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Enfermagem
Módulo IV
Enfermagem em UTI
Produzido por:
Depto. Pedagógico - Escola Info Jardins
SUMÁRIO
Introdução
Instalação da uti
Local e área
Sem ruídos ou poluições;
De preferência próximo do pronto-socorro e do centro cirúrgico, ou de fácil acesso a estas unidades;
Área por leito: 5m2 em média.
Planta física
- uma sala para o chefe da equipe médica; uma sala para a chefia da enfermagem;
- uma sala para respiradores de pronto uso;
- uma sala reserva para monitores, respiradores e acessórios diversos.
Equipamentos
Gerais – aspiradores volantes, focos portáteis, colchão d’água, macas, cadeiras de rodas, carro de
curativo, camas especiais, balança, hamper, suportes para soro, vacuômetros, fluxômetros de O2,
nebulizadores, mesa de cabeceira, etc.
Material cirúrgico e para cuidados gerais - pequena cirurgia, punção lombar, dissecção de veia,
traqueostomia, punção subclávia, diálise peritoneal, cateterismo vesical, curativo, retirada de
pontos, etc.
Número de leitos
O número de leitos na UTI varia com o tipo de hospital e de acordo com sua possibilidade de ter
uma equipe de médicos e de enfermagem em número suficiente. Há quem condicione esse número
ao do hospital todo e, neste caso, ele costuma ser de 2 a 4% do total geral.
Pacientes graves
Grande queimado;
Parada cardíaca;
Politraumatismo;
Intoxicações graves.
Pacientes de elevado risco
São os pacientes que apresentam possibilidade iminente de sério comprometimento de função vital:
Insuficiência coronariana aguda;
Arritmias cardíacas;
Pós-operatórios especiais (cardiovascular, neurocirurgia, cirurgia. torácica, grande cirurgia geral).
A intervenção é solicitada pelo médico assistente e efetuada após concordância da equipe da UTI,
ficando condicionada à existência da vaga.
O paciente terá seu leito bloqueado na clínica de origem. Em casos de pronto-socorro, o setor de
internação providencia o bloqueio do leito na clínica adequada.
A alta deve ser dada tão logo desapareçam os sintomas que deram origem à admissão do paciente
na UTI por decisão da equipe da unidade.
Após receber alta, o paciente retorna à clínica de origem, ficando aos cuidados de seu médico
assistente.
Enfermagem
Admissão de Enfermagem
Responsabilidades da Enfermagem
Se o paciente estiver em coma, mantê-lo com os olhos fechados e cobertos com gaze umedecida em
soro fisiológico;
Fazer higiene oral com solução anti-séptica de oito em oito horas;
Trocar equipes de PVC de dois em dois dias.
Uma UTI não pode funcionar sem a assistência da maioria dos outros departamentos no hospital. Os
serviços de todos os laboratórios (bioquímico, hematológico, etc.) e os radiológicos precisam estar
disponíveis a qualquer hora e a curto prazo.
Esta unidade deve ter seu próprio fisioterapeuta, cabendo a este participar das visitas ao paciente e
das discussões clínicas.
São necessários também um técnico habilitado em ventiladores e outros equipamentos uma
secretária, pessoal administrativo, faxineiros e pessoal de serviços domésticos.
Em geral o paciente acamado terá a cabeceira da cama ligeiramente elevada e dependendo desta os
pés elevados.
• Se a cabeceira está muito elevada à elevação dos pés evitará que o paciente escorregue para baixo;
• Como profilaxia de trombos e embolias, que são complicações mais frequentes a elevação
favorece o retorno venoso.
• Paciente politraumatizado: a posição tem o objetivo de não alterar a lesão principal o que pode
interferir no processo de reabilitação.
Mudança de decúbito
Consiste em avaliara a posição do paciente com fins terapêuticos e de conforto evitando riscos
patológicos ou sequelas de uma imobilização prolongada.
Está indicada para:
• Evitar a formação de úlceras de pressão, que se originam principalmente nas áreas corporais com
proeminência óssea.
• Impedir problemas musculoesqueléticos, queda do pé (pé equino), pois os músculos, tendões e
articulações tornam-se menos flexíveis.
• Evitar a retenção ou acúmulo de secreções de brônquicas e consequentes obstruções respiratória.
Posições
Vários são as razões para posicionar um paciente: manter a boa postura corporal facilitar a
respiração, evitar escaras e promover a drenagem de secreções.
Para que o paciente acamado tenha um posicionamento anatômico no leito e necessário que tenha
em sua unidade materiais como: travesseiros, almofadas, toalhas de banho e de rosto pequenos de
espuma ou borracha.
SUPINA OU DECÚBITO DORSAL: o paciente deitará sobre o seu próprio dorso apoiando a
cabeça e os ombros sobre um travesseiro, quando as condições permitem. As pernas também podem
ficar ligeiramente fletidas e entre elas ao nível de joelho colocar uma toalha de rosto ou coxim. Nos
pés da cama entre o colchão e a guarda inferior da cama colocar um travesseiro de modo a apoiar os
pés do paciente, evitando assim o pé equino.
POSIÇÃO EM DECUBITO VENTRAL: solicitar que o paciente dite sobre o abdome com a
cabeça voltada para um dos lados. Colocar um travesseiro sob as pernas, os braços deverão ficar da
maneira que o paciente solicitar e um pequeno travesseiro pode ser colocados ao nível do diafragma
a fim de evitar a pressão sobre as glândulas mamárias em pacientes do sexo feminino.
POSIÇÃO DE FOWLER: elevar a cabeceira da cama à pelo menos 45º, sustentar a cabeça e os
ombros com um travesseiro, colocar pequenos travesseiros sob as coxas do paciente.
• Fontes de infecção:
- Humanas – o próprio paciente e a equipe de saúde:
- Animais e insetos – baratas, ratos, formigas etc.
- Objetos ou elementos inertes – poeiras nos pisos, paredes, prateleiras, nos condutores de ar
condicionado etc.
• Susceptibilidade do hospedeiro
Deficiência do sistema imune do paciente para reagir à presença do MO.
O revestimento da unidade deve ser feito com materiais que deixem o mínimo de junções e sejam
laváveis, lisos e não-absorventes;
Após a limpeza, deve-se passar pano úmido com solução germicida no piso, no teto e na parede;
Todo o material utilizado pelos doentes deve ser rigorosamente esterilizado;
Todo o pessoal que lidar com um paciente deve, antes de tocar em outro doente, lavar as mãos.
Meio relacionado a evitar infecções cruzadas, criando barreiras entre o paciente e a equipe
multiprofissional.
NO GERAL
• Sensibilizar e conscientizar a equipe multiprofissional no que diz respeito à cadeia de transmissão
da infecção, através de reuniões conjuntas com especialistas em medicina preventiva e
departamento de microbiologia hospitalar.
• O hospital deve oferecer programas de educação continuada, relacionados a esta problemática.
• O hospital deve ter CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar), programando reuniões
clínicas e de enfermagem, visando e criando protocolos da ação contra infecção hospitalar e com
revisão periódica dos mesmos.
Ações concretas
• Lavagem correta das mãos com anti-séptico antes e após prestar cuidados ao paciente.
• Higiene cuidadosa das unhas.
• Uso de luvas descartáveis distintas para cada paciente.
• Utilizar de preferência material descartável principalmente nos procedimentos invasivos.
• Utilizar recipientes apropriados para a eliminação de matérias e secreções.
• Limpeza do piso com esfregão úmido, a fim de evitar poeiras.
• Usar EPI (luvas, máscaras, óculos, avental plásticos etc.), separar os instrumentos utilizados em
cirurgia séptica e asséptica, seguindo as normas técnicas da instituição.
• Lavar os instrumentos retirando restos de coágulos e secreções, mediante escovação com água,
sabão e cloro. Se houver dificuldade na remoção desses resíduos tal procedimento deverá ser
insistente e os instrumentais mantidos submersos em solução desinfetante.
• Após lavagem correta de todo instrumental observar o estado de conservação dos mesmos, para
possível manutenção.
• E por fim proceder à contagem das peças, colocando-as nas respectivas caixas de instrumentos:
flebotomia, traqueotomia, curativos etc.
Os líquidos do organismo são, em geral, distribuídos em dois compartimentos básicos: dentro e fora
das células.
Os encontrados dentro das células são os líquidos intracelulares e representam entre 40 a 50% do
peso corporal. Os encontrados fora das células são os líquidos extracelulares e têm dois
componentes: um deles, o líquido intersticial, permanece nos espaços intercelulares e compõe cerca
de 15% do total do peso corporal do adulto; o outro, o líquido il1travascular, está contido nos vasos
sangüíneos e linfáticos, e perfaz cerca de 5% do peso corporal do adulto.
Desidratação ou hipovolemia
Trata-se do déficit no volume do líquido caracterizado por perda de água que pode ou não ser
acompanhada de eletrólitos.
Etiologia - a carência de água pode resultar de perda anormal ou ingestão insuficiente: vômito,
diarréia, febre, fístula, queimaduras e hemorragia.
Sintomas - diminuição do turgor cutâneo, secura de pele e de mucosas, fadiga, perda de peso,
depressão de fontanelas (em bebês), hipotermia, hipotensão e diminuição da pressão venosa.
Tratamento - é feita a hidratação, administrando-se soluções eletrolíticas por via oral, sonda
gástrica ou perfusão intravenosa, segundo o grau de desidratação.
Fase de reparação.
Pacientes que apresentam vômito, diarréia, fístulas gástricas, e uso prolongado de diuréticos têm
perda acentuada de sódio e principalmente de potássio, necessitando de reposição planejada.
Hiperidratação
Equilíbrio ácido-básico
Numa solução neutra, o número de íons H+ encontra-se em equilíbrio exato com o número de íons
OH.
A concentração de ambos é muito baixa (0,0000001ml) ou, expressada em forma matemática, 10-7.
Seu logaritmo negativo expressa o valor pH, que, neste caso, seria 7.
É um conceito matemática que expressa a concentração de H+. Qualquer pH acima de 7 indica
alcalinidade, enquanto qualquer pH abaixo de 7 indica acidez. Uma solução de pH =7 é
quimicamente neutra.
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Ácido Neutro alcalino
Os pulmões têm duas importantes funções: excretar CO2 e regular a pH através do controle da
pCO2 (pressão parcial do gás carbônico).
Os pulmões têm duas importantes funções: excretar CO2 e regular a pH através do controle da
pCO2 (pressão parcial do gás carbônico).
Quando o CO2 se acumula no sangue, ele se combina com água, produzindo ácido carbônico, que
se dissocia em H+ e HCO3 (sentido 1 da equação). O aumento da concentração de H+ (acidose)
estimula o bulbo a elevar a frequência dos movimentos respiratórios. Por outro lado, a queda da
concentração de CO2, reduzindo a concentração de H+ (sentido 2 da equação), provoca diminuição
do ritmo respiratório.
O primeiro efeito pode ser observado quando se prende a respiração por algum tempo; o segundo,
quando se executa uma série de inalações profundas, antes de um mergulho.
Em caso de acúmulo de CO2 por pneumopatia, O pH cai por acúmulo de H+. Uma queda no pH
estimula a ventilação alveolar, acelerando a excreção de CO2. Esse mecanismo de compensação
para a neutralização não dura mais do que 20 minutos.
O sistema renal atua eliminando o excesso de ácido do organismo e reabsorvendo bicarbonato para
regular e manter o equilíbrio ácido-base.
O pH do sangue arterial e do líquido intersticial normalmente varia entre 7,38 e 7,42 (faixa de
alcalinidade). A maior variação de pH compatível com a vida é de 6,8 a 7,8.
Desequilíbrios ácido-básicos
Além da anamnese e do exame clínico, os dados obtidos por meio da gasometria arterial definem
alterações fisiológicas referentes aos distúrbios ácidos-básicos.
Gasometria arterial
Observações
Acidose respiratória
Etiologia: Qualquer diminuição súbita e severa de ventilação que origine acúmulo de CO2 no
sangue, produz acidose respiratória aguda (hipoventilação alveolar).
Manifestações: Os pacientes apresentam esforço do tipo expiratório, com dispnéia, e ficam
severamente doentes, podendo ir da simples desorientação ao coma.
Compensação
Achados laboratoriais
pO2 – baixo
pCO2 – muito alto
pH – muito baixo
HCO3 – normal ou diminuído por força de acidose lática.
Tratamento
Buscar rapidamente uma causa;
Colher uma gasometria;
Fazer raio X de tórax (procedimento indispensável, mas muitas vezes não há tempo para tal
conduta, porque a gravidade do processo exige a intubação e colocação do paciente no ventilador);
Observação
Alcalose respiratória
Etiologia
A alcalose respiratória é causada por hiperventilação e manifesta-se através de dor, estado de
ansiedade, estado hipermetabólico (septicemia por gram-negativo) e falta de oxigêni. Outra causa
freqüente de hiperventilação é o uso indevido de ventilador mecânico.
Manifestações clínicas
Dependendo do grau de alcalinização do sangue, ocorrem manifestações clínicas como tontura,
fotofobia, sudorese, palpitações, parestesia e tremores.
Compensações
Normalmente, não há tempo suficiente para uma resposta renal compensada e ocorre uma
diminuição dos níveis de CO2, caracterizada por um pH acima do normal e por pC02 abaixo de seu
valor normal.
Achados laboratoriais
pO2 – depende da causa subjacente de hiperventilação;
pCO2 – baixa;
pH – elevado;
HCO3 – inalterado ou um pouco baixo.
