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Universidade Federal de Uberlândia

Faculdade de Engenharia Mecânica

Curso de Engenharia Mecânica e Mecatrônica

TRABALHO DE MACROECONOMIA

Prof. Thaís Damasceno de Lima

Adna Vieira Soares Correia 11421EMC042


Carolina Alari Faria 11211EQU114

Marcela Félix Pinto 11311EQU127

Marina Cecconelo Soares 11211EQU037

Uberlândia – MG

17 de outubro de 2017
SUMÁRIO

1. Macroeconomia .......................................................................... 3
2. Contabilidade Social ................................................................... 5
3. Política Fiscal .............................................................................11
4. Política Monetária ...................................................................... 13
5. Política Cambial ......................................................................... 20
6. Referências ................................................................................. 22

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1. MACROECONOMIA

Macroeconomia é a ciência social que se propõem a estudar e observar a economia como um


todo, sendo esta nacional ou regional. Ela analisa os aspectos e características dos grandes
segmentos do mercado, como: produto nacional bruto (PIB), taxa de juros (Selic), inflação,
nível de emprego, taxa de câmbio e balança de pagamentos. A macroeconomia é um dos
principais pilares da política econômica, pois engloba a sociedade em seu pleno
funcionamento, com todas as atividades ocorrendo ao mesmo tempo e as trata de forma
independente.

O principal conceito macroeconômico refere-se ao sistema econômico, ou seja, uma


organização que envolva recursos produtivos. A estrutura de análise macroeconômica
costuma ser composta por cinco mercados:

 Mercado de Trabalho: representa a existência de toda a mão de obra disponível a ser


contratada,também determina-se a taxa salarial e o nível de emprego;
 Mercado de Bens e Serviços: relaciona o nível de atividades econômicas com todos os
bens produzidos pela economia em determinado período de tempo, determinando o
produto nacional bruto e o nível geral de preços;
 Mercado Monetário e de Títulos: Estuda a moeda e os títulos de dívidas do governo.
O mercado monetário estuda as reservas monetárias, poupança e a disponibilidade da
moeda. Já o mercado de título é aquele no qual agentes superavitários emprestam para
os deficitários, gerando-se os chamados títulos. Esse mercado engloba títulos do
governo, duplicatas, ações e debêntures;
 Mercado de Divisas: é o mercado do comércio exterior onde há a troca de moeda
estrangeira. A oferta de dividas depende das exportações e entrada de capital
estrangeiro no país, já a demanda de divisas depende das importações e saídas de
capital financeiro, sendo todo esse comércio feito pelo Banco Central. A variação de
divisas determina a taxa de câmbio e o preço da divisa em termos da moeda nacional,
como a cotação do dólar no país.

Ao estudar as principais tendências alcançadas através dos processos microeconômicos da


economia, como a produção, geração de renda, uso de recursos limitados, nível de preços e
comércio exterior, a macroeconomia designa seus principais objetivos:
 Crescimento econômico;
3
 Alto nível de emprego;
 Estabilidade de preços;
 Distribuição de renda socialmente justa.

Dessa forma, ao lançar seus objetivos a macroeconomia encontra-se num grande dilema visto
que seus objetivos podem ser dependentes um do outro e até mesmo podem ser conflitantes.
Por exemplo, no Brasil as metas de crescimento e igualdade distributiva mostraram-se
conflitantes, visto que para manter a rentabilidade dos investimentos feitos no país isto é
realizado mais facilmente se houver uma distribuição desigual da renda em âmbito nacional.
Outro exemplo, quando há redução do desemprego e a economia mantém-se produtiva,
ocorrerá naturalmente uma elevação do nível dos preços e consequente inflação.
Para atingir os objetivos da política econômica descritas anteriormente, o governo dispõe de
uma série de instrumentos que influenciam em sua economia. As principais políticas
macroeconômicas são:
 Política Fiscal: refere-se às ações do governo quanto aos gastos públicos e a
arrecadação tributária, a composição de ambos leva ao déficit ou superávit publico.
Dessa forma, a política fiscal pode ser dividida em duas grandes áreas: política
tributária e política de gastos públicos.
 Política Monetária: refere-se às ações do governo que controlam as condições de
liquidez da economia. Dessa forma, atua-se sobre a quantidade de moeda disponível e
a capacidade de concessão de empréstimos realizados pelos bancos,
consequentemente, regula-se as taxas de juros do país.
 Política cambial e comercial: refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio
do pais. O governo pode-se utilizar de instrumentos para estimular ou desestimular as
exportações e importações através de estímulos fiscais e creditícios as importações ou
controle de importações.
 Política de Rendas: refere-se à intervenção direta do governo na formação das rendas
no país. É feita através do controle sobre os salários, controle sobre os preços ou
congelamento dos preços e salários.

