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Técnico de

Enfermagem
Módulo IV
Enfermagem em UTI

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Enfermagem em UTI

SUMÁRIO

Instalações e Recursos da Unidade de Terapia Intensiva ....................................................................4


Recursos materiais ...............................................................................................................................4
Recursos humanos ...............................................................................................................................4
Internação do paciente na UTI .............................................................................................................5
Critérios para alta ................................................................................................................................6
Admissão de Enfermagem ...................................................................................................................7
Responsabilidades da Enfermagem .....................................................................................................7
Mobilização do paciente acamado, mudança de decúbito e posições .................................................8
Infecção hospitalar na UTI ................................................................................................................10
Equilíbrio Hidroeletrolítico ...............................................................................................................11
Metabolismo da água .........................................................................................................................12
Alterações no volume de líquido extracelular ( Desidratação ou Hipovolemia) ...............................12
Assistência de Enfermagem no controle hídrico ...............................................................................19
Assistência de Enfermagem em Distúrbios do Sistema Digestivo ....................................................21
Hepatite tóxica ...................................................................................................................................25
Assistência de Enfermagem em Distúrbios do Sistema Cardíaco..................................................... 26
Arritmias ............................................................................................................................................27
Morte súbita/ Infarto agudo do miocárdio .........................................................................................29
Insuficiência cardíaca congestiva ......................................................................................................30
Eletrocardiograma .............................................................................................................................31
Isquemia miocárdica ..........................................................................................................................33
Estados de choques ............................................................................................................................34
Parada Cardio-respiratoria .................................................................................................................37
Assistência de Enfermagem em Distúrbios do Sistema Respiratório ................................................40
Funções respiratórias suplementares .................................................................................................43
Insuficiência respiratória ...................................................................................................................44
Bronquite ...........................................................................................................................................44
Enfisema pulmonar ............................................................................................................................45
Asma ..................................................................................................................................................45
Embolia pulmonar..............................................................................................................................46
Sindrome da angustia respiratória aguda ...........................................................................................47
Edema agudo de pulmão ...................................................................................................................47
Insuficiência respiratória ..................................................................................................................49
Intubação Endotraqueal ....................................................................................................................50
Intubação Nasotraqueal .....................................................................................................................52
Pressão Venosa Central (PVC) ..........................................................................................................53
Extubação ..........................................................................................................................................53
Traqueostomia ...................................................................................................................................54
Aspiração Traqueal ............................................................................................................................55

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Assistência de Enfermagem nos distúrbios endócrinos..................................................................... 56


Assistência de Enfermagem em Distúrbios do Sistema Renal ..........................................................57
Insuficiência renal .............................................................................................................................59
Dialise Peritoneal ...............................................................................................................................60
Hemodiálise .......................................................................................................................................62
Cateteres e vias de acesso ..................................................................................................................64
Cuidados de Enfermagem na assistência nefrológica ........................................................................66
Assistência de Enfermagem aos métodos dialíticos ..........................................................................67
Profilaxia e Cuidados de Enfermagem em lesões cutâneas em UTI .................................................68
Ulcera por pressão .............................................................................................................................72
Curativos ............................................................................................................................................73
Fármacos usados em UTI ..................................................................................................................75
Morte na UTI .....................................................................................................................................79
Referências Bibliográficas .................................................................................................................81

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Introdução

Instalações e Recursos da Unidade de Terapia Intensiva

A UTI é a unidade hospitalar destinada ao atendimento de doentes graves recuperáveis, com


assistência médica e de enfermagem integrais, contínuas e especializadas, empregando
equipamentos diferenciados.
Essa unidade é dotada de pessoal altamente treinado, utilizando métodos, recursos técnicos, área
física e aparelhagem específicos, capazes de manter a fisiologia vital, bem como a sobrevida do
paciente.

Instalação da uti

Local e área
Sem ruídos ou poluições;
De preferência próximo do pronto-socorro e do centro cirúrgico, ou de fácil acesso a estas unidades;
Área por leito: 5m2 em média.

Planta física

A preparação da planta física deve obedecer aos seguintes critérios:


Os leitos devem ficar visíveis à enfermagem na mesa central de controle;
A área de cada leito deve permitir ampla circulação e fácil manejo da aparelhagem;
Os leitos devem ficar tanto quanto possível isolados uns dos outros; a unidade deve ter aberturas
amplas de vidro ou janela isolantes para exterior, para evitar claustrofobia;
A aparelhagem de ar condicionado deve ter funcionamento perfeito e suas saídas não devem
canalizar ar sobre os leitos;
Todos os leitos devem ter três tomadas de energia elétrica para os aparelhos, conjugadas com o
gerador de emergência do hospital;
Todos os cabos elétricos devem ser rigorosamente isolados e ter fio-terra especial;
Todos os leitos devem contar com canalização de vácuo, ar comprimido e oxigênio;
A iluminação deve ser adequada;

A unidade deve contar com:


- sala para os membros da equipe de enfermagem que não estejam em serviço;
- sala para os médicos que não estejam em atendimento,
- sala para reuniões, aulas e estudos;
- local para despejo, almoxarifado, roupa ria, depósito de material, etc.;
- uma pequena copa; uma sala para arquivo;
- uma sala de material esterilizado e outra sala para preparo de material;
- vestiários masculino e feminino com banheiro dotado de chuveiro;
- secretaria;
- telefones e interfones nas áreas básicas; um laboratório;
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- uma sala para o chefe da equipe médica; uma sala para a chefia da enfermagem;
- uma sala para respiradores de pronto uso;
- uma sala reserva para monitores, respiradores e acessórios diversos.

Equipamentos

Especializados - monitores, central de monitorização, eletroencefalógrafo, eletrocardiógrafo,


aparelho de raio X portátil, respiradores, desfibrilador, marcapasso, rim artificial, carro de
emergência, ventilômetros, martelo para pesquisa de reflexos, lanternas, etc.

Gerais – aspiradores volantes, focos portáteis, colchão d’água, macas, cadeiras de rodas, carro de
curativo, camas especiais, balança, hamper, suportes para soro, vacuômetros, fluxômetros de O2,
nebulizadores, mesa de cabeceira, etc.

Material cirúrgico e para cuidados gerais - pequena cirurgia, punção lombar, dissecção de veia,
traqueostomia, punção subclávia, diálise peritoneal, cateterismo vesical, curativo, retirada de
pontos, etc.

Material de consumo em geral.


Medicação - estoque de reserva de acordo com a padronização hospitalar.
Roupa - paciente: rotina; funcionário: roupa

Número de leitos
O número de leitos na UTI varia com o tipo de hospital e de acordo com sua possibilidade de ter
uma equipe de médicos e de enfermagem em número suficiente. Há quem condicione esse número
ao do hospital todo e, neste caso, ele costuma ser de 2 a 4% do total geral.

Internação do paciente na UTI

Um paciente é admitido numa UTI quando apresenta insuficiência de um ou mais sistemas


fundamentais, como o respiratório e/ ou o cardiovascular, caso do paciente grave e recuperável,
com as seguintes condições específicas:

Pacientes graves

São pacientes que apresentam comprometimento de função vitaI:


Insuficiência respiratória aguda;
Insuficiência renal;
Estado de choque;
Estado de coma;
Grande desequilíbrio hidroeletrolítico;
Grande desequilíbrio ácido-básico;
Tétano;

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Grande queimado;
Parada cardíaca;
Politraumatismo;
Intoxicações graves.
Pacientes de elevado risco

São os pacientes que apresentam possibilidade iminente de sério comprometimento de função vital:
Insuficiência coronariana aguda;
Arritmias cardíacas;
Pós-operatórios especiais (cardiovascular, neurocirurgia, cirurgia. torácica, grande cirurgia geral).
A intervenção é solicitada pelo médico assistente e efetuada após concordância da equipe da UTI,
ficando condicionada à existência da vaga.
O paciente terá seu leito bloqueado na clínica de origem. Em casos de pronto-socorro, o setor de
internação providencia o bloqueio do leito na clínica adequada.

Critérios para alta

A alta deve ser dada tão logo desapareçam os sintomas que deram origem à admissão do paciente
na UTI por decisão da equipe da unidade.
Após receber alta, o paciente retorna à clínica de origem, ficando aos cuidados de seu médico
assistente.

Enfermagem

A equipe de enfermagem na UTI


O sucesso ou fracasso da UTI é totalmente dependente da qualidade e da motivação de seu corpo
médico e de enfermagem.
É essencial que a unidade mantenha pessoal de enfermagem altamente treinado e em número
adequado. A equipe de enfermagem da UTI tem uma responsabilidade muito maior do que a de
qualquer outra unidade. Precisa ser apta a manter constante observação e estar pronta para
reconhecer e notificar alteração significativa nas condições do paciente. Precisa, também, estar
familiarizada com todas as técnicas especiais usadas e com o equipamento de monitorização
terapêutica necessários na terapia intensiva, e ter total consciência de suas limitações. Além disso,
deve estar preparada para reagir independentemente em face de uma emergência.
A seleção de membros da equipe de enfermagem para trabalhar em uma UTI deve ser feita com
base em critérios rigorosos. Cabe lembrar que sobre eles repousa a maior parte do trabalho de
atendimento ao paciente. De seu desempenho inicial depende a obtenção ou não do rendimento
esperado.

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Admissão de Enfermagem

O paciente é admitido na unidade mediante solicitação prévia do médico responsável ao médico


plantonista da UTI. Este, após concordar com. a internação, notifica o enfermeiro responsável pela
unidade, esclarecendo-lhe o diagnóstico e a gravidade do caso. O leito e o material são preparados
de acordo com a patologia e a técnica:

Bandeja para aspiração;


Vacuômetro, fluxômetro de oxigênio e ventilador mecânico (testado).
Monitor e cabo;
Papeletas;
Esfigmomanômetro e estetoscópio;
Carro de emergência e desfibrilador.
Ao receber o paciente na unidade, o enfermeiro deve sempre prepará-lo psicologicamente - quando
o paciente não está em coma, está sempre estressado.

Responsabilidades da Enfermagem

São responsabilidades da enfermagem da UTI:

Obter os dados preliminares do paciente e estabelecer prioridades;


Relacionar os pertences do paciente;
Prover o paciente de roupas adequadas;
Prestar os primeiros cuidados ao paciente, verificar sinais vitais, fazer monitorização,
oxigenoterapia, cateterismo vesical, eletrocardiograma (ECG), dar a medicação prescrita, colher
material para exames laboratoriais, etc.;
Orientar o paciente sobre a finalidade da UTI;
Orientar a família do paciente sobre a rotina da UTI (horário de visita, duração da visita e sobre
obtenção de informações sobre o estado do paciente);
Fazer o exame físico do paciente e elaborar o plano de cuidados baseados em suas necessidades
físicas e psicológicas, patologia e prescrição médica, a qual sofrerá alterações de acordo com a
evolução.
Cuidados diários (dependendo da patologia)
Verificar sinais vitais e o balanço hídrico do paciente de hora em hora;
Desobstruir as vias aéreas do paciente através da aspiração oro e nasotraqueal e estimulá-Io a tossir;
Trocar o curativo do paciente diariamente e sempre que necessário; fazer a irrigação da sonda
nasogástrica (SNG) com 20ml de soro fisiológico para manter a permeabilidade, se não houver
contra-indicação;
Manter constantemente a nebulização com água destilada, no caso de pacientes intubados ou
traqueostomizados;
Mobilizar o paciente no leito, prevenindo posições viciosas e úlceras
Controlar rigorosamente o gotejamento dos soros;
Observar constantemente o ritmo e a frequência cardíaca no monitor;

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Se o paciente estiver em coma, mantê-lo com os olhos fechados e cobertos com gaze umedecida em
soro fisiológico;
Fazer higiene oral com solução anti-séptica de oito em oito horas;
Trocar equipes de PVC de dois em dois dias.

Ética do profissional de enfermagem em UTI

São as seguintes as regras éticas a serem observadas pelo profissional de enfermagem:


Não se ausentar do leito do paciente sem antes obter substituto para si;
Receber o paciente com respeito e atenção;
Não discutir nem comentar fatos junto dos doentes;
Cumprir as determinações com precisão e pontualidade;
Não levar problemas da UTI para outros setores;
Respeitar a hierarquia funcional.

Necessidades adicionais de uma uti

Uma UTI não pode funcionar sem a assistência da maioria dos outros departamentos no hospital. Os
serviços de todos os laboratórios (bioquímico, hematológico, etc.) e os radiológicos precisam estar
disponíveis a qualquer hora e a curto prazo.
Esta unidade deve ter seu próprio fisioterapeuta, cabendo a este participar das visitas ao paciente e
das discussões clínicas.
São necessários também um técnico habilitado em ventiladores e outros equipamentos uma
secretária, pessoal administrativo, faxineiros e pessoal de serviços domésticos.

Mobilização do paciente acamado/ mudança de decúbito e posições

Em geral o paciente acamado terá a cabeceira da cama ligeiramente elevada e dependendo desta os
pés elevados.

A elevação dos pés tem dois objetivos:

• Se a cabeceira está muito elevada à elevação dos pés evitará que o paciente escorregue para baixo;
• Como profilaxia de trombos e embolias, que são complicações mais frequentes a elevação
favorece o retorno venoso.

Contudo, a posição que o paciente deve estar dependerá de sua patologia:


• Paciente comatoso: decúbito dorsal, cabeceira elevada em ângulo de 30º, cabeça lateralizada para
evitar broncoaspiração.
• Paciente com comprometimento respiratório, doenças cardíacas e alguns pós operatórios: a
cabeceira do leito é elevada ao máximo, a fim de evitar dispnéia a fadiga favorecendo a drenagem
de secreções das vias aéreas.

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• Paciente politraumatizado: a posição tem o objetivo de não alterar a lesão principal o que pode
interferir no processo de reabilitação.

Mudança de decúbito

Consiste em avaliara a posição do paciente com fins terapêuticos e de conforto evitando riscos
patológicos ou sequelas de uma imobilização prolongada.
Está indicada para:
• Evitar a formação de úlceras de pressão, que se originam principalmente nas áreas corporais com
proeminência óssea.
• Impedir problemas musculoesqueléticos, queda do pé (pé equino), pois os músculos, tendões e
articulações tornam-se menos flexíveis.
• Evitar a retenção ou acúmulo de secreções de brônquicas e consequentes obstruções respiratória.

Posições

Vários são as razões para posicionar um paciente: manter a boa postura corporal facilitar a
respiração, evitar escaras e promover a drenagem de secreções.
Para que o paciente acamado tenha um posicionamento anatômico no leito e necessário que tenha
em sua unidade materiais como: travesseiros, almofadas, toalhas de banho e de rosto pequenos de
espuma ou borracha.

SUPINA OU DECÚBITO DORSAL: o paciente deitará sobre o seu próprio dorso apoiando a
cabeça e os ombros sobre um travesseiro, quando as condições permitem. As pernas também podem
ficar ligeiramente fletidas e entre elas ao nível de joelho colocar uma toalha de rosto ou coxim. Nos
pés da cama entre o colchão e a guarda inferior da cama colocar um travesseiro de modo a apoiar os
pés do paciente, evitando assim o pé equino.

POSIÇÃO EM DECUBITO VENTRAL: solicitar que o paciente dite sobre o abdome com a
cabeça voltada para um dos lados. Colocar um travesseiro sob as pernas, os braços deverão ficar da
maneira que o paciente solicitar e um pequeno travesseiro pode ser colocados ao nível do diafragma
a fim de evitar a pressão sobre as glândulas mamárias em pacientes do sexo feminino.

POSIÇÃO EM DECÚBITO LATERAL DIREITO OU ESQUERDO: paciente em decúbito


lateral com travesseiro sob o joelho da perna superior, de modo a mantê-lo no mesmo nível que o
quadril. Calcanhares e cotovelos devem ser protegidos com uso de pequenos travesseiros. Apoiar a
cabeça sobre um travesseiro de espessura adequada.

POSIÇÃO DE FOWLER: elevar a cabeceira da cama à pelo menos 45º, sustentar a cabeça e os
ombros com um travesseiro, colocar pequenos travesseiros sob as coxas do paciente.

OBSERVAÇÃO: existe variação desta posição, sendo: a SEMI-FOWLER: onde a cabeceira é


elevada a 30º e a FOWLER ELEVADA: o paciente fica na posição sentada propriamente dita e a
cabeceira fica em ângulo de 90º.

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Infecção hospitalar na uti

Os fatores que predispõe a infecção são:

• O agente: microrganismo, bactérias ou vírus. No âmbito hospitalar os mais significativos são:


- Bacilos Gram-negativos: Pseudômonas, Acinetobacter, Serratia, Proteus, E coli;
- Cocos Gram-positivos: Estafilococos e Estreptococos;
- Cocos Gram-negativos: Neisserias;
- Fungos ou Leveduras: Cândidas, Glabrata;
- Vírus: CMV vírus respiratórios, vírus da hepatite (A, B, C, D, E) e vírus em geral.

• Fontes de infecção:
- Humanas – o próprio paciente e a equipe de saúde:
- Animais e insetos – baratas, ratos, formigas etc.
- Objetos ou elementos inertes – poeiras nos pisos, paredes, prateleiras, nos condutores de ar
condicionado etc.

• Vias de transmissão da infecção:


- Contato direto: de pessoas doentes para pessoas sadia;
- Contato indireto: a contaminação é feita através de objetos contaminados;
- Pelo ar: inalação do M.O. através do trato respiratório;
- Vetores: animais e insetos;
- Alimentos: não devidamente conservados e/ou consumidos em mau estado.

• Susceptibilidade do hospedeiro
Deficiência do sistema imune do paciente para reagir à presença do MO.

Medidas para evitar infecção cruzada

O revestimento da unidade deve ser feito com materiais que deixem o mínimo de junções e sejam
laváveis, lisos e não-absorventes;
Após a limpeza, deve-se passar pano úmido com solução germicida no piso, no teto e na parede;
Todo o material utilizado pelos doentes deve ser rigorosamente esterilizado;
Todo o pessoal que lidar com um paciente deve, antes de tocar em outro doente, lavar as mãos.

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Prevenção das infecções no meio hospitalar

Meio relacionado a evitar infecções cruzadas, criando barreiras entre o paciente e a equipe
multiprofissional.

NO GERAL
• Sensibilizar e conscientizar a equipe multiprofissional no que diz respeito à cadeia de transmissão
da infecção, através de reuniões conjuntas com especialistas em medicina preventiva e
departamento de microbiologia hospitalar.
• O hospital deve oferecer programas de educação continuada, relacionados a esta problemática.
• O hospital deve ter CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar), programando reuniões
clínicas e de enfermagem, visando e criando protocolos da ação contra infecção hospitalar e com
revisão periódica dos mesmos.

Ações concretas

• Lavagem correta das mãos com anti-séptico antes e após prestar cuidados ao paciente.
• Higiene cuidadosa das unhas.
• Uso de luvas descartáveis distintas para cada paciente.
• Utilizar de preferência material descartável principalmente nos procedimentos invasivos.
• Utilizar recipientes apropriados para a eliminação de matérias e secreções.
• Limpeza do piso com esfregão úmido, a fim de evitar poeiras.

A equipe de enfermagem na limpeza e preparação do material a esterilizar

• Usar EPI (luvas, máscaras, óculos, avental plásticos etc.), separar os instrumentos utilizados em
cirurgia séptica e asséptica, seguindo as normas técnicas da instituição.
• Lavar os instrumentos retirando restos de coágulos e secreções, mediante escovação com água,
sabão e cloro. Se houver dificuldade na remoção desses resíduos tal procedimento deverá ser
insistente e os instrumentais mantidos submersos em solução desinfetante.
• Após lavagem correta de todo instrumental observar o estado de conservação dos mesmos, para
possível manutenção.
• E por fim proceder à contagem das peças, colocando-as nas respectivas caixas de instrumentos:
flebotomia, traqueotomia, curativos etc.

Distribuição dos líquidos e eletrólitos

Os líquidos do organismo são, em geral, distribuídos em dois compartimentos básicos: dentro e fora
das células.
Os encontrados dentro das células são os líquidos intracelulares e representam entre 40 a 50% do
peso corporal. Os encontrados fora das células são os líquidos extracelulares e têm dois
componentes: um deles, o líquido intersticial, permanece nos espaços intercelulares e compõe cerca
de 15% do total do peso corporal do adulto; o outro, o líquido il1travascular, está contido nos vasos
sangüíneos e linfáticos, e perfaz cerca de 5% do peso corporal do adulto.

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Sólidos 40% plasma 5% líquido extracelular


Líquido intersticial 15%
Líquido intracelular 40%

A aldosterona é secretada na supra-renal e a tua sobre os rins, estimulando a reabsorção de água e


sódio e a eliminação de potássio.

Principais desequilíbrios hidroeletrolíticos

Os desequilíbrios hidroeletrolíticos são geralmente avaliados em função de alterações no


compartimento extracelular, por deficiência ou excesso de água e eletrólitos, como sódio, potássio
ou hidrogênio. Eles podem ocorrer isoladamente ou associados a uma ou mais patologias.

Desequilíbrios dos líquidos e eletrólitos

O estudo da assistência de enfermagem ao paciente com desequilíbrio dos líquidos e eletrólitos


requer inicialmente uma abordagem mais pormenorizada dos elementos envolvidos e dos fatores
desencadeantes do distúrbio.
Os líquidos corporais contêm grande variedade de substâncias neles dissolvidas, como sais, ácidos,
bases, proteínas, gorduras, glicose, uréia, creatinina e gases, A manutenção dessa composição e a
distribuição desses líquidos são tão essenciais à vida quanto o oxigênio.

Alterações no volume de líquido extracelular

Desidratação ou hipovolemia

Trata-se do déficit no volume do líquido caracterizado por perda de água que pode ou não ser
acompanhada de eletrólitos.
Etiologia - a carência de água pode resultar de perda anormal ou ingestão insuficiente: vômito,
diarréia, febre, fístula, queimaduras e hemorragia.
Sintomas - diminuição do turgor cutâneo, secura de pele e de mucosas, fadiga, perda de peso,
depressão de fontanelas (em bebês), hipotermia, hipotensão e diminuição da pressão venosa.
Tratamento - é feita a hidratação, administrando-se soluções eletrolíticas por via oral, sonda
gástrica ou perfusão intravenosa, segundo o grau de desidratação.

