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Serviço militar
Serviço/ramo Exército do Império Alemão
Anos de serviço 1914–1920
Graduação Gefreiter (cabo)
Unidade 16º Regimento Reserva Bávaro
Batalhas/guerras Primeira Guerra Mundial
Condecorações Cruz de Ferro 1ª e 2ª Classes
Distintivo dos feridos
Adolf Hitler (alemão: [ˈadɔlf ˈhɪtlɐ] ( ouvir); Braunau am Inn, 20 de abril de 1889 –
Berlim, 30 de abril de 1945), por vezes em português Adolfo Hitler[1][2][3], foi um
político alemão que serviu como líder do Partido Nazista (Nationalsozialistische
Deutsche Arbeiterpartei; NSDAP), Chanceler do Reich (de 1933 a 1945) e Führer
("líder") da Alemanha Nazista de 1934 até 1945. Como ditador do Reich Alemão, ele
foi o principal instigador da Segunda Guerra Mundial na Europa e figura central do
Holocausto.
Hitler nasceu na Áustria, então parte do Império Austro-Húngaro, e foi criado na cidade
de Linz. Mudou-se para a Alemanha em 1913 e serviu com distinção no exército alemão
durante a Primeira Guerra Mundial. Juntou-se ao Partido Alemão dos Trabalhadores,
precursor do Partido Nazista, em 1919, e tornou-se seu líder em 1921. Em 1923,
organizou um golpe de estado em Munique para tentar tomar o poder. O fracassado
golpe resultou na prisão de Hitler. Enquanto preso, ele ditou seu primeiro trabalho
literário, a sua autobiografia e manifesto político, Mein Kampf ("Minha Luta"). Quando
foi solto da cadeia, em 1924, Hitler ganhou apoio popular pela Alemanha com sua forte
oposição ao Tratado de Versalhes e promoveu suas ideias de pangermanismo,
antissemitismo e anticomunismo, com seu carisma e forte propaganda. Ele
frequentemente criticava o sistema capitalista e comunista como sendo parte de uma
conspiração judia. Em 1933, o Partido Nazista tornou-se o maior partido eleito no
Reichstag, com seu líder, Adolf Hitler, sendo apontado Chanceler da Alemanha no dia
30 de janeiro do mesmo ano. Após novas eleições, ganhas por sua coalizão, o
Parlamento aprovou a Lei habilitante de 1933, que começou o processo de transformar a
República de Weimar na Alemanha Nazista, uma ditadura de partido único totalitária e
autocrática de ideologia nacional socialista. Hitler pregava a eliminação dos judeus da
Alemanha e o estabelecimento de uma Nova Ordem para combater o que ele via como
"injustiças pós-Primeira Grande Guerra", numa Europa dominada pelos britânicos e
franceses.
Sob a liderança de Adolf Hitler, com uma ideologia racialmente motivada, o regime
nazista perpetrou um dos maiores genocídios da história da humanidade, matando pelo
menos 6 milhões de judeus e milhões de outras pessoas que Hitler e seus seguidores
consideravam como Untermenschen ("sub-humanos") e socialmente "indesejáveis". Os
nazistas também foram responsáveis pela morte de mais de 19,3 milhões de civis e
prisioneiros de guerra. Além disso, no total, 29 milhões de soldados e civis morreram
como resultado do conflito na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. O número de
fatalidades neste conflito foi sem precedentes e ainda é uma das guerras mais mortais da
história.
Índice
1 Primeiros anos
o 1.1 Ancestralidade
o 1.2 Infância e educação
o 1.3 Juventude em Viena e Munique
o 1.4 Primeira Guerra Mundial
2 Início da carreira política
o 2.1 Golpe da Cervejaria
o 2.2 Reconstruindo o Partido Nazista
3 Ascensão ao poder
o 3.1 Governo Brüning
o 3.2 Indicação para Chanceler
o 3.3 Incêndio do Reichstag e eleições de março
o 3.4 Dia de Potsdam e Lei habilitante de 1933
o 3.5 Expansão final dos poderes
4 Ditador da Alemanha
o 4.1 Economia e cultura
o 4.2 Rearmamento e novas alianças
5 Segunda Guerra Mundial
o 5.1 Sucessos diplomáticos iniciais
5.1.1 Aliança com o Japão
5.1.2 Áustria e Tchecoslováquia
o 5.2 Começo da Segunda Guerra Mundial
o 5.3 Caminho para a derrota
o 5.4 Derrota e morte
o 5.5 O Holocausto
6 Estilo de liderança
7 Legado
8 Visões religiosas
9 Saúde
10 Família
11 Em filmes de propaganda
o 11.1 Lista com alguns filmes
12 Ver também
13 Notas
14 Referências
o 14.1 Bibliografia
o 14.2 Online
15 Ligações externas
Primeiros anos
Ancestralidade
Alois, o pai de Hitler.
Seu pai, Alois Hitler, Sr. (1837–1903) era filho ilegítimo de Maria Anna
Schicklgruber.[4] Sua certidão de nascimento não trazia o nome do seu pai, então Alois
inicialmente assumiu o sobrenome da mãe, Schicklgruber. Em 1842, Johann Georg
Hiedler se casou com Maria Anna. Alois foi criado na família do irmão de Georg,
Johann Nepomuk Hiedler.[5] Em 1876, Alois foi legitimado e seu registro batismal foi
mudado por um padre para registrar Johann Georg Hiedler como pai de Alois
(registrado como "Georg Hitler").[6][7] Alois assumiu então o sobrenome "Hitler",[7]
também escrito e soletrado como Hiedler, Hüttler ou Huettler. O sobrenome Hitler é
provavelmente baseado em "aquele que vive em uma cabana" (alemão: Hütte para
"cabana").[8]
O oficial nazista Hans Frank sugeriu que a mãe de Alois era empregada doméstica em
uma casa de uma família judia em Graz, e que o filho de 19 anos desta família, Leopold
Frankenberger, seria o pai de Alois.[9] Mas nenhum Frankenberger foi registrado em
Graz neste período e nenhum documento comprova a existência de Leopold
Frankenberger,[10] então a maioria dos historiadores consideram que a ideia de que o avô
de Hitler era judeu é falsa.[11][12]
Infância e educação
Adolf Hitler com aproximadamente um ano de idade (c. 1889–90).
Adolf Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 em Braunau am Inn, uma cidade da Áustria-
Hungria (hoje em dia localizada na Áustria), próximo a fronteira do Império Alemão.[13]
Ele era um dos seis filhos nascidos de Alois Hitler e Klara Pölzl (1860–1907). Três dos
seus irmãos — Gustav, Ida e Otto — morreram ainda na infância.[14] Quando Hitler
tinha apenas três anos, sua família se mudou para Passau, na Alemanha.[15] Lá ele
adquiriu um dialeto bávaro, que trouxe uma marca reconhecível a sua voz.[16][17][18] A
família retornou para a Áustria e se assentou em Leonding em 1894 e em junho de 1895
Alois se aposentou em Hafeld, próximo de Lambach, onde ele passou a criar abelhas.
