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O maior patrimônio do povo brasileiro, a Petrobrás, está em perigo!

A capitulação da burguesia brasileira

A entrega da Vale do Rio Doce ao capital internacional e a quebra do monopólio estatal do


petróleo, por FHC, revelou a rendição da burguesia brasileira diante do imperialismo.

Privatização, terceirização, desnacionalização.

Três palavras que resumem duas “decadências” do Brasil: a quebra de uma potente indústria
nacional e o retorno do país como exportador de produtos primários.

Assim, o Brasil ingressou pela porta dos fundos na nova ordem mundial neoliberal.

A Petrobrás sofre o maior ataque desde a quebra do monopólio estatal do petróleo

A Petrobrás é o maior patrimônio do povo brasileiro. Representa 13% do PIB do país. Sozinha,
é responsável por boa parte do desenvolvimento do Brasil. Por isso, é incompreensível a
orientação do governo, ao cortar 37% dos investimentos da Petrobrás e vender metade do seu
patrimônio.

O PNG (Plano de Negócios e Gestão da Petrobrás) 2015/2019, determinou:

“Rio de Janeiro, 29 de junho de 2015 – Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras comunica que seu
Conselho de Administração aprovou, no dia 26 de Junho de 2015, o Plano de Negócios e Gestão
2015-2019. O Plano tem como objetivos fundamentais a desalavancagem da Companhia e a geração
de valor para os acionistas. (...) O montante de desinvestimentos em 2015/2016 foi revisado para
US$ 15,1 bilhões... O Plano também prevê esforços em reestruturação de negócios, desmobilização
de ativos e desinvestimentos adicionais, totalizando US$ 42,6 bilhões em 2017/2018.”

Esta decisão desmonta a Petrobrás e joga a economia na maior recessão desde a década de
1990.

Venda de ativos é privatização

O patrimônio líquido da Petrobrás está avaliado em torno de R$ 300 bilhões. O governo do PT


pretende vender cerca de R$ 180 bilhões, ou seja, 60% do Sistema Petrobrás em apenas
quatro anos.

Quem mais sofre com este ataque são os trabalhadores: em meados de 2015, já temos 85 mil
demissões, entre trabalhadores diretos e terceirizados.

O governo Dilma, através de Aldemir Bendini, pretende desmontar a Petrobrás para, em


seguida, privatizá-la, vendendo ativos petrolíferos de grande rentabilidade a preço baixo.

A direção da empresa escolheu o Bank of America para precificar os ativos do pré-sal que
serão vendidos. Contratou o Itaú-Unibanco para operar a venda da Gaspetro e o Bradesco para
orientar a venda de parte da BR distribuidora.

1 Artigo escrito por Nazareno Godeiro, do ILAESE (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos).
Assim, o governo do PT repete a fórmula fraudulenta da venda da Vale: o Bradesco foi o banco
responsável por precificar a Vale. Determinou o preço de US$ 3 bilhões para um patrimônio
que valia US$ 100 bilhões. Assim, o banco foi avaliador e comprador ao mesmo tempo, motivo
suficiente para suspender o processo. Hoje o Bradesco é grande acionista da Vale.

Campanha para desacreditar a Petrobrás e privatizá-la

A grande imprensa burguesa, junto com as empresas multinacionais, com grandes bancos
internacionais – especuladores - capitaneados pelo PSDB de José Serra, realiza uma intensa
campanha para desmoralizar a Petrobrás, rebaixar o preço dos seus ativos e arrematá-la a
preços baixos.

Com esta campanha buscam um aumento do preço dos combustíveis, a fabricação dos
componentes da indústria petrolífera fora do Brasil, reduzir investimentos drasticamente, para
pagar a dívida com grandes bancos internacionais, desmontar a Petrobrás como empresa
integrada de energia, para transformá-la em exportadora de óleo cru e importadora de
derivados, privatizar a BR distribuidora e, por tabela, ainda querem que os trabalhadores
paguem, com seu emprego, o rombo deixado pelos corruptos.

