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CURSO DE SOCIOLOGIA DO TRABALHO

PROFESSORA MARA QUEIROGA CAMISASSA

AULA 2

3. Trabalho e empresa
Poder e decisão na empresa.
Estrutura e organização da empresa
A classe dirigente

3 – TRABALHO E EMPRESA

Antes de iniciarmos o primeiro assunto desta aula, Poder e Decisão na


empresa, vamos fazer uma breve introdução sobre a Teoria das
Relações Humanas e suas principais ideias sobre as relações de trabalho
nas empresas.

Estudamos na aula passada o Taylorismo, que se caracterizava


principalmente pela ênfase na tarefa executada pelo operário, no
controle dos tempos e movimentos destas tarefas e na tentativa de
aplicação dos métodos da ciência aos problemas da Administração.

Por volta daquela mesma época surgiu na França a Teoria Clássica da


Administração, a partir das ideias do empresário francês Henry Fayol,
que dava ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para
ser eficiente, ao contrário da ênfase na tarefa preconizada por Taylor.

Na Teoria Clássica da Administração a busca da eficiência se dá através


da identificação da melhor forma e disposição dos órgãos componentes
da organização e suas interrelações estruturais.

Logo, tanto a Administração Científica de Taylor quanto a Teoria Clássica


da Administração tinham por objetivo a busca da eficiência das
organizações.

Tal como o Taylorismo, a Teoria Clássica também não foi pacificamente


aceita pelos trabalhadores que a consideravam um meio de exploração
dos empregados a favor dos interesses patronais.

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Ambas formam o que é conhecido como Abordagem Clássica da


Administração.

Teoria das Relações Humanas

Como forma de reação à abordagem clássica da Administração vigente e


à sua desumanização do trabalho, por volta de 1930, surgiu nos Estados
Unidos a Teoria das Relações Humanas, ou Escola Humanística da
Administração.

A Teoria das Relações Humanas era um conjunto de teorias


administrativas que tinha como principais ideias:

 O trabalhador não pode ser reduzido a um ser cujo


comportamento é simples e mecânico.
 O homem é, ao mesmo tempo, guiado pelo sistema social e
pelas demandas de ordem biológica.
 Todos os homens possuem necessidades de segurança, afeto,
aprovação social, prestígio, e auto realização.

Os princípios básicos da Teoria das Relações Humanas foram delineados


pelos resultados obtidos a partir de uma experiência realizada pelo
Conselho Nacional de Pesquisas Americano em uma fábrica da Western
Electric Company, em um bairro de Chicago chamado Hawthorne (daí a
experiência ficou conhecida como Experiência de Hawthorne).

A abrangência desta pesquisa estendeu-se desde a fadiga e acidente no


trabalho, até a rotatividade do pessoal e os efeitos das condições de
trabalho sobre a produtividade.

As principais conclusões desta pesquisa e que serviram de base para a


Teoria das Relações Humanas são:

 O comportamento do trabalhador se apoia totalmente no


grupo
 O nível de produção não é determinado pela capacidade física do
empregado (ao contrário do que preconizava Taylor e a Teoria
Clássica), mas por expectativas grupais
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 O rendimento do trabalhador é determinado principalmente pela


necessidade de reconhecimento, de aprovação social e
participação nas atividades dos grupos sociais onde convivem. A
motivação econômica é secundária. O homo economicus dá
lugar ao homem social.
 A empresa é uma organização social composta por grupos
sociais informais, cuja estrutura nem sempre coincide com a
organização formal da empresa *
 O conteúdo e a natureza do trabalho tem forte influência sobre
o moral do trabalhador

* Atualmente, vários autores concordam que uma das conclusões mais


importantes desta pesquisa é a de que grupos informais estão
continuamente se formando no ambiente de trabalho e que estes
grupos criam códigos e lealdades que governam as relações entre seus
membros.

Apesar de os grupos informais fazerem parte das relações no interior


das organizações, foi apenas a partir da Experiência de Hawthrone que
se admitiu sua existência e passou-se a considerar sua relevância.

Com o advento da Teoria das Relações Humanas, um novo repertório


administrativo passa a dominar as organizações: motivação, liderança
(leadership), trabalho em equipe, organização informal,
descentralização, etc.

Conceitos clássicos como autoridade, centralização, hierarquia, etc,


começam a ser questionados.

Se por um lado, a Teoria Clássica deu ênfase à autoridade formal, por


outro lado, a Teoria das Relações Humanas constatou a influência da
liderança sobre o comportamento das pessoas. A Experiência de
Hawthrone identificou a existência de líderes informais que
encarnavam as normas e expectativas do grupo, ajudando os operários
a atuarem como grupo social coeso e integrado.

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Teoria Neoclássica

Por volta de 1950, como uma reação à influência das ciências do


comportamento no campo da Administração, em detrimento dos
aspectos econômicos e concretos que envolvem o comportamento das
organizações, alguns cientistas sociais retomam (de forma relativa, não
absoluta) os aspectos da Teoria Clássica adaptando-os à nova realidade
de crescimento exacerbado das organizações e consequentes problemas
administrativos.

Esta nova abordagem foi chamada de Teoria Neoclássica, e tem como


principais características a ênfase nos aspectos práticos da
administração (pragmatismo) e nos objetivos e resultados a serem
definidos e alcançados.

Segundo o professor e Doutor em Administração Idalberto Chiavenato,


“apesar da profunda influência das ciências do comportamento
sobre a teoria administrativa, os pontos de vista dos autores
clássicos nunca deixaram de subsistir. [...] Verifica-se que os princípios
da administração, a departamentalização, a racionalização do trabalho,
a estruturação linear ou funcional, enfim, a abordagem clássica
nunca foi totalmente substituída por outra abordagem, sem que
alguma coisa fosse mantida. Todas as teorias administrativas se
assentaram na Teoria Clássica, seja como ponto de partida, seja como
crítica para tentar uma posição diferente, mas a ela relacionada
intimamente."

Uma das contribuições dos autores neoclássicos (retomada a partir da


Teoria Clássica) se refere ao conceito de organização formal. A
organização é um conjunto de posições funcionais e hierárquicas voltado
para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. Mas para que a
empresa possa realizar o que foi planejado, dentro do esquema que foi
organizado, as pessoas devem ser dirigidas. E isso envolve um
processo de influenciação das pessoas, processo este que ocorre
através da autoridade e do poder.

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Poder é o potencial de influência de uma pessoa sobre as outras; é a


capacidade de exercer influência.

Já a autoridade é o poder legítimo, isto é, o poder que tem uma


pessoa em virtude de seu papel ou posição em uma estrutura
organizacional. A autoridade é, portanto, o poder legal e
socialmente aceito.

Poder e decisão na empresa

Em toda organização, as pessoas são dirigidas com base em diferentes


estratégias, que por sua vez são baseadas em diferentes tipos de
poder.

