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INSTITUTO METROPOLITANO DE ENSINO - IME

FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS - FAMETRO


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
TURMA: ENGC161N01

FUNDAÇÕES: RECONHECIMENTO DO SUBSOLO PARA FINS DE


FUNDAÇÕES

Manaus
2018
1

Ariane Umbelino da Silva, Benjamin da Costa Filho


Claudiney Freire Araújo,Francisco Braga, Gabriel de Freitas Frigo
Gabriel de Vasconcelos Franco, Isabelle Souto Semenoff,
Marcela Dalila Messa da Silva, Marcoh Nasi Batista Sevalho
Paula Lillian da Silva Brito, Renata Araújo Ferreira
Valdenilson Cabral Queiroz

FUNDAÇÕES: RECONHECIMENTO DO SUBSOLO PARA FINS DE


FUNDAÇÕES

Trabalho de pesquisa para obtenção de nota


parcial para N1 na disciplina Fundações
ministrada pelo Professor Júlio Verne

Manaus
2018
2

Sumário

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3

2 Reconhecimento do subsolo para fins de fundações ........................................ 5

2.1 Programa de investigação ................................................................................. 5

2.2 Procedimentos de investigação do subsolo .................................................... 6

2.2.1 Poços e sondagens a trado ............................................................................. 7

2.2.2 Sondagens a percussão .................................................................................. 7

2.2.3 Sondagens rotativas e mistas ....................................................................... 10

2.2.4 Ensaio de cone ............................................................................................... 13

2.2.5 Sondagens a percussão com torque ............................................................ 14

2.2.7 Estudos de mapas geológicos ...................................................................... 18

3 Conclusão ............................................................................................................. 22

4 Referências ........................................................................................................... 23

5 ANEXOS ................................................................................................................ 24
3

1. INTRODUÇÃO

O estudo das fundações está baseado no princípio de que a principal e primeira


fundação é o subsolo. Desta forma, conhecer os processos e mecanismos de
investigação do subsolo torna-se primordial para os projetos de fundações. Segundo
Velloso: “O projetista de fundações deve se envolver com o processo de investigação
do subsolo desde seu início” (VELLOSO, Fundações, Volume 1, 2ª Edição, 2011,
Página 35).

Desta forma podemos afirmar que se tratando de fundações devemos ter muita
prudência, disciplina e conhecimento para o correto uso das técnicas de investigação
já conhecidas. Este conhecimento faz-se necessário não só para o desenvolvimento
dos estudos preliminares e elaboração de projetos, mas para o dia a dia da obra.

Ao lidar com elementos naturais, a previsibilidade é imprescindível, contudo, sabemos


que estas previsões devem ser pautadas por técnicas, conhecimento e experiência
de campo. Segundo Velloso: “É fácil compreender a importância das previsões na
prática da Engenharia Civil. Qualquer tomada de decisão é baseada numa previsão.
Assim, o engenheiro deve: (1°) identificar previsões que são críticas para a segurança,
funcionalidade e economia do projeto; (2°) estimar a confiabilidade de cada uma de
suas previsões; (3°) utilizar as previsões de projeto e construção; (4°) determinar as
consequências das previsões; (5°) selecionar e executar ações baseadas em
comparações de situações reais com suas previsões” (VELLOSO, Fundações,
Volume 1, 2ª Edição, 2011, Página 3).

