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1.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Publicado pela primeira vez em 1990, o Índice de Desenvolvimento Humano


(IDH) foi criado por Mahbub ul Haq com a colaboração de Amartya Sen, com o
objetivo de sintetizar aspectos do desenvolvimento geral humano, em contraposição
ao Produto Interno Bruto (PIB), que considera apenas a dimensão econômica. Para
isso, três aspectos são considerados atualmente:

Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida;


O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de
educação de adultos, que é o número médio de anos de educação
recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e ii) a expectativa
de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar,
que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de
iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de
taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos
durante a vida da criança;
E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per
capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em
dólar, tendo 2005 como ano de referência. (Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento, 2018)

Além do IDH tradicional, atualmente há também o Índice de Desenvolvimento


Humano Municipal (IDH-M), que se trata de um ajuste metodológico do IDH aplicado
aos municípios. Destacam-se também outros indicadores que servem de
complemento ao IDH, como o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à
Desigualdade (IDHAD), o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) e o Índice de
Pobreza Multidimensional (IPM).

O cálculo do IDH é feito tomando como base a pontuação 1,0, de modo que,
quanto mais próximo desse valor, mais alto é o índice de desenvolvimento referido.
Os rankings são divididos em países com desenvolvimento humano muito alto
(≥0,800), alto (≥0,700), médio (≥0,550) e baixo (<0,550).
2. IDH do Brasil e IDH-M locais

Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano global de 2016, o Brasil


ocupa a a 79ª posição num ranking de 188 países, com um índice de 0,754,
considerado alto, embora se mantenha estagnado e feito o país perder algumas
posições desde 2014, segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD). O primeiro lugar é ocupado pela Noruega, com 0,949; e o
último pela República Centro-Africana, com 0,352.

No Brasil, é possível observar a diferença regional gritante nos índices de


desenvolvimento, dado que os estados das regiões Norte e Nordeste, exceto Amapá
e Roraima, possuem IDH igual ou menor abaixo de 0,7 enquanto nas outras regiões
esse número fica entre 0,700 e 0,799, exceto pelo Distrito Federal, com 0,824,
segundo dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, que indexa os IDH-
M do país, em 2010. No ranking de IDH dos estados brasileiros, a Bahia ocupa o 22º
lugar, com um índice de 0,660, considerado médio.

Ainda na Bahia, a cidade de Lauro de Freitas possui um índice de 0,754, que


se destaca das demais cidades da região metropolitana por estar abaixo apenas do
índice da capital, com 0,759. Esses valores são muito discrepantes da grande
maioria das outras cidades do estado, que possuem IDH-M menor ou igual a 0,699,
sendo que muitas estão no ranking baixo de desenvolvimento humano.

É possível notar ainda as diferenças de raça e gênero nos índices. Na Bahia,


a população negra possui um IDH-M de 0,646, considerado médio; e a população
branca, um índice de 0,712, considerado alto, segundo dados de 2010. É importante
destacar, no entanto, que a taxa de crescimento do IDH-M da população negra da
Bahia teve um crescimento de 33,2% de 2000 para 2010, maior que o da população
branca, de 23,4%. Já no aspecto do gênero, a população feminina possui um índice
de 0,672, enquanto a masculina é de 0,638, ambos considerados médios, e tiveram
um crescimento de 30,49% e 29,94% respectivamente.

Em Salvador e Região Metropolitana, a população negra apresenta um índice


de 0,724 enquanto para a população branca é de 0,824, classificados como alto e
muito alto, com crescimentos de 18,69% e 10,6%, respectivamente, de 2000 para
2010. Com relação ao gênero, as mulheres possuem um índice de 0,746 e os
homens, de 0,730, situando ambos na faixa de desenvolvimento alta. As taxas de
crescimentos nos índices para mulheres e homens entre 2000 e 2010 foram,
respectivamente de 16,74% e 14,96%.