Hitler estudou numa Volksschule (escola pública) próximo a Fischlham.[19][20]
A mudança para Hafeld coincidiu com um aumento nos conflitos pai-filho causados
pela recusa de Hitler de se conformar à estrita disciplina de sua escola.[21] A ideia da
fazenda de abelhas de Alois Hitler em Hafeld terminou em fracasso e em 1897 a família
se mudou para Lambach. Aos oito anos de idade Hitler começou a ter aulas de canto e
chegou a se apresentar no coral de sua igreja. Neste período até considerou virar
padre.[22] Em 1898 retornou novamente para Leonding. A morte do seu irmão mais
novo, Edmund, devido ao sarampo, em 1900, afetou muito Hitler. Ele mudou de uma
pessoa confiável, extrovertida e um aluno consciencioso para um rapaz taciturno e
desapegado que batia de frente com seus pais e professores.[23]
Hitler em 1899, com nove ou dez anos.
Alois havia feito sucesso na carreira como funcionário público da alfândega e queria
que seu filho seguisse seus passos.[24] Hitler descreveu mais tarde um dia que seu pai o
levou até o escritório em que trabalhava, dizendo que este evento que deu origem a um
antagonismo irreconciliável entre pai e filho, já que ambos tinham temperamento
forte.[25][26][27] Ignorando a vontade do filho de frequentar uma escola clássica e se tornar
um artista, Alois enviou Hitler para um Realschule (uma escola secundária) em Linz em
setembro de 1900.[nota 1][28] Hitler rebelou-se contra esta decisão e no livro Mein Kampf
afirmou que propositalmente foi mal na escola, esperando que uma vez que seu pai
visse o pouco progresso que fazia na escola técnica ele então o deixaria perseguir seu
sonho numa escola artística.[29]
Desde 1905, Hitler passou a viver uma vida boêmia em Viena, financiada pela pensão
de órfão que recebia e do apoio proveniente de sua mãe. Ele teve vários trabalhos,
incluindo o de pintor, vendendo aquarelas de locais turísticos de Viena. A Academia de
Belas-Artes o rejeitou em 1907 e em 1908, afirmando que ele era "inapto para
pintura".[37][38] O diretor da academia sugeriu que Hitler estudasse arquitetura, que
também era do seu interesse, mas ele não tinha as qualificações acadêmicas já que ele
não tinha terminado a escola secundária.[39] Em 21 de dezembro de 1907, sua mãe
morreu de câncer de mama aos 47 anos. Hitler acabou ficando sem dinheiro e foi
forçado a viver em abrigos para sem-tetos.[40]
No tempo que vivia lá, Viena era um viveiro de preconceito religioso e racismo.[41] O
medo de serem sobrepujados por imigrantes vindos do leste Europeu era grande e o
prefeito populista Karl Lueger explorava a retórica anti-semita para fins políticos. O
nacionalismo alemão estava em alta no distrito de Mariahilf, onde Hitler vivia.[42] O
nacionalista Georg Ritter von Schönerer, que advogava o pangermanismo, anti-
semitismo, anti-eslavismo e anti-catolicismo, era uma grande influência para Hitler.[43]
Ele lia jornais como o Deutsches Volksblatt que espalhava preconceito e cultivava o
medo dos cristãos de serem inundados pelo influxo de judeus do leste.[44] Hitler também
lia jornais que pregavam o darwinismo social e exploravam algumas das ideias dos
filósofos Nietzsche, Le Bon e Schopenhauer.[45] Era hostil ao que ele via como
"Germanofobia Católica" e demonstrou admiração por Martinho Lutero.[46]
Hitler recebeu a parte final da pensão do seu pai em maio de 1913 e se mudou para
Munique, no sul da Alemanha.[53] Historiadores acreditam que ele deixou Viena para
fugir do alistamento do exército austro-húngaro.[54] Hitler mais tarde afirmou que não
queria servir no exército austríaco devido a alta miscigenação das forças armadas.[53]
Após ser julgado inapto para o serviço — ele falhou em um exame físico em Salzburgo
em 5 de fevereiro de 1914 — retornou para Munique.[55]
Hitler (na extrema direita, sentado) com seus camaradas do Regimento de Infantaria
Bávaro (c. 1914–18).
Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, Hitler vivia em Munique e, embora fosse
um cidadão austríaco, ele se voluntariou no Exército da Baviera.[56] Um relatório feito
pelas autoridades bávaras em 1924 diz que Hitler serviu no exército local por erro.[56]
Ele se juntou ao 16º Regimento Reserva de Infantaria Bávara (1ª Companhia do
Regimento),[57][56] servindo como mensageiro na Frente Ocidental na França e na
Bélgica, uma função perigosa, que envolvia exposição a fogo inimigo, em vez da
proteção proporcionada por uma trincheira.[58] Serviu também parte do tempo no
quartel-general do regimento em Fournes-en-Weppes.[59][60] Ele esteve presente nas
batalhas de Ypres, do Somme (onde foi ferido), de Arras e de Passchendaele.[61] Ele foi
condecorado por bravura, recebendo a Cruz de Ferro, de segunda classe, ao fim de
1914.[61] Sob recomendação do oficial judeu Hugo Gutmann, Hitler recebeu outra
medalha, a Cruz de Ferro de primeira classe, em 4 de agosto de 1918, uma
condecoração raramente dada a um soldado de sua patente (Gefreiter).[62][63] Ele
também recebeu o Distintivo de Ferido em 18 de maio de 1918.[64] A folha de serviço de
Hitler, no geral, foi exemplar, mas nunca foi promovido além de Cabo, que era a patente
mais alta oferecida a um estrangeiro no exército alemão à época.[65]
Adolf Hitler como um soldado da Primeira Grande Guerra (1914–1918).
