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CURSO ANUAL DE LITERATURA

Prof. Steller de Paula

PARNASIANISMO b) Rimas ricas: os poetas devem evitar as rimas pobres, isto é,


aquelas estabelecidas por palavras da mesma classe gramatical,
PARNASIANISMO como substantivo com substantivo, adjetivo com adjetivo, etc.
O Parnasianismo foi um movimento essencialmente poético que c) Preferência pelo soneto: os parnasianos reivindicam a
tradição clássica do soneto, composição poética de quatorze
reagiu contra os exageros sentimentais do romantismo.
versos - articulada obrigatoriamente em dois quartetos e dois
Alguns críticos consideram-no uma manifestação do Realismo na
poesia. Essa aproximação, porém, é questionável, pois, apesar de tercetos - e que se encerra com uma "chave de ouro", espécie de
síntese do poema, manifesta tão somente no último verso.
apresentarem pontos em comum (objetivismo, busca pela
d) Descritivismo: eliminando o Eu, a participação pessoal e
perfeição formal) as duas correntes apresentam visões de mundo
distintas. social, só resta ao parnasiano uma poética baseada no mundo
dos objetos, objetos mortos: vasos, joias, estátuas, paisagens,
O autor realista costuma ser crítico em relação à imagem elogiosa
que a burguesia europeia procurou construir de si no romantismo, etc. São quadros, fortemente plásticos (visuais), com grande
precisão vocabular e frequente superficialidade.
muitas vezes produzindo uma poesia com manifestada influência
socialista.
O parnasiano, por outro lado, mantém-se indiferente aos dramas - Temática Greco-Romana, Paganismo
do cotidiano, isolando-se na sua "torre de marfim“, ou no seu Apesar de todo o esforço, os parnasianos não conseguem
“claustro”, “longe do estéreo turbilhão da rua” buscando a “arte articular poemas sem conteúdo e são obrigados a encontrar um
pela arte”. assunto desvinculado no mundo concreto para motivo de suas
Seu surgimento deu-se na década de 60, através da revista criações. Escolhem a Antiguidade Clássica, aspectos de sua
Parnase contemporain, dirigida por Théophile Gautier. história e de sua mitologia.
Nos deparamos ,então, com inúmeros textos que falam de
CARACTERÍSTICAS GERAIS deuses, heróis, personagens históricos, fatos mitológicos e até
mesmo objetos.
- Objetivismo e Impessoalidade
O poeta deve ser neutro diante da realidade, esconder seus
sentimentos, sua vida pessoal. A confissão íntima e o O Parnasianismo no Brasil
extravasamento subjetivo, tão fundamentais aos românticos, são Antes mesmo que o Parnasianismo se estabelecesse em nossas
vistos como inimigos da poesia. O Eu precisa se apagar frente do letras, alguns poetas que, hoje, não figuram entre os clássicos
mundo objetivo. O espetáculo humano, cenas da natureza ou tentaram romper com a visão poética romântica e fizeram uma
simples objetos são registrados, descritos, sem que haja poesia considerada realista, procurando fazer uso da observação.
interferências da interioridade do artista. A exemplo do que É o caso, por exemplo, do poema “Quadro artístico”, de Celso
ocorrera no Realismo e no Naturalismo, o escritor é aquele que Magalhães, publicado em 1873:
observa e reproduz a realidade concreta, que se apresenta fora
do eu. A cena é numa sala pequena e atravancada;
Uma mesa redonda de livros empilhada,
- Arte pela Arte
Os parnasianos ressuscitam o preceito latino de que a arte é um piano de um lado, e de outro um velador,
gratuita, que só vale por si própria. Ela não tem nenhum sentido uma estante com livros, mobília multicor,
utilitário: não é feita para comover, para despertar o pensamento
crítico do leitor, para fazer denúncia social. É autossuficiente e garrafas de cerveja, charutos e bolinhos,
justifica-se apenas por sua beleza formal. Qualquer tipo de cigarros sobre a mesa, o piano de mansinho
investigação do social, referência ao prosaico, interesse pelas
coisas comuns a todos os homens seria "matéria impura" a a gemer sob os dedos dum inspirado artista;
comprometer o texto. cinco sujeitos sérios, cravada e atenta a vista
Prevalece, por tanto, o esteticismo, a busca pela perfeição formal.
A poesia passa a ser encarada como um exercício da técnica. no teclado que brota harmonias tristonhas,
ou então se alvorota em volatas risonhas.
- Culto à forma
O resultado da visão descompromissada com a realidade social é No mocho a fronte erguida, um rapaz aloirado,
a celebração dos processos formais do poema. A verdade de uma com um charuto na boca, olhar vivo, inspirado,
obra de arte passa a residir apenas em sua beleza formal. Daí
falar-se em esteticismo, em busca pela perfeição formal. improvisa; distante, um outro no sofá,
de mão no queixo, absorto, embevecido está.
*Características formais:
Os cigarros apagam-se esquecidos, e, frias,
a) Metrificação rigorosa: os versos devem ter o mesmo número
no chão as cinzas caem ao som das harmonias.
de sílabas poéticas, preferencialmente doze sílabas (versos
alexandrinos), os preferidos na época, Ou apresentar uma
simetria constante, do tipo: primeiro verso de oito sílabas, Na secretária, um outro, escutando esses trinos,
escreve numa tira alguns alexandrinos.
segundo de quatro sílabas, terceiro de oito sílabas, quarto com
quatro sílabas, etc.