Este processo de previsão do qual falou Velloso, possui uma sequência lógica de
eventos:

 Determinar a situação de campo;


 Simplificar;
 Determinar mecanismos;
 Selecionar método e parâmetros;
 Manipular métodos e parâmetros para obter a previsão;
 Representar a previsão.
4

O presente trabalho pretende, apresentar de forma objetiva algumas técnicas de


reconhecimento do subsolo com finalidade de execução de fundações.
Recorremos à várias fontes de pesquisa e dados reais, obtidos em trabalhos de
campo que nos ajudaram numa melhor compreensão do tema abordado. Também
recorremos a diversas fontes literárias que nos ajudaram a compreender melhor
os conceitos já definidos por estudiosos das diversas disciplinas envolvidas neste
processo”
5

2. Reconhecimento do subsolo para fins de fundações

2.1 Programa de investigação

“O projetista de fundações deve se envolver com o processo de investigação do


subsolo desde seu início. Infelizmente na prática, isto frequentemente não acontece,
e ao projetista é entregue, junto com as informações sobre a estrutura para a qual
deverá projetar fundações, um conjunto de sondagens. Neste caso, e havendo
dúvidas que impeçam o desenvolvimento do projeto, essas sondagens devem ser
consideradas, uma investigação preliminar, e uma investigação complementar deve
ser solicitada” (VELLOSO, Fundações, Volume 1, 2ª Edição, 2011, Página 34).

Velloso destaca ainda que: “O primeiro passo para uma investigação adequada do
subsolo é a definição de um programa, que irá definir as etapas da investigação e os
objetivos a serem alcançados. As etapas são:

a. Investigação preliminar;
b. Investigação complementar ou de projeto;
c. Investigação para fase de execução.

Para definição de um programa de investigação, o projetista deve ter em mãos:

 A planta do terreno (levantamento planialtimétrico);


 Os dados sobre a estrutura a ser construída e sobre vizinhos que possam ser
afetados pela obra;
 Informações geológico-geotécnicas disponíveis sobre a área;
 Normas e códigos de obras locais.

De posse destas informações, o projetista deve visitar o local da obra, preferivelmente


com o responsável pela execução das investigações, com quem deverá manter uma
relação técnica próxima. Neste ponto, menciona-se a questão da idoneidade da firma
executora das sondagens. Frequentemente a escolha da firma executora das
investigações é feita pelo proprietário da obra com base no menor preço. Neste caso,
cabe ao projetista estabelecer um padrão mínimo de qualidade para as investigações
(além de estabelecer as normas). É importante observar que o custo destas
investigações é uma fração muito pequena do custo da obra.
6

Na visita ao local da obra, o projetista deverá anotar na planta feições geológico-


geotécnicas importantes, tais como afloramento de rochas, taludes, erosões, etc.
Fotografias são muito úteis para registrar essas feições.

Após a fase preliminar, o projetista já deverá ter alguma ideia do tipo (ou tipos) de
fundações possíveis para a obra e programar a investigação complementar. Se o
embasamento estiver bem caracterizado, as novas sondagens poderão parar em
profundidades nas quais as tensões impostas pelas fundações são muito pequenas
em comparação com as tensões geostáticas (tensões devido ao peso próprio do
terreno), desde que nessas profundidades não ocorra solos fracos. A NBR 8036
(antiga NB12) dá maiores detalhes sobre como calcular esta profundidade mínima.
De qualquer forma, as sondagens não poderão parar antes das profundidades
previstas para as fundações. No caso de edifícios, o total de sondagens o total de
sondagens deverá atender ao mínimo da norma NBR 8036: 1 furo a cada 200 m² de
projeção do edifício e um mínimo de 3 sondagens na obra.

Na ocorrência de solos argilosos moles abaixo de cotas previstas para as fundações,


amostras indeformadas podem ser retiradas para ensaios de laboratório
(determinação de umidade natural, caracterização, ensaios de compressão simples
e/ou triaxial, de adensamento oedométrico etc.).

2.2 Processos de investigação do subsolo

Os principais processos de investigação do subsolo para fins de projeto de fundações


de estruturas são:

a. Poços;
b. Sondagens a tratado;
c. Sondagens a percussão com SPT;
d. Sondagens rotativas;
e. Sondagens mistas;
f. Ensaios de cone (CPT);
g. Ensaio pressiométrico (PMT).