O poder no ambiente organizacional pode ser classificado nos seguintes


tipos:

- Poder legítimo: existe quando uma pessoa ou grupo acredita que


é correto ou legítimo para outra pessoa ou grupo influenciar as
suas ações: a pessoa ou grupo acredita que deve aceitar a
influência porque ela é legítima

- Poder de recompensa: capacidade que uma pessoa ou grupo de


pessoas tem de proporcionar recompensas a outra pessoa ou
grupo de pessoas, por exemplo, gratificações por desempenho

- Poder coercitivo: relaciona-se com a autoridade que aplica


punições visando eliminar, reduzir ou controlar comportamentos e
atitudes indesejadas ou inapropriadas

- Poder de especialização ou perícia: influência derivada de


talentos especiais, conhecimento e experiência em uma ou mais
áreas

- Poder de referência: influência decorrente do caráter e da


legitimidade de conhecimento de uma pessoa, também associado
ao carisma pessoal.

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- Poder de informação: Posse de dados estratégicos para uma


situação critica ou de informações que orientem processos
decisórios

Dentro das organizações, os líderes possuem ou exercem tais poderes


com ênfase em um dos tipos citados ou através de uma combinação de
alguns deles.
Há várias décadas atrás, predominava nas organizações principalmente
o poder coercitivo, comumente associado à dominação, imposição da
ordem pela hierarquia e detenção da informação.

O papel dos líderes nas organizações atuais distanciou bastante do


poder coercitivo. Não quero dizer que este poder não exista mais, é
claro, mas sim que novas habilidades vêm sendo requeridas, como por
exemplo, capacidade de construir uma visão compartilhada, produzir um
ambiente participativo e inspirar a confiança das pessoas por meio do
desenvolvimento das competências de cada um e do envolvimento
mútuo de todo o grupo.

Peter Drucker, um dos grandes nomes da Teoria Neoclássica e


considerado o pai da administração moderna nos ensina que “o líder
tem que gerenciar a si próprio, conhecer as suas forças e colocá-las em
benefício dos bons propósitos. A liderança começa, não quando você
estabelece regras para os outros, mas quando você traça regras muito
exigentes para si próprio.”

No ensinamento de Drucker, para um líder ser completo ele precisa ter


oito atitudes:
1- Perguntar sobre as providências a serem necessariamente
tomadas
2- Buscar as coisas certas para a empresa
3- Ter um plano de ação claro
4- Não fugir das responsabilidades
5- Ser um bom comunicador
6- Ter foco em oportunidades, não em problemas
7- Transformar as reuniões em acontecimentos produtivos
8- Usar o pronome pessoal “nós” e evitar o “eu”
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Drucker entende que a sociedade atual ou sociedade do conhecimento é


muito mais uma sociedade de juniores e seniores que uma sociedade
de chefes e subordinados.

Segundo o professor Chiavenato, a liderança pode ser definida como


uma “influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida
através do processo de comunicação humana para a consecução de um
ou mais objetivos específicos”.

Liderança exige, antes de tudo, paciência, disciplina, humildade,


respeito e compromisso, pois a organização é um ser vivo, dotado de
colaboradores das mais diferentes personalidades.

Para liderar dentro de uma organização é necessário utilizar o poder


(potencial de influência de uma pessoa sobre as outras) e a autoridade
(o poder legítimo).

O professor Chiavenato nos ensina que a liderança pode ser visualizada


sob diversos ângulos, a saber:

Liderança como um fenômeno de influência interpessoal

A liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e


dirigida por meio do processo da comunicação humana para se atingir
um ou mais objetivos.

Já a influência é uma força psicológica, uma transação interpessoal


na qual uma pessoa age de modo a modificar o comportamento de
outra, de modo intencional.

Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo

Liderança é o processo contínuo de escolha que permite ao grupo


caminhar em direção à sua meta, apesar de todas as perturbações
internas e externas.

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A liderança é uma questão de redução da incerteza do grupo. O


comportamento pelo qual se consegue esta redução é a escolha, isto é,
a tomada de decisão. Neste sentido, o líder é o tomador de decisões
ou aquele que ajuda o grupo a tomar as decisões adequadas.

Liderança como uma relação funcional entre líder e subordinados

Este conceito repousa no fato de que o líder é percebido pelo grupo


como o possuidor ou o controlador dos meios para a satisfação de suas
necessidades.

Tomada de decisões

A tomada de decisão nas organizações atuais exige cada vez mais


trabalho em equipe e maior participação dos envolvidos, através do
compartilhamento de ideias buscando o estabelecimento de um
pensamento comum.

O estabelecimento de um pensamento comum é construído


considerando-se o ponto de vista de cada membro da equipe,
possibilitando que as decisões tomadas tenham um nível de qualidade
superior. O processo decisório passa então do nível individual para o
nível de equipe.

A tomada de decisão em equipe é uma forma a ser utilizada para


superar as barreiras das informações e conhecimentos parciais e
individualizados.

Quando envolve maior número de pessoas, a tomada de decisão tende a


obter resultados mais qualificados e aumenta o conhecimento da
situação de decisão, amenizando as distorções da visão individualizada.

As decisões tomadas em equipes tendem a ser mais sólidas do


que aquelas tomadas individualmente, apesar de, normalmente,
demandarem mais tempo.

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Por outro lado, a avalanche de informações e conhecimentos disponíveis


atualmente aumenta a dificuldade da tomada de decisão. (O executivo
de décadas atrás tomava decisões baseado na escassez de
informações.)

Sob este ponto de vista, a tecnologia da informação ocupa papel


fundamental, utilizando-se de seus recursos para o tratamento da
informação necessária à tomada de decisão.

A maneira como a informação é obtida, organizada, gravada,


recuperada e posteriormente utilizada permite ao líder atuar com mais
segurança, aumentando a possibilidade de acerto na tomada de decisão.

O Poder no contexto sociológico

Poder é um conceito sociológico fundamental, sobre o qual existem


várias abordagens realizadas por diversos sociólogos, o que levou a uma
diversidade de conceitos e teorias sobre este assunto.

Marx Weber estudou a dimensão do poder e as estruturas de dominação


dele decorrentes, e definiu três tipos de dominação política que ocorrem
nas sociedades modernas ocidentais:

1- Dominação legal: ocorre quando o dominado obedece a leis e


estatutos externos; tipicamente é a dominação burocrática

2 – dominação tradicional: ocorre quando a vontade do dominador foi


internalizada como valor e estes são passados às gerações seguintes:
“sempre foi assim”

3- Dominação carismática: ocorre quando o dominado é fascinado pelas


virtudes extraordinárias do líder.

Alguns autores enfatizam ainda que qualquer exercício de poder ou


dominação tende a gerar resistência e que essa reação também é uma
forma de poder.

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Em outra abordagem, desta vez mais individualista, Weber defende que


o poder é a oportunidade de se impor a própria vontade em uma
determinada relação social, mesmo contra a oposição de todos os
outros.

Ao contrário de Weber, Marx utilizou o conceito de poder em relação às


classes sociais e sistemas sociais, e não a indivíduos. Marx argumentava
que o poder tem origem nas relações de produção, como na posse e
controle dos meios de produção pela classe capitalista. Dentro desta
abordagem, a importância do poder reside não nas relações entre
indivíduos, mas na dominação e subordinação de classes sociais,
baseadas nas relações de produção.

