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09/01/14 MEMÓRIAS DE CHARLES G.

FINNEY CAPÍTULO XXVII--O AVIVAMENTO EM AUBURN EM 1826

A VERDADE DO EVANGELHO
MEMÓRIAS DE CHARLES G. FINNEY
por Charles G. Finney

CAPÍTULO XXVII.

MAIS UM INVERNO EM BOSTON

No outono de 1843, fui chamado novamente a Boston. Em minha última visita, uma grande
agitação sobre a segunda vinda de Cristo tomara conta de Boston. O Sr. Miller, que estava à
frente do movimento, dava palestras e aulas bíblicas diárias, nas quais ele dava instruções e
inseria suas idéias tão peculiares. Seus ensinamentos geraram uma grande agitação um tanto
quanto selvagem e irracional. Assisti à aula do Sr. Miller uma ou duas vezes, depois disso,
convidei-o até meus aposentos e tentei convence-lo de que aquilo era um erro. Chamei sua
atenção para a construção que ele dava às profecias e, pensei ter-lhe mostrado que estava
inteiramente errado em algumas de suas visões mais fundamentais. Ele respondeu que eu
adotara um curso a seguir na investigação que detectaria seus erros, se ele tivesse algum. Tentei
mostrar-lhe que seu erro fundamental já havia sido detectado.

Na última vez que participei de sua aula bíblica, ele estava ensinando a doutrina de que Cristo
viria pessoalmente, e destruiria seus inimigos, em 1843. Ele deu o que ele mesmo chamou de
'uma exposição da profecia de Daniel' sobre o assunto. Ele disse que a pedra cortada do
monte, sem mãos, que rolara abaixo e destruíra a imagem aqui mencionada, era Cristo. Quando
ele veio até meu quarto, chamei-lhe a atenção para o fato de que o profeta afirmara
expressamente que a pedra não era Cristo, mas sim o reino de Deus, que o profeta ali
apresentava a igreja, ou o reino de Deus, como sendo quem destruía a imagem. Isso estava tão
claro que o Sr. Miller foi obrigado a reconhecer que era de fato a verdade, que não era Cristo
que destruiria aquelas nações, mas sim o reino de Deus. Perguntei-lhe então se ele achava que
o reino de Deus iria destruir aquelas nações, no sentido em que ele ensinara que seriam
destruídas, pela espada, ou declarando guerra contra elas. Ele disse que não, não podia
acreditar que seria assim. Então eu perguntei "Não seria a substituição do governo o objetivo, e
não a destruição do povo? E não deve isso ser feito pela influência da igreja de Deus, ao trazer-
lhes luz a suas mentes em relação ao evangelho? E se esse é o significado, onde está o
fundamento para seus ensinamentos de que, em certo momento, Cristo virá em pessoa destruir
todos os povos da terra? Agora, isso é fundamental para seus ensinamentos. Isso é o grande
ponto para o qual você chama atenção em suas aulas, e aqui há um claro erro. As próprias
palavras do profeta ensinam o direto oposto do que você tem ensinado." Mas em vão era
argumentar com ele e com seus seguidores naquela época. Acreditando, como eles com certeza
faziam que a vinda de Cristo estivesse próxima, não era de se admirar que estivessem muito
agitados com ansiedade para que fossem convencidos do contrário.
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Quando eu cheguei lá, no outono de 1843, descobri que uma forma particular de agitação
estourara, mas muitas formas errôneas permaneceram no meio do povo. De fato, descobri que
era verdade algo sobre Boston que o Dr. Beecher assegurara-me no primeiro inverno que
trabalhei lá. Ele me disse "Sr. Finney, o senhor não pode trabalhar aqui da mesma forma que
trabalha em qualquer outro lugar. O senhor deve seguir um caminho diferente de ensino, e
começar pelos mais básicos fundamentos, pois o Unitarismo é um sistema de negações, e sob
os ensinamentos deles, os fundamentos do Cristianismo estão esmorecendo. O senhor não
pode negligenciar nada, pois os Unitários e os Universalistas destruíram as fundações, e as
pessoas estão boiando, sendo levadas pelo fluxo. A massa popular não tem uma opinião
concreta, qualquer um consegue uma platéia para escutar o que tem a dizer, e quase todas as
formas de erros convencíveis conseguem espaço e seguidores.".