Do ponto de vista de fundações para estruturas, somente em casos excepcionais é


usado o ensaio de palheta (vane test), uma vez que ele é indicado para argilas moles.
O ensaio de dilatômetro (DMT) que pode ser feito de diferentes materiais, fornece um
7

interessante conjunto de parâmetros de projeto, mas tem seu uso ainda limitado no
Brasil. Ainda, métodos geofísicos (sísmica de refração, sísmica de reflexão,
resistividade elétrica e georradar) são normalmente usados em obras extensas ou
como complemento aos métodos convencionais relacionados anteriormente. Pode ser
considerado, ainda, como método de investigação, o ensaio ou prova de carga em
placa.

2.2.1 Poços e sondagens a trado

Os poços são escavações manuais, geralmente não escoradas, que avançam até que
se encontre o nível da água ou até onde for estável. Os poços permitem um exame
do solo nas paredes e no fundo da escavação, e a retirada de amostras indeformadas
tipo bloco ou em anéis. Esse tipo de investigação está normatizado pela NBR 9604.

As sondagens a trado são perfurações executadas com um dos tipos de trado manuais
mostrados na figura 2.1. A profundidade também está limitada à profundidade do nível
d´água, e as amostras retiradas são deformadas. Esse tipo de investigação está
normalizado pela NBR 9603.

Fig.2.1-Trados manuais mais utiliza

2.2.2 Sondagens a percussão

As sondagens a percussão são perfurações capazes de ultrapassar o nível d´água e


atravessar solos relativamente compactos e duros. O furo é revestido se se apresentar
instável; caso se apresente estável, a perfuração pode prosseguir sem revestimento,
eventualmente adicionando-se um pouco de bentonita à água. A perfuração a avança
8

na medida em que o solo, desagregado com auxílio de um trépano, é removido por


circulação de água (lavagem). O equipamento de sondagem está mostrado na figura
2.2

Fig.2.2-Etapas na execução de sondagem percussão: (a) avanço da sondagem por desagregação e lavagem;
(b) ensaio de penetração dinâmica (SPT).

As sondagens a percussão não ultrapassam, naturalmente, matacões e blocos de


rocha (e são detidas as vezes por pedregulhos) e têm dificuldade de atravessar
saprófitos (solos residuais jovens) muito compactos ou alterações de rocha. No caso
de se encontrar grande dificuldade de perfuração, a sondagem é suspensa (ver NBR
6484, para critérios para paralização da sondagem).

O ensaio de penetração dinâmica (SPT), normalizado pela NBR 6484, é realizado a


cada metro na sondagem a percussão (e também na mista, nas camadas de solo). O
ensaio consiste na cravação de um amostrador normalizado, chamado originalmente
de Raymond-Terzaghi (Fig.2.3a), por meio de um golpe de 65 Kgf caindo de 75 cm de
altura. Anota-se o número de golpes necessários para cravar 45 cm do amostrador
em 3 conjuntos de golpes para cada 15 cm. O resultado do ensaio SPT é o número
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de golpes necessário para cravar os 30 cm finais (desprezando-se, portanto, os


primeiros 15 cm, embora, o número de golpes para essa penetração seja também
fornecido).

Fig.2.3 – Amostradores para solos:(esquematicamente representados): (a) Raymond-Terzaghi (usado no SPT), (b)
de parede fina ou “Shelby” comum, (c) de parede fina de pistão e (d) Denison.

