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- Julho de 2000 -
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
ÍNDICE
D=2.R (8) l 1
Re = . (15)
e: A µ
ω = 2πf (9) µ - permeabilidade magnética do meio;
A - seção transversal do circuito magnético [m2]
obtém-se:
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Capítulo 1: Conceitos Fundamentais Sobre Eletromagnetismo - 3
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
Galileu Galilei
O transformador monofásico, em sua forma mais Desta forma, verifica-se que a força
elementar, constitui-se de um núcleo de material magnetomotriz impulsiona o fluxo magnético pelo
magnético e enrolamentos, como mostra núcleo, sendo limitado pela relutância.. Naturalmente, se
esquematicamente a Figura 1. a corrente é variável no tempo, o fluxo magnético
também o é.
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Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Transformadores Monofásicos - 4
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
Im » Ip (10)
Reφ
Im= (12)
N1
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Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Transformadores Monofásicos - 5
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
diferentes estados de saturação que ocorrem no núcleo. Convêm lembrar que o transitório da corrente de
Com tais considerações, conclui-se que a corrente de energização dura alguns ciclos nos pequenos
magnetização, obrigatoriamente, não é senoidal, o que transformadores, podendo atingir até vários ciclos nos
resulta em uma corrente em vazio igualmente não transformadores de força.
senoidal. A Figura 4 explica o exposto de forma gráfica. Um oscilograma típico para os regimes
transitório e permanente da corrente a vazio é mostrado
na Figura 5.
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Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Transformadores Monofásicos - 6
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
Da expressão (14) é possível concluir que, em Devido a este fato, como citado anteriormente, a
qualquer condição de operação do transformador, sempre queda de tensão primária é mínima; assim:
existirá a corrente I0 e que somente ela é responsável pela
indução de E1 e E2, em outras palavras, E1 e E2 U1 ≈ E 1 (24)
independem do regime de carga.
Além disto, nesta condição:
N2 U2 ≠ E 2 (27)
I 2' = I2 (17)
N1 Nestas condições, define-se a relação de
e, transformação real, ou a relação entre as tensões
primárias e secundárias quando do transformador em
carga; ou seja:
I1= I 02 + I 22 (18)
U1 I 2
Como K= ≅ (28)
' U 2 I1
I >> I 0
2 (19)
I 2 N1 Observe-se que:
KN = = (21)
I1 N 2 a) se K > 1, o transformador é abaixador; e,
b) se K < 1, o transformador é elevador.
Desta forma:
¾ Tensões
N1
E2 ' = E2 = K .E2 (30) Figura 8 – Transformador com as grandezas secundárias
N2 referidas ao primário
N1
U2 '= U 2 = K .U 2 (31) O circuito anterior pode ser representado pelo da
N2 Figura 9.
¾ Correntes
I2
I 2 '= (31)
K
¾ Impedâncias
U 2 ' U 2 .K U 2 2
ZC ' = = = K (32)
I2 ' I2 ' / K I2 Figura 9 – Transformador com ramo magnetizante
substituindo o núcleo
Portanto:
Na Figura 9, o núcleo é representado por uma
ZC’ = ZC K2 (33) reatância fictícia (Xm) responsável pelo fluxo magnético e
uma resistência fictícia (Rm) responsável pelas perdas no
Naturalmente, a resistência e reatância referidas núcleo.
são calculadas de maneira análoga, ou seja: Por outro lado, a representação do ramo é
desprezada devido aos baixos valores da corrente da
R’ = R K2 (34) corrente de magnetização, como mostra a Figura 10.
2
X’ = X K (35)
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Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Transformadores Monofásicos - 8
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
sendo:
Assim:
U CC
U% = 100 (44)
UN
Figura 12 – Representação simplificada do transformador
Pode-se mostrar que:
O circuito da figura 12 facilita enormemente a
montagem de rotinas computacionais em sistemas de UCC% = Z% (45)
potência. Como por exemplo, programas para analise do
fluxo de carga e estabilidade sistemas. Da mesma forma, é possível definir a resistência
e reatância percentual como segue:
Z CC X CC
Z% = 100 (41) X% = 100 = Z % 2 − R% 2 (47)
ZB ZB
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Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Transformadores Monofásicos - 9
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
William Shakespeare
3.0 – CONEXÃO DELTA ABERTO OU DUPLO V Observe-se, entretanto, que cada transformador
fornece a corrente de linha (e não a de fase).
Se um dos transformadores de um banco com Sendo assim, a potência suprida por um
conexão ∆∆ for retirado, mesmo assim é possível a transformador num delta aberto, comparada à potência
transformação trifásica sem alteração nas tensões. Obtêm- total trifásica, é:
se, assim, uma conexão conhecida como duplo V ou ∆
aberto ou, ainda, conexão Aaron. A figura 3 ilustra.
Potência por transformador U F I F cos ϕ
= =
Potência total trifásica 3U F I F cos ϕ
(1)
U L I L cos ϕ 1
= = = 0.577
3U L I L cos ϕ 3
A figura 4 mostra com mais detalhes a conexão. 4.0 – CONDIÇÕES PARA REALIZAR A CONEXÃO
Na figura 4, verifica-se que o sistema duplo V Observe-se que ocorrerá, adicionalmente, uma
produz três tensões de linha defasadas de 120º. sobretensão entre as fases “a” e “c”.
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Capítulo 3: Banco de Transformadores Monofásicos - 11
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
Epíteto
RESUMO
1.0 - INTRODUÇÃO
2.0 - NÚCLEO
Figura 2 - Núcleo trifásico ideal.
Partindo do princípio que o transformador
trifásico agrupa três monofásicos em um, a composição O núcleo trifásico da figura 2 é o ideal;
entre os núcleos mais evidente é a mostrada na figura 1. entretanto, tem uma forma inconveniente e há uma
utilização excessiva de material em sua construção, o que
se reflete nos custos e inviabiliza a sua utilização. A
solução que se adota, em termos práticos, é bastante
simples, ou seja: retira-se um dos núcleos, inserindo entre
as colunas (ou pernas) laterais, uma outra com as mesmas
dimensões.
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Capítulo 4: Princípio de Funcionamento dos Transformadores Trifásicos - 12
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
Existem diversos tipos de núcleo, entretanto o fato a torna mais adequada para ser utilizada em presença
mostrado na figura 3 é o mais comum devido à sua de cargas desequilibradas.
facilidade construtiva e de transporte. Adotando-se a notação de designar-se a ligação
Este tipo de núcleo, em relação a três primaria através de letras maiúsculas e secundária através
monofásicos, apresenta como vantagem o fato de que, de minúsculas, tem-se:
qualquer desequilíbrio magnético causado pelas
diferentes condições elétricas das três fases, tendem Primário D D D Y Y Y
desaparecer graças à interconexão magnética existente Secundário d y z d y z
entre elas; assim, a fluxo de cada perna distribui-se
obrigatoriamente pelas outras duas. Além disso, existe a
economia de material em relação aos três monofásicos e Tabela 1 - Conexões dos enrolamentos.
conseqüente diminuição das perdas em vazio.
Como desvantagem, tem-se que as unidades
4.0 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
reservas são mais caras, pois deverão ter a potência total
do transformador a ser substituído; o monofásico de
O princípio de funcionamento é basicamente o
reserva, por outro lado, pode ter apenas um terço da
mesmo do monofásico, tanto em vazio como em carga.
potência do conjunto.
A figura 5, mostra o núcleo do transformador
trifásico com seus enrolamentos utilizando a conexão Dy.
Os terminais H1, H2 e H3 são os de maior tensão e os de
3.0 - ENROLAMENTOS
menor tensão são X1, X2 e X3, considerados nesta análise
Os enrolamentos de um transformador trifásico como primário e secundário, respectivamente.
podem ser conectados em estrela (Y), delta (∆) ou zig-
zag, conforme mostra a figura 4.
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Capítulo 4: Princípio de Funcionamento dos Transformadores Trifásicos - 13
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
I0 A + I0B + I0C
I0 = (5)
3
Figura 6 - Conexões dos transformadores trifásicos.
7.0 - CIRCUITO EQUIVALENTE E PARÂMETROS
Sendo assim, as relações de transformação K e
KN para cada caso seriam: De uma forma geral, os sistemas de potência são
representados por apenas uma fase e um neutro,
a) Na figura 6a: considerando as restantes como simétricas;
evidentemente, consegue-se isto com a ligação Y.
U1 E N No caso dos parâmetros porcentuais, tal fato é
K= e KN = 1 = 1 (2) irrelevante, pois independem das conexões dos
U2 E2 N2
enrolamentos; enquanto que nos magnetizantes, ocorre
exatamente o contrário.
e, estando o transformador em vazio, tem-se: Assim no caso do primário em ligação delta,
utiliza-se transformá-la na estrela equivalente. Desta
U1 ≅ E1 e U 2 = E 2 forma, o transformador trifásico será representado pelos
parâmetros de uma fase, supondo as conexões primárias
então, em estrela e carga trifásica simétrica e equilibrada.
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Capítulo 4: Princípio de Funcionamento dos Transformadores Trifásicos - 14
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
Voltaire
RESUMO
1.0 - INTRODUÇÃO
2.0 - NÚCLEO
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 17
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
3.0 - ENROLAMENTOS
3.3 - Enrolamentos discoidais (panqueca)
3.1 – Generalidades
Usados na tensão superior. O enrolamento
As bobinas são montadas sobre tubos isolantes completo consiste de um número de discos superpostos
de papel baquelitizado ou envernizados, como ilustra a uns aos outros. Na realidade, compõe-se de espiras
figura 9. circulares dispostas paralelamente uma a outra no sentido
radial, podendo ou não possuírem canais para
refrigeração.
Os condutores a cada volta entrelaçam-se, pois
desta forma, o comprimento médio de cada espira, e.
consequentemente sua resistência ôhmica é igual.
Os discos são separados por calços isolantes e
são dispostos concentricamente com o secundário
ocupando, normalmente, a parte externa por facilidade de
isolamento e retirada das derivações.
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 18
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
4.0 - DISPOSITIVOS DE PRENSAGEM E CALÇOS A troca de taps pode ser executada em carga ou
em vazio. No primeiro caso necessita-se de “uni
Para dar consistência mecânica à parte ativa comutador sob carga, equipamento motorizado e com
utiliza-se vigas dispostas horizontalmente, fixadas por câmara de extinção, (devido ao caráter altamente indutivo
tirantes. dos transformadores) e a mudança deve ser a mais
Por outro lado, emprega-se calços em muitos discreta possível. No segundo, há uma tala de bornes
pontos da parte ativa, os quais têm por finalidade: interna ao tanque (tipo painel) ou um comutador externo
(tipo rotativo).
a) Dar rigidez às bobinas,
b) Isolar as bobinas do núcleo,
c) constituir vias para a circulação óleo e,
d) nivelar as janelas entre outras.
5.0 - ISOLAMENTO
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 19
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 20
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
estará procedido de uma série de fenômenos, às vezes Internamente, o relé é composto por duas bóias.
imperceptíveis e sem gravidade, mas que conduzem à funcionando, normalmente, uma para alarme e outra para
distribuição progressiva do isolamento dos enrolamentos. desligamento; anexo a elas existem contatos de mercúrio,
Assim sendo, esse tipo de equipamento toma-se que permitem, conforme a posição das bóias, a conexão
importante devido a sua sensibilidade a gases de dos circuitos.
decomposição, que normalmente acompanham este tipo Note-se que, de acordo com o tipo do relé, o
de fenômeno. A figura 16 mostra uma vista do relé. mesmo pode vir equipado com somente uma bóia e um
contato.
Além disto, ainda há uma pequena janela situada
no corpo do aparelho, o qual é construído de ferro
fundido. Tal visor, além de permitir a verificação do nível
de óleo, facilita o exame do gás, orientando sobre a
natureza do defeito através da cor e pela sua quantidade.
Na parte superior do corpo do relé, encontra-se
um registro que permite recolher o gás acumulado. Na
parte inferior, outro destinado aos ensaios de
funcionamento das bóias, como mostra a figura 18.
conseqüência, a bóia superior b1 irá se inclinar, desprendimento de gás persistir, o nível do óleo no
acarretando o fechamento do contato superior quando a receptáculo irá abaixar, até que haja passagem direta para
quantidade de gás for suficiente. Posteriormente, se o o tanque de expansão. A figura 19 ilustra o exposto.
O contato superior permite, desta forma, que se temperatura, o relé Buchholz irá atuar, desligando o
acione uma sinalização ótica ou acústica. transformador. Pode-se considerar, conseqüente, que o
Por outro lado, a bóia b2 conservará sua posição relé constitui uma proteção de sobrecorrente, com
se o desprendimento de gás continuar lento. Caso o característica de tempo dependente de sobrecarga.
defeito se acentue o desprendimento se tomará violento, e Os contatos superior e inferior, também serão
se produzirão grandes bolhas, de tal forma que o óleo em acionados quando o nível de óleo baixar de um
conseqüência do choque. refluirá para o tanque de determinado limite. Neste caso, deve-se completar o nível
expansão. Este fluxo de óleo movimenta a bóia b2 e em de óleo baixar de um determinado limite. Neste caso,
conseqüência fechará o contato de mercúrio. O contato deve-se completar o nível e verificar a estanqueidade.
em questão, por sua vez, deverá estar ligado ao circuito Ressalta-se que quando um transformador entre
de proteção, forçando dessa maneira a abertura dos em serviço é comum o desprendimento de muitas bolhas
disjuntores, colocando o transformador fora de serviço. devido ao ar contido em seu interior. Nesta oportunidade
Esta operação é mostrada esquematicamente na figura d. é suficiente abrir-se o registro dando descarga do ar
Em caso de sobrecorrente anormal, obtêm-se o acumulado.
mesmo resultado. Nesta situação, uma grande quantidade
de pequenas bolhas irão surgir em torno de todo
enrolamento devido ao aquecimento, e. assim, irão atuar 9.5 - Defeitos mais importantes que podem ser
como se fosse uma grande bolha, o que significa que a captados pelo relé Buchholz
bóia b2 irá atuar devido ao refluxo do óleo.
Pelo exposto, verifica-se que a proteção a) Em caso de ruptura de uma conexão, se
Buchholz não funciona pela ação dos movimentos do produzirá um arco, o qual aumentará
óleo que resultam do seu aquecimento normal, tão pouco rapidamente por fusão dos condutores.
pelos efeitos eletrodinâmicos sobre as bobinas. Para que a Posteriormente, poderá alcançar o outro
bóia b2 seja acionada é necessário um movimento brusco, enrolamento provocando um curto circuito, e
devido a um forte desprendimento gasoso. consequentemente, a volatização do óleo;
b) Em caso de defeito de isolamento, causado por
contato com a massa, entre o enrolamento e o
9.4 - Observações importantes tanque. O surgimento do arco irá volatizar e
decompor o óleo no local em questão.
Convém notar-se que a formação de bolhas Freqüentemente, este problema é causado por
gasosas se manifesta somente quando a temperatura dos sobretensões;
enrolamentos se eleva ao ponto em que o óleo se volatiza c) Em caso de curto-circuito ou de sobrecarga
(acima de 150 0C). brusca, se produzirá, antes de mais nada, um
Por outro lado, tal temperatura pode ser forte aumento da temperatura, principalmente
suportada durante um breve período pelos enrolamentos, nas partes mais internas do enrolamento;
o que significa que segundo a magnitude da corrente de d) Em conseqüência de modificações nas
sobrecarga esse valor será alcançado mais ou menos propriedades químicas do óleo que reduzem sua
rapidamente. Portanto, quando obtida a referida rigidez dielétrica, facilitando a ocorrência de
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 22
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
a) Gás Esbranquiçado
Derivado da decomposição de algodão
ou papel, indica a queima da cobertura
isolante das espiras devido a um
sobreaquecimento por curto circuito;
b) Gás Cinzento
Derivado da queima de madeira ou
papéis, indica a soltura ou mal contato
de junção nos suportes de madeira. A
causa poderá ser uma solda mal feita ou
auto-soltura dos parafusos de junção;
c) Gás Amarelo
Derivado da queima do ferro, denuncia
defeitos no núcleo magnético;
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 23
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
e) Inflar a mangueira (b) com cerca de 2 Tal acessório é composto por um sistema de bóia
kg/cm2 ou vinte bombeadas; e um mostrador (e componentes eletromecânicos), ambos
f) Abrir lentamente a torneira (a), separados hermeticamente.
observando pelo visor do relé a descida O sistema de bóia com compartimento de haste
do nível do óleo; variável aciona um imã permanente e transmite a altura
g) Observar se o ohmímetro indica do nível de óleo do interior do tanque de expansão para o
resistência zero, mostrando ponteiro.
continuidade, quando o nível do óleo Pode-se ter casos em que o indicador vem
alcançar a bóia de alarme b1; acoplado com microinterruptores, visando o acionamento
h) Verificar se o contato da bóia de de alarme quando de uma eventual ultrapassagem do
desligamento b2 não foi acionado. nível do ponto máximo ou mínimo.
i) Fechar a torneira (a); Observe-se que em transformadores antigos é comum
j) Afrouxar a válvula (c) para retirada do encontrarem-se o indicador de nível de óleo como um
ar do relé. Observar o nível do óleo no simples visor (ou seja, um tubo e vidro externo).
visor do relé.
k) Fechar novamente a válvula (c) após a 10.2 - Características Principais
saída do ar do relé (o nível do óleo a) A carcaça do equipamento é feita de
cobrirá totalmente o visor); alumínio fundido sob pressão;
l) Desatarraxar a porca para teste (f), b) As partes móveis são construídas de
aproximadamente uma volta; latão;
m) Inflar a mangueira (b) com cerca de 2 c) O material da bóia é cortiça;
kg/cm2 ou vinte bombeadas; d) Os indicadores de nível de óleo,
n) Conectar um ohmímetro nos terminais normalmente têm diâmetro do visor
de alarme do relé; entre 100 e 170 mm, com indicação
o) Abrir abruptamente a torneira (a); MIN., MÁX. e temperatura ambiente
p) Verificar a atuação da bóia de 250 C (refira-se à figura 22a);
desligamento b2 com a indicação de e) O material das gaxetas é borracha
continuidade pelo ohmímetro; sintética;
q) Afrouxar a válvula (c) para retirar todo f) O curso da haste da bóia é de 1200 em
o ar do relé. Observar o nível do óleo torno da sua articulação;
no visor do relé; g) O comprimento da haste é variável até
r) Fechar a válvula (c). aproximadamente 600 mm;
10.0 - INDICADOR DE NÍVEL DE ÓLEO
10.4 - Manutenção
Este tipo de indicador de nível de óleo é de
construção robusta, porém para uma operação perfeita é
recomendável uma inspeção regular nas chaves auxiliares
e nos mancais. O acesso a estas partes é feito pela
desmontagem do anel do indicador retirando, também, o
vidro, o ponteiro e a placa indicadora. O mancal deverá
ser lubrificado com algumas gotas de óleo apropriado.