Desde então, vi que isso era verdade, e uma verdade que dominava uma área muito maior do
que qualquer outro campo de trabalho onde já estivera. O povo em Boston não tinha
posicionamento algum em suas convicções religiosas, menos do que todos os lugares onde já
trabalhei, sem levar em consideração sua inteligência, pois são com certeza um povo muito
inteligente em todos os assuntos, exceto no assunto da religião. É extremamente difícil fazer com
que as verdades religiosas sejam enraizadas em suas mentes, por que a influência dos
ensinamentos do Unitarismo tem sido de fazê-los questionar todas as principais doutrinas da
bíblia. Seu sistema é um sistema de negações. Sua teologia é negativa. Eles negam praticamente
tudo, e afirmam quase nada. Em um campo como esse, os erros encontram ouvidos populares
abertos, e os pontos de vista mais irracionais sobre assuntos religiosos passam a ser defendidos
por um grande número de pessoas.

Comecei minhas obras na capela Marlborough nessa mesma época, e ali encontrei uma
situação bastante singular. Uma igreja havia se formado, composta em sua maioria por radicais,
e a maior parte dos membros defendia pontos de vista extremos, sobre vários assuntos. Eles
vinham de outras igrejas ortodoxas, e uniram-se em uma só comunidade, na capela
Marlborough. Eles eram fieis e muito consistentes, adeptos à reforma, pessoas muito boas, mas
eu não posso dizer que eram um povo unido. Seu extremismo parecia ser um elemento de
repelência mútua entre eles. Alguns deles eram extremamente contra a resistência, e defendiam
que seria errado o uso de qualquer força física, ou qualquer outro meio físico, até mesmo para
controlar seus próprios filhos. Tudo deve ser feito pela persuasão moral. No geral, contudo, era
um povo honesto, de oração, um povo cristão. Não tive muitas dificuldades em conviver bem
com eles, mas na época, a agitação do caso Miller, e de muitos outros casos, começara a gerar
bastante confusão em seu meio. Como igreja, sua situação estava longe de ser próspera.

Um jovem rapaz de nome S levantara-se no meio deles, e dizia-se um profeta. Conversei


muitas vezes com ele, e tentei convencê-lo de que ele estava errado. Trabalhei com seus
seguidores, tentando fazê-los enxergar que ele estava errado. No entanto, vi que seria
impossível fazer qualquer coisa com ele, ou com eles, até que por fim, ele acabou se
comprometendo em vários pontos, e previu que certas coisas aconteceriam em certas datas.
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Uma delas era que seu pai morreria em certo dia. Então eu lhe disse: "Agora o provaremos.
Agora a veracidade de suas pretensões será testada. Se essas coisas que você previu vierem a
acontecer, da forma que disse, nas datas que disse, então teremos razões para acreditar que
você é um profeta. Mas se elas não acontecerem, será provado que você está enganado." Isso
ele não podia negar. Segundo a boa providência de Deus, esses eventos relacionados às suas
previsões foram descartados, em poucas semanas, pois nenhum ocorreu. Ele apostara sua
reputação como profeta em tais previsões, e esperava por seu cumprimento. É claro que todas
elas falharam, ele falhou, e nunca mais ouvi falar sobre suas previsões novamente. Mas ele
confundiu muitas mentes, e acabou por neutralizar seus esforços. Não sei de nenhum de seus
seguidores que tenha chegado a recuperar suas antigas influências como cristãos.

Durante esse inverno, o Senhor sucumbiu minha própria alma, e recebi um novo batismo de Seu
Espírito. Eu me hospedava no hotel Marlborough, e meu quarto e escritório ficavam do lado do
edifício da capela. Minha mente era muito levada a orar, por muito tempo, como de fato
sempre foi, todas as vezes que trabalhei em Boston. Eu havia sido favorecido ali,
uniformemente, com um forte espírito de oração. Mas nesse inverno, em particular, minha
mente estava em extremo tomada pela questão da santidade pessoal, e a respeito da situação
da igreja, sua necessidade do poder de Deus, a fraqueza das igrejas ortodoxas em Boston, a
fraqueza de sua fé, e sua necessidade do poder em meio a tal comunidade. O fato de que eles
alcançavam um pequeno ou quase nulo progresso em superar os erros daquela cidade afetava
muito minha mente.

