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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO SUPERVISORA

DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE BARRACÃO - PR.

brasileiro, solteiro, vigilante, portador


- , residente e
domiciliado na Rua a, na cidade
de /PR, CEP -000, por intermédio de seu advogado in
fine assinado, e devidamente constituído, com instrumento
procuratório em anexo (doc.02), com endereço profissional descritos
no rodapé da demanda, onde receberá as devidas intimações de estilo
conforme dispõe o art. 106, I do CPC, vem respeitosamente diante de
Vossa Excelência propor:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE COBRANÇAS


INDEVIDAS E RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES PAGOS
C/C AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS COM PEDIDO DE
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA INALDITA ALTERA PARTS, em face:

BANCO SANTANDER S/A, pessoa jurídica de direito privado,


devidamente inscrita no CNPJ sob o n º CNPJ: 61.472.676/0001-72,
com endereço Av. Paulista, n.º 1374, Bairro Bela Vista – Distrito Bela
Vista, Zona central, município de São Paulo – SP, CEP 01.310-100,
pelos fundamentos de fatos e de direito que passa aduzir:
I - DA SÍNTESE DA DEMANDA

A parte autora é cliente da parte ré há muitos anos. Sempre honrou com


as suas obrigações, usando seu cartão de crédito para efetuar diversas compras.

Ocorre Excelência que de forma unilateral, a Requerida estipulou certa


tarifa, sem o consentimento do Requerente, sendo que todos os meses, a mesma incide
tais pagamentos indevidos especificados como SEGURO CARTÃO PROTEG. CRED, no
valor R$ 6,50 (seis reais e cinquenta centavos),"sem a anuência da parte Autora", conforme
(doc. Anexo 06; 07).

A parte autora já diligenciou por diversas vezes junto agência da parte ré


e via 0800, sendo que jamais fora dada uma solução para a referida cobrança, ou ao
menos do que se trataria tal cobrança, ficando a parte autora refém da ré.

Vale ressaltar Excelência, que a parte autora, apenas tem o cartão de


crédito para efetuar compras do dia-a-dia, o qual já paga anuidade do cartão para a
manutenção do mesmo, portanto incabível outras cobranças.

Assim não restou outra maneira de ser realizado sua vontade, haja vista
a impossibilidade de resolver amigavelmente o litígio, requerendo pois o encerramento de
tais cobranças, uma vez que todos os meses privam-lhe de seu patrimônio.

II –DO PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO

O princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ou também denominado


Direito a Tutela Jurisdicional descreve que o controle assegurado pela Constituição
Federal assegura a todos a possibilidade de acesso ao Judiciário, donde, toda vez que, por
algum motivo, o cidadão conseguir obter espontaneamente, a satisfação de um interesse,
poderá socorrer- se ao Poder Judiciário e deduzir pretensão.

Tal dispositivo está estampado na Carta Política, conforme descreve –se:


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:XXXV - a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Assim o direito de ação pode ser descrito como um princípio que o


Estado assegura ao cidadão, uma vez que trata-se de uma garantia estipulada pelo poder
constituinte originário. Deste modo ao analisar o presente caso, mostra-se uma ilegalidade
por parte da Requerida, vez que, nunca fora pactuado tais tarifas nem mesmo autorizado
à cobrança na fatura do cartão de crédito.

Cumpre então concluir que a presente demanda vem a barca com a


finalidade de cessar com as cobranças das taxas administrativas não contratadas, e sendo
isto, a reparação moral da parte autora, ante o abalo sofrido em razão de ser imposta uma
cobrança de serviço ao qual não contratou, bem como sob a luz do Código de Defesa do
Consumidor demonstrará a hipossuficiência contratual entre os mesmos.

III–TUTELA ANTECIPADA

A Constituição Federal de 1988, garantiu ao indivíduo a máxima


efetividade de suas normas, uma vez que os princípios basilares de garantia de acesso à
Justiça descrito na Carta Magna, confirmou o seu bom funcionamento, vez que isso é
interesse público, eis que afeta os cidadãos em sua totalidade. Em razão disto a Máquina
Estatal deve ser coerciva no que tange a efetividade da norma.

Deste modo de forma clara, o legislador preocupou-se em sistematizar a


forma menos gravosa em dilapidar o patrimônio do mesmo, visto que o nosso Código de
Processo Civil descreve:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após


justificação prévia.

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida


quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Em outros termos, justifica-se pela probabilidade, sendo certo que só


haverá tutela, proteção, com a decisão imediata quanto ao mérito. Quer dizer, “só se
justifica e só haverá prestação jurisdicional efetiva se for agora, no futuro já não adianta
mais”.

