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Diferentes e Desiguais de Silvia Hunold Lara

Analisando o Antigo Regime de uma perspectiva das relações de dominação e não a partir da corte,
Silvia Hunold Lara tem por objetivo principal em seu texto “partir das análises que contemplam as
distinções baseadas no nascimento e na distribuição dos privilégios, pretendendo discutir a diferença
imposta pela presença da escravidão em terras coloniais”.
Na organização social, baseando seus estudos em Raphael Bluteau, mostra-nos uma sociedade
estruturada, com suas hierarquias bem definidas. Havia três divisões dos estados: o eclesiástico, nobre e
popular, com mais subdivisões dentro de cada, hierarquias que dependia “do nascimento, das posses e
dos serviços prestados ao rei” onde, além dos critérios jurídicos, havia as formas de comportamentos e
valores para distinguir o lugar social que cada pessoa se encontrava. Neste formato de distribuição da
sociedade em uma hierarquia vertical, partindo de cima para baixo, também era utilizado para distribuir
os privilégios.
Para não confundir, a legislação se fazia presente denominando as roupas, armas, ornamentos, insígnia,
formas de tratamento, etc., com pena de multa ou açoites, prisão e degredo aos que descumprisse a lei,
defendendo a fortuna e os valores morais. Era possível identificar a posição social das pessoas através
de suas roupas. Para os destituídos de privilégios como os peões, escravos, oficiais mecânicos e lacaios
não havia distinção em suas vestes onde quase tudo era proibido. A cor da pele também era um objeto
de leitura da posição social.
Para mulheres negras, escravas ou forras, era proibido usufruir do luxo de tecidos como seda e
ornamentos de ouro ou prata, pois com isso incitavam para os pecados. Esta proibição que zelava pelo
comportamento moral e visava também impedir a todos a transição pelas ruas após o horário de
recolher que era feito pela igreja ao som de um sino.
A ostentação de uma nobreza tanto no Reino como nas Conquistas, fica evidente nas passagens
descritas quando mostra-nos ritos como ir à igreja, executado com a presença de vários empregados,
todos com vestes muito luxuosas.
Três observações, primeira a presença de mulheres nas ruas não era tãofrequente. Era sempre em
situações públicas como festas ou missas, havia uma forma de resguardo para o senhor. Segundo há
varias fontes contraditórias relatando sobre o luxo ou penúria das vestes dos escravos. Terceiro, na
África pelos trajes em que utilizam, há a distinção de identidade e significações hierárquicas, e os
adornos que utilizavam, a partir da cosmologia africana poderia significar alguma devoção, sentimento,
pagamento de promessa, que para os europeus teria outro significado.
Com este texto, Silvia Hunold Lara mostra-nos como a distribuição de privilégios, partido dos arredores
do rei, beneficia os de “melhores condições” tanto no usufruto de artigos de luxo como na dominação
dos que se encontram abaixo de si. Também apresenta que havia distinções de costumes e
pensamentos entre cada Conquista e como uma lei única não era capaz de atender a todas essas
diferenças e os senhores por sua vez compreendendo a colônia alteravam os significados das leis
impostas pelo Reino em seu benefício.
Estas proibições e diferenciação têm por objetivo impedir que os negros usassem das mesmas vestes
que os brancos, independentemente de conceitos morais que eram impostos como justificativas,
impedindo que as pessoas fossem confundidas com uma de “inferior condição” ou mesmo escravos.
Demostrando ainda mais as diferenças sociais presentes no período colonial.

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