Entreguei-me grandemente à oração. Depois de meus cultos noturnos, retirava-me tão cedo
quanto podia, mas levantava-me às quatro horas da manhã, porque não conseguia mais dormir,
ia imediatamente para o escritório, e começava a orar. Minha mente envolvia-se tanto com a
oração, que muitas vezes eu continuava a orar do momento em que levantava, às quatro horas,
até que o sino tocasse para o café da manhã, às oito. Gastava meus dias pesquisando as
Escrituras, o máximo que pudesse. Durante todo o inverno, não li nada além de minha bíblia, e
muito dela parecia ser novo aos meus olhos. Mais uma vez o Senhor me levou de Gênesis a
Apocalipse. Levou-me a ver a conexão entre as coisas, as promessas, ameaças, as profecias e
seu cumprimento, e de fato, toda a Palavra parecia-me reluzir, mas não era somente luz, parecia
que a Palavra de Deus tinha incutida em si a própria vida de Deus.

Depois de orar dessa forma por semanas e meses, certa manhã enquanto orava, ocorreu-me
um pensamento. E se, depois de todo esse ensinamento divino, minha vontade não tiver sido
levada e esses ensinamentos surtassem efeito apenas em minha sensibilidade? Será que não foi
a minha sensibilidade que foi na verdade afetada por essas revelações da bíblia, e meu coração
não está de fato subjugado a elas? Nesse momento, várias passagens das escrituras vieram à
minha mente, tais como essa: "Assim, pois, a palavra do Senhor lhes será mandamento sobre
mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra: um
pouco aqui, um pouco ali, para que vão e caiam para trás, e se quebrantem, e se enlacem, e
sejam presos." Quando o pensamento de que eu pudesse estar enganando a mim mesmo
passou pela primeira vez em minha mente, abateu-me quase que como uma serpente. Gerou
uma aflição que não posso descrever. As passagens das Escrituras que me ocorreram, nessa
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direção, por alguns momentos aumentaram e muito minha aflição. Mas fui diretamente levado a
apoiar-me na vontade perfeita de Deus. Eu disse ao Senhor que se Ele visse que era sábio e
bom, e que se a Sua honra exigisse que eu fosse levado à desilusão, e enviado para o inferno,
eu aceitava Sua vontade, e disse-lhe "Faça comigo o que a Ti parecer bom".

Pouco tempo antes disso, eu havia pelejado grandemente para consagrar-me a Deus, num
sentido mais alto do que jamais havia imaginado como meu dever, ou concebera como possível.
Muitas vezes já havia colocado minha família inteira sobre o altar de Deus, deixando-os à Sua
mercê e disposição. Mas nesta vez da qual falo agora, tive uma grande peleja para entregar
minha esposa à vontade de Deus. Ela estava com uma saúde muito frágil, e era evidente que
não viveria por muito mais tempo. Eu jamais vira tão claramente, em que implicava deixa-la,
com tudo mais que tinha, sobre o altar de Deus, e por horas pelejei de joelhos, para entregá-la,
plenamente, à vontade de Deus. Porém, vi que era incapaz de fazê-lo. Fiquei tão chocado e
surpreso com isso que suava frio de agonia. Pelejei e orei até a exaustão, e descobri que era
completamente incapaz de entregá-la plenamente à vontade de Deus, a ponto de não fazer
objeção alguma ao que Ele pudesse fazer com ela, de acordo com Sua vontade.

Isso muito me atribulou. Escrevi para minha esposa, contando-lhe da luta que tivera, e da
preocupação que tinha por não estar disposto a entregá-la, sem reservas, à perfeita vontade do
Senhor. Isso foi pouco tempo antes de ter essa tentação, como agora me recordo, da qual
tenho falado, quando aquelas passagens das Escrituras vieram agonizantes sobre minha mente,
e quando a amargura, quase de morte, parecia por alguns instantes, possuir-me, ao pensar que
minha religião pudesse ser apenas de emoções, e que os ensinamentos de Deus pudessem
afetar nada além de minha alma. Mas como já disse, depois de pelejar por alguns momentos
com esse desencorajamento e amargura, que atribuo desde então ao dardo inflamado de
Satanás, fui levado a apoiar-me, de forma mais profunda do que nunca, na infinita benção e
perfeita vontade de Deus. Então eu disse ao Senhor que tinha tamanha confiança nEle, que
sentia-me perfeitamente disposto, a entregar a mim mesmo, minha esposa e minha família, por
inteiro à sua disposição para que fossem tomados de acordo com Sua sabedoria.