O Plano de Negócios 2015/2019 é a capitulação do governo Dilma às multinacionais e ao


PSDB. A demonstração desta capitulação é o anuncio por parte do governo Dilma de mais um
leilão de áreas de petróleo e gás, em outubro de 2015. Também está previsto para 2016, um
novo leilão na área do pré-sal.

Como se fabrica um “prejuízo”

Parte importante da campanha é a demonstração que a Petrobrás é uma empresa que dá


“prejuízo”. Veja como a Petrobrás de repente se torna uma empresa “deficitária”:

Fonte: relatório de administração da Petrobrás 2014

Repentinamente, apareceu um “prejuízo” líquido de R$ 21,5 bilhões de reais em 2014. Como


se conseguiu isto? A empresa contabilizou como prejuízo as propinas de 3% sobre todos os
contratos das 27 empresas do cartel da Lava Jato entre 2004 e 2012.
Outra forma de derrubar a empresa é através do “valor de mercado”, que é determinado por
especuladores internacionais. Veja no gráfico abaixo:

Fonte: idem

O “valor de mercado” caiu de R$ 380 bilhões em 2010 para R$ 128 bilhões em 2014, enquanto
o valor patrimonial da empresa manteve-se o mesmo entre 2010 e 2014.

A verdadeira situação da Petrobrás

A Petrobrás é uma das empresas mais valorizadas do mundo. Tem reservas no subsolo
brasileiro que é ambicionada por todas as grandes petrolíferas. Domina a tecnologia em águas
profundas e produz petróleo com custo mais baixo que as multinacionais.

O pré-sal tem um potencial de reserva da ordem de 300 bilhões de barris, dos quais 60 bilhões
já foram descobertos pela Petrobrás. Uma riqueza estimada em US$ 6 trilhões de dólares.

Uma simples operação matemática demonstra o quão rentável é a Petrobrás: o preço do barril
de petróleo no segundo trimestre de 2015 estava em US$ 61,92 e o custo de produção do
barril de petróleo pela Petrobrás estava em US$ 12,99, somados com US$ 21,00 de taxas e
impostos, temos um custo de US$ 33,99 dólares o barril.

Portanto, o lucro por cada barril é de US$ 27,93 x 2,130 milhões de barris por dia (que é a
produção diária da Petrobras). O resultado dá U$ 21,7 bilhões de dólares de lucro num ano,
resultado espetacular mesmo com o preço baixo do barril, como está hoje.

O gráfico abaixo demonstra também a excelente situação da Petrobrás:


Vendas, lucro bruto e EBITDA da Petrobras 2013 a 2015*
400,000
350,000
300,000

Em milhões de reais
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0
-50,000
2013 2014 2015*
Faturamento 304,890 337,260 308,529
Lucro bruto 69,895 80,437 95,944
EBITDA ajustado 62,967 59,140 82,572
Lucro líquido 23,200 -21,924 11,722

Fonte: relatórios financeiros da Petrobras 2013, 2014 e 2º trimestre de 2015. * Dados de 2015 é uma estimativa linear partindo do
resultado do 1º. semestre de 2015.

Uma empresa que tem um faturamento por volta de R$ 300 bilhões, um lucro bruto
ascendente, um lucro operacional (EBITDA) também crescente, revelando que a vida produtiva
da empresa é saudável. Além disso, há um aumento da produção de óleo e de derivados e um
aumento do consumo de combustíveis no Brasil. Como se vê, o “prejuízo” se dá nas esferas
financeiras e especulativas.

A Petrobrás hoje rivaliza com as 5 maiores multinacionais do Petróleo: já produz mais óleo e
tem mais reservas que as cinco maiores multinacionais (Exxon, Chevron, Shell, BP e Total).