Para verificação dos contatos auxiliares, girar o pino do
ponteiro até as posições de limite. Verificar se o ponteiro
e os terminais estão bem fixo. Se o tanque de expansão
for removido, o braço deverá ser preso, conforme citado
anteriormente.
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 25
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 27
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
11.3 - RTD - Registrador de Temperatura à Distância chamada “barra”. Com o passar do tempo. a barra forma
um revestimento que se torna isolante térmico e impede a
O RTD é um instrumento utilizado para se troca de calor entre os condutores e o óleo, até provocar a
registrar graficamente a temperatura do enrolamento de interrupção das espiras por fusão do metal.
um transformador em um local distante. Paralelamente, o ar úmido provoca oxidação sobre o lado
O bulbo (parte sensora) do RTD é constituído de inferior da tampa pela qual, depois de algum tempo, se
uma resistência variável com a temperatura. E conectado destacam partículas metálicas que se depositarão sobre os
no topo do transformador e fica envolvido por outra enrolamentos, diminuindo a distância de isolação até
resistência alimentada pelo secundário de um provocar curto-circuitos que colocam o equipamento fora
transformador de corrente (TC), cujo primário é a bucha de funcionamento.
terminal de um dos enrolamentos (de forma idêntica ao O filtro de silica-gel colocado na parte inferior
bulbo do termômetro do enrolamento). do tanque de expansão, é composto por de um vaso
A resistência variável (bulbo), é conectada comunicante entre a parte interior do tanque de expansão
eletricamente ao registrado de temperatura instalado na e o ar externo, como ilustrado na figura 32.
sala de controle, por meio de dois condutores.
Um fonte de tensão alimenta o circuito,
conforme ilustra a figura 31.
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 28
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 29
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
Os terminais dos contatos são conduzidos à parte externa f) Meios de ligação para filtro
do relé por um receptáculo de 3 pinos, com encaixe A ligação superior, para
definido por um ressalto, ao qual se conecta um transformadores com tensão máxima do
adaptador especial. equipamento igual ou inferior a 25.8
Na câmara inferior há ainda um orifício de KV e potência nominal igual ou inferior
comunicação com o exterior, vedado por uma pequena a 500 KVA. exceto os subterrâneos,
válvula, destinada a purgar alguma possível quantidade deve ser feita por meio de um tubo,
de ar ou gás contido na câmara, bem como a prover meio provido de bujão. localizado na parte
adequado de se testar o funcionamento do relé. superior da parede do tanque ou na
Quando ocorre um aumento de pressão interna tampa.
no transformador, o fole se contrai. Se a taxa de variação g) Dispositivo para retirada de amostra do
de pressão superar um determinado valor para o qual o óleo
relé está ajustado, esta provoca o deslocamento de um Deve ser colocado na parte inferior do
pistão que acionará a micro-switch e enviando uma tanque. em transformadores imersos em
ordem de isolamento para o equipamento através de um óleo, e na parte superior próximo à
relé externo. superfície do líquido, em
16.3 - Dispositivos diversos
transformadores a askarel;
h) Meios de aterramento do tanque
Conforme a NBR 5356/81, ainda podem estar Os transformadores de potência
presentes outros acessórios, os quais são relacionados a nominal igual ou inferior a 1000 kva
seguir (transcrito da citada norma). devem ter, na parte exterior do tanque,
a) Abertura de visita sempre que possível perto do fundo, uni
As dimensões da abertura de visita dispositivo de material não ferroso ou
devem permitir a passagem normal de inoxidável que permita fácil ligação á
uma pessoa adulta. Sempre que terra. Os transformadores de potência
possível, deve ser localizada na tampa nominal superior a 1000 kva devem ter
do transformador e, no caso de dois dispositivos de aterramento,
transformador dotado de comutador de localizados diagonalmente opostos;
derivações em carga, próxima ao i) Meios para suspensão da parte ativa, do
mesmo; transformador completamente montado,
b) Bujão para verificação do uivei de óleo das tampas, do conversor de óleo e dos
Os transformadores subterrâneos devem radiadores
possuir, pelo menos, um bujão para
verificação do nível de óleo, o qual Os transformadores devem dispor de
deve permitir a verificação do nivel meios (alças, olhais, ganchos, etc.), para
mínimo para funcionamento seguro. seu levantamento completamente
Nos transformadores providos de montado, inclusive com óleo; devem.
indicador de nível do óleo, dispensa-se dispor de meios para o levantamento de
a colocação desses bujões; sua parte ativa, do conservador de óleo
c) Válvulas de retenção do óleo e dos radiadores. Toda tampa cuja
Os transformadores imersos em óleo, massa seja superior a 15 kg deve dispor
providos de radiadores ou trocadores de de meio para seu levantamento;
calor destacáveis, devem possuir
válvulas que impeçam o escoamento do j) Abertura vara inspeção
óleo do tanque, quando da remoção Os transformadores devem ter, quando
total ou parcial dos mesmos. Estas necessário, uma ou mais tampas
válvulas devem possuir indicação das auxiliares na tampa principal, para
posições aberta e fechada; permitir o desligamento dos terminais
d) Bujão de drenagem do óleo internos para as buchas. mudanças de
Deve ser colocado na parte inferior do derivações e inspeção;
tanque;
e) Válvula de drenagem do óleo k) Apoio para macacos
Deve ser colocada na parte inferior da Podem ser feitos sob a forma de
parede do tanque. Todas as válvulas de ressaltos ou de alojamentos, devendo
drenagem do óleo devem ser providas ser adequados tanto para a colocação
de bujão; como para o acionamento de macacos.
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Capítulo 5: Características Construtivas e Acessórios - 31
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
Provérbio Chinês
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Capítulo 6: Grandezas Características - 32
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
SN
4.0 - TENSÃO DE CURTO CIRCUITO OU I1N = (7)
IMPEDÂNCIA PORCENTUAL m.U 1N
- Potências: 3 a 100 KVA; Z%=3% (para 38 kV) Tabela 5 – Corrente em Vazio Percentual –
e Z% = 2,5% (para 25,8 kV) Transformadores Trifásicos
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Capítulo 6: Grandezas Características - 33
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
100
I CC = .I N (14)
Z%
Onde:
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Capítulo 6: Grandezas Características - 35
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte I: Operação dos Transformadores
principalmente com baixos fatores de potência. Verifica- danificado caso ocorra um curto-circuito no sistema,
se que a pior regulação ocorre quando o cosψ2 é igual à ainda mais se o sistema for de grande porte.
relação entre R% e Z%, ou seja: Os esforços mecânicos no transformador são
proporcionais ao quadrado da corrente que flui por seus
R% enrolamentos. Durante o curto a corrente varia
cosϕ2 = (24) inversamente com Z% e, consequentemente, os esforços
Z% mecânicos com Z%2.
Estes esforços podem ser seis vezes maiores em
Assim: um transformador com impedância de 2% que em um
Reg % =Z% (25) com 5%.
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Capítulo 6: Grandezas Características - 36
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
DE TRANSFORMADORES
André Breton
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Capítulo 7: Aspectos sobre a Manutenção de Transformadores - 41
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
CAPÍTULO 8: ANORMALIDADES EM
TRANSFORMADORES
“Nada é impossível, até que alguém duvide e prove o contrário.”
Anônimo
1.0 - INTRODUÇÃO
Diversos
5%
Os transformadores são submetidos às mais
diversas solicitações durante sua vida útil, apesar de Núcleo
5%
exigir menos atenção que a maioria dos equipamentos
elétricos. Caixas Terminais
7% Comutador sob
resultado direto de sua gravidade. Deste modo, o Figura 1 – Incidência de problemas em transformadores
conhecimento adequado de alguns sintomas, suas causas (em %)
e efeitos é de suma importância pois permite evitar a
evolução de problemas indesejáveis com prejuízos As figuras 2 a 7 detalham as causas de
financeiros elevados. ocorrências de problemas, relativamente às porcentagens
As principais avarias dizem respeito a indicadas na figura 1.
deficiências dos enrolamentos sejam por má compactação 27
Isolamento entre Espiras
Descargas Atmosféricas
das bobinas, por assimetrias existentes entre primário e 24
Umidade
Falhas Externas
secundário ou deformação das bobinas causada por curto- Sobrequecimento
circuito. São significativas, também, as solicitações Enrolamento Aberto
Deterioração
térmicas e dielétricas, provocando a alteração das Bloqueio Impróprio
Falhas à Terra
características elétricas e físico-químicas dos seus 13
12 Falhas entre Fases
materiais isolantes. Isto implica no “envelhecimento” de Diversos
Falhas Mecânicas
7
parte ou de toda a isolação. Os estágios avançados do 4
processo, produzem sedimentos oriundos da oxidação, 3 3
2 2 2
1
que, em última análise podem comprometer a operação
do transformador F1].
Figura 2 – Incidência de problemas nos enrolamentos de
2.0 - ESTATÍSTICA DE DEFEITOS transformadores relativos aos valores da figura 1.
Mecânicas
Os transformadores podem apresentar alguns 27
Elétrica
24 Contatos
problemas, apesar de não apresentarem partes em Terminais
movimento, isto se deve, principalmente, a: Tracking
Sobrequecimento
Curto/Falhas Externas
a) Sobretemperaturas; 13
12 Vazamento de Óleo
b) Ruído perceptível; 7
secundário) ou à terra.
A título de ilustração, a figura 1 apresenta um Figura 3 – Incidência de problemas nos comutadores sob
levantamento estatístico, realizado por um grande carga de transformadores relativos aos valores da figura 1
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Capítulo 8: Anormalidades em Transformadores - 41
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
8 8
Baixa Rigidez Dielétrica: Esta condição pode ser causada
por condensação e penetração de umidade, devida à
ventilação imprópria em transformadores a seco, nas
serpentinas de resfriamento, nos resfriados a água, ou
diafragmas de alivio de pressão danificados ou, ainda,
Figura 7 – Incidência de problemas de origem variada em fugas ao redor dos acessórios do transformador nos
transformadores relativos aos valores da figura 1 demais tipos;
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Capítulo 8: Anormalidades em Transformadores - 42
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
Oxidação do Óleo Isolante: A oxidação do óleo isolante Problemas com Equipamentos de Manobra: Muitos -
normalmente resulta na formação de ácidos e sedimentos transformadores são equipados com LTC’s (Load Taps
e, devido, principalmente, a exposição do óleo ao ar e a Changers) e outros dispositivos de manobra. Tais
elevadas temperaturas de operação; transformadores podem apresentar problemas extras
associados a estes dispositivos como, por exemplo, os
Diafragma de Pressão Rompido: Normalmente, tal fato oriundos do excessivo desgaste dos contatos fixos e
ocorre como resultado de uma falta interna que causou móveis, sobrepercurso do mecanismo de mudança de
uma elevação de pressão acima do normal. Outros fatores taps, condensação de umidade no óleo destes mecanismos
possíveis são o nível do óleo muito acima do normal ou entre outros. O desgaste excessivo dos contatos pode ser
valor excessivo de pressão interna devido a condições atribuído à perda de pressão das molas (molas fracas) ou
anormais de carregamento; a um tempo de espera insuficiente durante o percurso.
Problemas devido ao sobrepercurso do mecanismo de
Descoloração do Óleo Isolante:- A descoloração do óleo mudança de taps são, usualmente, devido a ajustes
isolante deve-se, principalmente, á sua carbonização incorretos dos controladores de contatos. A condensação
devido a chaveamentos nos LTC’s (Load Tap Changers), de umidade e carbonização deve-se a operação excessiva
falha do núcleo ou contaminação; ou ausência de filtragem. Outros problemas tais como
queima de fusíveis ou parada do sistema motor são
Perda de Óleo Isolante: A perda de óleo isolante em um devidos a curto circuitos nos circuitos de controle,
transformador pode ocorrer pelos parafusos de junções, travamento de origem mecânica, ou condições de
gaxetas, soldas, dispositivos de alivio de sobrepressão e subtensão no circuito de controle.
outros. As principais causas são: montagem inadequada
de partes mecânicas, filtros impróprios, junções Em função do exposto verifica-se que uma série
inadequadas, acabamento de superfícies incompatíveis de itens e procedimentos devem ser observados ao longo
com o grau necessário, pressão inadequada nas gaxetas, da histórico de operação de um transformador sob pena
defeitos no material utilizado e falta de rigidez das partes de comprometer seu funcionamento correto. Deste modo,
mecânicas; as rotinas de inspeção objetivando a manutenção
preventiva aplicáveis devem possuir um forte vinculo
Condensação de Umidade: A principal causa de com os problemas de pequena monta e defeitos que
condensação de umidade em transformadores a seco é a eventualmente ocorram ao longo da. vida útil do
falta de ventilação. Em transformadores imersos em óleo, equipamento.
por outro lado, isto pode ser resultado de rachaduras no
diafragma de alivio de sobrepressão, ou gaxetas
defeituosas; 4.0 - TABELA PARA CONSULTA RÁPIDA DE
DEFEITOS, SUAS CAUSAS E SOLUÇÕES
Problemas em Transformadores Selados a Gás: Em
transformadores selados a gás, nitrogênio, na grande A tabela 1, mostrada nas próximas páginas,
maioria dos casos, os problemas adicionais podem ser: a apresenta uma relação de possíveis anormalidades
sua falta, conteúdo de oxigênio superior a 5% ou mal durante a operação dos transformadores. Como auxílio,
funcionamento do regulador de gás. Estes problemas são apresenta, também, as suas causas e sugere-se métodos de
causados por fugas do gás por sobre o óleo ou nas inspeção para identificá-los, bem como, as atitudes
válvulas, espaço insuficiente ou não preenchidos pelo necessárias para solucioná-los.
gás;
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Capítulo 8: Anormalidades em Transformadores - 43
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
PROCEDIMENTOS
ANORMALIDADES CAUSAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES
PARA A INSPEÇÃO
Verificar se as tensões estão Mudar os tapes de ligação do
Sobretensões
dentro dos limites aceitáveis transformador
- Reduzir a carga
- Melhorar o fator de potência
da carga
- Para transformadores em
Verificar instrumentos do quadro
Sobrecarga paralelo, verificar a
para ler a corrente de carga
existência de correntes
provenientes de relação de
transformação ou
impedâncias diferentes
Melhorar a ventilação, ou
Verificar se as temperaturas
TEMPERATURAS Temperaturas ambiente então, colocar o transformador
estão dentro dos limites de
ELEVADAS muito altas numa temperatura ambiente
segurança e anotá-las.