A desidratação pode ser classificada em leve, moderada e grave:


Leve ou de 1.° grau: perda ponderal de 5% em 24 horas;
Moderada ou de 2.° grau: perda ponderal de 5 a 10% em 24 horas;
Grave ou de 3.° grau: perda ponderal superior a 10% em 24 horas.

A hidratação divide-se em três fases:


Fase rápida ou de reposição;
Fase de manutenção;

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Fase de reparação.
Pacientes que apresentam vômito, diarréia, fístulas gástricas, e uso prolongado de diuréticos têm
perda acentuada de sódio e principalmente de potássio, necessitando de reposição planejada.

Hiperidratação

Trata-se do aumento no volume do líquido extracelular caracterizado por retenção de água e


eletrólitos.
Sintomas - edema localizado ou anasarca, ganho agudo de peso, hipertensão arterial, podendo levar
o indivíduo a convulsão e coma.
Tratamento - consiste em produzir uma hidratação planejada, com a administração de soluções
hipertônicas, de potente ação diurética, como a solução de manitol, e de diuréticos de ação rápida e
severa restrição hídrica. Em casos graves, em que o paciente não responde ao tratamento acima
citado, a diálise peritonial é uma grande opção.

Equilíbrio ácido-básico

Intimamente relacionada com o balanço hidroeletrolítico está a manutenção do equilíbrio ácido-


básico (ou H+).
Ácidos - os ácidos conduzem íons hidrogênio, os quais podem ser cedidos para se combinarem com
outras substâncias.
Bases - as bases não conduzem íons hidrogênio, mas podem se combinar com os íons hidrogênio
cedidos por um ácido.
A relativa acidez, ou alcalinidade, dos líquidos orgânicos é expressa em termos de pH, o qual se
refere à concentração de íons hidrogênio no líquido.

Água - é o ambiente onde se define ácido, base ou sal (solvente universal).


O centro respiratório que controla os músculos do tórax e o diafragma está localizado numa parte do
sistema nervoso central denominada bulbo, sensível às variações do pH sanguíneo.

O significado do pH (potencial de hidrogênio)

Numa solução neutra, o número de íons H+ encontra-se em equilíbrio exato com o número de íons
OH.
A concentração de ambos é muito baixa (0,0000001ml) ou, expressada em forma matemática, 10-7.
Seu logaritmo negativo expressa o valor pH, que, neste caso, seria 7.
É um conceito matemática que expressa a concentração de H+. Qualquer pH acima de 7 indica
alcalinidade, enquanto qualquer pH abaixo de 7 indica acidez. Uma solução de pH =7 é
quimicamente neutra.
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Ácido Neutro alcalino

Os pulmões têm duas importantes funções: excretar CO2 e regular a pH através do controle da
pCO2 (pressão parcial do gás carbônico).

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A determinação de alcalinidade ou acidez num dado meio depende da concentração de íons


hidrogênio livres no sangue. Quanto maior for esta, tanto mais ácido será o meio.
As vias de excreção de íons hidrogênio são os pulmões e os rins. Se os pulmões são responsáveis
pela eliminação da maior porção de ácido, a função respiratória desempenha um papel importante
no equilíbrio ácido-base.

Os pulmões têm duas importantes funções: excretar CO2 e regular a pH através do controle da
pCO2 (pressão parcial do gás carbônico).
Quando o CO2 se acumula no sangue, ele se combina com água, produzindo ácido carbônico, que
se dissocia em H+ e HCO3 (sentido 1 da equação). O aumento da concentração de H+ (acidose)
estimula o bulbo a elevar a frequência dos movimentos respiratórios. Por outro lado, a queda da
concentração de CO2, reduzindo a concentração de H+ (sentido 2 da equação), provoca diminuição
do ritmo respiratório.
O primeiro efeito pode ser observado quando se prende a respiração por algum tempo; o segundo,
quando se executa uma série de inalações profundas, antes de um mergulho.
Em caso de acúmulo de CO2 por pneumopatia, O pH cai por acúmulo de H+. Uma queda no pH
estimula a ventilação alveolar, acelerando a excreção de CO2. Esse mecanismo de compensação
para a neutralização não dura mais do que 20 minutos.
O sistema renal atua eliminando o excesso de ácido do organismo e reabsorvendo bicarbonato para
regular e manter o equilíbrio ácido-base.
O pH do sangue arterial e do líquido intersticial normalmente varia entre 7,38 e 7,42 (faixa de
alcalinidade). A maior variação de pH compatível com a vida é de 6,8 a 7,8.

pH 6,8 – incompatível com a manutenção da vida


pH 6,8 a 7,35 – acidemia
pH 7,35 a 7,45 – normal
pH 7,45 a 7,8 – alcalemia
pH 7,8 – incompatível com a manutenção da vida

A manutenção de um pH normal, em torno de 7,4, é muito importante, na medida em que propicia o


ambiente químico essencial ao funcionamento efetivo de muitos hormônios e eletrólitos.

Desequilíbrios ácido-básicos

Além da anamnese e do exame clínico, os dados obtidos por meio da gasometria arterial definem
alterações fisiológicas referentes aos distúrbios ácidos-básicos.

Gasometria arterial

A gasometria arterial analisa o pH, o pCO2, o pO2, o bicarbonato e a percentagem de saturação da


oxihemoglobina. Esses dados podem ser determinados com segurança, fornecendo informações
rápidas sobre o funcionamento dos pulmões e dos rins. Trata-se do teste laboratorial de maior
utilidade no controle de pacientes com distúrbios respiratórios e metabólicos, avaliando a
progressão e a gravidade do distúrbio respiratório.

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A aplicação desses conhecimentos à situação clínica é importante pelas seguintes razões:


Se houver aumento de HCO3 sem um aumento correspondente de CO2, o pH eleva-se e o paciente
entra em alcalose (metabólica).
Se o HCO3 diminui sem um decréscimo correspondente de CO2, o pH cai e o paciente entra em
acidose (metabólica).
Se o CO2 aumenta sem uma ascensão correspondente de HCO3, o pH cai e o paciente entre em
acidose (respiratória);
Se o CO2 diminui sem um decréscimo correspondente de HCO3 o pH sobe e o paciente entre em
alcalose (respiratória);

Observações

1. Distúrbios metabólicos: decorrem da produção ou da perda de ácido ou bicarbonato no


compartimento extracelular.
2. Distúrbios respiratórios: decorrem da diminuição ou aumento da eliminação de CO2 com
consequente elevação ou baixa de pCO2 no sangue.

Transtornos do metabolismo ácido-básico

Acidose respiratória

Etiologia: Qualquer diminuição súbita e severa de ventilação que origine acúmulo de CO2 no
sangue, produz acidose respiratória aguda (hipoventilação alveolar).
Manifestações: Os pacientes apresentam esforço do tipo expiratório, com dispnéia, e ficam
severamente doentes, podendo ir da simples desorientação ao coma.

Compensação

À medida que aumenta a concentração de CO2, aumenta a formação de H2CO3 determinando


queda acentuada de pH. Devido, a rapidez do desenvolvimento dessa acidose, os rins não dispõem
de tempo para, prevenir a eliminação do HCO3 necessário para estabelecer a compensação.

Achados laboratoriais
pO2 – baixo
pCO2 – muito alto
pH – muito baixo
HCO3 – normal ou diminuído por força de acidose lática.

Tratamento
Buscar rapidamente uma causa;
Colher uma gasometria;
Fazer raio X de tórax (procedimento indispensável, mas muitas vezes não há tempo para tal
conduta, porque a gravidade do processo exige a intubação e colocação do paciente no ventilador);

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Se há suspeita de infecção respiratória, colher a secreção enclotraqueal para identificar a presença


de germes,

Observação

A superconcentração da acidose por meio de administração de bicarbonato de sódio pode levar o


paciente a uma alcalose respiratória indesejada.

Alcalose respiratória

Etiologia
A alcalose respiratória é causada por hiperventilação e manifesta-se através de dor, estado de
ansiedade, estado hipermetabólico (septicemia por gram-negativo) e falta de oxigêni. Outra causa
freqüente de hiperventilação é o uso indevido de ventilador mecânico.

Manifestações clínicas
Dependendo do grau de alcalinização do sangue, ocorrem manifestações clínicas como tontura,
fotofobia, sudorese, palpitações, parestesia e tremores.

Compensações
Normalmente, não há tempo suficiente para uma resposta renal compensada e ocorre uma
diminuição dos níveis de CO2, caracterizada por um pH acima do normal e por pC02 abaixo de seu
valor normal.

Achados laboratoriais
pO2 – depende da causa subjacente de hiperventilação;
pCO2 – baixa;
pH – elevado;
HCO3 – inalterado ou um pouco baixo.

Tratamento

Lentificar a respiração por meios adequados:


Administrar agentes sedativos;
Aumentar oxigênio;
Diminuir a frequência ou volume em que opera o volume de acordo com a indicação.
A acidose e a alcalose respiratórias são, ambas, complicações agudas e potencialmente fatais de
doenças respiratórias.
A identificação o mais precocemente possível da instalação desses estados é responsabilidade da
equipe de enfermagem. Não é, no entanto, de sua competência formar qualquer tipo de julgamento
com base somente nos valores numéricos.

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Acidose Metabólica

Enquanto a acidose respiratória está relacionada com o aumento do H2CO3 a acidose metabólica,
por sua vez, vincula-se à perda de HCO3 ou adição de H+.

Etiologia
Uso de ácido acetil salicílico
Insuficiência renal;
Diabetes;
Diarréia;
Fístula biliar ou pancreática;
Ureterossigmoidostomia.

Manifestações clínicas
A acidose leve pode apresentar apenas aumento de freqüência respiratória. Já a grave produz
aumento da função renal, respiração profunda, sonolência, pulso filiforme, hipotensão arterial e
arritmia.

Achados laboratoriais
pCO2 - diminuído;
pH - diminuído;
HCO3 - pouco diminuído.

Observação
É sabido que uma pCO2 abaixo de 20mmHg diminui o fluxo cerebral em 1/3, piorando
severamente uma isquemia cerebral preexistente.

Tratamento
O tratamento visa combater a causa primária da acidose e efetuar um bom manuseio do respirador
para manter urna pCO2 de 30mmHg e repor devidamente o potássio.

Alcalose Metabólica
O tratamento deste distúrbio é muito difícil, porque os mecanismos não são facilmente corrigíveis.

Etiologia
Uso crônico de diuréticos;
Vômitos yu sucção nasogástrica;
Bicarbonato em excesso;
Hipovolemia;
Uso de esteróides.

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Manifestações clínicas
Turgor de pele diminuído.
Hipotensão arterial;
Perda de peso;
Abdome distendido;
Colapso venoso;
Arritmia ventricular.

Achados laboratoriais
pH -aumentado;
HCO3 - aumentado;
pCO2 - diminuído;
K+ - diminuído.

Tratamento
Diante de uma alcalose metabólica, o organismo lança mão de mecanismos compensatórios, sendo
o principal a hipoventilação pulmonar como tentativa de aumentar o pCO2 e de reter ácidos.
Não se trata de repor somente K+ mas também cloretos, já que o déficit destes é muito grande.
Como os pacientes apresentam déficit de volume, este deve ser reposto em grande quantidade em
forma de solução salina.

Edema
O edema não é, por si só, uma emergência. A sua presença, no entanto, é indicativa de doença de
base, cuja natureza deve ser elucidada. As causas cardíacas, hepáticas ou renal são as mais comuns.
Não se deve dar diuréticos até que se tenham analisados os múltiplos fatores que podem levar ao
edema. Os diuréticos empregados sem critério podem induzir distúrbios eletrolíticos, coma
hepático, azotemia e arritmias.

Intoxicação hídrica

Definição
É o oposto direto da hipertonicidade (por sobrecarga de solutos), causada pela excessiva ingestão de
água na presença de baixa diurese. A fonte de água pode ser a ingestão oral, mas, mais
frequentemente, é uma má orientação e excessiva terapêutica parenteral com glicose e água. As
irrigações dos colos, particularmente as destinadas a reduzir a distensão pós-operatória, podem
resultar em retenção substancial de volumes de água.
Os pacientes com enfermidades crônicas, debilitantes, com câncer, insuficiência cardíaca
congestiva ou enfermidade hepática ou renal, são propensos a ter um LEC expandido e algum grau
de hipotonicidade antes de vir à cirurgia ou de sofrer um trauma acidental. Esses pacientes estão
particularmente sujeitos a reter excesso de água no pós-operatório e a expandir, e, posteriormente,
diluir o LEC.

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Quadro clínico
As náuseas, a astenia e uma queda do volume urinário são os sintomas mais precoces, seguidos por
convulsão e coma. Sempre ocorrerá rápido aumento de peso, podendo observar-se edema periférico
e pulmonar. Os achados laboratoriais incluirão rápida queda na concentração do Na+ sérico e na
osmolalidade plasmática. A urina pode conter substanciais quantidades de sódio que, em presença
de uma baixa concentração plasmática, indicam uma inapropriada excreção de sódio, devido ao
excesso de volume do LEC, se estiverem afastadas doença renal e insuficiência adrenal. A
velocidade de queda do sódio plasmático parece ser de maior importância do que seu valor
absoluto. O edema cerebral é a causa do coma e das convulsões, sendo encontrados, comumente,
valores de Na+ inferiores a 120 mEq/l.

Conduta
Restrição hídrica, reposição de sódio (administração de sal hipertônico em pequenas quantidades -
300 ml de NaCL a 3%), uso cuidadoso de diurético osmótico (manitol) e administração lenta de
glicose hipertônica.
Nenhuma tentativa deverá ser feita para uma "reposição calculada do déficit de sódio", baseada no
volume do LEC e na unidade de déficit de sódio, porque resultará numa grave sobrecarga. O tempo
com a perda insensível de água pelos pulmões, juntamente com o fluxo de urina, pode, por si só,
levar o paciente gradualmente ao normal.

Controle hídrico - assistência de enfermagem

Baseia-se na observação e controle das manifestações clínicas apresentadas, para possibilitar a


detecção de qualquer alteração que possa se instalar ou agravar o quadro do paciente. Nesse sentido
cabe a enfermagem?
Controlar os sinais vitais;
Controlar a pressão venosa;
Fazer balanço hídrico;
Verificar o peso;
Observar a pele e mucosas;
Observar alterações neuromusculares – irritabilidade, fraqueza muscular, parestesia, apatia, cefaléia,
etc;
Monitorar a função renal;
Efetuar a monitorização cardíaca.
Balanço Hídrico

O peso corporal tornou-se uma medida bastante importante, porque as alterações agudas refletem
aumentos ou diminuições na água total do organismo. A água total do organismo representa 50 a
60% do peso corporal. Em um adulto de 70 quilos essa fração seria de 35 a 42 litros de água, uma
ampla faixa que está relacionada com a idade, o sexo e as diferenças na composição do organismo
existentes entre adultos normais.
Assim, uma única medida do peso corporal, geralmente, tem pouco valor no cálculo da água total.
No entanto, no contexto da unidade de tratamento intensivo, as mudanças do peso a curto prazo
devem-se, em grande parte, mais às alterações na água total do organismo, mesmo se o valor
absoluto da água total permanecer incerto; o conhecimento da direção e da intensidade da alteração

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desse parâmetro pode revestir-se de grande importância no diagnóstico e tratamento de distúrbios


HE.
Quando não se dispõe de camas-balanças, ou quando não se podem fazer pesagens fiéis devido à
condição do paciente, tornar se necessário fazer determinações do balanço hídrico(BH). O BH
diário, incluindo uma estimativa das perdas por evaporação, pode ser acrescentado ou subtraído,
sendo que o BH cumulativo resultante, reflete as alterações da água total do organismo. O BH teve
aplicação clínica limitada devido às dificuldades em se medir o conteúdo hídrico dos alimentos
sólidos e das fezes, a água e as perdas pela evaporação. Na verdade, alguns desses problemas são
simplificados no pós-operatório (PO), uma vez que quase todo o aporte de água é intravenoso,
sendo facilmente medido.

Devido à ausência de ingestão por via oral, as fezes não são freqüentes e o débito urinário pode ser
medido com facilidade. As perdas por evaporação são inferiores a 1000 ml/dia nos pacientes afebris
e ainda menores, quando se umidificam as vias aéreas com vapor aquecido, e nos pacientes febris
existem cálculos que possibilitam avaliar as perdas aproximadas. No ambiente com ar
condicionado, muitos pacientes febris ainda perderão menos que dois litros por dia através da pele e
da respiração. A hiperventilação dos pacientes com febre elevada pode eliminar até três litros de
água por dia, porém isso é incomum. As queimaduras graves são uma exceção óbvia, porém, à
exceção desse grupo de pacientes, podem ser feitas aproximações razoáveis da perda evaporativa de
água que, por sua vez, possibilita o cálculo do BH diário e cumulativo, a partir da ingestão de
líquidos e de registros de débito. Uma vez que as pesagens seriadas ou o BH geram informações
principalmente sobre as alterações na água total do organismo, outros meios são importantes para
diagnosticar um decréscimo ou um excesso no volume absoluto. O volume plasmático é a única
medida de volume clinicamente disponível, porém pode ter um valor limitado, uma vez que os
valores normais previstos variam consideravelmente.

O exame clínico do paciente é essencial, e certos sinais e sintomas indicam a existência de


anormalidade no volume hídrico do organismo. O sistema cardiovascular é o indicador mais
sensível, e uma Pressão Venosa Central (PVC) abaixo de 3 cmH20, taquicardia e até mesmo
hipotensão indicam um déficit de volume. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) o excesso de
volume é mais comum, uma vez que os pacientes recebem, durante a ressuscitação, grandes
volumes de líquido por via endovenosa. São sinais bem reconhecidos de sobrecarga hídrica: a PVC
aumentada, o Débito Cardíaco (DC) elevado, ritmo de galope cardíaco, uma segunda bulha
pulmonar hiperfonética, a congestão pulmonar e algumas vezes o edema. O Sistema Nervoso
Central (SNC) pode fornecer evidências de déficit na água total do organismo, tais como apatia,
reflexos tendinosos, profundos e diminuídos, estupor ou coma. Porém, os excessos isotônicos
exercem pouco ou nenhum efeito na função do SNC. Os sinais teciduais são tradicionalmente
usados para avaliar a hidratação, porém podem aparecer lentamente. O turgor cutâneo diminuído, os
olhos encovados e a língua seca são sinais tardios de déficit de líquido, assim como o edema
subcutâneo é um sinal tardio de sobrecarga. Finalmente, deve-se salientar que o conhecimento da
composição das várias secreções orgânicas pode ser de grande valia para um raciocínio mais
dirigido diante de alterações do EHE. Essas composições podem ser obtidas em tabelas próprias, ou
pela análise bioquímica de alíquotas dessas secreções.

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A assistência de Enfermagem aos pacientes internados em UTI visa contribuir com o processo de
reabilitação e cura, atendendo suas necessidades humanas básicas.
Considerando o potencial de instabilidade clínica do paciente e terapia intensiva, a vigilância
contínua e a aplicação de cuidados básicos são fundamentais para a concretização de uma
assistência de Enfermagem com qualidade.

Assistência de enfermagem – justificativa

Controle de Sinais Vitais: Deve ser verificado 2/2 hs, pois os pacientes de UTI podem apresentar
alterações frequentes dos parâmetros vitais.

Monitorização cardíaca: Deve ser realizada continuamente. A monitorização cardíaca permite


observar as alterações do ritmo.

Balanço hídrico: Registrar ganhos e perdas 2/2 hs. Permite controlar e adequar o aporte hídrico de
acordo com a afecção, evitando hipervolemia ou desidratação.

Cuidados c/ sonda vesical: Manter sistema fechado, controlar débito e realizar higiene íntima no
mínimo 2x ao dia.

Cuidados c/ paciente em ventilação mecânica: Efetuar higiene oral, aspirar secreções, controlar
pressão e parâmetros do ventilador.

Cuidados c/ a integridade da pele: Efetuar mudança de decúbito, proteger proeminências ósseas,


efetuar massagem de conforto, utilizar colchões especiais.

Assistência de Enfermagem nos Distúrbios do Sistema Digestivo

O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados
órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões; boca, faringe,
esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.
A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa,
submucosa, muscular e adventícia.

Boca
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a
língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os
alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das
enzimas.
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade
principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os
nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias
camadas de tecido.

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A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até
a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada
pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro
chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e
à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina
camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram
vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.

A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na
superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os
quatro sabores primários:
amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de
sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua,
não é homogênea.

As glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a
secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias.
A
amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em
moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na
cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual:

• Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte
lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
• Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.
• Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca.

O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente
ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é
empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado
pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos
para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo
assim, seu alimento chegará ao intestino.
Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias
respiratórias. Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento
para o interior do estômago.

Faringe e esôfago

A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e
respiratório.Por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10
segundos para percorre-lo.

Estômago e suco gástrico

O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo
abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua

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função principal é a digestão de alimentos proteicos. Um músculo circular, que existe na parte
inferior, permite ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se
tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra
"J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm
ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco,
que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por
essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas
pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa
superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre
desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite)
ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).

A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao
suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa
cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino
delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

Intestino delgado

O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode
ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5
cm).
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular
da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No
duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas
digestivas.
Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar.
O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou
emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas).

A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH


aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as
dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No
suco entérico há enzimas que dão sequência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem
ação das peptidases, resultando em aminoácidos.

No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares,


movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras
secreções, sendo transformado em quimo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do jejuno e
do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos
maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades; um traçado que
aumenta a superfície de absorção intestinal. As membranas das próprias células do epitélio
intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades. O
intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as vitaminas.

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Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem
distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol
e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros
nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis
(triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos
para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células
gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.

Intestino grosso

É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe
cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da
mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e
eliminação pelo ânus.
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso,
cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um
músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver
os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo
contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.

As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com
porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e
fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve
água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o
conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.

Glândulas anexas

Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular,
localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob
o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um
corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de
Wirsung e de Santorini.
O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas
comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino.
O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os
ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um
condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema
endócrino.

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Fígado
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as
vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor
arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior
direito da cavidade abdominal.
O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos
por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos
quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático
que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega
seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais
residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão
muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de
lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o
colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para
definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose.