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Artistas todos são, e ali, naquela sala, Vaso Grego


emudeceram todos; somente o piano fala. Esta de áureos relevos, trabalhada
Celso Magalhães. De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Também Carvalho Júnior buscou romper com o ideário e com a Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
linguagem romântica, destacando-se a forma como encarou as
mulheres e o sexo: Era o poeta de Teos que o suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
Profissão de fé A taça amiga aos dedos seus tinia,
Odeio as virgens pálidas, cloróticas, Toda de roxas pétalas colmada.
Belezas de missal que o romantismo
Hidrófobo apregoa em peças góticas, Depois... Mas, o lavor da taça admira,
Escritas num acesso de histerismo. Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Sofismas de mulher, ilusões óticas,
Raquíticos absortos do lirismo, Ignota voz, qual se da antiga lira
Sonhos de carne, compleições exóticas, Fosse a encantada música das cordas,
Desfazem-se perante o realismo. Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
Alberto de Oliveira
Não servem-me esses vagos ideais
Da fina transparência dos cristais; RAIMUNDO CORREIA (1859-1911)
Almas de santa e corpo de alfenim.

Prefiro a exuberância dos contornos,


As belezas da forma, seus adornos,
A saúde, a matéria, a vida enfim.
Carvalho Júnior, 1879

Alberto de Oliveira
É, porém, em 1883, com a publicação do segundo livro de Alberto
de Oliveira, Meridionais, que o Parnasiano parece despontar na
poesia brasileira. A partir dessa obra, o poeta passa a preocupar-
se cada vez mais com as exigências clássicas de correção
métrica e gramatical, de precisão vocabular e de economia de
figuras, seguindo uma doutrina estética antecipada por Machado
de Assis.

Obras principais: Meridionais (1884); Versos e rimas (1895); O


livro de Ema (1900) Obras principais: Sinfonias (1883); Aleluias (1891)
A exemplo dos demais componentes da tríade parnasiana,
Vaso Chinês Raimundo Correia foi um consumado artesão do verso,
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, dominando com perfeição as técnicas de montagem e construção
Casualmente, uma vez, de um perfumado do poema. Alguns críticos valorizam nele o sentido plástico de
Contador sobre o mármor luzidio, suas descrições da natureza.
Entre um leque e o começo de um bordado. Segundo Afrânio Coutinho, “A nota mais constante da poesia de
Raimundo Correia é um agudo sentimento da transitoriedade das
Fino artista chinês, enamorado, coisas, que o faz mover-se frequentemente num pensamento
Nele pusera o coração doentio antitético e o levaria finalmente ao amargor do pessimismo.”,
Em rubras flores de um sutil lavrado, como se percebe no terceto abaixo e no seu famoso poema “As
Na tinta ardente, de um calor sombrio. pombas”:

Mas, talvez por contraste à desventura, O vinho de Hebe


Quem o sabe?... de um velho mandarim Quando do Olimpo nos festins surgia
Também lá estava a singular figura. Hebe risonha, os deuses majestosos
Os copos estendiam-lhe, ruidosos,
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, E ela, passando, os copos lhes enchia...
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa. A Mocidade, assim, na rubra orgia
Alberto de Oliveira Da vida, alegre e pródiga de gozos,
Passa por nós, e nós também, sequiosos,
Nossa taça estendemos-lhe, vazia...

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Superficial nele são os quadros históricos e mitológicos, o


E o vinho do prazer em nossa taça erotismo de salão, as miniaturas descritivas e o nacionalismo
Verte-nos ela, verte-nos e passa... ufanista. Os temas, em geral, não estão à altura do domínio
Passa, e não torna atrás o seu caminho. técnico e dos recursos de linguagem. Como acentua o próprio
Antonio Candido, o poeta transforma tudo, o drama humano e a
Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios natureza, em "espetáculo", em coisa, em matéria-prima dos
Restam apenas tímidos ressábios, recursos esculturais do verso. Com algumas exceções, seus
Como recordações daquele vinho. poemas nada aprofundam e ainda passam uma sensação de
Raimundo Correia frieza.

As Pombas A um poeta
Vai-se a primeira pomba despertada... Longe do estéril turbilhão da rua,
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas Beneditino escreve! No aconchego
De pombas vão-se dos pombais, apenas Do claustro, na paciência e no sossego,
Raia sanguínea e fresca a madrugada... Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

E à tarde, quando a rígida nortada Mas que na forma se disfarce o emprego


Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Do esforço: e trama viva se construa
Ruflando as asas, sacudindo as penas, De tal modo, que a imagem fique nua
Voltam todas em bando e em revoada... Rica mas sóbria, como um templo grego

Também dos corações onde abotoam, Não se mostre na fábrica o suplicio


Os sonhos, um por um, céleres voam, Do mestre. E natural, o efeito agrade
Como voam as pombas dos pombais; Sem lembrar os andaimes do edifício:

No azul da adolescência as asas soltam, Porque a Beleza, gêmea da Verdade


Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, Arte pura, inimiga do artifício,
E eles aos corações não voltam mais... É a força e a graça na simplicidade.
Raimundo Correia Olavo Bilac

Mal Secreto Profissão de fé


Se a cólera que espuma, a dor que mora Invejo o ourives quando escrevo:
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, Imito o amor
Tudo o que punge, tudo o que devora Com que ele, em ouro, o alto relevo
O coração, no rosto se estampasse; Faz de uma flor.

Se se pudesse o espírito que chora Imito-o. E, pois, nem de Carrara


Ver através da máscara da face, A pedra firo:
Quanta gente, talvez, que inveja agora O alvo cristal, a pedra rara,
Nos causa, então piedade nos causasse! O ônix prefiro.

Quanta gente que ri, talvez, consigo Por isso, corre, por servir-me,
Guarda um atroz, recôndito inimigo, Sobre o papel
Como invisível chaga cancerosa! A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste Corre; desenha, enfeita a imagem,
Em parecer aos outros venturosa! A ideia veste:
Raimundo Correia Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.
OLAVO BILAC
Obras principais: Poesias (Reunião dos livros Panóplias, Via- Torce, aprimora, alteia, lima
láctea e Sarças de fogo -1888); Tarde (1918) . A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Antonio Candido definiu Olavo Bilac como um "admirável poeta Como um rubim.
superficial".
Segundo Sergius Gonzaga, é Admirável a sua habilidade técnica Quero que a estrofe cristalina,
que o leva a versificar com meticulosa precisão: parece que Dobrada ao jeito
jamais erra métrica ou rima. Admirável, por fim, são os inúmeros Do ourives, saia da oficina
sonetos que rompem com os mitos da impassibilidade e da Sem um defeito:
objetividade absoluta - indicando uma herança romântica da qual
o poeta não pode ou não quer se livrar. E que o lavor do verso, acaso,
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Por tão subtil, E eu vos direi: “Amai para entendê-las!


