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Entendendo a lógica dos Tributos e seus reflexos sobre os resultados das Empresas.
As empresas que se enquadrarem no regime simplificado recolhem oito impostos das três
esferas (federal, estadual e municipal) de uma única vez por mês. Portanto, há uma
simplificação no recolhimento e na burocracia administrativa da gestão de tributos das
empresas enquadradas.
Definição ampla de Micro e Pequena Empresa: a definição ampla está atrelada ao valor
Receita Bruta de Vendas que uma empresa obtém durante o ano fiscal.
Obs: em caso da empresa começar a operar durante o ano, deverá ser considerada a
proporcionalidade. Por exemplo, para uma empresa que começar a operar em 1º. De março, os
valores máximos da receita bruta para micro e pequena empresa serão respectivamente R$
300.000,00 e 3.000.000,00.
No quadro abaixo está a relação de tributos e suas respectivas esferas que fazem parte do
regime simplificado nacional
Forma de organização social - por exemplo, empresas organizadas de forma de sociedade por
ações estão impedidas;
A base de cálculo do SIMPLES Nacional é a receita bruta, entendida como tal o produto da
venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o
resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos
incondicionais concedidos.
As alíquotas aplicáveis variam por faixa de faturamento e atividades, e constam no anexo da Lei
123/06.
A lei tem a preocupação de dar vantagem para a empresa que realmente é pequena. Por
exemplo, uma empresa que participa em diversas outras empresas não tem perfil de empresa
pequena para a lei, pois mesmo tendo receita bruta na faixa permitida, participa em outras
empresas que podem ter suas receitas brutas acima, individualmente ou em conjunto, do
limite imposto. Isto tira a possibilidade de um grupo de empresas fazer uso da lei, ou seja, sua
forma jurídica poderia até se enquadrar, mas na essência econômica é um grupo que não pode
ter as vantagens tributárias da lei.
A lei permite que um sócio tenha participação em outra empresa, mas que a receita bruta de
todas as empresas não ultrapasse o valor máximo, o que evidencia uma preocupação em
relação à participação de um acionista pessoa física. Independentemente do percentual de
participação, a lei exige que se somem as receitas totais e não apenas a proporção de
participação do sócio que detém outras participações.
Pode-se verificar que as exceções que a lei trata estão atreladas a negócios que não têm
natureza comercial ou industrial e sim a serviços de natureza financeira, em que geralmente
dependem de um capital maior para suas operações como também tem regulação específica,
como por exemplo: seguradoras que são supervisionadas pela SUSEP, financeiras pelo BACEN.
As sociedades por ações, geralmente são empresas de porte naturalmente maior e que podem
buscar recursos no mercado acionário (negociadas em bolsa de supervisionadas pela CVM).
A apuração do tributo devido pelo SIMPLES Nacional ocorre mediante aplicação da alíquota
devida ao valor da receita bruta mensal auferida pela empresa.
Para encontrar a alíquota devida, a empresa deve considerar o tipo de atividade e a receita
bruta acumulada no ano, consultando a tabela correspondente (indústria, comércio serviços,
locação de bens e móveis), como também qual a faixa de alíquota em que se enquadra. Uma
vez encontrada a alíquota, ela é aplicada ao valor do faturamento obtido no mês.
Sua apuração deve ser efetuada após a empresa ter todos os dados mensais sobre suas
receitas brutas. Para cada tipo de receita, existe um tipo de tabela, que varia de alíquota por
total das respectivas receitas. A lei trata as receitas por “atividades”, ou seja, há a necessidade
de segregação, o que faz sentido, pois uma empresa que presta serviço e revende mercadorias
não poderia aplicar a mesma alíquota para a atividade serviços e de revenda respectivamente.
Créditos
As empresas que estão enquadradas no SIMPLES Nacional não geram crédito de impostos (PIS,
COFINS, IPI, ICMS – Impostos não cumulativos) para as empresas compradoras ou clientes. Tal
fator gera uma limitação na cadeia de valor de grandes distribuidores que não podem se
creditar destes impostos, pois a diferença na receita liquida é um percentual considerável.
Desta maneira, pode-se perceber que tal regime de tributação tem uma certa rigidez quanto a
planejamento de cadeia de suprimentos no tocante a impostos, pois não permite que a
empresa enquadrada possa se utilizar de créditos relativos a impostos. Mas permite ao
tomador de serviço ou o comprador, a partir da publicação pela Receita Federal de um Ato
Declaratório interpretativo (nº. 15), foi a solução encontrada para o impasse do art. 23 que
impedia o uso de créditos de ICMS e de IPI por compradores de mercadorias de empresas que
optaram pelo SIMPLES Nacional. Além disso, proibia que empresas tributadas pelo lucro real,
sujeitas ao regime não cumulativo de PIS/COFINS, aproveitassem o crédito destas
contribuições ao adquirir produtos e serviços de empresas enquadradas no SIMPLES Nacional.
Desse modo, as pessoas jurídicas não optantes pelo SIMPLES Nacional terão direito a crédito
correspondente ao ICMS incidente sobre as suas aquisições de mercadorias de microempresa
ou empresa de pequeno porte optante pelo SIMPLES Nacional em relação a essas aquisições,
conforme descrito pelo art. 23, § 1º, da Lei Complementar nº. 123/06, que foi alterado pela Lei
Complementar nº. 128/08.
Obrigações Acessórias
Obrigações Trabalhistas
A empresa comercial A, optante pelo SIMPLES Nacional na condição de ME, obteve, até
Julho de 2018, receita bruta acumulada de 160.000,00. Nos meses agosto e setembro,
auferiu receita de R$ 80.000,00 e R$ 20.000,00 respectivamente.
A tabela para comércio é o Anexo de alíquotas vigente para empresas comerciais:
ANEXO I – do SIMPLES Nacional 2018.
Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS
No mês de Setembro:
receita bruta acumulada de janeiro a setembro = 260.000,00
alíquota aplicável (conforme receita bruta acumulada) 7,3%
imposto devido = 20.000,00 X 7,3% = 1.460,00