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EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

O objetivo da pesquisa foi compreender o conceito de Epistemologia como disciplina autônoma


integrante da Ciência da Informação. A história da filosofia deu a conhecer algumas definições
de Epistemologia e o entendimento das mudanças paradigmáticas , assumindo acepções e
análises diferenciadas pelos filósofos , cientistas e estudiosos . Sendo a Ciência da Informação
uma ciência contemporânea , bem jovem, se comparada com outras ciências busca ainda a
sua identidade junto às várias ciências que lhes são interdisciplinares . Em outras palavras,
falta à Ciência da Informação um estatuto epistemológico reconhecido . Este trabalho é
composto de dois momentos específicos, o primeiro momento ocupou-se com algumas
definições de Epistemologia . Num segundo momento explorou-se leituras de textos indicados
que tratam da Epistemologia da Ciência da Informação. Desde já , percebemos os limites nas
abordagens por se tratar de um tema complexo da Epistemologia das Ciências Sociais.

EPISTEMOLOGIA

O termo Epistemologia , em inglês , Epistemology foi introduzido por J.F. Ferrier (Institutes od
Metaphysis, 1854 ) conforme nos coloca ( ABBAGNANO, ANTISERI, 1982) em seu dicionário
de filosofia , “tratamento de um problema que nasce de um pressuposto filosófico específico,
isto é, no âmbito de uma determinada diretriz filosófica” . Na Contemporaneidade, a teoria do
conhecimento foi substituída por outra disciplina, “Metodologia”, que analisa as condições e
limites existentes “dos processos de investigação e dos instrumentos lingüísticos do saber
científico”. Neste sentido entende-se que a metodologia é o conjunto dos procedimentos
metódicos de uma ou mais ciências, ou seja , este conjunto é produzido no interior de uma
disciplina científica ,comunidade científica, e tem como objetivo garantir a eficácia da técnicas
de averiguação ou de controle que dispõem. A Epistemologia, segundo uma definição básica “é
o estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados das ciências já constituídas”,enquanto
teoria objetiva “determinar os fundamentos lógicos, o valor e o alcance delas. Notamos que o
conceito ao evidenciar o alcance de cada ciência significa que cada ciência possui o seu objeto
de estudo bem como um método para nortear as análises , pesquisas e toda fundamentação
teórica. As ciências se respaldam em teorias e métodos pertinentes que possam ratificá-las
enquanto ciência. O paradigma é uma característica importante para a cientificidade, nos
informa ( PORTOCARRERO,1994) referindo-se ao termo de acordo com Thomas Khun ,
salienta que o cientista não se empenha em veicular uma definição unívoca, porém trata-se de
uma definição elucidativa aquela em que “Paradigmas são realizações científicas
universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções
modelares para uma comunidade de praticantes”; um paradigma é um conjunto teórico
referencial que serve como norteador para uma comunidade de pesquisa (científica) certificar-
se quanto à veracidade daquilo que está sendo colocado em questão, ou prova. Os membros
de uma comunidade científica trabalham compartilhando suas pesquisas e tendo como
orientador o modelo que é aceito pela mesma comunidade, ou seja, ao aprender um paradigma
o cientista adquire teoria, métodos e padrões conjuntamente, formando uma mistura
inextricável , um consenso entre as pessoas envolvidas que não se dissocia. Os modelos
teóricos aceitos como “ciências” foram se transformando a partir de questionamentos , críticas ,
rupturas ou até mesmo agregando novos valores surgidos no interior das “comunidades
científicas”. Vimos que em grande parte, os pensadores ou cientistas que proporam mudanças
epistemológicas estavam ligados de uma maneira ou outra aos conceitos que os antecediam. A
história da filosofia mostrou que foram muitos os caminhos percorridos por pensadores no
sentido de conhecer os fenômenos, como apreender o real. A Idade Moderna revoluciona e
inaugura um método capaz de conceder a autonomia da epistemologia , momento em que
filósofos como Descartes, Bacon, Locke, Hume, lançam as bases da ciência moderna e
finalmente Immanuel Kant , realizam suas indagações ,adotam procedimentos organizados,
sistematizados e obedecendo critérios: qualquer conhecimento lida com o problema da
verdade , a possibilidade do conhecimento e sua abrangência , bem como a sua fonte .
Em seu texto, (GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2001 ) se refere à epistemologia como “estudo das
possibilidades, origem, natureza e extensão do conhecimento humano”, considera as
condições e o que é possível conhecer. O conhecimento científico pretende ser autônomo e
legítimo independente . Há entre as ciências , seja da natureza ou humanas uma concorrência
sobre a qual, entre todas elas, há de ser reconhecida como porta voz de uma interpretação
pública ,(Merton, citado por SERRES,1990),na realidade quanto mais fragmentada, mais
especializada e confiável se torna uma ciência .