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2. CONTABILIDADE SOCIAL

A contabilidade social tem por objetivo mensurar a atividade econômica e social em


múltiplos aspectos em um determinado período de tempo. Define da melhor maneira possível
a economia de um país através de uma visão quantitativa, que mostra o seu ritmo de
crescimento e o estado econômico. É dividida em duas partes:

● Sistemas contábeis de estatísticas econômicas;


● Instrumentos de analise;

2.1. As Origens Keynesianas da Contabilidade Nacional:

A contabilidade nacional se baseia nas obras de John Maynard Keynes no século XVII,
focando em macroeconomia e suas vertentes. Baseando- se na obra, podemos citar alguns
aspectos da contabilidade nacional:

● Economias monetárias não se baseiam no plano de emprego;


● O comportamento do todo pode ser diferente do planejado através dos agentes
econômicos;
A teoria de Keynes define o principal objeto de estudo da Macroeconomia, mostrando a
determinação do nível de renda e produto à curto prazo.

No período pós-guerra, haverá um aceleramento nos estudos de Contabilidade Social e os


conceitos de renda nacional, sistemas de contas nacionais, serão integrados de forma mais
ampla, assim como descreverão as principais operações econômicas realizadas em um país.

Vários sistemas se complementaram, como por exemplo: sistema de registro de das


relações interindustriais (Input- Output) proporcionando uma visão estatística
interdependente do sistema econômico. Porém, neste mesmo período desenvolve-se um novo
sistema baseado em fluxos financeiros que vão registrar todas as transações realizadas em
diversos setores, baseando-se na moeda e no crédito.

Existem diversos sistemas de Contabilidade Social:

● Contabilidade de Renda Nacional ou Sistema de Cotas Nacionais;


● Tabela de Relações Interindustriais;
● Fluxos Financeiros;
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● Balanços Nacionais;
2.2. Despesa Nacional ou Agregada:

É o sistema mais antigo e comum e utilizado atualmente no Brasil. Desenvolvido por


Stones e sendo definido como o registro sistemático dos fatos econômicos que realizam as
diversas entidades do país. Foi elaborado e utilizado pelas Nações Unidas, estando
intimamente ligado à analise macroeconômica.

Vale-se de dados estatísticos da atividade econômica do país, separando-os e


classificando-os de modo a apresentá-los em uma estrutura lógica e coerente. Monta um
sistema de contas, utilizando determinadas técnicas para medir os atos econômicos e também
conceitos que possibilitam que a Contabilidade Social tem embasamento teórico.

2.3. Estrutura Básica: Produto, Renda e Despesa

A principal preocupação da Contabilidade Social é contabilizar o fluxo de bens e serviços


finais produzidos em um país em determinado período de tempo. Sendo medido sob três
aspectos:

● Como produto;
● Como renda;
● Como despesa;
E devem se relacionar de maneira semelhante, visando descrever as operações econômicas
em determinado período de tempo.

Dados de PIB do Brasil de 1967 até 2016:

Figura 1-Variação do PIB do Brasil

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2.4. Fluxo Circular de Renda

Um exemplo bem simplificado para explicar e entender em que consiste fluxo circular
de renda é:

Em um determinado sistema econômico, tenho empresas como unidades produtoras,


famílias como fornecedores dos fatores de produção e ao mesmo tempo unidades
consumidoras. As empresas não produzem bens intermediários e nem apresentam estoques, o
governo não atua de nenhum modo e as empresas não mantém relações exteriores. As
empresas neste caso recebem os fatores de produção (matéria-prima), pagam às famílias com
uma remuneração (salários, juros, lucros, entre outros) pela utilização dos mesmos, isto é,
pagam uma renda. As empresas criam um conjunto de bens e serviços e vendem às unidades
familiares, esse produto produzido. Quando as unidades familiares adquirem esse produto,
geram uma despesa.