Durante seu serviço no Quartel-general, Hitler continuou seu trabalho como artista,
fazendo desenhos e ilustrações para o jornal do exército. Durante a batalha do Somme,
em outubro de 1916, ele foi ferido na coxa quando um disparo de artilharia caiu perto de
sua posição.[66] Hitler passou dois meses em um hospital em Beelitz, retornando ao seu
regimento em 5 de março de 1917.[67] Em 15 de outubro de 1918, ele foi cegado
temporariamente por gás mostarda durante um ataque e foi hospitalizado em
Pasewalk.[68] Enquanto estava lá, Hitler foi informado da derrota da Alemanha. Segundo
ele próprio, ao receber esta notícia, sofreu novamente por cegueira devido a tristeza.[69]
Hitler descreveu seu tempo na guerra como "a maior das experiências". Ele foi muito
elogiado por seus oficiais superiores devido a bravura que demonstrava.[70] Sua
experiência em combate reforçou seu patriotismo, tornando ele um nacionalista
apaixonado. Hitler ficou chocado com a capitulação da Alemanha em novembro de
1918.[71] Sua amargura a respeito do colapso do esforço de guerra moldou sua
ideologia.[72] Como muitos outros nacionalistas alemães e veteranos de guerra, ele
acreditava no Dolchstoßlegende (a "teoria da punhalada nas costas"), que consistia na
ideia de que o exército alemão, "invicto no campo de batalha", fora traído e apunhalado
pelas costas pela liderança política civil e pelos marxistas, que mais tarde foram
chamados pelos nazistas de "criminosos de novembro".[73]
O Tratado de Versalhes de 1919 julgou que a Alemanha era a única responsável pela
guerra e portanto deveria ser severamente punida. O país perdeu várias partes do seu
território e a região estratégica da Renânia foi desmilitarizada. O tratado também impôs
pesadas sanções econômicas e exigiu que o país pagasse grandes reparações para as
nações vencedoras. Muitos alemães viram o tratado como uma humilhação injusta.[74] O
rancor com o Tratado de Versalhes, junto com a grave crise econômica, social e política
do pós-guerra na Alemanha seria explorado por Hitler para fins políticos.[75]
Após a primeira guerra mundial, Hitler retornou para Munique.[76] Sem uma educação
formal ou prospectos de carreira, ele decidiu permanecer no exército.[77] Em julho de
1919, ele foi apontado como Verbindungsmann (agente de inteligência) da
Aufklärungskommando (Comando de Reconhecimento) do Reichswehr (o novo exército
alemão), com o propósito de influenciar outros soldados e se infiltrar no Partido Alemão
dos Trabalhadores (DAP). Enquanto monitorava as atividades do DAP, Hitler foi
atraído pelo fundador do partido, Anton Drexler, e sua retórica anti-semita, nacionalista,
anti-capitalista e anti-marxista.[78] Drexler favorecia um governo forte e ativo, uma
versão não judaica do socialismo (como ele descrevia), e solidariedade entre os
membros da sociedade. Impressionado com as capacidades oratórias de Hitler, Drexler
o convidou para se juntar ao DAP. Hitler aceitou a 12 de setembro de 1919,[79] se
tornando o membro nº 555 (o partido havia começado a contagem de membros no
número 500 para dar a impressão de serem maiores do que realmente eram).[80]
Em junho de 1921, enquanto Hitler e Eckart estavam em uma viagem para angariar
fundos em Berlim, um motim irrompeu na sede do NSDAP em Munique. Membros do
comitê executivo queriam fundir a legenda com os rivais do Partido Socialista Alemão
(DSP), que também era de extrema-direita.[89] Hitler retornou para Munique em 11 de
julho e, com raiva, renunciou sua filiação do partido. Os membros do comitê sabiam
que a resignação da sua principal figura pública e orador significaria o fim do
partido.[90] Hitler anunciou que ele retornaria a legenda na condição de que ele
substituiria Drexler na liderança do partido e o quartel-general deles permaneceria em
Munique.[91] O comitê aceitou e ele formalmente retornou ao NSDAP em 26 de julho
como o membro nº 3 680. Hitler continuou a enfrentar oposição dentro do próprio
NSDAP: entre seus principais oponentes estava Hermann Esser, que fora expulso do
partido. Foram impressos mais de 3 000 panfletos criticando Hitler, o acusando de ser
um traidor.[91][nota 2] Nos dias seguintes, Hitler discursou em vários locais (sempre
lotados) e se defendeu, atacando Esser, sempre recebendo estrondosos aplausos. Sua
estratégia foi bem sucedida e em uma reunião com a cúpula do partido, em 29 de julho,
foi concedido a ele poderes absolutos dentro do Partido Nazista, substituindo Drexler,
numa votação de 533 a 1.[92]
“ ”
Nós nos irrompemos em um frenesi de orgulho nacionalista que beirava
a histeria. Por vários minutos, nós gritávamos a plenos pulmões, com
lágrimas caindo dos nossos rotos: Sieg Heil, Sieg Heil, Sieg Heil!
Daquele momento em diante, eu pertencia, de corpo e alma, a Adolf
Hitler.[99]
Contudo, alguns visitantes que encontraram Hitler em privado notavam que sua
aparência e comportamento não eram nada impressionantes.[100][101]
Entre seguidores que o apoiaram desde o início inclui Rudolf Hess, o ex piloto Hermann
Göring e o capitão do exército Ernst Röhm. Hitler recrutou Röhm para organizar e
comandar o grupo paramilitar conhecido como Sturmabteilung (SA), que servia como
braço armado do partido, protegendo as reuniões e os líderes nazistas e também
atacavam oponentes políticos. Uma influência importante sobre o pensar de Hitler
aconteceu durante o período da Aufbau Vereinigung,[102] um grupo conspiratório
formado por "russos brancos" (como eram chamados os monarquistas
contrarrevolucionários do antigo Império Russo) exilados e nacionais socialistas no
início. Este grupo, financiado por industrialistas ricos, introduziu a Hitler a ideia de uma
conspiração judaica internacional, ligada ao movimento bolchevique.[103]
Golpe da Cervejaria
Em 1923, Hitler se aproximou do general Erich Ludendorff, que também era veterano
da primeira guerra mundial, para tentar tomar o poder na Baviera através de um golpe
(conhecido como "Putsch da Cervejaria"). O Partido Nazista se inspirou no fascismo
italiano como modelo para sua aparência, estilo e até políticas. Hitler queria emular a
"Marcha sobre Roma" de Benito Mussolini, feita em 1922, dando seu próprio golpe em
Munique, desafiando o governo central em Berlim. Hitler e Ludendorff buscaram apoio
do Staatskommissar (comissário do estado) Gustav Ritter von Kahr, o de facto
governador da Baviera. Contudo, Kahr, junto com o chefe de polícia Hans Ritter von
Seisser e o general do exército Otto von Lossow, queriam tentar seu próprio golpe e
instituir no país uma ditadura militar sob sua liderança, sem a participação de Hitler.[104]
Enquanto estava preso em Landsberg, Hitler ditou boa parte do seu livro Mein Kampf
("Minha Luta"; originalmente chamado de Quatro anos e meio de Lutas contra
Mentiras, Estupidez e Covardice) para o seu ajudante, Rudolf Hess.[114] O livro,
dedicado ao membro da Sociedade Thule e amigo Dietrich Eckart, era uma
autobiografia e exposição de suas ideologias. O livro detalhou os planos de Hitler para
transformar a sociedade alemã sob apenas uma raça. Algumas passagens do livro
deixavam explicita a ideia de um genocídio.[115] Publicado em dois volumes, em 1925 e
1926, vendeu pelo menos 228 000 cópias entre 1925 e 1932. Um milhão de cópias
foram vendidas então apenas em 1933, o primeiro ano de Hitler no poder.[116]
Pouco antes de Hitler poder entrar com um pedido de condicional, o governo da Baviera
tentou extraditá-lo para a Áustria.[117] Contudo, o Chanceler da Áustria, Rudolf Ramek,
recusou o pedido.[118] Hitler renunciou sua cidadania austríaca em 7 de abril de
1925.[118]
No período que Hitler foi solto da cadeia, a situação política na Alemanha havia se
tornado menos combativa e a situação da economia havia melhorado, limitando as
oportunidades políticas de Hitler para agitação política. Como resultado do golpe
fracassado, o Partido Nazista e suas organizações filiadas foram banidas da Baviera .