Tratamento
Acidose Metabólica
Enquanto a acidose respiratória está relacionada com o aumento do H2CO3 a acidose metabólica,
por sua vez, vincula-se à perda de HCO3 ou adição de H+.
Etiologia
Uso de ácido acetil salicílico
Insuficiência renal;
Diabetes;
Diarréia;
Fístula biliar ou pancreática;
Ureterossigmoidostomia.
Manifestações clínicas
A acidose leve pode apresentar apenas aumento de freqüência respiratória. Já a grave produz
aumento da função renal, respiração profunda, sonolência, pulso filiforme, hipotensão arterial e
arritmia.
Achados laboratoriais
pCO2 - diminuído;
pH - diminuído;
HCO3 - pouco diminuído.
Observação
É sabido que uma pCO2 abaixo de 20mmHg diminui o fluxo cerebral em 1/3, piorando
severamente uma isquemia cerebral preexistente.
Tratamento
O tratamento visa combater a causa primária da acidose e efetuar um bom manuseio do respirador
para manter urna pCO2 de 30mmHg e repor devidamente o potássio.
Alcalose Metabólica
O tratamento deste distúrbio é muito difícil, porque os mecanismos não são facilmente corrigíveis.
Etiologia
Uso crônico de diuréticos;
Vômitos yu sucção nasogástrica;
Bicarbonato em excesso;
Hipovolemia;
Uso de esteróides.
Manifestações clínicas
Turgor de pele diminuído.
Hipotensão arterial;
Perda de peso;
Abdome distendido;
Colapso venoso;
Arritmia ventricular.
Achados laboratoriais
pH -aumentado;
HCO3 - aumentado;
pCO2 - diminuído;
K+ - diminuído.
Tratamento
Diante de uma alcalose metabólica, o organismo lança mão de mecanismos compensatórios, sendo
o principal a hipoventilação pulmonar como tentativa de aumentar o pCO2 e de reter ácidos.
Não se trata de repor somente K+ mas também cloretos, já que o déficit destes é muito grande.
Como os pacientes apresentam déficit de volume, este deve ser reposto em grande quantidade em
forma de solução salina.
Edema
O edema não é, por si só, uma emergência. A sua presença, no entanto, é indicativa de doença de
base, cuja natureza deve ser elucidada. As causas cardíacas, hepáticas ou renal são as mais comuns.
Não se deve dar diuréticos até que se tenham analisados os múltiplos fatores que podem levar ao
edema. Os diuréticos empregados sem critério podem induzir distúrbios eletrolíticos, coma
hepático, azotemia e arritmias.
Intoxicação hídrica
Definição
É o oposto direto da hipertonicidade (por sobrecarga de solutos), causada pela excessiva ingestão de
água na presença de baixa diurese. A fonte de água pode ser a ingestão oral, mas, mais
frequentemente, é uma má orientação e excessiva terapêutica parenteral com glicose e água. As
irrigações dos colos, particularmente as destinadas a reduzir a distensão pós-operatória, podem
resultar em retenção substancial de volumes de água.
Os pacientes com enfermidades crônicas, debilitantes, com câncer, insuficiência cardíaca
congestiva ou enfermidade hepática ou renal, são propensos a ter um LEC expandido e algum grau
de hipotonicidade antes de vir à cirurgia ou de sofrer um trauma acidental. Esses pacientes estão
particularmente sujeitos a reter excesso de água no pós-operatório e a expandir, e, posteriormente,
diluir o LEC.
Quadro clínico
As náuseas, a astenia e uma queda do volume urinário são os sintomas mais precoces, seguidos por
convulsão e coma. Sempre ocorrerá rápido aumento de peso, podendo observar-se edema periférico
e pulmonar. Os achados laboratoriais incluirão rápida queda na concentração do Na+ sérico e na
osmolalidade plasmática. A urina pode conter substanciais quantidades de sódio que, em presença
de uma baixa concentração plasmática, indicam uma inapropriada excreção de sódio, devido ao
excesso de volume do LEC, se estiverem afastadas doença renal e insuficiência adrenal. A
velocidade de queda do sódio plasmático parece ser de maior importância do que seu valor
absoluto. O edema cerebral é a causa do coma e das convulsões, sendo encontrados, comumente,
valores de Na+ inferiores a 120 mEq/l.
Conduta
Restrição hídrica, reposição de sódio (administração de sal hipertônico em pequenas quantidades -
300 ml de NaCL a 3%), uso cuidadoso de diurético osmótico (manitol) e administração lenta de
glicose hipertônica.
Nenhuma tentativa deverá ser feita para uma "reposição calculada do déficit de sódio", baseada no
volume do LEC e na unidade de déficit de sódio, porque resultará numa grave sobrecarga. O tempo
com a perda insensível de água pelos pulmões, juntamente com o fluxo de urina, pode, por si só,
levar o paciente gradualmente ao normal.
O peso corporal tornou-se uma medida bastante importante, porque as alterações agudas refletem
aumentos ou diminuições na água total do organismo. A água total do organismo representa 50 a
60% do peso corporal. Em um adulto de 70 quilos essa fração seria de 35 a 42 litros de água, uma
ampla faixa que está relacionada com a idade, o sexo e as diferenças na composição do organismo
existentes entre adultos normais.
Assim, uma única medida do peso corporal, geralmente, tem pouco valor no cálculo da água total.
No entanto, no contexto da unidade de tratamento intensivo, as mudanças do peso a curto prazo
devem-se, em grande parte, mais às alterações na água total do organismo, mesmo se o valor
absoluto da água total permanecer incerto; o conhecimento da direção e da intensidade da alteração
Devido à ausência de ingestão por via oral, as fezes não são freqüentes e o débito urinário pode ser
medido com facilidade. As perdas por evaporação são inferiores a 1000 ml/dia nos pacientes afebris
e ainda menores, quando se umidificam as vias aéreas com vapor aquecido, e nos pacientes febris
existem cálculos que possibilitam avaliar as perdas aproximadas. No ambiente com ar
condicionado, muitos pacientes febris ainda perderão menos que dois litros por dia através da pele e
da respiração. A hiperventilação dos pacientes com febre elevada pode eliminar até três litros de
água por dia, porém isso é incomum. As queimaduras graves são uma exceção óbvia, porém, à
exceção desse grupo de pacientes, podem ser feitas aproximações razoáveis da perda evaporativa de
água que, por sua vez, possibilita o cálculo do BH diário e cumulativo, a partir da ingestão de
líquidos e de registros de débito. Uma vez que as pesagens seriadas ou o BH geram informações
principalmente sobre as alterações na água total do organismo, outros meios são importantes para
diagnosticar um decréscimo ou um excesso no volume absoluto. O volume plasmático é a única
medida de volume clinicamente disponível, porém pode ter um valor limitado, uma vez que os
valores normais previstos variam consideravelmente.
A assistência de Enfermagem aos pacientes internados em UTI visa contribuir com o processo de
reabilitação e cura, atendendo suas necessidades humanas básicas.
Considerando o potencial de instabilidade clínica do paciente e terapia intensiva, a vigilância
contínua e a aplicação de cuidados básicos são fundamentais para a concretização de uma
assistência de Enfermagem com qualidade.
Controle de Sinais Vitais: Deve ser verificado 2/2 hs, pois os pacientes de UTI podem apresentar
alterações frequentes dos parâmetros vitais.
Balanço hídrico: Registrar ganhos e perdas 2/2 hs. Permite controlar e adequar o aporte hídrico de
acordo com a afecção, evitando hipervolemia ou desidratação.
Cuidados c/ sonda vesical: Manter sistema fechado, controlar débito e realizar higiene íntima no
mínimo 2x ao dia.
Cuidados c/ paciente em ventilação mecânica: Efetuar higiene oral, aspirar secreções, controlar
pressão e parâmetros do ventilador.
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados
órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões; boca, faringe,
esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.
A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa,
submucosa, muscular e adventícia.
Boca
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a
língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os
alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das
enzimas.
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade
principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os
nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias
camadas de tecido.
A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até
a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada
pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro
chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e
à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina
camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram
vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na
superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os
quatro sabores primários:
amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de
sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua,
não é homogênea.
As glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a
secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias.
A
amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em
moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na
cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual:
• Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte
lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
• Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.
• Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca.
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente
ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é
empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado
pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos
para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo
assim, seu alimento chegará ao intestino.
Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias
respiratórias. Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento
para o interior do estômago.
Faringe e esôfago
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e
respiratório.Por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10
segundos para percorre-lo.
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo
abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua
função principal é a digestão de alimentos proteicos. Um músculo circular, que existe na parte
inferior, permite ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se
tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra
"J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm
ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco,
que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por
essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas
pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa
superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre
desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite)
ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao
suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa
cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino
delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.
Intestino delgado
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode
ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5
cm).
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular
da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No
duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas
digestivas.
Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar.
O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou
emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas).
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem
distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol
e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros
nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis
(triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos
para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células
gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.
Intestino grosso
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe
cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da
mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e
eliminação pelo ânus.
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso,
cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um
músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver
os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo
contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com
porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e
fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve
água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o
conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.
Glândulas anexas
Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular,
localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob
o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um
corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de
Wirsung e de Santorini.
O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas
comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino.
O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os
ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um
condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema
endócrino.
Fígado
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as
vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor
arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior
direito da cavidade abdominal.
O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos
por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos
quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático
que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega
seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais
residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão
muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de
lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o
colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para
definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose.
Funções do fígado:
• Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a
ação da lipase;
• Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que
é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose,
que são relançadas na circulação;
• Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
• Metabolizar lipídeos;
• Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de
substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
• Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
• Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em
bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.
Hepatite Tóxica
As hepatites tóxicas são aquelas geradas a partir do uso de substâncias que danificam o fígado.
A ingestão excessiva de álcool pode gerar lesões no fígado. Os danos podem ser hepatite alcoólica,
cirrose alcoólica e outros.
Diagnóstico
A melhor forma de fazer o diagnóstico é através de exames de sangue, onde se mede a quantidade
de enzimas produzidas pelo fígado, como o TGO e TGP.
Na hepatite elas estão bem aumentadas, facilitando o diagnóstico. Também podem ser dosados os
anticorpos específicos para cada tipo de hepatite.
A hepatite B pode ser detectada através da presença do antígeno Australian, logo no início da
doença.
Complicações:
Hepatite Fulminante
É uma complicação rara, pode ocorrer tanto na hepatite B ou C. A pessoa apresenta icterícia
progressiva, podendo até apresentar problemas no cérebro. O fígado sofre intensa necrose, que é
irreversível. Em geral, a taxa de mortalidade é bem alta, em torno de 90 a 100% dos casos, a
necessidade de transplante é absoluta.
O coração é um órgão constituído de músculo estriado especial e oco situado no centro do tórax,
entre os dois pulmões, no espaço denominado mediastino, ficando apoiado sobre o diafragma.
Paredes
As paredes do coração são formadas por três túnicas:
Pericárdio – camada externa de serosa dupla que recobre o miocárdio;
Miocárdio – camada média muscular, estriada e involuntária;
Endocárdio – camada interna mucosa que forra o interior das câmaras, ficando em contato direto
com o sangue.
Cavidade
O coração possui quatro câmaras distintas, separadas por membranas denominadas septos, sendo:
Duas superiores – denominadas átrios (direito e esquerdo);
Duas inferiores – denominadas ventrículo (direito e esquerdo).
Cada câmara cardíaca comunica-se com vasos sanguíneos diferentes. Assim, do lado direito do
coração circula sangue venoso e, do lado esquerdo, sangue arterial.
No átrio direito, abrem-se duas veias cavas (superior e inferior), por onde ele recebe todo o sangue
venoso sistêmico. Na porção inferior do átrio direito, localiza-se a válvula tricúspide, que controla a
passagem do sangue para o ventrículo direito.
Do ventrículo direito sai a artéria pulmonar, que leva o sangue venoso até os pulmões para ser
oxigenado. No local de saída da artéria pulmonar, há uma válvula denominada válvula pulmonar.
No átrio esquerdo, abrem-se as quatro veias pulmonares, que trazem o sangue oxigenado dos
pulmões.
Na porção inferior do átrio esquerdo, está localizada a válvula mitral ou bicúspide, que controla a
passagem do sangue para o ventrículo esquerdo.
Do ventrículo esquerdo sai a artéria aorta, que leva o sangue arterial para todo o organismo. No
local de saída da aorta, há uma válvula denominada aórtica. A função dessas válvulas cardíacas é
possibilitar o fluxo sanguíneo sempre em uma mesma direção, impedindo o refluxo do sangue para
a c5mara da qual acabou de sair.
Sua ação bombeadora é exercida pela contração e relaxamento rítmico do miocárdio. Durante a
contração (sístole), ocorre o esvaziamento das cavidades do coração e, durante o relaxamento
(diástole), ocorre o enchimento das mesmas. Esses movimentos (sístole e diástole) correspondem a
um batimento cardíaco denominado pulso apical.
O coração adulto apresenta em média, de 60 a 80 batimentos por minuto (bpm) e, a cada batimento,
envia cerca de 70ml (volume de ejeção) de sangue para cada um dos ventrículos, produzindo, em
média, um débito de 5 litros por minuto. O débito cardíaco (DC) é a quantidade de sangue
bombeada por qualquer um dos ventrículos durante um determinado período de tempo.