Figura 2 - Fluxo Circular de Renda

Produto: somatório daquilo que foi produzido em um país em um determinado período de


tempo, sendo uma variável fluxo calculada entre dois períodos de tempo.

Despesa: soma de todas as compras e serviços finais em um determinado período de tempo.


Atentando-se que a despesa não é a soma de tudo aquilo que se compra em um país.

Renda: Soma dos pagamentos recebidos pelos proprietários donos dos fatores de produção
durante o período. Inclui somente as rendas auferidas na atividade produtiva e somente à
medida que contribuem para tal.

De acordo com o embasamento teórico das três variáveis acima, temos que:

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Despesa nacional: é o valor das despesas dos vários agentes na compra de bens e serviços
finais. Está relacionada com a despesa das famílias com bens de consumo, despesa com
investimentos das empresas, gastos do governo e gastos do setor externo.

Trataremos despesa nacional como: DN (despesas de consumo – C). Então, temos:

𝐷𝐷 = 𝐷 + 𝐷 + 𝐷 + 𝐷 − 𝐷

C= consumo das famílias;

I= investimentos;

G= gastos do governo;

X= exportações;

M = importações;

Em que as variáveis consistem em:

● Renda Nacional (RN): é a soma dos rendimentos pagos às famílias, proprietárias dos
fatores de produção, pela utilização de seus serviços produtivos;
𝐷𝐷 = 𝐷𝐷𝐷á𝐷𝐷𝐷𝐷 (𝐷) + 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 (𝐷) + 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 (𝐷) + 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 (𝐷)

Identidade básica – PN( produto nacional) = DN(despesa nacional) = RN( renda nacional) .

● Valor adicionado: consiste no cálculo do que cada ramo da atividade adicionou ao


valor do produto final, em cada etapa do processo produtivo;

𝐷𝐷 = 𝐷𝐷𝐷 − 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 𝐷𝐷 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷á𝐷𝐷𝐷𝐷

Então:
𝐷𝐷 = 𝐷𝐷 = 𝐷𝐷 = 𝐷𝐷
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● Poupança (S): é a parcela da RN não consumida no período, isto é, renda gerada
(salários, alugueis, juros, lucros) , parte que não é gasta nos bens de consumo;
𝐷 = 𝐷𝐷 − 𝐷

● Investimento (I): é o gasto em bens que representam aumento da capacidade


produtiva, isto é, capacidade de gerar rendas futuras. É o gasto em bens produzidos
que não foram consumidos no próprio período e que serão utilizados para consumo
futuro.
𝐷 = 𝐷𝐷 − 𝐷

𝐷 = 𝐷𝐷𝐷 + 𝐷𝐷

● Depreciação: é o consumo do estoque de capital físico, em dado período.


𝐷𝐷𝐷 = 𝐷𝐷𝐷 − 𝐷

● Produto nacional a preços de mercado e a custo de fatores:


PN a preços de mercado (PN pm): é o PN medido a partir dos valores transnacionais
no mercado ( ou seja, medido pelo preço pago pelo consumidor final);

PN a custo de fatores (Pncf): é o PN medido a partir dos valores que refletem os


custos de produção , remuneração aos fatores;
𝐷𝐷𝐷𝐷 = 𝐷𝐷𝐷𝐷 + 𝐷𝐷 − 𝐷𝐷𝐷

● Renda Liquida de fatores externos (RLFE) : é a remuneração dos ativos pertencentes a


estrangeiros, divide-se em:
1. Renda Enviada ao Exterior (RE): parte do que foi produzido internamente não
pertence aos nacionais (capital e tecnologia). A remuneração dessa renda vai
para fora do país.
2. Renda Recebida do Exterior (RR): recebemos renda devido à produção de
nossas empresas operantes no exterior.

● Produto interno bruto (PIB): é a renda devida à produção dentro dos limites territoriais
do país.
𝐷𝐷𝐷𝐷 = 𝐷𝐷 − 𝐷𝐷

● Produto Nacional Bruto (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais,
incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda
enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil.
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𝐷𝐷𝐷 = 𝐷𝐷𝐷 + 𝐷𝐷𝐷𝐷

Exemplo de Produto Interno Bruto:

Figura 3 - Exemplo de cálculo de produto interno bruto

A carga tributária de um ano não reflete de imediato no IDH (índice de


desenvolvimento humano). O IDH tem vários parâmetros: índice de nascimentos, educação,
PIB per capita, entre outros. Mostrando que esses parâmetros não evoluem do dia para a noite
e necessita-se de muita persistência das políticas públicas para a melhoria desses parâmetros.
É necessário analisar a evolução do IDH ao longo dos anos para ai sim comparar com a carga
tributária e o Brasil vêm mostrando gradativo crescimento.