Para Talcott Parsons (1902-1979), sociólogo americano, professor de


Sociologia da Universidade de Harvard, poder é a “capacidade
generalizada de se conseguir que as unidades pertencentes a um
sistema de organização coletiva cumpram as suas obrigações, quando
estas são legitimadas pela sua contribuição para o fim coletivo".

Segundo Parsons, o poder teria a capacidade obrigar a adoção de


determinadas condutas no desempenho de determinadas funções. Os
membros de uma sociedade portanto, seriam obrigados a cumprir as
obrigações que lhes são impostas pelos fins coletivos.

Parsons afirma ainda que o poder não é uma questão de coerção ou


dominação social, mas sim, que se origina do potencial de sistemas
sociais de coordenar atividades humanas e recursos, a fim de atingir
determinados objetivos. Dentro desta abordagem, o poder do Estado se
assentaria em um conjunto de valores e interesses, em nome dos quais
ele age com vistas a produzir o benefício máximo para todos.

Hanna Arendt, socióloga alemã (1906-1975), defende a ideia de que


poder é a “faculdade de alcançar um acordo quanto à ação comum,
através da comunicação livre da violência”, ou seja, para esta
importante socióloga do mundo moderno, o conceito de poder estaria no
consentimento e não na violência. Consentimento este, que
representaria a obediência às leis em vez da obediência aos homens.
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Segundo Arendt, a forma extrema de poder é o “Todos contra um”, a


forma extrema da violência é o “Um contra todos”.

O poder seria baseado na capacidade humana de agir e de unir-se a


outros. Isto não corresponde à instrumentalização de uma vontade
alheia para os próprios fins, mas na formação de uma vontade comum,
orientada para o entendimento recíproco.

Estrutura e organização da empresa

As diversas instituições que existiram ao longo da história sempre


tiveram seu funcionamento baseado em algum tipo de estrutura
organizacional, com destaque especial para a Igreja Católica Romana e
as Organizações Militares.

A Igreja Católica Romana é considerada a instituição que possui uma


das estruturas organizacionais mais eficientes da civilização ocidental.
As organizações militares, por sua vez possuem rígida hierarquia de
poder e adoção de princípios e práticas administrativas que podem ser
encontradas em diversas empresas da atualidade.

Vimos anteriormente que a preocupação com a estrutura organizacional


formal das empresas começou a ganhar espaço com a repercussão das
ideias da Teoria Clássica, do francês Henry Fayol.

Vimos também, que se por um lado a Teoria Clássica se preocupou com


a estrutura organizacional formal, por outro ela praticamente ignorou
outro tipo de estrutura existente em todas as empresas, a estrutura
informal.

Veremos agora estes dois tipos de estrutura.

Estrutura Organizacional Formal

A estrutura organizacional formal é o meio de que se serve a


organização para atingir eficientemente seus objetivos, sendo que cada
empresa tem a sua própria organização em função dos seus objetivos,
tamanho, natureza dos produtos que fabrica ou serviços que presta.

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Para o professor americano James Stoner estrutura organizacional é “a


forma pela qual as atividades de uma organização são divididas,
organizadas e coordenadas. Uma estrutura organizacional define como
as tarefas são formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas e
podem definitivamente influenciar atitudes e comportamentos das
organizações.”

A organização formal compõe-se de camadas hierárquicas ou níveis


funcionais estabelecidos pelo organograma e com ênfase nas funções e
tarefas.

Estrutura Informal

Por mais formalizada que seja uma organização, por mais


regulamentadas que sejam suas normas e procedimentos, sempre há
uma série de relações que escapam à organização formal e constituem
os grupos informais.

Os grupos informais surgem naturalmente nas situações de trabalho, em


resposta a necessidades sociais. Eles não surgem como resultado de
uma determinação deliberada, mas crescem naturalmente.

Estes grupos podem apresentar-se em diferentes tamanhos, graus


de coesão e homogeneidade. Sempre que por algum motivo esses
grupos forem impedidos de se formarem, a tendência é o aumento do
absenteísmo, a rotatividade dos empregados e o impacto negativo na
produtividade.

A classe dirigente

Em artigo publicado em 2007 na Revista de Sociologia e Política,


intitulado “Burocracia pública e classes dirigentes no Brasil”, Luiz Carlos
Bresser Pereira nos ensina que, nas sociedades modernas, a alta
burguesia, formada por grandes empresários [que detêm os meios de
produção], e a alta burocracia política, constituída de burocratas
profissionais e políticos eleitos, sempre desempenharam papel político
estratégico.

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Ainda que a partir do século XX, quando a democracia tornou-se o


regime político dominante e os trabalhadores aumentaram sua
influência graças ao poder do voto, os grandes empresários e a
burocracia política foram sempre os principais detentores do poder.

Bresser sustenta que as classes dirigentes no Brasil, detentoras do


poder, são formadas pelas altas camadas dos grupos por ele
denominados de “alta burocracia pública" ou "burocracia política”.

Tais grupos por sua vez são formados pelos políticos profissionais,
administradores das empresas estatais, servidores públicos e
consultores da administração pública. Segundo Bresser, estes últimos
[consultores] incluem-se nas classes dirigentes porque eles são,
geralmente, ex-funcionários que desempenham papel importante na
definição das estratégias organizacionais e administrativas do aparelho
do Estado, constituindo parte da comunidade de gestores públicos.

Foi no final do século XIX, época marcada pelo surgimento da igualdade,


da democracia e do sufrágio universal, que surgiu o conceito de elite
política. Este conceito foi apresentado inicialmente por dois grandes
sociólogos: Gaetano Mosca e Vilfredo Pareto. Atribui-se a eles o
desenvolvimento da “Teoria das Elites”, que estudaremos a seguir.

A Teoria das Elites

- Gaetano Mosca (1858 – 1941): Jurista, historiador e político


italiano

Mosca acreditava que existe uma só forma de governo, que é exercida


por uma única classe política: a oligarquia, e que em todas as
sociedades, desde as mais primitivas até as mais evoluídas, existem
apenas duas classes: os governantes, que detêm o poder, e os
governados, isto é, o resto da sociedade.

As classes governantes, ou classes dirigentes, são minoritárias e


fundamentalmente organizadas, e as classes dirigidas são maioria e
essencialmente desorganizadas.

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Segundo Mosca, a elite no poder é organizada de tal modo que mantém,


a longo prazo, a própria posição, tutelando seus próprios interesses,
para isso utilizando até mesmo os meios públicos à sua disposição.

Ele sustenta que nas sociedades humanas ora prevalece a tendência que
gera classes dirigentes fechadas, estacionárias, cristalizadas; ora a
tendência que resulta numa renovação mais ou menos rápida da classe
dirigente. Tal fato levaria ao que ele chamou de “mecanismo de
circulação de elites”, como uma referência à frequência com que os
membros das várias elites de uma sociedade circulam de uma posição
de elite para outra ou a ocupam simultaneamente. Em sociedades onde
há frequentes sobreposição e circulação entre as posições que os
membros ocupam, é possível dizer que as elites constituem apenas
uma, singular e abrangente, a que Mosca chamou de “elite dirigente” ou
“classe dirigente” (já o sociologista americano Charles Mills dá o nome
de “elite do poder”).