Então tive uma visão mais ampla do quê implicava na consagração a Deus. Passei bastante
tempo de joelhos, considerando e examinando o assunto, e entregando tudo à Sua vontade, os
interesses da igreja, o progresso religioso, a conversão do mundo, e a salvação ou condenação
de minha própria alma, conforme Sua vontade decidisse. De fato, lembro-me que fui tão longe
a ponto de dizer ao Senhor, de todo coração, que ele podia fazer qualquer coisa comigo ou
com tudo que era meu, de acordo com Sua bendita vontade, que eu tinha tamanha confiança
em Sua bondade e amor, que acreditava que nada que Ele fizesse, teria minha objeção. Senti
um tipo de ousadia ao dizer-lhe para fazer comigo o que a Ele parecesse bom, que não poderia
fazer nada que não fosse perfeitamente sábio e bom, e que, portanto, eu teria o melhor em
aceitar qualquer coisa que Ele pudesse escolher no tocante a mim e aos meus familiares. Um
descanso muito profundo e perfeito na vontade de Deus jamais havia conhecido.

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O que parecia estranho para mim era que eu não conseguia sentir minha antiga esperança, nem
conseguia lembrar, de forma clara, de nenhum dos períodos de comunhão e segurança divina
que experienciara. Posso dizer que abandonei minha esperança e descansei sobre uma nova
fundação. Quero dizer, abandonei minha esperança de qualquer experiência passada, e lembro-
me de ter dito ao Senhor que não sabia se Ele pretendia me salvar ou não. Nem estava
preocupado em saber. Eu estava disposto a sujeitar-me ao meu destino. Eu disse que sabia que
Ele me guardara, e trabalhara em mim por Seu Espírito, e estava me preparando para o céu,
trabalhando santidade e vida eterna em minha alma, então eu deveria concluir que Ele pretendia
me salvar. Que se, por outro lado, eu me visse vazio, sem força, sem amor e luz divina, eu
poderia concluir que Ele via que era sábio e funcional, que eu fosse para o inferno, e que em
ambas as situações, eu aceitaria Sua vontade. Minha mente firmara-se em um perfeito estado
de aceitação.

Isso começou bem cedo de manhã, e continuou por todo aquele dia, eu parecia estar num
perfeito estado de descanso, corpo e alma. Uma pergunta veio à minha mente muitas vezes
durante o dia "Você ainda adere à sua consagração, e permanece na vontade de Deus?" Sem
hesitar, eu dizia "Sim, não volto atrás em nada. Não tenho motivos para voltar atrás, não fui
além do razoável em pedidos e profissões. Não tenho motivos para voltar atrás. Não quero
voltar atrás." O pensamento de que eu pudesse estar perdido não mais me perturbava. De fato,
posso crer que durante todo aquele dia, eu não pude encontrar em minha mente o menor medo
sequer, nenhuma emoção perturbadora. Nada me perturbava. Eu não estava animado nem
deprimido, não estava alegre nem triste, pelo que podia ver. Minha confiança em Deus era
perfeita, minha aceitação de Sua vontade era perfeita, e minha mente estava tão calma quando
os céus.

No cair da noite, uma pergunta veio à minha mente, "E se Deus me mandar para o inferno?"
"Oras, eu não faria objeção nenhuma." "Mas pode Ele mandar uma pessoa para o inferno, se
essa pessoa aceita Sua vontade, da maneira que você o faz?" foi a próxima pergunta. Essa
pergunta, tão logo surgiu em minha mente, e foi respondida. Eu disse "Não, é impossível. O
inferno não poderia ser inferno para mim, se eu aceitei a perfeita vontade de Deus." Isso injetou
uma veia de alegria em minha mente, que continuou a crescer cada vez mais, por semanas e
meses, e de fato, devo dizer, por anos. Por anos minha mente estava muito cheia de alegria
para que se enchesse de ansiedade sobre qualquer assunto. Minha oração que fora tão
fervorosa e tão prolongada durante um longo período, parecia em tudo desembocar em "Seja
feita a Tua vontade". Parecia que todos os meus desejos haviam sido atendidos. Tudo pelo que
eu orava, para mim mesmo, eu havia recebido da forma em que menos esperava. "Santidade ao
Senhor" parecia estar inserida em todos os pensamentos de minha mente. Eu tinha tão grande fé
que Deus cumpriria toda a Sua perfeita vontade, que não me preocupava com nada. As
grandes ansiedades sobre as quais minha mente tanto se perturbara por longos períodos de
agonizante oração, pareciam ficar de lado. Isso ocorreu de uma maneira que, por muito tempo,
quando eu me achegava a Deus para ter comunhão com Ele, como fazia com muita freqüência,
caía sobre meus joelhos e achava impossível pedir por qualquer coisa, com um mínimo de
sinceridade, exceto para que Sua vontade fosse feita na Terra como é feita nos céus. Minhas
orações eram mergulhadas nisso, e por muitas vezes encontrei-me sorrindo, diante da face do
Senhor, e dizendo que eu não queria mais nada. Eu tinha muita certeza de que Ele cumpriria