mais baixa
Refrigeração Inspecionar o sistema de Repara o sistema de
insuficiente refrigeração refrigeração
Completar o óleo isolante até o
Nível baixo de óleo Verificar o nível do óleo isolante
nível correto
Lavar o núcleo e as bobinas por
Inspeção visual na superfície do meio de circulação de óleo com
Óleo lamacento
núcleo a prensa filtrante. Filtrar o óleo
e remover a lama
Verificar a corrente de excitação
Núcleo em curto-
nas perdas a vazio. Verificar a Reparar o núcleo
circuito
temperatura
Caso tenha ocorrido danos aos
Sobretensões Proceder os exames físicos e os
enrolamentos, estes devem ser
(atmosférico) ensaios elétricos
reparados ou substituídos
Caso tenha ocorrido danos aos
Proceder os exames físicos e os
Curto-circuito enrolamentos, estes devem ser
ensaios elétricos
reparados ou substituídos
DEFEITO NO Além da providência anterior,
ENROLAMENTO deve-se também levar a carga
Proceder os exames físicos e os
Sobrecarga do transformador para a
ensaios elétricos
nominal e verificar a
instrumentação
Substituir o óleo de rigidez
Proceder os exames físicos e os
Óleo de resistência dielétrica adequada ou tratar o
ensaios elétricos
óleo com filtro prensa
DEFEITO NO Ruptura do isolamento Proceder os exames físicos e os
Repara o isolamento do núcleo
NÚCLEO do núcleo ensaios elétricos
Verificar as perdas do ferro;
Núcleo em curto-
verificar visualmente o Repara o isolamento do núcleo
circuito
isolamento do núcleo
CORRENTE Ajustar as juntas para fechá-las
DE EXCITAÇÃO e apertar melhor todos os
MUITO ALTA dispositivos; mudar a conexão
Juntas do núcleo abertas Verificar as juntas
dos terminais ou a posição do
comutador de derivações, até
conseguir a tensão adequada
Tabela 1 – Anormalidades em transformadores, suas causas, procedimentos de inspeção e possíveis soluções [1]
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Capítulo 8: Anormalidades em Transformadores - 44
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
PROCEDIMENTOS
ANORMALIDADES CAUSAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES
PARA A INSPEÇÃO
Mudar a ligação na chapa de
Relação de Verificar a tensão primária e
terminais ou a posição do
transformação não secundária através de
comutador de tapes até
TENSÃO adequada instrumentos de medição
conseguir a tensão adequada
INADEQUADA
Verificar a tensão primária Mudar a ligação dos
Tensão de alimentação
através de instrumentos de enrolamentos ou reajustar a
anormal
medição tensão de alimentação
Verificar se todas as peças que
Algumas peça metálica
devem estar ligadas a terra estão Apertar todas as conexões
ARCO VOLTAICO isolada
de fato. Ex.: grampos, núcleo, etc
Verificar se as conexões estão
INTERFERÊNCIA Conexões soltas Apertar todas as conexões
bem firmes
DE RÁDIO
AUDÍVEL Nível do óleo muito
Manter o nível do óleo
baixo deixando expostas Verificar o nível do óleo
adequado
peças com tensões
Sobretensões por surto Verificar as condições de Limpar as porcelanas dos
de manobra ou limpeza dos isoladores e seu isoladores e ,caso necessário,
DESCARGA
atmosféricas; isoladores estado de operação (possíveis substituir os isoladores de
terminais sujos rachaduras, conexões adequadas) maneira devida
Danos mecânicos nas Inspecionar visualmente o local Reparar adequadamente o
VAZAMENTO DE
partes vedantes ou de vedação (roscas, juntas, vazamento previamente
ÓLEO
montagem inadequada gaxetas, etc.) identificado
Umidade no óleo e Retirar uma amostra do óleo e Filtrar o óleo; certificar-se de
CONDENSAÇÃO
vazamentos nas gaxetas proceder a ensaios que que todas as juntas estão
DE UMIDADE
e juntas determinem o nível de umidade estanques.
Apertar as peças frouxas; certas
Acessórios e peças
peças podem estar sendo
externas do
forçadas a ponto de entrar em
RUÍDO transformador estão
Inspeção auditiva ressonância; o ruído deve
PERCEPTÍVEL expostas em vibração de
desaparecer com a supressão de
ressonância fazendo
tensões e com o emprego de
ruído forte
calços
Vazamento ao redor dos Reparar juntas e refazer as
Inspecionar juntas e gaxetas
acessórios da tampa gaxetas se necessário
BAIXA RIGIDEZ Fazer o ensaio da serpentina de
DIELÉTRICA DO resfriamento e consertá-la, se
ÓLEO Serpentina de necessário. Obs.: para três soluções
Proceder uma inspeção visual
resfriamento vazando acima, deve-se filtrar o óleo e/ou secar
o transformador por meio de calor, para
restabelecer a rigidez do óleo.
Continuar com o óleo se a
Rigidez dielétrica; retirar a
Contaminado por rigidez dielétrica for
amostra do óleo e proceder a
vernizes satisfatória, caso contrário
análise cromatrográfica
recondicionar o óleo
Continuar com o óleo se a
ÓLEO BASTANTE A comutação das Rigidez dielétrica; retirar amostra
rigidez dielétrica for
DESCOLORADO ligações internas faz do óleo e proceder a análise
satisfatória, caso contrário
carbonizar o óleo cromatrográfica
recondicionar o óleo
Desarranjo no Rigidez dielétrica; retirar amostra
Reparar o enrolamento ou o
enrolamento ou no do óleo e proceder a análise
núcleo; recondicionar o óleo
núcleo cromatrográfica
Tabela 1 – Anormalidades em transformadores, suas causas, procedimentos de inspeção e possíveis soluções [1]
(continuação)
________________________________________________________________________________
Capítulo 8: Anormalidades em Transformadores - 45
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
PROCEDIMENTOS
ANORMALIDADES CAUSAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES
PARA A INSPEÇÃO
Lavar o núcleo, os enrolamentos
Retirar amostra do óleo e
e o tanque com o próprio óleo,
proceder o teste de rigidez
Exposição ao ar filtrá-lo e, se possível, repô-lo em
dielétrica e análise
OXIDAÇÃO DO condições, senão substitui-lo por
cromatrográfica
ÓLEO (LAMA OU outro novo
ACIDEZ) Verificar a temperatura do
Reduzir a carga ou melhorar o
Temperatura elevadas de transformador e executar o teste
resfriamento e proceder como no
funcionamento de rigidez dielétrica e análise
caso anterior
cromatrográfica
Ajustar o voltímetro que
A faixa de tensão do
Inspecionar o contator do comanda a comutação para que a
voltímetro de comando foi
número de comutação e faixa de tensão seja no mínimo
ajustada demasiadamente
inspecionar os contatos igual ao degrau de tensão +1%
pequena
da tensão normal
Ajustar o relé de tempo,
Inspecionar o contator do aumentando o retardamento para
Retardamento insuficiente número de comutação e impedir que o mecanismo de
DESGASTE inspecionar os contatos manobra receba excessos de
EXCESSIVO DOS comandos
CONTATOS
Atrito anormal do
Inspecionar o contator do Ajustar o acionamento das
acionamento das molas
número de comutação e molas; trocar os contatos caso
enfraquecidas ou a
inspecionar os contatos estejam avariados
desgaste dos contatos
Pressão de contato mais
Substituir os contatos gastos e
fraca devido a molas Verificar se os contatos tem
certificar-se de que a pressão seja
enfraquecidas ou a pressão de mola suficiente
adequada
desgaste dos contatos
MECANISMO Frenagens defeituosas ou Ajustar o mecanismo de
INDO ALÉM DO contatos do controlador Verificar o curso dos contatos frenagem; ajustar a posição dos
FIM DE CURSO mal ajustados contatos
MOTOR DE
ACIONAMENTO Tensão baixa na Verificar a tensão de alimentação Fazer com que a tensão do motor
PARA DE alimentação do motor do motor seja nominal
REPENTE
Análise do óleo (rigidez
Óleo com impurezas Filtrar o óleo
dielétrica)
ÓLEO Filtrar o óleo e ajustar o
Análise do óleo (rigidez
CARBONIZADO voltímetro do circuito de
Número excessivo de dielétrica) e verificação da faixa
comando dos contatos ou o relé
operações de tensão do voltímetro de
de retardamento, a fim de reduzir
comando
o n.º de vezes de funcionamento
VAZAMENTO DE
Caixa de embuchamento Inspeção visual da caixa de Apertar ou refazer as juntas de
ÓLEO NA CAIXA
não estanque embuchamento vedação, se for necessário
DE EIXO
CONDENSAÇÃO
Verificar se as entradas de ar
DE UMIDADE NAS Ventilação defeituosa Desobstruir as entradas de ar
estão desobstruídas
CAIXAS
Tabela 1 - Anormalidades em transformadores, suas causas, procedimentos de inspeção e possíveis soluções [1]
(continuação)
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Capítulo 8: Anormalidades em Transformadores - 46
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
Anônimo
necessários que podem ser realizados no campo. A quando de retiradas para ensaios) o nível do liquido está
freqüência destas inspeções depende, sobretudo, da abaixo do normal, ao se completá-lo, deve-se fazer uso do
importância critica do transformador, das condições fluido adequado, de fabricante reconhecido. Estes podem
ambientais, e/ou das condições operacionais. ser encontrados inclusive em pequenas quantidades em
A seguir se encontram listados alguns latas hermeticamente fechadas de 4 a 20 litros. Se, por
comentários sobre a importância da realização das rotinas outro lado, utilizar-se líquidos de tambores já abertos, e
de inspeção determinadas em função dos principais necessário ensaiar sua rigidez dielétrica e filtrá-lo, antes
problemas que podem ocorrer com os transformadores de usá-lo para preencher o transformador. Este
em operação normal. procedimento exige a presença de uma equipe de técnicos
mais habilitada pois o manuseio do liquido, os
Corrente de Carga: O aquecimento do transformador é procedimentos para sua colocação dentro dos
determinado pela sua carga, e sua temperatura de transformadores. Isto, via de regra, implica na parada da
operação determina sua expectativa de vida, sendo pois, instalação e a utilização de equipamento especifico.
importante monitorá-la constantemente, principalmente
quando de equipamentos de maior potência. Em Conexão a terra: O tanque do transformador é
transformadores menores a leitura pode ser feita diária solidamente aterrado de modo a eliminar descargas
semanalmente. elétricas entre ele e a malha de terra. Os condutores de
aterramento do tanque dos transformadores devem ser
Tensão: A tensão dos transformadores deve ser verificados quanto a perda de contato devido a quebra ou
monitorada de forma similar à corrente de carga, pois oxidação das conexões. Em subestações, a resistência de
para que seja mantida a tensão secundária, um nível terra depende sobretudo do seu tipo e tamanho, podendo
conveniente de tensão primária deve ser aplicado. As
variar de menos de 1 Ω para subestações de grande porte
leituras de tensão devem ser feitas em conjunto com a
até 25 Ω para as muito pequenas. A freqüência desta
corrente de carga ou através da utilização de voltímetros
inspeção e ensaios associados, que exigem a presença de
registradores. Em transformadores de menor importância,
equipe treinada no manuseio de equipamentos de ensaio,
as leituras de tensão devem ser feitas semanalmente.
deve ser semestral.
Em geral, a atenção que deve ser dada conexão a
Temperatura: A capacidade de carregamento do
terra de um transformador é mínima, mas de uma
transformador depende de sua capacidade térmica. O
importância considerável em proporção ao que ela
controle da temperatura de operação de um transformador
representa na proteção operacional do equipamento e
se reveste de elevada importância pois, quando o mesmo
pessoal. Tais conexões são realizadas com grampos
opera acima do seu nível máximo de temperatura, ocorre
apropriados de bronze, que atuam no sentido de apertar a
um decréscimo na sua expectativa de vida. Como
cordoalha derivada ao terminal de neutro e tanque do
exemplo, transformadores com isolamento classe A,
transformador, ao topo de uma haste de ferro galvanizado
operando 8º C acima de sua temperatura normal de
enterrado na solo e/ou conectada malha de terra da
trabalho, tem sua expectativa de vida reduzida à metade;
estação. São estes pontos de conexão que devem ser
do mesmo modo, transformadores com isolamento Classe
mantidos limpos de ferrugem ou oxidação, de modo a
B operando 12º C acima de sua temperatura normal de
sempre apresentarem uma resistência de contato
trabalho também tem sua expectativa de vida reduzida
desprezável. Devido a esta inspeção obrigatória e que tais
metade, fatos que reforçam a necessidade de um
conexões não podem ficar enterradas. Por outro lado não
monitoramento adequado. das condições de
é conveniente mantê-las expostas e, deste modo, as
carregamento, ou seja, corrente de carga e temperatura
mesmas ficam dentro de pequenas caixas enterradas ao
associadas.
nível do solo.
Nível do Fluido: O nível de fluido é importante pois o
mesmo, além de refrigerar o transformador também isola Conexões do Transformador ao Sistema: As conexões
as bobinas. Perdas de liquido podem ocorrer devido a dos condutores às buchas do transformador apresentam
evaporação ou por escoamento. Recomenda-se realizar uma tendência de perderem sua rigidez mecânica devido
leituras do nível de fluido juntamente com as leituras de ao aquecimento e resfriamento sucessivos que neles
carga. Devido ao importante papel desempenhado pelo ocorrem. Tal fato resulta em problemas de contatos
liquido dentro de um transformador, as quantidades elétricos, os quais são facilmente detectáveis com o
perdidas, dentro de limites, devem ser repostas o mais auxilio de equipamentos de termovisão. Por isso, é
rapidamente possível, sob pena de conduzir o recomendável que tais conexões sejam examinadas com
transformador à uma falha do isolamento. Observa-se que uma freqüência equivalente às das conexões para a terra.
é muito raro que o nível se encontre acima ou abaixo da Quando for encontrado uma anomalia, antes de se
marca Normal. Muitas vezes trata-se apenas do mau reapertar as conexões, deve-se lixar suas superfícies de
funcionamento da bóia do nível bastando repará-la. Se contato de modo a remover produtos da oxidação que
por algum motivo (vazamento, roubo ou desperdício dificultam a manutenção de um bom contato elétrico;
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Capítulo 9: Manutenção Preventiva de Transformadores - 48
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
Pára-Raios: Quando os transformadores são alimentados operacionais requerendo deste modo, atenção constante
por linhas de alta tensão, deve se usar pára-raios para das equipes de manutenção, cujo grau de especialização
protegê-los de descargas atmosféricas e sobretensões de exigido de seus integrantes é resultado básico de qual
manobra. Os pára-raios devem ser inspecionados quanto tarefa deve ser realizada pois, neste caso são
à perdas de conexões, atuação dos dispositivos de alivio contemplados problemas de cunho eletro-mecânico.
de sobrepressão e/ou desligador automático, quando
existirem, quebra de partes, sujeira e outros depósitos. Inspeção Externa: Deve ser feita uma inspeção externa
Durante a verificação, toda sujeira e depósitos devem ser semestralmente, a qual deve incluir verificação do tanque.
limpos, conexões perdidas devem ser refeitas, e partes radiadores, equipamentos auxiliares, fuga nas gaxetas, e
danificadas, quando possível, geralmente somente a base corrosão das partes de metal. Ainda, as conexões elétricas
isolante, substituídas. A verificação visual dos pára-raios, devem ser verificadas para determinar se não estão soltas
não se constitui em garantia de funcionamento adequado ou sobreaquecidas. As buchas do transformador devem
do mesmo. Por outro lado, os ensaios devem ser ser verificadas quanto a danos mecânicos, e serem
realizados por equipe adequada, a qual deve possuir, no limpas. a fim de, evitar descargas. A verificação do
mínimo, um transformador para realizar um ensaio de sobreaquecimento das conexões deve ser realizada com
tensão aplicada. A freqüência desta inspeção deve ser auxilio de um equipamento de termovisão, normalmente
anual ou seguir recomendação especifica dos fabricantes. operado por uma equipe de manutenção independente.
Deve-se atentar que os pára-raios são equipamentos responsável pela termovisão de todos os equipamentos da
acessórios e, como tal, possuem características de instalação. Já os ensaios da bucha exigem equipe treinada
desempenho distintas das do transformador, cobertas por no manuseio de equipamentos de ensaios específicos
normas igualmente distintas
Dispositivo de Alivio de Pressão: Este dispositivo é Vazamentos: As juntas e gaxetas se constituem em pontos
regulado para abrir sob uma pressão de 10 a 15 psi. As fracos de um transformador devido ao envelhecimento
inspeções de rotina do dispositivo de alivio de pressão que sofrem em poucos anos. Evidenciam suas condições
devem incluir a verificação de vazamentos em torno das físicas por vazamentos de liquido quase que
junções e rachaduras no diafragma devendo ser realizadas imperceptíveis. Não há o que reparar, elas devem ser
quadrimestralmente não exigindo equipe especializada. substituídas. Para esse trabalho, bastante enfadonho, o
transformador tem que ser posto fora de serviço e o pior,
Respiro: Muitos transformadores tem respiro do tipo o óleo tem que ser removido. A utilização nos dias de
aberto ou equipados com desidratador. A inspeção e hoje, de gaxetas de neoprene e outras borrachas sintéticas
manutenção dos respiradouros sem desumidificador (Bunas, Tiokol), altamente resistentes ao óleo, tem trazido
consiste verificação de sua condição física e na limpeza, um grande alivio a este ponto especifico.
com jatos de ar, de seus orifícios. A função do agente Não sendo através das juntas e gaxetas, os
desidratador é prevenir que a umidade não entre no vazamentos podem ocorrer também nas soldas e nas
tanque do transformador. Vários agentes desidratadores dobras do tanque. Um processo que tem dado certo para
contém silica-gel, o qual apresenta a cor azul quando seco estancá-los bater com cuidado ao redor do vazamento
e rosa quando úmido. A inspeção pode ser feita por cora uma talhadeira e em seguida amassar os rebordos
intermédio de um visor de vidro desenvolvido com um martelo de bola. Se for um furo, pode-se
especialmente para esta finalidade. O nível de umidade introduzir um pequeno parafuso auto-atarraxante e um
deve ser verificado mensalmente e o agente desidratador pouco de resina de vedação (tal como o glyptal).
recolocado ou recondicionado, caso esteja úmido, Vazamentos maiores requerem uma soldagem elétrica
aquecendo-se uma carga completa numa estufa ou forno sobre a própria chapa do tanque, que é realizada sem
temperatura de 150 a 200º C, esta operação, via de regra, esvaziar o óleo. E importante frisar aqui que o perigo de
não necessita ser realizada por uma equipe especializada, explosão ocorre justamente quando existe ar e vapores de
bastando para tanto que sejam respeitados os óleo dentro do tanque; existindo somente óleo é evidente
procedimentos e recomendações do fabricante do que não pode haver combustão no seu interior.
transformador.
