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Manaus - Amazonas
2018
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS TERCEIRIZADOS NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DO AMAZONAS
Resumo
O presente artigo trata de um tema controverso e discutido em áreas afins sobre como se dá à
contratação de serviços terceirizados na Administração Pública, focando na gestão e
fiscalização dos contratos firmados com as empresas prestadoras de serviços.
À terceirização tem sido utilizada pela Administração Pública em diferentes áreas, tendo
como objetivo à redução de custos, melhoria dos serviços prestados e maior grau de
produtividade em suas atividades específicas.
Assim, o presente estudo busca lançar reflexões sobre a gestão e fiscalização dos contratos de
terceirização firmados pela administração pública amazonense. Para tanto utilizamos, como
instrumento de pesquisa, revisão bibliográfica, lançando mão de estudos já publicados e
análise documental dos relatórios públicos disponibilizados em portais de transparência do
Governo. Para dar vida ao tema, abordaremos o histórico da terceirização no Brasil,
conceitos, características, problemas, vantagens e desvantagens, riscos, limitações, tipos e
diferenças de contratações dos serviços e as mudanças recentes impostas nas novas Leis
trabalhistas. Dentre as dificuldades encontradas, constata-se que o portal da transparência não
é de fácil acessibilidade quanto aos valores gastos com contratos de terceiros e não permite
retenção de um período para análise.
2.1. Terceirização
Quando no Brasil ocorre à migração do campo para as cidades, o país deixa de ser
predominantemente agrícola, concentrando assim a partir desta mudança de comportamento
uma maior migração e concentração de pessoas nas áreas urbanas, nas cidades.
O primeiro ensaio de terceirização no Brasil surgiu como a lei, não mais em vigor, a
qual autorizava a contratação apenas por parte dos bancos da figura do segurança, através de
uma empresa de vigilância. Em 1974, a lei 6,019 que criou o chamado de trabalho
temporário, foi o primeiro instrumento legal no Brasil a autorizar a terceirização, mas,
somente em duas hipóteses: acréscimo extraordinário de serviço ou em casos de substituição
de um colaborador regular e permanente. (RENATO, 2015)
Conforme SANTOS (2014) no Brasil o movimento surge por volta da década de
1970, tendo sido originário e introduzido no país pelas multinacionais do ramo
automobilístico, que faziam uso da terceirização para fabricação e fornecimento de peças
essenciais, restando à empresa concentrar-se somente na montagem do produto final, os
veículos.
Com o crescimento da utilização dos trabalhadores por contratos terceirizados, fez-se
necessário à criação de regulamentação, edificando-se algumas leis para tal. No entanto o
assunto ainda continuava sendo discutido na esfera trabalhista, surgindo algumas dúvidas
sobre o conhecimento e entendimento na área administrativa.
Diante da necessidade houve o surgimento do Enunciado nº256/1986, sendo o mesmo
revisado e retificado em 1993 pelo Enunciado nº 331, que também sofreu outra alteração pelo
STF em 2011:
Contrato de Prestação de Serviços - Legalidade - Revisão do Enunciado nº 256
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo
diretamente com o tomador dos serviços, salvo nos casos de trabalho
temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta não gera vínculo de
emprego com os órgãos da Administração Pública Direta, Indireta ou
Fundacional (art. 37, II, da Constituição da República).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983), de conservação e limpeza, bem como a
de serviços especializados ligados à atividade meio do tomador, desde
que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica na
responsabilidade subsidiária do tomador do serviço quanto àquelas
obrigações, desde que tenha participado da relação processual e
conste também do título executivo judicial." (Resolução nº 23, de
17.12.93 - DJU de 21.12.93)
Agora o contrato será executado, de acordo com a Lei nº 8.666/93 - Lei de Licitações e
Contratos.
Lei nº 8.666 de 21 de Junho de 1993
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação
de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa
atribuição.
§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas as
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante
deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas
convenientes.
3. Considerações Finais
MELO, Katia Nonato de. Gestão e fiscalização dos contratos públicos, 2017. Disponível em
<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/gestao-e-fiscalizacao-dos-contrat
os-publicos> Acesso em: 02/11/2018
REBICKI, Rafael Antonio. À terceirização pela administração pública - à nova súmula 331
do TST. Disponível em:
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id
=10873> Acesso em: 02/11/2018.
Queiroz, Carlos Alberto Ramos Soares de. Manual de Terceirização: Onde podemos errar no
Desenvolvimento e na Implantação dos Projetos e Quais são os Caminhos do Sucesso. Ed.
STS, São Paulo: 1998, Pág. 32.
CASTRO, Rubens Ferreira de. A terceirização no direito do trabalho. São Paulo: Malheiros,
2000