Funções do fígado:
• Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a
ação da lipase;
• Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que
é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose,
que são relançadas na circulação;
• Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
• Metabolizar lipídeos;
• Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de
substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
• Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
• Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em
bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

Hepatite Tóxica
As hepatites tóxicas são aquelas geradas a partir do uso de substâncias que danificam o fígado.
A ingestão excessiva de álcool pode gerar lesões no fígado. Os danos podem ser hepatite alcoólica,
cirrose alcoólica e outros.

Sintomas Gerais das Hepatites


Os sintomas são praticamente os mesmos em todos os tipos de hepatites virais:
Mal-estar geral,
Cansaço,
Sintomas semelhantes à gripe,
Icterícia (cor amarelada nos olhos e/ou na pele),
Eliminação de urina escura (como chá preto),
Dor na região logo abaixo das costelas do lado direito do abdômen e náusea ou vômitos.
A icterícia (amarelão), porém, só aparece em 50% dos casos. Muitas vezes, a pessoa adquire o
vírus, apresenta uma diarréia, mas não fica doente (casos subclínicos).

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Diagnóstico
A melhor forma de fazer o diagnóstico é através de exames de sangue, onde se mede a quantidade
de enzimas produzidas pelo fígado, como o TGO e TGP.
Na hepatite elas estão bem aumentadas, facilitando o diagnóstico. Também podem ser dosados os
anticorpos específicos para cada tipo de hepatite.
A hepatite B pode ser detectada através da presença do antígeno Australian, logo no início da
doença.

Complicações:
Hepatite Fulminante
É uma complicação rara, pode ocorrer tanto na hepatite B ou C. A pessoa apresenta icterícia
progressiva, podendo até apresentar problemas no cérebro. O fígado sofre intensa necrose, que é
irreversível. Em geral, a taxa de mortalidade é bem alta, em torno de 90 a 100% dos casos, a
necessidade de transplante é absoluta.

Assistência de Enfermagem nos Distúrbios do Sistema Cardíaco

O coração é um órgão constituído de músculo estriado especial e oco situado no centro do tórax,
entre os dois pulmões, no espaço denominado mediastino, ficando apoiado sobre o diafragma.

Vasos que constituem o coração


Artérias – vasos que transportam sangue no sentido centrífugo em relação ao coração (para fora);
Veias – vasos que transportam sangue no sentido centrípeto em relação ao coração (em direção ao
coração);
Capilares – arteríola e vênula.

Paredes
As paredes do coração são formadas por três túnicas:
Pericárdio – camada externa de serosa dupla que recobre o miocárdio;
Miocárdio – camada média muscular, estriada e involuntária;
Endocárdio – camada interna mucosa que forra o interior das câmaras, ficando em contato direto
com o sangue.

Cavidade
O coração possui quatro câmaras distintas, separadas por membranas denominadas septos, sendo:
Duas superiores – denominadas átrios (direito e esquerdo);
Duas inferiores – denominadas ventrículo (direito e esquerdo).
Cada câmara cardíaca comunica-se com vasos sanguíneos diferentes. Assim, do lado direito do
coração circula sangue venoso e, do lado esquerdo, sangue arterial.
No átrio direito, abrem-se duas veias cavas (superior e inferior), por onde ele recebe todo o sangue
venoso sistêmico. Na porção inferior do átrio direito, localiza-se a válvula tricúspide, que controla a
passagem do sangue para o ventrículo direito.

Do ventrículo direito sai a artéria pulmonar, que leva o sangue venoso até os pulmões para ser
oxigenado. No local de saída da artéria pulmonar, há uma válvula denominada válvula pulmonar.
No átrio esquerdo, abrem-se as quatro veias pulmonares, que trazem o sangue oxigenado dos
pulmões.
Na porção inferior do átrio esquerdo, está localizada a válvula mitral ou bicúspide, que controla a
passagem do sangue para o ventrículo esquerdo.

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Do ventrículo esquerdo sai a artéria aorta, que leva o sangue arterial para todo o organismo. No
local de saída da aorta, há uma válvula denominada aórtica. A função dessas válvulas cardíacas é
possibilitar o fluxo sanguíneo sempre em uma mesma direção, impedindo o refluxo do sangue para
a c5mara da qual acabou de sair.
Sua ação bombeadora é exercida pela contração e relaxamento rítmico do miocárdio. Durante a
contração (sístole), ocorre o esvaziamento das cavidades do coração e, durante o relaxamento
(diástole), ocorre o enchimento das mesmas. Esses movimentos (sístole e diástole) correspondem a
um batimento cardíaco denominado pulso apical.
O coração adulto apresenta em média, de 60 a 80 batimentos por minuto (bpm) e, a cada batimento,
envia cerca de 70ml (volume de ejeção) de sangue para cada um dos ventrículos, produzindo, em
média, um débito de 5 litros por minuto. O débito cardíaco (DC) é a quantidade de sangue
bombeada por qualquer um dos ventrículos durante um determinado período de tempo.

O volume de ejeção representa a quantidade de sangue ejetado por batimento cardíaco. A


frequência cardíaca e o volume de sangue afetam diretamente o débito cardíaco. Como a função do
coração é fornecer sangue a todos os tecidos do corpo, seu débito terá de variar de acordo com as
mudanças ocorridas nas necessidades metabólicas dos próprios tecidos. Por exemplo: durante um
exercício, o débito cardíaco total pode aumentar quatro vezes e alcançar 20 1/min. Normalmente
esse aumento é acompanhado de uma duplicação tanto da freqüência cardíaca quanto do volume de
esvaziamento.

Arritmias
Embora possa refIetir a presença de cardiopatia subjacente, a arritmia é muitas vezes provocada por
outros processos patológicos ou por seu próprio tratamento. Na ausência de qualquer distúrbio
cardíaco patológico, a arritmia pode ser provocada por doenças sistêmicas.
Ocorre mais comumente com o rápido desenvolvimento de hipóxia ou hipercapnia, mas é também
constatada na infecção sistêmica e em emergências endócrinas. A arritmia pode refletir uma
cardiopatia estrutural subjacente: sob a forma de taquicardia ou fibrilação ventricular durante uma
isquemia aguda, ou no quadro ele uma variedade de doenças orgânicas.
A fibrilação e o flutter atriais são, às vezes, resultantes de um aumento do átrio esquerdo, causado
por obstrução do esvaziamento atrial (estenose mitral), ou de uma irritação aguda do átrio.
Os distúrbios de condução podem refletir fibrose ou calcificação em tecidos que circundam o
nódulo atrioventricular.
Em todos os casos de inexplicáveis distúrbios do ritmo, deve-se considerar com cuidado a
possibilidade de toxicidade medicamentosa. Essa causa é particularmente provável se o paciente
apresenta diferença hepática ou renal, pois certas drogas, como a aminofilina, que dependem desses
órgãos para sua' depuração, podem ter rápido acúmulo e atingir níveis tóxicos. Também os
distúrbios eletrolíticos, como a hipocalemia, a hipercalemia, a hipomagnesemia, a hipocalcemia e a
hipercalcemia, podem estimular as arritmias.

Arritmias na UTI

Causa não-cardíacas causas cardíacas


Desequilíbrio eletrolítico infarto agudo do miocárdio
Desequilíbrio ácido-básico insuficiência cardíaca congestiva
Hipóxia embolia pulmonar
Intoxicação digitálica pericardite

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Taquicardia sinusal
A taquicardia sinusal envolve um mecanismo sinusal normal, com resposta ventricular entre 100 e
170 bpm. Esse ritmo deve sempre exigir a pesquisa de uma causa sbjacente, como infecção,
ansiedade, dor, hipovolemia ou drogas.

Bradicardia sinusal
A bradicardia sinusal é considerada um mecanismo sinusal normal, com resposta ventricular
inferior 60 bpm. Não requer tratamento, exceto quando provoca comprometimento hemodinâmico.

Fibrilação atrial
Neste ritmo, ocorre perda da concentração atrial, e o nódulo atrioventricular é bombardeado por
estímulos irregulares e rápidos. Alguns desses impulsos bombardeadores alcançam seu objetivo,
causando as contrações ventriculares irregulares, características de fibrilação atrial. A frequência
das excitações atriais é elevada (400 a 700/min.). A presença de fibrilação atrial é muito comum nos
casos de cardiopatia reumática, doenças pulmonares, hipertireoidismo e no IAM (infarto agudo do
miocárdio). A onda P não é discernível; é substituída por um grande número de ondas F irregulares.
Ocorrem intervalos RR irregulares, devido à presença de bloqueio atrioventricular de segundo grau
fisiológico no nível da junção atrioventricular.

Tratamento
O tratamento da fibrilação atrial tem dois objetivos: restauração do ritmo sinusal normal ou, se
possível, controle da resposta ventricular na faixa de 70 a 80 bpm.
Quando o paciente apresenta sinais de comprometimento hemodinâmico, a cardioversão elétrica
continua sendo o tratamento de escolha.
Em casos de fibrilação rápida, sem comprometimento hemodinâmica o Verapamil por via
endovenosa constitui o tratamento de escolha para o controle rápido de freqüência.
Os pacientes com fibrilação atrial crônica devem ser mantidos apenas com digoxina para o controle
das frequências ventriculares.

Taquicardia ventricular
A taquicardia ventricular caracteriza-se por três ou mais extrassístoles sequências, numa frequência
de 120 a 250 bpm. Ela deve sempre tratada em pacientes agudamente enfermos ou em qualquer
paciente com história de cardiopatia, devido à sua tendência de se degenerar em fibrilação
ventricular. Pode ocorrer como complicação de infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca
congestiva, certas toxicidade medicamentosas, e em certas ocasiões, em indivíduos
presumivelmente são, sem qualquer sinal de cardiopatia. Deve-se à existência de um foco ectópico
ventricular que toma o comando do coração.
Em ECC, a taquicardia ventricular caracteriza-se por uma série de complexos QRS altos,
discretamente arrítmicos. Os átrios contraem-se de modo independente, podendo-se observar a onda
P superposta em diferentes porções do complexo QRS.

Bloqueios atrioventriculares (BAVs)


São aqueles em que se verifica uma anormalidade de condução do impulso dos átrios para os
ventrículos. Os bloqueios atrioventriculares são divididos pelo padrão eletrocardiográfico em 1º, 2º
e 3.° graus.

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Cardioversão elétrica

A Cardioversão elétrica é o método que utiliza choques elétricos na parede torácica ou no coração
para interromper ritmos cardíacos anormais.

Angina pectoris

A isquemia miocárdica é um distúrbio do coração que pode ser clinicamente exteriorizado sob três
formas: Angina pectoris; Infarto do miocárdio;

Morte súbita

O principal sintoma para o diagnóstico de angina pectoris é a dor, que, neste caso, possui algumas
características bem determinadas:
Localização - em geral é retroesternal ou precordial podendo situar-se no epigástrio, na mandíbula,
no hemitórax direito, no membro superior esquerdo (MSE) ou mesmo em locais não-costumeiros,
como o membro superior direito (MSD), o hipocôndrio direito ou esquerdo e a região dorsal.
Irradiação - a dor pode, ou não, irradiar-se. A irradiação mais freqüente é para o MSE, porém não
raramente ela pode ocorrer para a mandíbula, o hemitórax direito, o epigástrio e a região dorsal.
Duração - a dor geralmente persiste por 2 a 5 minutos; pode, entretanto, ter duração mais eficaz ou
estender-se por até 15 minutos.

Fatores desencadeantes - esforço físico, estresse emocional, alimentação copiosa ou exposição a


temperaturas muito frias.

Fatores de alívio - geralmente a interrupção do esforço que desencadeou a dor produz sua abolição.
Os vaso dilatadores sublinguais também suprimem a crise.

Diagnóstico
São os seguintes os exames necessários para o diagnóstico da angina pectoris:
Exame físico;
ECG;
Teste ergométrico;
Ecocardiograma;
Tratamento farmacológico;
Revascularização miocárdica por meio de angioplastia transluminar coronária ou cirurgia.

Infarto agudo do miocárdio (iam)


O IAM representa morte ou necrose da célula miocárdica, resultante de isquemia, a qual, por sua
vez, resulta da oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco. A causa mais comum é a
obstrução total, ou parcial, de uma artéria coronária, ou seu ramo, por doença aterosclerótica. O
espasmo coronário também pode ser um fator desencadeante.

Fatores de risco
Sedentarismo;
Dietas hipergordurosas;
Estresse;
Hereditariedade;
Hipertensão arterial;
Tabagismo;

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Diabetes;
Obesidade

Quadro clínico

A dor é o principal elemento de anamnese para o diagnóstico do IAM. É uma dor opressiva, como
em aperto ou garra, de grande intensidade, podendo mesmo levar ao choque, quase sempre
retroesternal irradiando se ao ombro e à face interna do MSE, no trajeto do cubital. Em alguns
casos, em parte da área infartada, ocorre irradiação epigástrica para o dorso, para as regiões
mentoniana e escapular e ambos os membros superiores.
As linhas cheias mostram os locais mais comuns de origem da dor do IAM e as linhas tracejadas a
irradiação mais frequente.

Aliviar a dor e a ansiedade é um procedimento básico (a presença de dor ansiedade aumentam a


atividade do sistema nervoso simpático, podendo elevar a pressão arterial, induzir ao aparecimento
de arritmias e promover o aumento de consumo de oxigênio pelo miocárdio já isquêmico e, com
isso, levar à extensão da necrose);
Especial atenção deve ser dada às funções intestinais;
Deve-se manter o paciente sob dieta hipossódica - cerca de 1500 calorias;
Deve-se manter o paciente com via venosa permeável; Deve-se oferecer apoio psicológico ao
paciente;
Deve-se administrar anticoagulantes e soluções polarizantes, conforme prescrição médica; há
evidências de indicações para coronariografia;
Entre os recentes avanços terapêuticos do IAM, destaca-se a possibilidade de reperfusão precoce,
com a finalidade de prescrever o miocárdio isquêmico, com especial destaque para a trombólise
coronária e para a angioplastia de salvamento (por exemplo a streptoquinase).

Complicações
Ruptura cardíaca;
Congestão pulmonar;
Choque cardiogênico;
Aneurisma ventricular;
Comunicações interventnculares;
Insuficiência mitral;
Edema agudo de pulmão;
Pericardite;
Arritmias.

Insuficiência cardíaca congestiva (icc)

Este distúrbio pode ser tanto a causa como a conseqüência de uma insuficiência cardiovascular
sistêmica. A insuficiência cardíaca pode ser definida como uma situação clínica na qual o
desempenho do coração encontra-se inadequado para atender as necessidades metabólicas tissulares
periféricas, no esforço ou no repouso, ou seja, em que o coração torna-se incapaz de bombear uma
quantidade suficiente de sangue para suprir as demandas do organismo.
O quadro pode ser agudo ou crônico. A forma aguda aparece por incapacidade do miocárdio após
um infarto. A forma crônica, por sua vez, tem desenvolvimento gradual, com sintomas leves,
porque inicialmente o miocárdio trata de compensar seu trabalho diminuído.

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Causas determinantes

-Distúrbios do músculo cardíaco que resultam em diminuição das propriedades contráteis do


coração; arterosclerose coronariana - interfere no suprimento normal de sangue para o músculo
cardíaco, ocorrendo hipóxia, acidose e privação de nutrientes no músculo cardíaco;
-Hipertensão arterial- aumenta a necessidade de trabalho do coração e isso determina a hipertrofia
das fibras musculares do miocárdio;
-Doença muscular inflamatória (miocardite) ou degenerativa (infarto do miocárdio) -lesão direta das
fibras miocárdicas com o resultante decréscimo na contratilidade.
-Distúrbios do músculo cardíaco que afetam o miocárdio secundariamente, como: impedimento do
fluxo de sangue pelo coração (por exemplo: estenose de válvula semilunar); incapacidade do
coração de se encher de sangue (por exemplo: tamponamento cardíaco); esvaziamento anormal do
coração (por exemplo: insuficiência das válvulas atrioventriculares).
Alterações metabólicas (febre, tireotoxicose); hipóxia ou anemia; acidose respiratória ou metabólica
e distúrbios eletrolíticos podem diminuir a contratilidade do miocárdio.

Manifestações clínicas
Os sinais e sintomas dependem do ventrículo que falhou e da duração da falência.
A síndrome clínica da insuficiência cardíaca esquerda é determinada por sintomas de edema e
congestão pulmonar. Em contraste, a insuficiência cardíaca é determinada por sinais de congestão
venosa sistêmica edema periférico. A fadiga e o cansaço são comuns em ambos os tipos de
insuficiência cardíaca.

Eletrocardiograma

O eletrocardiograma (ECG) é uma representação visual da atividade elétrica do coração referida


pelas alterações do potencial elétrico na superfície da pele. O ECG é registrado numa fita de papel
ou aparece na tela de um osciloscópio.
É útil na avaliação de distúrbios que interferem com as funções cardíacas, presença de infarto do
miocárdio e desequilíbrios eletrolíticos.
O ECG padrão consiste de 12 derivações. As informações concernentes a atividade elétrica do
coração são obtidas pela colocação dos eletrodos sobre a superfície da pele em posições anatômicas
padronizadas. As várias posições dos eletrodos que podem ser monitorizadas são chamadas de
derivações.
A informação registrada no ECG representa impulsos elétricos do coração. Os impulsos elétricos
representam várias etapas da função cardíaca. Quando se estimula o músculo cardíaco eletricamente
ele se contrai.

Indicação

Infarto Agudo do Miocárdio – IAM;


Arritmias Cardíacas;
Pré-operatório – Risco cirúrgico;
Distúrbios eletrolíticos.

Propagação do impulso elétrico

O impulso elétrico inicia-se no nódulo SA que localiza-se na parede posterior do átrio direito,
ocorrendo a estimulação dos dois átrios, ou seja, a contração ou despolarização atrial. A seguir, o

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impulso alcança o nódulo AV, indo para o feixe AV em direção aos ramos direito e esquerdo; a
partir do nódulo AV, inicia-se a despolarização ventricular.
Como podemos visualizar esta atividade elétrica do coração? Através do Eletrocardiograma que
trata-se do registro da atividade elétrica do coração.
O aparelho elétrico que permite registrar essa atividade chama-se Eletrocardiógrafo. São
registradas em papel próprio milimétrico, em que a magnitude horizontal representa a velocidade ou
o tempo e a magnitude vertical representa a voltagem.
No ECG a despolarização ou contração atrial é registrada pela onda P, o complexo QRS representa
o impulso elétrico que caminha do nódulo AV para as fibras de Purkinje e para as células
miocárdicas, isto é a contração ventricular. Existe uma pausa após o complexo QRS que é o
segmento ST. Este segmento é parte horizontal da linha de base entre o complexo QRS e a onda T.
A onda T representa a repolarização ou relaxamento dos ventrículos que podem ser novamente
estimulados.

Procedimento

Para realizar um ECG, colocam-se dispositivos (eletrodos) sobre a pele do paciente, em regiões
predeterminadas das extremidades superiores, inferiores e do tórax, obtendo-se as 12 derivações
eletrocardiográficas: bipolares, monopolares e precordiais. Cada derivação mostra um aspecto da
atividade cardíaca, porque o eletrodo permite captar a atividade elétrica do coração desde diferentes
ângulos.

Eletrodos RA => Vermelho (BD)


RL => Preto – Neutro (PD)
LL => Verde (PE)
LA => Amarelo (BE)
V => Azul (Precordiais

Derivações Eletrocadiográficas
Bipolares DI, DII, DIII:

Nestas derivações, a corrente elétrica corre entre os pólos de registros, um positivo e outro negativo.
Derivação DI => Os pólos de registro estão entre o braço direito (BD) e braço esquerdo (BE);
Derivação DII => Os pólos de registro estão entre o braço direito (BD) e perna esquerda (PE);
Derivação DIII => Os pólos de registro estão entre o braço esquerdo (BE) e perna esquerda (PE);

Monopolares aVR, aVL e aVF:


Existe apenas um pólo de registro sobre a pele, que é o pólo positivo. O pólo negativo é obtido
pelos demais eletrodos, formando um terra comum no eletrocardiógrafo.
. aVR => Pólo positivo está no braço direito (BD);
. aVL => Pólo positivo está no braço esquerdo (BE);
. aVF => Pólo positivo está na perna esquerda (PE).

Derivações Precordiais:
Os eletrodos são colocados sobre o tórax do paciente que constituem o pólo positivo.
V1 => Situa-se no 4º espaço intercostal, à direita do esterno;
V2 => Situa-se no 4º espaço intercostal, à esquerda do esterno;
V3 => Situa-se no 5º espaço intercostal, entre V2 e V4;
V4 => Situa-se no 5º espaço intercostal, na linha médio-clavicular;
V5 => Situa-se no 5º espaço intercostal, na linha anterior axilar;

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V6 => Situa-se no 5º espaço intercostal, na linha média axilar

Isquemia miocárdica

Choque
A resposta orgânica a um agente traumático que origina o estado de choque talvez seja um dos mais
perfeitos mecanismos de defesa e autopreservação. Diante de um agente lesivo, o organismo reage
por um complexo mecanismo de defesa destinado a evidenciar os efeitos nocivos do trauma.
Tentando compensar a primeira alteração circulatória do estado de choque - o hipofluxo tecidual-, o
organismo recorre a mecanismos sofisticados que permitem uma distribuição seletiva de sangue
para diferentes órgãos da economia, e procede uma verdadeira "isquemia seletiva", de acordo com a
importância de cada tecido.
Assim, em áreas nobres, como os tecidos cerebral e cardíaco, não haverá vasoconstrição. A
vasoconstrição com redução do fluxo sanguíneo surge, ao contrário, no tubo gastrintestinal, de
modo que é mantido um fluxo sanguíneo adequado aos órgãos nobres.

Classificação

O choque pode ser classificado em:


Choque hipovolêmico;
Choque cardiogênico;
Choque toxêmico;
Choque neurogênico.

Os pacientes que desenvolvem choque passam tipicamente por três estágios:

Estágio I - os pacientes neste estágio podem ser assintomáticos. Apresentam taquicardia e ligeira
vasoconstrição periférica.
Estágio II - verifica-se queda de pressão sangüínea e hipoperfusão dos órgãos. O paciente mostra-
se inquieto e agitado.
Estágio III - os mecanismos compensadores falham, a pressão sangüínea diminui e surgem sinais
de hipoperfusão dos órgãos terminais (queda na produção urinária, depressão do estado mental e
pele fria e pegajosa).

