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Versão integral disponível em digitalis.uc.pt
A análise institucional
do discurso como analítica
da subjetividade
Marlene Guirado
PROJETO E PRODUÇÃO
Coletivo Gráfico Annablume
CAPA
Carlos Clémen
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Coimbra Editora
ISBN
978-989-26-0246-2 (IUC)
978-85-391-0127-6 (Annablume)
DEPOSITO LEGAL
350531/12
© OUTUBRO 2012
ANNABLUME
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Introdução
O DISCURSO LIVRE-DOCENTE - Contexto, Acaso, História ... 27
Capítulo I
PSICOLOGIA INSTITUCIONAL - O exercício da psicologia
como instituição............................................................................... 37
1. Psicologia: Intenção e Extensão...................................................... 37
2. Psicologia Institucional de Bleger como Intervenção
Psicanalítica......................................................................................39
3. A Análise Institucional de Lapassade como Intervenção
Política..............................................................................................40
4. O Exercício da Psicologia como Instituição....................................43
5. O Campo Conceituai dessa Nova Proposta.....................................45
6. A Proposta........................................................................................ 48
7. Diálogos com a Experiência e Outros Discursos.............................53
Capítulo II
MICHEL FOUCAULT - Uma estratégia conceituai....................... 57
1. A Ordem do Discurso de Foucault; Tempos eMovimentos..... 59
Capítulo III
MAINGUENEAU — Por uma análise pragmática do discurso ... 93
1. Quem é Dominique Maingueneau?................................................ 93
2. Em que Contexto se Constitui a Análise do Discurso de
Maingeneau?.................................................................................... 95
3. Discurso, Enunciação e Pragmática................................................ 99
4. Gênero Discursivo e Cena Enunciativa........................................ 105
Capítulo IV
FREUD - Um discurso aberto........................................................113
1. A Psicanálise e a Invenção do Psicológico................................... 114
2. Do Inconsciente do Sonho (e) de Narciso à Morte (do)
Inconsciente................................................................................... 119
3. Os Destinos da Análise...................................................................122
4. Escritos Técnicos: O Discurso que Marca a Psicanálise
como Instituição.............................................................................124
Capítulo V
A ANÁLISE INSTITUCIONAL DO DISCURSO......................... 129
1. A Aventura da Delimitação de um Campo: O Específico
na Interface.................................................................................... 131
1.1 Fazemos a Psicologia!............................................................. 134
2. No Limite de Pensar com Foucault, oSujeito-Dobradiça ............ 135
3. A Transferência e a Dimensão Psicanalítica desta Analítica
da Subjetividade............................................................................. 141
3.1 Na Sombra do Discurso da Psicanálise, o Conceito de
Transferência.................................................................................. 143
4. Da Interpretação à Análise ou dos Modos de Produção de
Sentidos...........................................................................................159
4.1 Entre Ratos e Lobos, Dora e Freud.........................................161
4.2 Freud e a Hermenêutica Moderna segundo Foucault........... 178
4.3 Da Hermenêutica à Pragmática..............................................182
4.4 Análise e Interpretação........................................................... 184
Posfácio
HISTÓRIA SEM FIM.......................................................................... 215
Referências...........................................................................................217
6. A Proposta
E isto implica que o poder do tipo pastoral, que durante séculos - por mais
de um milénio - foi associado a uma instituição religiosa definida, ampliou-
se subitamente por todo o corpo social; encontrou apoio numa
multiplicidade de instituições. E, em vez de um poder pastoral e de um
poder político, mais ou menos ligados um ao outro, mais ou menos rivais,
havia uma “tática” individualizante que caracterizava uma série de poderes:
da família, da medicina, da psiquiatria, da educação e dos empregadores
(FOUCAULT em RABINOW; DREYFUS, 1995, p238).
Talvez, o objetivo hoje em dia não seja descobrir o que somos, mas recusar
o que somos. Temos que imaginar e construir o que poderíamos ser para
nos livrarmos deste “duplo constrangimento” político, que é a simultânea
individualização e totalização própria às estruturas do poder moderno.
A conclusão seria que o problema político, ético, social e filosófico de
nossos dias não consiste em tentar liberar o indivíduo do Estado nem das
instituições do Estado, porém nos liberarmos tanto do Estado quanto do
tipo de individualização que a ele se liga. Temos que promover novas
formas de subjetividade através da recusa deste tipo de individualidade
que nos foi imposto há vários séculos (FOUCAULT em RABINOW;
DREYFUS, 1995, p239).
Maingueneau
Por uma análise pragmática
do discurso
2004.
2 Um curso sobre Análise do Discurso, tendo em vista as pesquisas feitas em Psicologia, que
freqiientemente apresentam entrevistas como procedimento. Ao seu encargo ficou o que dizia
respeito à linguística; ao nosso, ficou o que dizia respeito à psicologia.
3 Psicologia Institucional.
Para Maingueneau, a análise do discurso não tem por objeto “nem uma
organização textual em si mesma, nem a situação de comunicação”, mas
deve “pensar o dispositivo de enunciação que associa uma organização
textual e um lugar social determinado (CHARAUDEAU;
MAINGUENEAU, 2004, p. 44).
Prosseguindo:
1 Como dissemos, o que se repete no corpo da presente Tese, visa a uma retomada “espiralada”
Pode-se ter pensado, a essa altura, que a psicanálise estaria sofrendo uma
espécie de descaracterização e que esta autora se distanciava dos seus
parceiros de ofício, os psicanalistas, para reconhecer, fora de seu campo, o
que efetivamente constituísse o trabalho analítico.
Foi exatamente aí, no entanto, que se fez o giro mais significativo. Pelo
conceito de transferência, criação freudiana de porte, foi possível discutir
a viabilidade das articulações entre uma determinada Análise do Discurso
e uma Psicanálise, aquela das origens, da propositura original de uma
clínica terapêutica. Pela análise de textos do próprio Freud, apontou-se
para as condições de, sem sair da cena psicanalítica, tomá-la exatamente
como uma instituição concreta, um gênero discursivo, uma cenografia, em
que os parceiros, em posições desiguais, reeditam, reimprimem lugares
prenhes de sentimentos que desconhecem, mas atuam suas cenas mais
primitivas e significativas. Ora, não haveria como negar a legitimidade
dessa clínica como psicanalítica! Afinal, tudo se assentou no dizer do
criador: Freud. Dele a autorização para este ousado voo, nas asas de uma
clínica assim concretamente psicanalítica.
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