Possa o lavor lembrar de um vaso Pois só quem ama pode ter ouvido
De Becerril. Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Olavo Bilac
E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento, Poema: XXX
A trabalhar, longe de tudo Ao coração que sofre, separado
O pensamento. Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Porque o escrever - tanta perícia, Com que das desventuras me protejo.
Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia Não me basta saber que sou amado,
De outro qualquer. Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Assim procedo. Minha pena Ter na boca a doçura de teu beijo.
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena, E as justas ambições que me consomem
Serena Forma! Não me envergonham: pois maior baixeza
Olavo Bilac Não há que a terra pelo céu trocar;

Porém, apesar de típico parnasiano em boa parte de sua obra, E mais eleva o coração de um homem
Olavo Bilac também produziu poemas que fogem à típica Ser de homem sempre e, na maior pureza,
impassibilidade parnasiana, ora trabalhando temas amorosos com Ficar na terra e humanamente amar.
uma dose maior de subjetividade, ora apresentando uma voz Olavo Bilac
poética exaltada diante da pátria, retratada de modo idealizada.
A Pátria
Nel mezzo del camin… Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada Criança! não verás nenhum país como este!
E triste, e triste e fatigado eu vinha. Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
Tinhas a alma de sonhos povoada, A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
E alma de sonhos povoada eu tinha… É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
E paramos de súbito na estrada Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Da vida: longos anos, presa à minha Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
A tua mão, a vista deslumbrada Vê que grande extensão de matas, onde impera
Tive da luz que teu olhar continha. Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

Hoje segues de novo… Na partida Boa terra! jamais negou a quem trabalha
Nem o pranto os teus olhos umedece, O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Nem te comove a dor da despedida.
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo. Criança! não verás país nenhum como este:
Olavo Bilac Imita na grandeza a terra em que nasceste!
Olavo Bilac
Ora (direis) ouvir estrelas!
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto …

E conversamos toda a noite, enquanto


A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!


Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

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EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM E ao qual também arte nenhuma iguala:

Questão 01 (Uftm 2011) Quer mesquinho e sem cor, quer amplo e terso,
Considere as informações. Em vão não e que eu digo ao verso: “Fala!”
“É na convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade E ele fala-me sempre, porque e verso.
no trato dos temas e o culto da forma, que se situa a poética Júlio César da Silva.
[desse movimento literário].
(...) O soneto Arte suprema apresenta as características comuns da
Seus traços de relevo: o gosto da descrição nítida (a poesia parnasiana. Assinale a alternativa em que as
mimese pela mimese), concepções tradicionalistas sobre metro, características descritas se referem ao parnasianismo.
ritmo e rima e, no fundo, o ideal da impessoalidade que a) Busca da objetividade, preocupação acentuada com o apuro
partilhavam com os [escritores] do tempo. formal, com a rima, o ritmo, a escolha dos vocábulos, a
(Alfredo Bosi. História concisa da Literatura Brasileira.) composição e a técnica do poema.
b) Tendência para a humanização do sobrenatural, com a
O texto alude aos poetas oposição entre o homem voltado para Deus e o homem voltado
a) ultrarromânticos, que romperam com a poesia indianista e para a terra.
ufanista, a exemplo de Álvares de Azevedo. c) Poesia caracterizada pelo escapismo, ou seja, pela fuga do
b) realistas, que trataram, em sua obra poética, de temas ligados mundo real para um mundo ideal caracterizado pelo sonho, pela
ao cotidiano, tal como o fez Machado de Assis. solidão, pelas emoções pessoais.
c) parnasianos, que, afastando-se dos ideais românticos, d) Predomínio dos sentimentos sobre a razão, gosto pelas ruínas
buscavam a linguagem isenta de subjetivismo, a exemplo de e pela atmosfera de mistério.
Olavo Bilac. e) Poesia impregnada de religiosidade e que faz uso recorrente
d) simbolistas, que romperam com o pessimismo romântico e de sinestesias.
propuseram uma poética espiritualizada, como o fez Cruz e
Souza. Questão 04 (Unb 2012)
e) modernistas, que, negando os preceitos da poesia romântica, Vaso grego
buscavam uma poética nacional, a exemplo de Mário de Andrade.
Esta, de áureos relevos, trabalhada
Questão 02 (Ufal) De divas mãos, brilhante copa, um dia,
As afirmações seguintes referem-se ao Parnasianismo no Brasil: Já de aos deuses servir como cansada,
I. Para bem definir como entendia o trabalho de um poeta, Olavo Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Bilac comparou-o ao de um joalheiro, ou seja: escrever poesia
assemelha-se à perfeita lapidação de uma matéria preciosa. Era o poeta de Teos que a suspendia
II. Pelas convicções que lhe são próprias, esse movimento se Então e, ora repleta ora esvazada,
distancia da espontaneidade e do sentimentalismo que muitos A taça amiga aos dedos seus tinia
românticos valorizavam. Toda de roxas pétalas colmada.
III. Por se identificarem com os ideais da antiguidade clássica, é
comum que os poetas mais representativos desse estilo aludam Depois... Mas o lavor da taça admira,
aos mitos daquela época. Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Está correto o que se afirma em
a) II, apenas. Ignota voz, qual se da antiga lira
b) I e II, apenas Fosse a encantada música das cordas,
c) I e III, apenas Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
d) II e III, apenas. Alberto de Oliveira. Poesias completas.
e) I, II e III
Acerca do soneto Vaso grego, de Alberto de Oliveira, e do período
Questão 03 (Unesp 2010) histórico-literário a que ele remete, julgue os itens a seguir.
Arte suprema
a) No período em que o Parnasianismo se destacou, o Brasil,
Tal como Pigmalião, a minha ideia
especialmente o Rio de Janeiro, vivia forte influxo de
Visto na pedra: talho-a, domo-a, bato-a;
modernização tardia em relação aos centros europeus, o que
E ante os meus olhos e a vaidade fátua
incentivou o consumo de mercadorias culturais luxuosas, mas
Surge, formosa e nua, Galateia.
desligadas da realidade local. Assim, verifica-se que a recorrência
Mais um retoque, uns golpes... e remato-a; a temas advindos da Antiguidade Clássica era a correspondência
Digo-lhe: “Fala!”, ao ver em cada veia estética dessa tendência manifestada na objetividade social
Sangue rubro, que a cora e aformoseia... brasileira.
E a estatua não falou, porque era estatua. b) O refinamento da linguagem e as formas labirínticas dos versos
do soneto Vaso grego atestam o quanto a poesia parnasiana no
Bem haja o verso, em cuja enorme escala Brasil, país de desigualdade social, asseverou a distância entre a
Falam todas as vozes do universo, língua falada e a escrita.