A redação do Artigo 301 do CPC 2.015, caput, superou a distinção entre


os requisitos da concessão para a tutela cautelar e para a tutela satisfativa de urgência,
erigindo a probabilidade e o perigo da demora a requisitos comuns para a prestação de
ambas as tutelas de forma antecipada (Artigo 300 do novo Código de Processo Civil).

Desta forma, encontramos os requisitos ensejadores para a concessão da


Tutela Antecipada, uma vez que, segundo o Princípio da Inércia ou Princípio da Demanda,
autoriza o magistrado a proferir a Tutela, ante o pedido da parte, e nunca a ser proferido
de ofício.

Assim desta forma, encontramos os requisitos autorizadores para a


concessão da Tutela Antecipada, uma vez que, segundo o Princípio da Inércia ou Princípio
da Demanda, autoriza o magistrado a proferir a Tutela, ante o pedido da parte, e nunca a
ser proferido de ofício.
Ademais, cumpre ressaltar que a prova inequívoca, que será o objeto
desta ação, os extratos juntados, que vem aos autos como prova documental, bem como
os valores cobrados pela Requerida indevidamente, assim deverá haver uma
fundamentação e convencimento do magistrado para autorizar a tutela.

Já em relação a verossimilhança da alegação consiste em demonstrar


uma possível probabilidade de ser titular que pretende ver reconhecido os efeitos
antecipados da tutela, ou seja, sendo que poderá haver uma futura prestação jurisdicional
no objeto e causa de pedir da inicial, sendo que venha o Estado – Juiz a vir conceder
previamente antes da sentença definitiva.

Convém assim recordar o discorrido por FIGUEIRA JUNIOR, quando


afirma:

Trata-se da tutela que pode realizar antecipadamente o direito


afirmado - ou simplesmente antecipar parcialmente os efeitos da
tutela final em virtude de perigo na demora. A tutela, no caso, é
satisfativa no plano fático, pois realiza o direito antecipadamente.
Não é tutela cautelar porque esta deve limitar-se a assegurar a
viabilidade da realização do direito afirmado. Ora, na tutela cautelar
há sempre referibilidade a um direito acautelado, enquanto que na
tutela sumária satisfativa não há esta referibilidade, já que nenhum
direito é protegido ou acautelado.

Desta forma, mostra-se incontestável a que tais abusos praticados pela


parte ré, tendo em vista que deve ser concedida a presente tutela, uma vez que há que
existir um risco efetivo justificado, e não bastante isso que esse risco possa oferecer
dificuldade ou impossibilidade de ressarcimento ou devolução do status quo ante – dano
irreparável ou de difícil reparação.

Porquanto também deve se abster a ré de debitar tais tarifas na fatura


do cartão de crédito da parte Autora, tendo em vista que o indeferimento de tal medita
acautelatória, poderia causar um dano irreparável ao mesmo, sendo que no presente está
privando o mesmo de sua remuneração, que trata se de verba alimentar, conforme pacifica
a Jurisprudência Paranaense:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ORDINÁRIA DE TUTELA INIBITÓRIA.
CONTRATO BANCÁRIO. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE DEFERIU A
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, DETERMINANDO QUE O BANCO SE
ABSTIVESSE DE EFETUAR DESCONTOS NA CONTA CORRENTE DA
AUTORA, SOB PENA DE APLICAÇÃO DE MULTA. ALEGAÇÃO DE
LEGALIDADE NA RETENÇÃO DO SALÁRIO DA CORRENTISTA
DEVEDORA. IMPERTINÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVA DE
AUTORIZAÇÃO DE RETENÇÃO. PRESENÇA DOS REQUISITOS
AUTORIZADORES DA CONCESSÃO DA TUTELA ALMEJADA. VALOR DA
MULTA QUE DEVE SER ARBITRADO COM RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE E PARA CADA ATO DESCUMPRIDO.
ADEQUAÇÃO DO VALOR DE OFÍCIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Agravo de Instrumento nº 878135-7 13ª
Câmara Cível. (TJ-PR 8781357 PR 878135-7 (Acórdão), Relator: Rosana
Andriguetto de Carvalho, Data de Julgamento: 19/09/2012, 13ª Câmara
Cível).