Após um encontro com Heinrich Held, então primeiro-ministro bávaro, em 4 de janeiro
de 1925, Hitler concordou em respeitar a autoridade do estado e prometeu que buscaria
poder político agora apenas por meios democráticos. Um mês depois da reunião, o
Partido Nazista deixou de ser banido e voltou a ativa.[119] Hitler, contudo, foi barrado de
fazer discursos públicos mas este banimento foi suspenso também em 1927.[120][121] Para
avançar suas ambições políticas, apesar destes contratempos, Hitler nomeou Gregor
Strasser, Otto Strasser e Joseph Goebbels para organizar e fazer crescer o Partido
Nazista no norte da Alemanha. Um grande organizador, Gregor Strasser dirigiu um
curso político mais independente, enfatizando os elementos socialistas do programa do
partido.[122]
Ascensão ao poder
Ver artigo principal: Ascensão de Hitler ao poder
Governo Brüning
Apesar de Hitler ter renunciado a sua cidadania austríaca em 1925, demorou cerca de
sete anos para ele se tornar cidadão alemão. Isso significava que, na prática, ele era um
apátrida e não podia se candidatar a um cargo público e até podia ser deportado.[133] Em
25 de fevereiro de 1932, o ministro do interior de Brunswick, Dietrich Klagges, que era
membro do Partido Nazista, nomeou Hitler como administrador da delegação do estado
para o Reichsrat em Berlim, fazendo de Hitler um cidadão de Brunswick,[134] e assim
um alemão.[135]
Em 1932, agora como pleno cidadão alemão, Hitler concorreu contra Paul von
Hindenburg nas eleições presidenciais. A 27 de janeiro de 1932, ele fez um discurso no
Clube Industrial de Düsseldorf e lá conquistou apoio dos principais empresários
industrialistas alemães.[136] Hindenburg tinha apoio de vários partidos nacionalistas,
monarquistas, católicos e republicanos, e até mesmo dos Sociais Democratas. Hitler
usou como slogan de campanha a frase "Hitler über Deutschland" ("Hitler sobre a
Alemanha"), uma referência as suas ambições políticas e sua campanha, sendo que ele
viajava muito de aeronave pelo país.[137] Ele foi um dos primeiros políticos a usar
viagens do avião para fins políticos e utilizava este método rápido de viagem de forma
eficiente.[138][139] Hitler terminou em segundo lugar nesta eleição, ganhando cerca de
36% dos votos (ou 13,418,517 de pessoas). Apesar dele ter perdido o pleito para
Hindenburg, esta eleição estabeleceu Hitler como uma figura forte na política alemã.[140]
A ausência de um governo eficiente fez com que dois políticos influentes, Franz von
Papen e Alfred Hugenberg, juntos com vários industrialistas e empresários, escrevessem
uma carta para Hindenburg. Os signatários pediram para o presidente apontar Adolf
Hitler como líder do governo "independente dos partidos parlamentares", dizendo que
isso iria "encantar milhões de pessoas".[141][142]
Hitler, na janela da Chancelaria do Reich, sendo ovacionado por seus apoiadores na sua
investidura como Chanceler, em 30 de janeiro de 1933.
Hindenburg desprezava Hitler, mas foi ficando sem opções, com o governo no
Parlamento a beira do colapso, sem base política para se sustentar. Relutantemente, o
presidente decidiu concordar em indicar Hitler para o cargo de chanceler (chefe de
governo) após duas turbulentas eleições parlamentares — em julho e novembro de 1932
— que não tinham conseguido formar um governo de maioria. Hitler liderou uma
coalizão, que durou pouco tempo, formada pelo Partido Nazista e os apoiadores de
Alfred Hugenberg do Partido Popular Nacional Alemão (DNVP). Em 30 de janeiro de
1933, um novo gabinete foi formado e oficializado no escritório do presidente
Hindenburg. O Partido Nazista ganhou três postos no governo: Hitler passou a ser o
chanceler, Wilhelm Frick o Ministro do Interior do país e Hermann Göring o Ministro
do Interior da Prússia.[143] Hitler queria estes postos ministeriais pois ele almejava
controlar por completo a polícia alemã.[144]
Como chanceler, Hitler trabalhou para impedir que os oponentes do Partido Nazista se
unificassem e tentassem formar um governo de coalizão de maioria contra ele. A
oposição, contudo, não conseguia se unificar, com os comunistas e socialistas não se
entendendo com os partidos sociais democratas de esquerda. Com o impasse político se
acentuando no Reichstag, Hitler pediu para o presidente Hindenburg dissolver o
parlamento e convocar novas eleições para março. Em 27 de fevereiro de 1933, o prédio
do Reichstag pegou fogo e ficou parcialmente destruído. Hermann Göring culpou os
comunistas pelo atentado. De fato, um comunista holandês Marinus van der Lubbe foi
capturado dentro do edifício.[145] De acordo com o historiador britânico Sir Ian
Kershaw, o consenso entre os acadêmicos era que van der Lubbe possivelmente foi
mesmo o responsável pelo incêndio.[146] Outros, contudo, incluindo William L. Shirer e
Alan Bullock, e acreditam que os próprios nazistas foram os responsáveis, em uma
operação de bandeira falsa.[147][148] Por insistência de Hitler, Hindenburg aprovou o
Decreto do Incêndio do Reichstag de 28 de fevereiro de 1933, que suspendeu vários
direitos civis e permitiu que o governo fizesse prisões sem mandato judicial. O decreto
era permitido devido ao Artigo 48 da Constituição de Weimar, que dava ao presidente
poderes emergenciais para proteger a população e manter a ordem pública.[149] As
atividades do Partido Comunista Alemão (KPD) foram reprimidas e mais de 4 000
comunistas foram presos.[150]
Além da campanha política, o Partido Nazista engajou em violência paramilitar nas ruas
e espalhou propaganda anticomunista antes das próximas eleições. No dia do pleito, a 6
de março de 1933, os nazistas conquistaram 43,9% dos votos (ou 17,277,180 de
pessoas) e se tornaram o maior partido no Parlamento. Ainda assim, o partido de Hitler
não tinha maioria absoluta para formar um governo de maioria, necessitando fazer outra
coalizão com o DNVP.[151]
Em 21 de março de 1933, o novo Reichstag foi constituído com uma cerimônia feita na
Igreja Garrison em Potsdam. Este "Dia de Potsdam" deveria demonstrar a unidade entre
o movimento nazista e a velha elite prussiana e militar. Hitler utilizava um fraque e
humildemente e com toda a reverência cumprimentou o presidente Hindenburg.[152][153]
Para conquistar controle político total, apesar de não ter maioria absoluta no parlamento,
o governo de Hitler levou para votação no recém eleito Reichstag o projeto de lei
Ermächtigungsgesetz (Lei habilitante de 1933). A lei, oficialmente chamada Gesetz zur
Behebung der Not von Volk und Reich ("Lei para Redimir a angústia do Povo e do
Reich"), deu a Hitler e seu gabinete de governo o poder de passar leis sem o
consentimento do Parlamento por um período de quatro anos. Estas leis (com certas
exceções) não eram contempladas pela constituição.[154]
Tendo alcançado poder legislativo e executivo total, Hitler e seus aliados iniciaram o
processo de reprimir a oposição. O Partido Social Democrata foi banido e seus bens
apreendidos.[160] Enquanto várias lideranças de sindicatos estavam em Berlim para as
atividades do Dia de Maio, soldados das SA atacaram escritórios dos líderes de
sindicatos por todo o país. Em 2 de maio de 1933 todos os sindicatos foram dissolvidos
e seus presidentes foram presos. Muitos foram enviados para os recém abertos campos
de concentração, onde os nazistas passaram a aprisionar os seus oponentes políticos.[161]
A Frente Alemã para o Trabalho, uma organização que visava representar todos os
trabalhadores, administradores e donos de companhias, foi criada refletindo o conceito
nazista de Volksgemeinschaft ("comunidade do povo").[162]
Em 1934, Hitler se tornou o Chefe de Estado da Alemanha sob o título de Führer und
Reichskanzler ("Líder e Chanceler do Reich").