- Vilfredo Pareto (1848 – 1923) Sociólogo e economista italiano

Pareto sustentava que as sociedades têm um caráter heterogêneo. Os


indivíduos são física, moral e intelectualmente diferentes. Em todas as
esferas, em todas as áreas da ação humana, alguns indivíduos se
destacam dos demais por seus dons, por suas qualidades superiores.
Eles constituem uma minoria distinta do restante da população –
uma elite.

Ele acreditava que do ponto de vista da organização política do Estado,


há a elite governamental que é um grupo minoritário que detém o poder
de dar a direção política e econômica ao Estado e é uma constante na
história das sociedades, e a elite não-governamental.

Tal como Mosca, Pareto também desenvolveu algumas ideias sobre a


circulação das elites: Ele sustentava que, quando nas camadas
inferiores se acumulam elementos ativos e inteligentes, e, quando, ao
contrário, às camadas superiores corresponde uma proporção muito
forte de degenerados [...] uma revolução estoura e substitui uma elite
por outra. A nova forma social toma, em seguida, uma forma rígida, e
ela própria será quebrada por uma revolução semelhante.
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LISTA DE EXERCICIOS

QUESTÃO 1 - AFT /MTE / ESAF /1998


Assinale a única opção que contraria os elementos dados na afirmação
abaixo.

"Kets de Uries desenvolve o exemplo de Iacocca, executivo da Crysler,


destacando que, além de seu agudo senso pelo teatro que lhe permitiu
obter uma ajuda financeira do Estado, ganhar os sindicatos para uma
redução dos salários e convencer o público de comprar seus veículos,
ele possuía um estrito conhecimento da indústria automobilística, de
seus princípios e de seus objetivos. Ele sabia o que significava fabricar
um automóvel e como se articulam as diversas fases do processo de
produção... É justamente um saber assim preciso que deu à sua visão
as condições para redefinir os rumos da empresa. A partir do caso
Iacocca, percebe-se que o poder de decisão na grande empresa não se
confunde, necessariamente, com a propriedade da empresa".
(De Coster, F. Pichault, 1994)

A) Para uma eficaz administração da empresa é necessária a


coincidência entre a capacidade de liderança e a propriedade dos meios
de produção. Esta seria a condição perfeita para o aparecimento do
Leadership e o sucesso empresarial.

B) Para ser um Leadership três elementos devem funcionar juntos: a


convicção do líder, a competência do líder, que o deixa mais ou menos
apto para fazer frente às dificuldades do grupo e a situação na qual o
líder tem que assumir o exercício de suas qualidades e competências.

C) Podemos classificar a capacidade interior do líder segundo três


pontos: a capacidade visionária, a capacidade comunicativa e uma
imagem de si, forte e coerente.

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D) Na grande empresa moderna a classe dirigente mescla


simultaneamente a dominação carismática (capacidade de convicção) e
a dominação legal (poder oriundo de um direito abstrato e impessoal),
sobretudo porque no interior da classe existem diferentes posições de
classe.

E) As capacidades próprias do líder lhe dão os elementos necessários


para que ele se diferencie dos outros, dando ao grupo o que é
necessário para a situação no momento certo. Nesse sentido, os líderes
são aqueles que são colocados no lugar para fazer a gestão de uma
crise e são dispensados quando esta se resolve.

QUESTÃO 2 - AFT /MTE / ESAF /2010


Nos últimos tempos, o conceito de trabalho e ocupação tem-se alterado
fundamentalmente; as certezas e obviedades fundamentais que
vinculamos ao trabalho se dissolvem, se erodem (....).
(Beck, Ulrich. Liberdade ou Capitalismo, Ulrich Beck conversa com Johannes Willms, São Paulo:
Editora UNESP, 2003, p. 159).

A partir do texto assinale a opção correta.

A) Na antiguidade grega, o trabalho era o estigma que excluía as


pessoas da sociedade.

B) Na sociedade capitalista, o trabalho deixou de ser a característica


central da identidade social.

C) Atualmente, estamos no início da sociedade do pleno emprego, no


sentido clássico.

D) A flexibilização do trabalho torna o trabalho homogêneo, em suas


dimensões espacial, temporal e contratual.

E) Atividades temporalmente limitadas, empregos sem contrato e


trabalhos informais afetam somente trabalhadores com níveis de
qualificação inferiores.

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QUESTÃO 3 - AFT / MTE / ESAF / 2010


Ao contrário daqueles autores que defendem a perda da centralidade da
categoria “trabalho” na sociedade contemporânea, as tendências em
curso, quer em direção a uma maior intelectualização do trabalho fabril
ou ao incremento do trabalho qualificado, quer em direção à
desqualificação ou à sua subproletarização, não permitem concluir pela
perda desta centralidade no universo de uma sociedade produtora de
mercadorias.
(Antunes, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade
do mundo do trabalho, São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da Universidade
Estadual de Campinas, 1995, p. 75).

Baseado nos pressupostos teóricos, assinale a opção incorreta.

A) Ainda que presenciando uma redução quantitativa (com repercussões


qualitativas) no mundo produtivo, o trabalho abstrato cumpre papel
decisivo na criação de valores de troca.

B) Os produtos criados pela Toyota, Benetton ou Volvo, por exemplo,


constituem mercadorias, que resultam da interação entre capital
variável e capital constante.

C) Em termos marxianos, a crise do trabalho abstrato somente poderá


ser entendida como a redução do trabalho vivo e a ampliação do
trabalho morto.

D) Considerando a crise da sociedade do trabalho, as condições de vida


emancipada e digna do homem já não devem resultar, diretamente, de
uma reviravolta nas condições de trabalho.

E) A superação da sociedade do trabalho abstrato requer, como


condição, o reconhecimento do papel central do trabalho assalariado.

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QUESTÃO 4 - AFT / MTE /ESAF / 2003


Obs: O tema “divisão sexual do trabalho” constava do Edital do Concurso de 2006,
mas não constava expressamente no Edital do Concurso de 2010 (neste edital constou
apenas “Divisão social do trabalho”).

A partir do conteúdo do texto abaixo considerar a incoerência de uma


das opções que dele se deduz.

A divisão sexual do trabalho é a separação e distribuição das atividades


de produção e reprodução social de acordo com o sexo dos indivíduos. É
uma das formas mais simples e, também, mais recorrentes de divisão
social do trabalho. Qualquer sociedade tem definidas, com mais ou
menos rigidez e exclusividade, esferas de atividades que comportam
trabalhos e tarefas considerados apropriados para um ou outro sexo.

(Holzmann da Silva, 1999)

A) A esfera feminina situa-se no âmbito doméstico privado, da produção


de valores de uso para o consumo do grupo familiar, da reprodução da
espécie e do cuidado das crianças, dos velhos e dos incapazes.

B) As atividades de produção social e de direção da sociedade,


desempenhadas no espaço público, são atribuições masculinas.