Quadro clínico

Alteração do estado mental- variando entre ansiedade, agitação e apatia profunda;


Pele fria e úmida, e sudorese;
Palidez seguida de cianose;
Respiração rápida e superficial;
Débito urinário com oligúria ou anúria;
Pulso filiforme e rápido;
Temperatura hipotérmica;
Pressão arterial com hipotensão.

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Fisiopatologia
Independentemente da causa do choque, os eventos fisiopatológicos e sua sequência são
semelhantes.

Choque hipovolêmico
Instala-se em consequência da redução do volume sanguíneo, sob a forma de perda de sangue total,
de plasma ou líquido extracelular.

Etiologias de base Hemorragia


Queimaduras;
Perda insensível de água sem reposição adequada;
Diarréia grave;
Vômitos intensos;
Fraturas múltiplas.
Perdas rápidas de aproximadamente 30% do volume sangüíneo já determinam um choque
hipovolêmico. Ao diminuir, o volume sangüíneo torna-se insuficiente para suprir os tecidos e o
equilíbrio circulatório é rompido com a queda do débito cardíaco e da pressão arterial. Numa
tentativa de compensação. O organismo lança mão de uma atividade adrenérgica, dando lugar,
então, a uma vasoconstrição e a uma isquemia no leito capilar.

Choque cardiogênico
A taxa de mortalidade do choque cardiogênico permanece em nível elevado de 75%. Devido à sua
importância, este item será discutido logo adiante, com maior detalhamento.

Choque toxêmico

Aparece mais freqüentemente após cirurgia ou traumatismo grave. É caracterizado por redução
crítica no fluxo sangüíneo dos tecidos, devido a infecções graves, cujos agentes são, em geral,
bactérias Gram-negativas portadoras de endotoxinas (Escherichia coli ou Pseudomonas). A
liberação de toxinas na circulação favorece a hipóxia celular e desencadeia arritmias cardíacas,
levando à falência do miocárdio.

Choque neurogênico
Caracterizado por vasodilatação generalizada em virtude de lesões do sistema nervoso central
(traumatismos cerebrais ou medulares) e medicamentos. Devido ao relaxamento dos vasos
periféricos, há uma queda de pressão arterial e do retorno venoso ao coração, diminuindo o débito
cardíaco.

Tratamento e Assistência de Enfermagem

O paciente é colocado em posição de decúbito horizontal;


Mantém-se acesso venoso para infusão de líquidos e medicamentos;
Instalar cateter para oxigenação;
Controla-se com rigor a PVC e a diurese;
Alivia-se a dor e a ansiedade;
Controlam-se constante e rigorosamente os sinais vitais;
Observa-se e avalia-se o nível de consciência;
Administram-se medicamentos em função do fator desencadeante do estado de choque.

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Caracterização do choque cardiogênico

O choque cardiogênico pode ser definido como uma síndrome na qual há uma redução drástica do
fluxo sanguíneo regional, levando à deterioração progressiva da perfusão tecidual e da função
orgânica, como resultado direto da disfunção miocárdica. É determinado pela incapacidade de o
coração desempenhar a função como bomba na manutenção do débito cardíaco adequado. Os
estados de choque cardiogênico dividem-se em dois grupos:
Falência secundária do coração;
Falência primária do coração.

Na falência secundária do coração, encontramos alterações cardíacas secundárias a processos


mórbidos em fase terminal, como acontece nos estados de choque das mais variadas etiologias.
Na falência primária do coração, o choque é devido à falência do coração lesado, primariamente por
afecção aguda.

Quadro clínico

Hipotensão
Pressão sistólica menor que 90mmHg;
Queda maior que 60mmHg em pacientes previamente hipertensos.
Redução do fluxo sanguíneo regional
Pele - fria, pegajosa, cianótica;
SNC - agitação, confusão, sonolência, obnubilação;
Rins - fluxo urinário inferior a 20 m1/h;
Pulso - fraco, filiforme, ausente;
Coração - dor torácica recorrente ou persistente.
No choque cardiogênico, não há melhora na pressão arterial e perfusão periférica, mesmo com
introdução de líquidos.

Etiologia
Infarto do miocárdio;
Distúrbios vaIvulares agudos;
Arritmias graves;
Ruptura de aneurisma aórtico;
ICC grave;
Tamponamento cardíaco;
Embolia pulmonar maciça.

Tratamento
Com a evolução dos estados de choque cardiogênico, tornou-se obrigatória a monitorização
completa em UTI. Os recursos atualmente utilizados incluem:
Monitorização do ritmo cardíaco;
Monitorização pressórica através da cateterização arterial;
Pressão Venosa central;
Monitorização da pressão capilar pulmonar mediante cateteres transvenosos do tipo Swan-Ganz: a
medida da pressão capilar pulmonar reflete fielmente a pressão de enchimento do ventrículo
esquerdo e, consequentemente, seu desempenho; medida do débito cardíaco, muito diminuído em
paciente em choque cardiogênico, mediante cateter de Swan Ganz.

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Para pacientes em estado de choque cardiogênico nos quais não foi possível o tratamento profilático
ou etiológico, é realizada terapia de suporte através de drogas cardiotônicas e vasoativas.
Esta terapêutica visa fundamentalmente melhorar a função cardíaca e impedir a deterioração
progressiva das síndromes, tanto a miocárdica como a sistêmica:
0
Para a hipotensão arterial, geralmente o primeiro parâmetro a ser tratado, aplicam-se vasopressores:
Noradrenalina, Isoproterenol, Dopamina, Dobutamina;

Outras drogas de escolha são os vasodilatadores periféricos:


o nitroprussiato de sódio e a nitroglicerina; tratamento com digitálicos.

Um dia antes da operação, em geral o paciente toma banho com sabão bacteriostático e é
tricotomizado e preparado de acordo com o tipo de cirurgia que vai sofrer. Na manhã do dia da
cirurgia, é administrada a ele uma medicação pré-operatória para aliviar a ansiedade.
Muitos dos procedimentos para tratar a doença cardíaca adquirida são feitos mediante esternotomia
mediada. Após a indução anestésica:

Introduz-se um cateter vesical de demora


Faz-se monitorização contínua de ECG;
Mede-se a pressão arterial por meio de um cateter;
Mede-se a pressão venosa pelo cateter de PVC;
Em pacientes com casos mais graves, introduz-se também um catéter de Swan-Ganz;
Intuba-se e coloca-se o paciente em um ventilador mecânico;
Administra-se heparina para fins de anticoagulação.

Manuseio pós-operatório
A assistência de enfermagem é orientada com vistas às seguintes considerações pós-operatórias
básicas:
Proporcionar uma oxigenação tecidual adequada;
Avaliar o débito cardíaco;
Manter o equilíbrio hidroeletrolítico;
Aliviar a dor;
Manter uma circulação cerebral adequada;
Observar as complicações possíveis.
Observações importantes no pós-operatório
A maioria das complicações ocorrem nas primeiras 72 horas.
A posição inicial do paciente no leito é DDH (decúbito dorsal horizontal). Quando as condições
permitirem, passar a 30 graus, elevando a cabeceira a fim de facilitar a drenagem pleural e
pericárdica.

O paciente deve ser mantido no inspirador em respiração controlada.


É preciso manter a monitorização contínua com:
Monitor cardíaco;
Cateter arterial;
Cateter venoso - PVC;
Sondagem vesical.
Cuidados com drenos torácicos (a finalidade da drenagem torácica é permitir a saída de ar e liquido
de cavidade torácica):
-cuidados com o aparelho de drenagem;

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-manter os drenos desobstruídos, fazendo regularmente movimentos compressivos (ordenha), para


ajudar a retirar e mobilizar possíveis coágulos.
Pesquisar a circulação eficiente.
Verificar sinais vitais de 30 em 30 minutos, nas primeiras duas horas, e de 1 em 1 hora, após a
estabilização hemodinâmica.
Pesquisar complicações neurológicas (a mais frequente é a embolia gasosa), observando o diâmetro
pupilar e o estado do tônus muscular.

Complicações possíveis após a cirurgia

Hipovolemia- Sangramento persistente - a hemorragia pode ser resultado da fragilidade tecidual, do


traumatismo dos tecidos ou de uma anomalia inexplicável na coagulação;
Tamponamento cardíaco - resulta do sangramento no saco pericárdico ou do acúmulo de líquido
neste, o que comprime o coração e impede o enchimento adequado dos ventrículos;
Insuficiência cardíaca - a reduzida ação de bombeamento do coração resulta em uma pressão
hidrostática elevada criada pela estase do sangue nos vasos, forçando líquido para o espaço
extracelular;
Infarto do miocárdio;
Insuficiência renal - traumatismo das hemácias durante a circulação extracorpórea pode provocar
hemólise dessas células;
Hipotensão - volume cardíaco e ventilação inadequados;
Embolização - pode resultar da lesão da camada íntima dos vasos, desprendimento de um coágulo
em uma válvula lesada, estase venosa agravada por certas arritmias e problemas na coagulação;
Psicose - pode resultar de ansiedade, falta de sono, maior estímulo sensitivo e desorientação com
respeito à noite e ao dia, quando o paciente perde a noção de tempo.

Parada cardiorrespiratória (pcr)

Representa a cessação súbita e inesperada da atividade da bomba cardíaca, em um indivíduo sem


moléstia incurável, debilitante e crônica.
Diagnóstico
Há dois tipos de diagnóstico para a PCR: o diagnóstico clínico imediato, ou objetivo, e o
diagnóstico mediata ou mecanismo de parada.

Diagnóstico clínico imediato ou objetivo - feito a partir de dois sinais principais:


-perda súbita da consciência;
- parada cardiorespiratória

Metodologia de ressuscitação cardiopulmonar (RCP)

Atendimento rápido e imediato


Pode ser executado por médico ou por leigo treinado e consiste em reconhecimento de obstrução
das vias aéreas superiores, parada respiratória e parada cardíaca;
Abrir e manter vias aéreas pérvias;
Promover ventilação pulmonar artificial através de respiração assistida;
Promover circulação artificial por compressão torácica externa.
Socorro especializado
As medidas tomadas são, propriamente ditas, médicas, com o emprego de medicamentos e
aparelhos com a finalidade de administrar terapia definitiva. Consiste em socorro básico associado
com outras medidas:

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-Emprego de equipamentos e técnicas especiais;


Monitorização do ECG e sua interpretação;
Utilização de marcapasso transitório;
Desfibrilação elétrica do coração;
Estabelecimento e manutenção de uma via de infusão venosa;
Administração de medicamentos e terapia definitiva;
Medidas acessórias após a estabilização do paciente.

Os fundamentos do socorro básico podem ser lembrados pela regra ABC, que significa:
Air ways - vias aéreas A
Breathing – respiração B
Circulation – circulação C
Breathing - ventilação artificial

A manobra consiste em conectar o oxigênio a 100%, podendo a ventilação ser feita mediante ambu
ou intubação endotraqueal e representa as seguintes vantagens:

Maior permeabilidade nas vias aéreas;


Maior pressão de ar nos pulmões;
Facilita a aspiração de secreções traqueobrônquicas;
Constitui via alternativa para medicamentos.
Uma vez completada a intubação:
Não é necessária a sincronização com a compressões torácicas;
Manter a ventilação 12 a 15 vezes por minuto;
Nestas ocasiões, torna-se inútil o uso de cateter nasal, máscara Venturi e tenda de oxigênio.

AVALIAÇÃO DAS MANOBRAS DE RCP

Observação das pupilas;


Observação da movimentação do tórax;
Observação da presença de pulso nas grandes artérias.
O tempo de manobras de ressuscitação pelo ABC não pode ser muito longo, pois em 30 minutos
sem circulação espontânea podem ocorrer a morte cardíaca e a angustiante situação de uma
recuperação cerebral em que o paciente assiste, acordado, as dolorosas compressões de seu tórax e a
decisão de parar com as manobras, a menos que um transplante cardíaco seja feito incontinência.

Estabelecimento da via venosa

É feito por punção em veia periférica ou por dissecção.


Uma descoberta recente foi a de que, na impossibilidade de se obter uma via venosa durante a
RCPC, pode-se, com igual resultado, usar a instilação medicamentosa orotraqueal (devem ser
administradas em 1 ou 2 doses e diluídas em 10ml de água destilada).
A via endotraqueal é preferível à injeção intracardíaca, que pode provocar lesão de coronária,
hemotórax, etc.
Numa etapa anterior, com a vítima já estabilizada, com restauração da circulação espontânea, a veia
subcávia ou jugular interna deve ser canulada como uma segunda via de administração de
medicamentos, avaliação da PVC e eventual coleta de amostras para análise.

Medicamentos
A administração de medicamentos visa

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-Corrigir alterações metabólicas;


-Estabelecer e manter a circulação e um ritmo cardíaco hemodinamicamente eficiente.

Medicações usadas em RCP

1. Oxigênio
2. Bicarbonato de sódio
3. Adrenalina
4. Atropina
5. Lidocaína
6. Morfina
7. Gluconato de Ca++
8. Noradrenalina
9. Dopamina
10. Dobutamina
11. Propranolol
12. Procainamida
13. Digitalicos
14. Quinidina
15. Difenilhidantoína (Hidantal)
16. Amiodarona

17. Nitroprussiato de sódio


18.Isoproterenol
19. Nitroglicerina
20. Esteróides
21. Furosemida
22. Heparina
23. Estreptoguinase
24. Bloqueadores de Ca++
25 Dinitrato de isosorbide (Isordil)
26. Solução para uso endovenoso

Medicamentos essenciais para as situações de RCP

Adrenalina;
Lidocaína;
Oxigênio.
Outros medicamentos comumente utilizados e que não estão provando ser de valor.
Bicarbonato de sódio;
Gluconato de cálcio;
Atropina;
Digitálicos;
Outras drogas inotrópicas.

Cuidados pós-parada cardíaca

Após a reanimação, o paciente necessita de uma observação contínua e rigorosa, principalmente em


relação às funções cardíaca, renal e cerebral. Esses pacientes devem ser mantidos em UTI.
Os cuidados essenciais são:

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Monitorização cardíaca;
Pressão arterial;
PVC
Pressão capilar pulmonar;
Drogas antiarrítmicas
Marcapasso cardíaco

Observação
Ventilação - alguns pacientes não reassumem a função respiratória; deve-se então colocá-los sob
assistência respiratória mediante respiradores artificiais;

Assistência de Enfermagem nos Distúrbios do Sistema Respiratório

O ar inspirado é aquecido e saturado de vapor d'água pelas cavidades nasais antes de alcançar os
alvéolos pulmonares. Parte importante desse processo acontece no nariz.
O septo nasal divide a cavidade do nariz em duas fossas, cada uma subdividida em três câmaras
pelos ossos dos cornetos nasais, que fazem saliência a partir das paredes laterais das fossas. Os
cornetos nasais têm o efeito de ampliar grandemente a área da superfície nasal.
A membrana mucosa que os reveste apresenta uma irrigação sanguínea muito rica junto à
superfície, a qual serve para esquentar ou resfriar o ar inspirado, de modo que ele atinja uma
temperatura próxima à do corpo.
Os pêlos finos das narinas detêm partículas de substâncias estranhas contidas no ar inspirado. A
maior parte da superfície interna do nariz é revestida de epitélio ciliado contendo células globulares
que secretam muco. Esse muco, por sua vez, constitui uma barreira protetora, aprisionando
partículas menores de matéria, como poeira e pólen, podendo assim reter também bactérias e vírus.

O batimento contínuo dos cílios nasais drena esse muco, juntamente com as partículas nele
enredadas, para trás, rumo à faringe, onde ele pode ser engolido.
Cerca de dois terços da umidificação necessária do ar inspirado são providos pelas secreções da
superfície interna do nariz.
Quando o nariz e a faringe são excluídos do trajeto do ar inspirado, em consequência de intubação
endotraqueal ou de traqueostomia, essa umidificação dos gases inspirados deve ser realizada por
meios mecânicos. Ao mesmo tempo, o paciente corre um risco maior de infecção respiratória, na
medida em que o processo de filtração pela estrutura nasal descrito na página anterior é
temporariamente eliminação.

A faringe Há um processo de aquecimento e de umidificação contínua na faringe, a qual é dividida


nas seguintes áreas: a nasofaringe, contendo as amígdalas ou tonsilas faríngeas (adenóides); a
orofaringe, que forma a parede posterior da cavidade oral; e a faringe laríngea, que envolve a
laringe.
A orofaringe é parte tanto do trato respiratório como do trato digestivo, pois serve como via de
passagem à traquéia e ao esôfago. O reflexo de deglutição aqui iniciado ajuda a impulsionar o
alimento ao esôfago; ao mesmo tempo, o movimento de deglutição produz o fechamento da laringe
pela epiglote. A ausência ou comprometimento do reflexo de deglutição pode ocasionar a aspiração
de alimentos e vômitos para o interior da traquéia por pacientes inconscientes, a menos que eles
sejam mantidos em posição correta. O que ocorre é que os músculos relaxados fazem a língua cair
para trás, de encontro à parede faríngea, ocluindo assim as vias aéreas.

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A laringe é uma estrutura circular composta de certo número de cartilagens que são mantidas juntas
e articuladas por meio de músculos intrínsecos e extrínsecos e de ligamentos. Ela permite a fala e
protege as vias aéreas na deglutição.
A maior cartilagem é a cartilagem tireóide, que protege a frente e os lados da laringe e é visível
como uma protrusão na superfície do pescoço chamada de pomo-de-adão.
Abaixo da cartilagem tireóide fica situação a cartilagem cricóide, em forma de anel, que circunda a
laringe abaixo das cordas vocais. Em bebês e crianças pequenos, esta é a porção mais estreita da
laringe; por conseguinte, um tubo endotraqueal que se adapte de modo bem ajustado através desta
estrutura evitará o vazamento de ar, sem a necessidade de um, manguito.
As cartilagens tireóide e cricóide são ligadas anteriormente por ligamento cricotireóide. Em uma
situação de emergência, este espaço pode ser puncionado com agulha de grande calibre, de modo a
prover uma via aérea, quando uma intubação endotraqueal for impossível. Todavia, ele é incapaz de
acomodar um tubo de traqueostomia por um período prolongado de tempo, devido à estreita
proximidade das cordas vocais.
As cartilagens aritenóides, em forma de pirâmide, dispõem-se lado a lado sobre as superfícies
superior e posterior da cricóide. Elas executam um movimento de rotação ao longo de um eixo
vertical para permitir a abertura e o fechamento do espaço entre as cordas vocais.
As cordas vocais (cordas verdadeiras) estão distendidas horizontalmente através da laringe e
ligadas, posteriormente, às cartilagens aritenóides e, anteriormente, à cartilagem tireóide. Os
músculos vocais ficam encapsulados no interior dessas pregas vocais, As falsas cordas vocais
situam-se imediatamente acima das verdadeiras. As duas cordas vocais e o espaço entre elas são
denominados glote.
A epiglote é uma cartilagem fina, em forma de folha, presa por ligamentos à cartilagem tireóide e
ao osso hióide. Na posição aberta, ela arqueia para cima, a partir da cartilagem tireóide; na fechada,
assenta sobre a abertura laríngea, evitando assim a entrada de matéria estranha nas vias aéreas.
A laringe permite a fala e protege as vias aéreas durante a deglutição. O fechamento da glote
permite a formação da pressão intratorácica necessária à tosse. Esse mesmo processo também
facilita o aumento da pressão intra-abdominal, que é necessário durante a defecação e durante o
terceiro estágio do trabalho de parto.

A traquéia é um tubo de cerca de 11cm de comprimento. Seu lúmen é oval, com o diâmetro lateral
ligeiramente maior que o ântero-posterior. As partes frontal e laterais são estabilizadas pelos anéis
cartilagionosos em forma de "C", ao passo que a parede posterior é formada de membrana fibrosa,
conferindo flexibilidade à estrutura.
A traquéia é também revestida de epitélio ciliado e coberta por um lençol de secreção mucosa
produzida pelas células globulares. Os cílios batem para cima a uma freqüência de 16 vezes por
segundo, impelindo a secreção mucosa e quaisquer partículas enclausuradas que ela possa conter
rumo à faringe, onde pode ser engolida. Condições anormais e toxinas que paralisam os cílios -
fumaça de cigarro, por exemplo, comprometem seriamente esta ação de limpeza na traquéia.
Em sua extremidade inferior, a traquéia divide-se nos brônquios-fontes principais esquerdo e
direito. O local onde ocorre esta bifurcação é denominado carina e está intensamente inervado pelo
nervo vago, X par craniano. Uma estimulação indevida de carina provoca o desencadeamento de
reflexos vagais que ocasionam bronco espasmo e uma lentificação significativa da freqüência
cardíaca.

O brônquio direito, algo mais curto e mais largo do que o esquerdo, ramifica-se, a partir de sua
origem traqueal, em um ângulo mais agudo. As paredes dos brônquios são formadas dos mesmos
anéis cartilaginosos em forma de "C" que constituem a traquéia. Estes são revestidos de epitélio
ciliado, que desempenha o mesmo tipo de ação de limpeza da traquéia.

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Partículas estranhas, de dimensões maiores, que são aspiradas pelo trato respiratório, tendem a
entrar no brônquio direito principal, uma vez que sua configuração favorece essa passagem. O
mesmo é verdadeiro quanto aos tubos endotraqueais, que, quando o manguito é desinsuflado,
podem ser inseridos demasiado longe ou deslizar para um dos pulmões.

Os bronquíolos ramificam-se a partir dos brônquios, de maneira muito comparável aquela em que
os galhos de uma árvore se dividem em ramos de tamanhos cada vez menores. Os ramos finais, ou
bronquíolos terminais, têm aproximadamente 1mm de diâmetro e são compostos de músculo liso. A
estimulação do nervo vago produz dilatação e a estimulação dos nervos simpáticos produz dilatação
nos bronquíolos.
Cada bronquíolo terminal origina dois ou mais bronquíolos respiratórios; estes dividem-se
anteriormente em dutos alveolares, os quais conduzem o ar aos átrios dos sacos alveolares. As
paredes dos bronquíolos respiratórios e dos dutos alveolares desembocam nos alvéolos; os alvéolos,
em sua maioria, são vistos salientando-se a partir dos sacos alveolares.