Ao fim de junho, vários partidos, não só de esquerda, passaram a ser dissolvidos. Isto
incluiu o antigo parceiro de coalizão dos Nazistas, o DNVP; com a ajuda dos
paramilitares da SA, Hitler forçou o seu líder, Alfred Hugenberg, a renunciar em 29 de
junho. Duas semanas depois, o Partido Nazista foi declarado o único partido legal na
Alemanha.[162][160] A ascensão da SA como uma força política e militar causava
ansiedade entre as elites militares, industriais e políticas na Alemanha. Em resposta,
Hitler decidiu expurgar a liderança da SA na chamada "Nacht der langen Messer" (a
"Noite das facas longas"), que aconteceu de 30 de junho a 2 de julho de 1934.[163] Hitler
mirou no seu velho amigo Ernst Röhm e em outros líderes da SA que, junto com outros
adversários políticos (como Gregor Strasser e Kurt von Schleicher), foram presos e
executados.[164] Enquanto várias nações e muitos alemães ficaram chocados com os
assassinatos, a maioria da população da Alemanha acreditava que estas ações eram
simplesmente Hitler restaurando a ordem no país.[165] O presidente Hindenburg, então
prestes a completar 87 anos de idade, ficou desorientado ao ser informado sobre o
massacre.[166]
Como chefe de estado, Hitler se tornou o comandante em chefe das forças armadas. O
tradicional juramento de lealdade feito pelos militares passou a ser um voto de lealdade
pessoal a Hitler.[170] Em 19 de agosto, a fusão da presidência e da chancelaria foi
aprovada por quase 90% da população mediante plebiscito.[171]
No começo de 1938, Hitler usou de chantagem para consolidar seu poder sobre os
militares instigando o Caso Blomberg-Fritsch. Hitler forçou seu ministro da guerra, o
marechal Werner von Blomberg, a renunciar usando um dossiê que dizia que a nova
esposa de Blomberg já tinha sido uma prostituta.[172][173] O comandante do exército, o
coronel-general Werner von Fritsch foi removido do seu cargo também após a
Schutzstaffel (SS) produzir alegações de que ele tinha tido uma relação homossexual no
passado.[174] Na verdade, ambos estes homens haviam caído em desgraça com Hitler
quando eles se opuseram a ordem do Führer para a Wehrmacht se preparar para uma
guerra até 1938.[175] Hitler substituiu o ministério da guerra pelo Oberkommando der
Wehrmacht (OKW, ou "Alto Comando das Forças Armadas"), sob a chefia do general
Wilhelm Keitel. No mesmo dia, dezesseis generais foram demitidos dos seus cargos e
outros quarenta e quatro foram transferidos; todos estes homens eram suspeitos de não
serem tão pró-nazismo.[176] Em fevereiro de 1938, mais doze generais foram afastados
dos seus cargos.[177]
Hitler queria dar a sua ditadura toda a aparência de legalidade. Várias das leis que ele
passou eram protegidas pelo Decreto do Incêndio do Reichstag e assim respeitando o
Artigo 48 da Constituição de Weimar. O Parlamento renovou a Lei de Habilitante mais
duas vezes, cada uma por um período de quatro anos.[178] Enquanto eleições para o
Reichstag continuaram (em 1933, 1936 e 1938), era apresentado aos eleitores uma lista
com candidatos nazistas e pró-nazistas, que levaram em cada eleição pelo menos 90%
dos votos válidos.[179] A votação não era secreta; os nazistas ameaçavam com duras
represálias quem votasse contra ou aqueles que pretendessem não votar.[180]
Ditador da Alemanha
Ver artigo principal: Alemanha Nazi
Economia e cultura
Em 3 de fevereiro de 1933, durante uma reunião com a liderança militar alemã, Hitler
falou que a "conquista do Lebensraum no Leste e a implacável Germanização" eram
seus objetivos principais de política externa.[188] Em março, o príncipe Bernhard
Wilhelm von Bülow, secretário do Auswärtiges Amt (Ministério de Relações
Exteriores), emitiu uma declaração dos principais objetivos de política externa do país:
o Anschluss com a Áustria, a restauração das fronteiras nacionais de 1914 da Alemanha,
rejeição de todas as restrições militares impostas pelo Tratado de Versalhes, devolução
das colônias alemãs na África e a criação de uma zona de influência alemã na Europa
Oriental. Hitler achava, na verdade, os objetivos de Bülow modestos demais.[189] Em
discursos feitos na época, ele afirmou que suas políticas eram pacíficas e estava disposto
a trabalhar dentro dos acordos internacionais.[190] Na sua primeira reunião de gabinete
em 1933, Hitler priorizou aumento de gastos com os militares.[191]
Áustria e Tchecoslováquia
Entre 28 e 29 de março de 1938, Hitler teve várias reuniões secretas em Berlim com
Konrad Henlein do Sudetendeutsche Partei, o maior partido pan-germânico dos
Sudetos. Os dois concordaram que Henlein passaria a exigir do governo tchecoslovaco
mais autonomia para os alemães dos Sudetos, assim dando um motivo para intervenção
militar alemã no país. Em abril de 1938, Henlein disse para o ministro de relações
exteriores da Hungria que "não importa o que o governo tcheco ofereça, ele aumentaria
as exigências [...] ele queria sabotar um entendimento de toda a forma porque essa era a
única maneira de explodir a Tchecoslováquia rapidamente".[211] Em privado, Hitler
considerava a região dos sudetos como não muito importante; seu principal objetivo era
conquistar a Tchecoslováquia e tomar o controle de sua forte indústria.[212]
Outubro de 1938: Hitler (em pé na sua Mercedes) sendo saudado pela população de
Cheb (em alemão: Eger), na parte de maioria alemã do Sudetos na região da
Tchecoslováquia, que foi anexada a Alemanha após a assinatura do Acordo de
Munique.