Outras informações muito importantes fornecidas pela sondagem são as condições


da água subterrânea. Inicialmente deve-se perfurar o terreno com trado até que se
encontre água, para que se faça uma determinação da profundidade do nível d´água
freático não influenciada pela sondagem. Quando se passa ao processo de circulação
de água, deve-se anotar as profundidades onde ocorrem elevações no nível d´água
no revestimento, o que indica artesianismo ou perdas d´água. Terminada a sondagem
e retirado o revestimento, o nível d´água deve ser observado até que se estabilize (ou
no período mínimo de 24 horas).
Quando se deseja conhecer com mais precisão o nível piezométrico de uma dada
camada, pode-se aproveitar o furo de sondagem para instalar um piezômetro.
Piezômetros são dispositivos que, em contato com o solo, respondem à pressão de
água do lençol freático do local em que estão instalados.
Sua aplicação, de forma geral, pode ser colocada em duas categorias, quais sejam a
de monitorar o padrão de fluxo de água ou e fornecer índice de resistência da massa
de solo ou rocha.
10

Fig.2.4 – Modelo esquemático de Piezômetro de Casagrande

2.2.3 Sondagens rotativas e mistas


Na ocorrência de elementos de rocha que precisem ser ultrapassadas no processo de
investigação (caso de matacões ou blocos), ou que precisem ser caracterizados,
utiliza-se as sondagens rotativas. Na fig. 2.5, apresenta-se esquematicamente o
processo de perfuração, que consiste basicamente em fazer girar hastes (pelo
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cabeçote de perfuração) e em força-las para baixo (em geral por um sistema


hidráulico). No topo das hastes, há um acoplamento que permite a ligação da
mangueira de água com as hastes que estão girando.
Aas sondagens mistas, são uma combinação de um equipamento de sondagem
rotativa (mesmo processo mostrado na fig. 2.5) com um equipamento de sondagem a
percussão (para SPT). Na sondagem mista, nos materiais que podem ser sondados
a percussão, deve-se usar este processo (com execução de SPT), exceto quando se
deseja retirar uma amostra com o amostrador Denison.

Fig.2.5 – Esquema de funcionamento de sonda rotativa

Durante o processo de sondagem rotativa, é utilizada ferramenta tubular chamada


barrilete, para corte e retirada de amostras de rocha (chamadas testemunho). Essas
ferramentas têm em sua extremidade inferior uma coroa, que pode ter pastilhas de
tungstênio ou diamantes. A ferramenta completa de corte e amostragem é composta
de (i) coroa, (ii) caibrador com mola retentora e (iii) barrilete. O barrilete pode ser
simples, duplo rígido ou duplo giratório.
As sondagens rotativas são executadas em cinco diâmetros básicos conforme
indicado na fig.2.6.
12

Fig.2.6 – Diâmetros de perfuração em rocha


A qualidade das amostras depende do tipo e diâmetro do amostrador utilizado, sendo
preferíveis os barrilete duplos (se possível, giratórios).
É preciso ter isso em mente, uma vez que uma indicação da qualidade da rocha é a
percentagem de recuperação da amostra na sondagem (que é a razão entre o
comprimento da amostra recuperada e o comprimento de perfuração). Assim é
importante que, junto com a porcentagem de recuperação, sejam informados o tipo e
o diâmetro do amostrador utilizado. Essa porcentagem de recuperação depende
também do estado da coroa e da fixação da sonda, o que mostra que ela é função da
qualidade da sondagem.
Uma melhor indicação da qualidade da rocha, é o RQD (Rock Quality Designation),
que consiste num cálculo de porcentagem de recuperação em que apenas os
fragmentos maiores que 10 cm são considerados. Na determinação do RQD, apenas
barrilete duplos com diâmetro NX (75,3 mm) ou maio podem ser utilizados. A
classificação da rocha de acordo com o RQD está demonstrada na tabela abaixo:

Índice de Qualidade da Rocha


RQD QUALIDADE DO MACIÇO ROCHOSO
0 – 25% Muito fraco
25 – 50% Fraco
50 – 75% Regular
75 – 90% Bom
90 – 100% Excelente
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2.2.4 Ensaio de cone (CPT)

Originalmente desenvolvido na Holanda na década de 1930 para investigar solos


moles (e também arenosos onde se apoiariam estacas), o ensaio de cone (CPT) se
difundiu no mundo graças à qualidade de suas informações. Esse ensaio recebeu
várias denominações, como “ensaio de penetração estática” (devido à sua forma de
cravação), “ensaio de penetração contínua” (devido ao fato de fornecer informações
quase contínua nos cones mecânicos e realmente contínuas dos cones de elétricos),
ou diepsondering (termo dado a este tipo de ensaio na Holanda).
O ensaio consiste basicamente na cravação a velocidade lenta e constante (dita
“estática” ou “quase estática”) de uma haste com ponta cônica, medindo-se a
resistência encontrada na ponta e a resistência por atrito lateral conforme
demonstrado na fig. 2.7.