Unidade de troca de gases

A membrana respiratória, a estrutura básica através da qual a troca de gases tem lugar, é formada
pelas membranas alveolares e por uma rede difusa de capilares. A área total dessa membrana é
superior a 56m2.
Cerca de 333 milhões de hemácias estão expostas a esta ampla área em qualquer momento, o que
explica o tempo extremamente curto requerido para a troca de gases - cerca de 8 décimos de
segundo- em uma pessoa sadia.

O tórax é uma cavidade fechada, formada pelas costelas e pelo diafragma. A área que se estende do
esterno às vértebras e divide o tórax em duas cavidades - a direita algo maior do que a esquerda - é
o medias tino. As principais estruturas contidas no mediastino são o coração; a aorta, a veia cava
superior, a traquéia, os brônquios principais, o esôfago, o duto torácico, remanescentes da glândula
do timo e os nervos vagos, frênicos e cardíacos.
De cada lado do tórax, uma artéria e duas veias pulmonares, a artéria e as veias brônquicas partem
do mediastino e formam a raiz do pulmão. Esta área, o hilo, é a única onde o pulmão se liga a outras
estruturas do corpo; nas demais, ele jaz livremente em sua metade da cavidade torácica.

Estrutura do pulmão

A unidade imatômica básica do pulmão é o lóbulo, que consiste em um bronquíolo respiratório,


com seus dutos alveolares e alvéolos, e em vasos sangüíneos, que fazem a irrigação (artérias e
veias). Um grande número de lóbulos forma um segmento pulmonar. O ar é suprido cm cada
segmento por um brônquio segmentar.
Vários desses segmentos formam um lobo. O pulmão direito tem três lobos e o esquerdo, dois, além
de uma seção denominada língula, que é a porção inferior do lobo superior esquerdo.
Cada pulmão é coberto por uma membrana serosa, a pleura visceral, que adere intimamente à
superfície do pulmão e reveste suas fissuras. No nível do hilo, a pleura reflete para trás sobre si
mesma e adere à face interna da parede torácica, constituindo a pleura parietal. Em condições
saudáveis, as duas pleuras ficam em íntimo contato, separadas apenas por uma delgada película de
líquido seroso, que permite às membranas deslizar facilmente uma sobre a outra e as impede
também de se separarem.
O tórax tem uma tendência a expandir-se, enquanto o pulmão tem uma tendência natural a contrair-
se devida à sua estrutura elástica.

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A separação do pulmão em relação à parede do tórax é prevenida pela película líquida; ao mesmo
tempo, essa tendência à separação produz uma pressão que é discretamente inferior à pressão
atmosférica.

Controle da respiração

O controle da respiração pelo sistema nervoso é extremamente complexo, na medida em que


envolve meios tanto autônomos quanto voluntários. Embora a respiração habitualmente ocorra sem
controle consciente, é possível superar essa função autônoma mediante hiperventilação deliberada
ou suspensão voluntária da respiração. Ademais, o pulmão responde não somente às necessidades
respiratórias, mas também a estímulos psicológicos e metabólicos. O pulmão sadio possui também
enormes reservas que lhe permitem satisfazer a demandas grande mente aumentadas.
As áreas do sistema nervoso central que se julga estarem envolvidas no controle da respiração
incluem o córtex cerebral, o hipotálamo (regulação térmica), o sistema límbico (sobre cujo papel
ainda pairam incertezas) e diversos centros da medula oblonga e da ponte.
O centro respiratório da medula oblonga é geralmente considerado o centro essencial da respiração,
na medida em que uma lesão ocorrida nesta área produz apnéia.

Funções respiratórias suplementares

Tosse

A tosse é um mecanismo protetor essencial destinado a remover material estranho do trato


respiratório.
O ato de tossir pode ser voluntário ou involuntário, mas habitualmente envolve estimulação reflexa.
São conhecidos pelo menos dois tipos de receptores sensíveis que iniciam o reflexo da tosse:
Receptores sensíveis à estimulação mecânica - localizados na laringe, na traquéia e nos brônquios
largos, são estimulados por contato direto com partículas de matéria ou por pressão interna, mas
podem ser também estimulados pela aplicação de pressão à traquéia a partir do exterior.
Receptores sensíveis à estimulação química - localizados perifericamente no pulmão, são
estimulados pela inalação de gases nocivos e por agentes solúveis.
Estímulos de ambos o tipos de receptores são transmitidos à medula oblonga por meio de fibras
aferente do nervo vago.

Espirro

Espirrar é uma ação reflexa destinada a limpar as passagens nasais de secreções e de partículas de
matéria que aí se enredam. O ato de espirrar é sempre involuntário.

Suspiro

Uma respiração profunda ocasional é essencial para manter a expansão pulmonar. Durante a
atividade diária normal, a inspiração profunda ocorre naturalmente à medida que o indivíduo
conversa, ri e se engaja em diversas atividades. Durante o repouso e o sono, indivíduos sadios são
vistos inalando profundamente a intervalos regulares.
Quando os alvéolos não são inflados periodicamente, eles tendem a colabar, produzindo atelectasia
difusa. Esta é a complicação isolada mais comum de todas as doenças sérias.

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Insuficiência respiratória

A insuficiência respiratória existe quando um paciente não é capaz de manter as tensões de seus
gases sangüíneos dentro dos limites normais. Diz-se que ela está presente quando a tensão arterial
de dióxido de carbono (PaCO2) excede 50mmHg, ou a tensão arterial de oxigênio (PaO2) é inferior
a 60mmHg, no caso de o paciente estar respirando ar atmosférico.

O tipo de insuficiência respiratória encontrado em UTI tem evolução relativamente curta, ao


contrário da deterioração gradual das doenças respiratórias crônicas. Ele resulta da incapacidade
progressiva de o sistema respiratório remover dióxido de carbono do sangue venoso e de adicionar
oxigênio a ele, por um período que varia desde alguns momentos até alguns dias.

Doença pulmonar obstrutiva crônica (dpoc)

A DPOC caracteriza-se pela limitação do fluxo de ar que acompanha doenças das vias aéreas
(bronquite crônica) ou pela destruição do parênquima pulmonar (enfisema). A maioria dos
pacientes acometidos apresenta uma combinação de ambas as características.

Bronquite crônica

A bronquite crônica é definida como produção excessiva de muco nos brônquios, acompanhada de
tosse recorrente que persiste por pelo menos três meses do ano, durante no mínimo dois anos
sucessivos.

Etiologia
Irritação crônica - fumaça de cigarro;
Infecções;
Fatores congênitos.

Sinais e sintomas
Tosse crônica produtiva, especialmente de manhã;
Falta de ar, intolerância a esforços;
Anorexia e perda de peso;
Broncoespasmo;
Hipoventilação;
Hipóxia;
Febre e outros sinais de infecção.

Complicações
Pneumonia;
Enfisema;
Insuficiência respiratória aguda

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Enfisema

No enfisema, a dilatação das passagens aéreas distais aos bronquíolos terminais e a destruição das
paredes alveolares levam à perda da elasticidade e à diminuição do fluxo expiratório de ar.

Etiologia
Tabagismo;
Poluição do ar;
Irritantes Ocupacionais - fibras de algodão, bolores e fungos em poeira de cereais;
Bronquite crônica.

Sintomas
A instalação do enfisema é insidiosa, e o paciente raramente presta atenção aos sinais anunciadores
precoces, os quais usualmente só aparecem aos 40 anos de idade. Quando os sintomas se
apresentam severos o suficiente para induzir o paciente a buscar ajuda médica, até 25% da
superfícies pulmonares de trocas gasosas podem já ter sido destruídas.
Dispnéia;
Fraqueza ocasional - sensação de aperto no tórax, vertigem e sibilos que ocorrem somente com
infecções respiratórias;
Tosse crônica produtiva;
Crises "asmáticas" de noite ou de' manhã cedo;
Infecções respiratórias freqüentes.

Asma

A asma é uma doença episódica, de caráter crônico, caracterizada pela reatividade aumentada das
vias aéreas a vários estímulos imunológicos A conseqüente contração da musculatura lisa
brônquica, o edema de mucosa e o aumento da secreção mucosa promovem uma obstrução
reversível do fluxo de ar.

Etiologia
Alérgenos - pólen, poeira e mofo; Infecção crônica do trato respiratório, Infecções crônicas do trato
respiratório;

Fatores precipitantes
Infecção do trato respiratório;
Exposição a antígenos específicos;
Abalos e estresse psicológicos;
Estresse físico, esforços, fadiga;
Exposição a poluentes atmosféricos e agentes irritantes similares.

Sintomas
Aparecimento repentino de falta de ar;
Extrema apreensão com uma sensação de sufocamento de asfixia.
Avaliação da gravidade de uma crise asmática
Histórico, incluindo o número de hospitalizações, a necessidade prévia de corticosteróides ou
intubação, a gravidade relativa da crise atual, os fatores precipitantes, os atendimentos recentes de
emergência e resposta a medicação atual.
Contrações do músculo esternocleidomastóideo - indicam uma obstrução grave das vias aéreas.

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Exames laboratoriais
Gasometria arterial;
Medida do fluxo aéreo: a espirometriéa, à beira do leito, mede o volume expiratório forçado em um
segundo;
Escarro;
Raio X de tórax,

Tratamento
Os objetivos do tratamento são: reversão rápida do broncoespasmo e prevenção da insuficiência
respiratória.
Oxigênio - via nasal (2 a 3 1/ min);
Como pode ocorrer desidratação, encorajar a ingestão oral de líquidos e, durante uma crise aguda,
torna-se necessária a hidratação venosa;
Administração parenteral ou inalatória de broncodilatadores;
Inaloterapia;

Embolia pulmonar

A embolia pulmonar é uma complicação freqüente de muitas doenças e condições sérias. É difícil
estabelecer uma incidência, visto que muitas vezes os sintomas são tão vagos ou equívocos que a
doença não é diagnosticada.

Etiologia
Tromboflebite - mais de 75% das embolias pulmonares têm origem nas veias profundas da parte
inferior das pernas.
Redução da velocidade do fluxo de sangue - constitui a causa principal de formação de trombos. A
estase venosa é favorecida por repouso prolongado no leito e imobilização, na medida em que o
fluxo de sangue é consideravelmente diminuído por inatividade muscular. O repouso no leito
favorece também uma atividade parassimpática aumentada, resultando em vasodilatação e estase de
sangue em áreas dependentes.

Fatores de risco
Cardiomegalia;
ICC;
Doença venosa dos membros inferiores;
Carcinoma;
Uso de contraceptivos orais;
Cirurgia recente da região pélvica ou dos membros inferiores;
Imobilização prolongada.

Fisiopatologia
Forças mecânicas, tais como movimento muscular súbito ou mudança de velocidade do fluxo
sanguíneo, podem ocasionar a desintegração e o desprendimento de trombos das paredes dos vasos
sanguíneos. A fragmentação causada por lise pode ter o mesmo efeito. Esses êmbolos são então
transportados pela corrente sangüú1ea, atravessam o coração direito e atingem o leito vascular
pulmonar, que percorrem até se alojarem em um vaso que não lhes permite passagem. O efeito final
disso depende do tamanho e do número de êmbolos.

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Quadro clínico
Quase sempre os sinais e sintomas são sutis e inespecíficos. O aparecimento abrupto de dispnéia,
sibilos, dor torácica, hemoptise, hipoxemia inexplicável ou taquicardia sugerem a possibilidade de
embolia pulmonar.

Tratamento definitivo
embolectomia;
terapêutica trombolítica sistêmica.

Síndrome da angústia respiratória do adulto (sara)

Esta síndrome constitui uma reação pulmonar inespecífica a numerosas agressões.

Causas determinantes
Septicemia;
Choque de qualquer etiologia;
Traumatismo pulmonar;
Traumatismo cerebral;
Aspiração e suco gástrico;
Inalação de fumaça;
Doses excessivas de heroína e barbitúricos.

Quadro clínico
Caracteriza-se por acúmulo progressivo de líquido extravascular no pulmão em virtude da
permeabilidade alvéolo-capilar. Entre os sinais clínicos, encontram-se a taquipnéia, retrações
intercostais e uso dos músculos acessórios da respiração.

Diagnóstico
Gasometria arterial;
Raio X de tórax.

Tratamento
O tratamento propõe manter um suporte adequado de oxigênio aos tecidos com a menor FiO2
possível, ao mesmo tempo que a causa subjacente é corrigida.
Monitorização hemodinâmica com cateter de Swan-Ganz;
Ventilação mecânica com PEEP;
Administração de soluções cristalóide, por via endovenosa, pois podem aumentar a água pulmonar
extravascular;
Dosagem de hemoglobina (H13) e hematócrito (HT);
Uso de diuréticos e restrição de líquidos para estabelecer um estado relativo de desidratação.
No caso de nenhuma destas medidas ser bem-sucedida na prevenção ou correção de urna situação
de anóxia que ameaça a vida, é possível fazer-se a oxigenação hiperbárica ou a oxigenação
extracorpórea por oxigenador de membrana, em um esforço no sentido de auxiliar o paciente a
transpor o período crítico.

Edema agudo de pulmão (eap)

O edema pulmonar é definido como uma coleção anormal de líquido e solutos nos tecidos e espaços
extravasculares do pulmão. É considerado urna emergência médica de primeira ordem e requer
tratamento para impedir que o paciente literalmente se afogue diante de nossos olhos.

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Etiologia
Fatores hemodinâmicos:
Insuficiência ventricular esquerda;
Obstrução da válvula mitral;
Sobrecarga de volume;
Arritmias cardíacas.
Permeabilidade alterada:
Gases tóxicos inalados;
Infecções do pulmão;
Afogamento;
Pneumonia de aspiração;
Manifestações clínicas resultantes da inflamação do parênquimia pulmonar. Essas doenças variam,
então, em termos etiológicos e nos eventos precipitantes, patologia, curso clínico e prognóstico.

Sinais e sintomas

Dor - a dor pleurítica advém de receptores da pleura parietal e em geral indica doença séria, corno
pneumonia, embolia, tuberculose e doença maligna;
Tosse - pode ser de curta duração, crônica, seca ou produtiva, conforme o agente etiológico;
Escarro - pode ser purulento, fétido, ferruginoso, avermelhado, amarelado, esverdeado, de acordo
com o agente etiológico;
Hemoptise;
Dispnéia;
Febre;
Calafrios.

Exames complementares

a) Métodos não-invasivos de sangue, de escarro, raio X de tórax, ultra-sonografia, tomografia


computadorizada,
broncografia; cintilografia; testes cutâneos:

b) Métodos invasivos
- aspiração transtraqueal - indica da em pacientes com infecção pulmonar, incapazes de tossir, ou
com tosse não-produtiva;
-broncoscopia fibroscópica com biópsia;
-biópsia pulmonar percutânea;
-toracocentese e biópsia pleural;
-toracotomia pequena aberta - apesar de ser um dos últimos recursos propedêuticos, é muito segura,
apresentando índice de mortalidade inferior a 1% no doente crítico;

Tratamento
Administrar antiinflamatórios;
Administrar broncodilatadores;
Manter boa ventilação;
Realizar fisioterapia respiratória;
Fazer oxigeno terapia;
Antitussígenos podem ser administrados a pacientes com tosse não-produtiva continuada,
especialmente se ela os está levando à exaustão;
A febre não exige correção, a menos que seja sintomática ou exista hiperpirexia.

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Complicações
Insuficiência respiratória;
Derrame pleural;
Empiema;
Abscesso pulmonar;

Insuficiência respiratória aguda (ira)

A IRA é uma síndrome clínica aguda, caracterizada fundamentalmente pela incapacidade de o


aparelho respiratório manter os gases sangüíneos dentro de limites fisiológicos. Outra característica
é uma diminuição da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (abaixo de 50mmHg) e elevação
da pressão parcial de gás carbônico no sangue-arterial (acima de 50mmHg), acompanhada de uma
redução no pH do sangue (acidemia).

Etiologia
A IRA aparece em indivíduos cujo pulmão era estrutural e funcionalmente normal antes do início
da presente doença. Suas causas são variadas e sempre resultam em uma ventilação inadequada.
O comprometimento de qualquer estrutura envolvida na manutenção da função respiratória do
pulmão poderá causar insuficiência respiratória.

As principais causas são:


Obstrução das vias aéreas superiores (traquéia, laringe, faringe e boca) por corpo estranho, edema,
rolha de secreção;
Depressão do SNC, comprometendo o centro respiratório, por superdosagem de drogas, trauma
craniano, acidentes vasculares cerebrais, tumores cerebrais, encefalite, meningite/, hipóxia e
hipercapnia;
Qualquer doença dos nervos, medula espinhal, músculos ou junção neuromuscular envolvida na
respiração, como poliomielite, miastenia, lesão do segmento cervical da medula espinhal;
Qualquer doença ou agressão pulmonar ou pleural que favoreça o aparecimento de um derrame
pleural (hemotórax e pneumotórax), como pneumonia, pneumonite química, trauma torácico e
fratura de costela.
De todas as causas de IRA, as mais importantes são as agudizações da DPOC e as depressões
medicamentosas do centro respiratório.

Fatores predisponentes
Fatores do paciente - idade, obesidade, doença cardiopulmonar, anemia, hipovolemia, acidose,
trauma;
Fatores restritivos - dor, posições anormais, faixas e bandagens, distensão abdominal;
Fatores depressivos - narcóticos, sedativos, anestésicos, relaxantes musculares;
Fatores especiais - vasoconstritores, broncodilatador tópico, uso inadequado de respirador
mecânico.

Diagnóstico
O diagnóstico de IRA é laboratorial. Clinicamente, o único dado seguro é a apnéia. Das
manifestações clínicas atribuíveis à hipoxemia, lembram-se basicamente as causadas por ação sobre
o SNC e alterações cardiovasculares:
Em relação ao SNC - retardamento do raciocínio e instabilidade motora; depressão do SNC, coma e
morte;
Em relação às alterações cardiovasculares - taquicardia e hipertensão; bradicardia, depressão
miocárdica e choque, posteriormente.

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Tratamento
O sucesso depende, entre outros fatores, da precocidade do diagnóstico e do rápido início de
medidas de suporte e correção:
Sempre que possível, colher uma amostra de sangue arterial, antes do início do tratamento, para
avaliação dos gases arteriais e outros exames necessários;
Raio X de tórax e procedimento rotineiro;
Monitorização hemodinâmica.

O tratamento compreende um conjunto de medidas simultâneas:


Oxigenoterapia - deve ser instituída de imediato, administrando-se oxigênio inicialmente em
concentração de 30 a 40%, umificado e, sempre que possível, aquecido a 37ºC, utilizando-se o
capuz facial, ou o cateter nasal, ou o respirador mecânico;
Redução do trabalho respiratório - inúmeros pacientes com IRA apresentam trabalho respiratório
aumentado, com consumo de O2 e produção de CO2 elevados, predispondo à exaustão respiratória,
o que requer: correção de posição no leito; tratamento da dor, distensão abdominal, etc.;

Tratamento do broncoespasmo;
Fisioterapia respiratória.
Ventilação alveolar adequada - meta final de todas as medidas tomadas no tratamento de IRA, visto
que é ela que promove oxigenação e eliminação do gás carbônico, que requer um destes
procedimentos:
-cânula orofaríngea;
-intubação orotraqueal;
- traqueostomia,
-ventilação mecânica.
Tratamento dos distúrbios concomitantes, que consiste em tratar as alterações do equilíbrio
hidroeletrolítico e ácido-básico, fazer sangria, reposição sanguínea, etc.

Controle das vias respiratórias

Intubação
À manutenção de uma oxigenação adequada constitui um problema comum no caso do paciente pós
operatório, sobretudo quando ele é idoso e está debilitado por doença pulmonar ou cardiovascular e
quando foi submetido a uma grande intervenção cirúrgica.

A dor causada pelas incisões cirúrgicas, os desvios de líquido, os narcóticos em altas doses e os
miorrelaxantes utilizados em anestesia geri11 podem ocasionar insuficiência respiratória, que deve
ser corrigida até que o paciente possa manter, independentemente, uma troca gasosa adequada.
Grande número de etiologias subjacentes pode determinar o desenvolvimento de insuficiência
respiratória, incluindo parada cardiopulmonar, colapso circulatório, embolia pulmonar, septicemia,
doenças do SNC, distúrbios neuromusculares, deformidades da parede torácica, intoxicações, etc.
A intubação profilática ou de emergência é freqüentemente necessária para pacientes comatosos, a
fim de proteger suas vias respiratórias e prevenir a aspiração do conteúdo gástrico.

Indicações para intubação

O paciente pode necessitar de intubação por uma das mais das seguintes razões: Manutenção de
oxigenação adequada;
Proteção das vias respiratórias;
Acesso para aspiração das secreções pulmonares;

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Conexão a um ventilador mecânico.

Formas de intubação
Dependendo do nível de consciência do paciente, pode ou não ser necessária a sedação antes de se
fazer a intubação. O nível de consciência e a estabilidade dos sinais vitais determinam também se a
sedação deve ser leve ou forte.
A traquéia pode ser intubada através de quatro vias: orotraqueal, nasotraqueal, laríngea e traqueal,
sendo que as duas últimas citadas exigem incisão cirúrgica para essa finalidade.

Complicações
As complicações da intubação endotraqueal podem surgir no início, durante e no fim, enquanto o
tubo permanece em seu lugar.
Os fatores predisponentes para a ocorrência de complicação são, entre outros, a idade jovem, o sexo
feminino, a intubação prolongada, a preexistência de infecção das vias respiratórias superiores e
dificuldades durante a intubação.

As complicações mais comuns são as que seguem:


Perfuração ou laceração de faringe, laringe ou esôfago;
Intubação esofágica ou brônquica.
Broncoespasmo;
Pneumotórax e ruptura da traquéia;
É possível reduzir a incidência de complicações dando-se a devida, para atenção às pressões de
insuflação do manguito, ao tubo, tamanho e parâmetros de ventilação.

Intubação endotaqueal (procedimento)

É realizada pela equipe multiprofissional: médico, enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem.