Isoladores das Buchas: As quebras e rachaduras nos
Equipamentos Auxiliares: Equipamentos auxiliares isoladores das buchas que não provocam vazamento ou
necessários para refrigeração, tais como ventiladores, falta de estanqueidade no tanque principal podem ser
bombas de liquido do transformador, dispositivos de reparados em uma emergência (falta temporária de bucha
controle, relés e cablagem, devem ser verificados sobressalente). O reparo consiste em eliminar o esmalte
anualmente. O equipamento deve ser limpo, verificado das arestas relacionadas com a quebra ou rachadura e dar
quanto a sua operação normal e as partes eventualmente uma pintura de verniz altamente isolante na porcelana.
danificadas substituídas. E óbvio que os equipamentos Não se deve esquecer que a manutenção é aconselhável
auxiliares necessitam estar em perfeitas condições no caso até a substituição da peça avariada.
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Capítulo 9: Manutenção Preventiva de Transformadores - 49
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
4.0 - PROGRAMA GERAL DE MANUTENÇÃO grande polêmica, pois envolve uma gama imensa de
PREVENTIVA conceitos técnicos e econômicos.
Ressalta-se que a aplicação de qualquer critério,
Os procedimentos utilizados na manutenção tradicional ou moderno, deve atentar para os resultados
preventiva são, na grande maioria dos casos, bem do desempenho estatístico dos equipamentos em campo,
definidos. Entretanto, a sua periodicidade é um ponto de bem como apresentar uma boa relação custo/beneficio.
________________________________________________________________________________
Capítulo 9: Manutenção Preventiva de Transformadores - 51
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
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Capítulo 9: Manutenção Preventiva de Transformadores - 52
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
Tabela 7 – Programa Geral para Manutenção Preventiva Tabela 9 – Programa Geral para Manutenção Preventiva
– Semestral [ 1 ] – Bienal [ 1 ]
________________________________________________________________________________
Capítulo 9: Manutenção Preventiva de Transformadores - 54
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte II: Manutenção e Inspeção de Transformadores
Tabela 10 – Programa Geral para Manutenção Tabela 11 - Ensaios físico-químicos recomendados para
Preventiva – Trienal [ 1 ] manutenção do óleo
acima excetuando-se as inspeções internas, execução dos quando da definição de procedimentos e de tecnologias
ensaios de análise cromatográfica e termovisão sejam entre outros.
compostas por:
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Capítulo 9: Manutenção Preventiva de Transformadores - 56
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
DE TRANSFORMADORES
Albert Einstein
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Capítulo 10: Resistência Ôhmica Dos Enrolamentos - 58
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
dos contatos com que se liga a resistência a medir à O galvanômetro G possui um “shunt”, o qual
ponte. fornece a sensibilidade da ponte.
Entende-se por resistência de contato àquela A medida de da resistência sempre deve ser feita
oferecida à passagem da corrente de um condutor para empregando-se quatro condutores, como mostra a figura
outro. O seu valor varia com a área, com as condições de 4.
superfície (rugosidade) e com a pressão de contato.
Para evitar inconvenientes utilização a ponte
Kelvin, também conhecida por ponte dupla de Thomson,
a qual é uma derivação da ponte de Wheatstone.
Existem tipos altamente sofisticados, para uso
exclusivo em laboratórios, e outras mais simples
adequados para emprego na área.
O esquema da ponte dupla de Thomsom (ou
Lorde Kelvin) é apresentado na figura 2, enquanto a
figura 3 fornece uma vista deste equipamento.
Figura 4 – Ligação da resistência a medir à ponte
MEDIDOR
MEDIDOR
R2 R3 R2 R3 R2 R3
Na conexão estrela sem neutro acessível a
medição deve ser executada entre pares de buchas (H1H2, 3
3 2
3 2 R1 2 R1
H2H3, H3H1, e X1X2, X2X3, X3X1, como exemplifica a R1
MEDIDOR
figura 6.
MEDIDOR Figura 7 – Medida da resistência elétrica dos
1 2
1
R1 R2 2 1
2
enrolamentos conectados em delta.
R1 R2 R1 R2
MEDIDOR
MEDIDOR
R3 R3 R3
R23
(5)
R12 R13
R12 + R31 − R23 2
Figura 6 – Medida da Resistência elétrica dos
enrolamentos conectados em estrela sem neutro acessível
________________________________________________________________________________
Capítulo 10: Resistência Ôhmica Dos Enrolamentos - 61
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
Hermann Hesse
Geralmente o conceito sobre polaridade de A figura 1 mostra duas situações distintas para
transformadores é encarado com dificuldade. Porém, por as tensões induzidas em um transformador monofásico.
vezes, conhecê-la é fundamental pelos seguintes motivos: Na figura 1a, as tensões induzidas E1 e E2
dirigem-se para os bornes adjacentes H1 e .X1. Na figura
a) Ao acoplar dois ou mais transformadores em 1b, a marcação é feita de maneira diferente da anterior.
paralelo, seus secundários formarão uma sendo que as tensões induzidas continuam dirigindo-se
malha. Se todos possuírem a mesma para os mesmos bornes, porém não mais adjacentes.
polaridade, as forças eletromotrizes anulam-se; Nota-se que, na figura 1a, as tensões possuem
caso contrário, somam-se Nesta última mesmo sentido (estão em fase) ou com a “mesma
condição, surgirá uma corrente de circulação polaridade instantânea”. Na outra estão em oposição
com valores elevados, pois é limitada apenas (defasadas de 180o) ou com polaridades opostas.
pelas impedâncias secundárias.
Sendo assim, nota-se que uma das principais
condições para o paralelismo de
transformadores é a de possuírem a mesma
polaridade.
b) Utiliza-se transformadores de corrente (TC) e
transformadores de potencial (TP) em circuitos Figura 1 - Sentidos instantâneos de E1 e E2
de altas correntes e/ou tensões. A finalidade é
reduzir as grandezas primárias à níveis Pelo exposto, a polaridade refere-se ao sentido
compatíveis com a segurança de operadores e relativo entre as tensões induzidas nos enrolamentos
possibilitar a utilização de aparelhos de secundários e primários, ou da maneira como seus
proteção e medição menos robustos. terminais são marcados.
Quando ambos enrolamentos possuem a mesma
Nos circuitos de medição, principalmente nos de polaridade, o transformador é de polaridade subtrativa e,
energia, as leituras poderão ser totalmente enganosas caso em caso contrário, polaridade aditiva. A terminologia
a polaridade de um dos transformadores estiver invertida. utilizada origina-se das situações mostradas na figura 2.
Quanto à proteção, seja o caso de um relé diferencial, por
exemplo, ao inverter-se a polaridade de um dos TCs ao
qual está conectado, poderá haver uma corrente de
circulação através da bobina de operação e. portanto, uma
atuação indevida.
Para os transformadores trifásicos apenas o
conceito de polaridade é insuficiente para apresentar uma
relação definida entre as tensões induzidas nos
enrolamentos primário e secundário. Isto se deve aos a) b)
diversos tipos de conexões dos enrolamentos (deita,
estrela ou zig-zag), como explanado adiante. Nestes Figura 2 - Verificação da polaridade
________________________________________________________________________________
Capítulo 11: Polaridade e Defasamento Angular - 62
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
________________________________________________________________________________
Capítulo 11: Polaridade e Defasamento Angular - 63
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
1 hora = 30°°
Sendo assim, os exemplos anteriores são, Figura 6 - Conexões para o golpe indutivo
usualmente, denotados por.
Fecha-se a chave, fazendo, desta forma, H1,
Dy7, Yd5, Dz2 positivo, e H2, negativo, e verifica-se as respostas de
Observe-se que, conhecido o D.A. do tensão observadas nas buchas de TI. Os resultados
transformador, sabe-se qual é a sua polaridade, como obtidos devem ser comparados com aqueles constantes da
mostra a figura 5. tabela 2, a seguir.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Defasamentos
Angulares →
0º 180º 30º 210º 60º 240º 120º 300º 150º 330º
Tensões a
Comparar ↓
UH1H2 e UH3X3 > < > < > < < > < >
UH2X3 e UH3X2 = = > < > < > < > <
UH2X2 e UH2X3 < > < > < > < > = =
UH3X3 e UH3X2 < > = = > < > < > <
Polaridade S A S A S A A S A S
________________________________________________________________________________
Capítulo 11: Polaridade e Defasamento Angular - 65
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
Henry Drummond
1.0 - INTRODUÇÃO
________________________________________________________________________________
Capítulo 12: Medição da Relação de Transformação - 66
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
E1 U 1
KN = = (7)
E2 U 2
U 1 E1 N 1 I 2 U
K= = = ≅ (11) K= 1 (15)
U 2 E2 N 2 I1 U2
________________________________________________________________________________
Capítulo 12: Medição da Relação de Transformação - 67
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
Como os enrolamentos podem estar conectados ser feita de forma simultânea com dois voltímetros (e
de diversas maneiras, nota-se que para cada modo de TP’s, se necessário). Ainda recomenda-se que se faça um
ligação haverá uma diferença entre a relação de novo grupo de leituras permutando-se os instrumentos
transformação e de espiras; a tabela 1 mostra os valores visando compensar seus eventuais erros. A média das
de K em função de KN para cada ligação. relações obtidas desta forma é considerada como a do
transformador.
Ligação Dd Dy Dz Yy Yd Yz Observe-se que em geral, por facilidade e
KN 2K N
segurança, a alimentação do transformador é feita pelo
2K N 3K N
K KN KN lado de TS (Tensão Superior) com níveis reduzidos de
3 3 3
tensão em relação nominal do tap considerado; isto
Tabela 1 - Valores de K em função de KN, para as acarreta dois problemas fundamentais, a saber:
diversas conexões
a) A fonte, na maioria dos casos, apresenta
tensões desequilibradas, mascarando os
4.0 - DETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO DE TENSOES resultados das medições;
b) Se aplicados, por exemplo, três níveis distintos
O ensaio de relação de tensões realiza-se de tensões, mesmo balanceadas, podem
aplicando a um dos enrolamentos uma tensão igual ou resultar três valores diferentes de relação de
menor que a sua tensão nominal, bem como, freqüência transformação.
igual ou maior que a nominal.
Para transformadores trifásicos, apresentando Em ambas as situações, os erros e incertezas
fases independentes e com terminais acessíveis, opera-se descaracterizam os objetivos de se medir a relação de
indiferentemente, usando-se corrente monofásica ou transformação.
trifásica, ou seja, como for mais conveniente. Se os Em primeiro caso é possível determinar-se uma
enrolamentos da tensão superior estiverem ligados em relação de transformação média, a qual representa mais
estrela com o neutro inacessível, usa-se corrente trifásica, adequadamente a do transformador.
operando-se do mesmo modo que com os Sugere-se que o seu cálculo sela feito
transformadores monofásicos. empregando-se:
Os métodos usados para o ensaio de relação de
tensões são:
U H + U H0
a) Método do voltímetro;
K= m (16)
b) Método do transformador padrão; U X +U X0
c) Método do resistor potenciométrico;
d) Método do transformador de referência de n
relação variável.
Onde:
A NBR 5356/81 estabelece que este ensaio deve
ser realizado em todas as derivações, o que se constitui a) U H = U H 1H 2 + U H 1H 3 + U H 2 H 3 (17)
em uma boa prática, principalmente, na recepção do
transformador.
Observe-se que as tensões deverão ser sempre b) U X = U X 1X 2 + U X 1X 3 + U X 2 X 3 (18)
dadas para o transformador em vazio
A citada norma admite uma tolerância igual ao c) Se a ligação do lado considerado for delta ou estrela
menor valor entre 10% da tensão de curto circuito em com neutro inacessível:
porcentagem ou ± 0,5% do valor da tensão nominal dos
diversos enrolamentos, se aplicada tensão nominal no U H0 = 0 (19)
primário.
Analisa-se a seguir, os métodos do voltímetro e
e/ou
do transformador de referência de relação variável, por
serem os mais utilizados.
U X0 = 0 (20)
Buchas
H1H2 H1H3 H2H3 X1X2 X1X3 X2X3 X1X0 X2X0 X3X0 K
Tap (V)
13800 523 527 524 8.33 8.35 8.28 4.84 4.79 4.81 62.9567
13200 530 533 531 8.79 8.81 8.76 5.12 5.90 5.10 58.732
12600 583 535 534 9.26 9.28 9.22 5.38 5.35 5.36 57.596
12000 520 524 521 9.54 9.55 9.48 5.55 5.50 5.52 54.653
________________________________________________________________________________
Capítulo 12: Medição da Relação de Transformação - 69
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
a) Dois conectores, normalmente, do tipo Verifica-se, entretanto, que uma mesma conexão
“sargento”, para serem ligados nos admite formas distintas de ligação (caso das conexões
enrolamentos de tensão inferior do delta e zig-zag), o que pode resultar em diferentes
transformador sob teste. Um destes possui a defasamentos entre as tensões primárias e secundárias.
marcação de polaridade e será designado neste Tal situação pode levar a valores falsos quando
texto por “SP” e, o outro, “SN”. São os se emprega o TTR, considerando-se apenas as marcações
terminais de excitação; das buchas, o que é bastante comum.
h) Dois conectores, normalmente, do tipo Mesmo seguindo as instruções dos fabricantes
“jacaré” para serem ligados aos enrolamentos existem casos onde é possível obterem-se leituras, porém
de tensão superior do transformador sob teste. com a presença de erros inadmissíveis.
Um deles possui a marcação de polaridade e Este fato é facilmente comprovável com o
será designado neste texto por “JP” e, o outro, usuário freqüente do equipamento.
“JN”. Para exemplificar, a figura 4 apresenta uma
A figura 3 fornece uma vista do equipamento. ligação incorreta do TTR às buchas de três
transformadores trifásicos.
tensões do transformador. Com tal diagrama, verifica-se 8.1 - Transformador com neutro acessível
quais as buchas de tensão inferior e tensão superior são
correspondentes, ligando-se à elas os conectores “SN - Para facilitar a compreensão da tabela 5. refira-
SI” e “JN – JP”, respectivamente, respeitando-se a se à figura 5.
polaridade.
Como o defasamento angular e as conexões Figura 7 – Aplicações dos terminais do TTR às buchas de
estão intrinsecamente associadas com o diagrama transformadores sem neutro acessível.
fasorial, basta conhecê-lo para utilizar o TTR de forma
adequada. Observe-se que na pesquisa sobre as conexões
De forma a estabelecer os critérios de Dz, verificou-se que a aplicação do TTR resulta sempre
correlação, estabelecendo-se um amplo programa de na obtenção direta da relação de transformação, sendo
testes com um transformador religável, resultando nos que, para a obtenção da relação de espiras deve-se utilizar
procedimentos mostrados nas tabelas dadas a seguir. o fator multiplicativo de 3/2.
________________________________________________________________________________
Capítulo 12: Medição da Relação de Transformação - 71
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
Conexão ↓ DA → O 6
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X0 X0 X0 X0 X0 X0
Yy SP X1 X2 X3 X1 X2 X3
JN H0 H0 H0 H1 H2 H3
JP H1 H2 H3 H0 H0 H0
DA → 1 11 5 7
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0
Dy
SP X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3
JN H3 H1 H2 H2 H3 H1 H1 H1 H2 H1 H2 H3
JP H1 H2 H3 H1 H2 H3 H2 H3 H1 H3 H1 H2
DA → 1 11 5 7
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X2 X3 X1 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X2 X3 X1
Yd
SP X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3
JN H0 H0 H0 H0 H0 H0 H1 112 H3 H1 H2 H3
JP H1 H2 H3 H1 H2 H3 H0 H0 H0 H0 H0 HO
Tabela 5 – Aplicações dos terminais do TTR às buchas de transformadores com neutro acessível.
DA → 0 2 10
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X3 X1 X2 X2 X3 X1 X2 X3 X1
SP X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3
JN H3 H1 H2 H3 H1 H2 H2 H3 H1
JP H1 H2 H3 H1 H2 H3 H1 H2 H3
DA → 4 6 8
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X3 X1 X2 X3 X1 X2 X2 X3 X1
SP X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3
JN H1 H2 H3 H1 H2 H3 H1 H2 H3
JP H2 H3 H1 H3 H1 H2 H3 H1 H2
Tabela 6 – Aplicações dos terminais do TTR às buchas de transformadores Dd.