No mesmo sentido colaciona-se mais um julgado:

DESCONTOS. EMPRÉSTIMO. CONTA-CORRENTE. ANTECIPAÇÃO DE


TUTELA. DEFERE-SE A SUSPENSÃO DE DESCONTOS REALIZADOS
DIRETAMENTE NA CONTA-CORRENTE DO AUTOR DA REVISIONAL,
TENDO EM VISTA O CARÁTER ALIMENTAR DO SALÁRIO.
PRESERVAÇÃO DO SALÁRIO. AGRAVO PROVIDO. (Agravo de
Instrumento Nº 70008328239, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: José Francisco Pellegrini, Julgado em
17/03/2004) . (TJ-RS - AI: 70008328239 RS , Relator: José Francisco
Pellegrini, Data de Julgamento: 17/03/2004, Décima Nona Câmara
Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia)
Para tanto, satisfeitos os requisitos ensejadores da antecipação de tutela
e restando devidamente comprovado a ilegalidade em debitar na conta da Parte Autora
tais cobranças, por certo o indeferimento da tutela antecipatória causaria danos
irreparáveis a Parte Autora, vez que conta apenas com esse salário para sobreviver, assim
requer a estipulação de multa diária a ser arbitrada por este Douto Juízo, para tal medida
ser eficaz.

IV - DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Conforme descreve a Lei 8.078 de 1990 (Código de Defesa do


Consumidor) toda pessoa poderá ser considerada consumidor seja ela física ou jurídica,
senão vejamos:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou


utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de


pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas
relações de consumo.

Diante dos documentos acostados nesta exordial, tem-se devidamente


caracterizado uma relação de consumo, uma vez que os serviços prestados pelo fornecedor
englobam tal relação.

Noutra monta concluímos que a forma em que a parte Ré também pode


ser caracterizada a luz do Direito Consumerista, ou seja:

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,


mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações
de caráter trabalhista.

No mesmo rumo, diante dos diversos entendimentos, o Supremo


Tribunal de Justiça já estabeleceu quanto ao a aplicação do Código de Defesa do
Consumidor contra as Instituições Financeiras, razão pela qual se faz necessário
demonstrar tal entendimento:

STJ – Súmula nº 297: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável


às instituições financeiras;

Desta forma, não a que se falar da não incidência do da Lei 8.078/90, na


presente demanda, vez que a instituição financeira ré, e a Parte Autora, enquadram-se
perfeitamente nos requisitos ensejadores para o uso da referida Lei.

IV.a - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA:

Em relação ao consumidor, sua hipossuficiência mostra-se como um


cerne a fim de caracterizar a infração ao Princípio da Boa-Fé Objetiva, onde prevalece um
princípio estrutural das relações de consumo, ou seja, consiste em um dever genérico de
lealdade e transparência nas relações de consumo, devendo ser observada não apenas
pelos fornecedores, mas também pelos consumidores, o que não aconteceu no presente
caso, no que tange a parte ré, tendo em vista que a mesma inseriu taxas/cobranças
indevidas, não contratadas na fatura co cartão de crédito da Parte Autora.

Em relação à hipossuficiência, conforme demonstrada a sua


vulnerabilidade, é realmente necessário à inversão do ônus da prova, diante dos práticas
abusivas por parte da Ré, conforme descreve o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 6º São Direitos Básicos do Consumidor:

(...)

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a


inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

Como narrado nos fatos, é cediço que a Parte Autora, não contratou
nenhum serviço extra, nem mesmo autorizou que fosse debitado em sua conta taxas de
serviços, já que comprovado nos autos.

O autor se encontra em infinita desvantagem com relação ao réu, haja


vista o poderio econômico da empresa, o que por si só autorizaria a inversão do ônus
“probandi”, pois nem mesmo conseguiu a segunda via/cópia do contrato feito junto a
instituição financeira, a qual compete o dever de informação.

Nesse compasso, a providência deve ser aplicada para garantir um direito


básico do consumidor, inerente a facilitação de sua defesa em juízo, nos termos do aludido
artigo, supra transcrito.

Não restam dúvidas de que as manobras artificiosas da instituição


financeira ré, atingiram diretamente a parte Autora, mantendo em sua conta a cobrança
de taxas indevidamente, pois não foram contratadas, e não bastasse isso, ainda retém
parte dos proventos salariais, que correspondem a verba alimentar, para o pagamento das
referidas taxas e serviços não contratados.
Assim, a inversão se faz realmente necessária para que a parte ré
apresente se for a seu favor, alguma prova que lhe constitua, diante da hipossuficiência
contratual, no presente caso, o contrato assinado pelas partes que comprove a existência
de um vínculo no negócio jurídico

Acerca da vulnerabilidade do consumidor face ao fornecedor nas relações


de consumo, prevê o CDC:

“Art. 4º (...)

I – O reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado


de consumo;”

Ainda:

“Art. 39 – É vedado ao fornecedor de produtos ou de serviços, dentre


outras práticas abusivas:

IV – Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo


em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para
impingir-lhe seus produtos ou serviços;”

No presente caso, é cediço que a instituição financeira ré, não atendeu


as expectativas da Parte Autora, aproveitando-se da vulnerabilidade, contrariando o
princípio da boa-fé objetiva, norteadora de qualquer relação de consumo.