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c) A temática abordada no soneto Vaso grego é representativa da Olavo Bilac é o principal representante do Parnasianismo no
tendência atribuída pela crítica literária ao Parnasianismo no Brasil. No poema acima, o poeta
Brasil: a descrição apaixonada de objetos antigos, por meio da
qual se expressava, de forma evidente, a subjetividade do eu A) confirma sua filiação ao Parnasianismo, ao destacar que a
lírico. frieza e a impassibilidade típicas do movimento impedem que o eu
lírico sinta-se dominado por sentimentos exaltados.
Questão 05 B) revela a dificuldade de adequar-se a imposição parnasiana de
Texto I frieza emocional e impassibilidade na expressão poética, diante
De amar, minha Marília, a formosura dos sentimentos que se revelam presentes no eu lírico.
Não se podem livrar humanos peitos. C) afirma que o que se passa em seu foro íntimo reflete a tese
Adoram os heróis; e os mesmos brutos parnasiana de que a poesia deve ser racional, objetiva e não
Aos grilhões de Cupido estão sujeitos. expressar o envolvimento emocional do eu lírico com o tema
Quem, Marília, despreza uma beleza, tratado.
A luz da razão precisa; D) nega a influência das teses parnasianas em sua poesia, uma
E se tem discurso, pisa vez que revela sentir-se dominado por fortes sentimentos, a que
A lei, que lhe ditou a Natureza. dá vazão através de sua expressão poética marcada pela
Tomás Antônio Gonzaga subjetividade.
E) assume, metalinguisticamente, não submeter sua poesia
Texto II parnasiana à necessidade de se buscar a forma perfeita, mesmo
Esta, de áureos relevos, trabalhada em detrimento do conteúdo, uma vez que precisa dar vazão aos
De divas mãos, brilhante copa, um dia, sentimentos que o dominam.
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Questão 07
Alberto de Oliveira TEXTO
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
O Arcadismo (no século XVIII) e o Parnasianismo (em fins do Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
século XIX) apresentam, em sua caracterização, pontos em Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
comum, perceptíveis nos trechos acima. São eles: E abro as janelas, pálido de espanto...
a) bucolismo e busca da simplicidade de expressão.
b) amor galante e temas pastoris. E conversamos toda a noite, enquanto
c) ausência de subjetividade e presença da temática e da A via láctea, como um pátio aberto,
mitologia greco-latina. Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
d) preferência pelas formas poéticas fixas, como o soneto, e pelas Inda as procuro pelo céu deserto.
rimas ricas.
e) a arte pela arte e o retorno à natureza. Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Questão 06 Tem o que dizem, quando estão contigo?"
Inania Verba
Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava, E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
O que a boca não diz, o que a mão não escreve? Pois só quem ama pode ter ouvido
- Ardes, sangras, pregada a' tua cruz, e, em breve, Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava...
Olavo Bilac
O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... Olavo Bilac é um dos maiores representantes do Parnasianismo
E a Palavra pesada abafa a Ideia leve, brasileiro. Observando os procedimentos de construção desse
Que, perfume e dano, refulgia e voava. poema e as concepções artísticas da estética parnasiana, conclui-
se que esse texto
Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Ai! quem há de dizer as ânsias infinitas A) encarna a impassibilidade defendida pelos parnasianos, uma
Do sonho? e o céu que foge à mão que se levanta? vez que a emoção se desloca do eu lírico para o interlocutor.
B) confirma a tendência dos parnasianos no sentido de
E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo? construção de uma poética voltada para temas cotidianos.
E as palavras de fé que nunca foram ditas? C) contraria a tese parnasiana, segundo a qual a beleza da poesia
E as confissões de amor que morrem na garganta?! estaria na ausência dos sentimentos e na descrição objetiva.
Olavo Bilac D) ironiza os sentimentos amorosos, ao criar um diálogo fictício
entre o eu lírico e seu interlocutor, numa situação real absurda.
E) destaca os sentimentos amorosos como o fio condutor da
existência: sem amor, o mundo perde o brilho e nada mais tem
sentido.

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Questão 08 (UFG)
Leia o soneto a seguir.
XXXI
Longe de ti, se escuto, porventura,
Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher murmura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...

Tal aquele, que, mísero, a tortura


Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...

Porque teu nome é para mim o nome


De uma pátria distante e idolatrada,
Cuja saudade ardente me consome:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera


E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.
(BILAC, Olavo. "Melhores poemas".)

Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, expressa


traços românticos em sua obra. No soneto apresentado observa-
se o seguinte traço romântico:
a) objetividade do eu lírico.
b) predominância de descrição.
c) utilização de universo mitológico.
d) erudição do vocabulário.
e) idealização do tema amoroso.

