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<https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&q=senten%
C3%A7a+&oq=senten%C3%A7a+&gs_l=psy-
ab.3...4397.5375.0.5734.7.7.0.0.0.0.294.294.2-1.1.0....0...1.1.64.psy-
ab..7.0.0....0.NH7QkzPLKoM#imgrc=l-vjV1UtgS6hvM:> Acesso em 08/10/2017.
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ
RTOrd 0010050-20.2018.512.0001
RECLAMANTE: PEDRO LEMOS
RECLAMADO: FUNDAÇÃO DE TECNOLOGIA DO ESTADO DE SANTA
CATARINA
SENTENÇA
1- RELATÓRIO
Alega que laborava em regime de “home office”, cerca de 50 (cinquenta) horas por
semana, ultrapassando o limite de 44 (quarenta e quatro) horas, previsto no art. 7º, inciso
XIII, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), razão pela qual faz jus ao recebimento de
horas extras com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro salário e na multa
de 40% do FGTS.
O reclamante aduz que a reclamada não arcava com os custos de sua internet, conexão
esta que era necessária para o exercício do trabalho. Assim, pleiteia o recebimento de R$
100,00 (cem reais) por mês durante todo o contrato de trabalho.
Afirma, também, que as verbas rescisórias foram pagas em 09/03/2018, ou seja, no prazo
legal, mas os documentos rescisórios necessários para o resgate do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS) e para o recebimento do seguro desemprego foram entregues
extemporaneamente, em 16/03/2018. Requer, portanto, o recebimento da multa prevista
no art. 477, §6º, da CLT.
Por fim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de 03 (três) dias de aviso prévio
ao fundamento de que foi obrigado a laborar por todos os 33 (trinta e três) dias do
mencionado aviso.
Atribuiu à causa o valor de R$ 24.250,00 (vinte e quatro mil duzentos e cinquenta reais).
Juntou documentos.
No tocante aos gastos com internet, assevera que o obreiro já arcava com eles antes
mesmo da sua contratação, além da conexão ser usada também para fins particulares.
No que fiz respeito à multa do art. 477, da CLT, afirma que é indevida, pois a entrega dos
documentos rescisórios se deu no mesmo dia do pagamento do acerto rescisório
Por fim, em relação ao pleito do pagamento de 03 (três) dias de aviso prévio, alega que a
Lei nº 12.506/2011 não faz qualquer ressalva quanto à aplicação da proporcionalidade a
somente uma das partes ou acerca dela não ser observada quando o aviso prévio é
trabalhado, razão pela qual pugna pela improcedência do pedido.
Como declararam que não desejavam produzir outras provas, encerrou-se a instrução.
O fundamento jurídico do pleito obreiro para fazer jus à 6 (seis) horas extras por semana
é que, embora trabalhasse em sua residência, havia controle de jornada por meio de login
no sistema de informática da reclamada.
Dessa forma, a questão sob judice deve ser analisada sob a ótica do Direito do Trabalho
antes das modificações introduzidas pela Lei nº 13.467/17 e pela Medida Provisória nº
808/17.
No caso em tela, é fato incontroverso que o reclamante sempre exerceu suas atividades
laborativas em sua residência. O ponto controverso, portanto, é se havia ou não controle
de jornada por parte do empregador.
Dessa forma, resta comprovado o controle de jornada, razão pela qual o trabalhador faz
jus às horas extras.
O pleito do reclamante de pagamento de R$ 100,00 (cem reais) por mês para custear a
internet utilizada no teletrabalho não merece ser acolhido.
Como bem salientado na peça defensiva, a conexão com a internet hoje é algo essencial
na maior parte dos lares, não havendo prova de que o obreiro tenha feito a contratação
deste serviço exclusivamente para prestar serviços à Reclamada. O trabalhador também
não logrou êxito em demonstrar, por exemplo, que teve que aumentar a velocidade de sua
internet para atender aos anseios do empregador, o que conduz à inarredável conclusão
de que não teve custo com sua utilização para fins laborais.