A priori, pode-se dizer que a boa-fé objetiva é uma regra de conduta a ser
observada pelas partes envolvidas numa relação jurídica (contratos, atos, práticas, etc), a
qual é composta pelo dever de agir em consonância com os parâmetros da lealdade e
honestidade.

Cláudia Lima Marques define a boa-fé objetiva como:

“(...), uma atuação ‘refletida’, uma atuação refletindo, pensando no outro,


no parceiro contratual, respeitando-o, respeitando seus interesses
legítimos, suas expectativas razoáveis, seus direitos, agindo com
lealdade, sem abuso, sem obstrução, sem causar lesão ou desvantagem
excessiva, cooperando para atingir o bom fim das obrigações: o
cumprimento do objetivo contratual e a realização dos interesses das
partes.” (Marques, Claudia Lima, Contratos no Código de Defesa do
Consumidor, 4º ed., São Paulo, RT, p. 175).

IV.b - DO DEVER DE INDENIZAR

De outra forma, ao estabelecer os Direitos Básicos do Consumidor, o


Legislador descreveu norma compatível referente ao protecionismo contratual:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...)

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,


individuais, coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à


prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa
e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a


inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

(...)

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Ademais, nota-se que doutrinariamente pode ser considerado tais


práticas abusivas, em práticas contratuais, pré contratuais e pós contratuais. Assim o
PROJUDI - Processo: 0003132-29.2016.8.16.0052 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Fernando Schweighofer:07742237903
07/07/2016: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

caso em tela, trata-se aquela ligada ao conteúdo expresso ou implícito das cláusulas
estabelecidas no contrato de consumo, ou seja, onde já há uma existência ou vínculo
contratual sobre o litígio, assim conforme se observa no CDC a seguir:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras


práticas abusivas:

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao


fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos;

(...)

IIII - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,


qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo


em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para
impingir-lhe seus produtos ou serviços;

V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e


autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
práticas anteriores entre as partes;

Assim, conforme descreve a legislação supracitada, tal ilegalidade se deve


ao intuito de ocasionar o que a Doutrina denomina de “VENDA CASADA”. Uma vez que
a vulnerabilidade e a “ignorância” do Autor, fora usado de meio para atingir a finalidade
de cobrança excessiva.

Cumpre salientar que as tarifas e taxas administrativas são consideradas


ilegais a cobrança perante o Banco Central do Brasil, a Resolução 3402 que dispõe sobre
a prestação de serviços de pagamento de salários, aposentadorias e similares sem
cobrança de tarifas e que regulamente a Lei 4.595 de 1964 que Dispõe sobre a Política e
as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e
dá outrasprovidências, sendo que a referida resolução dispõe que é vedado a cobrança de
tarifas administrativas em conta salário, conforme:

Art. 1º A partir de 1º de janeiro de 2007, as instituições financeiras, na


prestação de serviços de pagamento de salários, proventos, soldos,
vencimentos, aposentadorias, pensões e similares, ficam obrigadas a
proceder aos respectivos créditos em nome dos beneficiários mediante
utilização de contas não movimentáveis por cheques destinadas ao
registro e controle do fluxo de recursos, às quais não se aplicam as
disposições da Resolução 2.025, de 24 de novembro de 1993, com as
alterações introduzidas pelas Resoluções 2.747, de 28 de junho de 2000,
e 2.953, de 25 de abril de 2002, nem da Resolução 3.211, de 30 de junho
de 2004.

Parágrafo único. É vedada a abertura das contas de registro de que trata


este artigo tendo como titulares pessoas jurídicas.

Art. 2º Na prestação de serviços nos termos do art. 1º:

I - é vedado à instituição financeira contratada cobrar dos beneficiários,


a qualquer título, tarifas destinadas ao ressarcimento pela realização dos
serviços, devendo ser observadas, além das condições previstas nesta
resolução, a legislação específica referente a cada espécie de pagamento
e as demais normas aplicáveis;

II - a instituição financeira contratada deve assegurar a faculdade de


transferência, com disponibilidade no mesmo dia, dos créditos para
conta de depósitos de titularidade dos beneficiários, por eles livremente
abertas na forma da Resolução 2.025, de 1993, e alterações posteriores,
ou da Resolução 3.211, de 2004, em outras instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil.