3. IDH, Psicologia e sua função social

Os dados apresentados acima são de fundamental importância para a


compreensão das condições sob as quais as pessoas vivem e, para a Psicologia,
dizem muito sobre as bases materiais que determinam, entre outros fatores, a
constituição da subjetividade humana. Desse modo, como uma ciência e profissão
que se propõe a um compromisso social, entender as relações dos indivíduos com a
sociedade e as implicações da organização social (e suas desigualdades) sobre
estes se faz necessário.

Diversas autoras (BOCK, 2003; CAMPOS, 1983; DIMENSTEIN, 2000; LANE,


1989) tratam sobre como a Psicologia nasce e se estabelece como ciência e
profissão numa sociedade permeada por uma ideologia liberal, que sobrepõe o
indivíduo à coletividade e desconsidera os determinantes sociais e históricos na
construção de sua realidade. No Brasil, comprometida com as elites, voltada para a
categorização, diferenciação e controle de indivíduos, que formava profissionais
engessados num modo de trabalho privatista e pouco comprometido com a
transformação da realidade e, desse modo, legitimando a desigualdade social.

Dito isto, a partir desse histórico e num contexto de mudanças sócio-


econômicas no Brasil, a Psicologia passa a se inserir em novas áreas, e a se
deparar com a falta de recursos para lidar com um público e locais diferentes dos
tradicionais, provocando assim um questionamento dos psicólogos sobre sua função
e a busca por assumir um compromisso social (DIMENSTEIN, 2000).

Isso gera um movimento de reencontro à prática da contradominação na


história da Psicologia, segundo Regina Campos (1983), uma mudança na visão de
ser humano de do lugar do Psicólogo na divisão social do trabalho. Silvia Lane
(1989) fala sobre essa visão de ser humano a partir do materialismo histórico-
dialético a que se propõe a Psicologia Social, ressaltando a importância de que essa
visão se amplie a todas as áreas de atuação da Psicologia.
Tereza Sell (1982) reforça ainda a necessidade de leitura da realidade por
parte do profissional - da Psicologia, de considerar a vida do indivíduo para além do
isolamento clínico que se estabelece no consultório. É preciso ter uma noção de
saúde que perpasse os diferentes aspectos da realidade das pessoas, como o
acesso a bens e serviços, moradia, alimentação etc. A saúde mental não existe à
parte dos fatores mencionados, e o conhecimento dos indicadores dessas
realidades se faz necessário para que, como profissional, o Psicólogo seja um
recurso e um agente de transformação social.

Referências

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Mapa do desenvolvimento humano


no Brasil. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/mapa/> Acesso em:
06 mar. 2018

Bock, A. M. B. (2003). Psicologia e sua ideologia: 40 anos de compromisso com as


elites. In: A. M. B. Bock (Org.), Psicologia e o compromisso social. São Paulo:
Cortez Editora.

CAMPOS, R. H. F. A função social do psicólogo. In: YAMAMOTO, Oswaldo H.,


COSTA, Ana Ludmila F. Escritos sobre a profissão de psicólogo. EDUFRN, 2010.
p. 205-2014.

DIMENSTEIN, Magda. A cultura profissional do psicólogo e o ideário individualista:


implicações para a prática no campo da assistência pública à saúde. Estud. psicol.
(Natal), Natal , v. 5, n. 1, p. 95-121, Junho 2000 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413294X2000000100006
&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 06 Mar. 2018

LANE, S. T. M. A Psicologia Social e uma nova concepção do homem para a


Psicologia. (1989). In: Lane, S. T. M. & Codo, W. (Orgs.) Psicologia Social: o
homem em movimento. São Paulo: Brasiliense. p. 10-19

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O que é o IDH. Disponível


em: <http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-
idh.html> Acesso em: 06 mar. 2018

SELL, Tereza. Função social do psicólogo. Revista de Ciências Humanas,


Florianópolis, v. 1, n. 1, p. 86-91, jan. 1982. ISSN 2178-4582. Disponível em:
<https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/23715>. Acesso em: 06
mar. 2018.

United Nations Development Programme. Human Development Report 2016:


Development for everyone. 2016. Acesso em: 06 mar. 2018

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