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Seu sábio e bom prazer, e que com isso, minha alma ficaria plenamente satisfeita.

Aqui, perdi aquela grande peleja na qual estivera por tanto tempo engajado, e comecei a pregar
para a congregação de acordo com isso, minha nova e ampliada experiência. Havia um número
considerável de pessoas na igreja, que compareciam às minhas pregações, que compreendiam,
e viram a partir de meus sermões o que se passava em minha mente. Presumo que as pessoas
perceberam mais do que eu mesmo, a mudança em minha forma de pregar. É claro, minha
mente estava muito cheia do assunto para que pregasse sobre qualquer outra coisa que não a
presente salvação no Senhor Jesus Cristo.

Nesse momento, parecia que minha mente estava casada com Cristo, num sentido em que
jamais tivera idéia ou concepção antes. A linguagem de Cantares de Salomão era tão natural
para mim quanto minha respiração. Eu pensava que podia compreender muito bem o estado de
espírito no qual Ele se encontrava, quando escreveu aquelas palavras, e então concluí como
tenho pensado desde então, que tal poesia fora não escrita por ele, depois de ter sido
regenerado de sua grande queda. Não somente eu tinha todo o refrigério de meu primeiro
amor, mas também uma vasta ascensão a ele. De fato, o Senhor me levantou muito além do que
qualquer coisa que já experimentara antes, e ensinou-me tanto sobre o significado da bíblia, das
relações de Cristo, e poder, e vontade, que muitas vezes via-me dizendo a Ele "Eu não sabia
nem concebia que tal coisa era verdade". Foi então que eu percebi o que significa dizer que Ele
"é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou
pensamos". E naquele momento Ele me ensinou infinitamente mais do que eu jamais poderia
pensar ou pedir. Eu não tinha consciência do comprimento e largura, da altura e da
profundidade, e da eficiência de Sua graça.

A mim, parecia que aquela passagem "A minha graça te basta" significava tanto, que era
maravilhoso que eu jamais compreendera antes. Encontrava-me exclamando "Maravilhoso!
Maravilhoso! Maravilhoso!" conforme essas revelações eram feitas a mim. Eu pude então
entender o que o profeta queria dizer quando falou "seu nome será Maravilhoso Conselheiro,
Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Passei praticamente o resto do inverno, até
que fui obrigado a voltar para casa, instruindo as pessoas a respeito da plenitude que há em
Cristo. Mas descobri que falava acima do entendimento da maioria do povo. Eles não
compreendiam. Havia, na verdade, um bom número que conseguia entender, e esses foram
maravilhosamente abençoados em suas almas, e tenho motivos para acreditar que progrediram
ainda mais na vida divina, do que jamais antes fizeram.

Mas a pequena igreja que se formara ali não tinha recursos que pudessem, de forma
considerável, funcionar de forma saudável e eficiente. A oposição externa a eles era muito
grande. A massa, até mesmo de professores de religião da cidade, não simpatizava com eles.
As pessoas das igrejas geralmente não estavam dispostas a receberem minhas idéias de
santificação, e apesar de existir alguns indivíduos em praticamente todas as igrejas que estavam
profundamente interessados e grandemente abençoados, ainda assim, como regra geral, o

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testemunho que eu levava não era inteligível a eles.

