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13/10/2018 Direitos da mulher: avanços e retrocessos na legislação e políticas públicas - Politize!

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DIREITOS DA MULHER: AVANÇOS E RETROCESSOS


NA LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS

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13/10/2018 Direitos da mulher: avanços e retrocessos na legislação e políticas públicas - Politize!

Este é o quinto texto da trilha de conteúdos Mulheres e Democracia e abordará o tema Direitos da Mulher. Veja os demais
textos desta trilha: #1 – #2 – #3 –  #4 – #5

Ao terminar de ler este conteúdo você terá concluído 100% desta trilha. Parabéns! 

Mulheres das periferias e das universidades; mulheres lésbicas, bissexuais e transsexuais; mulheres negras e indígenas;
mulheres no espaço privado e também no público. São muitas as necessidades das mulheres e demanda-se do Estado que
elas sejam atendidas.

Nas últimas décadas, importantes programas sociais foram postos em prática e legislações foram aprovadas. Ainda assim, as
mulheres são um dos primeiros cortes de investimentos quando o cenário é de crise. Houve avanços e possibilidades, mas
também é preciso apontar para os retrocessos, a m de que todas as mulheres sejam atendidas.

UM HISTÓRICO DE MOBILIZAÇÕES
Até 1962, as mulheres casadas só podiam trabalhar fora de casa se o marido permitisse, uma limitação imposta pelo Código
Civil de 1916. As próprias mulheres se mobilizaram e apresentaram propostas década após década para mudar o quadro
legal. Também até bem pouco tempo não era considerado juridicamente possível que houvesse estupro entre cônjuges e
assassinato por honra era algo aceitável.

São exemplos marcantes de uma luta que existe há muito tempo e que se faz ainda mais presente a partir dos anos 1970. No
Brasil, esse foi um período de fortalecimento dos movimentos sociais e de embate desses movimentos com o regime
autoritário de governo. Após mais de 20 anos de regime ditatorial, mudanças aconteciam não só na forma de governo, mas
começavam a acontecer nas políticas públicas.

Ao mesmo tempo em que denunciavam pautas gerais, as mulheres nos movimentos passaram também a levantar temas
especí cos à sua condição como direito a creche e direitos trabalhistas, saúde, sexualidade, contracepção e violência contra
a mulher. Pressões se dirigiram a diferentes níveis de governo, dependendo da distribuição de competências em cada campo
de política pública – municipal, estadual e federal.

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13/10/2018 Direitos da mulher: avanços e retrocessos na legislação e políticas públicas - Politize!

Sob impacto desses movimentos, na década de 80 foram implantadas as primeiras políticas públicas com recorte de gênero:
o primeiro Conselho Estadual da Condição Feminina, em 1983, e a primeira Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, em
1985, ambos no Estado de São Paulo. Essas instituições se disseminaram a seguir por todo o país.

Alguns anos depois, a Constituição de 1988 foi outro marco importante, ainda que muitas vezes mais no papel que na
prática: organizada em torno da bandeira “Constituinte pra valer tem que ter palavra de mulher”, a Carta das Mulheres
Brasileiras estruturou propostas para a nova Constituição. Diversas propostas dos movimentos sociais – incluindo temas
relativos a saúde, família, trabalho, violência, discriminação, cultura e propriedade da terra – foram incorporadas.

DIREITOS DAS MULHERES: AVANÇOS


No Brasil, as transformações domésticas e internacionais são propulsores de avanços signi cativos em diversas áreas,
dentre elas o combate à violência e o empoderamento econômico das mulheres.

“ CADÊ MEU CELULAR? EU VOU LIGAR PRO 180 ”


Da participação ativa de organizações não governamentais feministas, órgãos internacionais de direitos humanos, setores
acadêmicos, pessoas ligadas ao Direito, poder Executivo e o Congresso Nacional foi criada a Lei Maria da Penha
(11.340/2006). Segundo dados do IPEA de 2015, essa legislação contribuiu para a diminuição em 10% sobre os casos de
assassinatos contra mulheres no país.

Também no âmbito do combate à violência contra a mulher, existe a Secretaria de Políticas para as Mulheres, órgão federal
criado em 2003 e de importância central para a defesa dos direitos das mulheres. Um de seus serviços é a Central de
Atendimento à Mulher em Situação de Violência – Ligue 180, que recebe denúncias de violência e reclamações sobre os
serviços da rede de atendimento à mulher e orienta sobre seus direitos e sobre a legislação vigente.

Durante o governo da presidente Dilma Rousseff, outra medida de grande repercussão nesse tema foi implementada: a Lei
13.104/15, que torna quali cado o homicídio quando realizado contra mulheres em razão do gênero (também conhecido
como feminicídio) e o inclui no rol de crimes hediondos.

Redistribuir renda: empoderamento e autonomia econômica

Um programa que muitas vezes é encarado como puro assistencialismo, mas que na prática é uma política pública e caz não
só na redistribuição de renda como na melhoria da vida de milhares de brasileiras é o Bolsa Família.

Em todo o Brasil, o programa atende a 13,7 milhões de famílias – sendo que mais de 93% dos cartões estão em nome de
mulheres, que passam a ter poder de escolha nanceira dentro do lar. São elas que recebem e distribuem a renda familiar.
Pesquisas do Ministério do Desenvolvimento Social mostram que tal procedimento garante mais autonomia, independência
e liberdade.

“A libertação da ‘ditadura da miséria’ e do controle masculino familiar amplo sobre seus destinos permite às mulheres um
mínimo de programação da própria vida e, nesta medida, possibilita-lhes o começo da autonomização de sua vida moral. O
último elemento é fundante da cidadania”, analisam os pesquisadores Walquiria Leão Rego e Alessandro Pinzani no livro
Vozes do Bolsa Família: Autonomia, dinheiro e cidadania.