Arritmias
Embora possa refIetir a presença de cardiopatia subjacente, a arritmia é muitas vezes provocada por
outros processos patológicos ou por seu próprio tratamento. Na ausência de qualquer distúrbio
cardíaco patológico, a arritmia pode ser provocada por doenças sistêmicas.
Ocorre mais comumente com o rápido desenvolvimento de hipóxia ou hipercapnia, mas é também
constatada na infecção sistêmica e em emergências endócrinas. A arritmia pode refletir uma
cardiopatia estrutural subjacente: sob a forma de taquicardia ou fibrilação ventricular durante uma
isquemia aguda, ou no quadro ele uma variedade de doenças orgânicas.
A fibrilação e o flutter atriais são, às vezes, resultantes de um aumento do átrio esquerdo, causado
por obstrução do esvaziamento atrial (estenose mitral), ou de uma irritação aguda do átrio.
Os distúrbios de condução podem refletir fibrose ou calcificação em tecidos que circundam o
nódulo atrioventricular.
Em todos os casos de inexplicáveis distúrbios do ritmo, deve-se considerar com cuidado a
possibilidade de toxicidade medicamentosa. Essa causa é particularmente provável se o paciente
apresenta diferença hepática ou renal, pois certas drogas, como a aminofilina, que dependem desses
órgãos para sua' depuração, podem ter rápido acúmulo e atingir níveis tóxicos. Também os
distúrbios eletrolíticos, como a hipocalemia, a hipercalemia, a hipomagnesemia, a hipocalcemia e a
hipercalcemia, podem estimular as arritmias.
Arritmias na UTI
Taquicardia sinusal
A taquicardia sinusal envolve um mecanismo sinusal normal, com resposta ventricular entre 100 e
170 bpm. Esse ritmo deve sempre exigir a pesquisa de uma causa sbjacente, como infecção,
ansiedade, dor, hipovolemia ou drogas.
Bradicardia sinusal
A bradicardia sinusal é considerada um mecanismo sinusal normal, com resposta ventricular
inferior 60 bpm. Não requer tratamento, exceto quando provoca comprometimento hemodinâmico.
Fibrilação atrial
Neste ritmo, ocorre perda da concentração atrial, e o nódulo atrioventricular é bombardeado por
estímulos irregulares e rápidos. Alguns desses impulsos bombardeadores alcançam seu objetivo,
causando as contrações ventriculares irregulares, características de fibrilação atrial. A frequência
das excitações atriais é elevada (400 a 700/min.). A presença de fibrilação atrial é muito comum nos
casos de cardiopatia reumática, doenças pulmonares, hipertireoidismo e no IAM (infarto agudo do
miocárdio). A onda P não é discernível; é substituída por um grande número de ondas F irregulares.
Ocorrem intervalos RR irregulares, devido à presença de bloqueio atrioventricular de segundo grau
fisiológico no nível da junção atrioventricular.
Tratamento
O tratamento da fibrilação atrial tem dois objetivos: restauração do ritmo sinusal normal ou, se
possível, controle da resposta ventricular na faixa de 70 a 80 bpm.
Quando o paciente apresenta sinais de comprometimento hemodinâmico, a cardioversão elétrica
continua sendo o tratamento de escolha.
Em casos de fibrilação rápida, sem comprometimento hemodinâmica o Verapamil por via
endovenosa constitui o tratamento de escolha para o controle rápido de freqüência.
Os pacientes com fibrilação atrial crônica devem ser mantidos apenas com digoxina para o controle
das frequências ventriculares.
Taquicardia ventricular
A taquicardia ventricular caracteriza-se por três ou mais extrassístoles sequências, numa frequência
de 120 a 250 bpm. Ela deve sempre tratada em pacientes agudamente enfermos ou em qualquer
paciente com história de cardiopatia, devido à sua tendência de se degenerar em fibrilação
ventricular. Pode ocorrer como complicação de infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca
congestiva, certas toxicidade medicamentosas, e em certas ocasiões, em indivíduos
presumivelmente são, sem qualquer sinal de cardiopatia. Deve-se à existência de um foco ectópico
ventricular que toma o comando do coração.
Em ECC, a taquicardia ventricular caracteriza-se por uma série de complexos QRS altos,
discretamente arrítmicos. Os átrios contraem-se de modo independente, podendo-se observar a onda
P superposta em diferentes porções do complexo QRS.
Cardioversão elétrica
A Cardioversão elétrica é o método que utiliza choques elétricos na parede torácica ou no coração
para interromper ritmos cardíacos anormais.
Angina pectoris
A isquemia miocárdica é um distúrbio do coração que pode ser clinicamente exteriorizado sob três
formas: Angina pectoris; Infarto do miocárdio;
Morte súbita
O principal sintoma para o diagnóstico de angina pectoris é a dor, que, neste caso, possui algumas
características bem determinadas:
Localização - em geral é retroesternal ou precordial podendo situar-se no epigástrio, na mandíbula,
no hemitórax direito, no membro superior esquerdo (MSE) ou mesmo em locais não-costumeiros,
como o membro superior direito (MSD), o hipocôndrio direito ou esquerdo e a região dorsal.
Irradiação - a dor pode, ou não, irradiar-se. A irradiação mais freqüente é para o MSE, porém não
raramente ela pode ocorrer para a mandíbula, o hemitórax direito, o epigástrio e a região dorsal.
Duração - a dor geralmente persiste por 2 a 5 minutos; pode, entretanto, ter duração mais eficaz ou
estender-se por até 15 minutos.
Fatores de alívio - geralmente a interrupção do esforço que desencadeou a dor produz sua abolição.
Os vaso dilatadores sublinguais também suprimem a crise.
Diagnóstico
São os seguintes os exames necessários para o diagnóstico da angina pectoris:
Exame físico;
ECG;
Teste ergométrico;
Ecocardiograma;
Tratamento farmacológico;
Revascularização miocárdica por meio de angioplastia transluminar coronária ou cirurgia.
Fatores de risco
Sedentarismo;
Dietas hipergordurosas;
Estresse;
Hereditariedade;
Hipertensão arterial;
Tabagismo;
Diabetes;
Obesidade
Quadro clínico
A dor é o principal elemento de anamnese para o diagnóstico do IAM. É uma dor opressiva, como
em aperto ou garra, de grande intensidade, podendo mesmo levar ao choque, quase sempre
retroesternal irradiando se ao ombro e à face interna do MSE, no trajeto do cubital. Em alguns
casos, em parte da área infartada, ocorre irradiação epigástrica para o dorso, para as regiões
mentoniana e escapular e ambos os membros superiores.
As linhas cheias mostram os locais mais comuns de origem da dor do IAM e as linhas tracejadas a
irradiação mais frequente.
Complicações
Ruptura cardíaca;
Congestão pulmonar;
Choque cardiogênico;
Aneurisma ventricular;
Comunicações interventnculares;
Insuficiência mitral;
Edema agudo de pulmão;
Pericardite;
Arritmias.
Este distúrbio pode ser tanto a causa como a conseqüência de uma insuficiência cardiovascular
sistêmica. A insuficiência cardíaca pode ser definida como uma situação clínica na qual o
desempenho do coração encontra-se inadequado para atender as necessidades metabólicas tissulares
periféricas, no esforço ou no repouso, ou seja, em que o coração torna-se incapaz de bombear uma
quantidade suficiente de sangue para suprir as demandas do organismo.
O quadro pode ser agudo ou crônico. A forma aguda aparece por incapacidade do miocárdio após
um infarto. A forma crônica, por sua vez, tem desenvolvimento gradual, com sintomas leves,
porque inicialmente o miocárdio trata de compensar seu trabalho diminuído.
Causas determinantes
Manifestações clínicas
Os sinais e sintomas dependem do ventrículo que falhou e da duração da falência.
A síndrome clínica da insuficiência cardíaca esquerda é determinada por sintomas de edema e
congestão pulmonar. Em contraste, a insuficiência cardíaca é determinada por sinais de congestão
venosa sistêmica edema periférico. A fadiga e o cansaço são comuns em ambos os tipos de
insuficiência cardíaca.
Eletrocardiograma
Indicação
O impulso elétrico inicia-se no nódulo SA que localiza-se na parede posterior do átrio direito,
ocorrendo a estimulação dos dois átrios, ou seja, a contração ou despolarização atrial. A seguir, o
impulso alcança o nódulo AV, indo para o feixe AV em direção aos ramos direito e esquerdo; a
partir do nódulo AV, inicia-se a despolarização ventricular.
Como podemos visualizar esta atividade elétrica do coração? Através do Eletrocardiograma que
trata-se do registro da atividade elétrica do coração.
O aparelho elétrico que permite registrar essa atividade chama-se Eletrocardiógrafo. São
registradas em papel próprio milimétrico, em que a magnitude horizontal representa a velocidade ou
o tempo e a magnitude vertical representa a voltagem.
No ECG a despolarização ou contração atrial é registrada pela onda P, o complexo QRS representa
o impulso elétrico que caminha do nódulo AV para as fibras de Purkinje e para as células
miocárdicas, isto é a contração ventricular. Existe uma pausa após o complexo QRS que é o
segmento ST. Este segmento é parte horizontal da linha de base entre o complexo QRS e a onda T.
A onda T representa a repolarização ou relaxamento dos ventrículos que podem ser novamente
estimulados.
Procedimento
Para realizar um ECG, colocam-se dispositivos (eletrodos) sobre a pele do paciente, em regiões
predeterminadas das extremidades superiores, inferiores e do tórax, obtendo-se as 12 derivações
eletrocardiográficas: bipolares, monopolares e precordiais. Cada derivação mostra um aspecto da
atividade cardíaca, porque o eletrodo permite captar a atividade elétrica do coração desde diferentes
ângulos.
Derivações Eletrocadiográficas
Bipolares DI, DII, DIII:
Nestas derivações, a corrente elétrica corre entre os pólos de registros, um positivo e outro negativo.
Derivação DI => Os pólos de registro estão entre o braço direito (BD) e braço esquerdo (BE);
Derivação DII => Os pólos de registro estão entre o braço direito (BD) e perna esquerda (PE);
Derivação DIII => Os pólos de registro estão entre o braço esquerdo (BE) e perna esquerda (PE);
Derivações Precordiais:
Os eletrodos são colocados sobre o tórax do paciente que constituem o pólo positivo.
V1 => Situa-se no 4º espaço intercostal, à direita do esterno;
V2 => Situa-se no 4º espaço intercostal, à esquerda do esterno;
V3 => Situa-se no 5º espaço intercostal, entre V2 e V4;
V4 => Situa-se no 5º espaço intercostal, na linha médio-clavicular;
V5 => Situa-se no 5º espaço intercostal, na linha anterior axilar;
Isquemia miocárdica
Choque
A resposta orgânica a um agente traumático que origina o estado de choque talvez seja um dos mais
perfeitos mecanismos de defesa e autopreservação. Diante de um agente lesivo, o organismo reage
por um complexo mecanismo de defesa destinado a evidenciar os efeitos nocivos do trauma.
Tentando compensar a primeira alteração circulatória do estado de choque - o hipofluxo tecidual-, o
organismo recorre a mecanismos sofisticados que permitem uma distribuição seletiva de sangue
para diferentes órgãos da economia, e procede uma verdadeira "isquemia seletiva", de acordo com a
importância de cada tecido.
Assim, em áreas nobres, como os tecidos cerebral e cardíaco, não haverá vasoconstrição. A
vasoconstrição com redução do fluxo sanguíneo surge, ao contrário, no tubo gastrintestinal, de
modo que é mantido um fluxo sanguíneo adequado aos órgãos nobres.
Classificação
Estágio I - os pacientes neste estágio podem ser assintomáticos. Apresentam taquicardia e ligeira
vasoconstrição periférica.
Estágio II - verifica-se queda de pressão sangüínea e hipoperfusão dos órgãos. O paciente mostra-
se inquieto e agitado.
Estágio III - os mecanismos compensadores falham, a pressão sangüínea diminui e surgem sinais
de hipoperfusão dos órgãos terminais (queda na produção urinária, depressão do estado mental e
pele fria e pegajosa).
Quadro clínico
Fisiopatologia
Independentemente da causa do choque, os eventos fisiopatológicos e sua sequência são
semelhantes.
Choque hipovolêmico
Instala-se em consequência da redução do volume sanguíneo, sob a forma de perda de sangue total,
de plasma ou líquido extracelular.
Choque cardiogênico
A taxa de mortalidade do choque cardiogênico permanece em nível elevado de 75%. Devido à sua
importância, este item será discutido logo adiante, com maior detalhamento.
Choque toxêmico
Aparece mais freqüentemente após cirurgia ou traumatismo grave. É caracterizado por redução
crítica no fluxo sangüíneo dos tecidos, devido a infecções graves, cujos agentes são, em geral,
bactérias Gram-negativas portadoras de endotoxinas (Escherichia coli ou Pseudomonas). A
liberação de toxinas na circulação favorece a hipóxia celular e desencadeia arritmias cardíacas,
levando à falência do miocárdio.
Choque neurogênico
Caracterizado por vasodilatação generalizada em virtude de lesões do sistema nervoso central
(traumatismos cerebrais ou medulares) e medicamentos. Devido ao relaxamento dos vasos
periféricos, há uma queda de pressão arterial e do retorno venoso ao coração, diminuindo o débito
cardíaco.