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3. POLÍTICA FISCAL

O governo tem a função de complementar a ação do mercado na alocação de recursos


da economia, arrecadar impostos e direciona-los para suas respectivas classes e garantir o
crescimento econômico e o máximo de emprego. Tais funções, são algumas das principais
exercidas pelo governo, essas são conhecidas respectivamente como: Função alocativa,
função distributiva e função estabilizadora.

Atualmente a arrecadação tributária total é cerca de 70% feita por cobrança de


impostos sendo eles diretos ou indiretos. Um dos principais impostos é o ICMS (imposto
sobre circulação de mercadorias e serviços).

Os gastos do governo podem ser separados por categorias como bens públicos puros
(legislativo, judiciário, segurança, dentre outros), bens semi-públicos (educação, cultura,
saúde, saneamento) e bens privados (agricultura, transporte, desenvolvimento regional).

Abaixo se consegue ver o orçamento geral de forma percentual:

Figura 4 – Orçamento geral da União


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Observa-se que o valor dos gastos do governo é maior que sua receita o que significa
um déficit público. Déficit é basicamente a subtração entre o investimento do governo pela
poupança do governo, ou seja, o que o governo tem para investir. Quando o investimento é
menor do que a poupança tem um superávit, quando o governo tem uma política fiscal
contracionista.

Para realizar a política fiscal no país o governo pode adotar a políticas expansionistas,
aumentando o gasto público e diminuindo os impostos cobrados e isso aumentada a renda, o
consumo e os produtos consumidos. Ou a política contracionista que é aplicada diminuindo os
gastos públicos e aumentando os impostos. Essa causa o sentido inverso da expansionista,
pois haverá a diminuição da renda, do consumo e consequentemente dos produtos.

Um exemplo de política anti-inflacionária é o governo que vivemos hoje, onde o esse


controla o poder de compra com aumento ou diminuição de impostos. Um exemplo de
política para maior crescimento pode ser o governo do Lula onde baixou os impostos com a
intenção de aumentar o crescimento econômico do país.

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4. POLÍTICA MONETÁRIA

4.1 Banco Central


O Banco Central do Brasil é o órgão responsável pelo controle da inflação no país. Ele
regula a quantidade de moeda na economia, ação esta que permite a estabilidade de preços.
Também está em suas mãos, supervisionar e regular as instituições financeiras.
O BC executa as orientações do Conselho Monetário Nacional. Também, é
responsável por conduzir as políticas monetária, de crédito, cambial, e de relações financeiras
com o exterior; a administração do Sistema de Pagamentos Brasileiro; a regulação e da
supervisão do Sistema Financeiro Nacional e os serviços do meio circulante.
Outro papel do BC é emitir papel-moeda e moeda metálica; receber recolhimentos
voluntários e compulsórios das instituições financeiras; realizar operações de empréstimo e
redesconto às instituições financeiras; regularizar a execução dos serviços de compensação de
cheques e outros papéis; a compra e venda de títulos públicos federais; exercer o controle de
crédito; autorizar o funcionamento de instituições financeiras; estabelecer as condições para o
exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; vigiar a interferência de
outras empresas nos mercados financeiros e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

4.2 Moeda
A moeda é o meio utilizado para efetuar transações monetárias. É todo ativo que seja
uma forma de liquidar débitos, que tenha aceitação geral e disponibilidade imediata, e que
admite ao seu titular um direito de saque sobre o produto social. Tem como características
mais relevantes a indestrutibilidade e inalterabilidade, a homogeneidade, a divisibilidade, a
transferibilidade e a facilidade de manuseio e transporte.
Suas principais funções são:
● Servir como meio de troca ou de pagamento
Esta é a principal função da moeda e a razão principal de seu aparecimento. Os benefícios
dessa função são:

“- Ao funcionar como intermediária das trocas, a moeda torna possível maior grau de
especialização e de divisão social do trabalho. Isso devido à possibilidade que se abre
a maior realização de trocas na economia, demandando uma diversidade de produtos
maiores que a existente em uma economia de escambo;

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-A utilização da moeda possibilita sensível redução do tempo empregado nas
transações. Essa economia de tempo faz com que o tempo economizado seja utilizada
em outras atividades sejam de lazer ou produtivas.
-Quando as trocas passam a ser efetivadas por intermédio da moeda, elimina-se a
necessidade de dupla coincidência de desejos, exigida no escambo. Pois no escambo, a
troca se realiza se existe à vontade dos cambiantes mútua pelos produtos respectivos.”
(1)

● Servir como padrão de referência ou unidade de conta


Possibilita mensurar e expressar em unidades monetárias os valores de bens, dívidas e
serviços. Ação esta que era difícil acontecer na economia de escambo, dada a dificuldade de
contabilizar o valor de um determinado bem com relação a outros.

● Reserva de valor
É possível utilizá-la para acumulação de poder aquisitivo, embora este não seja o
único ativo que desempenhe esta função; ouro, jóias, obras de arte, ações e imóveis são
exemplos de reserva de valor. O diferencial da moeda está na sua liquidez, que possibilita a
mobilidade imediata do poder de compra, enquanto os outros ativos terão que ser
primeiramente avaliados e transformados em moeda antes de serem trocados por outros bens.

4.2.1 Demanda por Moeda


A Demanda por Moeda acontece dada a necessidade de sua utilização para poder comprar,
pagar dívidas e realizar trocas. Esta é chamada de demanda de moeda por motivo
transacional, que é dependente do padrão de gastos dos indivíduos e estes do nível de renda.
Quanto maior a renda, maior a demanda por moeda para realizar transações.
Ela depende tanto da renda como da taxa de juros nominal (motivo de especulação). É
diretamente relacionada com a renda e inversamente relacionada com a taxa de juros.

4.3 Condução da política monetária

Oferta de Moeda
● Meios de Pagamento (MP)
São todos os ativos possuídos pelo público não-bancário que possuem liquidez absoluta e
imediata. O primeiro é o papel-moeda em poder público (PMP), e o segundo é representado

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pelos depósitos à vista, do público, nos bancos comerciais ou em outras instituições (DVbc).
Assim, no Brasil, o total de MP é definido por:
MP = PMP + DVbc

● Base Monetária(B)
“A base monetária (B) é dada pelo passivo monetário das autoridades monetárias. Esta
parcela, após as reformas introduzidas no sistema monetário brasileiro em 1986, é
constituída por três parcelas. A primeira é o papel-moeda em poder do público, PMPP;
a segunda, o papel-moeda em caixa das instituições como bancos comerciais. A
terceira, as reservas dos bancos comerciais (entendidos em sentido amplo) junto ao
Banco Central. Temos assim:
B = PPMP + reservas no Banco Central + reservas em outras instituições
Os critérios do Banco Central, para a definição dos vários conceitos de moeda são os
seguintes:
M1 – trata-se dos meios de pagamento, segundo versão convencional. M1 é
constituído pela soma de moedas manual (papel-moeda em poder do público – PMPP
– e moeda metálicas) e escritural (depósitos à vista do público nos bancos comerciais).
M2 – Inclui, além dos ativos monetários que integram o M1, títulos federais, estaduais
e municipais em poder do público, com exclusão dos pertencentes às carteiras das
instituições financeiras e do Fundo de Aplicação Financeiras (FAF).
M3 – Inclui, além dos ativos monetários e quase-monetários que integram o M2, os
depósitos de poupança mantidos pelo público na Caixa Econômica Federal, Caixas
Econômicas Estaduais (extintas), sociedades de crédito imobiliário e associações de
poupança e empréstimo.
M4 – Inclui, além dos ativos monetários e quase- monetários totalizados em M3, os
depósitos a prazo, letras de câmbio e letras hipotecárias, exceto aqueles em poder do
FAF.” (2)

Instrumentos de Controle Monetário


Se a taxa de inflação está alta, o BC recorrerá aos instrumentos monetárias para elevar a taxa
SELIC. Com taxas de juros maiores, fica mais caro fazer financiamentos e investimentos,
levando assim a queda na demanda por produtos, o que de acordo com a lei da oferta e da
demanda reduz os preços, e consequentemente, reduz também a inflação.