Ainda em abril de 1938, Hitler ordenou que o quartel-general das forças armadas (o
OKW) preparasse um plano, o Fall Grün ("Caso Verde"), para a invasão da
Tchecoslováquia.[213] Como resultado de intensa pressão diplomática por parte dos
franceses e britânicos, a 5 de setembro, o presidente tchecoslovaco Edvard Beneš
anunciou o "quarto plano" para reorganização constitucional do seu país, cedendo as
exigências de Henlein a respeito da autonomia dos Sudetos.[214] Alemães tchecos
simpatizantes dos nazistas passaram então organizar protestos e ações contra o governo,
enfrentando a polícia tcheca, forçando a declaração de lei marcial nos Sudetos.[215][216]
Em discussões privadas em 1939, Hitler declarou que o Reino Unido era o principal
inimigo do país e que a Polônia deveria ser obliterada como preludio para a guerra com
os ingleses.[229] O flanco leste da Alemanha tinha que estar seguro e terras da
Lebensraum adicionadas ao país.[230] Em 31 de março de 1939, o governo britânico
"garantiu" apoio para um Estado polonês independente e isso irritou os nazistas. Hitler
afirmou: "Vou preparar-lhes uma bebida do diabo".[231] Em um discurso em
Wilhelmshaven para o lançamento do navio de guerra Tirpitz, em 1 de abril, ele
ameaçou romper o Acordo Naval Anglo-Germânico se os britânicos continuassem a
dispensar apoio para os poloneses, numa política que ele descreveu como um
"cerco".[231] Para os nazistas, a Polônia deveria virar um estado satélite alemão ou
deveria ser neutralizada para garantir a segurança do flanco esquerdo do Reich para
impedir um bloqueio inglês.[232] Hitler inicialmente favorecia a ideia de criar estados
satélites nas fronteiras, mas após a rejeição do governo polonês para algum tipo de
acordo, ele decidiu que iria invadir o país e fez disso seu objetivo de política externa
para 1939.[233] Em 3 de abril, Hitler ordenou que as forças armadas preparassem um
plano, o Fall Weiss ("Caso Branco"), para atacar a Polônia.[233] Em um discurso para o
Reichstag, em 28 de abril, ele renunciou tanto o Acordo Naval Anglo-Germânico como
o Pacto de não agressão germano-polonês.[234]
A Polônia foi conquistada em apenas um mês. O que se seguiu foi um período chamado
de "Guerra de Mentira" ou Sitzkrieg ("guerra sentada"). Hitler instruiu então que os dois
Gauleiters da Polônia, Albert Forster (do Reichsgau Danzig Westpreußen) e Arthur
Greiser (do Reichsgau Wartheland), a iniciar o processo de "germanização" dos
territórios ocupados, "sem querer saber" como isso seria alcançado.[247] Os alemães
então começaram um brutal processo de limpeza étnica contra a população polonesa,
mirando especialmente na população judaica local.[247] Greiser reclamou com Hitler que
Forster estava aceitando milhares de poloneses como "racialmente" alemães, ameaçando
a "pureza racial" pregada pelo nazismo. Hitler não se interessou em se envolver. Esse
tipo de inação fazia parte de um dos estilos de trabalhar do Führer: Hitler dava
instruções vagas e esperava que seus subordinados agissem em suas próprias
políticas.[247]
Outra disputa começou com Heinrich Himmler e Greiser, que advogavam políticas de
limpeza racial, contra Hermann Göring e Hans Frank (Governador do Governo Geral da
Polônia ocupada), que queriam transformar o território polonês no "celeiro" do Reich,
utilizando mão de obra local escrava.[248] Em 12 de fevereiro de 1940, Hitler decidiu por
favorecer a visão de Göring e Frank, que terminou com as deportações em massa que
não eram boas para a economia.[248] A partir de maio de 1940, milhares de poloneses
passaram a ser usados como escravos para suprir a máquina de guerra da Alemanha.[248]
Hitler elogiou os planos de Himmler e iniciou uma política para lidar com os judeus na
Polônia, dando início ao Holocausto em território polonês.[248]
Hitler durante sua visita a cidade de Paris, logo após a queda da cidade. Ele esta
acompanhado por Albert Speer (esquerda) e o escultor Arno Breker (direita), em 23 de
junho de 1940.
Em 18 de dezembro de 1941, Himmler perguntou a Hitler, "O que fazer com os judeus
da Rússia?" e recebeu como resposta: "als Partisanen auszurotten" ("extermine-os
como partisans").[268] O historiador israelense Yehuda Bauer afirma que esta ordem é
provavelmente a coisa mais perto que os acadêmicos chegaram de encontrar uma ordem
específica de genocídio por parte do Führer durante o Holocausto.[268]
Entre 1939 e 1945, vários alemães tentaram assassinar Hitler, fracassando todas as
vezes.[277] A maioria aconteceu dentro da Alemanha e a resistência alemã ganhou mais
força com o passar do tempo, quando a derrota parecia mais eminente.[278] Em 1944 foi
organizado o atentado de 20 de julho, através da Operação Valquíria, planejado pelo
coronel Claus von Stauffenberg que plantou uma bomba no quartel-general do Führer, a
Toca do Lobo (Wolfsschanze), em Rastenburg. Hitler sobreviveu com alguns poucos
ferimentos. Mais de 4 900 alemães foram mortos nas represálias nazistas.[279]
Derrota e morte
Hitler encontrando com o almirante Karl Dönitz, que o sucederia interinamente como
presidente do Reich após sua morte.
O jornal das forças armadas americanas, o Stars and Stripes, em 2 de maio de 1945,
anunciando a morte de Hitler.
Durante uma conferência com seus líderes militares em seu bunker, em 22 de abril de
1945, Hitler perguntou se Steiner já tinha começado o seu ataque. Porém falaram a ele
que a ofensiva sequer tinha começado e que as tropas soviéticas já estavam marchando
por Berlim. Hitler pediu então para que todos exceto Wilhelm Keitel, Alfred Jodl, Hans
Krebs e Wilhelm Burgdorf deixassem a sala e então começou a gritar irritado.[290] Ele
afirmou que a liderança das forças armadas eram incompetentes e traidoras e, pela
primeira vez, declarou que "tudo estava perdido".[261] Hitler anunciou que permaneceria
em Berlim até o amargo final e não seria capturado vivo, preferindo se suicidar.[291]
Perto da meia-noite de 29 de abril, Hitler se casou com a sua amante de longa data Eva
Braun em uma pequena cerimonia dentro do Führerbunker. Após um café da manhã
com sua nova esposa, Hitler ditou seu testamento político para sua secretária particular
Traudl Junge.[299][nota 3] O evento foi testemunhado e os documentos assinados por
Krebs, Burgdorf, Goebbels e Martin Bormann.[300] Logo depois, na parte da tarde, Hitler
foi informado da execução de Mussolini, que havia sido preso e torturado antes de
morrer, e depois teve seu corpo pendurado em praça pública para ser cuspido pela
população. Isso aumentou a determinação de Hitler de se suicidar para evitar a captura e
deu ordens específicas para que seu cadáver fosse queimado e seus restos
escondidos.[301]
O Holocausto
Ver artigos principais: Holocausto, Solução final e Lista dos campos de concentração
nazistas
“ ”
Se os financiadores judeus internacionais de dentro e fora da Europa
forem bem sucedidos em mergulhar as nações mais uma vez numa
guerra mundial, então o resultado não seria a bolchevização da Europa,
e, assim, a vitória dos judeus, mas a aniquilação da raça judia da
Europa![311]
— Discurso de Adolf Hitler no Reichstag, em 30 de janeiro de 1939.