Fig.2.7 – Ensaio de CPT princípio de funcionamento

Um resultado típico deste ensaio é demonstrado na fig. 2.8. No primeiro gráfico, é


apresentado um perfil de resistência de ponta e de atrito lateral local. O segundo
gráfico apresenta a razão entre o atrito lateral local e a resistência de ponta, R=Ƴc
/qc’, que dá uma indicação do tipo de solo atravessado. O terceiro gráfico apresenta
poropressões medidas no ensaio – o que possível quando se usa piezocone -,
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podendo-se observar que nas areias há um excesso de poropressão gerado na


cravação do cone.
Quando está atravessado na camada de argila, pode-se parar a cravação, observar a
velocidade de dissipação do excesso de poropressão, operação conhecida como
ensaio de dissipação; e sua interpretação fornece o coeficiente de adensamento
horizontal.

Fig.2.8 – Resultado de um ensaio de CPTU (realizado com piezocone).

2.2.5 Sondagens a percussão com torque (SPT-T).

A sondagem a percussão com torque é uma técnica de engenharia para identificar as


condições do solo do terreno de uma obra. Desenvolvido na década de 90, o método
utiliza a medida de toque necessária para que a adesão do solo seja rompida após
realizar o ensaio SPT.
É a partir da sondagem a percussão com torque que é possível a resistência lateral
das estacas.
Para fazer uma sondagem a percussão com torque ou SPT-T, utilizamos os mesmos
equipamentos para execução da sondagem a percussão com adição de:
 Torquímetro (com capacidade mínima de 50Kgf.m)
 Chave soquete
 Disco centralizador
 Pino adaptador
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Efetuado após cada ensaio SPT, a sondagem a percussão com torque tem a
finalidade de fazer com que o processo da verificação de leitura seja mais fácil,
fornecendo informações sobre o solo em questão através de amostras extraídas.
Essas amostras devem ser enviadas a um laboratório especializado para uma análise
profissional.
Com custo benefício vantajoso, a sondagem a percussão com torque apresenta
resultados de alta precisão possibilitando ações preventivas em caso de problemas
identificados.
Ela auxilia na praticidade de um projeto, pois permite que sejam criados planos de
execução com as informações obtidas. Além disso, a velocidade com que é feita
também é um dos benefícios da sondagem a percussão com torque.
Dentre os dados relevantes coletados a partir da SPT-T, estão:
 Reconhecimento das camadas do subsolo;
 Categorização visual de cada camada;
 Apresentação da presença ou não de lençol freático;
 Identificação da resistência do solo em relação a carga em diversas
profundidades;
 TR: índice de torque (Kgf.m)
O processo de sondagem a percussão com torque deve seguir as seguintes etapas
para obter sucesso nos resultados:
 Depois que o amostrador SPT é cravado, a cabeça de bater deve ser retirada
da haste, instala-se o disco centralizador no tubo de revestimento;
 No lugar da cabeça de bater, o pino adaptador é rosqueado;
 É necessário conectar o torquímetro na chave soquete e encaixa-los no pino
adaptador;
 Agora, o sondador deve começar a realizar o movimento de rotação desse
conjunto ligado nas hastes com auxílio do torquímetro;
 O torquímetro deve ser encaixado na direção horizontal para que seja utilizado
como braço de alavanca;
 Verificação do valor do torque máximo alcançado, através do ponteiro de
arraste, presente no torquímetro.
É válido ressaltar que o processo de sondagem a percussão com torque deve ser
realizado por uma empresa profissional, com um time de profissionais habilitados e
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com experiência de mercado para auxiliar na obtenção de dados de melhor qualidade