O choque cardiogênico pode ser definido como uma síndrome na qual há uma redução drástica do
fluxo sanguíneo regional, levando à deterioração progressiva da perfusão tecidual e da função
orgânica, como resultado direto da disfunção miocárdica. É determinado pela incapacidade de o
coração desempenhar a função como bomba na manutenção do débito cardíaco adequado. Os
estados de choque cardiogênico dividem-se em dois grupos:
Falência secundária do coração;
Falência primária do coração.
Quadro clínico
Hipotensão
Pressão sistólica menor que 90mmHg;
Queda maior que 60mmHg em pacientes previamente hipertensos.
Redução do fluxo sanguíneo regional
Pele - fria, pegajosa, cianótica;
SNC - agitação, confusão, sonolência, obnubilação;
Rins - fluxo urinário inferior a 20 m1/h;
Pulso - fraco, filiforme, ausente;
Coração - dor torácica recorrente ou persistente.
No choque cardiogênico, não há melhora na pressão arterial e perfusão periférica, mesmo com
introdução de líquidos.
Etiologia
Infarto do miocárdio;
Distúrbios vaIvulares agudos;
Arritmias graves;
Ruptura de aneurisma aórtico;
ICC grave;
Tamponamento cardíaco;
Embolia pulmonar maciça.
Tratamento
Com a evolução dos estados de choque cardiogênico, tornou-se obrigatória a monitorização
completa em UTI. Os recursos atualmente utilizados incluem:
Monitorização do ritmo cardíaco;
Monitorização pressórica através da cateterização arterial;
Pressão Venosa central;
Monitorização da pressão capilar pulmonar mediante cateteres transvenosos do tipo Swan-Ganz: a
medida da pressão capilar pulmonar reflete fielmente a pressão de enchimento do ventrículo
esquerdo e, consequentemente, seu desempenho; medida do débito cardíaco, muito diminuído em
paciente em choque cardiogênico, mediante cateter de Swan Ganz.
Para pacientes em estado de choque cardiogênico nos quais não foi possível o tratamento profilático
ou etiológico, é realizada terapia de suporte através de drogas cardiotônicas e vasoativas.
Esta terapêutica visa fundamentalmente melhorar a função cardíaca e impedir a deterioração
progressiva das síndromes, tanto a miocárdica como a sistêmica:
0
Para a hipotensão arterial, geralmente o primeiro parâmetro a ser tratado, aplicam-se vasopressores:
Noradrenalina, Isoproterenol, Dopamina, Dobutamina;
Um dia antes da operação, em geral o paciente toma banho com sabão bacteriostático e é
tricotomizado e preparado de acordo com o tipo de cirurgia que vai sofrer. Na manhã do dia da
cirurgia, é administrada a ele uma medicação pré-operatória para aliviar a ansiedade.
Muitos dos procedimentos para tratar a doença cardíaca adquirida são feitos mediante esternotomia
mediada. Após a indução anestésica:
Manuseio pós-operatório
A assistência de enfermagem é orientada com vistas às seguintes considerações pós-operatórias
básicas:
Proporcionar uma oxigenação tecidual adequada;
Avaliar o débito cardíaco;
Manter o equilíbrio hidroeletrolítico;
Aliviar a dor;
Manter uma circulação cerebral adequada;
Observar as complicações possíveis.
Observações importantes no pós-operatório
A maioria das complicações ocorrem nas primeiras 72 horas.
A posição inicial do paciente no leito é DDH (decúbito dorsal horizontal). Quando as condições
permitirem, passar a 30 graus, elevando a cabeceira a fim de facilitar a drenagem pleural e
pericárdica.
Os fundamentos do socorro básico podem ser lembrados pela regra ABC, que significa:
Air ways - vias aéreas A
Breathing – respiração B
Circulation – circulação C
Breathing - ventilação artificial
A manobra consiste em conectar o oxigênio a 100%, podendo a ventilação ser feita mediante ambu
ou intubação endotraqueal e representa as seguintes vantagens:
Medicamentos
A administração de medicamentos visa
1. Oxigênio
2. Bicarbonato de sódio
3. Adrenalina
4. Atropina
5. Lidocaína
6. Morfina
7. Gluconato de Ca++
8. Noradrenalina
9. Dopamina
10. Dobutamina
11. Propranolol
12. Procainamida
13. Digitalicos
14. Quinidina
15. Difenilhidantoína (Hidantal)
16. Amiodarona
Adrenalina;
Lidocaína;
Oxigênio.
Outros medicamentos comumente utilizados e que não estão provando ser de valor.
Bicarbonato de sódio;
Gluconato de cálcio;
Atropina;
Digitálicos;
Outras drogas inotrópicas.
Monitorização cardíaca;
Pressão arterial;
PVC
Pressão capilar pulmonar;
Drogas antiarrítmicas
Marcapasso cardíaco
Observação
Ventilação - alguns pacientes não reassumem a função respiratória; deve-se então colocá-los sob
assistência respiratória mediante respiradores artificiais;
O ar inspirado é aquecido e saturado de vapor d'água pelas cavidades nasais antes de alcançar os
alvéolos pulmonares. Parte importante desse processo acontece no nariz.
O septo nasal divide a cavidade do nariz em duas fossas, cada uma subdividida em três câmaras
pelos ossos dos cornetos nasais, que fazem saliência a partir das paredes laterais das fossas. Os
cornetos nasais têm o efeito de ampliar grandemente a área da superfície nasal.
A membrana mucosa que os reveste apresenta uma irrigação sanguínea muito rica junto à
superfície, a qual serve para esquentar ou resfriar o ar inspirado, de modo que ele atinja uma
temperatura próxima à do corpo.
Os pêlos finos das narinas detêm partículas de substâncias estranhas contidas no ar inspirado. A
maior parte da superfície interna do nariz é revestida de epitélio ciliado contendo células globulares
que secretam muco. Esse muco, por sua vez, constitui uma barreira protetora, aprisionando
partículas menores de matéria, como poeira e pólen, podendo assim reter também bactérias e vírus.
O batimento contínuo dos cílios nasais drena esse muco, juntamente com as partículas nele
enredadas, para trás, rumo à faringe, onde ele pode ser engolido.
Cerca de dois terços da umidificação necessária do ar inspirado são providos pelas secreções da
superfície interna do nariz.
Quando o nariz e a faringe são excluídos do trajeto do ar inspirado, em consequência de intubação
endotraqueal ou de traqueostomia, essa umidificação dos gases inspirados deve ser realizada por
meios mecânicos. Ao mesmo tempo, o paciente corre um risco maior de infecção respiratória, na
medida em que o processo de filtração pela estrutura nasal descrito na página anterior é
temporariamente eliminação.
A laringe é uma estrutura circular composta de certo número de cartilagens que são mantidas juntas
e articuladas por meio de músculos intrínsecos e extrínsecos e de ligamentos. Ela permite a fala e
protege as vias aéreas na deglutição.
A maior cartilagem é a cartilagem tireóide, que protege a frente e os lados da laringe e é visível
como uma protrusão na superfície do pescoço chamada de pomo-de-adão.
Abaixo da cartilagem tireóide fica situação a cartilagem cricóide, em forma de anel, que circunda a
laringe abaixo das cordas vocais. Em bebês e crianças pequenos, esta é a porção mais estreita da
laringe; por conseguinte, um tubo endotraqueal que se adapte de modo bem ajustado através desta
estrutura evitará o vazamento de ar, sem a necessidade de um, manguito.
As cartilagens tireóide e cricóide são ligadas anteriormente por ligamento cricotireóide. Em uma
situação de emergência, este espaço pode ser puncionado com agulha de grande calibre, de modo a
prover uma via aérea, quando uma intubação endotraqueal for impossível. Todavia, ele é incapaz de
acomodar um tubo de traqueostomia por um período prolongado de tempo, devido à estreita
proximidade das cordas vocais.
As cartilagens aritenóides, em forma de pirâmide, dispõem-se lado a lado sobre as superfícies
superior e posterior da cricóide. Elas executam um movimento de rotação ao longo de um eixo
vertical para permitir a abertura e o fechamento do espaço entre as cordas vocais.
As cordas vocais (cordas verdadeiras) estão distendidas horizontalmente através da laringe e
ligadas, posteriormente, às cartilagens aritenóides e, anteriormente, à cartilagem tireóide. Os
músculos vocais ficam encapsulados no interior dessas pregas vocais, As falsas cordas vocais
situam-se imediatamente acima das verdadeiras. As duas cordas vocais e o espaço entre elas são
denominados glote.
A epiglote é uma cartilagem fina, em forma de folha, presa por ligamentos à cartilagem tireóide e
ao osso hióide. Na posição aberta, ela arqueia para cima, a partir da cartilagem tireóide; na fechada,
assenta sobre a abertura laríngea, evitando assim a entrada de matéria estranha nas vias aéreas.
A laringe permite a fala e protege as vias aéreas durante a deglutição. O fechamento da glote
permite a formação da pressão intratorácica necessária à tosse. Esse mesmo processo também
facilita o aumento da pressão intra-abdominal, que é necessário durante a defecação e durante o
terceiro estágio do trabalho de parto.
A traquéia é um tubo de cerca de 11cm de comprimento. Seu lúmen é oval, com o diâmetro lateral
ligeiramente maior que o ântero-posterior. As partes frontal e laterais são estabilizadas pelos anéis
cartilagionosos em forma de "C", ao passo que a parede posterior é formada de membrana fibrosa,
conferindo flexibilidade à estrutura.
A traquéia é também revestida de epitélio ciliado e coberta por um lençol de secreção mucosa
produzida pelas células globulares. Os cílios batem para cima a uma freqüência de 16 vezes por
segundo, impelindo a secreção mucosa e quaisquer partículas enclausuradas que ela possa conter
rumo à faringe, onde pode ser engolida. Condições anormais e toxinas que paralisam os cílios -
fumaça de cigarro, por exemplo, comprometem seriamente esta ação de limpeza na traquéia.
Em sua extremidade inferior, a traquéia divide-se nos brônquios-fontes principais esquerdo e
direito. O local onde ocorre esta bifurcação é denominado carina e está intensamente inervado pelo
nervo vago, X par craniano. Uma estimulação indevida de carina provoca o desencadeamento de
reflexos vagais que ocasionam bronco espasmo e uma lentificação significativa da freqüência
cardíaca.
O brônquio direito, algo mais curto e mais largo do que o esquerdo, ramifica-se, a partir de sua
origem traqueal, em um ângulo mais agudo. As paredes dos brônquios são formadas dos mesmos
anéis cartilaginosos em forma de "C" que constituem a traquéia. Estes são revestidos de epitélio
ciliado, que desempenha o mesmo tipo de ação de limpeza da traquéia.
Partículas estranhas, de dimensões maiores, que são aspiradas pelo trato respiratório, tendem a
entrar no brônquio direito principal, uma vez que sua configuração favorece essa passagem. O
mesmo é verdadeiro quanto aos tubos endotraqueais, que, quando o manguito é desinsuflado,
podem ser inseridos demasiado longe ou deslizar para um dos pulmões.
Os bronquíolos ramificam-se a partir dos brônquios, de maneira muito comparável aquela em que
os galhos de uma árvore se dividem em ramos de tamanhos cada vez menores. Os ramos finais, ou
bronquíolos terminais, têm aproximadamente 1mm de diâmetro e são compostos de músculo liso. A
estimulação do nervo vago produz dilatação e a estimulação dos nervos simpáticos produz dilatação
nos bronquíolos.
Cada bronquíolo terminal origina dois ou mais bronquíolos respiratórios; estes dividem-se
anteriormente em dutos alveolares, os quais conduzem o ar aos átrios dos sacos alveolares. As
paredes dos bronquíolos respiratórios e dos dutos alveolares desembocam nos alvéolos; os alvéolos,
em sua maioria, são vistos salientando-se a partir dos sacos alveolares.
A membrana respiratória, a estrutura básica através da qual a troca de gases tem lugar, é formada
pelas membranas alveolares e por uma rede difusa de capilares. A área total dessa membrana é
superior a 56m2.
Cerca de 333 milhões de hemácias estão expostas a esta ampla área em qualquer momento, o que
explica o tempo extremamente curto requerido para a troca de gases - cerca de 8 décimos de
segundo- em uma pessoa sadia.
O tórax é uma cavidade fechada, formada pelas costelas e pelo diafragma. A área que se estende do
esterno às vértebras e divide o tórax em duas cavidades - a direita algo maior do que a esquerda - é
o medias tino. As principais estruturas contidas no mediastino são o coração; a aorta, a veia cava
superior, a traquéia, os brônquios principais, o esôfago, o duto torácico, remanescentes da glândula
do timo e os nervos vagos, frênicos e cardíacos.
De cada lado do tórax, uma artéria e duas veias pulmonares, a artéria e as veias brônquicas partem
do mediastino e formam a raiz do pulmão. Esta área, o hilo, é a única onde o pulmão se liga a outras
estruturas do corpo; nas demais, ele jaz livremente em sua metade da cavidade torácica.
Estrutura do pulmão
A separação do pulmão em relação à parede do tórax é prevenida pela película líquida; ao mesmo
tempo, essa tendência à separação produz uma pressão que é discretamente inferior à pressão
atmosférica.
Controle da respiração
Tosse
Espirro
Espirrar é uma ação reflexa destinada a limpar as passagens nasais de secreções e de partículas de
matéria que aí se enredam. O ato de espirrar é sempre involuntário.