As quatro caras da privatização da Petrobrás

Infelizmente, o PT chegando ao poder central continuou com a política privatizadora da


Petrobrás, realizada por Fernando Henrique Cardoso. O PT optou por governar o Brasil
mantendo a dominação estrangeira e aplicou a velha política de lotear as empresas públicas
para garantir a “governabilidade”.

Para a Petrobrás, essa política significou a continuidade da privatização que se expressou em


quatro aspectos:

1. Leilão é privatização

Em doze anos de leilão (1997 a 2009), o governo FHC concedeu 484 blocos nos cinco
primeiros leilões enquanto Lula concedeu 706 blocos, reduzindo a parte da Petrobras e
aumentando a fatia das empresas privadas.

O leilão do campo de Libra, em 2014, entregou para as multinacionais 60% do campo,


pagando apenas U$ 3 bilhões de dólares por um patrimônio que vale US$ 300 bilhões.
Por isso, o presidente da Total, multinacional francesa do petróleo, Denis Palluat de
Besset, classificou a vitória do consórcio no leilão de Libra de sucesso formidável: "Para
nós o Brasil é importante e estratégico. Estamos aqui para ficar 100 anos pelo menos“....2

Não satisfeito com isto, o senador José Serra, do PSDB, através do PL 131/2015 quer
entregar 100% do subsolo brasileiro às multinacionais, quer piorar o regime de partilha,
que já é ruim, pois coloca 70% do nosso petróleo à disposição das multinacionais com alta
lucratividade e risco zero. No entanto, a Lei de Partilha, mantém a Petrobrás como
operadora única e detentora de 30% de toda a produção, dois aspectos que Serra quer
mudar para pior.

Tanto os leilões quanto a quebra do monopólio estão em contradição com a dinâmica da


indústria do petróleo mundial: hoje, 90% das reservas de petróleo estão nas mãos de
estatais, assim como ¾ da produção mundial de óleo.

2. Terceirização é privatização

A Petrobrás é a empresa que mais utiliza a terceirização de serviços no Brasil. No governo


de FHC eram 120 mil funcionários terceirizados. Nos dois governos Lula subiu para 300 mil
e chegou a 360 mil trabalhadores terceirizados no governo Dilma.

Estes trabalhadores são superexplorados, ganham cerca de 20% do que ganha o


trabalhador direto da Petrobrás e são vítimas da maioria dos acidentes fatais. Boa parte
deles está atuando em atividades-fim da empresa.

Em dezembro de 2014, 291 mil trabalhadores eram terceirizados (78% da mão de obra) e
apenas 80 mil eram funcionários diretos (22%).

Ademais, a terceirização é a porta de entrada da corrupção, como está comprovado na


Operação Lava Jato.

3. A desnacionalização da Petrobrás

Em abril de 2015, a propriedade do capital total social da Petrobrás se dividia da seguinte


maneira:

2Isto É Dinheiro, 9 de abril de 2014, disponível em http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20140409/shell-total-


elogiam-inicio-exploracao-libra/124958.shtml
Donos da Petrobras – capital social total - em %

Demais
privados
17% Governo
46%

Estrangeiros
36%

Fonte: Relatório da Administração da Petrobrás 2014

54% do capital total da Petrobrás já são de propriedade privada, sendo a maior parte
deles de origem estrangeira: Bank of New York Mellon, BNP, Gap, Credit Suisse, Citibank,
HSBC, J.P. Morgan, Santander, BlackRock. Uma pesquisa para averiguar os donos destes
bancos levará às duas famílias mais ricas do capitalismo mundial: as famílias Rockfeller e
Rothschild.

Isto significa que a maior parte dos lucros da Petrobrás serve ao enriquecimento dos
bancos internacionais e não para reinvestir na própria empresa, obrigando a Petrobrás a
se endividar.

4. Alto endividamento da Petrobrás com os bancos internacionais

A Petrobrás tem uma dívida de R$ 319 bilhões de reais, representando o valor da


produção de cinco anos da empresa.