C) A distinção entre trabalho de homens e de mulheres expressa


atributos e capacidades inatas aos indivíduos, diferentes em homens e
em mulheres.

D) Os estereótipos de ser homem e de ser mulher sustentam e


legitimam a divisão sexual do trabalho.

E) As mulheres são mais vulneráveis à repressão da organização do


processo de trabalho taylorista.

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QUESTÃO 5 - AFT / MTE /ESAF /1998


Obs: O tema “divisão sexual do trabalho” constava do Edital do Concurso de 2006,
mas não constava expressamente no Edital do Concurso de 2010 (neste edital constou
apenas “Divisão social do trabalho”).

A reflexão abaixo permite vários desdobramentos sobre a "divisão


sexual do trabalho". Uma das apresentadas é falsa; assinale-a.
"A divisão sexual do trabalho, um fato persistente na história humana,
foi muitas vezes tratado como um fenômeno invariável no tempo.
Contrariando esta tendência, abordagens mais amplas passaram a
sublinhar o caráter específico da subordinação por sexo entendido como
assimetria nas relações de gênero. Desse modo pretendiam salientar o
caráter socialmente constituído destas diferenças, enfatizando as
dimensões sociais e culturais da subordinação."
(Bandeira, 1997)

A) Do ponto de vista internacional, historicamente as políticas sociais


foram dirigidas a fixar a mão-de-obra feminina no âmbito familiar,
reforçando desta forma a menor presença da mulher no mercado de
trabalho, devido à divisão sexual do trabalho.

B) A assertiva segundo a qual no Brasil o "trabalho tem um sexo"


mostra o quanto a legislação trabalhista tem dificuldade em incorporar a
especificidade de gênero na questão da eqüidade.

C) Mesmo nas camadas de renda mais desfavorecidas, o trabalho


feminino é submetido a uma maior precarização, pois nestas a mulher é
vista com ressalvas pelos empregadores devido à sua própria condição
de mulher.

D) Do pondo de vista histórico, o processo de diferenciação entre os


sexos, em termos de relações de hierarquia e subordinação, aprofunda-
se com as complexidades crescentes da sociedade capitalista, com sua
especialização e com o aumento da produtividade.

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E) A generalização de uma divisão do trabalho sexualmente ordenada


estaria baseada no controle exercido sobre o trabalho da mulher e dos
filhos, construído como base no poder masculino.

QUESTÃO 6 - ANALISTA LEGISLAT/ALCE / CESPE UNB/ 2011


Julgue os itens que se seguem, relativos a cultura organizacional.

1 - A cultura organizacional contribui para incutir nos funcionários o


sentimento de pertença a algo, que se traduz em motivação e em
comprometimento com interesses coletivos.

2 - A cultura organizacional compõe-se de valores éticos e morais,


princípios e crenças que os membros da organização devem adotar
como diretrizes de seu trabalho. Nesse sentido, a cultura organizacional
não só vincula os funcionários à organização, mantendo-os unidos, mas
também confere uma identidade à organização.

3 - A expansão da comunicação virtual nas organizações tem


promovido, em muitos casos, a individualização do trabalho no interior
das equipes multi ou interdisciplinares, o que prejudica
substancialmente a integração e a troca de saberes e conhecimentos
entre seus membros.

QUESTÃO 7 – SOCIOLOGO / CETEPS / CESPE/ 2004


Julgue os itens a seguir, relativos ao conceito de poder.

1- H. Arendt compreende o poder como resultante da capacidade


humana, não somente de agir ou de fazer algo, como de unir-se a
outros e atuar em concordância com eles.

2 - Parsons define o poder como a capacidade geral do sistema de


mobilizar recursos para atingir objetivos coletivos.

3 - O tema do poder econômico da classe capitalista não é tratado por


Marx em suas análises da sociedade capitalista.

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4 - Weber entende o poder como a probabilidade de realizar a própria


vontade, dentro de uma relação social, mesmo em face de resistência.

GABARITO

1 A
2 A
3 D
4 C
5 A
6 1 – Correto
2 – Correto
3 - Incorreto
7 1 – Correto
2 – Correto
3 – Incorreto
4 - Correto

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

QUESTÃO 1 - AFT /MTE / ESAF /1998


Assinale a única opção que contraria os elementos dados na afirmação
abaixo.
"Kets de Uries desenvolve o exemplo de Iacocca, executivo da Crysler,
destacando que, além de seu agudo senso pelo teatro que lhe permitiu
obter uma ajuda financeira do Estado, ganhar os sindicatos para uma
redução dos salários e convencer o público de comprar seus veículos,
ele possuía um estrito conhecimento da indústria automobilística, de
seus princípios e de seus objetivos. Ele sabia o que significava fabricar
um automóvel e como se articulam as diversas fases do processo de
produção... É justamente um saber assim preciso que deu à sua visão
as condições para redefinir os rumos da empresa. A partir do caso
Iacocca, percebe-se que o poder de decisão na grande empresa não se
confunde, necessariamente, com a propriedade da empresa".
(De Coster, F. Pichault, 1994)

A) Para uma eficaz administração da empresa é necessária a


coincidência entre a capacidade de liderança e a propriedade dos meios
de produção. Esta seria a condição perfeita para o aparecimento do
Leadership e o sucesso empresarial.

B) Para ser um Leadership três elementos devem funcionar juntos: a


convicção do líder, a competência do líder, que o deixa mais ou menos
apto para fazer frente às dificuldades do grupo e a situação na qual o
líder tem que assumir o exercício de suas qualidades e competências.

C) Podemos classificar a capacidade interior do líder segundo três


pontos: a capacidade visionária, a capacidade comunicativa e uma
imagem de si, forte e coerente.

D) Na grande empresa moderna a classe dirigente mescla


simultaneamente a dominação carismática (capacidade de convicção) e
a dominação legal (poder oriundo de um direito abstrato e impessoal),
sobretudo porque no interior da classe existem diferentes posições de
classe.

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E) As capacidades próprias do líder lhe dão os elementos necessários


para que ele se diferencie dos outros, dando ao grupo o que é
necessário para a situação no momento certo. Nesse sentido, os líderes
são aqueles que são colocados no lugar para fazer a gestão de uma
crise e são dispensados quando esta se resolve.

GABARITO: A

A letra A está incorreta. Através desta questão vemos como o nível


de dificuldade das provas da ESAF aumentou. Além das informações
apresentadas nesta letra contrariarem o texto apresentado, vimos que
para liderar dentro de uma organização é preciso utilizar o poder
(habilidade de controlar) e a autoridade (direito formal de controlar
concedido pela organização). O líder não necessariamente é o “dono”,
ou seja, não necessariamente detém a propriedade da organização.

A letra B está correta. Esta opção apresenta algumas das


características da liderança, ou leadership, como:

- Convicção e Competência: habilidades para exercer o poder de


influência
- Aptidão para fazer frente às dificuldades do grupo: a liderança é um
processo de redução das incertezas do grupo

A letra C está correta. Capacidade visionária, capacidade comunicativa


e uma imagem de si, forte e coerente (acreditar em si mesmo) são
importantes características de um líder.