Suspiro
Uma respiração profunda ocasional é essencial para manter a expansão pulmonar. Durante a
atividade diária normal, a inspiração profunda ocorre naturalmente à medida que o indivíduo
conversa, ri e se engaja em diversas atividades. Durante o repouso e o sono, indivíduos sadios são
vistos inalando profundamente a intervalos regulares.
Quando os alvéolos não são inflados periodicamente, eles tendem a colabar, produzindo atelectasia
difusa. Esta é a complicação isolada mais comum de todas as doenças sérias.
Insuficiência respiratória
A insuficiência respiratória existe quando um paciente não é capaz de manter as tensões de seus
gases sangüíneos dentro dos limites normais. Diz-se que ela está presente quando a tensão arterial
de dióxido de carbono (PaCO2) excede 50mmHg, ou a tensão arterial de oxigênio (PaO2) é inferior
a 60mmHg, no caso de o paciente estar respirando ar atmosférico.
A DPOC caracteriza-se pela limitação do fluxo de ar que acompanha doenças das vias aéreas
(bronquite crônica) ou pela destruição do parênquima pulmonar (enfisema). A maioria dos
pacientes acometidos apresenta uma combinação de ambas as características.
Bronquite crônica
A bronquite crônica é definida como produção excessiva de muco nos brônquios, acompanhada de
tosse recorrente que persiste por pelo menos três meses do ano, durante no mínimo dois anos
sucessivos.
Etiologia
Irritação crônica - fumaça de cigarro;
Infecções;
Fatores congênitos.
Sinais e sintomas
Tosse crônica produtiva, especialmente de manhã;
Falta de ar, intolerância a esforços;
Anorexia e perda de peso;
Broncoespasmo;
Hipoventilação;
Hipóxia;
Febre e outros sinais de infecção.
Complicações
Pneumonia;
Enfisema;
Insuficiência respiratória aguda
Enfisema
No enfisema, a dilatação das passagens aéreas distais aos bronquíolos terminais e a destruição das
paredes alveolares levam à perda da elasticidade e à diminuição do fluxo expiratório de ar.
Etiologia
Tabagismo;
Poluição do ar;
Irritantes Ocupacionais - fibras de algodão, bolores e fungos em poeira de cereais;
Bronquite crônica.
Sintomas
A instalação do enfisema é insidiosa, e o paciente raramente presta atenção aos sinais anunciadores
precoces, os quais usualmente só aparecem aos 40 anos de idade. Quando os sintomas se
apresentam severos o suficiente para induzir o paciente a buscar ajuda médica, até 25% da
superfícies pulmonares de trocas gasosas podem já ter sido destruídas.
Dispnéia;
Fraqueza ocasional - sensação de aperto no tórax, vertigem e sibilos que ocorrem somente com
infecções respiratórias;
Tosse crônica produtiva;
Crises "asmáticas" de noite ou de' manhã cedo;
Infecções respiratórias freqüentes.
Asma
A asma é uma doença episódica, de caráter crônico, caracterizada pela reatividade aumentada das
vias aéreas a vários estímulos imunológicos A conseqüente contração da musculatura lisa
brônquica, o edema de mucosa e o aumento da secreção mucosa promovem uma obstrução
reversível do fluxo de ar.
Etiologia
Alérgenos - pólen, poeira e mofo; Infecção crônica do trato respiratório, Infecções crônicas do trato
respiratório;
Fatores precipitantes
Infecção do trato respiratório;
Exposição a antígenos específicos;
Abalos e estresse psicológicos;
Estresse físico, esforços, fadiga;
Exposição a poluentes atmosféricos e agentes irritantes similares.
Sintomas
Aparecimento repentino de falta de ar;
Extrema apreensão com uma sensação de sufocamento de asfixia.
Avaliação da gravidade de uma crise asmática
Histórico, incluindo o número de hospitalizações, a necessidade prévia de corticosteróides ou
intubação, a gravidade relativa da crise atual, os fatores precipitantes, os atendimentos recentes de
emergência e resposta a medicação atual.
Contrações do músculo esternocleidomastóideo - indicam uma obstrução grave das vias aéreas.
Exames laboratoriais
Gasometria arterial;
Medida do fluxo aéreo: a espirometriéa, à beira do leito, mede o volume expiratório forçado em um
segundo;
Escarro;
Raio X de tórax,
Tratamento
Os objetivos do tratamento são: reversão rápida do broncoespasmo e prevenção da insuficiência
respiratória.
Oxigênio - via nasal (2 a 3 1/ min);
Como pode ocorrer desidratação, encorajar a ingestão oral de líquidos e, durante uma crise aguda,
torna-se necessária a hidratação venosa;
Administração parenteral ou inalatória de broncodilatadores;
Inaloterapia;
Embolia pulmonar
A embolia pulmonar é uma complicação freqüente de muitas doenças e condições sérias. É difícil
estabelecer uma incidência, visto que muitas vezes os sintomas são tão vagos ou equívocos que a
doença não é diagnosticada.
Etiologia
Tromboflebite - mais de 75% das embolias pulmonares têm origem nas veias profundas da parte
inferior das pernas.
Redução da velocidade do fluxo de sangue - constitui a causa principal de formação de trombos. A
estase venosa é favorecida por repouso prolongado no leito e imobilização, na medida em que o
fluxo de sangue é consideravelmente diminuído por inatividade muscular. O repouso no leito
favorece também uma atividade parassimpática aumentada, resultando em vasodilatação e estase de
sangue em áreas dependentes.
Fatores de risco
Cardiomegalia;
ICC;
Doença venosa dos membros inferiores;
Carcinoma;
Uso de contraceptivos orais;
Cirurgia recente da região pélvica ou dos membros inferiores;
Imobilização prolongada.
Fisiopatologia
Forças mecânicas, tais como movimento muscular súbito ou mudança de velocidade do fluxo
sanguíneo, podem ocasionar a desintegração e o desprendimento de trombos das paredes dos vasos
sanguíneos. A fragmentação causada por lise pode ter o mesmo efeito. Esses êmbolos são então
transportados pela corrente sangüú1ea, atravessam o coração direito e atingem o leito vascular
pulmonar, que percorrem até se alojarem em um vaso que não lhes permite passagem. O efeito final
disso depende do tamanho e do número de êmbolos.
Quadro clínico
Quase sempre os sinais e sintomas são sutis e inespecíficos. O aparecimento abrupto de dispnéia,
sibilos, dor torácica, hemoptise, hipoxemia inexplicável ou taquicardia sugerem a possibilidade de
embolia pulmonar.
Tratamento definitivo
embolectomia;
terapêutica trombolítica sistêmica.
Causas determinantes
Septicemia;
Choque de qualquer etiologia;
Traumatismo pulmonar;
Traumatismo cerebral;
Aspiração e suco gástrico;
Inalação de fumaça;
Doses excessivas de heroína e barbitúricos.
Quadro clínico
Caracteriza-se por acúmulo progressivo de líquido extravascular no pulmão em virtude da
permeabilidade alvéolo-capilar. Entre os sinais clínicos, encontram-se a taquipnéia, retrações
intercostais e uso dos músculos acessórios da respiração.
Diagnóstico
Gasometria arterial;
Raio X de tórax.
Tratamento
O tratamento propõe manter um suporte adequado de oxigênio aos tecidos com a menor FiO2
possível, ao mesmo tempo que a causa subjacente é corrigida.
Monitorização hemodinâmica com cateter de Swan-Ganz;
Ventilação mecânica com PEEP;
Administração de soluções cristalóide, por via endovenosa, pois podem aumentar a água pulmonar
extravascular;
Dosagem de hemoglobina (H13) e hematócrito (HT);
Uso de diuréticos e restrição de líquidos para estabelecer um estado relativo de desidratação.
No caso de nenhuma destas medidas ser bem-sucedida na prevenção ou correção de urna situação
de anóxia que ameaça a vida, é possível fazer-se a oxigenação hiperbárica ou a oxigenação
extracorpórea por oxigenador de membrana, em um esforço no sentido de auxiliar o paciente a
transpor o período crítico.
O edema pulmonar é definido como uma coleção anormal de líquido e solutos nos tecidos e espaços
extravasculares do pulmão. É considerado urna emergência médica de primeira ordem e requer
tratamento para impedir que o paciente literalmente se afogue diante de nossos olhos.
Etiologia
Fatores hemodinâmicos:
Insuficiência ventricular esquerda;
Obstrução da válvula mitral;
Sobrecarga de volume;
Arritmias cardíacas.
Permeabilidade alterada:
Gases tóxicos inalados;
Infecções do pulmão;
Afogamento;
Pneumonia de aspiração;
Manifestações clínicas resultantes da inflamação do parênquimia pulmonar. Essas doenças variam,
então, em termos etiológicos e nos eventos precipitantes, patologia, curso clínico e prognóstico.
Sinais e sintomas
Dor - a dor pleurítica advém de receptores da pleura parietal e em geral indica doença séria, corno
pneumonia, embolia, tuberculose e doença maligna;
Tosse - pode ser de curta duração, crônica, seca ou produtiva, conforme o agente etiológico;
Escarro - pode ser purulento, fétido, ferruginoso, avermelhado, amarelado, esverdeado, de acordo
com o agente etiológico;
Hemoptise;
Dispnéia;
Febre;
Calafrios.
Exames complementares
b) Métodos invasivos
- aspiração transtraqueal - indica da em pacientes com infecção pulmonar, incapazes de tossir, ou
com tosse não-produtiva;
-broncoscopia fibroscópica com biópsia;
-biópsia pulmonar percutânea;
-toracocentese e biópsia pleural;
-toracotomia pequena aberta - apesar de ser um dos últimos recursos propedêuticos, é muito segura,
apresentando índice de mortalidade inferior a 1% no doente crítico;
Tratamento
Administrar antiinflamatórios;
Administrar broncodilatadores;
Manter boa ventilação;
Realizar fisioterapia respiratória;
Fazer oxigeno terapia;
Antitussígenos podem ser administrados a pacientes com tosse não-produtiva continuada,
especialmente se ela os está levando à exaustão;
A febre não exige correção, a menos que seja sintomática ou exista hiperpirexia.
Complicações
Insuficiência respiratória;
Derrame pleural;
Empiema;
Abscesso pulmonar;
Etiologia
A IRA aparece em indivíduos cujo pulmão era estrutural e funcionalmente normal antes do início
da presente doença. Suas causas são variadas e sempre resultam em uma ventilação inadequada.
O comprometimento de qualquer estrutura envolvida na manutenção da função respiratória do
pulmão poderá causar insuficiência respiratória.
Fatores predisponentes
Fatores do paciente - idade, obesidade, doença cardiopulmonar, anemia, hipovolemia, acidose,
trauma;
Fatores restritivos - dor, posições anormais, faixas e bandagens, distensão abdominal;
Fatores depressivos - narcóticos, sedativos, anestésicos, relaxantes musculares;
Fatores especiais - vasoconstritores, broncodilatador tópico, uso inadequado de respirador
mecânico.
Diagnóstico
O diagnóstico de IRA é laboratorial. Clinicamente, o único dado seguro é a apnéia. Das
manifestações clínicas atribuíveis à hipoxemia, lembram-se basicamente as causadas por ação sobre
o SNC e alterações cardiovasculares:
Em relação ao SNC - retardamento do raciocínio e instabilidade motora; depressão do SNC, coma e
morte;
Em relação às alterações cardiovasculares - taquicardia e hipertensão; bradicardia, depressão
miocárdica e choque, posteriormente.
Tratamento
O sucesso depende, entre outros fatores, da precocidade do diagnóstico e do rápido início de
medidas de suporte e correção:
Sempre que possível, colher uma amostra de sangue arterial, antes do início do tratamento, para
avaliação dos gases arteriais e outros exames necessários;
Raio X de tórax e procedimento rotineiro;
Monitorização hemodinâmica.
Tratamento do broncoespasmo;
Fisioterapia respiratória.
Ventilação alveolar adequada - meta final de todas as medidas tomadas no tratamento de IRA, visto
que é ela que promove oxigenação e eliminação do gás carbônico, que requer um destes
procedimentos:
-cânula orofaríngea;
-intubação orotraqueal;
- traqueostomia,
-ventilação mecânica.
Tratamento dos distúrbios concomitantes, que consiste em tratar as alterações do equilíbrio
hidroeletrolítico e ácido-básico, fazer sangria, reposição sanguínea, etc.
Intubação
À manutenção de uma oxigenação adequada constitui um problema comum no caso do paciente pós
operatório, sobretudo quando ele é idoso e está debilitado por doença pulmonar ou cardiovascular e
quando foi submetido a uma grande intervenção cirúrgica.
A dor causada pelas incisões cirúrgicas, os desvios de líquido, os narcóticos em altas doses e os
miorrelaxantes utilizados em anestesia geri11 podem ocasionar insuficiência respiratória, que deve
ser corrigida até que o paciente possa manter, independentemente, uma troca gasosa adequada.
Grande número de etiologias subjacentes pode determinar o desenvolvimento de insuficiência
respiratória, incluindo parada cardiopulmonar, colapso circulatório, embolia pulmonar, septicemia,
doenças do SNC, distúrbios neuromusculares, deformidades da parede torácica, intoxicações, etc.
A intubação profilática ou de emergência é freqüentemente necessária para pacientes comatosos, a
fim de proteger suas vias respiratórias e prevenir a aspiração do conteúdo gástrico.