Alguns deles conseguiam ver onde eu estava. Certa noite recordo-me que o Diácono P e o
Diácono S, depois de escutar minha pregação, e vendo o efeito que ela causara na
congregação, vieram até mim depois que desci do púlpito e disseram "Oras, o senhor está
muito à frente de nós nessa cidade, e muito à frente de nossos pastores. Podemos fazer com
que pastores venham ouvir essas verdades?" Eu respondi "Não sei. Mas gostaria que eles
pudessem ver as coisas como vejo, pois a mim parece de extrema importância que haja um
padrão mais alto de santidade em Boston." Eles pareciam muito ansiosos para que aquelas
verdades fossem expostas diante do povo em geral. Eram bons homens, como o povo de
Boston bem o sabe, mas quais as dores que tomaram de fato para que os pastores pudessem
participar, não sei dizer.

Naquele inverno, trabalhei mais para um avivamento religioso entre cristãos. O Senhor
preparou-me para fazer isso, pela grande obra que Ele fez em minha própria alma. Apesar de
ter muito da vida divina trabalhando dentro de mim, ainda assim, como eu disse, o que
experimentei naquele inverno excedeu tanto o que eu já havia vivenciado antes, que às vezes eu
não conseguia perceber se antes já estivera de fato alguma vez em verdadeira comunhão com
Deus. Para ter certeza de que estivera, muitas vezes e por muito tempo, refleti sobre o assunto,
e recordei de tudo pelo que passei tantas vezes. Parecia-me, naquele inverno, que
provavelmente quando chegarmos ao céu, nossas visões e alegrias, e santos pensamentos
ultrapassarão em muito tudo o que já experimentamos nesta vida, a ponto de quase não
reconhecermos o fato de que tínhamos alguma religião enquanto estávamos neste mundo. De
fato eu havia experimentado por várias vezes alegrias indescritíveis, e profunda comunhão com
Deus, mas tudo isso se tornara tão fosco diante de minha nova experiência, que eu
freqüentemente dizia ao Senhor que antes jamais tivera a concepção das coisas tão
maravilhosas reveladas em Seu bendito evangelho, e da maravilhosa graça que há em Cristo
Jesus. Essa linguagem aprendi quando refleti sobre ela, era comparativa, mas ainda assim todas
as minhas antigas experiências, até então, pareciam seladas, e quase fora de meu campo de
visão.

Conforme a grande agitação da temporada se esvaecia, e minha mente se acalmava, vi mais


claramente os diferentes estágios de minha experiência cristã, e comecei a reconhecer a
conexão de tudo, como tendo sido escrito por Deus do começo ao fim. Mas desde então
nunca mais tive pelejas tão grandes como aquelas, e prolongados períodos de agonizante
oração que tantas vezes vivera. É algo bem diferente prevalecer com Deus, em minha própria
experiência, do que era antes. Posso achegar-me a Deus com mais calma, por causa da mais
perfeita confiança. Ele me faz descansar nEle, e deixar tudo seguir de acordo com Sua perfeita
vontade, com muito mais prontidão do que em qualquer momento antes da experiência daquele
inverno.

Sinto desde então uma liberdade religiosa, uma leveza religiosa e gozo em Deus, e em Sua

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Palavra, uma firmeza de fé, uma liberdade cristã e transbordante amor, isso experimentara
apenas ocasionalmente antes, devo dizer. Não digo que tais pensamentos eram raros para mim
antes, pois eram freqüentes e sempre se repetiam, mas nunca permaneciam como o fazem
desde então. Meu cativeiro parecia, naquele momento, completamente quebrado, e desde
aquela época, tenho tido a liberdade de uma criança para com um pai amoroso. Parecia que eu
podia encontrar a Deus dentro de mim, de tal maneira, que podia descansar nele, e ficar quieto,
depositar meu coração em Suas mãos, e aninhar-me em Sua perfeita vontade, sem qualquer
preocupação ou ansiedade.

Falo de tais exercícios como sendo habituais, desde aquele período, mas não posso afirmar que
jamais tenham sido quebrados, pois em 1860, durante um período de doença, tive uma
temporada de grande depressão e maravilhosa humilhação. Mas o Senhor me tirou de tal vale,
para um descanso e paz estabelecidos.