Além disso, não conseguiu apontar sequer qual seria o gasto com a internet para uso
pessoal e qual seria para fins de trabalho.
Todavia, a testemunha ouvida a pedido da reclamada afirmou que estava com ele no dia
09/03/2018, tendo presenciado a entrega destes documentos, o que desnatura o recibo
carreado aos autos em que consta que eles teriam sido entregues em 16/03/2018.
Assim, entendo que a Fundação se desincumbiu do ônus de prova que lhe competia em
razão da prova oral produzida, razão pela qual julgo improcedente o pedido.
No caso em tela, o reclamante requer justamente o pagamento dos 03 (três) dias referentes
à proporcionalidade do aviso prévio.
A previsão do art. 7º, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988, é de "aviso prévio
proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei".
Esta proporcionalidade somente foi regulamentada pela Lei nº 12.506/2011, que prevê 03
(três) dias a mais de aviso prévio, além dos 30 (trinta) dias a que todos têm direito, a cada
ano trabalhado.
Ocorre que nem a CLT nem a citada Lei fazem qualquer menção a limite de dias que o
trabalhador tem que laborar durante o aviso prévio.
Além disso, não há amparo no ordenamento jurídico pátrio a pretensão autoral de que
sejam indenizados os 03 (três) dias de trabalho referentes ao aviso prévio proporcional.
Isto porque os artigos 487 a 491, da CLT, preveem somente duas hipóteses de aviso
prévio: trabalhado e indenizado. O pleito obreiro acaba por criar instituto jurídico distinto,
na medida em que no caso em comento, em que foi concedido aviso prévio trabalhado, o
reclamante teria, na verdade, aviso prévio “misto”, pois prestaria serviços durante 30
(trinta) dias e receberia a título de indenização os 03 (três) dias restantes.
Não se pode perder de vista que o aviso prévio é instituto bilateral, como expressamente
se extrai do art. 487, caput, da CLT: “Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem
justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a
antecedência mínima de...”
Como se infere, a disposição legal é cristalina no sentido de que a obrigação de uma parte
avisar a outra do desejo da rescisão do pacto laboral é recíproca.
Na esteira deste raciocínio não há como consagrar o pleito autoral, sob pena de
infringência da bilateralidade do aviso prévio, além de deferir pretensão sem arrimo legal.
A Lei nº, 13.467/17 acrescentou na CLT o art. 791-A, que prevê o pagamento de
honorários advocatícios, mesmo quando for concedida a assistência judiciária gratuita
(§4º).
Fixa-se o valor da condenação em R$ 17.000,00 (dezessete mil reais), com custas (2% do
valor da condenação) de R$ 340,00 (trezentos e quarenta reais).
Juiz do Trabalho
Você, atuando como advogado de Pedro Lemos, deverá interpor o recurso apto a
reformar os pontos desfavoráveis ao seu cliente na sentença prolatada. Vamos lá?
Súmula nº 214 do TST
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res.
127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005.
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional
do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que
acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no
art. 799, § 2º, da CLT.
1Os valores do deposito recursal vigentes entre 01/08/2017 e 31/07/2018 sao os seguintes:
a) R$ 9.189,00 (nove mil, cento e oitenta e nova reais), no caso de interposiçao de Recurso Ordinario;
b) R$ 18.378,00 (dezoito mil, trezentos e setenta e oito reais), no caso de interposiçao de Recurso de
Revista, Embargos e Recurso Extraordinario;
c) R$ 18.378,00 (dezoito mil, trezentos e setenta e oito reais), no caso de interposiçao de Recurso em
Açao Rescisoria.
Súmula nº 383 do TST
RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015,
ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 210/2016,
DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016.
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até
o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (art. 104
do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a
procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por
igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato
praticado e não se conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em
procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o ó rgão competente
para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o
vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência
couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarr azões, se a
providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017);