No contexto de Modernidade, a epistemologia estaria em condições de definir a verdade.Os


procedimentos científicos geraram a crença em sua universalidade ampliando-se como modelo
a ser seguido por todas as ciências particulares .As Ciências Humanas (psicologia, sociologia,
economia, história, lingüística,entre outras), desenvolvidas ao longo do século XIX buscaram o
seu estatuto epistemológico, uma vez que foram impedidas de se consolidarem como
científicas por não atenderem às exigências do método científico. A filosofia positivista tratou as
ciências humanas de maneira semelhante às ciências da natureza ( física, química, biologia,
geologia, entre outras ) . Da mesma forma, a Sociologia de Durkheim partia do pressuposto
metodológico de que os fatos sociais deviam ser observados como coisas . A psicologia sofreu
a influência do positivismo e adquiriu o estatuto de ciência. Os positivistas lidavam com os
fenômenos humanos assim como se lida com fenômenos naturais certamente
desencadeariam uma discussão e conseqüentemente uma crise se abateu sobre a ciência
moderna, afinal, a complexidade de que tratam as ciências humanas devem ser estudadas
através de métodos diferenciados.

Ao longo do século XIX e nos primeiros anos do século XX, o modelo científico até então aceito
e reconhecido passou a ser questionado , criticado e reavaliado por novos pensadores:
Carnap, Schlick, entre outros autores chamados de neopositivistas do Círculo de Viena 10 ,
(REALE, ANTISERI , 1991) nos coloca que Viena, constituía-se como terreno adequado para o
desenvolvimento das idéias neopositivistas, uma vez que o liberalismo resultante da filosofia
iluminista norteava a política. Contudo, os chamados lógicos do Círculo de Viena privilegiavam
O princípio de verificabilidade, excluíam a filosofia do domínio do conhecimento do real,
consideravam como ciências reconhecidas , apenas a lógica , a matemática e ciências
empíricas. Assim como os cientistas modernos e os positivistas ,os lógicos do Círculo de Viena
buscaram conhecer os fatos apoiando-se num modelo que consideravam ser o mais eficiente e
científico , abriram espaços para críticas, rupturas e abordagens diferenciadas. Os cientistas
sucessores dos lógicos ou neopositivistas , Popper, Kuhn, Lakatos, entre outros são
denominados pós-empiricistas . Para Popper, o cientista deve estar mais preocupado não com
a explicação e justificação da sua teoria, mas com o levantamento de possíveis teorias que a
refutem. Em sua crítica , Popper que chegara a ser associado ao Círculo de Viena nega a
indução , o princípio de verificabilidade, propondo que a verdade do discurso científico é a
condição de refutabilidade, vale dizer que quando uma teoria é colocada em dúvida e resiste ,
ela é confirmada e aceita como detentora conhecimento real.
Para (CAPURRO, 2003) , Thomas Kuhn utiliza o conceito de paradigma: como a palavra
mesmo indica do grego paradeigma = exemplar, mostrar uma coisa como referência (pára) a
outra – o paradigma é um modelo que nos permite ver uma coisa em analogia a outra. Como
toda analogia, chega o momento que os limites são evidentes, produzindo-se então uma crise
ou, uma revolução científica, na qual se passa de ciência normal a um período revolucionário e
em seguida novo paradigma. Um paradigma é visto como modelo a ser seguido e respeitado
por uma comunidade científica , porém num dado momento ele enfrenta situações que vão
mostrar a sua condição de permanência ou não , daí cedendo para uma nova teoria. A história
registra os casos em que sistemas vistos e aceitos como únicos e verdadeiros pelas
instituições detentoras do saber legitimado são derrubados e substituídos por outros, um
exemplo é a teoria geocêntrica substituída pelo heliocentrismo.
A Escola de Frankfurt, fundada nos anos 20 do século XX elabora uma crítica ao modelo
paradigmático iluminista (razão instrumental ) . Filósofos como Adorno, Horkheimer, Marcuse, e
Benjamin representam uma nova postura frente à ciência , trata-se do exercício da
racionalidade científica, típica do positivismo, que visa a dominação da natureza para fins
lucrativos, colocando a ciência e a técnica a serviço do capital , em outras palavras, uma
ciência dominadora que promove a indústria cultural . Horkheimer elabora a Teoria crítica da
sociedade, de forma que elementos como a opressão e a exploração pudessem ser percebidas
neste modelo vigente. O filósofo apontava para a necessidade de promover o teórico crítico
cuja única preocupação consiste no desenvolvimento que conduza à sociedade sem
exploração . (REALE, op. cit.) ressalta para o aspecto histórico da criação da Escola de
Frankfurt que assistiu “ ao desenvolvimento maciço, onipresente e irrefreável da sociedade