na obra.
Entre as diversas vantagens desse tipo de sondagem, as maiores são:
 O serviço, que é realizado com equipamento simples;
 O custo da sondagem, que é relativamente baixo;
 Oferecer resultados precisos que proporcionam segurança na tomada de
decisões;
 Sondagem de simples reconhecimento;
 Alta qualidade;
 Realizado com agilidade.

2.2.6 Investigação geofísica

Geofísica é uma palavra derivada do grego que significa Física da Terra, as duas
matérias de base para estudo são geologia e física, porém faz uso de matemática,
química e informática. A geofísica estuda o interior da Terra e regiões que a rodeiam,
sua principal característica é a ausência da necessidade de fazer furos de sondagem
ou contato direto com local a ser estudado.

A geofísica aplica os princípios da física ao estudo da Terra, diferentemente da


Geologia, que faz estuda a Terra através de observações diretas das rochas, sendo
elas da superfície ou provenientes de amostra colhida em furos de sondagens e a
dedução de sua estrutura, composição ou história baseada na análise dessas
observações.

A investigação geofísica do interior da Terra é feita através de medições, que são


realizadas com equipamentos modernos que ficam na superfície ou próximo a ela. O
que influencia as medições é a distribuição internas das propriedades físicas. A
análise das medições pode revelar como é que as propriedades físicas do interior da
Terra variam vertical e lateral. A grande parte do conhecimento terrestre, abaixo das
profundidades que que se atingem com furos, veio de observações geofísicas. As
propriedades da sub-superfície são estimadas por meio de medição, análises e
interpretação dos dados nas superfícies, o que auxilia na análise desses dados
geofísicos são modernos softwares de computador.

A geofísica está subdividida em duas áreas de estudo:


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 Geofísica global: também conhecida como geofísica básica, ou Geofísica da


terra sólida, que estuda fenômenos que ocorrem em grandes escalas temporais
ou espaciais.
 Geofísica Aplicada: que estuda fenômenos de escala espacial menor, é a
mais usual no meio da construção civil.

2.2.3.1 Equipamentos
 GeoRadar ou Ground Penetrating: é uma técnica de aquisição de
informações espacial que se utiliza para investigar ou detectar objetivos e
estruturas sob o solo, além de investigar as propriedades das camadas do solo.
É um método eletromagnético de alta frequência (de 50 a 1600 MHz), com
capacidade de adquirir grande quantidade de informações num tempo
reduzido. Este sistema gera imagens do subsolo utilizando como fonte
transmissora uma antena eletromagnética que emite um sinal a uma frequência
fixa que pode penetrar sedimentos, rocha, gelo ou outros tipos de materiais
naturais ou artificiais.

 Utilizações do GPR: o GPR pode ser utilizado para localizar qualquer material
que está no subsolo desde que haja um contraste entre o alvo e o meio em que
ele está enterrado. É possível localizar fios e cabos, canos de PVC, argila, fibra
ótica e outros materiais que não mantenham uma corrente. Até mesmo
materiais que são extremamente sensíveis podem ser encontrados pelo GPR
sem que haja algum dano a eles. Essa tecnologia promove uma alta precisão
na localização e profundidade dos alvos. Com uma antena de alta frequência o
GPR pode ser usado para determinar a espessura do concreto, localizar e
mapear cabos de alta tensão, aço reforçado ou outros conduítes embutidos no
concreto. O GPR pode fornecer imagens de alta resolução em 3D da
distribuição de infraestrutura dentro do concreto e prevenir danos durante o
corte ou perfuração do concreto que podem comprometer a integridade
estrutural e adicionar custos desnecessários.