________________________________________________________________________________
Capítulo 12: Medição da Relação de Transformação - 72
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
Conexão ↓ DA → 0 6
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X3 X1 X2 X1 X2 X3
SP X1 X2 X3 X2 X3 X1
Yy
JN H2 H3 H1 H2 H3 H1
JP H1 H2 H3 H1 H2 H3
Curto Entre X2X3 X1X3 X1X2 X2X3 X1X3 X1X2
DA → 1 11 5 7
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0 X0
Dy SP X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3
JN H3 H1 H2 H2 H3 H1 H1 H1 H2 H1 H2 H3
JP H1 H2 H3 H1 H2 H3 H2 H3 H1 H3 H1 H2
Curto Entre H2H3 H1H3 H1H2 H2H3 H1H3 H1H2 H2H3 H1H3 H1H2 H2H3 H1H3 H1H2
DA → 1 11 5 7
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X2 X3 X1 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X2 X3 X1
Yd SP X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3 X1 X2 X3
JN H0 H0 H0 H0 H0 H0 H1 H2 H3 H1 H2 H3
JP H1 H2 H3 H1 H2 H3 H0 H0 H0 H0 H0 H0
Curto Entre X2X3 X1X3 X1X2 X2X3 X1X3 X1X2 X2X3 X1X3 X1X2 X2X3 X1X3 X1X2
Tabela 7 – Aplicações dos terminais do TTR às buchas de transformadores sem neutro acessível.
Conexão ↓ DA → 1 11 5 7
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X2 X1 X3 X2 X1 X3 X2 X3 X1 X1 X3 X2
SP X1 X3 X2 X3 X2 X1 X3 X1 X2 X3 X2 X1
Yy
JN H2 H1 H3 H1 H3 H1 H1 H2 H3 H1 H3 H2
JP H1 H2 H2 H3 H2 H2 H3 H1 H2 H3 H2 H1
Curto Entre H2H3 H1H2 H1H3 H1H2 H1H3 H2H3 H1H2 H2H3 H1H3 H1H2 H1H3 H2H3
DA → 0 2 10
Terminais TTR 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º
SN X3 X2 X3 X3 X2 X3 X3 X3 X2
Dy SP X2 X1 X1 X1 X1 X2 X2 X1 X1
JN H3 H3 H2 H3 H2 H3 H3 H3 H2
JP H2 H1 H1 H1 H1 H2 H2 H1 H1
Curto Entre H1H2 H2H3 H1H3 H1H2 H2H3 H1H3 H1H2 H2H3 H1H3
Tabela 8 – Aplicações dos terminais do TTR às buchas de transformadores com ligação zig-zag.
________________________________________________________________________________
Capítulo 12: Medição da Relação de Transformação - 73
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
KV - relação de transformação obtida pelo método do Os resultados obtidos permitem concluir que o
voltímetro, utilizando-se dos procedimentos descritos; método do voltímetro pode ser restritivo conforme o
KTTR - relação de transformação obtida através do uso do objetivo de se determinar a relação de tensões.
TTR. Note-se que, mesmo após tratamento estatístico,
são encontrados desvios significativos para níveis
Os resultados são apresentados na Tabela 9. reduzidos de tensão de ensaio, procedimento, este,
amplamente utilizado.
Tensão Por outro lado, verifica-se que a conexão
Aplicada Dd Dy Dz Yy Yd Yz
incorreta dos terminais do TTR às buchas de
(%UN)
transformadores trifásicos também acarretam erros
100 0,325 0,152 0,301 0,102 0,213 0,102 consideráveis na medição da relação de tensões.
75 0,731 0,66 0,707 0,102 0,315 0,609
50 1,124 0,863 1,007 1,015 0,822 0,812 A metodologia apresentada, onde são
correlacionados o defasamento angular, as conexões dos
25 1,137 1,168 1,111 1,218 1,127 1,303
enrolamentos e os terminais do TTR, permite evitar tais
Tabela 9 Erros na relação de tensão (em %)
- inconvenientes e é de fácil implementação prática.
________________________________________________________________________________
Capítulo 12: Medição da Relação de Transformação - 74
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
Paulo Coelho
Por outro lado, a relação entre as perdas em Adicionalmente, é possível determinar o fator de
carga (PCC) e potência nominal (SN) fornece a resistência potência em Vazio e os chamados parâmetros do ramo
percentual do transformador, qual é a parcela resistiva da magnetizante.
impedância de curto-circuito, ou seja:
4.2 - Considerações Gerais
PCC
R% = 100 (9) Conforme a NBR-5380/1982, as perdas em
SN vazio e a corrente de excitação devem ser referidas a uma
tensão senoidal pura (ou seja, isenta de harmônicos) com
Com o conceito de impedância admite a fator de forma 1,11.
existência de resistência e reatância, tem-se que a Observe-se que o fator de forma é definido por:
reatância percentual (X%) do transformador é:
U ef
2 2 Ff = (15)
X % = Z % − R% (10) U med
K + θR
Kθ = (14)
K +θ
sendo,
4.1 Objetivo
________________________________________________________________________________
Capítulo 13: Perdas, Correntes de Excitação e Tensão de Curto-circuito - 77
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
I 0 R + I0 S + I0T
I 02 = (17)
3 Figura 4 - Conexões para o transformador monofásico
I 01 + I 02
I0 = (18)
2
Figura 5 - Conexões para o transformador trifásico
5.0 ENSAIO EM CURTO-CIRCUITO
c) aplica-se uma tensão reduzida para que circule a
5.1 Objetivo corrente nominal;
d) tomam-se as leituras, simultaneamente, de
O ensaio em curto-circuito permite a obtenção corrente, tensão e potência. Nos
dos valores de: transformadores trifásicos, a potência
________________________________________________________________________________
Capítulo 13: Perdas, Correntes de Excitação e Tensão de Curto-circuito - 78
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
θ1 + θ2 Ie
θ= (21) Z% = Ze% (27)
2 IN
g) as perdas devem ser corrigidas para a Ie
PCC % = PCCe % (28)
temperatura de referência (θR), entretanto, as IN
componentes das perdas em carga, ou seja, as
ôhmicas (PJ) e as adicionais (PAD) variam onde:
diferentemente com a temperatura. As perdas ZCCe% - impedância obtida nas condições de
ôhmicas aumentam com a temperatura e as ensaio
adicionais diminuem, conforme citado na PCCe - perdas obtidas nas condições de
NBR-5380/1982. Desta forma, é importante ensaio
separá-las e efetuar as correções Ie - corrente de ensaio
independentemente. Z%- impedância corrigida para as condições
As perdas ôhmicas são calculadas por (22), ou nominais
seja: PCC - perdas corrigidas para as condições
nominais
PJ = (R1I12 + R2I22).m (22) IN - corrente nominal,
Naturalmente, após executadas estas correções
onde: devem ser efetuadas as de temperatura.
R1 e R2 são as resistências medidas dos
enrolamentos; 6.0 CUIDADOS PRÁTICOS E OBSERVAÇÕES
I1 e I2 são as correntes com as quais foi feito o
ensaio; a) Sempre que possível devem ser utilizados
m = 1, para transformadores monofásicos; wattímetros com baixo fator de potência (5%
m = 3, para transformadores trifásicos. ou 10%);
b) Em um outro transformador com terciário, as
Ainda, para os transformadores trifásicos, deve-se perdas P1CC, P2CC e P3CC, não possuem
atentar para a ligação dos enrolamentos, pois significado individualmente, podendo mesmo
na ligação delta, a corrente medida (linha) será assumirem valores negativos. Mesmo neste
maior que a de fase. caso, sua soma corresponde,
Desta forma, as perdas adicionais são: aproximadamente, à perda ou carga do
transformador;
PAD = PCC - PJ (23) c) Em transformadores com mais de três
circuitos, estes devem ser tomados aos pares,
Efetuando-se as correções, tem-se: seguindo-se o principio do método
especificado para os transformadores de três
PJθR = Pk Kθ (24) circuitos;
________________________________________________________________________________
Capítulo 13: Perdas, Correntes de Excitação e Tensão de Curto-circuito - 79
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
Dinamor
(A) - Os materiais isolantes, de acordo com experiência, prática e ensaios, devem ser adequados para o limite de
elevação de temperatura em que o transformador é enquadrado.
(B) - Medida próxima a superfície do óleo.
(C) - Medida próxima a parte superior do tanque, quando tiver conservador, e próxima à superfície do óleo, no caso de
gás inerte.
(D) - Quando for utilizada isolação de papel, este deverá ser termoestabilizado.
________________________________________________________________________________
Capítulo 14: Aquecimento e Elevação de Temperatura - 81
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
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Capítulo 14: Aquecimento e Elevação de Temperatura - 82
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
eficiente. Ainda é necessário que não haja umidade no 2.4 - Transformadores em Óleo, Resfriamento com
óleo, pois partículas de água em suspensão diminuem sua Circulação Forçada
rigidez dielétrica, fato que poderá tornar-se
excessivamente perigoso para tensões elevadas. O óleo é bombeado para radiadores externos ao tanque
Neste processo de resfriamento, o óleo em refrigerados ou não à água. Podem ser OFWF, ODWF e
contato com a parte ativa aquece-se e torna-se menos outros.
denso que o resultante. O óleo mais leve (mais quente) A quantidade de óleo necessária aos
desloca-se para cima, forçando o óleo mais frio (menos transformadores refrigerados por este processo e,
denso) deslocar-se para baixo no tanque (carcaça); assim, aproximadamente, a metade que o equivalente ONAN
estabelece-se uma circulação de óleo, tendo no centro do com mesma potência.
transformador correntes ascendentes e correntes
descendentes nas proximidades das paredes. O óleo 2.5 - Outros Métodos
central retira o calor da parte ativa e as correntes
descendentes o transmitem para o ambiente (convecção Os métodos restantes utilizando líquidos para
natural). Deve-se lembrar que, para que o calor seja refrigeração, são derivações dos três apresentados acima.
retirado da parte ativa, é preciso que estas possuam
temperaturas superiores às das paredes e assim transmiti- 2.6 - Transformadores a Seco (AN ou ANAN)
lo ao ambiente. O núcleo é diretamente exposto trocando calor
Naturalmente, a refrigeração é eficiente quando com o ar. Transformadores com este tipo de resfriamento
o calor transmitido pelas paredes deixa a temperatura da oferecem muitas vantagens sobre os imersos em óleo.
parte ativa dentro dos limites especificados. Eles são interessantes para instalações interiores pela sua
A maioria dos transformadores de distribuição e segurança e por não poderem explodir, não possuem
grande parte dos de potência são resfriados desta forma. gases tóxicos e as probabilidades de fogo são mínimas.
Em transformadores pequenos (até 25 kVA) um tanque Por outro lado, possuem o inconveniente de que
liso possuí superfície suficiente para resfriá-los. Nos seu tamanho é maior que os submersos em óleo da
tamanhos médios entre 30 e 100 kVA, a parede pode ser mesma capacidade (maior área de dissipação).
corrugada ou com aletas, ou ainda, paredes lisas com
tubos verticais, aumentado a superfície dissipadora. Em
transformadores maiores utiliza-se radiadores dispostos 3.0 - ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA
por todo o tanque, com a superfície necessária para o
resfriamento. O ensaio de elevação de temperatura visa
determinar se o transformador, ao funcionar, não ficará
sujeito à temperaturas situadas acima de limites que
2.2 - Transformador Imerso em Óleo com Circulação prejudiquem o seu funcionamento ou que possam
Natural de Óleo e Opção para Resfriamento danificá-lo.
Através de Ventilação Forçada (ONAN/ONAF) Os limites de elevação de temperatura são
aqueles dados na tabela 1.
O processo é basicamente o mesmo do caso Observando-se a citada tabela, verifica-se que os
anterior, exceto por utilizar grande número de limites de elevação de temperatura são diferentes para o
ventiladores montados sob os radiadores e acionados por óleo e enrolamentos, já que estes se aquecem mais
motores controlados por termostatos. intensamente.
Ao serem utilizados consegue-se um aumento de Desta forma, para fins de determinar a elevação
potência com o mesmo aquecimento; ainda é possível ter- de temperatura dos enrolamentos sobre o ar ambiente, é
se três valores diferentes: a primeira ONAN. a segunda necessário obter-se a temperatura do óleo isolante, a qual
com uma bateria de ventiladores (ONAN/ONAF) e a pode ser:
terceira com outra bateria de ventiladores a) o valor da temperatura média do óleo;
(ONAN/ONAF/ONAF). b) o valor da temperatura do topo do óleo.
2.3 - Transformadores em Óleo, Resfriamento a A NBR 5380/1982 sugere que, quando da
Água (ONWN) execução do ensaio for necessário utilizar corrente
inferior á nominal, seja utilizado o método da temperatura
Este é um processo muito eficiente, consistindo- média do óleo.
se na colocação de serpentinas junto às paredes do A temperatura do topo do óleo pode ser
transformador ou na parte superior do tanque, nas quais considerado como o resultado da medida executada
circula água: o óleo cede calor à água, refrigerante a parte através de um termômetro ou par termelétrico imerso até
ativa. no máximo 5 cm de profundidade em relação ao nível do
Utilizado em grandes transformadores, vem óleo. Naturalmente, se o transformador possuir tanque de
sendo abandonado atualmente. óleo, o termômetro deve ser inserido neste.
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Capítulo 14: Aquecimento e Elevação de Temperatura - 83
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
O ensaio deve ser continuado até serem Instante Resistência X1, X2 Resistência H1, H2
satisfeitos um dos seguintes requisitos: [min] [ Ω] [ Ω]
1.30 0.0375 139
a) a elevação de temperatura não for inferior a 3º 1.45 0.0375 139
C em 1h; 2.00 0.0370 138.7
b) a elevação de temperatura no topo do óleo não 2.15 0.0370 138.6
varia mais de 1º C, durante três horas 2.30 0.0370 138.6
consecutivas.
2.45 0.0370 138.6
3.00 0.0370 138.6
Após atingida esta condição, reduz-se a corrente RCABO = 0.008 [Ω] RCABO = 0.008 [Ω]
no enrolamento ao seu valor nominal durante 1 hora,
Temperatura na superfície do óleo no início das medições = 74.3º C
registrando-se a temperatura no topo do óleo ou a Temperatura ambiente no instante do desligamento = 22º C
temperatura no topo do óleo ou a temperatura do óleo,
conforme o método utilizado. Tabela 5 – Resistência a quente – Transformador de 30
kVA
A seguir, desliga-se o transformador, a
circulação de água e a ventilação, se houverem. No caso 6.1 – Verificação do Gradiente de Temperatura Óleo -
Ambiente
da existência de bombas de óleo é indiferente se
continuem ou não funcionando. Mede-se as resistências
dos enrolamentos. O tempo entre o desligamento e a Baseando-se nos dados obtidos é possível traçar
medida da resistência deve ser a menor possível, no a curva de elevação de temperatura do óleo. A figura 2
máximo de 4 minutos. mostra os resultados com os dados da tabela 4.
Para a obtenção da resistência no exato instante b.1) T1 após o aquecimento obtido com a
do desligamento, determinam-se as variações de aplicação da corrente nominal do
resistência ∆R1 = (R1 - R2), ∆R2 = (R2 – R3), ∆R3 = (R3 – enrolamento, estando o outro enrolamento
R4) e ∆R4 = (R4 – R5) que são colocadas no gráfico, curto-circuitado;
conforme mostra a figura 6. Unindo-se os ponto P1, P2, P3 b.2) T2 após o aquecimento obtido com a
e P4, obtém-se a reta xy. Por P3, traça-se uma paralela a aplicação da tensão nominal do
P4R1, determinando no eixo das resistências o valor Rθ, enrolamento, estando o outro enrolamento
que é a resistência no instante do desligamento. em circuito aberto.
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Capítulo 14: Aquecimento e Elevação de Temperatura - 86
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte III: Ensaios em Transformadores
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Capítulo 14: Aquecimento e Elevação de Temperatura - 87
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
DE TRANSFORMADORES
Steve Tobs
1.0 - INTRODUÇÃO
O sistema isolante representa um dos principais
aspectos para o funcionamento de um equipamento
elétrico, sendo a sua vida útil considerada como a do
próprio equipamento.