Poucos anos depois desse período de refrigério, aquela amada esposa, de quem falei, faleceu.
Para mim isso foi uma grande aflição. Contudo, não senti nenhuma murmuração, nem a menor
resistência sequer à vontade de Deus. Entreguei-a a Deus totalmente sem reservas, que possa
me lembrar. Mas isso foi para mim uma grande tristeza. Na noite em que ela faleceu, eu estava
deitado sozinho em meu quarto, e alguns amigos cristãos estavam sentados na varanda,
admirando a noite. Eu estava dormindo há pouco tempo, e ao acordar, o pensamento de minha
consternação passou como um flash em minha mente com imenso poder! Minha esposa se fora!
Jamais escutaria sua voz novamente, nem veria seu rosto! Seus filhos estavam órfãos! O que eu
faria agora? Meu cérebro parecia cambalear, conforme minha mente divagava. Levantei-me no
mesmo instante de minha cama, exclamando, ficarei louco se não conseguir descansar em Deus.
O Senhor logo acalmou minha mente, por aquela noite, mas ainda assim, momentos de tristeza
sobrevinham-me, de forma a quase me sucumbir.

Certo dia eu estava de joelhos, compartilhando com Deus sobre esse assunto, e de uma vez
por todas Ele parecia dizer-me "Você amava sua esposa?" "Sim." eu disse. "Ora, amava-a pelo
bem dela, ou por teu próprio bem? Amava-a ou amava a ti mesmo? Se a amava pelo bem dela,
porque te entristeces por ela estar aqui Comigo? Sua alegria aqui Comigo não te deveria fazer
regozijar ao invés de prantear, se a amava por seu bem? Amava-a" Ele parecia dizer-me "por
amor a Mim? Se a amava por amor a Mim, com certeza não ficarias triste por ela estar aqui
Comigo. Por que pensas em tua perda e dar tanta importância para isso, ao invés de pensar no
que ela ganhou? Podes ficar triste quando ela está cheia de alegria e felicidade? Se a amava
pelo bem dela, será que não se alegrará em sua alegria, e ficará feliz com sua felicidade?".

Jamais poderei descrever os sentimentos que me sobrevieram, quando fui assim dirigido. Isso
gerou uma mudança instantânea em meu estado mental. A partir daquele momento, a tristeza,
em razão de minha perda, foi embora para sempre. Eu não mais pensava em minha esposa
como morta, mas sim viva, e em meio a todas as glórias dos céus. Minha fé, nesse momento,
era tão forte e minha mente tão iluminada, que eu parecia ser capaz de entrar no mesmo estado

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de espírito em que ela estava, nos céus, e se houvesse algo parecido com a comunhão com um
espírito ausente, ou com alguém que está no céu, eu parecia estar em comunhão com ela. Não
que eu jamais tenha suposto que ela estivesse presente, de maneira que pudesse ter uma
comunhão pessoal com ela. Mas eu parecia saber em que estado sua mente se encontrava, que
profundo, irrestrito descanso, na perfeita vontade de Deus. Pude ver que era o céu, e
experimentei em minha própria alma. Eu nunca mais, até hoje, perdi a benção dessas visões.
Elas freqüentemente recorrem a minha mente, como o estado mental em que se encontram os
próprios habitantes do céu, e posso ver por que eles estão em tamanha bem-aventurança.

Minha esposa falecera com uma mente celestial. Seu descanso em Deus era tão perfeito, que a
mim parecia que, ao deixar esse mundo, ela simplesmente entrou em uma compreensão mais
abrangente do amor e fidelidade de Deus, de forma a confirmar e aperfeiçoar para sempre, sua
confiança em Deus, e sua união com Sua vontade. Essas são experiências nas quais tenho
vivido grande parte do tempo, desde aquela época. Mas ao pregar, descobri que não posso
falar essas verdades em lugar algum, nas quais minha própria alma deleita-se para viver, e ser
compreendido, exceto por um restrito número de pessoas. Jamais encontrei mais do que alguns
poucos, até mesmo de meu próprio rebanho, que apreciasse e recebesse aquelas visões de
Deus e Cristo, e a plenitude de Sua gratuita salvação, sobre a qual minha própria alma deleita-
se para se alimentar. Em todos os lugares, sou obrigado a descer ao nível no qual as pessoas
estão, a fim de fazer-me entender, e em todos os lugares onde preguei, por muitos anos.
Encontrei igrejas em níveis tão baixos, a ponto de serem completamente incapazes de absorver
e apreciar, o que eu considero como as verdades mais preciosas do evangelho.