A letra D está correta. Vejam que a ESAF chama poder de


dominação carismática, e autoridade de dominação legal.

A letra E está correta. Entendo que esta opção nos leva ao conceito
de equipe ad hoc. Ou seja, uma equipe, sob a coordenação de um líder,
que é formada para a execução de uma tarefa específica. Uma vez
alcançado o objetivo, ou seja, a realização da tarefa, tanto a equipe
como o líder são alocados para outras tarefas. Entendo o sentido da
palavra dispensados, nesta opção, como realocação.

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QUESTÃO 2 - AFT /MTE / ESAF /2010


Nos últimos tempos, o conceito de trabalho e ocupação tem-se alterado
fundamentalmente; as certezas e obviedades fundamentais que
vinculamos ao trabalho se dissolvem, se erodem (....).
(Beck, Ulrich. Liberdade ou Capitalismo, Ulrich Beck conversa com
Johannes Willms, São Paulo: Editora UNESP, 2003, p. 159).

A partir do texto assinale a opção correta.

A) Na antiguidade grega, o trabalho era o estigma que excluía as


pessoas da sociedade.

B) Na sociedade capitalista, o trabalho deixou de ser a característica


central da identidade social.

C) Atualmente, estamos no início da sociedade do pleno emprego, no


sentido clássico.

D) A flexibilização do trabalho torna o trabalho homogêneo, em suas


dimensões espacial, temporal e contratual.

E) Atividades temporalmente limitadas, empregos sem contrato e


trabalhos informais afetam somente trabalhadores com níveis de
qualificação inferiores.

GABARITO: A

A letra A está correta. Como vimos na aula 0, desde a Antiguidade até


o final da Idade Média, o trabalho tinha um conceito negativo, de
castigo e exclusão das pessoas da sociedade. (Mas vejam que esta
informação não está explícita no texto apresentado, como pede o
enunciado)

A letra B está incorreta. A importância dada ao trabalho na sociedade


capitalista confere ao papel de trabalhador lugar de destaque dentre os
diversos papéis sociais. O trabalho é o formador da identidade social.

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Vemos muitas vezes as pessoas se identificam não como quem são, mas
sim como o que são. Isto significa que o trabalho não deixou de ser a
característica central da identidade social.

A letra C está incorreta. A expressão pleno emprego significa a


utilização da capacidade máxima de produção de uma sociedade, onde
existe um equilíbrio entre a oferta e a demanda dos fatores de produção
em sua plena capacidade instalada. Entretanto, o que vemos hoje é a
alta oferta de empregos em determinadas áreas e a baixa qualificação
dos candidatos.

A letra D está incorreta. Vimos na aula passada que a existência de


uma classe trabalhadora mais heterogênea (e não homogênea como
diz a opção) e fragmentada, segmentada entre trabalhadores
qualificados e desqualificados, do mercado formal e informal, estáveis e
precários.

Entendo que o trabalho é heterogêneo na dimensão espacial, pois


enquanto alguns trabalhadores ainda vivem no “chão de fábrica”, vários
outros, graças à tecnologia, internet, dispositivos móveis, ficam à
disposição da empresa em qualquer hora ou lugar. Para estes
trabalhadores o “ambiente de trabalho” agora é o local onde eles
estiverem, seja durante a semana ou no fim de semana, em qualquer
hora.

Também é heterogêneo do ponto de vista temporal, pois temos trabalho


com jornadas diferenciadas (trabalho a tempo parcial ou integral) ou
com prazos diferenciados (contratos por prazo determinado, por prazo
indeterminado, trabalhos temporários).

E é contratualmente heterogêneo porque enquanto alguns possuem


carteira assinada e trabalham sob um contrato individual de trabalho,
outros trabalham sem registro, sem contrato de trabalho. Ou ainda,
como forma de burlar a legislação e simular não existir uma relação
formal de trabalho, alguns trabalhadores são contratados como pessoa
jurídica (PJ).

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A letra E está incorreta. A precarização do trabalho conforme


exemplificado, não afeta somente trabalhadores com níveis de
qualificação inferiores, mas principalmente estes trabalhadores são os
mais afetados.

QUESTÃO 3 - AFT / MTE / ESAF / 2010


Ao contrário daqueles autores que defendem a perda da centralidade da
categoria “trabalho” na sociedade contemporânea, as tendências em
curso, quer em direção a uma maior intelectualização do trabalho fabril
ou ao incremento do trabalho qualificado, quer em direção à
desqualificação ou à sua subproletarização, não permitem concluir pela
perda desta centralidade no universo de uma sociedade produtora de
mercadorias.
(Antunes, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e
a centralidade do mundo do trabalho, São Paulo: Cortez; Campinas, SP:
Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1995, p. 75).

Baseado nos pressupostos teóricos, assinale a opção incorreta.

A) Ainda que presenciando uma redução quantitativa (com repercussões


qualitativas) no mundo produtivo, o trabalho abstrato cumpre papel
decisivo na criação de valores de troca.

B) Os produtos criados pela Toyota, Benetton ou Volvo, por exemplo,


constituem mercadorias, que resultam da interação entre capital
variável e capital constante.

C) Em termos marxianos, a crise do trabalho abstrato somente poderá


ser entendida como a redução do trabalho vivo e a ampliação do
trabalho morto.

D) Considerando a crise da sociedade do trabalho, as condições de vida


emancipada e digna do homem já não devem resultar, diretamente, de
uma reviravolta nas condições de trabalho.

E) A superação da sociedade do trabalho abstrato requer, como


condição, o reconhecimento do papel central do trabalho assalariado.
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GABARITO: D

A letra A está correta. Vimos que a introdução de novas tecnologias


vem fazendo desaparecer alguns postos de trabalho, inclusive (ainda
que com repercussão menos negativa) naqueles trabalhos que exigem
uma maior intelectualização (trabalho abstrato). Ou seja, a primeira
parte da opção A está correta: o trabalho abstrato (também) vem
presenciando uma redução quantitativa (em termos de quantidade de
postos de trabalho).

E quanto maior o desenvolvimento dos softwares, maior a complexidade


de operação das máquinas, e mais qualificado deve ser o trabalhador
que irá operá-la. Daí a repercussão qualitativa (aumento da
qualificação) no trabalho abstrato. E este aumento da qualificação tem
impacto direto no valor de troca pois tem impacto positivo na criação do
valor.

Segundo o próprio autor, “quando concebermos a forma contemporânea


do trabalho, enquanto expressão do trabalho social, que é mais
complexificado, socialmente combinado e ainda mais intensificado nos
seus ritmos e processos, não podemos concordar com as teses que
minimizam ou mesmo desconsideram o processo de criação de
valores de troca. Ao contrário, defendemos a tese de que a
sociedade do capital e sua lei do valor necessitam cada vez
menos do trabalho estável e cada vez mais das diversificadas formas
de trabalho parcial ou part-time, terceirizado, que são, em escala
crescente, parte constitutiva do processo de produção capitalista.”

A letra B está correta. Vamos primeiro fazer a diferenciação entre


capital variável e capital constante.

