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INTRODUÇÃO

Nesta reta final do Ano do Quebrantamento, o Ministério de Ensino Bíblico apresenta um


convite a todos os alunos da Escola Bíblica Dominical: PARAR & OLHAR.
Parar e Olhar, tem a ver com diminuir o “ritmo frenético” do corre-corre diário e dar um
pouco de atenção ao que é essencial. Convidamos você a parar e olhar a cena mais
impressionante da história humana, não só o momento ímpar, mas os atos anteriores e posteriores,
e com o coração quebrantado, possa se juntar ao Médico Amado Lucas, e ouvir e cantar as canções
de Natal. Nesta introdução quero aproveitar a mente criativa de Max Lucado, para que tenhamos
um mínimo de percepção da gravidade da decisão do nosso Deus de visitar Sua Criação.
Pensemos em Sua Chegada...
O barulho e o movimento começaram mais cedo do que de costume na cidade. Quando a
noite deu lugar à madrugada, já havia gente nas ruas. Os vendedores se colocavam nas esquinas
das avenidas mais trafegadas. Os lojistas abriam as portas de suas lojas. As crianças acordavam
com o latido alvoroçado dos cães vadios e das queixas dos jumentos que puxavam as carroças.
O dono da hospedaria levantara mais cedo do que a maioria dos habitantes da cidade.
Afinal de contas, a hospedaria estava cheia, com todas as camas ocupadas. Todo tapete ou esteira
disponível tinha sido usado. Logo todos os fregueses começariam a levantar e haveria muito
trabalho a fazer.
Nossa imaginação se inflama pensando na conversa do estalajadeiro com sua família à
mesa do café. Alguém mencionou a chegada do casal jovem na noite anterior? Alguém cuidou
deles? Alguém comentou a gravidez da moça no jumento? Talvez. Talvez alguém falou no
assunto. Mas, na melhor das hipóteses, ele foi levantado e não discutido. Não havia tanta novidade
assim sobre eles. Tratava-se possivelmente de uma das várias famílias que não pudera ser recebida
naquela noite.
Além disso, quem tinha tempo para falar sobre eles quando havia tanta excitação no ar?
César Augusto fez um favor à economia de Belém quando decretou que houvesse um
recenseamento. Quem podia lembrar-se de uma época em que se fizesse tanto comércio na
cidade?
Não, é duvidoso que alguém tivesse mencionado a chegada do casal ou atentasse na
condição da moça. Todos estavam ocupados demais. O dia já raiara. O pão diário precisava ser
feito. As tarefas da manhã tinham de ser feitas. Havia tanto para fazer que ninguém tinha tempo
para ficar imaginando que o impossível acontecera.
Deus entrara no mundo como um bebê.
Mas se alguém entrasse no curral de ovelhas na periferia de Belém naquela manhã, que
cena peculiar contemplaria.
O estábulo cheira como todos fazem. O mau cheiro provocado pela urina, excremento e
ovelhas paira forte no ar. O chão é duro, o feno escasso. Teias de aranha pendem do teto e um
ratinho atravessa correndo o chão sujo.
Não podia haver um lugar menos adequado a um nascimento.
De um lado se encontra um grupo de pastores. Eles estão sentados silenciosamente no
solo, talvez perplexos, talvez reverentes, mas sem dúvida extasiados. Sua vigília noturna fora
interrompida por uma explosão de luz dos céus e uma sinfonia de anjos. Deus vai até aqueles que
têm tempo para ouvi-lo — e assim, naquela noite sem nuvens, ele fora até os simples pastores.
Junto à jovem mãe se assenta o pai cansado. Se alguém está cochilando, esse é ele. Não
consegue lembrar-se da última vez em que pôde sentar-se. E agora que a excitação diminuiu um
pouco, agora que Maria e o bebê estão confortáveis, ele se apoia na parede do estábulo e sente
seus olhos se fecharem. Ele ainda não entendeu tudo. O mistério do evento o intriga. Mas não tem
no momento energia para lutar com as perguntas. O importante é que a criança está bem e Maria
a salvo. A medida que o sono vem, ele lembra do nome que o anjo lhe dissera para usar... Jesus.
"Nós o chamaremos Jesus."
Maria está bem desperta. Como parece jovem! Sua cabeça repousa sobre o couro macio
da sela de José. A dor foi embora como por encanto. Ela olha para o rostinho da criança. Seu
filho. Seu Senhor. Sua Majestade. Neste ponto da história, o ser humano que melhor compreende
quem é Deus e o que ele está fazendo é uma adolescente num estábulo mal cheiroso. Ela não pode
tirar os olhos dele. De alguma forma Maria sabe que está carregando Deus nos braços. Esse é
então ele. Ela lembra as palavras do anjo. "O seu reinado não terá fim."
Ele parece qualquer coisa menos um rei. Seu rosto é avermelhado, lembrando uma ameixa
seca. Seu choro, embora forte e saudável, continua sendo ainda o de um bebê indefeso, lancinante
e agudo. Ele depende absolutamente de Maria para seu bem-estar.
Majestade em meio ao mundanismo. Santidade misturada à imundície do excremento e
suor das ovelhas. A divindade entrando no mundo no chão de um estábulo, através do útero de
uma adolescente e na presença de um carpinteiro.
Ela toca a face do Deus-menino. Como foi longa a sua jornada!
Esta criança superara o universo. Os trapos que o aquecem eram os mantos da eternidade.
A sala dourada de seu trono fora esquecida em favor de um curral de ovelhas imundo. E os anjos
adoradores foram substituídos por pastores bondosos, mas perplexos.
Enquanto isso a cidade fervilha. Os mercadores não sabem que Deus visitou o seu planeta.
O estalajadeiro jamais creria que enviara Deus para o frio lá fora. E o povo zombaria de quem
quer que dissesse que o Messias jaz nos braços de uma jovenzinha na periferia de sua cidade. Eles
estavam todos ocupados demais para sequer considerar essa possibilidade.
Os que não assistiram à chegada de Sua Majestade naquela noite, não perderam a
oportunidade por causa de atos perversos ou malícia; de modo algum, eles a perderam
simplesmente porque não estavam olhando.
Pouco mudou nesses últimos dois mil anos, não é?
Que tal, então, PARAR & OLHAR?