O genocídio foi ordenado por Hitler e organizado por Heinrich Himmler e Reinhard
Heydrich. Os arquivos da Conferência de Wannsee, que aconteceu em 20 de janeiro de
1942 e foi presidido por Heydrich, na presença de quinze oficiais de alta patente
nazistas, mostram a prova definitiva de que o genocídio em massa (o Holocausto) foi
sistemático e premeditado. Em 22 de fevereiro, Hitler afirmou: "nós iremos reganhar
nossa saúde apenas eliminando os judeus".[317] Apesar de nunca ter havido uma ordem
direta e expressa de Hitler autorizando os assassinatos em massa,[318] em seus discursos
públicos, ordens dos seus generais e diários oficiais nazistas, demonstram que ele
concebeu e autorizou o extermínio dos judeus da Europa.[319][320] Ele autorizou as ações
dos Einsatzgruppen — esquadrões da morte da SS que atuavam principalmente na
Polônia, nos Bálcãs e na União Soviética[321] — e estava ciente de todas as suas
atividades.[319][322] No verão de 1942, Auschwitz foi expandido para atender a um maior
número de deportados para serem mortos ou escravizados.[323] Campos de concentração,
pequenos e grandes, começaram a aparecer pela Europa, com vários destes devotados
primordialmente para o extermínio. Apenas em Auschwitz-Birkenau morreram mais de
um milhão de pessoas.[324]
Entre 1939 e 1945, a Schutzstaffel (SS), auxiliados por colaboradores dos países
ocupados, foram os principais responsáveis pelos mais de onze milhões de mortos no
Holocausto,[325][313] incluindo 5,5 a 6 milhões de judeus (ou quase dois terços da
população judia da Europa),[326][327] e 200 000 a 1 500 000 ciganos porajmos.[328][327] As
mortes aconteceram primordialmente em campos de concentração e de extermínio, nos
guetos e em outras áreas de execução em massa. Muitas vítimas do Holocausto
morreram em câmaras de gás, enquanto outros morreram de fomes, doenças ou maus
tratos enquanto faziam trabalhos forçados.[329] Além da eliminação dos judeus, os
nazistas planejavam também acabar com a população (algo em torno de 30 milhões de
pessoas) nos territórios ocupados através da fome em um plano chamado Hungerplan
("Plano Fome"). Os suprimentos de comida dos países eram desviados para alimentar o
exército alemão ou para os civis na Alemanha. Cidades seriam arrasadas e terras eram
descartadas ou ocupadas com colonos alemães.[330] Juntos, o Hungerplan e o
Generalplan Ost levaram, por consequência, a fome de mais de 80 milhões de pessoas
na União Soviética.[331] Isso ajudou a cumprir os planos democídas e terminaram na
morte de quase 19,3 milhões de civis e prisioneiros de guerra.[332]
Estilo de liderança
Hitler governava o Partido Nazista de forma autocrática ao afirmar sua Führerprinzip
("Princípio do Líder"). O princípio se baseava em lealdade absoluta dos subordinados
aos seus superiores; ele via a estrutura do governo como uma pirâmide, com o próprio
Hitler — o "Líder infalível" — no ápice. As posições dentro do partido não eram
preenchidas mediante eleições mas sim as pessoas eram indicadas pelos superiores, que
exigiam obediência completa a vontade do líder.[341] O estilo de liderança de Hitler era
dar ordens contraditórias aos seus subordinados e coloca-los em uma posição que seus
deveres e responsabilidades se entrelaçavam uns com os outros, para ter "o mais forte
completar o trabalho".[342] Deste jeito, gerava desconfiança, competição e luta interna
entre seus subordinados para consolidar e maximizar o seu poder. O gabinete do líder
nunca se encontrou até 1938 e ele desencorajava seus ministros de se encontrarem de
forma independente.[343][344] Hitler tipicamente quase nunca dava ordens por escrito,
preferindo se expressar verbalmente ou passava os comandos através dos seus
associados mais próximos, como Martin Bormann.[345] Ele instruía Bormann com seus
papéis, nomeações e finanças pessoais; Bormann usava sua posição para controlar o
fluxo de informações e o acesso a Hitler.[346]
Hitler dominou o esforço de guerra do seu país durante a Segunda Guerra Mundial em
uma extensão muito superior ao dos outros líderes durante o conflito. Ele assumiu o
posto de líder supremo das forças armadas em 1938 e subsequentemente foi responsável
por muito da estratégia militar da Alemanha na guerra. Sua decisão de lançar uma série
de campanhas militares rápidas contra a Noruega, a França, os Países Baixos e a Bélgica
em 1940, contra a recomendação dos seus líderes militares, provou-se muito bem
sucedida, apesar de seus esforços militares e diplomáticos para derrotar o Reino Unido
tenham eventualmente falhado.[347] Hitler se envolvia cada vez mais no esforço de
guerra, apontando a si mesmo como o comandante em chefe do exército em dezembro
de 1941; deste ponto em diante ele tomou controle da estratégia para sobrepujar a União
Soviética, enquanto seus comandantes militares na frente ocidental tinham um grau
maior de autonomia.[348] A liderança de Hitler se tornou cada vez mais desconexa com a
realidade uma vez que a maré da guerra começou a se voltar contra a Alemanha, com a
estratégia defensiva sendo prejudicada por seu processo lento de tomar decisões e
frequentes diretivas para manter posições indefensáveis. Mesmo assim, ele continuava a
acreditar que sua liderança levaria a vitória.[347] Nos meses finais da guerra, Hitler se
recusou a considerar negociações de paz, afirmando que a destruição completa da
Alemanha seria um resultado mais preferível que a rendição.[349] Os militares
praticamente nunca desafiavam a dominância de Hitler sobre o esforço de guerra e os
oficiais de patente mais graduada frequentemente expressavam apoio e confiança em
sua liderança.[350]
Legado
Ver artigos principais: Desnazificação e Neonazismo
O lado de fora do edifício que Hitler nasceu em Braunau am Inn, na Áustria, com um
memorial em pedra para lembrar os horrores da Segunda Guerra Mundial.
A tradução diz:
"Pela paz, liberdade
e democracia
fascismo nunca mais
milhões de mortos lembram"
O suicídio de Hitler é ligado por muitos contemporâneos como "um feitiço sendo
quebrado".[351][352] O apoio popular a Hitler havia colapsado no período próximo a sua
morte e pouquíssimos alemães lamentaram seu falecimento; Kershaw afirma que a
maioria dos civis e militares estavam ocupados demais se ajustando ao colapso do país
ou fugindo da luta para demonstrar qualquer interesse no destino do führer ("líder").[353]
De acordo com o historiador John Toland, o Nazismo "estourou feito uma bolha" sem
seu líder.[354]
As ações de Hitler e a ideologia nazista são quase que universalmente retratadas como
gravemente imorais;[355] de acordo com Kershaw, "nunca na história tanta ruína,
imoralidade e maldade foi tão associada ao nome de um homem".[356] O programa
político de Hitler trouxe uma guerra mundial, deixou para trás devastação e pobreza
pela Europa. A própria Alemanha sofreu muito e foi assolada pela destruição,
caracterizada pelo termo Stunde Null ("Hora Zero").[357] As políticas do líder nazista
infligiram a humanidade sofrimento em uma escala jamais vista;[358] de acordo com R.J.
Rummel, o regime nazista democida matou mais de 19,3 milhões de civis e prisioneiros
de guerra.[325] Além disso, 29 milhões de soldados e civis também morreram como
resultado das ações militares durante o teatro de operações europeu da Segunda Guerra
Mundial.[325]
O número de civis mortos durante a segunda grande guerra foi sem precedentes na
história do conflito humano e causou grande devastação no mundo.[359] Historiadores,
filósofos e políticos usam, normalmente, o termo "mal" para descrever o regime
nazista.[360] Muitos países europeus, incluindo a Alemanha, criminalizaram as
ideologias nazistas e o negacionismo do holocausto.[361]
O historiador Friedrich Meinecke descreveu Hitler como "um dos grandes exemplos do
poder singular e incalculável da personalidade na vida histórica".[362] O historiador
inglês Hugh Trevor-Roper o via como "um dos 'simplificadores terríveis' da história, o
mais sistemático, o mais histórico, o mais filosófico e ainda assim o mais grosseiro,
cruel e menos magnânimo dos conquistadores que o mundo já conheceu".[363] Já o
acadêmico John M. Roberts, acha que a derrota de Hitler marcou o fim da história
europeia dominada pela Alemanha.[364] No seu lugar surgiu a Guerra Fria, uma grande
deflagração entre o Bloco Ocidental, dominado pelos Estados Unidos e por nações da
OTAN, e o Bloco do Leste, dominado pela União Soviética.[365] O historiador Sebastian
Haffner afirma que sem Hitler e o deslocamento dos judeus, o moderno Estado de Israel
não teria existido. Sem o líder nazista, a descolonização das esferas de influência
europeia pelo mundo teria acontecido bem mais tarde do que foi.[366] Além disso,
Haffner alega que Hitler teve um maior impacto do que qualquer outra figura histórica
comparável, que causou grande impacto pelo mundo e drásticas mudanças no cenário
geopolítico em um curto espaço de tempo.[367]
Visões religiosas
Ver artigo principal: Visão religiosa de Adolf Hitler
Hitler nasceu de uma mãe que era católica praticante e um pai anti-clérigo; após deixar
sua casa, Hitler praticamente nunca mais frequentou missas ou recebeu
sacramentos.[368][369][370] Albert Speer afirmou que Hitler fez pronunciamentos duros
contra a Igreja para seus associados políticos e apesar de não ter abandonado a fé, nunca
ligou muito para ela.[371] Hitler dizia que se os fiéis abandonassem a igreja eles iriam se
virar ao misticismo, o que ele considerava um retrocesso.[371] De acordo com Speer, o
Führer acreditava que a religião japonesa ou o islamismo seriam religiões melhores para
os alemães do que o cristianismo, com sua "mansidão e flacidez".[372]
Hitler com suas tropas. Atrás dele estão alguns oficiais de alta patente da Wehrmacht.
