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I Seminário de História: Caminhos da Historiografia Brasileira Contemporânea
Universidade Federal de Ouro Preto
http://www.ichs.ufop.br/seminariodehistoria
CONCLUSÃO
Ao estudarmos a difusão e o controle das armas em Mariana, concluímos que,
para as autoridades da época, era muito difícil controlar o porte de armas na região,
visto que o uso desses instrumentos era comum na sociedade portuguesa, prática que se
difundiu também no Brasil colonial. Mas, as armas não eram utilizadas somente por
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Códice Costa Matoso. p. 219
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uma questão de status; para a ocupação do sertão seu uso foi indispensável. Após o
surgimento das vilas e arraiais, a difusão das armas entre a população se tornou cada vez
mais necessária.
No início da ocupação do sertão, a disseminação, o uso de armas tornou-se
indiscriminado porque as instituições administrativas, judiciais e policiais da colônia
ainda não estavam efetivamente instaladas, o que permitia aos senhores fazerem sua
própria defesa e a de seu patrimônio, favorecendo até mesmo o recurso de armar seus
escravos; a Guerra dos Emboabas prova bem esse fato.
Constatamos que para a coroa era extremamente difícil legislar sobre a posse,
o porte e a utilização de armas no Brasil. Inicialmente, o Estado Português tentou
impedir o uso de armas por parte dos escravos, pois, esses instrumentos se constituíam
em elementos de definição da condição social e, com eles, a rebeldia escrava contra os
senhores se tornava bem mais ameaçadora. Entretanto, desde o início da ocupação das
minas, os homens brancos armavam seus escravos para garantir a defesa deles mesmos,
os brancos, e a de suas propriedades. É nesse fato que se encontra uma das grandes
contradições do sistema escravista, além do que os cativos eram armados para combater
outros cativos.
Nos processos crimes, devassas eclesiásticas e consultas ao Conselho
Ultramarino, percebemos que a circulação de armas foi bastante significativa entre a
população em geral, e entre os escravos em particular. Os negros tinham acesso às
mesmas, através da autorização dos próprios senhores, do roubo e do contrabando. Os
delitos praticados por essa camada da população, especialmente pelos quilombolas,
eram sempre freqüentes, mas não chegavam a ameaçar o sistema escravista.
Quando a coroa resolveu proibir o porte e uso de armas pelas pessoas de toda e
qualquer condição, a população não aceitou, sob argumentos de que armas eram
indispensáveis para conter os insultos e a rebeldia dos escravos. Além disso, os próprios
brancos cometiam crimes até mesmo com armas proibidas, desrespeitando a lei.
A aplicação das leis era complicada; quase sempre servia aos interesses dos
senhores e à manutenção do sistema escravista; relembramos aqui o caso do menino
escravo, citado no capítulo II, que matou o cavalo de alguém com uma facada – o
corregedor da comarca tentou resolver a situação da forma que teria sido mais benéfica
ao senhor.
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FONTES PRIMÁRIAS
1. FONTES MANUSCRITAS
AEAM:
- Livro de Devassas (1º) 1722-23
AHCSM
- Inventários post- mortem- 1713-1736
- Processos crime
1.3 - AHU
- Consultas feitas ao Conselho Ultramarino.
1.4 – APM
Livro (1) 1709 – 1721, fl. 21v
2 - FONTES IMPRESSAS
2.1- Códice Costa Matoso. Coleção das notícias dos primeiros descobrimentos das
minas na América que fez o doutor Caetano da Costa Matoso sendo ouvidor-geral das
do Ouro Preto, de que tomou posse em fevereiro de 1749 e vários papéis.Belo
Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1999.
Coord. Geral – Luciano Raposo de Almeida Figueiredo e Maria Verônica Campos,
estudo crítico Luciano Figueiredo.
2.2- RAPM
- “Coleção sumária das próprias leis, cartas régias, avisos e ordens... Título22: Armas e
uso delas. vol. XVI, 1, 1911, pp 460-461.
2.3- Ordenações Filipinas. Lisboa: Fundação Caloute Gulbenkiam.1985. Livros III, IV e
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FONTES ELETRÔNICAS
Internet - disponível em: <http://www.joppert.hpg.ig.com.br/sociedade>. Acesso em:
29/05/04
- disponível em: <http:// www.emporiosaber.com.br>. Acesso em: 29/05/04
- disponível em: http://www.bivirt.futuro.usp.br/imagem/arte/terceiro.html> Acesso em:
10/06/04
- disponível em: <museuhistoriconacional.br> Acesso em : 10/06/04
- disponível em: <www.geocites.com/armas> Acesso em: 19/06/04
Bibliografia
ANASTASIA, Carla Maria Junho. Vassalos rebeldes: violência coletiva nas minas na
primeira metade do século XVIII. Belo Horizonte: C/Arte, 1998
BROCKWELL, Charles. The natural and political history of Portugal. Lisboa. 1726
DONATO, Hermani. Dicionário das batalhas brasileiras: dos conflitos com indígenas
às guerrilhas políticas urbanas e rurais. São Paulo: Ibrasa,1987.
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HOLANDA, Sérgio Buarque de. Caminhos e fronteiras. 3 ed. São Paulo: Compainha
das Letras, 1994.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Extremo oeste. São Pulo: Brasiliense, 1986.
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PAIVA, Eduardo Fonceca. Os inventários mineiros: fontes para a história colonial. In:
Caderno de Filosofia e Ciências Humanas. Ano 1, nº1, Faculdades Integradas Newton
Paiva
SALLES JR. R. de A. Código penal interpretado, 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2000
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