Pr. Marcelo Teofilo.


LIÇÃO 1

“Beatitude” – O Cântico de Isabel

O Natal de Jesus é a festa do cântico e da música


Já notou que nesta época do ano cânticos e músicas natalinas estão por toda parte? Aonde
formos nós ouviremos aquelas melodias alegres e gostosas. Certo ou errado, fato é que
em dezembro todos começam a cantar.

Desde o primeiro Natal, a alegria pela chegada do Salvador foi traduzida em cânticos e
em músicas. Por quê?

Após mais de quatrocentos anos de silêncio (período Inter bíblico; tempo entre o fim do
AT e o início do NT), Deus voltou a falar com o seu povo. A última voz profética havia
sido a de Malaquias, anunciando a chegada de alguém (João Batista) que prepararia o
caminho para o Messias prometido de Israel (Ml 4.5-6). E agora, com o cumprimento da
mensagem de João Batista (Mt 3.1-3), o povo de Deus voltava a celebrar a visitação do
Senhor.

A chegada de Jesus fez o povo cantar. Todos reconheceram isto, até mesmo autoridades
renomadas, como Plínio, que comentou:

“O cristianismo é a religião do cântico e da música. ”

A importância dessa declaração de Plínio, o jovem, reside no fato de que as suas 247
cartas escritas a amigos (entre os anos de 97 e 102 d.C.) contêm as melhores descrições
da vida quotidiana da Roma Imperial, incluindo as duas missivas que abordam o tema do
cristianismo – um dos primeiros documentos não neotestamentários sobre a Igreja
Primitiva.

Jesus Cristo fez do cristianismo “a religião do cântico e da música”. É por isso que
nós cantamos no Natal (e também na Páscoa e no ano inteiro!).

Estudiosos dos Evangelhos consideram estes poemas musicais registrados por Lucas
como sendo “os últimos dos salmos hebraicos e os primeiros dos hinos cristãos”.

Pelo menos duas perguntas precisam ser respondidas:

Por que o estilo poético?