Material Necessário:
• Fonte de oxigênio, conexão, manômetro-fluxômetro com água bidestilada no nível normal;
• Ambu;
• Laringoscópio com lâmina de diferentes tamanhos;
• Ponto de vácuo, conexões, aspirador, sondas de aspiração de diversos calibres;
• Tubo oral ou nasal no calibre adequado ao paciente;
• Fio-guia, para facilitar a introdução;
• Lubrificante hidrossolúvel;
• Cânula de Guedel, para evitar que o paciente morda o tubo;
• Seringa descartáveis, para encher o cuff e administrar medicamentos;
• Luvas estéreis;
• Medicação: sedativos;
• Ventilador artificial;
• Carro de urgência.

Procedimento:
• Verificar o funcionamento de todo o material;
• Se o paciente está em uso de SNG conectá-la a uma bolsa coletora, a fim de evitar
broncoaspiração;
• Posiciona o paciente na cama horizontalmente e em decúbito dorsal;
• O laringoscópio é introduzido na boca do paciente e procede-se à aspiração das secreções orais;
• Lubrificar o tubo orotraqueal;

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• Após visualização a glote o médico introduz o tubo até a traquéia, com ou sem a ajuda do fio guia;
• Quando o tubo estiver no local o balão deve ser insuflado, para que as vias aéreas sejam isoladas;
• O médico verifica a localização do tubo através de ausculta com estetoscópio, evitando a
intubação seletiva de brônquio;
• Fixar bem o tubo e colocar uma cânula de Guedel na boca do paciente;

Conectar o paciente ao ventilador artificial, após ajustes dos parâmetros do mesmo;


• Proceder à aspiração de secreções;
• Controlar e observar os sinais vitais do paciente;
• S/N coletar amostra de material para exames;
• Efetuar os cuidados corretos com o material utilizado.

Intubação nasotraqueal

• Lubrifica-se o tubo nasotraqueal;


• O médico introduz através da fossa nasal até chegar à glote;
• Introduz o laringoscópio na boca e aspira às secreções orofaríngeas;
• Infla o cuff para isolar a via respiratória;

Diagnóstico
História clínica, exames complementares (Raio X de tórax, espirometria e gasometria arterial)

Tratamento
• Combate a doença de base;
• Oxigenação adequada;
• Terapia medicamentosa a critério médico;
• Melhorar a ventilação e perfusão periférica.

Plano de cuidados da enfermagem


• Manter o paciente em oxigenação única;
• Mantê-lo em posição confortável (Fowler, semi-fowler);
• Administrar medicação prescrita;
• Promover a higiene;
• Controlar SSVV;
• Oximetria de pulso;
• Realizar balanço hídrico.

Cateter venoso central

O cateter venoso central é indicado para:


Determinação das pressões venosas centrais "do lado direito";
Choque;
Parada cardiopulmonar;
Colocação de emergência de um marcapasso transvenoso.
Falta de veias periféricas adequadas.
Vias de acesso
Veia basílica e cefálica;
Veia jugular interna e externa;
Veia sublávia.

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Contra-indicações
O cateter venoso central é contra-indicado nos casos em que o paciente apresenta:
Infecção local;
Distorção dos pontos de referência;
Coagulopatias;

Complicações
Hematoma;
Infecção da incisão;
Pneumotórax, hemotórax e hidrotórax.

Pressão venosa central (PVC)

É a pressão de enchimento do ventrículo direito, após a circulação do retorno venoso ao coração. Os


limites normais são: de 8 a 15 cm de H²O (5 a 11 mmHg), podendo variar de 10 a 12 cm de H²O (7
a 8 mmHg) quando medida na linha axilar média.

Indicação
• Como controle hemodinâmico;
• Para detectar precocemente descompensações da volemia que pode causar choque.

Material necessário
• Se o paciente ainda não está com cateterismo venoso material para realizá-lo: anti-séptico, campo
estéril, compressa de gaze, lâmina de barbear, seringa de 10ml,anestésico local, curativo oclusivo;
• Suporte de soro, para instalar o soro de infusão e a régua de medição;
• Sistema de infusão especifico para PVC, que consta de 3 terminais comunicantes e reguláveis
através de válvulas com abertura e fechamento.
1º terminal: soro de infusão ao cateter;
2º terminal: soro de infusão à coluna, na régua de medição;
3º terminal: da coluna, na régua de medição ao cateter venoso do paciente.
• Soro de lavagem;
• Torneira de três vias, que permite fazer a conexão para infusão de soro ou para a medição da PVC
alternadamente.

Procedimento
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal, sem travesseiro, com a cama completamente na
horizontal;
• Retirar o ar do sistema de medição, fechando a válvula de entrada de soro para o paciente e
abrindo a correspondente para a entrada de soro na coluna, até que fique preenchida com líquido;
• Fechar a válvula de entrada de soro. Mantém aberta as válvulas de entrada de soro para o paciente
e para a coluna de líquido;
• Fechar a passagem de soro para tratamento;
• Observa na coluna, o nível de líquido que vai descendo lentamente oscilando com a respiração até
chegar a um ponto em que pára. Marcando então o valor em que a coluna de água parou;
• Retomar a infusão de soro de tratamento ao paciente;
• Colocar o paciente na posição inicial;
• Efetuar os cuidados com o material utilizado.

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Extubação

É a retirada do tubo endotraqueal do paciente após melhorar na sua função respiratória. Ainda está
indicada quando há obstrução do tubo endotraqueal, na necessidade de uma traqueotomia ou na
extubação acidental por iniciativa do paciente.

Material
• Material de aspiração: sondas de vários calibres, aspirador;
• Material de oxigenação: máscara e fonte de oxigênio;
• Corro de parada preparado;
• Medicação para evitar edema de glote;
• Seringa para desinflar o balão;
• Luvas descartáveis e máscara.

Procedimento
• Elevar a cabeceira da cama do paciente;
• Se está usando SNG, conectá-la a saco coletor;
• Preparar a máscara para administração de O²;
• Administrar medicação prescrita pelo médico;
• Aspirar secreção orofaríngea;
• Desinflar o balão do tubo endotraqueal;
• Cortar o cadarço de fixação do tubo;
• Proceder à extração do tubo endotraqueal;
• Administrar O² mediante máscara;
• Instalar o paciente confortavelmente.

Traqueostomia

Geralmente é utilizada em situação de urgência para permitir a ventilação do paciente, pode ser
realizada no Centro Cirúrgico ou uma equipe pode se deslocar para UTI

Procedimento
Esse procedimento consiste diretamente na traquéia do paciente, através de uma incisão no pescoço,
na fase interna dos primeiro anéis da traquéia. Tendo o objetivo de abrir as vias respiratórias logo
abaixo das cordas vocais, mantendo uma comunicação direta com o exterior a após a introdução da
cânula o paciente será ventilado.

Material necessário
• Material de traqueostomia: cânula de traqueostomia, válvula de segurança e cadarço;
• Material de oxigenação: fonte de oxigênio, ambu, umidificador;
Material de aspiração de secreções: ponto de vácuo, aspirador, sonda e luvas descartáveis;
• Caixa Cirúrgica: afastadores, backaus, pinças hemostáticas, de dissecção, tesoura e pinças de
Allis;
• Materiais descartáveis: bisturi, seringa 10ml para infiltração anestésico, 20ml para insuflação do
cuff; fios de sutura, campos simples e campos fenestrados.

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Aspiração traqueal

É a retirada de secreções endotraqueais via tubo endotraqueal ou traqueostomia.

Material:
Par de luvas estéreis ;
Um pacote de gaze ;
Seringa de 10 ml;
10 ml de AD ou SF;
Sonda de aspiração;
Equipamento de proteção individual;
Ambú com O2;
Aspirador elétrico

Procedimento:
Lavar as mãos
Orientar paciente quanto ao procedimento
Reunir o material
Conectar a sonda de aspiração ao aspirador, mantendo a extremidade da sonda estéril
Utilizar seringa com AD para fluidificar a secreção
Aspirar continuamente por um período de no máximo 15 segundos
Repetir a operação se necessário
Lavar as mãos
Anotar o procedimento no prontuário

Assistência de enfermagem ao paciente durante o desmame do respirador

Os critérios de desmame estão continuamente sendo revistos e vão desde parâmetros clínicos até
técnicas sofisticadas que demandam instrumentais apropriados.
Alguns pacientes mesmo preenchendo todos os critérios de desmame, falham ao serem retirados do
ventilador. Outros, porém, que aparentemente não teriam condições para iniciar o protocolo de
desmame, como os que extubam acidentalmente, apresentam boa evolução.
O desmame de um respirador contribui para a diminuição de eventos adversos, como a re-
intubação.

Assistência de Enfermagem – Justificativa:


Certificar-se que o paciente está consciente: Garantir o início do desmame
Verificar os parâmetros de oxigenação: Importantes para assegurar boa oxigenação
Orientar o paciente quanto ao início do desmame, alertando-o de que ele deverá manter a respiração
espontânea: Evitar dependência psicológica
Iniciar o desmame no período matutino: Aproveitar o período de maior alerta
Para extubação:
Manter cabeceira elevada
Monitorizar
Aspirar traquéia
Orienta-lo p/ tossir
Instalar cateter de oxigênio

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Promover a desobstrução das vias aéreas


Após a extubação observar a FR, saturação, tosse excessiva e observar sinais de fadiga

Assistencia de Enfermagem nos distúrbios endócrinos

DIABETES

O diabetes é uma síndrome que resulta da deficiência da atividade insulínica, quer por déficit
absoluto ou relativo da produção de insulina pelo pâncreas, quer por resistência dos tecidos
periféricos à ação desse hormônio, A falta relativa ou absoluta de insulina traz como principais
perturbações metabólicas as alterações dos metabolismos de hidrato de carbono e lipídios, Por ser o
diabetes fator de risco para a coronariopatia prematura, a insuficiência renal e a doença vascular
periférica, sua prevalência entre pacientes internados na UTI é consideravelmente maior. Além
disso, muitos pacientes na UTI apresentam diabetes como diagnóstico secundário e exigem atenção
especial quando agudamente enfermos.

Cetoacidose diabética

Ocorre quase exclusivamente em pacientes com diabetes insulinodependente e, na infância, muitas


vezes é a primeira manifestação da doença.
A cetoacidose diabética desenvolve-se em uma situação em que existe um déficit necessariamente
grave de insulina e um excesso conseqüente de hormônios ditos contra-reguladores, que são o
glucagon, as catecolaminas, o cortisol e o hormônio do crescimento.
Caracteriza-se pela presença de hiperglicemia, cetonemia, cetonúria, desidratação, respiração de
Kussmaul e alterações da consciência em graus variáveis.
Trata-se de complicação capaz de ameaçar a vida do diabético, exigindo cuidadoso tratamento na
UTI.

Etiologia
A causa mais comum ele descompensação é a quantidade insuficiente de insulina para uma dada
necessidade fisiológica:
Infecções - das vias urinárias, do trato respiratório e do pâncreas;
Perturbações vasculares - infarto do miocárdio e acidentes cérebro-vasculares;
Traumas - cirúrgicos ou acidentais;
Estresse emocional.

Diagnóstico
Em geral, o diagnóstico da cetoacidose diabética pode ser rapidamente estabelecido com base nos
sintomas de, apresentação e em testes laboratoriais simples, A constatação de hiperglicemia,
desidratação.

Exames laboratoriais
Glicemia;
Hemograma;
Uréia e creatinina;
Gasometria arterial;
Urinálise de rotina.

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Tratamento
O tratamento deve visar à correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos e reversão dos
distúrbios metabólicos:
Reposição hídrica - a solução de infusão deve ser a solução fisiológica a 0,9%, A reposição
dependerá das condições clínicas individuais de cada paciente, observando-se as condições
hemodinâmicas.
Reposição eletrolítica - potássio, magnésio, fosfato e cálcio,
Insulinoterapia - é feita atualmente utilizando-se baixas doses do hormônio e sempre a insulina
cristalina ou regular. A infusão contínua deve ser feita em veia paralela à via de infusão hídrica. A
infusão intermitente de minidoses de insulina, utilizando-se a via endovenosa, intramuscular ou
subcutânea, é também eficaz, não existindo diferenças estatisticamente significativas ao final ele 6 a
8 horas de tratamento.
Reposição de bicarbonato - o bicarbonato de sódio deve ser usado apenas quando a acidemia for
grave,e o pH for inferior a 7,1. Não se objetiva com esta corrigir a acidemia, mas apenas minimizar
os efeitos da acidemia grave; a hidratação vigorosa e a reversão das complicações metabólicas
corrigem rapidamente esse distúrbio.

Monitorizações
Laboratorial - glicemia de 2 em 2 horas; ionogramas a cada 4 horas. A maioria dos pacientes estará
quase compensada ao final de 6 a 8 horas de tratamento correto. Não há vantagem em reduzir
drástica e rapidamente a glicemia, mas este declínio deve ser firme e gradativo.
Cateterização de veia central

Complicações
Edema cerebral;
Hipoglicemia;
Hipotensão e choque;
Hipocalemia;
Insuficiência renal.

Assistência de Enfermagem nos Distúrbios de Sistema Renal

Os rins, dispostos em par, encontram-se no espaço retroperitoneal, à esquerda e à direita da coluna


vertebral.
Em posição vertical, cada rim mostra uma reentrância na borda medial, chamada de hila renal, por
onde entram e saem os vasos, os nervos e a pelve renal.
Na parte superior de cada rim, localiza-se a glândula supra-renal.

Cada rim é composto por três camadas:


Externa - cápsula fibrosa;
Média - camada cortical ou córtex renal;
Interna - camada medular.

Néfron
A unidade anatômica e funcional do rim é o néfron. Os dois rins juntos contêm cerca de 2.400.000
néfrons e cada um deles tem a capacidade de formar urina.
O néfron é basicamente constituído de: glomérulos e túbulos renais.

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Glomérulos
A artéria renal distribui-se pela estrutura renal e de suas ramificações são originadas arteríolas
aferentes, que formam os minúsculos novelos capilares denominados gloméruros ou corpúsculos de
Malpighi.
Cada glomérulo está envolvido por uma cápsula de paredes duplas denominada cápsula de Bowman
ou glomerular.
A função específica dos glomérulos é a de filtrar o líquido.

Túbulos renais

São tubos longos, contorcidos, que se originam na cápsula de Bowman e seguem após a alça de
Henle até o túbulo coletor. A confluência com outros túbulos coletores forma o canal principal ou
conduto papilar, que desemboca em um cálice renal.
A função dos túbulos renais é transformar o líquido filtrado em urina em seu caminho para a pelve
renal.

Fisiologia geral

Os néfrons secretam a urina através se dois mecanismos: filtração glomerular e reabsorção e


secreção nos túbulos renais.

Filtração glomerular
Os glomérulos filtram o sangue arterial das arteríolas aferentes, originando a urina primária
existente na cápsula de Bowman. Esta assemelha-se ao plasma sangüíneo, mas sem proteínas e
outras substâncias de grande peso molecular. A filtração ocorre pela diferença de pressão entre os
capilares e a cápsula de Bowman.

Existem dois fatores que alteram a formação da urina:


Alteração do volume sangüíneo, porque a urina é derivada do sangue;
Alteração da pressão arterial, que irá interferir não só na propulsão do sangue pelos capilares como
também na diferença de pressão entre o capilar arterial e a cápsula de Bowman.

Reabsorção e secreção nos túbulos renais


A urina primária passa da cápsula de Bowman para os túbulos renais, onde haverá uma reabsorção
seletiva de água, sais e outros elementos. A capacidade secretora dos túbulos é executada por suas
células epiteliais, que passam alguns excretas de sangue para a urina. Este produto final passa para
os condutos papilares e destes para os cálices renais, e acumula-se na pelve renal, de onde é
conduzido para os ureteres, de forma ininterrupta.

Há dois hormônios que aumentam ou diminuem a reabsorção tubular:

Hormônio antidiurético (HDA) - formado na hipófise, aumenta a reabsorção da água dos túbulos
renais para a circulação sangüínea;

Aldosterona - secretada pela supra-renal, estimula a reabsorção de água e sódio, e a eliminação de


potássio.

As artérias renais, além de participarem da formação da urina, devem irrigar tecido renal. O capilar
arterial eferente, ao sair do glomérulo, possui sangue arterial que irá irrigar o tecido renal através de
uma outra rede de capilares que se estende pelo néfron e termina como vênula.

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Insuficiência renal aguda

Consiste em uma síndrome caracterizada por grave distúrbio da função renal, de ocorrência súbita,
freqüentemente reversível, que provoca o acúmulo de escórias nitrogenadas (azotemia) no
organismo, tornando incapaz de manter o volume e composição dos fluidos de seu meio interno. Na
definição não se menciona o volume urinário, pois pode haver oligúria.

A insuficiência renal aguda pode ser classificada em pré-renal, pós-renal e renal.

Pré-renal- fluxo renal


A insuficiência renal aguda pré-renal decorre de uma falência abrupta do fluxo renal, que determina
queda da pressão hidrostática transmembranosa do capilar glomerular e, em conseqüência,
diminuição ou parada total da ultrafiltração glomerular, encontrada em todas as situações clú1icas
acompanhadas de redução do fluxo renal. Exemplos: hipovolemia, choque, insuficiência cardíaca,
embolia, trombose das artérias renais.

Pós-renal- vias excretoras extra-renais


Quando há instalação abrupta de obstáculo ao trânsito da urina já elaborada, ocorre a transmissão
retrógada de hiperpressão, que, atingindo o espaço de Bowman, determina a diminuição da
infiltração glomerular produzida por obstáculos diversos. Exemplos: hematoma, fibrose
retroperitoneal, calculose, tumores invasivos.

Renal- parênquima renal


Alterações morfofuncionais, de instalação rápida, em nível de túbulos renais, que determinam o
quadro de insuficiência renal parenquimatosa ou necrose tubular aguda (NT A), como consequência
de:
Distúrbios isquêmicos
Traumatismo extenso;
Hemorragia maciça;
Lesão de esmagamento;
Choque séptico;
Reação transfusional;
mioglobinúria.
Distúrbios nefrotóxicos
Antibióticos;
Meios de contraste radiográficos;
Metais pesados;
Inseticidas.
Doenças dos glomérulos e dos pequenos vasos
glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica;
Lúpus eritematoso sistêmico.
Infecção grave
Doenças dos vasos de grande calibre.

Diagnóstico
Anamnese - na história deve-se enfocar os distúrbios subjacentes passíveis de causar
descompensação renal aguda. A azotemia pode ser acompanhada de uma variedade de sinais e
sintomas:
Sintomas sistêmicos - cansaço, fraqueza, sonolência, letargia e, desorientação;
Sintomas gastrintestinais - anorexia, náuseas e vômitos;

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sobrecarga de líquidos - ortopnéia, dispnéia de esforço e dispnéia paroxística noturna; prurido.


Exame físico - revela palidez e tonalidade amarelada da pele pode-se verificar a presença da
respiração de Kussmaul e hipertensão. E possível também que haja sinais de sobrecarga de volume.
Em caso de azotemia grave, o atrito pericárdico da pericardite urêmica pode ser percebido por
ausculta.

Exames laboratoriais
-urina tipo I;
-uréia;
- creatinina;
- gases arteriais.
Outros exames
-ultra-sonografia;
-pielografia retrógrada;
-raio X simples do abdômen;
-tomografia computadorizada;

Os pacientes portadoras de insuficiência renal com oligúria, que não sejam tratadas com rigor na
fase inicial da doença, apresentam sobrecarga de volemia e, consequentemente, hipoxemia.
Cerca de 70% dos pacientes com insuficiência renal aguda passam por uma fase oligúrica. Esta fase
tem duração média de 10 dias, sendo seguida por uma fase poliúrica, na qual o débito urinário
atinge, em média, 1 a 3 litros por dia, com recuperação gradual da função renal.
Cerca de 30% dos pacientes com insuficiência renal aguda não apresentam fase oligúrica detectável.
Apesar de o débito urinário ser superior a 1 litro por dia, ocorre deterioração progressiva da função
renal.

Tratamento
Durante a fase oligúrica, o tratamento deve estar orientado no sentido de se minimizarem e
corrigirem os distúrbios metabólicos:
Controle de volemia
-restrição hídrica;
- peso diário;
- administração de diurético (furosemida) como tentativa de transformar insuficiência renal
oligúrica em poliúrica;
- diálise peritoneal;
- hemodiafiltração.
Controle de distúrbios metabólicos
-correção de acidose e hipercalemia;
-correção dos níveis de uréia e creatinina elevados através de diálise peritoneal e hemodiafiltração.
Suporte nutricional
-dieta hipoprotéica
- ingestão calórica adequada.

Critérios para indicação de diálise peritoneal ou hemodiafiltração


Controlar a expansão do volume do líquido extracelular;
Controlar a acidemia;
Ajustar a ingestão de líquidos para igualar o débito urinário.
Durante a fase poliúrica, o tratamento deve ser orientado no sentido de se evitar a excessiva
depleção de líquidos e eletrólitos e controlar a diminuição dos metabólitos tóxicos (uréia e
creatinina).

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Métodos dialíticos

Todo distúrbio do organismo que acarrete uma deficiência temporária ou irreversível na função
renal, seja aguda ou crônica, comprometendo a manutenção da vida, deve ser tratado com três
procedimentos: diálise peritoneal, hemodiálise e transplante renal. Destes três, a diálise peritoneal e
a hemodiálise são as que podem ser classificadas como métodos dialíticos.

O tratamento baseia-se na síndrome de retenção de água e sal, além dos produtos do metabolismo
humano que estes pacientes desenvolvem.
Os métodos dialíticos realizam a função de eliminar o excesso de água, saluto e excretas orgânicos
mediante o contato da solução de diálise com o sangue, separados por uma membrana
semipermeável.
Portanto, podemos afirmar que jamais sangue e solução se misturam, mas apenas fazem suas trocas
hidroeletrolíticas por meio da difusão e da ultrafiltração.
Na difusão ou condução, o fenômeno ocorre pela diferença de concentração, tendo interferência
conforme o tamanho da molécula do soluto e do poro da membrana e a concentração do soluto nos
meios.
Na ultrafiltração, a água passa para a solução mais concentrada,carregando consigo o soluto de
tamanho compatível com o do poro da membrana envolvida.

Diálise peritoneal

É o método que consiste na introdução de solução de diálise na cavidade peritoneal, com a


finalidade de depuração do sangue através da parede dos vasos sangüíneos e dos tecidos adjacentes.