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 03


"Por isso, corre, por servir-me,
Questão 01 (Acafe 2017) Sobre o papel
“Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam A pena, como em prata firme
para o exame e para a crítica da realidade, o Parnasianismo Corre o cinzel.
representou na poesia um retorno ao clássico, com todos os seus Corre; desenha, enfeita a imagem,
ingredientes: o princípio do belo na arte, a busca do equilíbrio e A idéia veste:
da perfeição formal. Os parnasianos acreditavam que o sentido Cinge-lhe o corpo a ampla roupagem
maior da arte reside nela mesma, em sua perfeição, e não na sua Azul-Celeste
relação com o mundo exterior.” Torce, aprimora, alteia, lima
CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 334. A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Sobre o Parnasianismo, assinale a alternativa correta. Como um rubim."
a) Os maiores expoentes do Parnasianismo, na poesia e na Olavo Bilac
prosa, ocuparam-se da literatura indianista, na qual exaltavam a
dignidade do nativo e a beleza superior da paisagem tropical. O Parnasianismo tem como uma de suas características mais
b) Um exemplo de poesia parnasiana é a obra Suspiros poéticos marcantes o ideal de “Arte pela Arte”, que se desdobra no “Arte
e saudade, de Gonçalves de Magalhães, na qual o poeta anuncia sobre a Arte”. O poema acima, perfeita expressão desses ideais,
a revolução literária, libertando-se dos modelos românticos, A) tem como referente o próprio código, o que é típico da
considerados ultrapassados. metalinguagem.
c) Os parnasianos consideravam que certos princípios B) imprime ao poema as marcas de sua atitude pessoal, seus
românticos, como a simplicidade da linguagem, valorização da sentimentos.
paisagem nacional, emprego de sintaxe e vocabulário mais C) busca persuadir o receptor a adotar certo comportamento.
brasileiros, sentimentalismo, tudo isso ocultava as verdadeiras D) faz uso da primeira pessoa, eivando o poema de subjetividade.
qualidades da poesia. E) concentra-se no processo de construção do texto, abusando de
d) Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa figuras de linguagem.
exemplificam a tendência de uma poesia pura, indiferente às
contingências históricas, com sátira à mestiçagem e elogio à Questão 04 (Unifesp 2013)
nobreza local. Essa poesia não logrou estabelecer-se em Portugal. De origem
francesa, suas primeiras manifestações datam de 1866, quando
Questão 02 (Unesp 2017) um editor parisiense publica uma coletânea de poemas; em 1871
Os parnasianos brasileiros se distinguem dos românticos pela e 1876, saem outras duas coletâneas. Os poetas desse
atenuação da subjetividade e do sentimentalismo, pela ausência movimento literário pregam o princípio da Arte pela Arte, isto é,
quase completa de interesse político no contexto da obra e pelo defendem uma arte que não sirva a nada e a ninguém, uma arte
cuidado da escrita, aspirando a uma expressão de tipo plástico. inútil, uma arte voltada para si própria. A Arte procuraria a Beleza
(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. e a Verdade que existiriam nos seres concretos, e não no
Adaptado.) sentimento do artista. Por isso, o belo se confundiria com a forma
que o reveste, e não com algo que existiria dentro dele. Daí vem
A referida “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está que esses poetas sejam formalistas e preguem o cuidado da
bem exemplificada na seguinte estrofe do poeta parnasiano forma artística como exigência preliminar. Para consegui-lo,
Alberto de Oliveira (1859-1937): defendem uma atitude de impassibilidade diante das coisas: não
a) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, se emocionar jamais; antes, impessoalizar-se tanto quanto
Que o espírito enlaça à dor vivente, possível pela descrição dos objetos, via de regra inertes ou
Não derramem por mim nem uma lágrima obedientes aos movimentos próprios da Natureza (o fluxo e
Em pálpebra demente. refluxo das ondas do mar, o voo dos pássaros, etc.). Esteticistas,
b) Erguido em negro mármor luzidio, anseiam uma arte universalista.
Portas fechadas, num mistério enorme, Em Portugal, tentou-se introduzir esse movimento; certamente,
Numa terra de reis, mudo e sombrio, impregnou alguns poetas, exerceu influência, mas não passou de
Sono de lendas um palácio dorme. prurido, que pouco alterou o ritmo literário do tempo. Na verdade,
c) Eu vi-a e minha alma antes de vê-la o modo fortuito como alguns se deixaram contaminar da nova
Sonhara-a linda como agora a vi; moda poética revelava apenas veleidade francófila, em
Nos puros olhos e na face bela, decorrência de razões de gosto pessoal ou de grupos restritos:
Dos meus sonhos a virgem conheci. faltou-lhes intuito comum.
d) Longe da pátria, sob um céu diverso (Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1999. Adaptado.)
Onde o sol como aqui tanto não arde,
Chorei saudades do meu lar querido As informações apresentadas no texto referem-se à literatura
– Ave sem ninho que suspira à tarde. – a) simbolista, cuja busca pelo Belo implicou a liberdade na
e) Eu morro qual nas mãos da cozinheira expressão dos sentimentos. O texto deixa claro que essa
O marreco piando na agonia… literatura alcançou notável aceitação entre os poetas da época.
Como o cisne de outrora… que gemendo b) simbolista, cuja preocupação com a expressão do sentimento
Entre os hinos de amor se enternecia. filia-se à tradição poética do Renascimento. O texto deixa claro