A sondagem pode ser usada para avaliar a profundidade do embasamento


rochoso, entretanto, isso pode rapidamente se tornar caro, já que ela só fornece
uma pequena amostragem do terreno. Um GPR com antena de baixa
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frequência pode ser usado para avaliar a profundidade de todo o terreno


sozinho, ou em conjunto com a sondagem. Ele é capaz de fornecer um modelo
3D de alta resolução do embasamento rochoso com uma alta densidade de
amostras. É de grande ajuda quando se trata de determinar quanto de rocha
deve ser removido para a construção. Além disso, ele pode avaliar as
espessuras entre camadas estratigráficas de forma rápida e precisa.
O lençol freático apresenta tipicamente um contraste com o solo abaixo dele,
portanto, o GPR pode fornecer de forma rápida e eficiente uma avaliação da
profundidade desse lençol freático por causa da sua amplitude de reflexão.
Compreender a distribuição da água no subsolo é crucial para desenvolver
projetos, pois a profundidade do lençol freático pode variar muito dependendo
do ambiente, e isso é algo que deve ser considerado durante a elaboração de
um projeto.

2.2.7 Estudos de mapas geológicos

Mapeamento geológico é um dos principais recursos utilizados na engenharia civil


para a construção, especialmente quando relacionado ao projeto de fundações.
Segundo a Barsa “É a representação Gráfica do desenvolvimento dos principais
fenômenos físicos que se reproduzem na Terra. ” (pag. 3749). O que por sua vez
apresenta de forma simples as variações que ocorrem no relevo de um determinado
local. Logo se temos uma representação gráfica dessa mudança geológica podemos
assim ter maior segurança sobre como e onde podemos colocar nossas fundações
afim e obter um projeto seguro e durável.

Os mapas podem ser utilizados para diversas áreas como: exploração de recursos da
terra como minerais, na geociência ambiental na questão de poluição e construção de
aterros, riscos naturais como terremotos, deslizamentos de terra entre outros. E na
engenharia civil na parte estradas, fundação predial, represa, túnel, pontes e uma
grande variedade de aplicações. E sua importância é tamanha que Wallace (1975)
afirmou, “não existe absolutamente nenhum substituto para o mapa e a seção
geológicos. Nunca existiu e nunca existirá. A geologia básica deve ser uma prioridade
e se estiver errada, tudo que vier em seguida provavelmente estará errado”.

No Brasil possuímos a Carta Geral do Brasil, criada com o propósito de obter um mapa
para o Brasil na época da República. Mas ouve controvérsias sobre o modo e os
19

métodos utilizados para se cartografar o território brasileiro. Segundo o Livro História


oral do Exército: a engenharia militar: Em 31 de Janeiro de 1890, o Serviço Geográfico
foi criado e em 1903 foi iniciada a execução do Projeto ”A Carta Geral do Brasil” com
a finalidade de fornecer o embasamento técnico para o mapeamento do Território
Nacional. O que se tornou também uma grande ferramenta para a construção civil, já
que dessa forma tem-se uma noção do tipo de solo predominante na área e de que
ensaios deve se realizar para obter resultados mais precisos e objetivos.

Fig.2.4-Mapa geológico do Brasil

Já em Manaus temos pela grande quantidade de chuva e devido a grande bacia


hidrográfica que existe naquela região é necessário sempre estar atento aos alertas
de mapas geológicos que indicam pontos de deslizamentos e desmoronamentos que
podem ocorrer. Em 2017 segundo “CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL”,
foram achados 734 pontos de deslizamentos na capital do Amazonas após uma
grande chuva que ocorreu neste mesmo ano. Em anexo segue a carta geológica de
Manaus.

Como todo documento oficial o mapeamento geológico também segue simbologias e


convenções adotadas para que todos possam compreender o que está sendo tratado
sem que haja confusão para a compreensão. Mas há aspectos no mapa geológico
que não pode faltar como por exemplo:

 Indicação do norte verdadeiro;


 Escala gráfica;
 Mapa de situação;
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 Legenda;
 Seção geológica.