Speer escreveu que Hitler também tinha visões negativas a respeito das tendências ao
misticismo de Heinrich Himmler e Alfred Rosenberg. O führer não gostava da tentativa
de Himmler de tentar mitificar a SS. Hitler era mais pragmático e suas ambições
centravam em preocupações mais práticas.[384][385]
Pessoas próximas a Hitler afirmavam que ele era teísta. Frequentemente, ele
mencionava que a "Providência" o protegia e dizia estar em uma missão divina na terra
para eliminar os judeus e reerguer o povo alemão.[386]
Saúde
Ver artigo principal: Saúde de Adolf Hitler
Pesquisadores sugerem que Hitler sofria de vários males, incluindo síndrome do cólon
irritável, lesões na pele, arritmia cardíaca, aterosclerose,[387] doença de
Parkinson,[273][388] sífilis,[388] arterite de células gigantes com arterite temporal,[389] e
acufeno.[390] Em um relatório feito para a Agência de Serviços Estratégicos em 1943,
Walter C. Langer da Universidade Harvard descreveu Hitler como um "neurótico
psicopata".[391] Em seu livro de 1977, The Psychopathic God: Adolf Hitler, o historiador
Robert G. L. Waite afirma que o Führer sofria de transtorno de personalidade
limítrofe.[392] Já os historiadores Henrik Eberle e Hans-Joachim Neumann consideravam
que Hitler sofria mesmo de várias doenças, incluindo a de Parkinson, mas que ele não
tinha nenhuma desilusão patológica e sempre estava ciente, e portanto responsável, das
decisões que tomava.[393][261] Teorias a respeito da saúde pessoal do ditador alemão são
difíceis de provar e dar muito peso a estas suposições podem tirar um pouco das
responsabilidades das consequências dos atos perpetrados pela Alemanha Nazista.[394]
Kershaw acredita que é necessário ter uma visão mais ampla da história da Alemanha ao
examinar as forças sociais que levaram a ditadura nazista e suas forças, ao invés de
perseguir explicações limitadas para o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial baseado
apenas em uma única pessoa.[395]
Hitler seguia uma dieta vegetariana.[396] Em eventos sociais ele as vezes dava relatos
gráficos sobre o assassinato de animais para fazer com que seus convidados evitassem
comer carne nos jantares.[397] Bormann mandou construir uma estufa em Berghof
(próxima de Berchtesgaden) para garantir um suprimento contínuo de frutas e vegetais
frescos para Hitler durante a guerra.[398] Hitler publicamente evitava álcool. Ele as vezes
bebia cerveja e vinho em privado, mas abriu mão destas bebidas quando começou a
ganhar peso em 1943.[399] Ele não fumava durante boa parte da sua vida adulta, mas na
sua juventude chegava a fumar de 25 a 40 cigarros por dia. Ele largou o fumo
argumentando que o hábito era um "desperdício de dinheiro".[400] Ele encorajava seus
associados mais próximos a parar de fumar também oferecendo a eles relógios de ouro
como estímulo.[401] Hitler utilizava anfetamina ocasionalmente em 1937 e se tornou
viciado nisso em 1942.[402] Speer ligou o aumento do comportamento errático e sua
inflexibilidade (como sua recusa em ordenar retiradas militares) ao uso da
anfetamina.[403]
Durante a guerra, mais de 90 medicamentos foram prescritos para Hitler. Ele tomava
pílulas todos os dias para dores crônicas no estomago e outros problemas de saúde.[404]
Ele constantemente consumia metanfetamina, barbitúrico, opiáceo e cocaína.[405] Ele
tinha uma perfuração no tímpano como resultado da explosão do atentado de 20 de
julho de 1944. Neste atentado, cerca de 200 estilhaços de madeira foram removidos de
sua perna.[406] Imagens de Hitler feitas perto do fim da guerra mostravam tremores
agudos em sua mão esquerda e seu caminhar era embaralhado. Isso começou logo antes
da guerra, mas se acentuou durante ela.[404] Ernst-Günther Schenck e vários outros
médicos que encontraram Hitler em suas últimas semanas de vida o diagnosticaram com
doença de Parkinson.[407]
Hitler fotografado em 1942 com sua amante de longa data, Eva Braun, com quem ele se
casou em 29 de abril de 1945.
Família
Ver artigos principais: Família de Adolf Hitler e Sexualidade de Adolf Hitler
Hitler queria passar a imagem de um homem celibatário que não tinha vida doméstica,
dedicando-se inteiramente a sua missão política e a sua nação.[133][408] Ele conheceu sua
principal amante, Eva Braun, em 1929,[409] e se casou com ela em abril de 1945.[410] Em
setembro de 1931, sua meia-sobrinha, Geli Raubal, cometeu suicídio com a arma do
próprio Hitler no apartamento dele em Munique. Entre as razões que levaram Geli ao
suicídio seria um suposto interesse romântico de Hitler nela e sua morte seria resultado
de uma obsessão dele por ela.[411] Paula Hitler, a irmã do Führer e seu último parente
vivo de sua família imediata, faleceu em 1960.[412]
Em filmes de propaganda
Ver artigo principal: Adolf Hitler na cultura popular
Hitler explorava filmes documentários e vários outras peças de propaganda de forma
extensa na parte do seu culto de personalidade. Ele participou de vários filmes de
propaganda durante sua carreira política, como Der Sieg des Glaubens e Triumph des
Willens— feitos pela lendária diretora Leni Riefenstahl.[413]
Ver também
Bigode de Hitler
Führer
Nazismo
Notas
1.
Referências
1.
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Ligações externas
Literatura de e sobre Adolf Hitler no catálogo da Biblioteca Nacional da
Alemanha
Adolf Hitler (em inglês) no Internet Movie Database
Álbum reúne obras que Hitler queria para "Führermuseum"
Testamento político do Fuhrer
Mein Kampf
Adolf Hitler no Munzinger-Archiv (Início do artigo com acesso livre)
Precedido por Líder do NSDAP Sucedido por
Anton Drexler 1921 — 1945 Martin Bormann
Precedido por Chanceler da Alemanha Sucedido por
Kurt von Schleicher 1933 — 1945 Joseph Goebbels
Presidente da Alemanha
Precedido por Sucedido por
(como Führer)
Paul von Hindenburg Karl Dönitz
1934 — 1945
Precedido por
Pessoa do Ano Sucedido por
Chiang Kai-shek e Soong
1938 Josef Stalin
May-ling
Oberbefehlshaber des
Precedido por Sucedido por
Heeres
Walther von Brauchitsch Ferdinand Schörner
1941 — 1945
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Adolf Hitler
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Adolf Hitler