O paciente pode necessitar de intubação por uma das mais das seguintes razões: Manutenção de
oxigenação adequada;
Proteção das vias respiratórias;
Acesso para aspiração das secreções pulmonares;
Formas de intubação
Dependendo do nível de consciência do paciente, pode ou não ser necessária a sedação antes de se
fazer a intubação. O nível de consciência e a estabilidade dos sinais vitais determinam também se a
sedação deve ser leve ou forte.
A traquéia pode ser intubada através de quatro vias: orotraqueal, nasotraqueal, laríngea e traqueal,
sendo que as duas últimas citadas exigem incisão cirúrgica para essa finalidade.
Complicações
As complicações da intubação endotraqueal podem surgir no início, durante e no fim, enquanto o
tubo permanece em seu lugar.
Os fatores predisponentes para a ocorrência de complicação são, entre outros, a idade jovem, o sexo
feminino, a intubação prolongada, a preexistência de infecção das vias respiratórias superiores e
dificuldades durante a intubação.
Material Necessário:
• Fonte de oxigênio, conexão, manômetro-fluxômetro com água bidestilada no nível normal;
• Ambu;
• Laringoscópio com lâmina de diferentes tamanhos;
• Ponto de vácuo, conexões, aspirador, sondas de aspiração de diversos calibres;
• Tubo oral ou nasal no calibre adequado ao paciente;
• Fio-guia, para facilitar a introdução;
• Lubrificante hidrossolúvel;
• Cânula de Guedel, para evitar que o paciente morda o tubo;
• Seringa descartáveis, para encher o cuff e administrar medicamentos;
• Luvas estéreis;
• Medicação: sedativos;
• Ventilador artificial;
• Carro de urgência.
Procedimento:
• Verificar o funcionamento de todo o material;
• Se o paciente está em uso de SNG conectá-la a uma bolsa coletora, a fim de evitar
broncoaspiração;
• Posiciona o paciente na cama horizontalmente e em decúbito dorsal;
• O laringoscópio é introduzido na boca do paciente e procede-se à aspiração das secreções orais;
• Lubrificar o tubo orotraqueal;
• Após visualização a glote o médico introduz o tubo até a traquéia, com ou sem a ajuda do fio guia;
• Quando o tubo estiver no local o balão deve ser insuflado, para que as vias aéreas sejam isoladas;
• O médico verifica a localização do tubo através de ausculta com estetoscópio, evitando a
intubação seletiva de brônquio;
• Fixar bem o tubo e colocar uma cânula de Guedel na boca do paciente;
Intubação nasotraqueal
Diagnóstico
História clínica, exames complementares (Raio X de tórax, espirometria e gasometria arterial)
Tratamento
• Combate a doença de base;
• Oxigenação adequada;
• Terapia medicamentosa a critério médico;
• Melhorar a ventilação e perfusão periférica.
Contra-indicações
O cateter venoso central é contra-indicado nos casos em que o paciente apresenta:
Infecção local;
Distorção dos pontos de referência;
Coagulopatias;
Complicações
Hematoma;
Infecção da incisão;
Pneumotórax, hemotórax e hidrotórax.
Indicação
• Como controle hemodinâmico;
• Para detectar precocemente descompensações da volemia que pode causar choque.
Material necessário
• Se o paciente ainda não está com cateterismo venoso material para realizá-lo: anti-séptico, campo
estéril, compressa de gaze, lâmina de barbear, seringa de 10ml,anestésico local, curativo oclusivo;
• Suporte de soro, para instalar o soro de infusão e a régua de medição;
• Sistema de infusão especifico para PVC, que consta de 3 terminais comunicantes e reguláveis
através de válvulas com abertura e fechamento.
1º terminal: soro de infusão ao cateter;
2º terminal: soro de infusão à coluna, na régua de medição;
3º terminal: da coluna, na régua de medição ao cateter venoso do paciente.
• Soro de lavagem;
• Torneira de três vias, que permite fazer a conexão para infusão de soro ou para a medição da PVC
alternadamente.
Procedimento
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal, sem travesseiro, com a cama completamente na
horizontal;
• Retirar o ar do sistema de medição, fechando a válvula de entrada de soro para o paciente e
abrindo a correspondente para a entrada de soro na coluna, até que fique preenchida com líquido;
• Fechar a válvula de entrada de soro. Mantém aberta as válvulas de entrada de soro para o paciente
e para a coluna de líquido;
• Fechar a passagem de soro para tratamento;
• Observa na coluna, o nível de líquido que vai descendo lentamente oscilando com a respiração até
chegar a um ponto em que pára. Marcando então o valor em que a coluna de água parou;
• Retomar a infusão de soro de tratamento ao paciente;
• Colocar o paciente na posição inicial;
• Efetuar os cuidados com o material utilizado.
Extubação
É a retirada do tubo endotraqueal do paciente após melhorar na sua função respiratória. Ainda está
indicada quando há obstrução do tubo endotraqueal, na necessidade de uma traqueotomia ou na
extubação acidental por iniciativa do paciente.
Material
• Material de aspiração: sondas de vários calibres, aspirador;
• Material de oxigenação: máscara e fonte de oxigênio;
• Corro de parada preparado;
• Medicação para evitar edema de glote;
• Seringa para desinflar o balão;
• Luvas descartáveis e máscara.
Procedimento
• Elevar a cabeceira da cama do paciente;
• Se está usando SNG, conectá-la a saco coletor;
• Preparar a máscara para administração de O²;
• Administrar medicação prescrita pelo médico;
• Aspirar secreção orofaríngea;
• Desinflar o balão do tubo endotraqueal;
• Cortar o cadarço de fixação do tubo;
• Proceder à extração do tubo endotraqueal;
• Administrar O² mediante máscara;
• Instalar o paciente confortavelmente.
Traqueostomia
Geralmente é utilizada em situação de urgência para permitir a ventilação do paciente, pode ser
realizada no Centro Cirúrgico ou uma equipe pode se deslocar para UTI
Procedimento
Esse procedimento consiste diretamente na traquéia do paciente, através de uma incisão no pescoço,
na fase interna dos primeiro anéis da traquéia. Tendo o objetivo de abrir as vias respiratórias logo
abaixo das cordas vocais, mantendo uma comunicação direta com o exterior a após a introdução da
cânula o paciente será ventilado.
Material necessário
• Material de traqueostomia: cânula de traqueostomia, válvula de segurança e cadarço;
• Material de oxigenação: fonte de oxigênio, ambu, umidificador;
Material de aspiração de secreções: ponto de vácuo, aspirador, sonda e luvas descartáveis;
• Caixa Cirúrgica: afastadores, backaus, pinças hemostáticas, de dissecção, tesoura e pinças de
Allis;
• Materiais descartáveis: bisturi, seringa 10ml para infiltração anestésico, 20ml para insuflação do
cuff; fios de sutura, campos simples e campos fenestrados.
Aspiração traqueal
Material:
Par de luvas estéreis ;
Um pacote de gaze ;
Seringa de 10 ml;
10 ml de AD ou SF;
Sonda de aspiração;
Equipamento de proteção individual;
Ambú com O2;
Aspirador elétrico
Procedimento:
Lavar as mãos
Orientar paciente quanto ao procedimento
Reunir o material
Conectar a sonda de aspiração ao aspirador, mantendo a extremidade da sonda estéril
Utilizar seringa com AD para fluidificar a secreção
Aspirar continuamente por um período de no máximo 15 segundos
Repetir a operação se necessário
Lavar as mãos
Anotar o procedimento no prontuário
Os critérios de desmame estão continuamente sendo revistos e vão desde parâmetros clínicos até
técnicas sofisticadas que demandam instrumentais apropriados.
Alguns pacientes mesmo preenchendo todos os critérios de desmame, falham ao serem retirados do
ventilador. Outros, porém, que aparentemente não teriam condições para iniciar o protocolo de
desmame, como os que extubam acidentalmente, apresentam boa evolução.
O desmame de um respirador contribui para a diminuição de eventos adversos, como a re-
intubação.
DIABETES
O diabetes é uma síndrome que resulta da deficiência da atividade insulínica, quer por déficit
absoluto ou relativo da produção de insulina pelo pâncreas, quer por resistência dos tecidos
periféricos à ação desse hormônio, A falta relativa ou absoluta de insulina traz como principais
perturbações metabólicas as alterações dos metabolismos de hidrato de carbono e lipídios, Por ser o
diabetes fator de risco para a coronariopatia prematura, a insuficiência renal e a doença vascular
periférica, sua prevalência entre pacientes internados na UTI é consideravelmente maior. Além
disso, muitos pacientes na UTI apresentam diabetes como diagnóstico secundário e exigem atenção
especial quando agudamente enfermos.
Cetoacidose diabética
Etiologia
A causa mais comum ele descompensação é a quantidade insuficiente de insulina para uma dada
necessidade fisiológica:
Infecções - das vias urinárias, do trato respiratório e do pâncreas;
Perturbações vasculares - infarto do miocárdio e acidentes cérebro-vasculares;
Traumas - cirúrgicos ou acidentais;
Estresse emocional.
Diagnóstico
Em geral, o diagnóstico da cetoacidose diabética pode ser rapidamente estabelecido com base nos
sintomas de, apresentação e em testes laboratoriais simples, A constatação de hiperglicemia,
desidratação.
Exames laboratoriais
Glicemia;
Hemograma;
Uréia e creatinina;
Gasometria arterial;
Urinálise de rotina.
Tratamento
O tratamento deve visar à correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos e reversão dos
distúrbios metabólicos:
Reposição hídrica - a solução de infusão deve ser a solução fisiológica a 0,9%, A reposição
dependerá das condições clínicas individuais de cada paciente, observando-se as condições
hemodinâmicas.
Reposição eletrolítica - potássio, magnésio, fosfato e cálcio,
Insulinoterapia - é feita atualmente utilizando-se baixas doses do hormônio e sempre a insulina
cristalina ou regular. A infusão contínua deve ser feita em veia paralela à via de infusão hídrica. A
infusão intermitente de minidoses de insulina, utilizando-se a via endovenosa, intramuscular ou
subcutânea, é também eficaz, não existindo diferenças estatisticamente significativas ao final ele 6 a
8 horas de tratamento.
Reposição de bicarbonato - o bicarbonato de sódio deve ser usado apenas quando a acidemia for
grave,e o pH for inferior a 7,1. Não se objetiva com esta corrigir a acidemia, mas apenas minimizar
os efeitos da acidemia grave; a hidratação vigorosa e a reversão das complicações metabólicas
corrigem rapidamente esse distúrbio.
Monitorizações
Laboratorial - glicemia de 2 em 2 horas; ionogramas a cada 4 horas. A maioria dos pacientes estará
quase compensada ao final de 6 a 8 horas de tratamento correto. Não há vantagem em reduzir
drástica e rapidamente a glicemia, mas este declínio deve ser firme e gradativo.
Cateterização de veia central
Complicações
Edema cerebral;
Hipoglicemia;
Hipotensão e choque;
Hipocalemia;
Insuficiência renal.
Néfron
A unidade anatômica e funcional do rim é o néfron. Os dois rins juntos contêm cerca de 2.400.000
néfrons e cada um deles tem a capacidade de formar urina.
O néfron é basicamente constituído de: glomérulos e túbulos renais.
Glomérulos
A artéria renal distribui-se pela estrutura renal e de suas ramificações são originadas arteríolas
aferentes, que formam os minúsculos novelos capilares denominados gloméruros ou corpúsculos de
Malpighi.
Cada glomérulo está envolvido por uma cápsula de paredes duplas denominada cápsula de Bowman
ou glomerular.
A função específica dos glomérulos é a de filtrar o líquido.
Túbulos renais
São tubos longos, contorcidos, que se originam na cápsula de Bowman e seguem após a alça de
Henle até o túbulo coletor. A confluência com outros túbulos coletores forma o canal principal ou
conduto papilar, que desemboca em um cálice renal.
A função dos túbulos renais é transformar o líquido filtrado em urina em seu caminho para a pelve
renal.
Fisiologia geral
Filtração glomerular
Os glomérulos filtram o sangue arterial das arteríolas aferentes, originando a urina primária
existente na cápsula de Bowman. Esta assemelha-se ao plasma sangüíneo, mas sem proteínas e
outras substâncias de grande peso molecular. A filtração ocorre pela diferença de pressão entre os
capilares e a cápsula de Bowman.
Hormônio antidiurético (HDA) - formado na hipófise, aumenta a reabsorção da água dos túbulos
renais para a circulação sangüínea;
As artérias renais, além de participarem da formação da urina, devem irrigar tecido renal. O capilar
arterial eferente, ao sair do glomérulo, possui sangue arterial que irá irrigar o tecido renal através de
uma outra rede de capilares que se estende pelo néfron e termina como vênula.
Consiste em uma síndrome caracterizada por grave distúrbio da função renal, de ocorrência súbita,
freqüentemente reversível, que provoca o acúmulo de escórias nitrogenadas (azotemia) no
organismo, tornando incapaz de manter o volume e composição dos fluidos de seu meio interno. Na
definição não se menciona o volume urinário, pois pode haver oligúria.
Diagnóstico
Anamnese - na história deve-se enfocar os distúrbios subjacentes passíveis de causar
descompensação renal aguda. A azotemia pode ser acompanhada de uma variedade de sinais e
sintomas:
Sintomas sistêmicos - cansaço, fraqueza, sonolência, letargia e, desorientação;
Sintomas gastrintestinais - anorexia, náuseas e vômitos;
Exames laboratoriais
-urina tipo I;
-uréia;
- creatinina;
- gases arteriais.