Quando prego a pecadores não arrependidos, sou obrigado, é claro, a voltar aos primeiros
princípios. Em minha própria experiência, já passei há tanto tempo de tais primeiros princípios,
que não posso viver sobre tais verdades tão somente. Contudo, devo pregá-las aos ímpios,
para assegurar sua conversão. Quando prego o evangelho, posso pregar sobre a redenção,
conversão, e muitas das proeminentes visões do evangelho, que podem ser apreciadas e
aceitas, pelos jovens na vida religiosa, e também por aqueles que há muito tempo estão na
igreja de Deus, porém não avançaram muito em seu conhecimento de Cristo. Mas é somente
de vez em quando, que vejo ser realmente proveitoso ao povo de Deus, apresentar-lhes a
plenitude que minha própria alma vê em Cristo. Neste lugar, há um número muito maior de
pessoas, que me entendem, e devoram tais verdades, do que já encontrei em qualquer outro
lugar. Mas, até mesmo aqui, a maioria dos professores de religião não abraça essas verdades
com pleno entendimento. Eles não fazem objeções, tampouco se opõem, e até onde
compreendem, são convencidos. Mas como uma questão de experiência, são ignorantes no
poder das mais altas e preciosas verdades do evangelho da salvação, em Cristo Jesus.

Já comentei que esse inverno em Boston foi gasto em grande parte, com pregações àqueles que
se professavam cristãos, e que muitos deles foram grandemente abençoados em suas almas. Eu
tinha uma grande certeza de que, a menos que os cristãos de Boston assumissem um estilo de
vida com padrões cristãos mais altos, jamais prevaleceriam contra o Unitarismo. Eu sabia que
os pastores ortodoxos pregavam a ortodoxia em oposição ao Unitarismo, por muitos anos, e
que tudo que pudesse ser conquistado por discussão, havia sido conquistado. Mas eu sentia
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09/01/14 MEMÓRIAS DE CHARLES G. FINNEY CAPÍTULO XXVII--O AVIVAMENTO EM AUBURN EM 1826

que, o que os Unitários precisavam, era ver os cristãos vivendo do mais puro evangelho de
Cristo. Eles precisavam ouvi-los dizer, e provar o que diziam com suas vidas, que Jesus Cristo
era um divino Salvador, e capaz de salvá-los de todo pecado. Suas profissões de fé em Cristo,
não estavam de acordo som suas experiências. Eles não podiam dizer que encontravam Cristo,
como O pregavam, em sua experiência. Havia uma necessidade de testemunho vivo de Deus,
testemunho de experiências, para convencer os Unitários, e meros debates, argumentos, ainda
que conclusivos, jamais superariam seus erros e preconceitos.

As igrejas ortodoxas ali são muito formais, são cativas em certos caminhos, tem medo de novas
medidas, medo de avançarem em total liberdade, no uso de novos métodos para salvar almas.
A mim, sempre pareceram estar presos em suas orações, tanto que posso dizer que o espírito
de oração, foi por mim testemunhado muitas vezes em Boston. Os pastores e diáconos das
igrejas, embora fossem bons homens, têm medo do que os Unitários dirão se, em seus métodos
para promover a religião, avançassem de forma a acordar o povo. Tudo deve ser feito em certa
seqüência. O Espírito Santo foi afastado por sua rendição a tal prisão.

Trabalhei em Boston em cinco poderosos avivamentos religiosos, e devo expressar como minha
sincera convicção, que a maior dificuldade na maneira de superar o Unitarismo, e todas as
formas de erro ali, é graças à timidez dos cristãos e das igrejas. Sabendo, como sabem que são
constantemente expostos a críticas dos Unitários, tornaram-se cuidadosos demais. Sua fé foi
deprimida. E eu temo sim que o prevalecimento do Unitarismo e do Universalismo naquele
lugar, os impediu de pregar, e de anunciar o perigo da impiedade, da maneira como o
Presidente Edwards apresentava. A doutrina da condenação eterna, a necessidade de
santificação completa, ou a abstinência total do pecado, como uma condição de salvação, de
fato as doutrinas que são calculadas para incitar os homens não são, temo eu, apresentadas
com a freqüência e poder que são indispensáveis para a salvação daquela cidade.

A pequena igreja na capela Marlborough estava muito desejosa para que eu me tornasse seu
pastor. Então saí de Boston, e vim para casa, com essa pergunta em minha mente. Mais tarde o
Irmão Sears veio, com um pedido formal em seu bolso, para persuadir-me a ir e assumir minha
residência lá. Mas quando ele chegou a Oberlin e consultou os irmãos aqui, sobre a
possibilidade de minha ida, foi tão desencorajado, que sequer chegou a apresentar-me o
convite.

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