o objeto de
estudo deste texto.

Camille Pissarro (1830-1903)

Jacob Abrahan Camille Pissarro nasceu em Charlot Amalie, na ilha e São Tomás nas
Índias Ocidentais Dinamarquesas, em 10 de Julho de 1830. Com 11 anos Camille
Pissarro foi enviado a Paris para estudar num colégio interno.
Pissarro aos 23 anos tentou com a ajuda de seu amigo Fritz Melbye, iniciar sua carreira
de pintor em Paris. Neste tempo conheceu e se encantou com as obras de Camille Corot
e iniciou amizade com Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François Daubigny, entre
outros pintores impressionistas. Pissarro era decano dos impressionistas, e participou
das oito exposições do grupo.

Em suas obras Pissarro “realizou estudos ao vivo direto, experimental; propôs


representar de maneira mais imediata, com uma técnica rápida e sem retoques, a
impressão luminosa e a transparência da atmosfera e da água, com notas cromáticas
puras, independentemente de qualquer gradação de chiaroscuro” (ARGAN). Ele usa a
cor para sugerir modulações de profundidade espacial mantendo o rigor na composição.

Os temas de Pissaro variaram das paisagens campestres às cenas de rua. Sua grande
capacidade de composição espacial se apresenta em suas pinturas com perspectivas
abrangidas pela circulação profunda e emolduradas pela arquitetura, sua luz aparece na
cidade como uma atmosfera relaxante.

Ao escrever a um estudante em seu ateliê, Pissarro expressa todo o sentido do


impressionismo: “Não tenha medo de usar a cor (...). Não se prenda a regras e
princípios, mas pinte o que você observa e sente. Pinte generosamente e sem hesitações,
pois é melhor não perder a primeira impressão. Não se intimide ante a natureza;
precisamos ousar, com o risco de nos decepcionar e cometer erros” (MARIGUELA
apud FREIDRICH,1999).
Boulevard-Montmartre

Boulevard Montmartre Tarde, tela a óleo, 1897

Esta obra de Pissarro intitulada Boulevarde Montmartre Tarde é apenas uma das séries
de pinturas, deste local, feita por ele. Nela é retratada uma grande e famosa avenida de
Paris, que o pintor via da janela de seu quarto.

Pissarro retrata a cidade em ebulição. A abrangente perspectiva da longa avenida com


suas inúmeras carruagens e das fachadas dos prédios com suas incontáveis janelas dão a
sensação de movimento, que é acompanhada também pela multidão. A denotação de
movimento também vem das nuvens e do farfalhar das arvores. A característica das
pinceladas do autor também nos proporciona esta sensação.

Os tons rosados nas nuvens nos provocam a certeza de que o dia está por acabar, assim
como os tons mais escuros abaixo das árvores e um amarelo avermelhado que nos
remete ao por do sol. As cores utilizadas pelo pintor não causam muito contraste, a
exceção do preto utilizado nas carruagens e roupas.
A mudança das cores parece ser feita sutilmente, pois não se percebe mudanças bruscas
e quebras. Talvez pela característica da forma de pintura em staccato e da mistura de
cores diretamente na tela dos impressionistas, essas mudanças são gradativas surgindo
entre as cores novos tons intermediários.

Percebe-se um equilíbrio na imagem entre o prédio e as pessoas passeando. Ao lado


esquerdo aparece menos as fachadas, no entanto a multidão aos pés dos prédios parece
muito mais coesa e a árvore deste lado parece mais robusta e brilhante, dando a
sensação de volume, equilibrando com o lado direito da pintura.

A característica da pintura impressionista nos permite ter uma visão ampla, mas não
definida do momento. A falta de nitidez aparenta ser um dia de chuva. Quanto a isso
Schapiro diz: “[...] quando traduzido em pinceladas rápidas e sumarias para se tornar
uma pintura de [...] Pissarro, a cena talvez parecesse aos mesmos espectadores
entusiastas uma imagem caótica e arbitrária em seus detalhes ilegíveis e dispersos”.

As imagens contidas nas pinturas de Pissarro e de outros impressionistas, apesar de não


apresentar a nitidez de detalhes da fotografia e de outros movimentos artísticos, causa
no observador uma curiosidade e uma sensação agradável de vida cotidiana, objetivo
este proposto e alcançado por este artista.
Referencias

ARGAN, Guilio Carlo. Arte Moderna. Tradução de Denise Bottmann e Federico


Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

MARIGUELA, MÁRCIO. O Mundo de Arte e a Arte do Mundo: Claude Monet e


Vincent Van Gogh. Revista Impulso, n° 24. Abril, 1999.

ZANCHETTA, Luciene. Impressionismo: 230 anos de luz. Revista Ciêcia e Cultura.


http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v56n3/a27v56n3.pdf. Acesso em 27 Nov 2010.

SCHAPIRO, Meyer. Impressionismo: reflexões e percepções. Tradução: Ana Luiza


Dantas Borges. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

Sites

Biagrafia do pintor. Encontrado em: http://www.impressionniste.net/pissarro.htm.


Acesso em 28 Nov 2010.

Outras Obras de Camille Pissarro. Obscured By Clouds. Encontrado em:


http://i78.photobucket.com/albums/j108/alpenna/Artes/Pissarro/BoulevardMo
ntmartreAfternoonSunshin.jpg. Acesso em 28 Nov 2010.

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