Outros exames
-ultra-sonografia;
-pielografia retrógrada;
-raio X simples do abdômen;
-tomografia computadorizada;
Os pacientes portadoras de insuficiência renal com oligúria, que não sejam tratadas com rigor na
fase inicial da doença, apresentam sobrecarga de volemia e, consequentemente, hipoxemia.
Cerca de 70% dos pacientes com insuficiência renal aguda passam por uma fase oligúrica. Esta fase
tem duração média de 10 dias, sendo seguida por uma fase poliúrica, na qual o débito urinário
atinge, em média, 1 a 3 litros por dia, com recuperação gradual da função renal.
Cerca de 30% dos pacientes com insuficiência renal aguda não apresentam fase oligúrica detectável.
Apesar de o débito urinário ser superior a 1 litro por dia, ocorre deterioração progressiva da função
renal.
Tratamento
Durante a fase oligúrica, o tratamento deve estar orientado no sentido de se minimizarem e
corrigirem os distúrbios metabólicos:
Controle de volemia
-restrição hídrica;
- peso diário;
- administração de diurético (furosemida) como tentativa de transformar insuficiência renal
oligúrica em poliúrica;
- diálise peritoneal;
- hemodiafiltração.
Controle de distúrbios metabólicos
-correção de acidose e hipercalemia;
-correção dos níveis de uréia e creatinina elevados através de diálise peritoneal e hemodiafiltração.
Suporte nutricional
-dieta hipoprotéica
- ingestão calórica adequada.
Métodos dialíticos
Todo distúrbio do organismo que acarrete uma deficiência temporária ou irreversível na função
renal, seja aguda ou crônica, comprometendo a manutenção da vida, deve ser tratado com três
procedimentos: diálise peritoneal, hemodiálise e transplante renal. Destes três, a diálise peritoneal e
a hemodiálise são as que podem ser classificadas como métodos dialíticos.
O tratamento baseia-se na síndrome de retenção de água e sal, além dos produtos do metabolismo
humano que estes pacientes desenvolvem.
Os métodos dialíticos realizam a função de eliminar o excesso de água, saluto e excretas orgânicos
mediante o contato da solução de diálise com o sangue, separados por uma membrana
semipermeável.
Portanto, podemos afirmar que jamais sangue e solução se misturam, mas apenas fazem suas trocas
hidroeletrolíticas por meio da difusão e da ultrafiltração.
Na difusão ou condução, o fenômeno ocorre pela diferença de concentração, tendo interferência
conforme o tamanho da molécula do soluto e do poro da membrana e a concentração do soluto nos
meios.
Na ultrafiltração, a água passa para a solução mais concentrada,carregando consigo o soluto de
tamanho compatível com o do poro da membrana envolvida.
Diálise peritoneal
Tipos
Atualmente utilizam-se três tipos de diálise peritoneal: diálise peritoneal intermitente (OPI), diálise
peritoneal ambulatorial contínua (DPAC ou CAPO) e diálise peritoneal cíclica contínua (DPCC).
Solução de diálise
A solução de diálise peritoneal apresenta as seguintes características:
Armazenagem - embalagens de plástico transparente, que comportam 1, 1,5,2,2,5,3 ou 6 litros da
solução estéril e livre de oligoelementos.
Composição - elementos eletrolíticos, dextrose, ou glicose, e água.
Aplicação - com cateteres especiais e equipo de diálise composto de duas conexões: uma para o
paciente e outra para a drenagem.
Uso de drogas na solução – deve-se adicionar heparina na solução para evitar a obstrução do
cateter por presença de coágulos ou fibrinas. Quando ocorre obstrução, pode-se usar estreptoquinase
ou uroquinase para a retirada do coágulo. Em casos de peritonite, é comum o uso de antibiótico.
Vias de acesso
Existem basicamente dois tipos de cateteres peritoneais: os agudos e os crônicos.
É um cateter rígido, reto ou ligeiramente curvo, com diversos orifícios, laterais na extremidade
distal trazendo em seu interior um fio-guia de metal. É removido no máximo em três dias de uso
consecutivo e, em alguns casos, põe-se em seu lugar uma prótese chamada prótese de Deane, para
se manter o orifício abdominal aberto para a instalação de nova diálise peritoneal. Este tipo é
utilizado em DPI.
Cateter crônico
É um cateter de borracha siloconizada, com um dois cuffs. Como o agudo, é composto de diversos
orifícios lateralizados na porção distal. Sua instalação se dá por processo cirúrgico e ele fica
permanentemente no paciente. É utilizado em DPI, DPAC e DPCC.
Complicações
Dor abdominal;
Perfuração de vísceras;
Sangramento;
Obstrução do cateter;
Dificuldade na infusão e na drenagem;
Peritonite;
Alterações eletrolíticas e hipeglicêmicas;
Hipovolemia;
Hipervolemia com sinais de sobrecarga hídrica cardiopulmonar;
Hérnia;
AIterações pulmonares.
Hemodiálise
Trata-se do processo de depuração do sangue através de uma circulação extracorpórea, em que este
mesmo sangue passa por um dialisador para que haja perda de água, eletrólitos e excretas
sangüíneos.
Componentes da hemodiálise
Circuito de sangue;
Circuito da solução dialisante;
Máquina de diálise;
Membrana dialisadora.
Circuito de sangue
Também denominado linha ou set, este circuito corresponde à tubulação por onde o sangue passará
durante sua circulação extracorpórea.
É denominado set arterial o segmento que leva o sangue do paciente para o dialisador e set venoso o
que retoma com o sangue já dialisado.
Máquina de diálise
Existem vários modelos de máquinas de diálise. Antigamente ela era formada apenas por um tanque
de aproximadamente 120 litros, onde ficava a solução dialisante, e por um outro compartimento,
onde esta era aquecida à temperatura de 36 a 40 graus antes de ser circulada no dialisador. Acoplada
a esta máquina, ficava uma bomba rolete cuja função era circular o sangue, ou seja, impedir que a
circulação extracorpórea parasse.
Dessa forma, havia duas máquinas que, unidas entre si, exerciam duas funções independentes, ou
seja, uma era responsável pela circulação do sangue fora do paciente e a outra pela circulação da
solução.
Esse método ainda é utilizado, porém atualmente encontram-se máquinas de diálise que controlam
tanto a circulação sangüínea como a da solução, sem que se tenha de usar outra máquina. As
máquinas de diálise possuem alarmes para as suas mais diversas funções.
Membrana dialisadora
A membrana dialisadora é também denominada dialisador ou capilar, e consiste em uma estrutura
de formato em espiral, tubular ou plano, composta por milhares de fibras ocas no interior de um
compartimento maior. Essas fibras ocas são formadas por uma membrana semipermeável sintética
ou de celulose. Em seu interior passa o sangue e, ao seu redor, no compartimento maior, passa a
solução dialisante. Fica claro, portanto, que sangue e solução dialisante não se misturam, mas fazem
suas trocas por meio de uma membrana semipermeável localizada no capilar.
Os capilares têm diversas classificações numéricas, que determinam seu tamanho e o diâmetro dos
poros da membrana interna responsável pela maior ou menor perda de água e de outros compostos
sangüíneos.
Portanto, a escolha do capilar depende da estrutura física e biológica do paciente, bem como de sua
idade.
Todos os dialisadores possuem quatro aberturas, das quais duas estão ligadas às fibras internas e
logo tornam-se responsáveis pela entrada e saída do sangue do capilar, e as outras duas ficam para a
entrada e saída da solução dialisadora.
Durante a sessão de hemodiálise, o capilar fica posicionado na vertical e o sentido do sangue é
sempre de cima para baixo, enquanto a solução circula no diaiisador de baixo para cima,
proporcionando assim uma maior troca entre ambos.
Tipos de hemodiálise
Existem hoje basicamente três tipos de hemodiálise: hemodiálise clássica (HDC), hemofiltração
(HF) e hemoperfusão (HP).
Hemofiltração (HF)
O procedimento de hemofiltração respeita as regras básicas da hemodiálise clássica, com a
diferença de utilizar um hemofiltro (dialisador) altamente permeável, que promove a perda pelo
paciente de algumas substâncias não perdidas em diálises comuns. Como essa perda é em grande
quantidade, deve-se fazer a resposição durante a hemodiálise com solução balanceada, como é o
caso do Ringer Lactato Modificado.
A solução dialisante utilizada na hemofiltração é a de diálise peritoneal a 1,5% e não mais aquela
preparada para a hemodiálise clássica. Em alguns casos não se usa solução dialisante.
A hemofiltração é feita de 2 a 3 vezes por semana ou quando há necessidade. Cada sessão pode
variar desde 3 horas até vários dias.
Hemoperfusão (HP)
A hemoperfusão difere da hemodiálise convencional ou clássica pelo uso de hemofiltros com
carvão ativado, o qual possui efeito de adsorção, ou seja, de aderir a substâncias tóxicas para que
estas sejam eliminadas do sangue. É muito utilizada em casos de intoxicação exógena aguda. A
duração e a programação das sessões é feita pelo médico e de acordo com o quadro clínico do
paciente.
Via de acesso
A via de acesso para a hemodiálise é exclusivamente vascular, envolvendo artérias e veias, em
conjunto ou em separado. Esse acesso vascular é dividido em temporário e permanente, e estes
compreendem:
Temporário ;
Cateter shunt arteriovenoso (SAV);
Permanente
fístula arteriovenosa (FAV).
O cateter é utilizado no tratamento do paciente insuficiente renal agudo ou crônico que tenha
necessidade de uma hemodiálise temporária ou falta de acesso permanente. É do tipo percutâneo,
instalado em veias de grande calibre, como a subc1ávia, a jugular interna e a femural.
Cateter de lúmen simples - caracterizado por ter em seu interior apenas uma luz por onde passa o
sangue durante a sessão de diálise. No caso deste cateter, é necessário utilizar dois durante a sessão:
por um deles se retira o sangue e pelo outro faz-se novamente a infusão desse sangue no paciente;
ou deve-se usar um aparelho ciclador que coordena a entrada e a saída do sangue pelo cateter.
Cateter de duplo lúmen - possui em seu interior um septo que o divide em duas partes, com
orifícios distribuídos ao longo. Não há comunicação entre estas duas partes do cateter, de modo que
por uma se retira o sangue e pela outra este é infundido no paciente.
Consiste em uma anastomose subcutânea de uma artéria com uma veia. Com o tempo, a veia sofre
dilatação de seu calibre e espessamento da parede, permitindo sua utilização contínua e prolongada,
através ele várias punções feitas pela agulha de diálise.
A fístula arteriovenosa pode ser usada depois de 2 a 6 semanas após sua formação. Normahl1ente
escolhe-se o membro não-dominante, a fim de se evitarem complicações em seu funcionamento, e
utilizam-se a artéria radial e a veia cefálica, no nível do antebraço, para a formação de uma fístula.
É possível fazê-lo em outras regiões do corpo, com enxertos autólogos, ou seja, com veia do próprio
paciente - como no caso da safena para fístulas na virilha -, ou com o uso de próteses vasculares
feitas com material denominado teflon. O uso das próteses biológicas de material proveniente de
carótida de bovino não é hoje recomendado para enxertos, em consequência da alta incidência de
complicações trombolíticas.
O paciente insuficiente renal crônico que faz uso de hemodiálise pé1rél o tratamento pode
desenvolver algumas complicações sislêmicas.
Dentre elas estão:
Anemia;
Deficiência vitamínica;
Alteração do paladar;
Distúrbios cardiovasculares (ICC, angina, IM);
Pericardite;
Derrame pericárdico;
Bacteremia / septicemia;
Distúrbios ósseos;
Síndrome do olho vermelho;
Hepatite;
Ascite;
Síndrome da perna irrequieta;
Distúrbios neurológicos;
Menorragia;
Disfunção sexual;
Ginecomastia;
Cálculo renal;
Hipercalemia;
Prurido;
Obstipação;
Artrite.
A taxa de mortalidade em portadores de Insuficiência renal aguda em UTI atinge 80%. Cabe à
equipe de Enfermagem observar e atuar frente a complicações decorrentes de alterações volêmicas,
eletrolíticas e de acúmulo de compostos nitrogenados, na tentativa de reduzir a morbimortalidade
deste grupo de pacientes. Por outro lado, a equipe de Enfermagem de uma UTI deve estar
devidamente capacitada para atuar nas diversas modalidades de métodos dialíticos atualmente
empregados, tais como a diálise extracorpórea e diálise peritoneal.
Logo abaixo, citaremos os cuidados básicos com pacientes com afecções renais de modo geral.
Depois citaremos os cuidados necessários a pacientes que necessitam das diferentes diálises.
Assistência de Enfermagem - Justificativa
Controlar PA, pulso, PVC e FR de 2/2 horas: Detectar prontamente alterações hemodinâmicas.
Avaliar o nível de consciência de 22/ horas: A confusão mental pode ser sinal de uremia e/ou
hipoxemia por acúmulo de líquido.
Controlar o peso: Constatar possível retenção de líquido.
Acompanhar os exames laboratoriais:
Identificar precocemente alterações.
Avaliação Neurológica
Assistência de Enfermagem - Justificativa
Avaliar nível de consciência: Detectar alteração no nível de consciência.
Avaliar diâmetro pupilar, simetria e reação à luz: Qualquer alteração pode ser sinal de lesão
cerebral.