tecnológica” instaurada na Segunda Guerra Mundial. Nessa perspectiva é possível
compreender o enfoque predominante ,seu caráter crítico e a necessidade de uma filosofia e
de uma ciência comprometida com o bem estar da sociedade como um todo, . A Escola de
Frankfurt despertou em alguns pensadores uma reflexão, um repensar sobre as conseqüências
de um sistema político, econômico e social que de certa forma parecia se perpetuar.
Entretanto, como já foi salientado as investidas científicas se e perpetuam , renovam ou se
rompem à medida em que o modelo científico predominante já não consegue satisfazer à
comunidade científica e responder adequadamente às questões propostas. No entanto,
comunidades científicas chegam a inibir qualquer situação que possa desviar-se de suas
orientações pré-estabelecidas. Pois bem, esboça que o século XX também é responsável pela
emergência de um modelo interpretativo de ciência : a hermenêutica de Hans-Georg Gadamer
indica uma distinção e uma conexão entre verdade das ciências do espírito , e o método das
ciências naturais , ou seja, permitem manter aberto o sentido da verdade histórica própria da
ação e pensamentos humanos , enquanto que o método das explicações causais somente
poderia aplicar-se a fenômenos naturais submetidos exclusivamente a leis universais e
invariáveis. Vejamos: “Ciências do espírito” são aquelas que se voltam para “gênero humano”
como a história, a economia política, as ciências do direito e do Estado, a ciência da religião, o
estudo da literatura e da poesia, da arte, música, das instituições do mundo e dos sistemas
filosóficos, psicologia” . O que entendemos nessa abordagem interpretativa é que os
pensadores citados separam o objeto próprio das ciências naturais do objeto das ciências
humanas, uma vez que eles são diferentes e não podem ser vistos, analisados e
compreendidos pelo mesmo método. Buscar um paradigma único que compreenda objetos
díspares é uma investida que se mostra incompatível na visão de Capurro, embora tais
discussões tenham permeado a ciência da informação bem como a tecnologia da informação .

O PARADIGMA FÍSICO

Em se tratando da Ciência da Informação, ( GONZÁLEZ DE GÓMEZ ) em seu texto nos coloca


a dificuldade de demarcar as fronteiras , o campo de atuação da mesma, afinal a informação é
componente principal em todas as ciências . A autora nos diz em sua introdução a informação
designa um componente principal da construção epistêmica das sociedades contemporâneas,
sua definição é disputada em múltiplas arenas metadiscursivas, um verdadeiro campo de
batalhas travado entre as disciplinas para apoderarem-se de um arcabouço tão precioso. A
informação é o elemento importante para as ciências fazendo valer o fato de que é pela
informação que seres humanos aprendem e conhecem os diferentes fenômenos existentes e
são capazes de identificar, conceituar e até mesmo questioná-los. Pois bem, qual seria a
cientificidade da ciência da informação? A história da ciência da Informação reconhece três
“modelos” distintos, ou seja, os paradigmas que a estruturaram desde o primeiro momento.
Para González de Gómez, a ciência da informação atende a variantes, ora se respalda como
ciência empírico analítica, em outras palavras algo muito técnico , às vezes como “metaciência”
e num terceiro momento abraça o pluralismo , assim como a contextualização presente nas
ciências sociais; entendemos que trata-se primeiramente do “modelo físico”, baseado numa
“epistemologia fisicista” exposto por (CAPURRO, ) , que significa em outras palavras, há um
emissor e um receptor da informação e as condições onde se dá a transmissão da mensagem
não sofrem influências que possam perturbá-la, uma vez que inicialmente a informação foi
pensada como sendo da ordem do previsível, do programável, do domínio da aplicação do
cálculo (LEVY,1995). A discussão ao nosso entender é o fato de que as raízes embrionárias da
ciência da informação tangem ao desenvolvimento científico e tecnológico proveniente dos
esforços da Guerra dos anos 30 (PINHEIRO,1995) . Quanto ao usuário, o modelo fisicista não
lhe dá representatividade, ele era passivo diante da informação. O postulado de ciência
moderna privilegiava a quantificação da informação excluindo o usuário enquanto sujeito
pensante, ativo e o colocava simplesmente como “receptor” da informação , os aspectos
semânticos e pragmáticos são descartados por Shannon, (CAPURRO, op.cit.). O contexto era
ignorado uma vez que a mensagem deveria ser transmitida a um receptor. Haveria contudo
uma “fórmula” sugerindo uma codificação, sinais são transmitidos e captados por um receptor
totalmente desprovido de um contexto.
O PARADIGMA COGNITIVO