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que essa literatura teve um desenvolvimento tímido na cena Desdém pelo que encerra a minha palma,
literária portuguesa. E ambição pelo mais que não exista;”
c) parnasiana, cuja preocupação com a objetividade a opõe ao
subjetivismo romântico. O texto deixa claro que essa literatura não • No texto parnasiano, é comum a identificação de elementos
se impôs na cena literária portuguesa. de conformação subjetiva, como se observa nos versos de
d) parnasiana, cuja liberdade de expressão e cujo compromisso Bilac transcritos acima.
social permitem fundamentar a Arte pela Arte. O texto deixa claro
que essa literatura teve pouco espaço na cena literária e) “Assim eu te amo, assim; mais do que podem
portuguesa. Dizer-te os lábios meus, – mais do que vale
e) realista, cuja influência da tradição clássica é fundamental para Cantar a voz do trovador cansada:
se chegar à perfeição. O texto deixa claro que essa literatura teve O que é belo, o que é justo, santo e grande
uma disseminação irregular na cena literária portuguesa. Amo em tí. – Por tudo quanto sofro,
Por quando já sofri, por quanto ainda
Questão 05 (Ufpa 2012) Me resta sofrer, por tudo eu te amo!”
Estilo de época corresponde a um conjunto de características de
um grupo de escritores pertencentes à mesma circunstância • Gonçalves Dias, ainda que reconhecido como o autor de
histórica e sociocultural, mantendo-se o respeito às características textos assinalados por motivos de grande nacionalismo,
individuais de cada autor. Assim sendo, o artista, mesmo sob a produziu poemas de expressão lírico-amorosa indiscutível.
orientação de um sistema de normas, padrões literários, vistos de
maneira genérica, produz a sua criação literária de modo a Questão 06 (Insper 2012)
conferir-lhe características próprias, tendo em vista sua visão de Texto
mundo. Dessa forma, o artista torna perceptível sua capacidade Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via
de trabalhar a linguagem de forma particularizada e de Que, aos raios do luar iluminada,
manifestar-se, segundo escolhas que melhor atendam a sua Entre as estrelas trêmulas subia
perspectiva e capacidade de apreensão do mundo. Uma infinita e cintilante escada.

Considerando-se os comentários feitos sobre cada texto literário E eu olhava-a de baixo, olhava-a... Em cada
transcrito abaixo, identifique a alternativa em que as afirmações Degrau, que o ouro mais límpido vestia,
sobre os autores citados não estão em consonância com o estilo Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada,
de época que eles representam. Ressoante de súplicas, feria...
a) “Quem a primeira vez chegou a ver-vos,
Nise, e logo se pôs a contemplar-vos, Tu, mãe sagrada! vós também, formosas
Bem merece morrer por conversar-vos Ilusões! sonhos meus! Íeis por ela
E não poder viver sem merecer-vos.” Como um bando de sombras vaporosas.

• Gregório de Matos Guerra é poeta do Barroco brasileiro, cuja E, ó meu amor! eu te buscava, quando
obra se caracteriza por temas variados: poesia religiosa, Vi que no alto surgias, calma e bela,
lírico-amorosa e satírica. O olhar celeste para o meu baixando...
Olavo Bilac,Via-Láctea.
b) “No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra, Embora seja identificado como o principal poeta parnasiano
Tão puro sobre o mar, brasileiro, Olavo Bilac, nesse soneto, explora um aspecto do
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: Romantismo, o qual está explicitado na seguinte alternativa:
‘Vibrai rijo o chicote, marinheiros! a) objetividade e racionalismo do eu lírico.
Fazei-os mais dançar!...’" b) subjetividade numa atmosfera onírica.
c) forte presença de elementos descritivos.
• Castro Alves, pertencente à terceira geração romântica, d) liberdade de criação e de expressão.
emprestou o seu gênio criador à causa dos escravos; daí a e) valorização da simplicidade, bucolismo.
sua relação com a poesia de tema social.
Questão 07 (Enem 2013)
c) “Sabei, amigos Zéfiros, que cedo, Mal secreto
Entre os braços de Nise, entre estas flores, Se a cólera que espuma, a dor que mora
Furtivas glórias, tácitos favores, N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Hei-de enfim possuir: porém segredo!” Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
• Os árcades produziram poesia de concepção clássica; daí a
notória presença de referências à mitologia. Os versos de Se se pudesse, o espírito que chora,
Bocage são a confirmação desta prática poética. Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
d) “Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma
A esta tortura de homem e de artista:
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Quanta gente que ri, talvez, consigo Questão 09


Guarda um atroz, recôndito inimigo, A um poeta
Como invisível chaga cancerosa! Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Quanta gente que ri, talvez existe, Do claustro, na paciência e no sossego,
Cuja ventura única consiste Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Em parecer aos outros venturosa!
Mas que na forma se disfarce o emprego
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Do esforço: e trama viva se construa
Correia. Brasília: Alhambra, 1995. De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e
racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Não se mostre na fábrica o suplicio
Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são Do mestre. E natural, o efeito agrade
julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse Sem lembrar os andaimes do edifício:
julgamento revela que
a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir Porque a Beleza, gêmea da Verdade
de forma dissimulada. Arte pura, inimiga do artifício,
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado É a força e a graça na simplicidade.
por um grupo social. Olavo Bilac
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o
sentimento de inveja. Com base no texto acima e em seus conhecimentos sobre o
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do Parnasianismo, assinale V para o que for verdadeiro e F para o
próximo. que for falso, quanto a essa estética literária. Foi um movimento
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao essencialmente poético, que reagiu ao sentimentalismo
convívio social. romântico.
I - Para os parnasianos, a poesia é, sobretudo, forma que se
Questão 08 (Fgv 2007) sobrepõe ao conteúdo e às ideias.
Leia o poema de Olavo Bilac: II - No Parnasianismo, a arte tinha um sentido utilitário e um
Vê-se no espelho; e vê, pela janela, compromisso social.
III - Para os parnasianos a verdade residia na beleza da obra, e
A dolorosa angústia vespertina:
essa, na sua perfeição formal.
Pálido morre o sol... Mas, ai! Termina IV - O Parnasianismo revela preferência pela objetividade, pelos
Outra tarde mais triste, dentro dela; temas greco-latinos e por formas fixas, como o soneto.

