O século da informação trouxe-nos benefícios incalculáveis, porém
também problemas cujas soluções estão pendentes até os dias atuais. Dentre estes problemas estão aqueles relativos às pesquisas de teor científico, nas quais nem sempre os pesquisadores fazem as devidas citações dos autores consultados. É tão patente esta situação que leis e códigos de éticas foram criados em vista da salvaguarda dos direitos autorais. A humanidade está ordenada para a busca da verdade, assim como o a navalha para o corte e, nesse sentido, é natural que o homem não cesse jamais de buscar a verdade, o conhecimento, do nascer ao cabo de sua vida. Esta é razão fundamental de uma pesquisa científica sadia. E se é que a verdade é adequação do intelecto humano à coisa, isto é, àquela realidade alcançada pelos sentidos, porque de fato são inteligíveis, como diz Tomás de Aquino, então esta mesma verdade foi apreendida por um intelecto, por uma pessoa e, por isto mesmo, lhe “pertence” de certa forma. Esta pertença é o que poderíamos chamar de direito autoral, porquanto o conhecimento desta verdade específica foi alcançado por tal autor. Por plágio se entende o tomar para si uma verdade, um conteúdo, que não é sua, mas de outro. A pertença do terceiro não foi levada em conta e seu direito foi violado, constituindo um ataque à justiça, tendo em mente que dar a cada um o que lhe é de direito é o objeto da justiça enquanto tal. Sabendo então que esta violação é uma injustiça, conduta errada, é possível tipificar o plágio como crime, como há muito é feito nas diversas partes do globo. Portanto, faz-se necessário que os acadêmicos, como pesquisadores da verdade, tomem consciência da importância ética de se preservar a justiça com relação aos direitos dos autores das informações consultadas. Esta justa medida pode ser feita através das normas já bem estabelecidas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que definem que toda e qualquer informação de terceiros deve ser vinculada ao seu autor através de citações e referências.