A poesia é uma forma elevadíssima de expressão. Ela nos força a diminuir


o ritmo, e somente quando nós desaceleramos mente e coração,
concentrando-nos em reflexão, é que somos capazes de compreender,
sorver, saborear e regozijar na mensagem que está sendo comunicada.
Por que tanta música?

O que Deus fez em Cristo Jesus requer de nós louvor e adoração.

 Não é suficiente simplesmente entender e dizer o que Deus fez para nos salvar.
 Não basta compreender a obra da salvação.
 Ela precisa ser celebrada com salmos, hinos e cânticos espirituais, pois é
cantando e salmodiando que a alma melhor se expressa sobre e mais se deleita
no objeto da adoração.

Sobre a importância da música, Aristóteles documentou o que segue:

“A música, usada dignamente, é um dos meios mais eficientes para a educação e a


instrução de um povo…. Ela tem tanta relação com a formação do caráter, que
precisamos ensiná-la às crianças”.

ENTÃO VAMOS VER - Os Cânticos do Natal!

Se o Natal é a festa do cântico e da música,

 Por que,
 O que
 E como nós devemos cantar?
 Graças a Deus que nós não estamos sem direção.

Lucas, o historiador inspirado por Deus (Lc 1.1-4), deixou registrado para a
Igreja de Cristo os cinco primeiros cânticos do Natal. Eles, além de nos ensinarem como
cantar, informam-nos sobre o conteúdo da fé dos cantores e a alegria dos seus corações
encantados pelo nascimento de Jesus.

Os cinco cânticos do Natal no Evangelho de Lucas são os seguintes:

1. “Beatitude”: O Cântico de Isabel (Lc 1.42)


2. “Magnificat”: O Cântico de Maria (Lc 1.46-55)
3. “Benedictus”: O Cântico de Zacarias (Lc 1.68-79)
4. “Gloria in excelsis Deo”: O Cântico dos Anjos (Lc 2.14)
5. “Nunc Dimits”: O Cântico de Simeão (Lc 2.29-32)
Por que os títulos em latim?

Os nomes dos cânticos foram retirados da primeira palavra ou das primeiras palavras do
cântico correspondente na tradução da Vulgata Latina.

1. Isabel diz: “Beatitude”: Bem-aventurada, bendita, feliz.


2. Maria diz: “Magnificat”: Magnifica, engrandece, exalta.
3. Zacarias diz: “Benedictus”: Bendito, louvado.
4. Anjos dizem: “Gloria in excelsis Deo”: Glória a Deus nas alturas.
5. Simeão diz: “Nunc Dimits”: Agora despeça [em paz o teu servo].
Nestes domingos, que antecedem o final de mais um ano, o meu desejo é caminhar
com vocês pelos “Cânticos do Natal”, visando enxergar a beleza e apreender as lições
destas canções inspiradas pelo Espírito. Vamos ao primeiro Cântico:

“Beatitude” – O Cântico de Isabel

Lucas 1.39-45

39Naqueles dias, Maria preparou-se e foi depressa para uma cidade da região montanhosa
da Judéia, 40onde entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a
saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito
Santo. 42 Em alta voz exclamou: “Bendita é você entre as mulheres, e bendito é o filho
que você dará à luz! 43 Mas por que sou tão agraciada, ao ponto de me visitar a mãe do
meu Senhor? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, o bebê que está em
meu ventre agitou-se de alegria. 45Feliz é aquela que creu que se cumprirá aquilo que o
Senhor lhe disse! ”

O primeiro cântico de Natal da história não foi entoado por Maria nem pelos anjos, mas
por Isabel, parenta de Maria – não necessariamente sua prima (Lc 1.36). Muitos, porém,
não consideram as palavras de Isabel (Lc 1.42) um cântico, nem dão a elas o seu devido
valor, talvez por julgarem haver algumas dificuldades teológicas na poesia. Observe:

Lucas 1.41-45

41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu ventre, e Isabel
ficou cheia do Espírito Santo. 42 Em alta voz exclamou: “Bendita é você entre as mulheres,
e bendito é o filho que você dará à luz! 43 Mas por que sou tão agraciada, ao ponto de me
visitar a mãe do meu Senhor? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, o
bebê que está em meu ventre agitou-se de alegria. 45Feliz é aquela que creu que se
cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse! ”