A meta da SELIC é definida pelo BC, que intervém na economia para atingi-la. Contudo, ela
é calculada considerando essas ações centrais e também levando em consideração uma média
das taxas de juros sob empréstimos interbancários (CDI) .

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Os instrumentos mais tradicionais utilizados pelo BC para controlar a economia do país são:

● Recolhimentos compulsórios
É basicamente um depósito de reserva que os bancos, privados e públicos, são obrigados a
entregar ao BC. É um instrumento dinâmico para estabelecer metas de política monetária, pois
que sua taxa de recolhimento influi diretamente no nível de expansão ou contração dos meios
de pagamentos, por meio do multiplicador bancário. Têm como objetivo o controle global de
reservas bancárias em conformidade com as operações de open market e determinadas
operações consideradas prioritárias para o desenvolvimento econômico do país.

● Redesconto
É um empréstimo concedido pelo BC aos bancos comerciais em caso de falta de liquidez.
Como instrumento de controle monetário encontra-se na taxa cobrada pelo Banco Central,
alteração do prazo para que os bancos quitem da dívida, fixação de limite para empréstimo,
exigência de garantia e controle para frequência de utilização do recurso.

● Open Market
É um dos instrumentos mais eficazes, sendo capaz de equilibrar a oferta de moeda e taxa de
juros a curto prazo. O BC compra e vende títulos de acordo com a necessidade de reter ou
expandir a circulação de moeda. Quando existe a necessidade de diminuir taxas de juros o BC
compra títulos, “sobrecarregando” a economia de recursos monetários e incentivando um
maior desenvolvimento econômico naquele período. Quando é necessário aumentar os juros,
o BC vende títulos e resgata dinheiro do mercado, reduzindo assim investimentos e consumo,
o que pode contribuir para um “desaquecimento” da economia nacional.

Taxa de juros: É o custo de um empréstimo ou o retorno de uma aplicação em um


determinado intervalo de tempo. Afeta decisões de consumo e investimento, o tamanho do
déficit público, o fluxo de recursos externos para a economia, a taxa de câmbio, e
consequentemente a competitividade de produtos nacionais, entre outras variáveis.

4.4 Política Monetária Anti-inflacionária


Segundo o autor Barbosa-Filho (2006), a política monetária deve orientar-se através de vários
instrumentos e ações, sendo a uma sequência de medidas não podem ser plenamente

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programadas anteriormente. Contudo seus objetivos e intenções devem ser bem definidos
desde o princípio.
1ª intenção: A política monetária deverá ser utilizada para alcançar vários objetivos, como
diminuir as taxas de juros e controlar a inflação, pois quando a taxa de juros é superior ao
PIB, a macroeconomia sofre uma instabilidade que vem, das próprias altas taxas de juros no
financiamento público e internacional. Nesta situação as metas de inflação não seriam
atingidas. Assim, pode-se perceber que a política monetária deve abrir mão de outros
instrumentos para controlar o nível dos preços, exceto a taxa SELIC.
2ª intenção: A política monetária também deverá ter como objetivo evitar grandes variações
na taxa de câmbio, mantendo uma média de longo prazo, já que não pode ocorrer uma
estabilidade macroeconômica aceitável se o país apresenta uma grande vulnerabilidade a
choques financeiros externos.
Assim a política monetária anti-inflacionária no Brasil, deve seguir vários caminhos além do
combate ao aumento do nível de preços. Segundo Barbosa-Filho (2006), uma chave é utilizar
uma política que estimule investimentos e mantenha a taxa de crescimento do consumo em
um nível não inflacionário, e simultaneamente utilizar políticas industriais para aliviar a
indústria.
Mesmo com uma grande diversidade de teorias de inflação, podemos classificá-las de acordo
com os tipos predominantes das causas que a originam.
As causas são basicamente as seguintes:
1 – excesso de demanda agregada em relação à oferta agregada;
2 – expansão dos custos componentes da oferta agregada.

