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21/11/2018 'Novos brasileiros': os migrantes africanos que estão mudando a cara de São Paulo - BBC News Brasil

'Novos brasileiros': os migrantes africanos que estão mudando a


cara de São Paulo

20 novembro 2018

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21/11/2018 'Novos brasileiros': os migrantes africanos que estão mudando a cara de São Paulo - BBC News Brasil

DIEGO PADGURSCHI

Habituado a caminhar pelo centro de São Paulo, o fotógrafo Diego Padgurschi viu a
região se transformar na última década com a chegada de levas de imigrantes e
refugiados africanos.

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21/11/2018 'Novos brasileiros': os migrantes africanos que estão mudando a cara de São Paulo - BBC News Brasil

Vindos de Angola, Nigéria, Senegal, Gana, Guiné-Bissau, Mali, Guiné e República


Democrática do Congo, entre outras nações, muitos traziam na bagagem tecidos coloridos e
máscaras tradicionais, que passaram a vender nas ruas que há um século fervilhavam com
imigrantes italianos, espanhóis, libaneses e japoneses.

Outros abriam restaurantes típicos, mercadinhos e salões de beleza.

Não há dados precisos sobre a presença de africanos em São Paulo, pois nem todos estão
no cadastro de estrangeiros da Polícia Federal.

Segundo a corporação, 292.288 estrangeiros se mudaram para a cidade entre 2001 e 2017.

A Secretaria Nacional de Justiça, por sua vez, registrou 161 mil pedidos de refúgio no Brasil
desde 2010. O ano com mais solicitações foi 2017, com 33.866, das quais ao menos 4.785
foram feitas por africanos.

Igreja evangélica nigeriana


Inspirado nos fotógrafos malineses Seydou Keita, Malick Sidibè e Adama Kouyaté,
celebrizados pelos retratos de pessoas comuns nas ruas do Mali no século passado,
Padgurschi montou um estúdio móvel e foi atrás de dois dos mais numerosos grupos de
africanos em São Paulo: nigerianos e senegaleses.

Primeiro, instalou-se num domingo à porta de uma igreja evangélica nigeriana na avenida Rio
Branco, no centro da cidade, montou os equipamentos e ficou à espera de quem quisesse
posar.

Depois, repetiu os passos ali perto, na Praça da República, onde todas as segundas-feiras
senegaleses se reúnem para uma sessão de batucadas intercaladas por leituras do Alcorão.

Padgurschi diz que, no início, foi recebido com desconfiança. "Muitos perguntavam quanto as
fotos custariam. Quando dizia que não queria nada, achavam ainda mais estranho", ele conta
à BBC News Brasil.

Após várias visitas, foi ganhando a confiança do grupo. Para deixá-los à vontade, não pedia
qualquer informação pessoal dos fotografados.

Deu certo. Ao longo de um ano, Padgurschi fez cerca de 3 mil fotos de africanos e seus
filhos, vários deles nascidos no Brasil.

Batizado de "Novos Brasileiros", o trabalho buscou retratar a comunidade de uma maneira


pouco habitual.

"Vemos muitas reportagens com tom de denúncia mostrando as duras condições de vida e
de trabalho que os imigrantes e refugiados enfrentam no País. Já eu tentei retratá-los de uma
forma digna, quis fazer fotos que eles pudessem guardar", explica.

Cada vez que voltava aos locais, Padgurschi levava as imagens impressas e as distribuía
aos retratados.

Africanos escravizados no Brasil


Padgurschi lembra que a chegada dos africanos se insere numa longa história que o Brasil
mantém com o continente, marcada por um dos aspectos mais sombrios da formação do
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21/11/2018 'Novos brasileiros': os migrantes africanos que estão mudando a cara de São Paulo - BBC News Brasil

país - a escravidão negra.

Segundo o The Trans-Atlantic Slave Trade Database, uma iniciativa internacional de


catalogação de dados sobre o tráfico de pessoas escravizadas, navios portugueses ou
brasileiros embarcaram suas vítimas em quase 90 portos africanos, fazendo mais de 11,4 mil
viagens.

Dessas, 9,2 mil tiveram como destino o Brasil.

Estima-se que 4,9 milhões de africanos tenham desembarcado no país naquela época.
Nenhum outro lugar do mundo recebeu tantos escravizados. Nos Estados Unidos, em
comparação, foram 389 mil.

Diferentemente dos que chegaram naquele período, Padgurschi diz que os africanos que
desembarcam hoje no país não serão forçados a romper os laços com a terra natal.

"Nenhum negro brasileiro tem seu sobrenome africano, mas sim o de quem o escravizou. Já
os africanos que estão aqui agora poderão repassar seus nomes aos filhos e netos, que
saberão de onde vieram seus antepassados."

"Meu trabalho se propõe a fazer um registro dos novos africanos, que vão conseguir manter
uma conexão com suas origens muito maior do que os escravos, que tiveram suas histórias
apagadas."

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