Outra queda mais funda lhe revela Está(ão) correto(s):


A) apenas I e II
O aço feroz, e o horror de outra ruína; B) apenas III e IV
Rouba-lhe a idade, pérfida e assassina, C) apenas I, II, III
Mais do que a vida, o orgulho de ser bela! D) apenas II e III
E) apenas I, III e IV
Fios de prata... Rugas. O desgosto
Questão 10
Enche-a de sombras, como a sufocá-la.
Inania Verba
Numa noite que aí vem... E no seu rosto O pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve...
Uma lágrima trêmula resvala, E a Palavra pesada abafa a Idéia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.
Trêmula, a cintilar, - como, ao sol posto,
Uma primeira estrela em céu de opala. Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Ai! Quem há de dizer as ânsias infinitas
A respeito do poema, pode-se dizer que: Do sonho? E o céu que foge à mão que se levanta?
(Olavo Bilac, POESIAS)
a) "dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a uma mulher. Indique a alternativa que NÃO ESTÁ de acordo com o poema.
b) "A dolorosa angústia vespertina" (verso 2, primeira estrofe) a) O poeta parnasiano privilegiou a forma, a maneira mais perfeita
refere-se a uma mulher. que encontrou para efetivar sua arte, mesmo que, para isso, ele
c) "dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a "tarde". tivesse que sacrificar suas emoções. Nesse sentido, os versos de
d) "dentro dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a "janela". Olavo Bilac são uma crítica ao Parnasianismo.
e) "céu de opala" (verso 3, quarta estrofe) refere-se a um céu b) O poeta fala da luta entre ideias e palavras e entre forma e
sombrio. conteúdo, quando estes fracassam ao traduzirem nossos

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sentimentos. As estrofes citadas são um derramamento da alma mulheres: o nosso egoísmo, o receio que temos de que nos
sobre essa luta, contrariando os preceitos parnasianos de despojem das nossas prerrogativas seculares - o medo de perder
contenção lírica. as posições, as regalias, as honras que o preconceito bárbaro
c) O tema básico das estrofes é o amor irrealizado, que causa confiou exclusivamente ao nosso século. Compreende-se: quem
sofrimentos ao poeta. se habituou a empunhar o bastão do comando não se resigna
d) Os versos são alexandrinos, muito apreciados pelos facilmente a passá-lo a outras mãos: é mais fácil deixar a vida do
parnasianos. que deixar o poder.
e) O verso "E a Palavra pesada abafa a Ideia leve" contém uma
(18/08/1901)
antítese, que representa a contradição entre forma e conteúdo
exposta pelo poeta. (BILAC, Olavo. VOSSA INSOLÊNCIA. São Paulo: Cia. das Letras,
1997, p. 313.)
Questão 11
O Vinho de Hebe O narrador do texto critica o papel atribuído à mulher em nossa
Quando do Olimpo nos festins surgia sociedade.
Hebe risonha, os deuses majestosos Dos trechos a seguir, o único que corresponde ao papel criticado
Os copos estendiam-lhe, ruidosos,
é:
E ela, passando, os copos lhes enchia...
a) "Ser mulher, e oh! atroz, tantálica, tristeza! / ficar na vida qual
A Mocidade, assim, na rubra orgia uma águia inerte, presa / nos pesados grilhões dos preceitos
Da vida, alegre e pródiga de gozos, sociais!" (Gilka Machado)
Passa por nós, e nós também, sequiosos, b) "Eu não tinha este rosto de hoje, / assim calmo, assim triste,
Nossa taça estendemos-lhe, vazia... assim magro, / nem estes olhos tão vazios, / nem o lábio amargo."
(Cecília Meireles)
E o vinho do prazer em nossa taça c) "Já agora as feministas venceram radicalmente e não há
Verte-nos ela, verte-nos e passa... profissão masculina que elas não ataquem e onde não vençam."
Passa, e não torna atrás o seu caminho. (Rachel de Queiroz)
d) "É com um pouco de pudor que sou obrigada a reconhecer que
Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios o que mais interessa à mulher é o homem." (Clarice Lispector)
Restam apenas tímidos ressábios,
Como recordações daquele vinho. Questão 13 (UFF)
Raimundo Correia Texto para as próximas duas questões

Após a leitura do poema, percebe-se que os parnasianos, na A pátria


virada do século, notabilizaram-se por: Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
a) elaborarem poemas de métrica rigorosa nos quais a Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
impessoalidade do sujeito lírico permitia a perspectiva filosofante A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
e a visada descritiva. É um seio de mãe a transbordar carinhos.
b) denunciarem o autoritarismo da República Velha e as más Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
condições de vida da maioria da população dá cidade do Rio de Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Janeiro. Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
c) revelarem perícia na elaboração de poemas de quatro a seis Vê que grande extensão de matas, onde impera
versos cujos temas principais eram o amor não correspondido e Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
as características da natureza nacional.
d) escreverem longos poemas narrativos em verso livre Boa terra! jamais negou a quem trabalha
misturando mitos greco-latinos e o cotidiano das modernas O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
metrópoles.
e) recusarem-se a participar da vida política no início da Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
República e por retomarem a lírica religiosa de tradição Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
renascentista e barroca.
Criança! não verás país nenhum como este:
Questão 12 (Uerj) Imita na grandeza a terra em que nasceste!
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
Sempre que se agita esta questão das "reivindicações", (Olavo Bilac)
escovam-se os velhos chavões, e, com um grande ar de
As estéticas literárias, embora costumem ser datadas nos livros
importância, os 1filósofos decidem sem apelação que a mulher
didáticos com início e término pós-determinados, não se deixam
não pode ser mais do que o anjo do lar, a vestal encarregada de
aprisionar pela rigidez cronológica.
vigiar o fogo sagrado, a 2depositária das tradições da família... e
Assinale o comentário adequado em relação à expressão estética
das chaves da despensa. Todo esse dispêndio de palavras do poema "A Pátria" de Olavo Bilac (1865-1918).
3inúteis serve apenas para encobrir a 4fealdade da única razão