INFLAÇÃO DE CUSTOS: Seu trato teórico aceita que as causas iniciais do processo se
encontram na esfera da oferta agregada, e seus deslocamentos resultam de mudanças nos
salários, nos custos de matérias-primas ou da tentativa de aumentar os lucros. A inflação de
custos que é originada em aumentos nas taxas salariais, e assumem que estas incorporem
reajustes superiores aos do custo de vida, adicionados ainda de aumentos superiores à
estimativa dos acréscimos da produtividade da mão-de-obra. Este tipo de pressão que resulta
em elevação salarial geralmente é consequente de negociações coletivas conduzidas por
sindicatos. Neste argumento, supõe-se que as elevações de custos devem ser incorporadas ao
ao preço dos produtos.

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Além do explicado anteriormente, a inflação de custo pode ser resultado do aumento nos
preços de matérias-primas.
“Este segundo tipo de inflação de custos exprime-se também por meio da mudança de
posição da curva de oferta agregada: partindo da situação inicial, os produtores só
estarão dispostos a manter o mesmo quantum de oferta agregada a níveis mais altos de
preços. Independentemente do que possa acontecer com a demanda agregada, a curva
de oferta agregada movimenta-se para cima, de tal forma que, mantido o nível de
pleno emprego, o aumento do lucro implicará a elevação do nível geral de preços,
após decorrido o intervalo de tempo necessário para que a expansão dos custos de vida
a esse aumento indutor se estenda a toda a economia.”(3)

INFLAÇÃO DE DEMANDA: Uma explicação teórica sustenta que as altas dos preços
resultam basicamente de um excesso de demanda em relação à capacidade de oferta.

INFLAÇÃO INERCIAL: É ocasionado pelo reajuste de preços, de acordo com a inflação


observada em um período imediatamente anterior; os contratos contêm cláusulas de indexação
que irão restabelecer seus valores após um intervalo fixo de tempo.

Fazendo uma análise, quanto à questão das pressões inflacionárias vindas da taxa de câmbio e
do setor externo, algumas políticas alternativas podem reverter esta situação. No lado
monetário podem ser elevados as reservas de capital dos bancos, consequentemente
aumentando as taxas de juros do mercado. Porém, diminuindo a SELIC, elevando o custo da
dívida privada, reduzindo o custo da dívida pública, e consequentemente levar a uma queda
muito significativa do crédito ao consumo. No lado fiscal, a implementação de uma política
fiscal de contração, por um aumento temporário da cobrança fiscal sobre as classes mais ricas
e redução temporária nos gastos sociais.
Algumas medidas defendidas para reverter a inflação inercial são: o controle de preços
públicos, a extinção total ou parcial da indexação e a tentativa de abrandar as disputas de
conflitos sociais.
“No Brasil, desde os anos 50, com Eugênio Gudin (economista e ex-ministro da
Fazenda) e seus discípulos, a tentativa de estabilizar a inflação crônica por meio da
contração do crédito e da liquidez, conforme recomendava a ortodoxia, provocou
crises bancárias, desemprego e recessão, sem derrotar a inflação. Foi também
provavelmente um fator importante para a derrota política do liberalismo ilustrado. No
longo prazo, portanto, seu custo pode ter sido ainda mais alto. Tudo o que o

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liberalismo ilustrado de Gudin acertadamente propunha ficou comprometido pelos
resultados traumáticos de sua equivocada ortodoxia monetária.”(4)

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5. POLÍTICA CAMBIAL

Para que dois países realizem transações comerciais entre si é preciso estabelecer uma relação
de valor entre suas moedas, essa relação é chamada taxa de câmbio.
Taxa de câmbio é o conceito que avalia a conversão de uma moeda em outra. Em outras
palavras é o número de unidades de moeda nacional necessário para comprar uma unidade de
moeda estrangeira. Uma definição macroeconômica deste conceito é: taxa de câmbio é um
preço relativo que reflete a competitividade de um país em relação aos outros. Dessa forma, a
taxa de câmbio é determinada pela oferta e procura de divisas em um país.
A taxa de câmbio pode ser classificada em taxa de câmbio real e taxa de câmbio nominal. A
diferença entre ambas é simples: a taxa nominal é aquela que normalmente é divulgada pelas
instituições financeiras e é expressa em unidades monetárias. Já a taxa real é dada pela
diferença entre a taxa nominal e a inflação do período no país, ou seja, esta expressa o poder
de compra da moeda nacional em transações externas.