§ 1º A vedação à cobrança de tarifas referida no inciso I aplica-se,


inclusive, às operações de:

I - saques, totais ou parciais, dos créditos;


II - transferências dos créditos para outras instituições, quando
realizadas pelos beneficiários pelo valor total creditado, admitida a
dedução de eventuais descontos com eles contratados para serem
realizados nas contas de que trata o art. 1º, relativos a parcelas de
operações de empréstimo, de financiamento ou de arrendamento
mercantil.

IV.c - DA RESPOSANBILIDADE OBJETIVA

Ao estabelecer a Responsabilidade Civil do fornecedor do serviço,


podemos destacar que o Ordenamento Jurídico, abraçou, mais uma hipótese de
responsabilidade objetiva, em que é aquela fundada no risco, sendo irrelevante a conduta
culposa ou dolosa do causador do dano, uma vez que bastara a existência do nexo causal,
entre o prejuízo sofrido pela vítima e a ação do agente para que surja o dever de indenizar,
ou seja:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.

De tal forma, deve se observar que o dano encontra-se demonstrado a


vulnerabilidade da parte consumidora, conforme as tarifas em anexo, e a incidências de
tais cobranças ilegais.

Assim há de se falar em responsabilidade objetiva juntamente com o


dever de indenizar, tendo em vista que existe a obrigação de reparar o dano independente
de culpa, desta forma o elemento importante para o surgimento do dever de indenizar é a
ocorrência do fato e não da culpa, conforme estabelece RODRIGUES (2002, pag.10):
"Na responsabilidade objetiva a atitude culposa ou dolosa do agente
causador do dano é de menor relevância, pois, desde que exista
relação de causalidade entre o dano experimentado pela vítima e o
ato do agente, surge o dever de indenizar, quer tenha este último
agido ou não culposamente."

Como se observa no linear desta demanda, esculpido esta o direito da


Parte Autora, frente o abuso e o descaso por parte da ré.

V - DO DANO MORAL

A falha na prestação do serviço, por si só, já se constitui uma forma de


lesão ao patrimônio moral do indivíduo, e o cerceamento, uma violência a tolher a
liberdade individual consoante estabelece o art. 5°, V e X, da Constituição Federal, in
verbis:

Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito a vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e a propriedade, nos termos seguintes:

(...)

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além


da indenização por dano material, moral ou à imagem;

(...)

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra, e as


imagens das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação.
Quanto a indenização por dano moral, ante o expresso termo do artigo
5º, X, da C.F., se dúvida antes havia, agora não há mais. O dano moral
é indenizável, por conseguinte, que a própria Carta Magna colocou “pá-
de-cal” sobre o assunto”. (RT 613/184).

O dano causado a Parte Autora, pela ré demandada merece reparação,


pois assim advertem os artigos 186 e 927 do Código Civil:

Art. 186 - Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência,


ou imprudência violar direito, ou causar prejuízo a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

(...)

Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Neste sentido, pronunciou-se o E. Tribunal de Justiça do Paraná:

“O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio, não


há como ser provado. Ele existe tão-somente pela ofensa, e dela é
presumido, sendo bastante para justificar a indenização” (TJPR -
Rel. Wilson Reback – RT 681/163).

A respeito, o doutrinador Yussef Said Cahali aduz:

“O dano moral é presumido e, desde que verificado ou pressuposto


da culpabilidade, impõe-se a reparação em favor do ofendido”
(Yussef Said Cahali, in Dano e sua indenização, p. 90).
Neste sentido temos a lição do ilustre jurista Rui Stoco, em sua obra
Responsabilidade Civil e sua Interpretação Judicial, 4 ed. Ver. Atual. E ampl.. Editora RT,
p.59, nos traz que:

“a noção de responsabilidade é a necessidade que existe de


responsabilizar alguém por seus atos danosos”.

Por oportuno, faz-se necessário determinar a condenação da Ré em


Danos Morais, diante da interveniência da mesma em submeter o Autor em um
constrangimento irreversível, tendo em vista a cada fatura estar submetendo o
Consumidor a um constrangimento, sendo assim cerceando sua liberdade de uso de seus
proventos.

No mesmo trilhar, descreve a Jurisprudência, podendo caracterizar o


dano moral como forma de restituir o constrangimento diante da retenção dos valores da
conta corrente, conforme:

RECURSO INOMINADO. COBRANÇA DE SEGURO ATRAVÉS DA


FATURA DO CARTÃO DE CRÉDITO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO
DA CONTRATAÇÃO. COBRANÇA INDEVIDA. DANO MORAL
CONFIDURADO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ENUNCIADO 1.8 DA
TRU/PR. PRÁTICA ABUSIVA. DEVER DE INDENIZAR. QUANTUM
INDENIZATÓRIO QUE COMPORTA REDUÇÃO. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA. 1. É incontroversa a realização de
cobranças referente aos serviços de SEGURO CARTÃO PROTEG CRED?
no valor de R$ 5,15 (cinco reais e quinze centavos), através da fatura do
cartão de crédito do autor (mov. 1.6). Ainda, diante da inversão do ônus
da prova nas relações de consumo (art. 6º, inciso VIII, do CDC), cabia à
ré trazer aos autos provas de que efetivamente foi o autor quem contratou
o seguro, o que não o fez, deixando de cumprir seu ônus, conforme prevê
o artigo 373, II do NCPC. 2. Cobrança de serviço não solicitado, sem
comprovação da contratação, acarreta dano moral. Nesse sentido:
(TJPR - 2ª Turma Recursal - 0003422-15.2014.8.16.0052/0 - Barracão
- Rel.: Daniel Tempski Ferreira da Costa - J. 10.04.2015) e (TJPR - 2ª
Turma Recursal - 0023019-36.2014.8.16.0030/0 - Foz do Iguaçu - Rel.:
Vivian Cristiane Eisenberg de Almeida Sobreiro - J. 26.06.2015). 3. Tem
aplicação analógica ao caso o Enunciado 1.8 da TRU/PR, segundo o qual
Cobrança de serviço não solicitado dano moral - devolução em dobro: A
disponibilização e cobrança por serviços não solicitados pelo usuário
caracteriza prática abusiva, comportando indenização por dano moral e,
se tiver havido pagamento, restituição em dobro, invertendo-se o ônus
da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, visto que não se pode impor
ao consumidor a prova de fato negativo.4. Contudo, relativamente ao
valor arbitrado na sentença a título indenização por danos morais (R$
12.000,00 doze mil reais), cabível sua minoração para R$ 7.000,00 (sete
mil reais), tendo em vista a circunstâncias do caso concreto, bem como
em atenção aos valores fixados por esta Turma recursal para casos como
o dos autos. (cf.: TJPR - 2ª Turma Recursal - 0002512-
79.2015.8.16.0075/0 – Cornélio Procópio - Rel.: Manuela Tallão Benke -
- J. 9.04.2016 e TJPR - 2ª Turma Recursal - 0018640-
54.2015.8.16.0018/0 - Maringá - Rel.: James Hamilton de Oliveira
Macedo - - J. 15.04.2016).

CONSUMIDOR. ALTERAÇÃO UNILATERAL DE CONTRATO


BANCÁRIO. COBRANÇA DE TARIFAS NÃO INFORMADAS AO
CONSUMIDOR. ILEGALIDADE.

Recurso Inominado,Nº 71003755139, BANCO SANTANDER S/A,


RECORRENTE, CLAUDIO BECKER JAEGER, RECORRIDO, Terceira
Turma Recursal Cível, Comarca de Porto Alegre.

Mais uma vez, a Jurisprudência é gritante no sentido de reconhecer o


direito nos casos similares ao desta demanda se não vejamos o recente julgado do recurso
Inominado de nº 0001106-97.2012.8.16.0052, em 11 de abril de 2013, oriundo do
Juizado Especial da Comarca de Barracão/PR, "o qual se transcreve em partes a seguir",
atuando de forma exemplar e acertadamente o Juiz Relator GUSTAVO TINÔCO DE
ALMEIDA:

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. COBRANÇA DE SERVIÇO


NÃO CONTRATADO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA POR
DETERMINAÇÃO LEGAL DO ART. 14, DA LEI 8.078/90. COBRANÇA
INDEVIDA. DANO MORAL CONFIGURADO. REDUÇÃO DO QUANTUM
INDENIZATÓRIO A SER FIXADA EM 7.000,00. DESCUMPRIMENTO
DA ORDEM JUDICIAL - MULTA FIXADA DEVE SER MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

Data vênia, superada toda essa discussão, é imprescindível refutar a


respeito de outro assunto de extrema relevância nesta demanda: o "quantum" a ser fixado,
tendo em vista que tal tema consiste em questão das mais temerosas.

VI - DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

Não menos importante que o dever de indenizar, é o quantum a ser


indenizado.

A propósito, assevera Carlos Dias Motta:

“(...) uma das maiores resistências ao acolhimento da indenização


por dano moral era justamente a dificuldade da apuração de seu
valor. Por não ter natureza reparatória, torna-se difícil ou até
mesmo impossível a fixação da indenização em valor equivalente
ao dano. (...) A questão da quantificação é, no estado de nosso
direito, sem dúvida, o grande desafio de quantos cuidam do dano
moral.” (São Paulo: Revista dos Tribunais, ano 88, v. 760, de
fevereiro de 1999. p. 83).

