Pelas outras personagens namoradeiro (v. 134), ingénuo (v.138-139) (HETEROCARACTERIZAÇÃO) Anjo: tirano (v. 82, 100), vaidoso (v. 86-87), presunçoso (v. 97,99), explorador e cruel (v. 101), egoísta (v.102-103) arrogante e presunçoso (v.31, 80-81, 85, 88-89), revoltado (v. 70-73), Por si próprio ingénuo e enganado (v. 114-119, 136-137, 141), resignado (v. 112-113, (AUTOCARACTERIZAÇÃO) 119) e suplicante (v. 148) Simbologia da cena: Gil V. ao colocar nas vozes do Diabo e do Anjo a sentença condenatória do Fidalgo porque “vivera a seu prazer” e “desprezara os pequenos” denuncia a vida e as atitudes Assumidas por muitos fidalgos da época. Como personagem-tipo é a classe social da nobreza que está em causa não só por esta figura da aristocracia, como pelos seus antepassados pois “que assi passou vosso pai” a) fidalgo: vivera a seu prazer: ▪ denúncia da corrupção dos costumes; ▪ a infidelidade do Fidalgo, da esposa e da amante; ▪ crítica à vaidade e à presunção b) fidalgo: desprezara os pequenos: ▪ denúncia da tirania exploração dos pequenos; ▪ crítica à importância e poder da classe social a que o Fidalgo pertencia e de que julga continuar a usufruir depois da morte. O pajem não entra na barca porque não representa um tipo, mas tem uma função simbólica importante ao representar um elemento do povo, principal vítima da tirania e da opressão da nobreza. O Fidalgo representa toda a sua classe social, a NOBREZA; através dele, é toda a nobreza quinhentista que Gil Vicente critica, denunciando, nomeadamente, o tipo de vida (de ociosidade, ostentação e luxo) e as atitudes de muitos fidalgos da sua época (arrogância e despotismo). Trata-se de uma personagem-tipo. Gil Vicente, mais suavemente, critica também as mulheres da Corte que levavam uma vida depravada, não preservando valores como a fidelidade, a seriedade e a moralidade. Aparecem como sendo mulheres falsas, mentirosas, simuladas e muito levianas.
A Professora: Olga Nunes p.1/3
A Professora: Olga Nunes p.2/3 A Professora: Olga Nunes p.3/3