Tais conceitos foram primeiramente formulados por Marx, em sua obra


O Capital, considerada o marco do pensamento socialista. Ele identificou
que em qualquer processo de trabalho existem dois principais
elementos: a força de trabalho e os meios de produção.

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Marx chamou de capital variável o dinheiro necessário para comprar a


força de trabalho, e de capital constante o dinheiro necessário para
comprar os meios de produção.

Como os bens produzidos pelas empresas resultam da interação entre


força de trabalho e meios de produção, eles resultam, portanto, da
interação entre capital variável e capital constante.

A letra C está correta. Marx entendia que a crise do trabalho se dava


pela substituição do trabalho humano (trabalho vivo) por máquinas
(trabalho morto). Vale a pena destacar que segundo Ricardo Antunes,
“as máquinas inteligentes podem substituir em grande parte o trabalho
vivo, mas não podem extingui-lo nem eliminá-lo definitivamente. Ao
contrário, sua introdução utiliza-se do trabalho intelectual dos/as
trabalhadores/as que, ao atuarem junto à máquina informatizada,
transferem parte de seus novos atributos intelectuais à nova máquina
que resulta desse processo, dando novas conformações à teoria de
valor. ”

A letra D está incorreta. As condições de vida do trabalhador resultam


diretamente das mudanças nas condições de trabalho. Segundo o autor
do texto, “em alguma medida, a esfera fora do trabalho estará
maculada pela desefetivação que se dá no interior da vida laborativa.”

A letra E está correta. O autor sustenta que o trabalho ocupa


centralidade e não está em vias de desaparecimento. “O saber científico
e o saber laborativo mesclam-se mais diretamente no mundo
contemporâneo sem que o primeiro se sobreponha ao segundo”.

QUESTÃO 4 - AFT / MTE /ESAF / 2003


Obs: O tema “divisão sexual do trabalho” constava do Edital do
Concurso de 2006, mas não constava expressamente no Edital do
Concurso de 2010 (neste edital constou apenas “Divisão social do
trabalho”).

A partir do conteúdo do texto abaixo considerar a incoerência de uma


das opções que dele se deduz.

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A divisão sexual do trabalho é a separação e distribuição das atividades


de produção e reprodução social de acordo com o sexo dos indivíduos. É
uma das formas mais simples e, também, mais recorrentes de divisão
social do trabalho. Qualquer sociedade tem definidas, com mais ou
menos rigidez e exclusividade, esferas de atividades que comportam
trabalhos e tarefas considerados apropriados para um ou outro sexo.
(Holzmann da Silva, 1999)

A) A esfera feminina situa-se no âmbito doméstico privado, da produção


de valores de uso para o consumo do grupo familiar, da reprodução da
espécie e do cuidado das crianças, dos velhos e dos incapazes.

B) As atividades de produção social e de direção da sociedade,


desempenhadas no espaço público, são atribuições masculinas.

C) A distinção entre trabalho de homens e de mulheres expressa


atributos e capacidades inatas aos indivíduos, diferentes em homens e
em mulheres.

D) Os estereótipos de ser homem e de ser mulher sustentam e


legitimam a divisão sexual do trabalho.

E) As mulheres são mais vulneráveis à repressão da organização do


processo de trabalho taylorista.

GABARITO: C

Pessoal, na minha opinião esta foi uma questão polêmica. As letras A, B


e D estão coerentes com o texto. Podemos até não concordar com a
afirmação letra D, mas ela está de acordo com o texto (“Qualquer
sociedade tem definidas, com mais ou menos rigidez e exclusividade,
esferas de atividades que comportam trabalhos e tarefas considerados
apropriados para um ou outro sexo”).

A letra C está incoerente com o texto quando afirma a distinção entre


trabalho de homens e de mulheres expressa atributos e capacidades
inatas aos indivíduos, pois segundo o texto, a divisão sexual do
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trabalho ocorre a partir do sexo dos indivíduos (e não a partir de


capacidades inatas).

Com relação à letra E, entendo que não se pode, a partir do texto,


concluir o que se afirma nesta opção. Por isso, em minha opinião, a letra
E também está incoerente.

QUESTÃO 5 - AFT / MTE /ESAF /1998


Obs: O tema “divisão sexual do trabalho” constava do Edital do
Concurso de 2006, mas não constava expressamente no Edital do
Concurso de 2010 (neste edital constou apenas “Divisão social do
trabalho”).

A reflexão abaixo permite vários desdobramentos sobre a "divisão


sexual do trabalho". Uma das apresentadas é falsa; assinale-a.

"A divisão sexual do trabalho, um fato persistente na história humana,


foi muitas vezes tratado como um fenômeno invariável no tempo.
Contrariando esta tendência, abordagens mais amplas passaram a
sublinhar o caráter específico da subordinação por sexo entendido como
assimetria nas relações de gênero. Desse modo pretendiam salientar o
caráter socialmente constituído destas diferenças, enfatizando as
dimensões sociais e culturais da subordinação."
(Bandeira, 1997)

A) Do ponto de vista internacional, historicamente as políticas sociais


foram dirigidas a fixar a mão-de-obra feminina no âmbito familiar,
reforçando desta forma a menor presença da mulher no mercado de
trabalho, devido à divisão sexual do trabalho.

B) A assertiva segundo a qual no Brasil o "trabalho tem um sexo"


mostra o quanto a legislação trabalhista tem dificuldade em incorporar a
especificidade de gênero na questão da eqüidade.

C) Mesmo nas camadas de renda mais desfavorecidas, o trabalho


feminino é submetido a uma maior precarização, pois nestas a mulher é

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vista com ressalvas pelos empregadores devido à sua própria condição


de mulher.

D) Do pondo de vista histórico, o processo de diferenciação entre os


sexos, em termos de relações de hierarquia e subordinação, aprofunda-
se com as complexidades crescentes da sociedade capitalista, com sua
especialização e com o aumento da produtividade.

E) A generalização de uma divisão do trabalho sexualmente ordenada


estaria baseada no controle exercido sobre o trabalho da mulher e dos
filhos, construído como base no poder masculino.

GABARITO: A

A letra A está incorreta. Nos países capitalistas de uma forma geral,


cada um a seu tempo e de acordo com sua realidade, se preocuparam
com políticas públicas voltadas a contemplar maior equidade na divisão
sexual do trabalho, de forma a garantir a presença feminina no trabalho.
No Brasil temos a lei 9.799 de Maio de 1999 que estabelece regras
sobre o acesso da mulher no mercado de trabalho.

A letra B está correta. O fato é que as legislações por si só não têm o


condão de mudar preconceitos quanto ao gênero, que vêm de questões
culturais seculares de discriminação contra a mulher.

A letra C está correta. Nestes casos a mão de obra feminina é ainda


mais desvalorizada, sendo considerada inferior à masculina. A mulher é
vista muito mais com função reprodutora do que produtora.

A letra D está correta. As novas relações de trabalho nos trazem


também novas relações hierárquicas. Vimos que as mulheres vêm
aumentando sua participação no mercado de trabalho, se qualificando e
consequentemente ocupando postos de chefia antes dominados pelo
universo masculino.