Mas, longe de conter qualquer problema teológico, apresentando alguma fundamentação


dogmática ou doutrinária para a adoração de Maria, este é sim o primeiro cântico do Natal
registrado na Bíblia, sendo possível encontrar nele valiosas lições para as nossas vidas.
Há três em especial que eu desejo destacar nesta manhã. O Cântico de Isabel nos ensina
sobre…

1. O valor da comunhão
2. A virtude do coração
3. A veemência da canção

1. O valor da comunhão

O contexto em que este cântico foi entoado nos revela, antes de tudo, o valor da
comunhão. Duas virtudes em especial são produzidas pela comunhão entre Maria e Isabel:
encorajamento e estímulo.

O encorajamento de Maria
Ao ouvir que ficaria grávida, Maria, por um instante, hesitou. O anjo, então, lhe assegurou
que a gravidez seria obra do Espírito Santo e que um dos sinais desta verdade era que a
sua parenta, Isabel, avançada em idade, também daria à luz um filho, estando aquela já
no sexto mês de gestação (Lc 1.34-37).

Maria deveria estar entre 14 e 16 anos no máximo, aguardando o tempo de seu casamento
com José. Estranho para nós, mas esse era o costume da época. Isabel, por sua vez, estaria
com idade suficiente para ser avó de Maria. Logo, dois milagres seriam necessários:

1. Maria engravidar-se pelo poder do Espírito Santo (Lc 1.35-37); e


2. Isabel, que era estéril, engravidar-se de Zacarias, estando ambos em idade tão avançada,
impossibilitados de gerarem filhos (Lc 1.7).
Maria, no entanto, em vez de se entregar à incredulidade e de se deixar abater pelo
medo, partiu em busca de encorajamento:

Lc 1.38-42 | 38 Respondeu Maria: “Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme
a tua palavra”. Então o anjo a deixou. 39 Naqueles dias, Maria preparou-se e foi depressa
para uma cidade da região montanhosa da Judéia, 40 onde entrou na casa de Zacarias e
saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu
ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Em alta voz exclamou…

Ao entrar na casa de Zacarias, Maria vê Isabel já com a barriga crescida, e a saúda com
grata constatação. Isabel, que ainda não tinha ouvido falar de gravidez da parte de Maria,
por revelação do Espírito Santo, saúda-a de volta com um cântico e com uma profecia
encorajadora:

Lc 1.42-43 | 42 Em alta voz exclamou: “Bendita é você entre as mulheres, e bendito é o


filho que você dará à luz! 43 Mas por que sou tão agraciada, ao ponto de me visitar a mãe
do meu Senhor?

O estímulo de Isabel

Além de encorajar Maria, aquela comunhão fortalecedora serviu para


estimular Isabel em tão avançada idade:

Lc 1.41-42 | 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu ventre,
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Em alta voz cantou – exclamou: (…)

 A comunhão fortalecedora tem o poder de nos encher do Espírito, quando falamos


entre nós com salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef 5.19).
 Devemos sim ter nosso tempo a sós com Deus, em casa e nos cultos coletivos,
mas a comunhão fortalecedora jamais poderá ser omitida.
 Cristo no outro (Maria), a Palavra Santa na boca do irmão, é meio de graça, com
o poder de derramar em nós (Isabel) o Espírito estimulante de Deus.

Que neste Natal o “Cântico de Isabel” nos ensine a dar valor à comunhão, pois ela,
pelo Espírito, fortalece, encoraja e estimula os corações.

2. A virtude do coração
Além da comunhão fortalecedora e estimulante, o “Cântico de Isabel” nos revela a virtude
do coração do adorador.

Só consegue adorar verdadeiramente quem, pelo agir do Espírito Santo, aprendeu a


deixar de olhar para si mesmo, passando a olhar para Deus no céu e para a obra de
Cristo na vida do outro aqui na terra.

Impressiona-me que, neste cântico e também neste encontro entre duas parentas, Isabel
em momento algum falou dela. Isabel só falou de Cristo e da alegria de ver a graça de
Deus agindo na vida de Maria.

