Deus das Letras - É chamado Wen Tchang. Habita em certa constelação ou
lugar celeste, próximo da Ursa Maior (provavelmente se trate também de uma constelação). Diz-se que baixou 17 vezes à Terra, a última vez sob a forma de Cang-Ya, misteriosa personagem do século III. Outra versão diz que “penetrou nos despojos de Cang-Ya”, como se este tivesse morrido e depois ressuscitado com este novo espírito. (Poderia relacionar-se com o Budhismo e o corpo Sambhoga). Koei Sing, deidade das quatro estrelas do Carro da Ursa Maior; este Koei Sing aparece depois identificado com o Deus dos Exames. As decidas à Terra deste Deus representavam uma série de trabalhos e proezas extraordinárias, com as de Hércules.
O Deus da Roupa Vermelha - Chamado Ku-hi, forma uma espécie de tríade
com os dois anteriores e é também protetor dos estudantes e estudiosos. Porém, tem a característica de interceder inclusive pelos piores estudantes, por aqueles que sempre fracassam nos exames, que lhe têm especial estima. Os Taoístas identificavam-no com um Guardião das Portas exageradamente armado e de aspecto temível.
2. Comente sobre o Deus da Alegria:
Chamado Pu Tai. É confundido com o Budha, pois muitos desses Budhas
excessivamente gordos e sorridentes não representavam o Avatar, mas sim a esta deidade tardia. Geralmente assume a figura de um gordíssimo e fofo personagem, semi-recostado, de longas orelhas e cabeça raspada ou, pelo menos, sem cabelo evidente. Seu avultado ventre mostra o umbigo por entre a túnica aberta. É também, símbolo da moleza e da despreocupação; mas não nos parece torpe, mas sim uma espécie de deificação da indiferença filosófica somada a uma idéia de conforto quase pantagruélico. Ás vezes tem entre as mãos um pêssego; outras vezes, sustem um leque; porém, sua característica fundamental é que tem uma perna para cima, outra cruzada e está meio deitado enquanto sorri. Tema 2
1. Quais são as virtudes de um Bom Príncipe deve ter para uma
Cidade Perfeita? 1) Cultivar sua própria conduta. 2) Honrar os homens de valor. 3) Ser afetuoso e cumprir seus deveres para com seus governados. 4) Mostrar respeito aos Ministros de Estado. 5) Identificar-se com os interesses e bem-estar de todo o corpo de Serviços Públicos. 6) Ser como um Pai para o povo. 7) Estimular o cultivo, progresso e renovação das Artes. 8) Ser cordial e amável com os estrangeiros. 9) Interessar-se pelo bem-estar dos dirigentes do Império.
2. Comente a Doutrina Politica de Confúcio
“Quando o “Grande Princípio” prevalece, todo o mundo se transforma num Estado Ideal; os homens de maior talento, virtude e habilidade são eleitos; eles chegam a acordos sempre sinceros e cultivam a paz universal...Deste modo, os homens não olham seus pais como únicos pais, nem tratam seus filhos como seus únicos filhos. Confúcio dava grande importância à confiança que se deve depositar num mandatário e afirmava que a este seria mais fácil governar sem soldados e sem alimentos do que sem confiança. Também como Platão, acreditava que a Política devia fundamentar-se na Educação. Afirmou que a “vida de um homem moral é a verificação de uma ordem moral no Universo.
3. Segundo Jaspers cite algumas causas da decadência gradual do
Confucionismo:
1) A transformação do conceito do Uno e do não-saber sobre o Uno em
indiferença metafísica. 2) Transformação do primitivo humanismo confucionista, sóbrio porém vital e inegoísta, num utilitarismo administrativo, pedante e chato. 3) Transformação da Moral Profunda em normas fixas externas. Pouco a pouco importam mais aparências que a consciência íntima, e mais o aspecto e imagem política que o bem e a realidade. 4) Transformação do pensamento em dogmas de conhecimento teorético; plasmam-se alternativas; desprendem-se cuidadosamente detalhes nos quais o Mestre jamais teria perdido seu tempo. O racionalismo resoluto resseca a mística e o coração da doutrina afunda mais e mais entre as inúteis defesas que em seu nome elaboram-se. 5) Transfomação do saber num aprender formal sistematizado. Desenvolve-se a casta dos Literatos, os que são “melhores” quanto mais ilustração tenham, sejam ou não virtuosos e autênticos. Não se investiga e revitaliza a essência do antigo, senão que tudo se reduz a uma cópia formal. A figura do sábio Confúcio deifica-se mais e mais, e portanto, é “separada” da Humanidade, é convertida num arquétipo “analcansável” e que somente pode ser imitado. O Mestre já não é fonte criadora de inspiração, senão que muitas vezes é um limite estereotipado, um “teto” ao qual sempre há que olhar “como a Lua e o Sol”, sem maior proposição que inteligir. Tão somente é adorado...