Avaliar a escala de Glasgow: Detectar precocemente as alterações cerebrais.
Anatomia
- Epiderme
- Derme
- Tecido
- Subcutâneo
Componentes
- Fibras nervosas
- Pêlos
- Glândulas sudoríparas/ sebáceas
- Fibras colágenas
- Células tec. conjuntivo
Função da Pele:
Proteção: a pele atua como barreira física contra microrganismos e outras substâncias estranhas,
protegendo contra infecções e perda excessiva de líquidos.
Sensibilidade: as terminações nervosas da pele permitem que a pessoa sinta dor, pressão, calor e
frio.
Termorregulação: a pele ajuda a regular a temperatura corporal mediante vasoconstrição,
vasodilatação e sudorese
Excreção: a pele ajuda na termorregulação, mediante a excreção de resíduos, como eletrólitos e
água.
Metabolismo: a síntese de vitamina D na pele exposta à luz solar, por exemplo, ativa o
metabolismo de cálcio e fosfato, minerais que desempenham um papel importante na formação
óssea.
Imagem Corporal: a pele detalha a nossa aparência, identificando de modo único cada indivíduo.
Feridas
Conceito: é qualquer interrupção na pele ou tecido macio, ocorrendo em conseqüência de traumas
devido a cortes,pancadas, deficiências circulatórias, substâncias químicas fortes e calor ou frio em
excesso, produzindo lesões abertas ou fechadas.
• Feridas agudas: cicatrizam dentro de um prazo de tempo esperado das fases de cicatrização;
•Feridas crônicas: cicatrização demorada, reincidentes, patologia subjacente impede sua
cicatrização, prejudicam qualidade de vida do portador. Fase inflamatória prolongada.
Cicatrização
Fenômeno produzido pelos organismos vivos através do aparecimento de novas células, com o
objetivo de substituir o tecido lesado. É a cura de uma ferida por reparação ou regeneração dos
tecidos afetados evoluindo em fases distintas
Fisiologia de cicatrização
A reparação tecidual ocorre em três fases distintas, complexas, dinâmicas e sobrepostas. A
liberação de mediadores ocorre em cascata, atraindo estruturas à periferia da região traumatizada.
Para que cada fase se inicie é pré-requisito o término da fase anterior. Portanto, qualquer falha ou
prolongamento em uma das fases implica em retardo ou ausência da cicatrização
O conhecimento das fases evolutivas do processo fisiológico cicatricial é fundamental para o
tratamento adequado da ferida
Fase inflamatória
COMPOSTA DE 3 FASES
2. Granulocitica
-Formação de uma camada epitelial que veda e protege a ferida de bactérias e perda de líquido
– É essencial um microambiente adequado para estimular o crescimento dessa camada
– É uma camada muito frágil que pode ser facilmente destruída por irrigação vigorosa ou limpeza
impetuosa da área
É a última e mais prolongada fase de cicatrização pode durar meses ou anos
Principais funções:
Deposição de colágeno na ferida
Diminuição da capilarização
-Reparadora ou modeladora
-Surgem os miofibroblastos, responsáveis pela contração da ferida
-A força tensional da cicatriz é determinada pela velocidade, qualidade e quantidade total da
deposição de colágeno
- Nesta fase a cicatriz torna-se mais plana e macia
-Podem ocorrer defeitos cicatriciais como quelóides, cicatrizes hipertróficas ou muito finas e
friáveis e hipercromias.
Cicatrização
Tecidos viáveis:
Granulação e epitelização
Tecidos inviáveis:
Fibrina desvitalizada, tecidos necróticos
Cor do tecido
Granulação:
Rosa, vermelho pálido, vermelho vivo
Fibrina:
Amarelo, marrom
Necrose:
Cinza, marrom, negra
Úlcera de pressão
Definição - área localizada de colapso tecidual que resulta de compressão do tecido mole entre uma
proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado de tempo.
Causas
Intensidade da Pressão
Duração da Pressão
Tolerância Tecidual
Fricção
Umidade
Déficit nutricional
Imobilidade
Deterioração do estado mental
Idade avançada
Baixa pressão sanguínea
Estado psicológico
Fumo
Temperatura corporal elevada
Incontinência urinária ou fecal
Vários diagnósticos: paralisia, lesão de medula espinhal, câncer, problemas ortopédicos, doença
vascular, doença neurológica, diabetes.
Medicações para sedação, narcóticos, analgésicos.
Curativos
Conceito:é a proteção da lesão ou ferida, contra ação de agentes externos físicos, mecânicos ou
biológicos. Consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida, se necessário
com finalidade de promover a rapida cicatrização e prevenir contaminação e infecção.
Curativo Ideal:
Mantém a umidade
Remove o excesso de umidade
Permite trocas gasosas
Fornece isolamento térmico
Impermeável a bactérias
Isento de partículas
Permite a retirada sem traumas
Finalidade:
Limpeza da lesão;
- Prencher espaços mortos e evitar a formação de sero-hematomas
- Reduzir edema
- Manter a umidade no leito da ferida
-Promover hemostasia
- Proporcionar um ambiente adequado à cicatrização da ferida;
- Absorver a drenagem;
- Proteger a ferida contra contaminação e traumatismo mecânico;
- Promover conforto físico e mental;
- Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida
- Diminuir a intensidade da dor
LIMPEZA
Processo de limpeza é de fundamental importânica para a reparação tecidual, ela não evolui
enquanto todos os agentes inflamatórios não forem removidos da ferida.
Inclui: desbridamento, soluções (fluidos para limpar e remover bactérias, detritos, exudato, corpos
extranhos, resíduos toxicos e outros do leito da ferida) e antimicrobianos tópicos (utilizados de
forma adequada)
Desbridamento: remoção de tecido necrosado e de corpos/partículas estranhos do leito da ferida.
Limpeza: é a ação de limpar, tirar a sujidade. A sujidade da ferida pode ser removida com água ou
através de outro método.
Cada etapa da reparação tem uma necessidade, portanto vários métodos ou técnicas podem ser
utilizadas, dependendo da condição do leito da ferida.
Curativo comum
Gaze- pode ser usada seca, úmida ou colocada úmida e removida quando seca porém esta última
forma não é recomendada.
Não deve ser usada para proteção de úlceras no estágio I.
Vantagens- Usado para grandes feridas com grande volume de exsudato para absorção, baixo
custo.
Desvantagens – Pode deixar partículas ou fibras na ferida; é difícil garantir uma aplicação
adequada; demanda mais tempo de enfermagem no cuidado pois geralmente necessita de 2 a 3
trocas diárias; precisa ser mantida úmida para evitar que o leito da ferida fique ressecado;
Curativo limpo
a) Ferida limpa e fechada
b) o curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
c) após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
d) utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.
Curativo contaminado
Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de substância, com ou sem
infecção. Por estarem abertas, estas lesões são altamente susceptíveis à contaminação exógena.
a) O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco.
b) O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem,
devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
c) O curativo deve ser protegido durante o banho.
d) A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
Semi-oclusivo
Este tipo de curativo é absorvente e comumente é utilizado em feridas cirúrgicas. Vantagens:
- permite a exposição da ferida ao ar;
- absorve exsudato da ferida;
- isola o exsudato da pele saudável adjacente
Oclusivo
- Não permite a passagem de ar ou fluidos, sendo uma barreira contra bactérias. Tem como
vantagens:
- vedar a ferida, a fim de impedir pneumotórax;
- impede a perda de fluidos
- promove o isolamento térmico e de terminações nervosas
- impede a formação de crostas
Compressivo
É utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, ou promover estase sanguínea e ajudar na aproximação
das extremidades do ferimento.
Curativos abertos
São realizados em ferimentos descobertos e que não tem necessidade de serem ocluídos. Algumas
feridas cirúrgicas (após 24 horas), cortes pequenos ou escoriações, queimaduras etc.
Fármacos na uti
1. Vasoativos ou inotrópicos:
Epinefrina, Norepinefrina, Dopamina e Amrinoma.
Melhoram a contratilidade miocárdica, são usados no choque cardiogênico, PCR e insuficiência
cardíaca.
AÇÃO: estimular os receptores alfa e beta.
Receptores alfa produzem: vasoconstricção, dilatação da íris, relaxamento intestinal e contração
dos esfíncteres intestinal e vesical.
Receptores beta produz: aceleração cardíaca e aumenta a força de contratação miocárdica além de
2. ANTIARRÍTMICOS:
Lidocaína: anestésico local, em cuidados intensivos é usada por atuar especificamente no tecido
cardíaco.
3. Nitrito:
4. Antipertensivos:
Nifedipina: produz vasodilatação e reduz a pressão arterial. É administrado por via oral e
sublingual.
Hidralazina: produz vasodilatação e reduz a pressão arterial. Administra-se por via endovenosa.
5. Diuréticos:
Furosemida: utilizado para formar a diurese e em todo tipo de edema. Administra-se por via
endovenosa continua e oral.
6. ANTIBIÓTICOS:
• Na UTI usam-se todos os tipos de antibióticos existentes, pois a infecção é um problema muito
importante e tem alta incidência.
• Habitualmente a administração se dá por via endovenosa.
7. Antiacidos:
8. Antipireticos:
Dipirona: exerce vasodilatação periférica para baixar a temperatura, tem efeito colateral de
provocar hipotensão e oligúria. Se administrada por via endovenosa fazer diluição e aplicar
lentamente.
Acetilsalicitata de lisina: ácido salicílico, a vasodilatação ocorre por ação central no termostato
hipotalâmico, após diluição administra-se por via endovenosa e tem Menos complicações que a
dipirona.
9. Sedativos:
Diazepam: indicado nos estados de agitação e sedação administra-se por via endovenosa.
Tiopental: tem ação curta, é usado como indutor anestésico para realizar intubação.
Cloreto de dexametôneo: tem ação intensa e breve e está indicado para o relaxamento do paciente
em manobras de intubação endotraqueal. Administra-se por via endovenosa.
Morte na uti
O significado da morte não é o mesmo para todos. A imagem, a visão, e a concepção de morte, têm
o seu valor e sentido distintos na sociedade e em cada cultura, principalmente nos rituais que se
seguem ao momento, nos costumes de pesar e nas sensações, que ficam imortalizadas sobre as
sensações funerárias e na memória dos entes mais queridos.
O crente vê a morte como um momento de transição, de reencontro e de abraço com a vida eterna.
Na cultura ocidental, para quem não acredita a morte como evolução natural do ser, ela provoca
negação.
Quem ver morrer alguém teme a sua própria morte e reage como se fosse consigo.
Outras filosofias vêem na morte a fim solene, sendo como momento critico, com uma dor de
abandono e de ajustes de contas co a educação religiosa recebida.
Finalmente, a sociedade teme por não poder ter uma morte digna, pois a maior parte das doenças
passa além do âmbito familiar e do cuidadoso carinho dos parentes e amigos, resultando em uma
internação em hospital, onde se pretende proteger assepticamente os últimos momentos do
moribundo e onde a pessoa doente estará aos cuidados de pessoas estranhas.
O profissional de enfermagem desafia a morte no seu trabalho diário, porém, não deve acostumar-
se a ela. Da mesma maneira que fomos capazes de atender as necessidades do paciente durante o
internamento, devemos ser capazes de responder integralmente ao último cuidado requerido.
O profissional de enfermagem deve ainda mostrar-se compreensivo para com os familiares e
amigos neste momento de dor e também dar orientações em relação aos trâmites legais e
burocráticos necessários.
O trabalho deve ser realizado de forma rápida e silenciosa, procurando fazer com que os demais
pacientes não fiquem afetados pelo falecimento, devendo agir respeitosamente em todo
procedimento, pois o paciente ainda que morto, é um ser humano.
Cuidados prévios
Atuação imediata
• Verificar se o médico certificou o óbito.
• Se o falecimento se deu por causa patológica: preparar o corpo “fazer a múmia”
• Se a morte constitui um caso judicial, o médico notificará aos serviços respectivos: o
procedimento habitual deve ser anulado e proceder-se à cobertura do cadáver com um lençol.
O corpo não deve ser manipulado desnecessariamente, a fim de criar obstáculos no processo
judicial
• Para manusear o paciente utilizar EPI (avental, máscara, gorro, luvas), a fim de evitar possíveis
contágios;
• Retirar as drenagens, cateteres e sondas;
• Limpar o corpo, imobilizando-o com cuidado e respeito: tampar os orifícios naturais e artificiais
com algodão.
Em alguns casos convém suturar as feridas pós-cirúrgicas;
• Mudar a roupa de cama, colocando um lençol debaixo o que irá embrulhar o corpo;
• Alinhar o corpo e fechar-lhe as pálpebras, tampar a boca preenchendo-a com algodão e unir os
lábios, cruzar os braços sobre o peito, juntar os punhos e também os tornozelos;
• Envolver o corpo com um lençol, deixando a face visível;
• Cobrir o corpo completamente com outro lençol;
• Avisar aos funcionários que irão transportar o corpo até o necrotério;
• Ao final do procedimento realizar limpeza e desinfecção da sala;
• É importante que a equipe de enfermagem seja cuidadosa para que os outros pacientes não
percebam a situação.
• Permitir aos familiares que fiquem alguns momentos com o cadáver: Entregar a família os objetos
de uso pessoal e de valor;
• Identificar com adesivo os dados pessoais do cadáver;
• Recolher as roupas e os materiais em sacos, se a patologia do paciente era infecciosa, roupas e
objetos devem ser colocados em sacos apropriados.
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