Tipos
Atualmente utilizam-se três tipos de diálise peritoneal: diálise peritoneal intermitente (OPI), diálise
peritoneal ambulatorial contínua (DPAC ou CAPO) e diálise peritoneal cíclica contínua (DPCC).

a) Diálise peritoneal intermitente (DPI)


Neste método, infundem-se 2 litros de solução dialisante na cavidade peritoneal, que permanecerá
de 10 a 40 minutos, sendo drenado a seguir. Esse volume de infusão varia conforme a idade e o
peso do paciente, podendo chegar a 3 litros em adultos ou a apenas 50ml em recém-nascidos.
O processo de infusão, permanência e drenagem será repetido por 20 vezes, no prazo de 24 horas,
completando assim uma sessão de diálise. Para os pacientes com insuficiência renal aguda, esta
sessão será feita quando houver necessidade para o tratamento. Já para o caso de pacientes com
insuficiência renal crônica, é comum o emprego deste procedimento a cada 2 ou 3 dias.

b) Diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC)


Neste método, utiliza-se a permanência contú1ua da solução dialisante, ou seja, 24 horas por dia nos
7 dias da semana. São feitas de 3 a 4 trocas de bolsa de diálise por dia, e isto é feito pelo próprio
paciente, por familiares deste, ou por profissionais especializados. Neste caso, a troca de bolsa de
diálise significa drenar o líquido de dentro da cavidade peritoneal, infundir uma nova solução e
deixar em permanência até a próxima troca.

Solução de diálise
A solução de diálise peritoneal apresenta as seguintes características:
Armazenagem - embalagens de plástico transparente, que comportam 1, 1,5,2,2,5,3 ou 6 litros da
solução estéril e livre de oligoelementos.
Composição - elementos eletrolíticos, dextrose, ou glicose, e água.

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Concentração - atualmente encontram-se concentrações de 1,5%, 2,5%, 4,25% e 7,0%. A


porcentagem é calculada a partir da concentração de glicose na solução.
pH - os preparados possuem um pH por volta de 3,5, ou seja, um pH ácido, para impedir a
caramélização da glicose.
Temperatura - ao infundir deve-se manter a solução de diálise em temperatura ambiente ou
aquecida, próxima da temperatura corpórea. Para esse aquecimento são utilizadas estufas, forno de
microondas ou placas aquecidas.

Aplicação - com cateteres especiais e equipo de diálise composto de duas conexões: uma para o
paciente e outra para a drenagem.
Uso de drogas na solução – deve-se adicionar heparina na solução para evitar a obstrução do
cateter por presença de coágulos ou fibrinas. Quando ocorre obstrução, pode-se usar estreptoquinase
ou uroquinase para a retirada do coágulo. Em casos de peritonite, é comum o uso de antibiótico.

Vias de acesso
Existem basicamente dois tipos de cateteres peritoneais: os agudos e os crônicos.
É um cateter rígido, reto ou ligeiramente curvo, com diversos orifícios, laterais na extremidade
distal trazendo em seu interior um fio-guia de metal. É removido no máximo em três dias de uso
consecutivo e, em alguns casos, põe-se em seu lugar uma prótese chamada prótese de Deane, para
se manter o orifício abdominal aberto para a instalação de nova diálise peritoneal. Este tipo é
utilizado em DPI.

Cateter crônico
É um cateter de borracha siloconizada, com um dois cuffs. Como o agudo, é composto de diversos
orifícios lateralizados na porção distal. Sua instalação se dá por processo cirúrgico e ele fica
permanentemente no paciente. É utilizado em DPI, DPAC e DPCC.

Complicações
Dor abdominal;
Perfuração de vísceras;
Sangramento;
Obstrução do cateter;
Dificuldade na infusão e na drenagem;
Peritonite;
Alterações eletrolíticas e hipeglicêmicas;
Hipovolemia;
Hipervolemia com sinais de sobrecarga hídrica cardiopulmonar;
Hérnia;
AIterações pulmonares.

Hemodiálise

Trata-se do processo de depuração do sangue através de uma circulação extracorpórea, em que este
mesmo sangue passa por um dialisador para que haja perda de água, eletrólitos e excretas
sangüíneos.

Componentes da hemodiálise
Circuito de sangue;
Circuito da solução dialisante;
Máquina de diálise;

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Membrana dialisadora.

Circuito de sangue
Também denominado linha ou set, este circuito corresponde à tubulação por onde o sangue passará
durante sua circulação extracorpórea.
É denominado set arterial o segmento que leva o sangue do paciente para o dialisador e set venoso o
que retoma com o sangue já dialisado.

Circuito de solução dialisante


Este circuito tem por função levar a solução dialisante até o dialisador e retomar Com esta
acompanhada dos comonentes sanguíneos excretados. Essa solução que retorna pode ser reciclada e
passar novamente no dialisador, assim como apenas uma parte dela ser reciclada, ou até mesmo ser
eliminada no esgoto toda a solução que retorna do dialisador.

Máquina de diálise
Existem vários modelos de máquinas de diálise. Antigamente ela era formada apenas por um tanque
de aproximadamente 120 litros, onde ficava a solução dialisante, e por um outro compartimento,
onde esta era aquecida à temperatura de 36 a 40 graus antes de ser circulada no dialisador. Acoplada
a esta máquina, ficava uma bomba rolete cuja função era circular o sangue, ou seja, impedir que a
circulação extracorpórea parasse.
Dessa forma, havia duas máquinas que, unidas entre si, exerciam duas funções independentes, ou
seja, uma era responsável pela circulação do sangue fora do paciente e a outra pela circulação da
solução.
Esse método ainda é utilizado, porém atualmente encontram-se máquinas de diálise que controlam
tanto a circulação sangüínea como a da solução, sem que se tenha de usar outra máquina. As
máquinas de diálise possuem alarmes para as suas mais diversas funções.

Membrana dialisadora
A membrana dialisadora é também denominada dialisador ou capilar, e consiste em uma estrutura
de formato em espiral, tubular ou plano, composta por milhares de fibras ocas no interior de um
compartimento maior. Essas fibras ocas são formadas por uma membrana semipermeável sintética
ou de celulose. Em seu interior passa o sangue e, ao seu redor, no compartimento maior, passa a
solução dialisante. Fica claro, portanto, que sangue e solução dialisante não se misturam, mas fazem
suas trocas por meio de uma membrana semipermeável localizada no capilar.
Os capilares têm diversas classificações numéricas, que determinam seu tamanho e o diâmetro dos
poros da membrana interna responsável pela maior ou menor perda de água e de outros compostos
sangüíneos.
Portanto, a escolha do capilar depende da estrutura física e biológica do paciente, bem como de sua
idade.
Todos os dialisadores possuem quatro aberturas, das quais duas estão ligadas às fibras internas e
logo tornam-se responsáveis pela entrada e saída do sangue do capilar, e as outras duas ficam para a
entrada e saída da solução dialisadora.
Durante a sessão de hemodiálise, o capilar fica posicionado na vertical e o sentido do sangue é
sempre de cima para baixo, enquanto a solução circula no diaiisador de baixo para cima,
proporcionando assim uma maior troca entre ambos.

Tipos de hemodiálise
Existem hoje basicamente três tipos de hemodiálise: hemodiálise clássica (HDC), hemofiltração
(HF) e hemoperfusão (HP).

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Hemodiálise clássica (HDC)


Na hemodiálise Clássica, Ocorre uma depuração do sangue por meio de sua passagem por um
dialisador em uma circulação extracorpórea. São utilizados os 120 litros da solução dialisante que
fará as trocas com o sangue através da membrana semipermeável. Na hemodiálise clássica, pode-se
utilizar ou não a heparinização do sangue, para que este circule no sistema sem coagular. A
heparinização não é feita de maneira contínua, mas através de aplicações durante a sessão de
hemodiálise. Para avaliar as perdas do paciente durante a hemodiálise, deve-se pesá-Ia antes e após
sua realização. A hemodiálise é feita principalmente em paciente insuficiente renal crônico, e Sua
freqüência é de 2 a 3 sessões por semana, com duração de 3 a 4 horas cada.

Hemofiltração (HF)
O procedimento de hemofiltração respeita as regras básicas da hemodiálise clássica, com a
diferença de utilizar um hemofiltro (dialisador) altamente permeável, que promove a perda pelo
paciente de algumas substâncias não perdidas em diálises comuns. Como essa perda é em grande
quantidade, deve-se fazer a resposição durante a hemodiálise com solução balanceada, como é o
caso do Ringer Lactato Modificado.
A solução dialisante utilizada na hemofiltração é a de diálise peritoneal a 1,5% e não mais aquela
preparada para a hemodiálise clássica. Em alguns casos não se usa solução dialisante.
A hemofiltração é feita de 2 a 3 vezes por semana ou quando há necessidade. Cada sessão pode
variar desde 3 horas até vários dias.

Hemoperfusão (HP)
A hemoperfusão difere da hemodiálise convencional ou clássica pelo uso de hemofiltros com
carvão ativado, o qual possui efeito de adsorção, ou seja, de aderir a substâncias tóxicas para que
estas sejam eliminadas do sangue. É muito utilizada em casos de intoxicação exógena aguda. A
duração e a programação das sessões é feita pelo médico e de acordo com o quadro clínico do
paciente.

Via de acesso
A via de acesso para a hemodiálise é exclusivamente vascular, envolvendo artérias e veias, em
conjunto ou em separado. Esse acesso vascular é dividido em temporário e permanente, e estes
compreendem:

Temporário ;
Cateter shunt arteriovenoso (SAV);
Permanente
fístula arteriovenosa (FAV).

O cateter é utilizado no tratamento do paciente insuficiente renal agudo ou crônico que tenha
necessidade de uma hemodiálise temporária ou falta de acesso permanente. É do tipo percutâneo,
instalado em veias de grande calibre, como a subc1ávia, a jugular interna e a femural.

Existem dois tipos de cateteres:

Cateter de lúmen simples - caracterizado por ter em seu interior apenas uma luz por onde passa o
sangue durante a sessão de diálise. No caso deste cateter, é necessário utilizar dois durante a sessão:
por um deles se retira o sangue e pelo outro faz-se novamente a infusão desse sangue no paciente;
ou deve-se usar um aparelho ciclador que coordena a entrada e a saída do sangue pelo cateter.

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Cateter de duplo lúmen - possui em seu interior um septo que o divide em duas partes, com
orifícios distribuídos ao longo. Não há comunicação entre estas duas partes do cateter, de modo que
por uma se retira o sangue e pela outra este é infundido no paciente.

Shunt arteriovenoso (SAV)

O Shunt arteriovenoso consiste na implantação de um cilindro de plástico duro denominado TIP em


urna artéria e outro em uma veia, interligados externamente, criando-se assim uma circulação
constante por ele. A implantação deve ser feita nas extremidades dos membros superiores ou
inferiores. Comumente são utilizadas a artéria radial e a veia cefálica, para o antebraço, e a artéria
tibial posterior e a veia safena para a perna.
Com a presença deste cateter a circulação das artérias envolvidas fica comprometida, porém os
membros não deixam de ser irrigados pelos outros pares de artérias e veias presentes nestas
extremidades.
Assim como os cateteres, o shunt arteriovenoso pode ser utilizado logo após sua instalação.

Fístula arteriovenosa (FAV)

Consiste em uma anastomose subcutânea de uma artéria com uma veia. Com o tempo, a veia sofre
dilatação de seu calibre e espessamento da parede, permitindo sua utilização contínua e prolongada,
através ele várias punções feitas pela agulha de diálise.
A fístula arteriovenosa pode ser usada depois de 2 a 6 semanas após sua formação. Normahl1ente
escolhe-se o membro não-dominante, a fim de se evitarem complicações em seu funcionamento, e
utilizam-se a artéria radial e a veia cefálica, no nível do antebraço, para a formação de uma fístula.
É possível fazê-lo em outras regiões do corpo, com enxertos autólogos, ou seja, com veia do próprio
paciente - como no caso da safena para fístulas na virilha -, ou com o uso de próteses vasculares
feitas com material denominado teflon. O uso das próteses biológicas de material proveniente de
carótida de bovino não é hoje recomendado para enxertos, em consequência da alta incidência de
complicações trombolíticas.

Complicações durante a hemodiálise:


Hipotensão e/ou hipertensão
Cãibras;
Náuseas e vômitos;
Cefaléia;
Dor lombar;
Prurido;
Febre e calafrios;
Síndrome do desequilíbrio de diálise;
Hemorragia;
Embolia gasosa;
Convulsões;
Embolia múltipla;
Hipercalemia;
Hemólise.
Logo após a hemodiálise:
Hipotensão ou hipertensão;
Edema;
Hemorragia espontânea.

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O paciente insuficiente renal crônico que faz uso de hemodiálise pé1rél o tratamento pode
desenvolver algumas complicações sislêmicas.
Dentre elas estão:
Anemia;
Deficiência vitamínica;
Alteração do paladar;
Distúrbios cardiovasculares (ICC, angina, IM);
Pericardite;
Derrame pericárdico;
Bacteremia / septicemia;
Distúrbios ósseos;
Síndrome do olho vermelho;
Hepatite;
Ascite;
Síndrome da perna irrequieta;
Distúrbios neurológicos;
Menorragia;
Disfunção sexual;
Ginecomastia;
Cálculo renal;
Hipercalemia;
Prurido;
Obstipação;
Artrite.

Cuidados de enfermagem na assistência nefrológica

A taxa de mortalidade em portadores de Insuficiência renal aguda em UTI atinge 80%. Cabe à
equipe de Enfermagem observar e atuar frente a complicações decorrentes de alterações volêmicas,
eletrolíticas e de acúmulo de compostos nitrogenados, na tentativa de reduzir a morbimortalidade
deste grupo de pacientes. Por outro lado, a equipe de Enfermagem de uma UTI deve estar
devidamente capacitada para atuar nas diversas modalidades de métodos dialíticos atualmente
empregados, tais como a diálise extracorpórea e diálise peritoneal.
Logo abaixo, citaremos os cuidados básicos com pacientes com afecções renais de modo geral.
Depois citaremos os cuidados necessários a pacientes que necessitam das diferentes diálises.
Assistência de Enfermagem - Justificativa
Controlar PA, pulso, PVC e FR de 2/2 horas: Detectar prontamente alterações hemodinâmicas.
Avaliar o nível de consciência de 22/ horas: A confusão mental pode ser sinal de uremia e/ou
hipoxemia por acúmulo de líquido.
Controlar o peso: Constatar possível retenção de líquido.
Acompanhar os exames laboratoriais:
Identificar precocemente alterações.

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Assistência de enfermagem aos pacientes submetidos a diálise extracorpórea

Assistência de Enfermagem – Justificativa:


Montar o sistema dialítico: Utilizar técnica asséptica.
Observar a permeabilidade da via de acesso: Identificar precocemente diminuição do fluxo ou
obstruções, prevenindo coagulação de todo o sistema com perda sanguínea.
Manter condição asséptica: Prevenir infecções.
Realizar monitorização de: volume, PVC, PA: Identificar qualquer alteração durante o
procedimento.
Pesar antes e depois de cada seção de diálise: Controlar a perda hídrica.
Desinfectar a máquina de diálise concorrente após o uso, e terminal, a cada 7 dias: Prevenir
contaminação e deterioração do equipamento.

Assistência de enfermagem ao pacientes submetidos a diálise peritoneal

Assistência de Enfermagem – Justificativa:


Promover treinamento do paciente e seus familiares de forma adequada: Evitar distorções de
técnicas e promoção do auto-cuidado.
Preservar o posicionamento do cateter peritoneal: Evitar traumatismos.
Observar sinais de infecção no local:
Detectar precocemente qualquer tipo de infecção.
Verificar as características do banho drenado: Avaliar e detectar qualquer alteração.
Avaliar o aparecimento de dor abdominal: Pode ser o primeiro sintoma de peritonite Detectar perda
sanguínea.
Identificar presença de hemorragias: Detectar perda sanguínea.
Puncionar 2 acessos venosos calibrosos: Necessário para a infusão de líquidos em grande
quantidade e de maneira rápida.
Instalar monitor cardíaco: Avaliar FC e promover controle rigoroso.
Controlar eliminações e infusões: Calcular ganhos e perdas.

Avaliação Neurológica
Assistência de Enfermagem - Justificativa
Avaliar nível de consciência: Detectar alteração no nível de consciência.
Avaliar diâmetro pupilar, simetria e reação à luz: Qualquer alteração pode ser sinal de lesão
cerebral.
Avaliar a escala de Glasgow: Detectar precocemente as alterações cerebrais.

Exposição completa do paciente


Assistência de Enfermagem - Justificativa
Retirar a roupa do paciente por completo: Avaliação total do paciente.

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Examinar a cabeça, região cervical e tórax.


Examinar abdome e pelve: Detectar sinais de edema – hemorragia.
Examinar MMSS e MMII: Detectar possíveis ferimentos e/ou fraturas.
Reavaliar SSVV.
Preparar pacientes para a realização de exame.
Assistir ao paciente politraumatizado requer conhecimento técnico e científico. A equipe de
Enfermagem é responsável por manter a assistência sistematizada, reconhecendo as necessidades
individuais de cada paciente, baseadas no comprometimento e na complexidade do trauma.
A assistência de Enfermagem inicia-se na triagem e definição de prioridades estabelecidas na sala
de emergência e termina após a completa reabilitação e alta do paciente. Durante todo o processo, a
responsabilidade da equipe é fixar prioridades de cuidados, reconhecer alterações no quadro clínico,
avaliar e registrar as respostas ao tratamento.
O trauma é uma situação inesperada, que gera alterações na estrutura familiar e social do paciente.
Compete à enfermagem favorecer e motivar a participação da família no tratamento, visando a
reabilitação precoce.

Profilaxia e Cuidados de Enfermagem na lesões Cutâneas em UTI

Anatomia
- Epiderme
- Derme
- Tecido
- Subcutâneo

Componentes
- Fibras nervosas
- Pêlos
- Glândulas sudoríparas/ sebáceas
- Fibras colágenas
- Células tec. conjuntivo

Função da Pele:
Proteção: a pele atua como barreira física contra microrganismos e outras substâncias estranhas,
protegendo contra infecções e perda excessiva de líquidos.
Sensibilidade: as terminações nervosas da pele permitem que a pessoa sinta dor, pressão, calor e
frio.
Termorregulação: a pele ajuda a regular a temperatura corporal mediante vasoconstrição,
vasodilatação e sudorese
Excreção: a pele ajuda na termorregulação, mediante a excreção de resíduos, como eletrólitos e
água.
Metabolismo: a síntese de vitamina D na pele exposta à luz solar, por exemplo, ativa o
metabolismo de cálcio e fosfato, minerais que desempenham um papel importante na formação
óssea.
Imagem Corporal: a pele detalha a nossa aparência, identificando de modo único cada indivíduo.

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Feridas
Conceito: é qualquer interrupção na pele ou tecido macio, ocorrendo em conseqüência de traumas
devido a cortes,pancadas, deficiências circulatórias, substâncias químicas fortes e calor ou frio em
excesso, produzindo lesões abertas ou fechadas.

1.Quanto ao Grau de Contaminação

Ferida Limpa- lesão feita em condições assépticas e isenta de microorganismos.


Ferida Limpa-Contaminada – Ocorre em tecidos de baixa colonização, sem contaminação
significativa previa, lesão com tempo inferior a seis horas entre o trauma e o atendimento
Ferida Contaminada - lesão com tempo superior a seis horas entre o atendimento e o trauma e com
presença de contaminantes, abertas e com secreções. Desrespeito as técnicas de assepsia.
Feridas Infectada- presença de agente infeccioso local e evidência de intensa reação inflamatória e
destruição de tecidos. Tecido desvitalizado , exsudação purulenta e odor característico

2. Quanto ao Mecanismo da Lesão

INCISAS-são aquelas produzidas por um instrumento cortante.


ex: Bisturi.
LACERADAS- são aquelas com margens irregulares. ex: produzidas por vidro.
PERFURANTES- são caracterizadas por pequenas aberturas na pele. ex: feridas por projeteis de
revólver.
CONTUSAS- são produzidas por objetos rombos e são caracterizadas por traumatismo das partes
moles, hemorragia e edema. Ex: Equimoses

3. Quanto ao Comprometimento Tecidual

Estágio I: comprometimento apenas da epiderme.


Estágio II: ferida com início de ulceração, ocorrendo perda tecidual e comprometimento da derme e
epiderme.
Estágio III: úlceração profunda, comprometimento total da pele e necrose de subcutâneo, não se
estendendo ao músculo.
Estágio IV: destruição de tecido, ocorrendo lesão óssea e muscular.

4. Quanto a Evolução da ferida

• Feridas agudas: cicatrizam dentro de um prazo de tempo esperado das fases de cicatrização;
•Feridas crônicas: cicatrização demorada, reincidentes, patologia subjacente impede sua
cicatrização, prejudicam qualidade de vida do portador. Fase inflamatória prolongada.

Cicatrização

Fenômeno produzido pelos organismos vivos através do aparecimento de novas células, com o
objetivo de substituir o tecido lesado. É a cura de uma ferida por reparação ou regeneração dos
tecidos afetados evoluindo em fases distintas

Fisiologia de cicatrização
A reparação tecidual ocorre em três fases distintas, complexas, dinâmicas e sobrepostas. A
liberação de mediadores ocorre em cascata, atraindo estruturas à periferia da região traumatizada.

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Para que cada fase se inicie é pré-requisito o término da fase anterior. Portanto, qualquer falha ou
prolongamento em uma das fases implica em retardo ou ausência da cicatrização
O conhecimento das fases evolutivas do processo fisiológico cicatricial é fundamental para o
tratamento adequado da ferida

Fase inflamatória

COMPOSTA DE 3 FASES

1. Fase trombocítica - hemostasia

- Inicia o processo de cicatrização -


• interrompem o sangramento
• estimulam a resposta imune

2. Granulocitica

Após 24 horas da lesão inicial, neutrófilos, monócitos e macrófagos se apresentam no local da


lesão
• Controle do crescimento bacteriano
• Remoção de tecido necrótico
– Hiperemia, calor, dor e edema
• Aumento da circulação sangüínea capilar, que estimula e dá suporte ao crescimento epitelial
– Dura cerca de 4-5 dias
Principais funções (angiogênese, síntese de colágeno e proliferação, contração e epitelização)
Principal característica é o desenvolvimento de um tecido novo, vermelho vivo, de aspecto
granuloso (brotos capilares), composto
de capilares e a reconstituição da matriz extracelular , com a deposição de colageno e outros
componentes protéicos.