Note o seguinte:

 Isabel era mais velha, mas a sua atenção estava na jovem Maria.
 Isabel tinha sido estéril a vida toda, mas a sua alegria estava na gravidez de Maria, ainda
tão jovem.
 Isabel tinha um menino saltitante no ventre, mas a sua importância estava no fruto do
ventre de Maria.

Que lição de humildade o Cântico de Isabel nos ensina!

 Minha oração é que nós possamos nos esvaziar de nós mesmos, permitindo que o
Senhor no encha do Espírito, para conseguirmos olhar para Deus e para Cristo no
outro sendo formado.
 O resultado é que seremos melhores adoradores (cantaremos em Espírito e em
verdade); seremos melhores servos (atuantes na igreja e no Reino); seremos
melhores evangelistas e discipuladores (Pequenos Grupos); seremos melhores
contribuintes (dízimos e ofertas); seremos melhores cristãos.
LIÇÃO 2

“Magnificat” – O Cântico de Maria

“Magnificat” – O Cântico de Maria

Lucas 1.46-55

46Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor 47 e o meu espírito se alegra
em Deus, meu Salvador, 48 pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em
diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49 pois o Poderoso fez grandes
coisas em meu favor; santo é o seu nome. 50A sua misericórdia estende-se aos que o
temem, de geração em geração. 51 Ele realizou poderosos feitos com seu braço; dispersou
os que são soberbos no mais íntimo do coração. 52 Derrubou governantes dos seus tronos,
mas exaltou os humildes. 53 Encheu de coisas boas os famintos, mas despediu de mãos
vazias os ricos. 54 Ajudou a seu servo Israel, lembrando-se da sua misericórdia 55 para
com Abraão e seus descendentes para sempre, como dissera aos nossos antepassados”.

Estudando o “Cântico de Isabel” (Beatitude), descobrimos que benditos, bem-


aventurados ou felizes são aqueles que permitem a obra de Deus em suas vidas, que se
submetem ao plano do Senhor para eles, que se oferecem para carregarem em si o
Salvador.

Agora nós olharemos para o “Cântico de Maria (Magnificat) e, porque o


seu cântico é uma belíssima expressão de sua fé e de seu amor pelo Deus da sua salvação,
nós aprenderemos quatro lições sobre adoração: o conteúdo da adoração; a
forma da adoração; o motivo da adoração; o objeto da adoração.

1. O conteúdo da adoração
Lendo cuidadosamente o Cântico de Maria, é possível notar um fato importantíssimo: o
seu poema está encharcado de passagens bíblicas do Antigo Testamento. Além de
ecos do Cântico de Ana (mãe de Samuel – 1Sm 2), cada palavra ou expressão do texto
parece ser uma citação direta ou uma alusão a alguma passagem do Cânon Hebraico.

Ela cita pelo menos doze livros: Gênesis, Êxodo, Deuteronômio, 1 e 2 Samuel, Jó,
Salmos, Isaías, Ezequiel, Miqueias, Habacuque e Zacarias. Ao todo, são cerca de 40
citações. A Palavra de Deus realmente habitava com riqueza no seu coração
(Cl 3.16).

Importante ressaltar que não eram simples citações, não havia distorções teológicas ou de
contexto para se provar um pretexto, nada disso. Maria, bem jovem, já conhecia
apropriadamente os textos e a teologia do Antigo Testamento.

Deve ser bíblico o conteúdo da adoração.


2. A forma da adoração

Quando Maria discerne o cumprimento das promessas de Deus, quando ela identifica o
mover do Senhor nela, através dela e na vida dos que estão ao redor dela, todo o seu
conteúdo intelectual trabalha fazendo mover a sua alma e o seu espírito, ou seja: o seu
coração.

Lc 1.46-47 | 46 Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor 47 e o meu espírito
se alegra em Deus, meu Salvador, (…)

A verdadeira adoração, o louvor que agrada a Deus é o que brota do coração. A mente e
os lábios não são suficientes. É de coração que se adora a Deus (Is 29.13): em espírito
(com alma, com ânimo, com as emoções) e em verdade (com entendimento e
compreensão bíblicos) – Jo 4.24.