O segundo paradigma da Ciência da Informação é o paradigma denominado Cognitivo. Trata-


se também de um modelo que sustenta pontos reducionistas, por negligenciar em suas
premissas os condicionamentos sociais e materiais do existir humano, valorizando somente os
aspectos cognitivos e práticos da informação que tem como objetivo solucionar problemas do
sujeito cognoscente . A este González de Gomes denomina “Meta-ciência”, algo que vai além
do aparato científico, técnico e se utiliza de uma interpretação, que é feita por um sujeito:
aquele que precisa conhecer . Este modelo critica o modelo anterior ao excluir o usuário ,
contudo , os paradigmas não se desgastam totalmente, pelo contrário até se complementam .
No paradigma cognitivo nota-se que a percepção, ou seja, a aquisição do conhecimento pelo
sujeito cognoscente é o elemento primordial , pragmático, capaz de alterar o comportamento
daquele que busca a informação . Em seu trabalho, (ALMEIDA, 2007) esclarece que o modelo
cognitivo “considera os modelos mentais dos usuários, utilizando abordagens cognitivas –
centradas no processo interpretativo do sujeito cognoscente” , e para isso há um resgate, o do
usuário ainda que de uma forma pouco significativa , uma vez que o contexto de vida do
indivíduo não é relevante .

O PARADIGMA SOCIAL

O terceiro paradigma da Ciência da Informação vai traçar pressupostos que valorizam o ser
humano em sua integridade. O contexto do usuário e a linguagem são elementos considerados
importantes assim como a sua subjetividade, elementos que até então não eram reconhecidos
pelos modelos paradigmáticos anteriores. O paradigma social é fruto da hermenêutica, uma
vez que há todo um procedimento interpretativo objetivando alcançar uma determinada
comunidade e seus integrantes. Citado por (MARCIAL, Elaine, 2007) Shera, em 1972, foi o
primeiro autor a utilizar o o termo epistemologia social, ao defender que não se podem
conhecer os processos intelectuais da sociedade somente com o estudo do indivíduo, isolado
da cultura e da sociedade em que está inserido”20 , percebe-se uma preocupação cultural e
sociológica do indivíduo, antes visto apenas como sujeito cognoscente destituído de valores,
analisado individualmente. Capurro nos informa que foi o dinamarquês Birger Hjoland em
conjunto com Hanne Albrechtsen quem desenvolveu pioneiramente um paradigma social-
epistemológico , no qual o estudo de campos cognitivos está em relação direta com
comunidades discursivas, com distintos grupos sociais e de trabalho que constituem uma
sociedade moderna; existe uma informação que é feita e comunicada entre grupos de pessoas
que determinam o que é importante ou não. As comunidades agem de acordo com o que
selecionaram, seu modo de vida, pré- conhecimento . A informação sob este paradigma
ultrapassa o caráter físico de um algoritmo ideal com bases tecnológicas , o que vale dizer que
todo o conjunto informacional não é um fim em si mesmo, tende para os objetivos e
necessidades de um grupo em uma determinada comunidade num dado momento . A
argumentação de Capurro em um sistema de informação os dados registrados são concebidos
por um usuário que desempenha papel ativo em um contexto cultural, que lhe permite
armazená-lo, recuperá-lo e interpretá-lo. Não se pode separar o indivíduo da sua cultura, sendo
assim, não se pode estudar os fenômenos de interesse da Ciência da informação sem
considerá-los inseridos em uma sociedade” 22 , informação e conhecimento tendem para a
ação e isso só é possível em ambientes compartilhados, caso contrário a comunicação não
será concretizada.
CONSIDERAÇÕES