4. Sobre a Vida de Lao-Tsé, que detalhe podemos extrair do Shi Chih:
“A prática de Lao-Tsé foi a do Tao e a Virtude. Sua doutrina realça a ocultação do ser e o não ter nomes. Viveu durante longo tempo no Estado de Chow, porém prevendo a decadência do Estado, foi-se embora e chegou à fronteira. O oficial que guardava a fronteira chamava-se Yin Hsi. Este lhe disse: ‘Senhor, se vais para afastar-te, rogo-te que componhas um livro para mim’. Lao-Tsé, então, escreveu um livro de uma primeira e uma Segunda parte, discutindo os conceitos do Tao e da Virtude, e escreveu 5000 e alguns mais caracteres. Depois se foi. Ninguém sabe onde morreu.”
5. Fale-nos sobre o significado do TAO:
Seu conceito não é próprio de Lao-Tsé; ele não o inventa, mas lança-o novamente, colocando novamente em circulação, digamos que o “popularizou”. (De fato era um conceito muito antigo na China). Na época arcaica Tao significa uma Via para conquistar a Harmonia com o Universo, é como se fosse o Caminho. A partir de Lao-Tsé o conceito se modifica por seus próprios seguidores, até converter-se na “Realidade Suprema” ou “Deidade Absoluta”. (No Tao Te King é a “Mãe dos 10.000 seres; Pai e Mãe da doutrina; Parte de todas as coisas,” etc. São metáforas que, ao popularizar-se o Tao, converte-o em Deus). Apesar de tudo, Lao insiste em que o TAO é “O Absoluto” e impessoal, tanto que não se lhe pode atribuir nenhuma das qualidades e ao contrário, é fonte de toda qualidade. Quando o TAO identifica-se com o Absoluto, com o UNO, então se converte n’Aquele que engendra o mundo variável; e uma vez neste mundo variável termina seu ciclo, retorna ao TAO, para gerar de novo, outra vez, o mundo, etc.
6. Como chegar ao TAO, ao UNO?
A união com o TAO é a finalidade mais importante do homem na vida. Quando alguém conhece o TAO, a alma o busca de tal modo que a realidade do mundo circundante começa a perder importância: acima de tudo se busca esta união com o TAO. Esta re-união não é passiva. O homem tem que por em jogo sua Vontade. A reunião com o TAO não é só uma questão de conhecimento, não é só questão de ciência, é SABER. (Não é que a ciência ou o conhecimento não sirvam, senão que sozinhos não bastam). Além disso, é necessária a VIVÊNCIA MÍSTICA, a VIVÊNCIA INTERIOR. A alma sente o TAO, a princípio como uma primeira chispa de Intuição. Essa vivência interior leva-o a produzir um vazio interior. O “vazio interior” de que falam, após o “primeiro impacto”, é uma sensação interior de “não Ter nada”, de estar órfão.
7. Qual a moral da não ação segundo o Taoísmo?
A não-ação taoísta supõe buscar a ação mais nobre e natural dentro de nós mesmos. Uma ação que tenha em nós a mesma naturalidade da água quando corre. Seria o não ir contra as Leis da Natureza, mas a favor dela.
8. Qual a visão Taoísta sobre a morte?
A morte significa a libertação momentânea do corpo (acreditavam na reencarnação) e que entre vida e vida existe um descanso de libertação. Reconhecem que existem sábios que sem chegar à morte podem libertar-se das ataduras da matéria, através da Iniciação.