3. Fase de proliferação ou epitelização

-Formação de uma camada epitelial que veda e protege a ferida de bactérias e perda de líquido
– É essencial um microambiente adequado para estimular o crescimento dessa camada
– É uma camada muito frágil que pode ser facilmente destruída por irrigação vigorosa ou limpeza
impetuosa da área
É a última e mais prolongada fase de cicatrização pode durar meses ou anos
Principais funções:
Deposição de colágeno na ferida
Diminuição da capilarização
-Reparadora ou modeladora
-Surgem os miofibroblastos, responsáveis pela contração da ferida
-A força tensional da cicatriz é determinada pela velocidade, qualidade e quantidade total da
deposição de colágeno
- Nesta fase a cicatriz torna-se mais plana e macia
-Podem ocorrer defeitos cicatriciais como quelóides, cicatrizes hipertróficas ou muito finas e
friáveis e hipercromias.

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Cicatrização

1 - Cicatrização primária ou de primeira intenção:


As extremidades da ferida se encontram próximas umas das outras, formando pequena quantidade
de tecido cicatricial.
Mínimo de perda tecidual
Resposta inflamatória rápida
Reduz incidência de complicações
Bordos regulares unidos por suturas
Cicatriz com menor índice de defeitos

2 - Cicatrização secundária ou por granulação:


As extremidades da feridas estão bastante separadas. Formação do tecido cicatricial das
extremidades em direção ao centro, com cicatriz maior e profunda .conseqüência de complicações
Grande perda tecidual
Período cicatricial mais prolongado devido a resposta inflamatória intensa
Maior incidência de defeitos cicatriciais (cicatriz hipertrófica, quelóide)

3 - Cicatrização por terceira intenção:

Ferida extensamente separada, sendo unida posteriormente com material de suturas.

Fatores que interferem na cicatrização

Fatores Locais- o local da ferida; a profundidade da lesão; grau de contaminação; presença de


secreções; necrose tecidual; infecção local; desidratação do leito da ferida;hemorragias.
Fatores Sistêmicos- idade; estado nutricional; tabagismo, doenças crônicas

Tipo de tecido no leito da ferida

Tecidos viáveis:
Granulação e epitelização
Tecidos inviáveis:
Fibrina desvitalizada, tecidos necróticos

Cor do tecido
Granulação:
Rosa, vermelho pálido, vermelho vivo
Fibrina:
Amarelo, marrom
Necrose:
Cinza, marrom, negra

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Úlcera de pressão

Definição - área localizada de colapso tecidual que resulta de compressão do tecido mole entre uma
proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado de tempo.

Causas
Intensidade da Pressão
Duração da Pressão
Tolerância Tecidual
Fricção
Umidade
Déficit nutricional
Imobilidade
Deterioração do estado mental

Outros fatorespara desenvolvimento da úlcera de pressão

Idade avançada
Baixa pressão sanguínea
Estado psicológico
Fumo
Temperatura corporal elevada
Incontinência urinária ou fecal
Vários diagnósticos: paralisia, lesão de medula espinhal, câncer, problemas ortopédicos, doença
vascular, doença neurológica, diabetes.
Medicações para sedação, narcóticos, analgésicos.

Classificação da úlcera de pressão

Estágio I – mudança na temperatura (calor ou frio), mudança na consistência do tecido (edema,


endurecimento ou amolecimento) ou sensação de coceira ou queimação.
Estágio II – é a perda parcial da pele envolvendo epiderme, derme ou ambas. A úlcera é
superficial e apresenta-se como abrasão, bolha ou cratera rasa.
Estágio III – é a perda de pele na sua espessura total envolvendo danos ou necrose do subcutâneo
que pode se aprofundar, não chegando até a fáscia muscular. Pode se apresentar como uma cratera
profunda.
Estágio IV – é a perda de pele na sua espessura total com destruição extensa ou danos dos
músculos, ossos, ou outras estruturas de suporte como tendão ou articulações.

Cuidados com a pele e tratamento precoce

1.Inspecione a pele pelo menos uma vez diariamente e documente as observações;


2.Individualize a frequência do banho. Use um agente de limpeza suave. Evite água quente e
fricção excessiva;
3.Avalie e trate a incontinência. Quando a incontinência não puder ser controlada, limpe a pele no
momento em que sujar, use uma barreira tópica para umidade e selecione absorventes higiênicos
que forneçam de forma rápida uma superfície seca para a pele;
O ensino do paciente e família é uma importante parte da prevenção e tratamento da úlcera de
pressão.
As seguintes informações devem ser incluídas em um plano de ensino.

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Definição de úlcera de pressão e porque ocorrem.


Os fatores de risco para úlcera de pressão.
Importância da boa nutrição.
Importância de fluídos e prevenção de desidratação.
Inspeção diária da pele.
Reduzir ou eliminar a pressão

Curativos
Conceito:é a proteção da lesão ou ferida, contra ação de agentes externos físicos, mecânicos ou
biológicos. Consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida, se necessário
com finalidade de promover a rapida cicatrização e prevenir contaminação e infecção.

Curativo Ideal:
Mantém a umidade
Remove o excesso de umidade
Permite trocas gasosas
Fornece isolamento térmico
Impermeável a bactérias
Isento de partículas
Permite a retirada sem traumas

Finalidade:
Limpeza da lesão;
- Prencher espaços mortos e evitar a formação de sero-hematomas
- Reduzir edema
- Manter a umidade no leito da ferida
-Promover hemostasia
- Proporcionar um ambiente adequado à cicatrização da ferida;
- Absorver a drenagem;
- Proteger a ferida contra contaminação e traumatismo mecânico;
- Promover conforto físico e mental;
- Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida
- Diminuir a intensidade da dor

Normas básicas de assepsia


Lavar as mãos antes e após;
Remover assepticamente tecidos desvitalizados ou necrosados;
Realizar o procedimento do local menos para o mais contaminado;
Utilizar luvas estéreis ou não estéreis;
Curativos removidos para inspeção devem ser refeitos imediatamente.

LIMPEZA

Processo de limpeza é de fundamental importânica para a reparação tecidual, ela não evolui
enquanto todos os agentes inflamatórios não forem removidos da ferida.
Inclui: desbridamento, soluções (fluidos para limpar e remover bactérias, detritos, exudato, corpos
extranhos, resíduos toxicos e outros do leito da ferida) e antimicrobianos tópicos (utilizados de
forma adequada)
Desbridamento: remoção de tecido necrosado e de corpos/partículas estranhos do leito da ferida.

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Limpeza: é a ação de limpar, tirar a sujidade. A sujidade da ferida pode ser removida com água ou
através de outro método.
Cada etapa da reparação tem uma necessidade, portanto vários métodos ou técnicas podem ser
utilizadas, dependendo da condição do leito da ferida.

Soluções para limpeza


Soro fisiológico 0,9%: perfurar com agulha 40X12 para irrigar a ferida, poder ser aguardada em
geladeira para ser reutilizado quando a técnica usada for limpa
Solução de papaína: 1gr papaína pó + 100 ml de SF colocado em almotolia, substituir com 24 hs.
Anti-sépticos: não recomendados para uso em feridas abertas devido a sua toxicidade (destroi
estruturas celulares)

Curativo comum
Gaze- pode ser usada seca, úmida ou colocada úmida e removida quando seca porém esta última
forma não é recomendada.
Não deve ser usada para proteção de úlceras no estágio I.
Vantagens- Usado para grandes feridas com grande volume de exsudato para absorção, baixo
custo.
Desvantagens – Pode deixar partículas ou fibras na ferida; é difícil garantir uma aplicação
adequada; demanda mais tempo de enfermagem no cuidado pois geralmente necessita de 2 a 3
trocas diárias; precisa ser mantida úmida para evitar que o leito da ferida fique ressecado;

Curativo limpo
a) Ferida limpa e fechada
b) o curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
c) após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
d) utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.

Curativo com dreno


a) O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser realizado será
sempre o do local menos contaminado.
b) O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número de trocas está
diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.
c) Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e após este
período poderá permanecer exposta e lavada com água e sabão.
d) Sistemas de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos ocluídos com
bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas. Após este período, a manutenção da bolsa estéril fica
a critério médico.

Curativo contaminado

Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de substância, com ou sem
infecção. Por estarem abertas, estas lesões são altamente susceptíveis à contaminação exógena.
a) O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco.
b) O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem,
devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
c) O curativo deve ser protegido durante o banho.
d) A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.

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e) As soluções anti-sépticas degermantes são contra-indicadas em feridas abertas, pois os


tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares, produzem hemólise e são
absorvidos pelas proteínas, interferindo prejudicialmente no processo cicatricial.

Semi-oclusivo
Este tipo de curativo é absorvente e comumente é utilizado em feridas cirúrgicas. Vantagens:
- permite a exposição da ferida ao ar;
- absorve exsudato da ferida;
- isola o exsudato da pele saudável adjacente

Oclusivo
- Não permite a passagem de ar ou fluidos, sendo uma barreira contra bactérias. Tem como
vantagens:
- vedar a ferida, a fim de impedir pneumotórax;
- impede a perda de fluidos
- promove o isolamento térmico e de terminações nervosas
- impede a formação de crostas

Compressivo
É utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, ou promover estase sanguínea e ajudar na aproximação
das extremidades do ferimento.

Curativos abertos
São realizados em ferimentos descobertos e que não tem necessidade de serem ocluídos. Algumas
feridas cirúrgicas (após 24 horas), cortes pequenos ou escoriações, queimaduras etc.

Técnica básica de curativo


1.Lavagem das mãos antes e ´pós a realização de cada curativo, mesmo que seja num mesmo
paciente;
2. Utilizar sempre material estéril;
3. Não falar próximo à ferida e ao material esterilizado, usar máscara;
4. Manter drenos em posição que possa ser mais efetiva na drenagem;
5. Nunca colocar material contaminado no carrinho de curativo, na bandeja com material de
curativo, na cama, mesa de cabeceira ou sobre recipiente de lixo. No carrinho de curativo somente
material de curativo;
6. Tocar a incisão somente com pinça ou luvas estéreis;
7. Seguir o princípio do menos contaminado para o mais contaminado;
8. Observar sinais de infecção;
9. Registrar no prontuário.

Fármacos na uti

1. Vasoativos ou inotrópicos:
Epinefrina, Norepinefrina, Dopamina e Amrinoma.
Melhoram a contratilidade miocárdica, são usados no choque cardiogênico, PCR e insuficiência
cardíaca.
AÇÃO: estimular os receptores alfa e beta.
Receptores alfa produzem: vasoconstricção, dilatação da íris, relaxamento intestinal e contração
dos esfíncteres intestinal e vesical.
Receptores beta produz: aceleração cardíaca e aumenta a força de contratação miocárdica além de

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vasodilatação, broncodilatação e relaxamento intestinal.

Epinefrina: é eleita no tratamento de PCR, através de infusão continua, para manutenção da


pressão arterial.
Em dose baixa: produz aumento da frequência cardíaca, do volumem sistólico e do consumo
cardíaco. E diminui a resistência sistêmica.
Em dose alta: produz vasoconstricção e queda da perfusão coronária. È feita em infusão contínua
acompanhada de dobutamina afim, de evitar que o efeito vasoconstrictor renal provoque lesão
renal.

Norepinefrina: aumento a contratilidade cardíaca e é vasoconstrictor de fluxo mesentérico e renal.


É feita em infusão continua acompanhada de dobutamina afim, de evitar que o efeito
vasoconstrictor renal provoque lesão renal.

Dopamina: atua sobre os receptores betas adrenérgicos e na liberação de norepinefrina das


terminações simpáticas.
Por ser substância irritante é administrada em veias de grande calibre.
Em doses baixas (menos de 2g/kg/min.), aumenta a perfusão renal e a diurese.
Em doses superiores (2 a 8g/kg/min.), provoca aumento da freqüência cardíaca e do volume
sistólico.
Em doses superiores a 8g/kg/min., produz aumento das pressões de enchimento ventricular.

Dobutamina: é utilizada em infusão continua e associada à dopamina é utilizada no tratamento do


choque.
Aumenta o volume sistólico e o consumo cardíaco.

AMRINONA: é útil na insuficiência cardíaca com hipotensão.


É feita em infusão endovenosa contínua.
Produz intensa ação vasodilatadora, aumenta o consumo cardíaco e reduz as pressões de
enchimento ventricular.

2. ANTIARRÍTMICOS:

Amiodarona, Lidocaína, Verapamil, Digoxina, Propranolol e Atropina.


São utilizados no tratamento e na profilaxia das diferentes arritmias cardíacas.

Amiodarona: está indicada nas taquiarritmias, na prevenção e recidiva da fibrilação atrial.


Usa-se em infusão continua e comprimidos (tratamento profilático).
Produz vasodilatação coronariana, diminui o consumo de oxigênio.

Lidocaína: anestésico local, em cuidados intensivos é usada por atuar especificamente no tecido
cardíaco.

Verapamil: é indicado no tratamento de taquiarritmia supraventricular e na fibrilação atrial.


Por ser antagonista do cálcio, impede as correntes cálcio dependentes.

DIGOXINA: é indicada no tratamento da fibrilação atrial e na insuficiência cardíaca congestiva.

PROPRANOLOL: é indicado na recuperação do IAM e no tratamento da hipertensão arterial.


Diminui a força e a frequência da contração cardíaca.

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Atropina: é eleito no tratamento das bradicardias e é feito por via endovenosa.

3. Nitrito:

Nitroglicerina e Dinitrato de isossorbitol.


São utilizados na insuficiência coronária produzidas pelo IAM e pela angina de peito.

Nitroglicerina: indicada no tratamento e profilaxia da isquemia miocárdica, devido a IAM ou


angina.
Forma de apresentação: endovenosa, gel, aerossol, drágeas e tópica.
Tem efeito vasodilatador permitindo maior aporte de O² ao miocárdio.

Dinitrato de isossorbitol: produz vasodilatação coronariana, administra-se por via oral ou


endovenosa.
É indicado na profilaxia da angina e do IAM.

4. Antipertensivos:

Nitroprussionato de sódio, Nifedipina, Hidralazina.


São utilizados no tratamento e prevenção da hipertensão arterial.

Nitroprussinato de sódio: hipotensão de ação rápida e fugaz.


Utilizado em infusão continua endovenosa.
Deve-se protegê-lo da luz.

Nifedipina: produz vasodilatação e reduz a pressão arterial. É administrado por via oral e
sublingual.

Hidralazina: produz vasodilatação e reduz a pressão arterial. Administra-se por via endovenosa.

5. Diuréticos:

Estimulam a função renal, para o tratamento da hipertensão arterial.

Furosemida: utilizado para formar a diurese e em todo tipo de edema. Administra-se por via
endovenosa continua e oral.

Manitol: diurético de escolha pré hipertensão intracraniana, traumatismo craniano grave e


hemorragias cerebrais. A administração é a endovenosa rápida.

Espirolactona: atua no túbulo renal distal e é administrado por via oral.

6. ANTIBIÓTICOS:

• Na UTI usam-se todos os tipos de antibióticos existentes, pois a infecção é um problema muito
importante e tem alta incidência.
• Habitualmente a administração se dá por via endovenosa.

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7. Antiacidos:

Famotidina, Ranitidina, Sucralfato, Almax, Hidróxido de alumínio gel.


Usa-se como profilaxia a fim de evitar, “ulceras de estresse”, provocadas por hipersecreção gástrica
e é antagonista de H². Atua neutralizando a ação do ácido clorídrico, bloqueando as ações gástricas
e também reduzindo a secreção gástrica.

Famotidina: é antagonista de H², de ação rápida, administrada por via endovenosa ou em


comprimido.

Ranitidina: é antagonista de H², administrado como profilaxia da hemorragia gastrintestinal, é


feito por via endovenosa ou oral (comprimidos).

Sucralfato: utilizado como profilaxia da úlcera de estresse, protege a mucosa gastrintestinal,


administrado em suspensão ou em comprimido por via oral.

Almax: é neutralizante do ácido clorídrico e atua sobre a pepsina ativa, é administrado em


suspensão oral ou por SNG.

Hidróxido de aluminio gel: indicado nos casos de hipercloridrina e gastrite e neutralizante do


ácido clorídrico. Administrado em suspensão por via oral ou por SNG.

8. Antipireticos:

Dipirona, Acetilsalicitato de lisina.


Utilizado para controle da febre e em pacientes críticos.

Dipirona: exerce vasodilatação periférica para baixar a temperatura, tem efeito colateral de
provocar hipotensão e oligúria. Se administrada por via endovenosa fazer diluição e aplicar
lentamente.

Acetilsalicitata de lisina: ácido salicílico, a vasodilatação ocorre por ação central no termostato
hipotalâmico, após diluição administra-se por via endovenosa e tem Menos complicações que a
dipirona.

9. Sedativos:

Midazolam, Diazepam, Tiopental.


Habitualmente é utilizado para manter os pacientes tranqüilos e adaptados a ventilação mecânica,
assim também como para controlar os quadros de agitação.

Midazolam: tem propriedades miorrelaxantes e anticonvulsivantes, tem ações sedativas, é


administrado por influsão continua.

Diazepam: indicado nos estados de agitação e sedação administra-se por via endovenosa.

Tiopental: tem ação curta, é usado como indutor anestésico para realizar intubação.

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10. Relaxamento muscular:


Brometo de pancurônio, Cloreto de Dexametazoneo.
Produz paralisia flácida dos nervos, diminuindo e abolindo a contração dos músculos voluntários.

Brometo de pancurônio: indicado para apoiar a ventilação arterial de pacientes intubados,


administra-se por via endovenosa.

Cloreto de dexametôneo: tem ação intensa e breve e está indicado para o relaxamento do paciente
em manobras de intubação endotraqueal. Administra-se por via endovenosa.

Morte na uti

O significado da morte não é o mesmo para todos. A imagem, a visão, e a concepção de morte, têm
o seu valor e sentido distintos na sociedade e em cada cultura, principalmente nos rituais que se
seguem ao momento, nos costumes de pesar e nas sensações, que ficam imortalizadas sobre as
sensações funerárias e na memória dos entes mais queridos.
O crente vê a morte como um momento de transição, de reencontro e de abraço com a vida eterna.
Na cultura ocidental, para quem não acredita a morte como evolução natural do ser, ela provoca
negação.
Quem ver morrer alguém teme a sua própria morte e reage como se fosse consigo.
Outras filosofias vêem na morte a fim solene, sendo como momento critico, com uma dor de
abandono e de ajustes de contas co a educação religiosa recebida.
Finalmente, a sociedade teme por não poder ter uma morte digna, pois a maior parte das doenças
passa além do âmbito familiar e do cuidadoso carinho dos parentes e amigos, resultando em uma
internação em hospital, onde se pretende proteger assepticamente os últimos momentos do
moribundo e onde a pessoa doente estará aos cuidados de pessoas estranhas.

Atuação de profissional de enfermagem

O profissional de enfermagem desafia a morte no seu trabalho diário, porém, não deve acostumar-
se a ela. Da mesma maneira que fomos capazes de atender as necessidades do paciente durante o
internamento, devemos ser capazes de responder integralmente ao último cuidado requerido.
O profissional de enfermagem deve ainda mostrar-se compreensivo para com os familiares e
amigos neste momento de dor e também dar orientações em relação aos trâmites legais e
burocráticos necessários.

Cuidados após o falecimento

O trabalho deve ser realizado de forma rápida e silenciosa, procurando fazer com que os demais
pacientes não fiquem afetados pelo falecimento, devendo agir respeitosamente em todo
procedimento, pois o paciente ainda que morto, é um ser humano.

Cuidados prévios

• Proporcionar atendimento religioso se for este o caso.


• Permitir a entrada da família, segundo as normas estabelecidas pela instituição, porém
flexibilizando-as neste momento.

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Atuação imediata
• Verificar se o médico certificou o óbito.
• Se o falecimento se deu por causa patológica: preparar o corpo “fazer a múmia”
• Se a morte constitui um caso judicial, o médico notificará aos serviços respectivos: o
procedimento habitual deve ser anulado e proceder-se à cobertura do cadáver com um lençol.
O corpo não deve ser manipulado desnecessariamente, a fim de criar obstáculos no processo
judicial

Procedimentos no falecimeto natural

• Para manusear o paciente utilizar EPI (avental, máscara, gorro, luvas), a fim de evitar possíveis
contágios;
• Retirar as drenagens, cateteres e sondas;
• Limpar o corpo, imobilizando-o com cuidado e respeito: tampar os orifícios naturais e artificiais
com algodão.
Em alguns casos convém suturar as feridas pós-cirúrgicas;
• Mudar a roupa de cama, colocando um lençol debaixo o que irá embrulhar o corpo;
• Alinhar o corpo e fechar-lhe as pálpebras, tampar a boca preenchendo-a com algodão e unir os
lábios, cruzar os braços sobre o peito, juntar os punhos e também os tornozelos;
• Envolver o corpo com um lençol, deixando a face visível;
• Cobrir o corpo completamente com outro lençol;
• Avisar aos funcionários que irão transportar o corpo até o necrotério;
• Ao final do procedimento realizar limpeza e desinfecção da sala;
• É importante que a equipe de enfermagem seja cuidadosa para que os outros pacientes não
percebam a situação.

Cuidados de enfermagem relacionados com o procedimento

• Permitir aos familiares que fiquem alguns momentos com o cadáver: Entregar a família os objetos
de uso pessoal e de valor;
• Identificar com adesivo os dados pessoais do cadáver;
• Recolher as roupas e os materiais em sacos, se a patologia do paciente era infecciosa, roupas e
objetos devem ser colocados em sacos apropriados.

Trâmites burocráticos e clínicos

Devemos reconhecer os trâmites relacionados com o óbito:


• Certificado de óbito e/ou impresso judicial (se for o caso), assinados pelo médico;
• Impresso de transferência para o necrotério. Neste impresso constará: nome do falecido, hora da
morte, assinatura e data e se o óbito é ou não judicial. Entregar uma cópia para a família;
• No registro de enfermagem assinalar o dia e hora do falecimento e as observações relacionadas ao
mesmo.

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