“ É PRECISO ESTAR ATENTO E FORTE ”


Simone de Beauvoir escreveu há algumas décadas e continua atual: “Nunca se esqueça que basta uma crise política,
econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você
terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.”

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Mesmo com esses avanços (ou por causa deles), ameaças de retrocessos – ligados, principalmente, às questões de saúde e
direitos reprodutivos e do direito a estar livre de todas as formas de discriminação – persistem. Projetos como o Estatuto do
Nascituro ou que di cultam o tratamento adequado a mulheres vítimas de estupro, além de falas discriminatórias e
violentas feitas por parlamentares a suas colegas mulheres, são alguns exemplos recentes.

Em maio de 2016, o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos foi extinto. Além disso, todos os
Ministérios passaram a ser ocupados por homens. Diante dessa realidade, o país caiu 22 posições em ranking internacional
de igualdade de gênero. 

“Não ter mulheres signi ca perder, pois metade da população não está representada, nesse governo, nessa junta
executiva. A possibilidade de perdas de políticas públicas, dos avanços, da [possibilidade de] ir além do que normalmente
está sendo visto por só uma parte da população, é muito grande”, a rmou a representante do Escritório da ONU Mulheres
no Brasil, Nadine Gasman.

O QUE AINDA PRECISA ACONTECER PODE ESTAR


ACONTECENDO NOS MICRO-ESPAÇOS
O quadro atual é de conquistas quanto à igualdade de gênero em nosso país. Possíveis retrocessos também nos alcançam.
Diante disso, não podemos esquecer: existem espaços para discutir os lugares de disputa de poder ganharam vida e
presença feminina. A mudança deve continuar e, se não acontece nas grandes instâncias, pode começar no cotidiano.

Há muito para fazer. O índice de violência de gênero continua epidêmico no Brasil. Dados da Organização Mundial da Saúde
nos colocam como o quinto país do mundo em assassinatos de mulheres, atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala
e Rússia.

Dados presentes no Mapa da Violência 2015: Homicídio de mulheres no Brasil

Persiste uma articulação das desigualdades de gênero e raciais no contexto da educação, do mercado de trabalho e renda,
da exclusão e da violência. Recortes de classe e raça também devem ser feitos. De acordo com o Mapa da Violência 2015, o
número de mulheres negras mortas cresceu 54% em 10 anos (de 2003 a 2013), enquanto que o número de mulheres
brancas assassinadas caiu 10% no mesmo período.

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A inclusão de temas ligados ao gênero (discriminação e violências contra mulheres e LGBTfobias, por exemplo) foi algo
muito discutido, disputado e vencido na aprovação de planos de educação no âmbito nacional, estadual e municipal.

Os programas de saúde avançaram. No entanto, a mulher é atendida baseada em sua função na família. O direito à decisão
sobre o próprio corpo, a exercer sua sexualidade, a partos bem assistidos e livres de violência e mesmo a ter atendimento
adequado sendo lésbica ou transexual permanecem como necessidades.

Com tantos desa os, iniciativas municipais e da sociedade civil são importantes e podem servir de modelo a ser propagado.
Em São Paulo, dois programas têm o objetivo de promover os direitos humanos e promover a cidadania LGBT: os Centros de
Cidadania LGBT e o Transcidadania. O governo de Minas Gerais já estrutura uma ação semelhante a este último e
representantes do governo norte-americano também foram a São Paulo conhecer a iniciativa. Jovens adolescentes também
estão engajados e formaram a Rede Nacional de Adolescentes LGBT.

Organizações não-governamentais são igualmente importantes. Geledés Instituto da Mulher Negra e Themis Gênero e


Justiça são idealizadoras da plataforma PLP 2.0 de enfrentamento à violência contra mulher, criado para fortalecer a rede
de proteção para mulheres em situação de violência.

Coletivos e mulheres organizadas autonomamente das mais diversas formas são outras iniciativas signi cativas. O Coletivo
de Saúde Feminista Sexualidade e Saúde, por exemplo. O Coletivo é uma ONG que desenvolve desde 1981 um trabalho com
especial foco na atenção primária em saúde das mulheres, com uma perspectiva feminista e humanizada. Assim, as políticas
públicas voltadas às mulheres são conquistas dadas das mais diversas maneiras.

Espaços no plano institucional, cargos eletivos e as formas alternativas de participação política são três eixos que atuando
conjuntamente nos dão um horizonte de grandes possibilidades. Nas ruas e nas redes conquistamos muitos direitos, a
começar pelo direito ao voto até as políticas públicas de gênero hoje existentes. Os problemas que as mulheres levantam, se
forem encarados, vão trazer soluções para toda a sociedade, e não só para as mulheres. Há muito o que fazer e retrocessos
para evitar. Juntas e juntos podemos construir uma sociedade igualitária.

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Referências:

FARAH, Marta Ferreira Santos. Gênero e políticas públicas. In.: Estudos Feministas, Florianópolis, 12(1): 47-71, janeiro-
abril/2004 http://www.scielo.br/pdf/ref/v12n1/21692

MIRANDA, Ana Carolina Souza. Políticas Públicas brasileiras à luz da in uência do feminismo nas Relações
Internacionais. Pesquisa de Iniciação Cientí ca aprovada pelo Conselho de Ensino e Pesquisa da PUC-SP, subsidiado pelo
PIBIC-CEPE. 2014 – 2015

PINTO, Celi Regina Jardim. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003.

Publicado em 29 de setembro de 2016.

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13/10/2018 Direitos da mulher: avanços e retrocessos na legislação e políticas públicas - Politize!

Marcela Tosi

Internacionalista pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Escreve principalmente sobre direitos humanos,
gênero e política.

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