Ao finalizar percebe-se que a ciência está em constante movimento e por vezes é alterada em
suas bases. Causa incômodo? Certamente. Para aqueles que defendem as teorias e acreditam
que poderão resistir às provas e manter-se inquebrantáveis. Porém, algo deixa bastante claro a
noção de paradigma ( modelo). Trata-se de um norte a ser seguido pela ciência enquanto tal e
dura por anos em alguns casos , o modelo „Aristotélico‟ é um exemplo mantido, pela Igreja
Católica durante a Idade Média. A desconstrução de um paradigma é conflitiva e pode causar
uma verdadeira revolução, muita coisa precisa ser feita e talvez em vão; existem mecanismos
muito particulares que reagem para proteger o modelo em vigor , ratificando e não permitem
mudanças. A história nos lega alguns nomes de pensadores que se viram em situações
complicadas por questionarem dogmas , modelos vistos como únicos aceitáveis. A
Modernidade é o período histórico que inaugura a epistemologia como disciplina autônoma
formalizando o método científico pautado na racionalidade e experimentação, com a adoção de
procedimentos organizados, sistematizados e obedecendo critérios.
O Iluminismo deu continuidade ao processo iniciado pelo Renascimento, porém, assistirá a
críticas promovidas por pensadores pós modernos que rebuscam os significados e o alcance
do racionalismo iluminista. O objetivo dos paradigmas é manter-se inalterados , inabaláveis,
legítimos; porém o caminhar científico aponta que existem alcances pré-determinados pelas
ciências, afinal uma ciência sozinha não dá conta de todo o conhecimento e de todos os
fenômenos. No caso da ciência da informação, vimos que três paradigmas norteiam o trabalho
do cientista da informação. Surgida nos anos 30 do século XX , a ciência da informação não
escaparia ao modelo fisicista . Este paradigma é inerente às ciências naturais , foi amplamente
divulgado pela ciência como legítimo portador da cientificidade no caso, da ciência da
informação destituiu o usuário como sujeito ativo e pensante valorizando a informação como
“coisa”, um emissor, uma mensagem e um receptor. O segundo modelo da ciência da
informação é o cognitivo que fez críticas ao modelo fisicista, mas que também não levou em
consideração certas particularidades do sujeito, como por exemplo, o contexto na qual o sujeito
está inserido. O paradigma cognitivo realiza novidades quando percebe o indivíduo como
“sujeito cognoscente, trata-se de um indivíduo que precisa e deseja conhecer .

O terceiro paradigma da ciência da informação é denominado “Social”, uma vez que este
modelo resgata o sujeito e o seu mundo vivido, suas particularidades e lhe dá um alcance
interpretativo, hermenêutico. Os textos lidos , entre eles , GONZÁLEZ DE GÓMEZ, mostraram-
se esclarecedores para a compreensão dos instrumentos próprios da tecnologia em
consonância com os interesses de informação dos usuários. Capurro diz que a ciência da
informação figura “entre a utopia” de uma linguagem universal e a “loucura” de uma linguagem
privada. Tais considerações fazem do paradigma social 11 um modelo relevante para a
sociedade contemporânea que prioriza a informação como algo que tende para uma finalidade
, em outras palavras , o interesse e as necessidades dos usuários. O paradigma social da
ciência da informação é ao nosso ver significativo à medida em que se ocupa de uma realidade
informacional construída por grupos, comunidades de pessoas que fazem da informação
recebida um instrumento transformador das atividades humanas presentes nas mais diversas
áreas do desenvolvimento humano .
REFERÊNCIAS:

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Contemporâneos da Ciência da Informação: a recuperação da informação como ponto focal.
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CAPURRO, Rafael. V Encontro de Pesquisa em Ciência da Informação. In: texto 5


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MARCIAL, Elaine C. e outros. VIII ENANCIB- Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da


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PORTOCARRERO, Vera (org.). Filosofia, História e Sociologia das ciências: Abordagens


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REALE, Giovanni . ANTISERI, Dario. História da filosofia: Do Romantismo até nossos dias. V.3.
São Paulo: Paulinas, 1991 (Coleção Filosofia). p. 457, 839, 1020. 1113p

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