Deve ser de coração a forma da adoração.

3. O motivo da adoração

Além do conteúdo e da forma da adoração, Maria nos ensina o motivo da adoração. Pode-
se ver neste cântico três motivos principais para a adoração.

3.1. A graça salvadora

Lc 1.46-49 | 46 Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor 47 e o meu espírito
se alegra em Deus, meu Salvador, 48 pois atentou para a humildade da sua serva. De
agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49 pois o Poderoso fez
grandes coisas em meu favor; santo é o seu nome.

3.2. A justiça divina

Lc 1.50-53 | 50 A sua misericórdia estende-se aos que o temem, de geração em


geração. 51 Ele realizou poderosos feitos com seu braço; dispersou os que são soberbos
no mais íntimo do coração. 52 Derrubou governantes dos seus tronos, mas exaltou os
humildes. 53 Encheu de coisas boas os famintos, mas despediu de mãos vazias os ricos.

3.3. A providência soberana

Lc 1.54-55 | 54 Ajudou a seu servo Israel, lembrando-se da sua misericórdia 55 para com
Abraão e seus descendentes para sempre, como dissera aos nossos antepassados”.

Deve ser pelo que Deus é e pelo que ele faz o motivo da adoração.

4. O objeto da adoração

Maria revela que o objeto da sua adoração não era outro senão o Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
Lc 1.46-47 | 46 Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor 47 e o meu espírito
se alegra em Deus, meu Salvador, (…)

A adoração deve ter como objeto o Deus Trino.

 A alegria dos homens deve ser Jesus (Johann Sebastian Bach),


 Soberano Senhor e amoroso Salvador.

“Magnificat” – O Cântico de Maria

No cântico “Beatitude” de Isabel nós aprendemos que felizes são os que se


submetem a Deus, carregando neles o Salvador.

Agora, no cântico (Magnificat) de Maria

 Nós vimos que alegria plena é para aqueles que, tendo recebido o Salvador, vivem
para:
 Magnificar,
 Engrandecer,
 Adorar,
 Em espírito e em verdade, ao Deus de toda graça.

Neste Natal, receba Jesus no seu coração e cante como Maria.


LIÇÃO 3

“Benedictus” – O Cântico de Zacarias

“Benedictus” – O Cântico de Zacarias

Lucas 1.67-79

67Seu pai, Zacarias, foi cheio do Espírito Santo e profetizou: 68 “Louvado seja o Senhor,
o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69 Ele promoveu poderosa salvação
para nós, na linhagem do seu servo Davi, 70 (como falara pelos seus santos profetas, na
antiguidade), 71 salvando-nos dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos
odeiam, 72 para mostrar sua misericórdia aos nossos antepassados e lembrar sua santa
aliança, 73 o juramento que fez ao nosso pai Abraão: 74 resgatar-nos da mão dos nossos
inimigos para o servirmos sem medo, 75 em santidade e justiça, diante dele todos os
nossos dias. 76 E você, menino, será chamado profeta do Altíssimo, pois irá adiante do
Senhor, para lhe preparar o caminho, 77 para dar ao seu povo o conhecimento da
salvação, mediante o perdão dos seus pecados, 78 por causa das ternas misericórdias de
nosso Deus, pelas quais do alto nos visitará o sol nascente, 79 para brilhar sobre aqueles
que estão vivendo nas trevas e na sombra da morte, e guiar nossos pés no caminho da
paz”.

Os dois primeiros capítulos do Evangelho de Lucas podem ser lidos


como uma parte de um oratório.

Observe os cinco movimentos:

1. Isabel começa a cantar “Beatitude” (Lc 1.42)


2. Maria vem em seguida, entoando o “Magnificat” (Lc 1.46-50)
3. Zacarias é o terceiro solista, apresentando o “Benedictus” (Lc 1.68-79)
4. Eis que retumba o Coral de Anjos, ressoando “Gloria in excelsis Deo” (Lc 2.14)
5. Simeão, então, finaliza solando o “Nunc Dimits” (Lc 2.29-32)

Tudo muito bem entrelaçado com narrativas excepcionais!

 Lucas é de uma sensibilidade artística impressionante!