A vida útil de um isolamento sólido é
compreendida como o tempo necessário para que seus
elementos constituintes falhem ou seja, que sua força de Figura 1 - Representação esquemática do dielétrico entre
tração reduza-se a determinadas percentuais do original. enrolamentos
Note-se que no final da vida, a isolação se apresenta
frágil e quebradiça, com baixa resistência mecânica. Na figura 1, tem-se:
Embora, o sistema de isolamento de um
transformador seja composto por um fluído (em geral, a) R1 - Resistência elétrica à corrente de fuga;
óleo mineral) e papel, considera-se que o seu b) C - Capacitância do dielétrico;
envelhecimento está associado com a resistência c) R2 - Resistência elétrica representando as perdas
mecânica do segundo. por absorção; e,
Por outro lado, a deterioração das propriedades d) U - Diferença de potencial aplicada.
isolantes de um material depende, de forma básica, de
suas características físico-químicas e do regime de
operação a que for submetido. Note-se que muitos fatores 3.0 – PROPRIEDADES DE UM ISOLAMENTO
podem afetá-los tais como a umidade, sujeira, agentes
químicos, esforços dielétricos excessivos, danos Há um certo valor de tensão no qual o material
mecânicos e a temperatura, entre outros. isolante passa a ser condutor. Ela é chamada de “tensão
É interessante notar que durante o processo de de ruptura” e o fenômeno consiste em uma descarga
envelhecimento do papel, as suas propriedades dielétricas disruptiva. Em função deste aspecto, define-se Rigidez
praticamente não diminuem. Desta forma, um Dielétrica como a capacidade de resistir à tensão sem que
transformador envelhecido será mais sensível aos haja a citada descarga, conforme a distância entre os dois
esforços mecânicos, provenientes, principalmente, de pontos de aplicação, ou seja:
curto-circuitos no sistema, apesar de poder apresentar boa
isolação dielétrica. Nestes casos, a baixa resistência Uc
mecânica provocará uma diminuição dos espaçamentos Ec = (1)
dielétricos (falha mecânica), provocando a falha elétrica. dc
Em função do exposto, este texto analisa os
vários aspectos relacionados com o sistema isolante de onde,
forma a facilitar a compreensão das causas de se efetuar
testes e ensaios, bem como, analisar os seus resultados. Ec - rigidez dielétrica, em kV/mm ou kV/pol.;
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Capítulo 15: Aspectos Gerais sobre o Sistema de Isolamento - 89
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte IV: Aspectos e Ensaios do Sistema de Isolamento
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Capítulo 15: Aspectos Gerais sobre o Sistema de Isolamento - 92
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte IV: Aspectos e Ensaios do Sistema de Isolamento
Paulo Coelho
RESUMO
De forma básica, o megôhmetro é composto de para comparações ao longo do tempo. Note-se que uma
uma fonte de tensão e um galvanômetro de bobinas diminuição significativa da resistência de isolamento, por
cruzadas ("D" na figura 2) ou quocientimetro. A bobina exemplo, pode indicar uma imperfeição na isolação,
de controle "C" é ligada à fonte através da resistência de agravada pela presença de sujeira, umidade ou
ajuste R' e da resistência desconhecida Rx. contaminantes diversos e, ainda, determinar a
Como as bobinas C e D produzem conjugados necessidade de seu recondicionamento através de
antagônicos, o repouso da ponteiro indicador, para limpeza, secagem ou reparo parcial.
qualquer valor de Rx, apenas será conseguido quando Ainda é necessário esclarecer que a medida de
estes conjugados forem iguais e opostos. Nestas resistência do isolamento é feita entre os enrolamentos e
condições uma variação na tensão da fonte DC afeta as entre estes e a massa. Desta forma, é conveniente
duas bobinas C e D igualmente, não provocando assim uniformizar o potencial de toda a bobina, curto-
desvio do ponteiro indicador e nem alteração na leitura da circuitando os terminais.
resistência. Ressalta-se que os procedimentos e análises para
Desta forma, a leitura da resistência no a medição da resistência de isolamento com qualquer tipo
instrumento com bobinas cruzadas é obtida diretamente de megôhmetro são os mesmos. Os mais modernos
através do quociente das correntes I e Ix, ou seja, a apenas facilitam a execução do teste e diminuem as
deflexão a do ponteiro é proporcional à razão I/Ix. incertezas relativamente aos manuais, onde há a
Além dos terminais "line" (+) e "earth" (-), com necessidade de se acionar a manivela sempre com
os quais se executa a medida de resistência, a maioria dos velocidade constante, o que pode acarretar erros.
megôhmetros possuem um cabo denominado "guard" Tais megôhmetros, na realidade, podem ser
("guarda") acessível. Sua função é desviar do microprocessados e possuirem funções inteligentes para
quocientimetro as correntes que percorrem outras facilitar o uso e aumentar a exatidão das medições.
resistências, as quais estejam intrinsecamente ligadas com Memória, detecção automática do melhor intervalo para
a resistência que se deseja medir. realizar a medição (auto-escala), descarga dos potenciais
Seja o caso, por exemplo, de se medir a armazenados, determinação automática dos índices de
resistência entre os pontos A e B na figura 4. polarização e de absorção, realização automática do
ensaio de degraus de tensão, registro on-line dos valores
medidos em computador ou impressora, são funções que
estão presentes em diversos modelos. Além disto,
apresentam indicação do valor e da unidade de resistência
medida no seu display alfanumérico, indicação analógica
por barras (bar-graph) e cronômetro interno.
1 ,0
0 ,1
0 20 40 60 80 100 120
o
Temperatura ( C )
5.0 - MEDIDA DA RESISTÊNCIA DO ISOLAMENTO f) De forma que as leituras não sofram influências de
EM TRANSFORMADORES EM DOIS CIRCUITOS resistências em paralelo com a que se está avaliando,
deve-se utilizar do cabo "GUARDA". Assim, os
5.1 – Considerações Gerais
terminais do megôhmetro deve ser aplicado como
Como citado anteriormente, os enrolamentos mostrado na tabela 4 e ilustrado nas figuras 9 e 10.
deverão estar em um potencial uniforme e, assim, eles são
curto-circuitados. Desta forma, as resistências de Resistência Circuitos Conectados aos Terminais
isolamento envolvidas em um transformador de dois Entre Line Guard Earth
circuitos são aqueles representados esquematicamente na TS – TI TS Carcaça TI
figura 7. TS – MASSA TS TI Carcaça
TI – MASSA TI TS Carcaça
7.0 - CONCLUSÕES
b) Entre TS e Massa
O ensaio de resistência de isolamento não pode
ser considerado um critério exato de avaliação das
condições do sistema isolante e de sua capacidade
operativa, entretanto, os valores medidos podem ser
usados como uma orientação sobre o seu estado,
baseando-se na avaliação do histórico da máquina.
A sua degradação pode ser avaliada através de
provas rápidas e do índice de polarização ao longo do
tempo. As possíveis causas devem ser investigadas e
eliminadas, para que não seja reduzida abruptamente a
sua vida útil.
Note-se que, se um alto valor de resistência de
isolamento não garante que não existam imperfeições no
sistema isolante, as quais possam causar falhas durante a
energização. É recomendável que, antes da aplicação de
c) Entre TI e Massa um ensaio de alto potencial ou liberação do equipamento
para operação, seja analisado o histórico de testes para se
Figura 9 - Medida de resistência do isolamento –
obter uma noção sobre suas condições operativas e evitar
transformador trifásico com dois circuitos.
problemas de maiores proporções.
Para que a análise se mostre eficiente é
6.0 – CUIDADOS PRÁTICOS necessário que o histórico dos resultados dos ensaios de
a) Deve-se tomar cuidado para que os cabos do resistência de isolamento seja registrado e usado em
megôhmetro não toquem em outras partes do comparações futuras, para observação da degradação do
equipamento, ou se toquem, para evitar isolamento, capacidade de operação e necessidade de
alteração na medida da resistência do uma intervenção corretiva, caso seja observada uma
isolamento; redução crítica em seus níveis.
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Capítulo 16: Resistência de Isolamento - 98
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte IV: Aspectos e Ensaios do Sistema de Isolamento
mW
cos ϕ = 100 (1)
mVA
Figura 2 – Doble M4000 (Doble)
2.3 - Painel e funções
Este item, entretanto, analisa a ponte Doble -
MEU 2500 V por ser a mais empregada por usuários de A figura 4 na próxima página mostra um esboço
transformadores. do painel do MEU 2500 V, onde se tem as seguintes
funções para as diversas chaves e botões:
2.2 - Princípio de Funcionamento
a) Voltage: permite o ajuste da tensão de ensaio
A figura 3 mostra o circuito básico do Doble – entre 0 e 2500V, sendo estes valores lidos no
MEU 2500 V. kilovoltímetro;
b) Selector: possui três posições, ou seja,
“CHECK”, “MVA” e “MW”.
Se a chave estiver na posição “MVA”, tem-se multiplicada pelo valor “K” fornece a
uma situação análoga a da posição “MW”. A leitura capacitância do espécime sob teste em
indica os milivoltamperes absorvidos pelo isolamento. picofarads (pF).
Observe-se que a Doble utiliza-se o prefixo “M”
como mili e não mega, como normalizado.
2.4 - Cabos
c) Range: o botão “RANGE” possui três posições, as
quais fornecerão os valores das constantes de A ponte DOBLE é fornecida com condutores
multiplicação para as leituras dos miliwatts e apropriados para conectá-la ao equipamento sob ensaio,
milivoltamperes, conforme mostrado na tabela 1. ou seja:
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Capítulo 17: Fator de Potência do Isolamento - 102
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte IV: Aspectos e Ensaios do Sistema de Isolamento
a) Colocar o botão VOLTAGE de controle da de medição deve ser colocada numa posição tal
tensão na posição zero, girando-o, totalmente, que permita ao ponteiro um desvio para além
no sentido anti-horário; da metade da escala e o mais próximo possível
b) Ligar o cabo de alimentação à fonte de 110 V, do fim da mesma. Anotar o valor indicado;
60 Hz; n) Mudar a chave REV SWITCH de posição e
c) Colocar o interruptor geral na posição fechada fazer nova leitura. Os valores lidos nas duas
(ON). A lâmpada de cor verde deve acender; posições da chave REV SWITCH serão
d) Colocar a chave seletora (SELECTOR) na anotados na ficha de registro de ensaios, assim
posição CHECK; como a média algébrica, que é o valor final a
e) Colocar a chave RANGE na posição HIGH; ser considerado. Toma-se a média das leituras
f) Colocar a chave seletora da constante de mVA porque o instrumento pode ficar exposto a
na posição 2000 (a mais alta); campos eletrostáticos que influem no resultado
g) Colocar a chave seletora da constante mW na da medição. Ao se mudar a chave VER
posição 2000 (a mais alta); SWITCH de posição, há a inversão do sentido
h) Colocar a chave LV SWITCH na posição da corrente na bobina móvel do instrumento
GROUND, ou GUARD, ou UST, conforme o indicador. Tomar o valor médio algébrico das
tipo de ensaio a ser realizado; duas leituras como resultado final da medição.
i) Colocar a chave de reversão REV SWITCH na A chave seletora das constantes de medição
posição à direita ou à esquerda. A posição deve permanecer na mesma posição durante as
central 0FF é desligada; leituras;
o) Colocar a chave SELECTOR na posição mW.
j) Apertar o botão interruptor de segurança. O Girar o botão MW ADJ até que o ponteiro
relé deve-se fechar e a lâmpada verde, apagar- indique o menor valor, que deve ser anotado.
se. Se não for ouvido o ruído de operação do Com a chave RANGE na mesma posição,
relé e a lâmpada verde não apagar, conectar o colocar a chave das constantes de
capacitor de terra ao circuito de alimentação da multiplicação em posições correspondentes a
seguinte forma: desconectar o cabo de valores menores, para se obter o menor valor
alimentação da fonte; ligar à terra o condutor indicada. Cada vez que a chave das constantes
de aterramento do capacitor; e colocar o de multiplicação é mudada de posição, o botão
plugue do cabo de alimentação no receptáculo MW ADJ deve ser girado para se obter a
do capacitor e o plugue deste no receptáculo da deflexão mínima. A leitura deve abranger meia
fonte; divisão da escala.
k) Apertar novamente o botão do interruptor de p) Mudar a posição da REV SWITCH e a nova
segurança. A lâmpada verde deverá apagar-se leitura deve ser feita. Anotar na folha de
e a vermelha, acender ao mesmo tempo que se registro de ensaios os valores lidos nas duas
ouvirá o ruído de fechamento do relé. Girar o posições da chave REV SWITCH, assim como
botão VOLTAGE até obter a tensão desejada. seu valor médio algébrico;
A tensão lida no voltímetro é a tensão aplicada q) Ler o valor indicado no mostrador ciclométrico
ao transformador sob teste. O instrumento não do botão do potenciômetro MW ADJ. Este
se presta para testes com tensão abaixo de 1,25 valor multiplicado pela constante
kV. Se o interruptor geral abrir com uma correspondente à posição da chave RANGE dá
tensão inferior a esse valor, o teste não poderá o valor da capacitância do espécime. Esta
ser realizado. Se o interruptor abrir com uma leitura é feita logo após as leituras de mW;
tensão entre 1,25 e 2,5 kV, o teste poderá ser
realizado conforme as instruções especificas
para esses casos; Deve-se observar que é possível que uma das
1) Com a chave SELECTOR na posição CHECK, leituras tenha valor negativo. Para se saber se tal fato
e a tensão ajustada para o valor desejado (2,5 ocorreu, procede-se da seguinte forma: quando a medição
kV, por exemplo); girar o botão METER ADJ é de mW, girar lentamente o botão POLARITY até que o
até que o ponteiro indicador (de mW ou mVA) ponteiro comece a se movimentar. Se o ponteiro iniciar
ocupe a posição 100; seu movimento em direção ao valor zero da escala, o
m) Mudar a posição da chave SELECTOR para a valor da leitura é positivo. Se, pelo contrário, seu
posição mVA. A chave RANGE deverá ser movimento inicial é em direção ao valor 100 da escala, o
colocada numa posição tal que permita o valor lido é negativo. Para o cálculo, somar os valores de
desvio máximo do ponteiro. Por exemplo, se a sinal positivo e subtrai-los quando um deles for negativo,
chave RANGE estiver na posição HIGH e a dividindo o resultado por 2.
leitura for menor que dez divisões mudá-la Terminada a medição, desativar o instrumento
para a posição LOW. A chave das constantes da seguinte maneira:
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Capítulo 17: Fator de Potência do Isolamento - 103
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte IV: Aspectos e Ensaios do Sistema de Isolamento
4.0 - MEDIÇÕES EM TRANSFORMADORES DE DOIS Como em cada ensaio há duas leituras para
CIRCUITOS obter-se os milivoltamperes e duas leituras para obter-se
os miliwatts, correspondentes as leitura nas duas posições
A medição do fator de potência do isolamento da chave reversora (REV SWITCH), é necessário
em transformadores com dois circuitos segue o calcular-se a média, ou seja:
procedimento relatado anteriormente.
mVA1 + mVA2
As isolações envolvidas neste tipo de mVA = (2)
transformadores são esquematicamente mostradas na 2
figura 6.
e
mW1 + mW 2
mW = (3)
2
Onde:
mVA, mVA1 e mVA2 - são os valores médio, primeira e
segunda leituras da chave mVA;
mW, mW1 e mW2 - são os valores médio, primeira e
segunda leituras da chave mW.
Com tais valores, calcula-se o fator de potência
com a expressão (1).
Naturalmente, os ensaios devem ser realizados
sempre em condições as mais próximas possíveis do
último ensaio e, assim, tornar viável a comparação dos
resultados sem correções de temperatura.
Por outro lado, a fim de conseguir valores
Figura 6 Representação esquemática do isolamento -
- referidos a uma mesma temperatura, quando se utiliza a
transformadores de dois enrolamentos. ponte Doble, devem ser feitas correções.
Para determinar o fator de potência corrigido a
20º C, utiliza-se a expressão:
Na figura 6, tem-se:
cos ϕ 20 = f Cθ cos ϕ θ (4)
a) CA - isolação entre o enrolamento de TS e
onde:
carcaça;
cos ϕ20 - fator de potência a 20º C;
b) CB - idem, para TI e carcaça;
c) CC - idem, para TS e TI. cos ϕθ - fator de potência medido à temperatura de
ensaio;
As ligações devem ser feitas conforme mostra a fcθ - fator de correção de temperatura dado na tabela 3,
tabela 2. em função do tipo de tanque do transformador, ou seja:
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Capítulo 17: Fator de Potência do Isolamento - 104
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte IV: Aspectos e Ensaios do Sistema de Isolamento
Miguel de Cervantes
Óleos novos do mesmo tipo e não contendo Naturalmente, o tratamento deve ser realizado
aditivos são considerados compatíveis com qualquer por empresas especializadas.
outro óleo e podem ser misturados, em qualquer Os ascaréis foram, universalmente, reconhecidos
proporção. como perigosos agentes poluidores do meio ambiente,
A prática indica que normalmente nenhum sendo sua produção suspensa em 1972 e 1977, no Japão e
problema é encontrado quando óleo novo é adicionado EUA, respectivamente.
em pequena percentagem (menos que 5%), a óleos Em 1981, os ascaréis foram proibidos no Brasil,
usados. Entretanto, uma adição maior que 5% a um óleo sendo que a regulamentação governamental estabelece
altamente envelhecido pode causar a precipitação de que “os equipamentos que possuam ascaréis, poderão
borra. continuar com esse dielétrico até que seja necessário seu
No entanto, quando grandes quantidades de esvaziamento, após o que somente poderão ser
óleos usados ou de novos e usados vão ser misturados, é reenchidos com outros que não contenham ascaréis”
recomendável realizar ensaios em laboratórios para Além disso, é proibido o seu despejo, direta ou
determinar se as propriedades de mistura dos óleos são indiretamente, nos cursos e coleções d’água ou locais
ainda satisfatórias. Ensaios de compatibilidade são expostos às intempéries.
particularmente importantes no caso de óleos inibidos. Algumas empresas adotam precauções para o
As características principais, incluindo pessoal que trabalha diretamente com o produto,
estabilidade à oxidação, são determinadas na mistura dos utilizando equipamentos de segurança como:
óleos. A proporção dessa mistura deve ser a mesma que a
encontrada na prática ou, se isso não for conhecido, deve − óculos de vidros ou de plásticos;
se usar uma razão 1:1. − aventais, protetores de pernas, agasalho e
Os resultados obtidos na amostra da mistura não outros (tipo clorovinil);
deve ser inferiores aos do pior dos óleos individuais. − luvas compridas (tipo clorovinil ou de
Caso ocorra alguma dúvida, referente a plástico).
compatibilidade, recomenda-se consultar o fornecedor do
óleo e/ou o fabricante do equipamento. Além disto, é necessário ter-se um local
Pelo exposto, nota-se que podem ser misturados separado para guardar os materiais protetores. No caso de
apenas óleos do mesmo tipo (ou parafínicos ou algum deles tomar contato com o ascarel, ele deverá ser
naftênicos). limpo com tecido de algodão embebido de acetona.
