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David Hamilton
School of Education,
University of Liverpool
Mas mesmo este problema empírico não pode ser abordado até que uma
definição possa ser oferecida para o termo 'livro didático'. O que se segue é,
então, um relatório sucinto sobre os meus próprios esforços acerca deste
problema - uma questão que, tanto quanto posso observar, tem recebido pouca
atenção de educadores recentes.
Minha tese é que os livros didáticos tiveram suas origens nos séculos XVI e
XVII. No entanto, mesmo estes desenvolvimentos foram prenunciados pelas
mudanças anteriores no layout [na estética] dos livros didáticos, discutidos por
Rouse e Rouse (1979), e na posterior organização de dicionários, compêndios e
enciclopédias, bibliografias nos séculos XV e XVI (ver, por exemplo, Strauss,
1966, Fischer, 1966 e Grafton & Jardine, 1986). De fato, no entanto, muitas
dessas alterações precoces na organização de livros não se destinavam a servir a
propósitos pedagógicos. Em vez disso, eles tinham a intenção de produzir
textos mais acessíveis aos seus usuários/poprietários regulares (por exemplo,
pastores).
A ideia de que os mapas lógicos [do método proposto por Ramus] poderiam
ajudar o ensino de qualquer campo de investigação foi poderosa no século XVI.
Tais mapas ofereceram uma solução racional para tanto o “o quê?” quanto o
“como?” (da seqüência) de ensino. Como Grafton (1981, p. 47) tem reiterado, as
abordagens ramistas para o mapeamento do conhecimento fornecido aos
alunos funcionariam como uma "chave-mestra universal", que, se,
“devidamente aplicadas” poderia desbloquear qualquer uma das artes e das
ciências.
De fato, uma das mais extensas exposições de mapas ramistas, juntamente com
um dos primeiros usos de “currículo”, ocorre na Professio regia (1576), uma
compilação preparada por Thomas Fregius de Basileia. E um display
semelhante exaustivo de mapas ramistas foi oferecido na Enciclopédia (1630) de
Johann Heinrich Alsted (1588-1638) da Herborn Academy (Alemanha). Alsted
era um seguidor de Bacon (1561-1627), bem como Ramus, combinando os
diferentes eixos de seu trabalho. Assim, os mapas de Alsted não eram
meramente um reflexo do estado do conhecimento (cf. Ramus); ele também
acreditava serem isomórficas para com o mundo real (cf. Bacon). Em suma,
Alsted tinha uma visão naturalizada (ou essencialista) do conhecimento. Mapas
e taxonomias do mundo foram assumidas como sendo isomorfas do mundo
natural (ver, por exemplo, as discussões de Rief de 1969, e Slaughter, 1982).
Infelizmente, estou ficando ainda mais fora do meu alcance. Por um lado, eu
não tenho acesso à teoria desta parte da obra de Alsted (em grande parte
porque é em latim); e, por outro lado, por não apreender adequadamente o
significado e a importância cultural, na Europa de então, do termo "didática".
No entanto, a locação histórica de Alsted me leva a propor que não só
propunha aceitar que havia uma relação "natural" entre "palavras" e "coisas" (cf.
em título francês - Les Mots et les Choses - de Foucault, ou The Order Of
Things: an Archaelogy of the Human Sciences, 1970), mas que havia também
uma ordem natural na sequência das coisas.
1O autor aqui utiliza o termo “coda”, que caracteriza graficamente o fechamento da seção de
uma peça musical.