MARIA HELENA DINIZ (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7º vol., 9ª ed., Saraiva), ao tratar
do dano moral, ressalvaque a reparação tem sua dupla função, a penal "constituindo uma
sanção imposta ao ofensor, visando à diminuição de seu patrimônio, pela indenização
paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da pessoa (integridade física, moral e
intelectual) não poderá ser violado impunemente", e a função satisfatória ou
compensatória, pois "como o dano moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos
extra-patrimoniais, provocando sentimentos que não têm preço, a reparação pecuniária
visa a proporcionar ao prejudicado uma satisfação que atenue a ofensa causada." Daí, a
necessidade de observar-se as condições de ambas as partes".

Em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixação da


reparação, vez que não existem critérios determinados e fixos para a quantificação do dano
moral, a reparação do dano há de ser fixada em montante que desestimule o ofensor a
repetir o cometimento do ilícito.

E na aferição do quantum indenizatório, CLAYTON REIS (Avaliação do


Dano Moral, 1998, Forense), em suas conclusões, assevera que deve ser levado em conta
o grau de compreensão das pessoas sobre os seus direitos e obrigações, pois "quanto
maior, maior será a sua responsabilidade no cometimento de atos ilícitos e, por dedução
lógica, maior será o grau de apenamento quando ele romper com o equilíbrio necessário
na condução de sua vida social". Continua, dizendo que "dentro do preceito do 'in dubio
pro creditori' consubstanciada na norma do art. 948 do Código Civil Brasileiro, o
importante é que o lesado, a principal parte do processo indenizatório seja integralmente
satisfeito, de forma que a compensação corresponda ao seu direito maculado pela ação
lesiva."

Ainda nas palavras de Clayton Reis:

“a reparação por danos morais objetiva dar ao lesado uma


compensação que lhe é devida, para minimizar os efeitos da lesão
sofrida". (Dano Moral. p. 88 - RJ: Forense, 1994)

Bem se vê, à saciedade, ser indiscutível a prática de ato ilícito por parte
do réu, configurador da responsabilidade de reparação dos danos morais suportados pela
Parte Autora.

Importante se faz considerar que a reparação, na qual se convertem em


pecúnia os danos morais, deve ter caráter dúplice, ou seja, o que penaliza o ofensor,
sancionando-o para que não volte a praticar o ato ilícito, bem como o compensatório, para
que o autor, recebendo determinada soma pecuniária, possa amenizar os efeitos
decorrentes do ato que foi vítima.

Portanto, em cada caso concreto, devem-se sopesar todos os fatos e


circunstâncias que possam influenciar na fixação do "quantum" indenizatório, levando em
consideração que o dano moral abrange, não somente as perdas exteriorizadas no
relacionamento diário pessoal, familiar, profissional e social e sim as perdas valorativas
internas da pessoa que sofreu a lesão.

Nesse tocante é princípio geral e jurisprudencial que o quantum


indenizatório pelos Danos Morais, fica a critério do Juiz que deve observar as condições
do ofensor e do ofendido. Vejamos o que preleciona a jurisprudência pátria:

“(...) CRITÉRIOS NA FIXAÇÃO DO DANO. PRUDENTE ARBÍTRIO DO


JUIZ. RECURSO DESACOLHIDO. Omissis. III - A indenização deve ser
fixada em termos razoáveis, não se justificando que a reparação venha a
constituir-se em enriquecimento indevido, considerando que se
recomenda que o arbitramento deva operar-se com moderação,
proporcionalmente ao grau de culpa, ao porte empresarial das partes, às
suas atividades comerciais e, ainda, ao valor do negócio, orientando-se o
juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência, com
razoabilidade, valendo-se da sua experiência e do bom senso, atento à
realidade da vida, notadamente à situação econômica atual e as
peculiaridades de cada caso.” (REsp 171084/MA, relator Min. Sálvio de
Figueiredo Teixeira, publicado em 5.10.98)

“A quantificação da verba implica ainda na avaliação dos motivos, das


circunstâncias, das conseqüências, da situação de fato, do grau 0de
culpa e da compensação à parte lesada e visa o desestímulo à repetição
do ato pelo causador da lesão”. (Apelação cível n. 2002.009277-6, da
Capital, Relator Des. Nelson Schaefer Martins)

Portanto, deverá ser condenado o réu ao pagamento de indenização pelos


Danos Morais, em quantum a ser fixado por Vossa Excelência, a fim de compensar a parte
Autora toda a aflição sofrida, e a desestimular o réu a praticar novamente a conduta lesiva
objeto desta demanda, vindo novamente a prejudicar outros consumidores.
VII - DA RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES PAGOS

Conforme comprovantes juntados nos autos, bem como a declaração da


ilegalidade das cobranças, importante descrever que, o Código de Defesa do Consumidor
elenca em seu texto legal a possibilidade de pagamento em dobro do valor cobrado
indevidamente, conforme:

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será


exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem


direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou
em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.