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A letra E está correta. Apesar de mal escrita, na minha opinião, a


sentença da letra E) se refere a um dos enfoques da divisão sexual
trabalho, na qual o sustentáculo do poder masculino seria baseado no
controle do chefe da família sobre o trabalho da mulher e dos filhos.

QUESTÃO 6 - ANALISTA LEGISLATIVO /ALCE / CESPE UNB/ 2011


Julgue os itens que se seguem, relativos a cultura organizacional.

1 - A cultura organizacional contribui para incutir nos funcionários o


sentimento de pertença a algo, que se traduz em motivação e em
comprometimento com interesses coletivos.

CORRETO. A cultura organizacional envolve padrões de comportamento


e compartilhamento de valores comuns que reflete nos empregados
uma sensação de identidade e de pertencimento a um grupo comum. Os
vínculos criados pela cultura organizacional acabam por desenvolver nos
empregados um maior comprometimento com os interesses da
organização.

2 - A cultura organizacional compõe-se de valores éticos e morais,


princípios e crenças que os membros da organização devem adotar
como diretrizes de seu trabalho. Nesse sentido, a cultura organizacional
não só vincula os funcionários à organização, mantendo-os unidos, mas
também confere uma identidade à organização.

CORRETO. A cultura organizacional confere à empresa uma


personalidade própria, cujos valores, compartilhados por seus membros,
orientam seu comportamento e estreitam seu vínculo com a empresa.

3 - A expansão da comunicação virtual nas organizações tem


promovido, em muitos casos, a individualização do trabalho no interior
das equipes multi ou interdisciplinares, o que prejudica
substancialmente a integração e a troca de saberes e conhecimentos
entre seus membros.

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INCORRETO. A comunicação virtual é um meio que não somente


permite uma maior integração das equipes como também potencializa o
grau de colaboração entre elas.

QUESTÃO 7 – SOCIOLOGO / CETEPS / CESPE/ 2004


Julgue os itens a seguir, relativos ao conceito de poder.

1- H. Arendt compreende o poder como resultante da capacidade


humana, não somente de agir ou de fazer algo, como de unir-se a
outros e atuar em concordância com eles.

CORRETO.

Hannah Arendt via o poder como a formação de uma vontade comum,


orientada para o entendimento recíproco. Importante ressaltar também
que para Arendt, o poder nunca é propriedade de um indivíduo; o poder
pertence a um grupo e existe apenas na medida em que este grupo
conserva-se unido. “Quando dizemos que alguém está ‘no poder’, na
realidade nos referimos ao fato de que ele foi empossado por um certo
número de pessoas para agir em seu nome.”

2 - Parsons define o poder como a capacidade geral do sistema de


mobilizar recursos para atingir objetivos coletivos.

CORRETO.

Para Talcott Parsons o poder é capacidade de obrigar a adoção de


determinadas condutas impostas pelos fins coletivos.

3 - O tema do poder econômico da classe capitalista não é tratado por


Marx em suas análises da sociedade capitalista.

INCORRETO.

A posse e controle dos meios de produção pela classe capitalista, fonte


de seu poder econômico foi uma dos principais temas desenvolvidos por
Marx.
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4 - Weber entende o poder como a probabilidade de realizar a própria


vontade, dentro de uma relação social, mesmo em face de resistência.

CORRETO.

Vimos que segundo Weber, o poder é a chance de se impor a própria


vontade em uma determinada relação social, mesmo com a resistência
de outros.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA PARA OS ESTUDOS

1 – Hannah Arendt e Karl Marx – O mundo do trabalho – Eugênia Sales


Wagner

2 – Sociologia Geral – Antônio Carlos Gil

3 – Dicionário de Sociologia – Guia prático da linguagem sociológica –


Allan G Johnson

Bibliografia

1 – Liderança, poder e comportamento organizacional – Ana Cristina


Limongi-França e Eliete Bernal Arellano

2 - Elementos intervenientes na tomada de decisão - Maria Terezinha


Angeloni

3 – Teoria Geral da Administração – Idalberto Chiavenato

4 – Sociologia e Administração – Relações sociais nas organizações –


Valmíria Carolina Piccinini / Marilis Lemos de Almeida / Sidinei Rocha de
Oliveira - Organizadores

5 - Configuração de Poder nas Organizações - Miramar Ramos Maia


Vargas
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6 – Adeus ao Trabalho? – Ricardo Antunes

7 – Revista Época – 23 de janeiro de 2012

Pessoal, transcrevo a seguir uma reportagem que achei bastante


interessante, sobre o futuro das profissões “menos qualificadas”, no
Brasil.

O DECLÍNIO DAS PROFISSÕES “SERVIS”


Revista Época / 23 de janeiro de 2012
Autores: Marcos Coronato / Marcelo Moura / Bruno Segadilha / Felipe Pontes /Natalia Spinacé

[...] A corrida dos jovens rumo a profissões que paguem melhor e


tenham melhor imagem tende a fazer desaparecer as funções que o
economista Naércio Menezes, da escola de negócios Insper, classifica
como “servis”.

São aquelas em que se prestam serviços não especializados, como


engraxates, empacotadores, manobristas, jardineiros e babás sem
qualificação.

Também rumam para a extinção profissões como ascensorista, frentista


de posto de gasolina e cobrador de ônibus – todos fornecedores de
pequenas comodidades, cujas funções podem facilmente ser assumidas
pelo próprio consumidor, com uma pequena ajuda da tecnologia
adequada.

Vão pelo mesmo caminho os excessos criados para impressionar a


classe média, como vendedores por todo lado em lojas que cobram
barato. “No Brasil, você entra num rodízio e é cercado. Na França há
muitos bons restaurantes em que trabalham apenas o dono e um ou
dois garçons”, diz o economista João Sabóia, professor na Universidade
Federal do Rio de Janeiro e especialista em mercado de trabalho.

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A evolução vai alterar alguns negócios e fazer surgir oportunidades.


“Nas nossas lavanderias em outros países, um segundo atendente só vai
para o balcão quando a fila tem mais de seis pessoas. Aqui, se não tiver
dois o tempo todo, sou crucificado.”, dia Nelcindo Nascimento, diretor
para a América Latina da 5àSec, maior franquia de lavanderias do
mundo. “Uma rede de lavanderias fracassou ao adotar no Brasil, há
alguns anos, o modelo americano de self-service, com máquinas que
aceitam moedas. Daqui a algum tempo, essa modalidade pode dar
certo”.

No futuro, os profissionais terão de ser mais bem aproveitados – uma


cozinheira competente poderá prestar somente esse serviço a diversas
famílias, em vez de se dividir entre a cozinha e a faxina numa casa só.

É o caminho natural de uma economia que se torna mais sofisticada


com uma população que cresce cada vez menos, explica Sabóia:”A
mudança tem de ocorrer para o país crescer. As pessoas se deslocam de
atividades menos produtivas para outras mais produtivas”.

Por hoje é só pessoal, até a próxima aula!

Abraços a todos

Mara

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