O aproveitamento dos transformadores que
3.0 - ASCARÉIS contenham ascarel, substituindo-se por outro óleo isolante
é possível desde que haja:
Askarel (ou Ascarel) é uma marca registrada da
Monsanto que se tornou sinônimo de qualquer óleo a) esvaziamento total do ascarel;
sintético resultante da mistura de policloro difenol (PCB) b) fabricação total de nova bobina, devido a
com triclorobeniza (C6H3C3), que, além de possuir quase impregnação do ascarel;
todas as características dos óleos minerais, praticamente c) substituição total da carcaça;
não é inflamável. Existem diversas marcas, como: d) desmontagem do núcleo, a fim de lavagem das
Pyranol (GE), Aroclor (Monsanto), Inerten chapas de silício e demais componentes;
(Westinghouse), Elophen (Bayer), Pyralene (Proelec), e) alterações de projeto original do
Sanotherm (Mitsubishi) e outros. transformador, isto é, aumento de cerca de
Devido as suas boas propriedades dielétricas, de 10% dos radiadores, mudança dos materiais
dissipação térmica, segurança ao fogo (não se inflamam das gaxetas e outros, dependendo das
em temperaturas normais de operação do transformador), características do material a ser utilizado.
durabilidade e preço comparativamente baixo foram
empregados com sucesso nos transformadores em Além de todas essas alterações deve-se levar em
instalações internas e próximos a edifícios. conta o preço do óleo substituído.
Por outro lado, sob determinadas condições, tais
como em presença de um arco voltaico, há a liberação de No Brasil, acredita-se que esta mudança seja
gás HCl. Além disto, apresentam a característica de mais onerosa que a aquisição de uma nova unidade, dado
dissolver certos vernizes e a borracha natural. Ainda tem- que não existem estudos para a avaliação de desempenho
se que, peças isolantes à base de resina fenólica, tais destes transformadores e, muito menos, normas definidas
como baquelite, alteram as características dos ascaréis. para o procedimento dessa troca ou concentração
Os ascaréis apresentam problemas no seu permissível do ascarel em outros óleos isolantes.
recondicionamento em virtude de serem tóxicos e pela
utilização de percolação com terra fuller, sendo produtos Os ascaréis são todos miscíveis e compatíveis
não biodegradáveis. entre si.
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Capítulo 18: Tipos de Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 108
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
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Capítulo 18: Tipos de Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 109
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Jean Cocteau
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Capítulo 19: Propriedades dos Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 110
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Este densímetro possui uma haste onde se lê, ao este por sua vez, já são afetadas pela simples presença de
nível da superfície, o valor da densidade. Com a substância ácidas.
utilização de um termômetro mede-se a temperatura do Portanto, o índice de acidez mede a quantidade
óleo no momento da leitura da densidade, já que a de ácidos minerais existentes no óleo, formados por
densidade varia com a temperatura. oxidação e que são responsáveis diretos pela formação de
A faixa de densidade relativa dos produtos de borra.
petróleo encontram-se entre 0,700 a 1,050. No caso de adição ao óleo, por exemplo, de
hidróxido de potássio (KOH), o número de neutralização
1.5 - Viscosidade desejado será dado pela quantidade de hidróxido (em mg)
necessário para neutralizar uma grama de óleo (mg
A viscosidade mede a resistência do fluido ao KOH/g).
escoamento, bem como, o grau de atrito interno ao A cifra ou número de neutralização varia entre 0
escoar. Geralmente é determinada através do tempo e 1, considerando-se um índice normal de acidez o que se
necessário para que escoe um certo volume de tal fluido apresenta com valor 0,4; alguns ensaios mostram que a
em condições preestabelecidas. borra começa a se formar a partir deste índice, ou seja,
Quanto mais viscoso for um fluido, mais verifica-se que quanto mais escura for a cor do óleo, o
dificuldade ele encontrará para escoar; a água, por mesmo estará com uma acidez maior.
exemplo, escoa com bastante facilidade e assim possui A tabela 2 fornece alguns elementos
baixa viscosidade. relacionados ao controle da acidez.
A viscosidade dos fluidos dielétricos é uma
grandeza que depende fortemente da temperatura. Ela Índice de
varia inversamente com as variações da temperatura, (o Interpretação Observação
Neutralização
que representa uma relação essencial para o óleo em
Até 0.05 Novo Óleo novo, sem uso.
termos de refrigeração). Sendo assim, quanto maior for a
sua temperatura, mais facilidade ele encontrará para
escoar, trocando calor com meio externo. Óleo usado. Tratamento
Desta forma, a viscosidade deve ser tal que de 0,05 a 0,25 Bom
desnecessário.
permita a circulação de óleo livremente pelas aletas de
refrigeração do transformador.
A viscosidade não é afetada pela contaminação Improvável formação de
ou deterioração de um óleo, mas serve para identificar o lama. Tratar ou trocar.
seu tipo. de 0,25 a 0,40 Duvidoso
Desnecessário lavar
núcleo com jato de óleo.
1.6 - Ponto de anilina
Início de formação de
Ponto de anilina é a temperatura em que há a lama. Tratar ou trocar.
separação de anilina de uma mistura de anilina e óleo. de 0,40 a 0,7 Precário Lavar todos os
O ponto de anilina está, de certa forma, componentes com jato de
relacionado com a propriedade de dissolver materiais óleo
com os quais entra em contato e com seu conteúdo Formação franca de
aromático. lama. Trocar.
Indispensável lavagem de
1.7 - Acidez (Número ou Índice de Neutralização) todos os componentes
acima de 0,7 Perigoso
com jato de óleo.
Os ácidos constituem justamente um tipo de Verificar isolamento
substância cuja presença é apenas tolerada em pequenas sólido do transformador
quantidades. A acidez normalmente admitida nas – possíveis danos.
especificações para óleos isolantes novos é de 1 a 2
moléculas de ácido para cada 10 moléculas de óleo; isto Tabela 2 - Controle de Acidez
corresponde, aproximadamente, ao limite de detecção dos
métodos vulgares de determinação de acidez de óleos Observe-se que a análise da acidez do óleo é
minerais. imprescindível para a verificação da qualidade do óleo.
A presença de ácidos nos óleos isolantes é
indesejada pois se trata de substância atividade química 1.8 - Tensão interfacial
relativamente elevada. A sua presença pode provocar o
ataque dos diversos materiais usados nos transformadores A forte atração reciproca entre moléculas da
(em particular, os metais) e, como conseqüência, haverá superfície de um líquido resulta em um fenômeno
uma diminuição das características dielétricas do óleo; denominado tensão interfacial. Sendo assim, nos óleos
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Capítulo 19: Propriedades dos Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 111
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
novos, o valor da tensão interfacial é uma medida para a circulação de uma corrente por seu interior (corrente de
pureza do óleo e, portanto, para avaliação de que houve fuga). Naturalmente, estas condições mostram que haverá
adequada remoção de contaminantes (em particular perdas dielétricas no óleo.
subprodutos da refinação). O fator de potência do óleo é a relação entre tais
Supondo-se dois líquidos não miscíveis, por perdas e o produto da tensão aplicada e a corrente total
exemplo, água e óleo, tem-se que este flutua sobre o que circula pelo óleo em VA.
primeiro devido a sua menor densidade. O valor do fator de potência é indicativo do
Se certos contaminantes são agregados ao óleo, estado do óleo, ou seja, um alto valor indica a presença de
tais como ácidos gasosos saponificados, partículas de pó contaminantes ou produtos de deterioração, tais como
ou produtos de oxidação, estas substâncias tendem a água, oxidação e outros.
concentrar-se entre a mistura de água-óleo; quanto maior
for essa concentração, menor será o valor da tensão
interfacial. Quando há imposição, normalmente 3.0 - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
especifica-se o valor mínimo de 0,040 N/m.
A experiência mostra, no entanto, que existem A norma NBR 7036 define as características
óleos isolantes, de qualidade comprovada por muitos desejáveis dos óleos minerais, conforme mostra a tabela
anos de serviço satisfatório, cuja tensão interfacial no 3.
estado novo tem valores de ordem de 0,030 N/m. Por outro lado, a NBR 7037 fornece faixas de
valores e recomendações em função de resultados que
1.9 - Estabilidade à Oxidação devem ser obtidos através de ensaios. A tabela 3
transcreve tais valores, sendo que deve-se acrescentar 5
A formação de borra e acidez, em decorrência da kV aos valores de rigidez dielétrica mostradas no caso
oxidação durante a armazenagem, processamento ou de dos ascaréis
um longo período de serviço deve ser a mínima possível.
Essa característica é essencial para reduzir a passagem da Valores Limites
corrente, a corrosão metálica, maximizar a vida útil do Características
Tipo A Tipo B
isolamento, a rigidez dielétrica e garantir boa dissipação
de calor. Claro, límpido, isento de
A quantidade de borra formada é um bom fator Aparência materiais em suspensão e
para se avaliar as características de oxidação de um óleo. sedimentos
Pode ser apresentada em uma das três formas seguintes: Cor ASTM, máx. 1 1
a) porcentagem de matéria insolúvel formada Densidade (a 20º C) 0.900 0.860
num determinado período de tempo; Ponto de fulgor , mín. (ºC) 140 140
b) tempo necessário para formação de matéria Ponto de fluidez, mín. (ºC) -15 -9
insolúvel ou de excesso de acidez; Índice de Neutralização (mg
c) tempo necessário para o óleo reagir com um 0.04 0.04
KOH /g), máximo
determinado volume de oxigênio. Viscosidade (cSt), máx. 20ºC 25 25
1.10 - Enxofre Corrosivo Não Não
Enxofre corrosivo
corrosivo corrosivo
Os compostos de enxofre podem causar a
Fator de potência, máx. a
corrosão de certos materiais presentes nos equipamentos, 0.5% 0.5%
100ºC
tais como cobre e prata.
Tensão interfacial (dina/cm)
1.11 - Cloreto e Sulfetos Inorgânicos 40 40
mín. a 25ºC
A presença de cloretos e sulfatos inorgânicos Rigidez dielétrica kV/2.5 mm
indica a corrosividade do óleo e a presença de 30 30
mín. – eletrodo de disco
contaminantes. Conteúdo de água (ppm) máx 35 35
Cloretos e sulfetos Isento Isento
2.0 - PROPRIEDADES ELÉTRICAS Estabilidade a oxidação após
0.5 0.5
164 horas a 100ºC, O2, Cu
2.1 - Rigidez Dielétrica Borra, máx. 0.15% 0.15%
Analisada no Capítulo 20.
Tabela 3 - Características dos óleos isolantes
2.2 - Fator de potência do óleo isolante
Como todo dielétrico, o óleo isolante ao ser Para fins de consulta, a tabela 4 fornece dados
submetido a uma diferença de potencial, permite a dos óleos obtidos de catálogos de diversos fabricantes.
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Capítulo 19: Propriedades dos Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 112
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Resultados
Valores Limites
Típicos
Óleo Usado Método de
Ensaios
Óleo Óleo Óleo Satisfatório A Recondicionar Após Tratamento Ensaio
Novo Usado Novo A
Até Até Regenerar Até
Acima Acima Acima
230kV 230kV 230kV
0.01 0.1 – 0.3 < 0.05 0.05 0.5 – 1.5 > 1.5 < 0.1 20º C
Fator de
- - < 0.05 - - - - 25º C ASTMD
Potência
0.07 - < 0.03 - - - - 100º C 924
(%)
0.1 - - - - - - 90º C VDE370
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Capítulo 19: Propriedades dos Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 113
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Anônimo
RESUMO
1.0 - INTRODUÇÃO
a) Eletrodos ASTM
A rigidez dielétrica de um líquido isolante é uma
média de sua capacidade de resistir à tensão elétrica sem
falhar, ou seja, o valor de tensão na qual ocorre uma
ruptura do fluido entre dois eletrodos posicionados no
interior de uma cuba de material isolante em condições
preestabelecidas.
b) Eletrodos VDE
EC - rigidez dielétrica, em kV/mm ou kV/pol.; Figura 1 - Eletrodos mais usados para a determinação da
UC - tensão de ruptura, kV; rigidez dielétrica de óleos isolantes (dimensões em mm).
dC - distância em mm ou polegada.
Observa-se que o valor da rigidez dielétrica se
Os tipos mais comum de eletrodos e respectivos altera conforme o formato e a distância dos eletrodos.
espaçamentos em milímetros são mostrados na figura 2, Sendo assim, quando se fornece o valor da
sendo os de formatos ASTM (ou ANSI ou ABNT) e VDE, rigidez é obrigatório também informar o tipo de eletrodo
os mais utilizados no Brasil. e “gap’ utilizado pois a tensão de ruptura será diferente.
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Capítulo 20: Ensaio de Rigidez Dielétrica - 114
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
A figura 3 esclarece para o caso de uma rigidez Ë necessário que não haja a formação de bolhas
de 40 kV/mm, onde a tensão de ruptura é de 60 kV para e, portanto, deve-se deixar o óleo em repouso por cerca
os eletrodos VDE e de 85 kV para os do tipo ASTM. de 2 (dois) a 3 (três) minutos antes de iniciar o ensaio. Se
o aparelho possuir misturador deixá-lo ligado.
Feito isto, aplica-se continuamente uma tensão
crescente a razão de 3 kV/seg. até que ocorra a ruptura na
amostra existente na cuba, com intervalos de 1 (um)
minuto, no mínimo. O valor obtido deverá ser anotado.
O ensaio deve ser repetido mais cinco vezes
utilizando-se a mesma amostra, desprezando-se a
primeira medida.
A rigidez dielétrica é expressa pelo valor médio
dos cinco valores restantes se o resultado apresentar
consistência estática. Se isto não se verificar, executa-se
novo grupo de cinco medidas, e o valor da rigidez será a
média das dez medidas efetuadas.
No segundo grupo de medidas nenhuma das
leituras é desprezada.
Se, por outro lado, deseja-se novamente
determinar se a rigidez dielétrica está acima ou abaixo do
Figura 3 – Rigidez dielétrica e tensão de ruptura para valor especificado pelas normas, faz-se seis leituras,
vários tipos de eletrodos desprezando-se a primeira, se as cinco últimas leituras
possuírem valores superiores, o óleo está aprovado
Muitas vezes, diz-se que a rigidez dielétrica é 30 quanto à este aspecto.
kV, por exemplo. Na verdade, isto deve ser considerando
como 30 kV/0,1” ou 30 kV/2,54 mm. caso os eletrodos
sejam do tipo disco (ANSI/ABNT). 3.0 - MEDIDA DA RIGIDEZ DIELÉTRICA - MÉTODO
A figura 4 apresenta a imagem de um medidor VDE 370
de rigidez completo.
Utiliza-se os eletrodos da figura 2 b) e o medidor
deve ser capaz de atingir a pelo menos 90 kV.
Deve-se verificar o espaçamento correto dos
eletrodos (2,5 mm), encher a cuba de óleo cobrindo-os.
Atentar, também neste caso, para que não haja a
formação de bolhas e, portanto, é conveniente deixar a
amostra de óleo em repouso por cerca de 1 a 3 minutos
antes de iniciar o ensaio. Se houver agitador, deixá-lo
ligado.
Feito isto, aplica-se continuamente uma tensão
crescente na razão de 2 KV/seg., até que ocorra a
ruptura., anotando-se este valor.
O ensaio é repetido mais cinco vezes, utilizando-
se a mesma amostra, sendo válidas as mesmas condições
anteriores.
Utiliza-se os eletrodos de discos planos médio das leituras ( X ), e verificar se ela é menor ou
mostrados na figura 2 a), sendo conveniente verificar se igual a 0,1, ou seja:
estão são ajustados a uma distância de 0,1 polegada (2,54 δ
mm) entre si. ____
≤ 0,1 (2)
O medidor de rigidez deve ser capaz de atingir a X
tensão de, pelo menos, 40 kV.
A cuba deve ser enchida com uma amostra de Se tal não ocorrer, é provável que o erro da
óleo, de forma a cobrir os eletrodos. média seja excessivo.
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Capítulo 20: Ensaio de Rigidez Dielétrica - 115
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
A média e o desvio padrão, por outro lado, são Ainda, a titulo de exemplo, supondo-se que o
dados por: grupo de cinco novas leituras seja:
e, RigidezDielétrica =
29 + 32 + 33 + 40 + 36 + 34 + 36 + 32 + 25 + 36
10
δ=
1
4
[∑ (x ) − 5 X ]
5
i =1 i
2
(4) ou:
encontre em boas condições, pois poderão existir outros na realidade, não é uma característica intrínseca, sendo
fatores que não são detectados por seus respectivos testes. antes determinada pelo estado de poluição do óleo.
Desta forma, a idéia da avaliação da qualidade Desta forma, a rigidez pode assumir baixos
de um fluido dielétrico baseando-se apenas no valor de valores com o aumento da presença de agentes
sua rigidez dielétrica não se constitui em boa prática. Ela, contaminantes tais como a água e partículas sólidas.