séria que podemos apresentar contra as pretensões das

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a) O poema transcende a estética parnasiana ao tratar a temática COMENTÁRIOS E GABARITOS DAS QUESTÕES DE CASA
da exaltação da terra, segundo a estética romântica.
b) O poema exemplifica os preceitos da estética parnasiana e 01. Resposta: [C]
valoriza a forma na expressão comedida do sentimento nacional. É correta a opção [C], pois o Parnasianismo surgido no Brasil na
c) O poema se antecipa ao discurso crítico da identidade nacional década de 80 do século XIX, impôs novos parâmetros e valores
- tema central da estética modernista. artísticos, propondo a restauração da poesia clássica, desprezada
d) O poema se insere nas fronteiras rígidas da estética pelos românticos.
parnasiana, dando ênfase à permanência do ideário estético, no
eixo temporal das escolas literárias. 02. Resposta: [B]
e) O poema reflete os valores essenciais e perenes da realidade, A “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está
distanciando-se de um compromisso com a afirmação da presente na alternativa [B], pois a estrofe assume um tom
nacionalidade. extremamente descritivo na forma como caracteriza o palácio.
Enfatiza-se, assim, o caráter plástico e preciosista da poesia em
Questão 14 (Enem 2015) detrimento da expressão de sentimentos e da pessoalidade.
Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um
projeto ideológico em construção na Primeira República. O 03. Resposta: A
discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em
que 04. Resposta: [C]
a) a paisagem natural ganha contornos surreais, como o projeto A referência à busca da perfeição formal sem nenhum tipo de
brasileiro de grandeza. compromisso com o contexto social (“princípio da Arte pela Arte…
b) a prosperidade individual, como a exuberância da terra, uma arte que não sirva a nada e a ninguém, uma arte inútil, uma
independe de políticas de governo. arte voltada para si própria”, “Esteticistas, anseiam uma arte
c) os valores afetivos atribuídos à família devem ser aplicados universalista”), ao objetivismo que exigia a contenção das
também aos ícones nacionais. emoções (“o belo se confundiria com a forma que o reveste, e não
d) a capacidade produtiva da terra garante ao país a riqueza que com algo que existiria dentro dele”) indicam que Massaud Moisés
se verifica naquele momento. se referia ao Parnasianismo, estética que, em Portugal, contou
e) a valorização do trabalhador passa a integrar o conceito de com poucos seguidores, dos quais se destacam Gonçalves
bem-estar social experimentado. Crespo e Cesário Verde. Assim, é correta a opção [C].

Questão 15 (Enem PPL 2014) 05. Resposta: [D]


Abrimos o Brasil a todo o mundo: mas queremos que o Brasil seja É incorreto o que se afirma em [D], pois uma das características
Brasil! Queremos conservar a nossa raça, a nossa história, e, do Parnasianismo é a defesa da objetividade para retratar a
principalmente, a nossa língua, que é toda a nossa vida, o nosso realidade como é, sem deformá-la pela maneira pessoal de ver,
sangue, a nossa alma, a nossa religião. sentir ou pensar.

BILAC, O. Últimas conferências e discursos. Rio de Janeiro: 06. Resposta: B


Francisco Alves, 1927. Sonho, devaneio provocado pelo uso da imaginação, emotividade,
preferência pelo ambiente noturno, referência a imagens estelares
e subjetividade expressa pelos pronomes “eu”, “meu”, assim como
Nesse trecho, Olavo Bilac manifesta seu engajamento na pelos sujeitos elípticos de verbos conjugados na primeira pessoa
constituição da identidade nacional e linguística, ressaltando a do singular, caracterizam os poemas de “Via-Láctea” de Olavo
a) transformação da cultura brasileira. Bilac, fiel aos princípios parnasianos no aspecto formal, mas
b) religiosidade do povo brasileiro. sensível aos preceitos do Romantismo no conteúdo. Assim, é
c) abertura do Brasil para a democracia. correta a opção [B].
d) importância comercial do Brasil.
e) autorreferência do povo como brasileiro. 07. Resposta: [A]
No soneto “Mal secreto”, de Raimundo Correia, o eu lírico
expressa a sensação de que o comportamento social do indivíduo
pode dissimular as agruras de uma vida penosa que não quer
revelar a ninguém. Na última estrofe, os versos “Quanta gente
que ri, talvez, consigo/guarda um atroz, recôndito inimigo”
explicam que o indivíduo age muitas vezes de forma dissimulada
para ser socialmente aceito, como se afirma em [A].

08. Resposta: [A]

09. Resposta: E

10. Resposta: C

11. Resposta: A

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12. Resposta: [A]

13. Resposta: A

14. Resposta: [B]


No poema de Bilac, o eu lírico exalta as belezas naturais do Brasil
(“Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!”) e a capacidade
produtiva da terra (“Boa terra! Jamais negou a quem trabalha/ O
pão que mata a fome, o teto que agasalha”). Os versos “Quem
com o seu suor a fecunda e umedece,/Vê pago o seu esforço, e é
feliz, e enriquece!” expressam a opinião do poeta de que a
exuberância da terra permitia por si só a prosperidade individual,
independentemente de políticas do governo. Assim, é correta a
opção [B].

15. Resposta: [E]


Deve-se entender por autorreferência a propriedade que se tem
através de uma linguagem, no caso a verbal, de falar sobre si
mesma. O orador em seu discurso enaltece o Brasil, a cultura e o
povo brasileiro e ao incluir-se no discurso autorreferencializa-se,
bem como através de referências próprias de nosso país
eternamente em busca de uma identidade. Portanto, ao dizer que
se deve abrir o Brasil para o mundo, autorreferencializa-se ao
enumerar as características primordiais de nossa cultura: língua,
sangue, alma e religião, que são a base da construção do povo e
da nação brasileira.

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