Um dos primeiros congressos que implicava em discutir o conceito, simbologia, cores


e linguagem nos mapas geológicos foi em 1878. E desde então após muitos
congressos e discussões, conseguiu-se de certa forma intercambiar conhecimentos e
aumentar a circulação de dados para um aprofundamento de compreensão e
instrução sobre o solo e seu melhor aproveitamento. Segue abaixo algumas das
simbologias utilizadas na cartografia de Manaus:

Fig.2.5 – Convenções Geológicas-simbologias

As convenções usadas nos mapas e em qualquer outro mapa, facilita a compreensão


do mesmo independentemente do local, região ou país que se esteja estudando certa
área.
21

Fig.2.6-Convenções Cartográficas

E também a parte que para fundações mais importa que é os tipos de solo abundantes
na região, a partir desse estudo é possível imaginar o tipo e como deve ser feito a
fundação.

Fig.2.7-Unidades Geológicas
22

3 – Conclusão

Parafraseando Velloso que diz: “Fundações é um casamento, nem sempre


harmonioso, de técnica e arte” (VELLOSO, Fundações, Volume 1, 2ª Edição, 2011,
Prefácio), podemos afirmar que na escolha deste segmento da engenharia como
profissão, necessitamos de muito cuidado e prudência nas decisões a serão tomadas.
Estas decisões passam primeiro pelo conhecimento, pois este conhecimento é que
permitirá ao profissional adotar a técnica ou conjunto de técnicas mais indicadas para
cada tipo de projeto. A excelência da arte pode ser alcançada com experiência de
campo, pois não há como avaliar os resultados sem ter uma visão holística de todos
os elementos presentes, bem como das variáveis que cada um pode gerar. Dito isto,
podemos afirmar que para que este “casamento” seja mais feliz, a prudência,
disciplina, conhecimento técnico e muito trabalho de campo sempre serão os
melhores aliados.
23

4 – Referências

VELLOSO, Fundações, Volume 1, 2ª Edição, 2011;

MUNDOGEO. Mais de um século de cartografia: a aerofotogrametria e o Exército


Brasileiro. Disponível em:< https://mundogeo.com/blog/2010/01/26/mais-de-um-
seculo-de-cartografia-a-aerofotogrametria-e-o-exercito-brasileiro/> Acesso em: 20 de
setembro de 2018;

EVANGELISTA, Helio. O Serviço Geográfico do Exército. Disponível em: <


http://www.feth.ggf.br/servigeoex.htm> Acesso em: 20 de setembro de 2018;

LOPES, Maria. Entre símbolos e cores: dinâmicas internacionais dos Congressos de


Geologia. Disponível em:
<https://www.13snhct.sbhc.org.br/resources/anais/10/1344867007_ARQUIVO_MML
opes-SBHC.pdf> Acesso em: 20 de setembro de 2018;

Tipos de Sondagem do solo. Disponível em:


<<http://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/tipos-sondagem-do-solo/>>. Acesso
em 20 de setembro de 2018.

Tipos de Sondagem. Disponível em: <https://www.escolaengenharia.com.br/tipos-


de-sondagem/>. Acesso em 20 de setembro de 2018.

Sondagem de Percussão por torque. Disponível em:


<http://www.wyde.com.br/sondagem-percussao-torque>. Acesso em 20 de setembro
de 2018.

http://cursos.unipampa.edu.br/cursos/geofisica/o-que-e-geofisica/

https://www.horizontegeofisica.com/single-post/2017/03/05/4-Formas-de-Otimizar-
os-seus-Projetos-de-Engenharia-Civil
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5 – Anexos

Mapa Geológico de Manaus

Relatórios Técnicos de Sondagem

Boletins de Sondagem

Locação de pontos de sondagem

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