Assim faz se necessário que seja aplicado tal dispositivo, em razão de


estarem presentes os requisitos, sendo a cobrança indevida e o pagamento do consumidor
do valor indevidamente cobrado.

VIII - DOS PEDIDOS

Face ao Exposto, demonstrada a conduta irregular, abusiva e


irresponsável da Ré, caracterizando-se assim a Responsabilidade Civil em indenizar os
danos morais causados por sua culpa exclusiva ao suplicante, requer, digne-se Vossa
Excelência em conceder:
a) Seja recebida e processada a presente demanda, no rito facultado pela
Lei n. 9.099/95, para fins de:

a.1) A concessão da Tutela Antecipada, para fins de determinar:

a.2) Que a empresa/ré abstenha-se de lançar cobranças indevidas, na


fatura do cartão de crédito da Parte Autora, bem como, seja fixado por V. Excelência multa
diária, caso haja uma recusa no cumprimento da respeitável decisão;

a.3) Requer a inversão do ônus probandi, nos moldes do art. 6, VI do


Código de Defesa do Consumidor, ante a sua condição hipossuficiência, sobretudo perante
a parte ré;

a.4) Que a ré junte aos autos, todos os documentos que deram origem as
cobranças, lançadas de forma irresponsável na conta da Parte Autora, sob pena de
astreintes, para fins de comprovar sua origem ao suposto débito sob pena ainda das
sanções do artigo 400 do CPC;

b) No mérito, sejam julgados totalmente procedentes os pedidos, abaixo


formulados, confirmando a tutela antecipada, para fins de:

b.1) Seja Convertida a Tutela Antecipada em Tutela Definitiva, pelos fatos


e fundamentos assim descritos

b.2) Declarar a nulidade das cobranças indevidas tidas como: SEGURO


CARTÃO PROTEG. CRED, no importe de R$ 6,50 (seis reais e cinquenta centavos) da
fatura do cartão da Parte Autora, bem como seja fixado por V. Excelência multa diária,
caso haja uma recusa no cumprimento da respeitável decisão, e posteriormente a
Condenação da empresa/ré na devolução em dobro dos valores já pagos, estes a partir
da primeira cobrança efetuada ardilosamente na conta da Parte Autora;

b.3) Condenar a empresa/ré em Danos Morais na importância de R$


12.000,00 (doze mil reais), que possa ressarcir os danos sofridos pela parte Autora, haja
vista o poderio econômico da ré e levando em consideração a sanção imposta,
sobremaneira o caráter pedagógico da condenação, em virtude da visível má-fé da parte
ré;

c) Para tanto, requer a citação da empresa/ré via postal com aviso de


recebimento, conforme faculta o art. 18, I, da Lei n.º 9.099/95, para que compareça à
audiência de conciliação com a advertência de que, não comparecendo, considerar-se-ão
verdadeiros os fatos alegados pela Parte Autora, conforme art. 20 da Lei 9.099/95 e art.
344 do CPC, motivo pelo qual será proferido julgamento de plano;

d) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito


admitidos, em especial a produção documental, requerendo juntada de novos documentos
na fase probatória, bem como o depoimento pessoal da ré sob pena de confissão quanto a
matéria de fato;

e) Partindo do Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, caso haja a


interposição de qualquer tipo de recurso por parte da empresa ré, seja este condenado ao
pagamento das custas processuais e honorários advocatícios este nos moldes do artigo 85
§ 3º do CPC.

f) Requer-se, ainda, por ser a parte Autora pessoa hipossuficiente, na, na


acepção do termo, sem condições de arcar com as despesas processuais e os honorários
advocatícios sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, a concessão
do Benefício da Justiça Gratuita, na forma do art. 4º e 9º da Lei nº 1.060/50.

g) Seja realizadas as intimações em nome do peticionário Dr. FERNANDO


SCHWEIGHOFER; Dr. RUI MANDELLI JUNIOR, sob pena de nulidade processual.

Por fim, requer que seja julgada procedente a demanda com resolução do
mérito, conforme art. 487 inciso “I” do Código de Processo Civil, ACOLHENDO TODOS os
pedidos e requerimentos formulados pela Parte Autora.

IX - DO VALOR DA CAUSA:

Dá-se à causa o valor de: R$ 12.026,00 (doze mil e vinte e seis reais).

POR SER MEDIDA DE JUSTIÇA


Nestes termos,

Pede deferimento

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