Este alto endividamento gera uma bola de neve, obrigando a Petrobrás a exportar óleo cru
barato, para arrecadar dólares e pagar a dívida. Um círculo vicioso e destrutivo da
empresa.

Esse crédito deveria ser garantido pelo BNDES. Porém, mais uma vez inexplicavelmente, o
BC, dirigido pelo PT, proibiu o BNDES de emprestar dinheiro a Petrobrás. Caso o governo
Dilma quisesse de fato defender a Petrobrás, pararia de emprestar somas bilionárias aos
grandes empresários nacionais e internacionais para bancar o crescimento da estatal.

A estratégia neoliberal para o Brasil: grande exportador de óleo cru

Desde o governo de FHC que o refino no Brasil foi secundarizado. Essa foi a forma que o
neoliberalismo encontrou para quebrar a indústria nacional e importar refinados caros dos
países ricos. Ficamos 35 anos sem construir uma refinaria. Isto mudou em 2004, no governo
Lula, que projetou a construção de quatro refinarias, mas retrocedeu agora, como se pode ver
pela declaração da própria Petrobrás, no Relatório da Administração de 2014:
“Recentes circunstâncias levaram nossa Administração a revisar nosso planejamento e implementar
ações para preservar o caixa e reduzir o volume de investimentos. Por meio desse processo, optamos
por postergar os seguintes projetos: Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e segundo
trem de refino da Refinaria Abreu e Lima (Rnest). Refinarias Premium: em janeiro de 2015, decidimos
encerrar os projetos de investimento para a construção das refinarias Premium I e Premium II.”

Esta estratégia jogará o Brasil numa encruzilhada: em 2023 teremos capacidade de produzir
cerca de 5 milhões de barris de petróleo por dia e uma capacidade de refino de apenas 2,6
milhões de barris por dia. Isto significa que o Brasil se tornará grande exportador de óleo cru,
barato, e grande importador de derivados, caros.

É um tiro no pé.

O Brasil toma o caminho oposto ao tomado pelos Estados Unidos que proíbe a exportação de
petróleo e obriga a refiná-lo no próprio país.

O déficit da balança comercial de combustíveis em 2014 foi de US$ 15 bilhões de dólares.


Exportamos óleo cru barato e importamos derivados 35% mais caros. Esta perda de US$ 15
bilhões de dólares corresponde ao preço de uma refinaria por ano.

Esse é o resultado da estratégia iniciada por FHC, na década de 1990, e continuada pelos
governos petistas.

A dominação das multinacionais sobre a economia brasileira

Este ataque a Petrobrás é parte da neocolonização do Brasil onde as multinacionais dominam


os principais ramos da indústria brasileira como o automobilístico (100%), Eletroeletrônico
(92%), Autopeças (75%), Telecomunicações (74%), Farmacêutico (68%) Industria digital(60%),
Bens de capital (57%), etc., na informação da Revista Exame, Maiores e Melhores do ano
2012.

Também se operou uma transformação da economia brasileira, de uma forte indústria até a
década de 1980, grande exportador de produtos industrializados, nos transformamos em
grande exportador de produtos primários.

Somos grandes exportadores de minério de ferro e estamos importando trilhos de trem a


preços 7 vezes mais caros que o minério exportado. Somos os maiores produtores de carne
bovina do mundo e não temos mais como comprar carne no supermercado.

É a volta da antiga economia colonial.

Conclusão

Só a mobilização do povo brasileiro, especialmente dos trabalhadores, pode barrar a venda de


ativos da Petrobrás, realizada por Dilma/Bendini, e derrotar o PL do senador José Serra.

É hora de unir todos na luta em defesa da Petrobrás como empresa integrada de energia,
100% estatal, pela volta do monopólio estatal, pelo fim dos leilões, impedir a venda de
subsidiárias da Petrobrás, parar com as demissões de trabalhadores e pela eleição direta do
Conselho de Administração e da Diretoria Executiva da Petrobrás.

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