A taxa de câmbio é uma peça fundamental da economia de um país porque influencia todo o
balanço de pagamentos. Além disso, as alterações da taxa têm efeitos profundos sobre a
competitividade dos produtos brasileiros no exterior, de forma que uma desvalorização na
taxa de câmbio provoca um aumento das exportações, pois o produto nacional torna-se mais
competitivo e dessa forma aumenta-se o nível de produção e emprego, mas também pode
levar a um aumento dos preços internos e assim provocar inflação. A mesma também
influencia no nível de investimento estrangeiro em títulos e capitais, que afetam a taxa de
juros do país.

A política cambial basicamente se refere à atuação do governo sobre a taxa de câmbio do país.
O governo pode-se utilizar de instrumentos para estimular ou desestimular as exportações e
importações através de estímulos fiscais e creditícios as importações ou controle de
importações. Dessa forma, se analisarmos sob a ótica dos objetivos da política econômica, a
taxa cambial pode contribuir para o aumento o produto interno bruto (PIB) através do
aumento do volume de exportações. Por outro lado, um aumento da taxa de câmbio provoca
desvalorizações pronunciadas da moeda nacional, impactando de forma negativa a inflação,
pois provoca um aumento dos preços dos produtos importados. Portanto, trata-se de saber
qual é objetivo da política econômica do país. Se o objetivo for o aumento do PIB do país,

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deve-se incentivar as exportações e vendas externas através de subsídios e redução de
alíquotas de exportação. Já se o objetivo for o combate à inflação, quanto menor for o valor
do dólar, maior será a contribuição da taxa cambial para estabilizar a mesma. As políticas
cambiais mais frequentes são:

 Regime de taxas fixas de câmbio: o mercado deve operar a uma taxa de câmbio fixada
antecipadamente pelo Banco Central.
 Regime de taxas flutuantes de câmbio: basicamente a taxa de câmbio é determinada
pelo mercado, através da oferta e demanda de dividas (moeda estrangeira). Como o
Banco Central é o principal agente da compra e venda de divisas na maioria dos
países, a taxa de câmbio é mantida no valor que o mesmo deseja. Essa ocorrência é
chamada de dirty floating ou flutuação suja.
 Regime de bandas cambiais: é fixado pelo Banco Central um limite superior e inferior
no qual a taxa de câmbio pode flutuar e que o mercado deve operar. Quando o preço
das divisas fica abaixo ou acima desse intervalo, há uma intervenção do Banco
Central, que vende ou compra moeda estrangeira.

Atualmente, no Brasil o Regime Cambial adotado é composto por três taxas de câmbio
diferentes. A taxa de câmbio oficial, divulgada pela mídia e instituições financeiras, é
determinada pelo mercado flutuante, sendo utilizadas nas transações comerciais e financeiras,
isto é, para liquidar as exportações e importações de mercadorias e serviços e para o
movimento de capitais e títulos. A segunda taxa de câmbio é o dólar turismo que é usado para
compras e vendas de divisas destinadas a viagens em paralelo, já a terceira taxa cambial é o
Black, usado em transações ilegais.

21
6. REFERÊNCIAS

ARRETCHE, M. Federalismo e políticas sociais no Brasil: problemas de coordenação e


autonomia.

VASCONCELLOS, M.A.S; GARCIA, M.E. Fundamentos de Economia. São Paulo, 2014

(1), (2), (3) LEITE, Alexandre. ECONOMIA MONETÁRIA E ESTUDO DA MOEDA.


Disponível em: <http://educaleaks.dominiotemporario.com/doc/economia_monetaria.pdf>.
Acesso em: 14 out. 2017.

(4) EXAME. Uma reflexão sobre a política monetária Brasileira. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-politica-monetaria-no-diva/>. Acesso em: 14 out.
2017.
(5) SEER – UFU. Políticas alternativas de controle de inflação e estratégias de
desenvolvimento. Disponível em:
<http://www.seer.ufu.br/index.php/revistaeconomiaensaios/article/viewFile/26484/14429>.
Acesso em: 14 out.2017.

SCIELO. Descentralização, Gastos Públicos e Preferências Alocativas dos Governos Locais


no Brasil (1980-1994). Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0011-
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22
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI. As funções do Banco Central e os instrumentos
de política monetária. Disponível em:
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<https://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/politica-monetaria-
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monetária. Disponível em: <https://nepom.wordpress.com/2014/03/01/entendendo-a-politica-
monetaria/>. Acesso em: 14 out. 2017.

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