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Capítulo 20: Ensaio de Rigidez Dielétrica - 117
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Aristóteles
5416 óleo
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Capítulo 21: Manutenção em Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 119
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
6.0 - ENSAIOS NOS ÓLEOS ISOLANTES Tabela 3 - Ensaios elétricos e normas aplicáveis
Os ensaios no óleo isolante podem ser químicos, Os ensaios químicos e respectivas normas são os
físicos e elétricos. relacionados na tabela 4.
As normas aplicáveis aos ensaios físicos são
dadas na tabela 2. Normas Aplicáveis
Ensaios Químicos
ASTM ABNT
Normas Aplicáveis Índice de neutralização, nº de
Ensaios Físicos
ASTM NBR neutralização ou acidez MB.249
Ponto de Anilina D.611 MB.299 a) através de cor – método de D.664 MB.1236/
titulação NBR 6307
Cor: D.1500 MB.351 b) indicador de cor – método
a) método do colorimento de titulação D.974 MB.101
(“ASTM Color Scale”)
MB.292 Estabilidade à oxidação a 100º C D.2112
b) método T. Robson PMB.947
c) método do cronômetro – 164 horas D.2440
Saybolt D.156 MB.187 MB.899
Enxofre corrosivo (medição de
D.1275 MB.902
Tensão Interfacial (método do D.971 alta temperatura)
MB.320 MB.106
anel) D.2285 Teor de água
D.1533 MB.818
(método Karl Fischer)
Ponto de fulgor e combustão D.92 MB.50 Cloretos e sulfatos inorgânicos
a) método vaso aberto D.878 MB.901
(det. qualitativa)
b) aparelho fechado
D.93 MB.42 Enxofre total D.1552
MB.820 Teor de inibidor DBPC D.2668
Ponto de fluidez D.97
MB.102
Densidade D.287 Tabela 4 – Ensaios Químicos e Normas Aplicáveis
a)
D.1298 MB.104
c) Densidade específica
d) Densidade relativa D.1481 7.0 – MANUTENÇÃO PERIÓDICA DOS ÓLEOS
Viscosidade Cinemática e D.445 MB.293
dinâmica Em geral, dos ensaios relacionados
a) viscosidade cinemática D.88
b) viscosidade Saybolt MB.326 anteriormente, bastam apenas cinco deles para o controle
D.2161
rotineiro do estado do óleo, ou seja , sua manutenção
D.1218
Índice de refração a 25º C
D.1807 periódica. Eles são, em ordem de importância:
Índice de refração e dispersão
D.1807 a) rigidez dielétrica;
Ótica específica
Coeficiente de expansão térmica b) acidez;
D.1903
(Petróleo e Askareis) c) fator de potência;
Exame visual
D.1524 d) tensão interfacial; e,
D.2144 e) teor de água.
NBR.7274
Análise de gases D.3612
/7070 Uma vez detectado qualquer anomalia, devem
ser realizados outros ensaios para a identificação do
Tabela 2 - Ensaios Físicos e normas aplicáveis problema.
Sugere-se que se adote a periodicidade destes
Os ensaios elétricos e respectivas normas são os ensaios dada na tabela 5, em função da temperatura do
fornecidos na tabela 3 topo do óleo.
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Capítulo 21: Manutenção em Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 120
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
a) antes de energizar;
b) 24 (vinte e quatro) horas após energizado,
visando a coleta de gases para análise;
c) alguns dias após energização;
d) 6 (seis) meses após energização.
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Capítulo 21: Manutenção em Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 121
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
DIAGNÓSTICO
Primeira análise realizada em nosso laboratório:
Dados iniciais de controle.
Óleo mineral isolante parafínico.
Propriedades dielétricas do óleo isolante em condições normais.
Contaminação do óleo por produtos de oxidação, sem grandes prejuízos ao equipamento
mas, com ataque aos metais e materiais isolantes.
Sugerimos que o óleo seja regenerado ou substituído, optando-se pelo mais econômico, o
mais breve possível.
Próxima Amostragem: Após regeneração ou substituição.
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Capítulo 21: Manutenção em Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 122
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Albert Einstein
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Capítulo 22: Análise dos Gases Dissolvidos (Cromatrografia) - 123
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Gases Chave Tipo de Falha Dielétrico A citada norma ainda apresenta o diagnóstico
através da relação entre as concentrações de gases
Acetileno (C2H2) Arco
conforme transcrito na tabela 5 mostrada na próxima
Hidrogênio (H2) página.
Descargas parciais Óleo
Metano (CH4) Alternativamente, a tabela 3 fornece diagnóstico
Etileno (C2H4) Superaquecimento de falhas pelo método de Rogers.
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Capítulo 22: Análise dos Gases Dissolvidos (Cromatrografia) - 124
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
a) O código utilizado para as relações é dado abaixo sendo que, para efeito de codificação, as relações com denominador igual a zero são consideradas
iguais a zero.
Código
Relação entre os gases
característicos (R) C2H2 CH4 C2H4
C2H4 H2 C2H6
0.1 > R 0 1 0
0.1 < R < 1 1 0 0
1<R<3 1 2 1
3<R 2 2 2
b) Os valores dados para as relações devem ser considerados apenas como típicos;
c) Nesta tabela, a relação C 2 H 2 se eleva de um valor compreendido entre 0,1 e 3 a um valor superior a 3, a relação C 2 H 4 de um valor
C2 H 4 C2 H 6
compreendido entre 0,1 e 3 a um valor superior a 3, quando a intensidade da descarga aumenta;
d) Neste caso, os gases provêm principalmente da relação
degradação da isolação sólida, o que explica o valor da relação C 2 H 4 .
C2 H 6
e) Este tipo de falha é indicado normalmente por um aumento da concentração dos gases. A relação CH 4 é normalmente da ordem de 1, o valor real,
H2
superior ou inferior à unidade, depende de numerosos fatores, tais como o tipo de sistema de preservação do óleo, a temperatura e a qualidade do óleo.
f) Um aumento da concentração de C2H2 pode indicar que a temperatura do ponto quente é superior 1000º C.
g) Os transformadores equipados com comutador de derivações em carga podem indicar falhas do tipo 202/102 se os produtos de decomposição
formados pelos arcos no comutador puderem difundir-se no óleo do tanque principal do transformador.
h) Na prática, podem ocorrer combinações de relações diferentes da tabela. Para esses casos deve-se considerar a taxa de crescimento e/ou os perfis
típicos de composição.
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Capítulo 22: Análise dos Gases Dissolvidos (Cromatrografia) - 125
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
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Capítulo 22: Análise dos Gases Dissolvidos (Cromatrografia) - 126
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
DIAGNÓSTICO
Ensaio realizado conforme NBR 7070 e diagnósticos baseados na norma NBR 7274.
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Capítulo 22: Análise dos Gases Dissolvidos (Cromatrografia) - 127
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
O termo tratamento do óleo é genérico e inclui o a) Grupo 1 - este grupo envolve os óleos que
seu recondicionamento e a sua recuperação. O estão em condições satisfatórias para continuar
recondicionamento é o meio pelo qual são removidas as em serviço;
impurezas primárias, enquanto a recuperação é o b) Grupo 2 - neste grupo enquadram-se os óleos
processo da remoção da contaminação secundária. que requerem processo de recondicionamento,
A decisão entre a execução do isto é uma remoção mecânica de umidade e
recondicionamento e da recuperação se atem a vários contaminantes insolúveis. Isto é conseguido
fatores, ou seja: através de filtração e centrifugação;
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Capítulo 23: Tratamento de Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 128
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
3.0 - FILTRAGEM
A ação do filtro-prensa sobre os diversos tipos A tabela 2 fornece a ação da centrífuga sobre as
de impurezas é fornecida na tabela 1. impurezas contidas no óleo isolante.
Tabela 1 - Ação do filtro sobre impurezas Tabela 2 - Ação da centrífuga sobre impurezas
Observe-se que a exposição, sob a forma de uma A tabela 3 fornece a ação do sistema de
fina película, é condição obrigatória para a obtenção de termovácuo sobre as impurezas.
boa eficiência de remoção de água ou gás.
O vapor da água e o gás libertado são evacuados
através de um sistema de bombeamento a vácuo e o óleo Contaminantes Eficiência do Filtro
limpo descarregado por uma bomba de descarga de óleo Água Emulsionada Parcial
para o destino requerido.
O sistema de tratamento a termovácuo Água Dissolvida Excelente
disponíveis no mercado, como o da figura 7, realizam as Ar e Gases Excelente
funções de evacuar, secar e aquecer um transformador e, Sólidos não Coloidais Nenhuma
ao mesmo tempo, desumidificar o óleo e recarregá-lo a Coloidais – Partículas e
uma vazão pré determinada. Nenhuma
Borras
Acidez Nenhuma
Secagem do Transformador Parcial
b) Ilustração do tratamento
Figura 8 – Método do Leito Fixo
Na figura 8 tem-se que, na entrada do leito, o
nível de contaminação do óleo alcançou o equilíbrio com
o carregamento de terra Füller por adsorvato. Na
extremidade efluente do leito existe uma porção não
utilizada de terra Füller. Numa zona intermediária,
denominada de “zona de transferência de massa”, o
carregamento de terra Füller muda de equilíbrio, de onde
o leito está saturado com adsorvato, para um leito não
utilizado.
A zona de transferência de massa progredirá
lentamente na direção da extremidade efluente do leito,
sendo que ao atingi-la a qualidade de óleo será
rapidamente incrementada. Figura 9 – Equipamento para regeneração (Elengenharia)
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Capítulo 23: Tratamento de Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 133
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Paulo Coelho
Para transformadores que possuem bombas de Figura 1 - Dispositivo para retirada de amostra
circulação, as mesmas devem ser acionadas pelo menos
trinta minutos antes da retirada.
3.0 - UTILIZAÇÃO
4.0 - ARMAZENAMENTO
5.0 - DISPOSITIVOS
Lavar os dispositivos de amostragem externa e a) lavar os frascos com aguarrás para retirar o
internamente com aguarrás mineral, com agitação óleo (duas vezes no mínimo);
constante. Lavar com detergente interna e externamente b) lavar com detergente;
muito bem e a seguir enxaguar com bastante água c) enxaguar com bastante água, agitando sempre
destilada; posteriormente enxaguar com álcool etílico e o frasco;
deixar escorrendo por meia hora. Em seguida, colocar os d) estando o frasco limpo, enxaguar muito bem
dispositivos em estufas para secar a 100º C durante pelo com água destilada. Para saber se o mesmo
menos 30 minutos, devendo se ter o cuidado de não tocar está limpo, não devem aparecer goticulas de
nas partes que podem entrar em contato com o óleo. Essa água, pois isto indica que ainda contém óleo;
lavagem é feita o mais cedo possível, após sua utilização, e) enxaguar muito bem o frasco com álcool
sendo os dispositivos guardados em sacos plásticos etílico, deixando escorrer o excesso de boca
selados, que serão por sua vez colocados em caixas para baixo até secar;
fechadas, aguardando a próxima utilização. f) colocar deitado na estufa a aproximadamente
100º C, sem a tampa durante meia hora;
g) retirar da estufa após seco, tampar e guardar
6.0 - RECIPIENTE em local limpo; se durante duas semanas não
for usado o frasco, refazer a operação de
As amostras devem ser recolhidas em frascos limpeza partindo da alínea c).
claros e transparentes, com as paredes isentas de
porosidade, temperados e com capacidade para um litro. Cada frasco deve ser identificado através de
Devem, ainda, possuir boca de 32 mm e tampa de vidro formulário adequado.
esmerilhada de padrão internacional, (ver figura 3) ou por
frascos de reagentes de dois litros, claros com tampa de 7.0 - PROCEDIMENTOS
vidro esmerilhada ou por tampa de plástico resistente ao
óleo isolante. As tampas deve ser seguras por 7.1 - Retirada do óleo em tambores
prendedores de aço os quais servem também como
suporte para os rótulos de identificação. Os frascos - verificadas todas as condições, introduzir a
devem ser protegidos durante a amostragem e transporte, pipeta (figura 1) até o fundo do tambor. Tomar
por uma manta tecida de fibra acrílica que é retirada após cuidado para não permitir entrada de óleo
a chegada do frasco no laboratório. durante a imersão, pois isso acarretará a não
representatividade da amostra;
- liberar o dedo polegar da pipeta de modo a se
obter uma pequena amostra, pela subida do
óleo dentro da pipeta;
- recolher a amostra no frasco de modo a ter
espaço para colocação da tampa sem que o
óleo extravase;
- tampar, rotular e guardar o frasco na caixa
apropriada dentro de 5 minutos;
- fechar o tambor, guardando-o em lugar
abrigado.
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Capítulo 24: Amostragem de Fluídos Dielétricos e Refrigerantes para Análise Físico-Química - 136
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Paulo Coelho
2.1 - Generalidades
Figura 2 - Modelo de etiquetas
a) O método de amostragem por seringa (dado a
seguir) é adequado qualquer que seja o meio
de transporte das amostras; A etiqueta deve ser preenchida conforme as
b) Os métodos descritos são convenientes para instruções abaixo:
equipamentos contendo grandes volumes de
óleo, tais como transformadores de potência. g.1) dados completos sobre a origem da amostra;
Para transformadores de distribuição ou outros g.2) detalhes sobre o equipamento de onde a
equipamentos com pequeno volume de óleo, é amostra foi coletada;
essencial que se assegure que o volume total g.3) responder se o equipamento está ou não em
de óleo retirado não afete o bom funcionamento e, em caso afirmativo, dizer a
funcionamento do equipamento. partir de quando (mês e ano);
c) a seleção dos pontos nos quais as amostras g.4) responder sim, de acordo com o tipo de
serão tiradas deve ser cuidadosamente feita. camada (nitrogênio ou ar) superior ao óleo
Normalmente, a amostra deve ser tirada em isolante,
ponto representativo do total de óleo do g.5) tipo de conservador (aberto, com membrana
transformador e onde não existam mudanças ou com bolsa);
na composição, tais como as devidas à g.6) responder se o óleo isolante foi trocado ou
cavitação de bombas. Entretanto, algumas desgaseificado após o equipamento ter sido
vezes será necessário deliberadamente tirar energizado e, em caso afirmativo, dizer
amostras onde não se espera que elas sejam quando;
representativas, como, por exemplo, ao se g.7) responder se o óleo isolante foi
tentar localizar uma falha; recondicionado (filtrado ou secado) após o
d) normalmente, a tomada de amostra deve ser equipamento ter sido energizado e, em caso
feita na válvula inferior de amostragem. afirmativo, dizer quando;
e) as amostras devem ser retiradas com o g.8) responder sim ou não, no caso do óleo do
equipamento na condição normal de CDC estar ou não em comunicação com o óleo
funcionamento (isto é importante para se do tanque principal;
verificar a taxa de produção de gás); g.9) informações sobre as condições ambiente do
óleo isolante no momento da coleta;
Nota - O operador deverá estar habilitado para g.10) informações sobre a natureza e a localização
respeitar as normas de segurança, quando da da válvula de amostragem utilizada;
coleta de amostras de óleo em equipamento g.11) outras informações úteis sobre o histórico do
energizado. equipamento.
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Capítulo 25: Amostragem de Fluídos Dielétricos e Refrigerantes para Análise Cromatrográfica - 138
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
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Capítulo 25: Amostragem de Fluídos Dielétricos e Refrigerantes para Análise Cromatrográfica - 139
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
TRANSFORMADORES
Parte V: Fluídos Dielétricos e Refrigerantes (Óleos)
Steve Tobs
1.2 - Tambores Nota - Todo óleo supostamente em condição de uso deve ser submetido
aos ensaios básicos imediatamente após o transporte, de forma a
permitir uma classificação adequada, quer para efeito de estocagem,
O transporte em tambores quando conveniente e quer para imediata utilização.
econômico, deverá reger-se pelas recomendações abaixo
discriminadas:
2.0 - ESTOCAGEM
- ser lacrado e próprio para armazenamento não
abrigado; Estes procedimentos referem-se apenas à óleos
- ter capacidade de 200 litros; limpos ou recondicionáveis.
- ter revestimento interno resistente à ação do óleo A estocagem de óleos destinados á regeneração
(revestimento à base epóxi); obedecerá a critérios particulares de cada empresa.
- ter duas aberturas, em sua parte superior, providas de
bujões que sejam ao óleo e não permitam entrada de 2.1 - Tanques
umidade.
A estocagem em tanques deve ser
Os bujões e os selos devem ser do tipo “tri- preferencialmente utilizada devendo os tanques possuir as
sure” ou similar. seguintes características básicas:
Os tambores devem ser transportados ou em
posição horizontal com a linha de centro dos bujões - o revestimento protetor interno deve ser
niveladas, de forma a manter pressão interna em relação à mesmo já indicado para reservatório de
parte externa sobre os bujões, ou em posição vertical com caminhões tanques;
os bujões para baixo, sobre vigas de madeira que - os tanques, em particular os destinados a óleo
impeçam o contato com o piso. limpo, devem ser providos de dispositivos
capazes de evitar a penetração de umidade
1.3 - Containers de borracha sintética (respiros com silica-gel) ou pressurizadores de
nitrogênio);
É necessário levar-se em consideração que a - as tubulações de conexões aos tanques ser
experiência insuficiente com este tipo de embalagem não mantidas limpas e livres de umidade.
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Capítulo 26: Manuseio e Estocagem de Fluídos Dielétricos e Refrigerantes - 140
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TRANSFORMADORES
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