 Aos seus olhos, o Evangelho é musical.
 Ele sabe que a mensagem de Cristo não deve apenas ser compreendida, mas
celebrada de coração (em espírito e em verdade).
 Daí as poesias e as músicas que compõem o seu “Oratório de Natal”, algo para
ser cuidadosamente estudado e entusiasticamente cantado.

Vamos ao solo de Zacarias...


Antecedendo o solo de Zacarias,

Isabel cantou sobre o estado de bem-aventurança daqueles que se submetem ao plano


de Deus, levando o Senhor Jesus Cristo em suas vidas, e

Maria magnificou, com conteúdo bíblico e coração alegre, ao Senhor de toda a graça.

Mas, e Zacarias? Qual é o conteúdo do seu cântico?

 Que parte tem o seu solo neste magnífico “Oratório de Lucas”?


 Que mensagem a sua música comunica a nós na noite de Natal?

Zacarias executa o seu cântico em crescendo, de forte para fortíssimo.

Como sabemos? No original grego, a letra da música resume-se a uma única sentença.
Isso mesmo, uma única frase! A história é mais ou menos assim…

O anjo Gabriel havia emudecido a Zacarias. A incredulidade do sacerdote, diante da


promessa de que Isabel e ele teriam um filho, apesar da idade avançada dos dois, custou-
lhe nove meses de silêncio absoluto (Lc 1.19-22). Após o longo período sem dizer
palavra alguma, tendo João Batista já nascido, Zacarias explodiu em cântico de
louvor. Observe:

Zc 1.62-64 | 62 Então fizeram sinais ao pai do menino, para saber como queria que a
criança se chamasse. 63 Ele pediu uma tabuinha e, para admiração de todos, escreveu:
“O nome dele é João”.64 Imediatamente sua boca se abriu, sua língua se soltou e ele
começou a falar, louvando a Deus.

A primeira coisa que saiu da boca de Zacarias foi o seu belo cântico de louvor
entoado ao Senhor. Crescendo, de forte para fortíssimo, Zacarias diz:

Zc 1.68 | “Louvado (bendito) seja o Senhor, o Deus de Israel…”

Por que o Senhor deve ser louvado de forma tão forte e marcante? Zacarias apresenta
três razões…

1. O Senhor deve ser louvado pela sua aliança eterna

Zacarias já começa forte, resumindo na primeira expressão a mensagem central do seu


cântico:

Lc 1.68 | “Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo.

O verbo “visitar” indica a ação de “ir para ver, conhecer e ajudar pessoalmente
alguém necessitado” (cf. Mt 25.43). O propósito da visita foi “redimir o seu povo” (v.
68).

A seguir, ele desembrulha essa imagem, dizendo (observe os verbos):


Lc 1.69-75 | 69 Ele promoveu poderosa salvação para nós, na linhagem do seu servo
Davi, 70 (como falara pelos seus santos profetas, na antiguidade), 71salvando-nos dos
nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam, 72 para mostrar sua misericórdia
aos nossos antepassados e lembrar sua santa aliança, 73 o juramento que fez ao nosso pai
Abraão:74 resgatar-nos da mão dos nossos inimigos para o servirmos sem medo, 75 em
santidade e justiça, diante dele todos os nossos dias.

A salvação promovida pelo Senhor é poderosa para nos transformar:

 Espiritualmente,
 Emocionalmente,
 Moralmente e
 Constantemente.

Veja, de novo, os versos 74 e 75:

Lc 1.74-75 | 74 resgatar-nos da mão dos nossos inimigos para


[Espiritualmente] Emocionalmente]
o servirmos/adorarmos [ sem medo, 75 [Moralmente]
em santidade
e justiça, [Constantemente]
diante dele todos os nossos dias.

Por que Deus age assim? Por que ele salva e transforma de forma tão poderosa o seu povo
escolhido? Por causa da sua aliança eterna. Desde a eternidade o Pai, o Filho e o
Espírito Santo acordaram em que todos os três trabalhariam, irrevogavelmente, na
salvação daqueles que creriam.

 O Pai concordou em dar o Filho como resgate (Jo 3.16)


 O Filho concordou em entregar-se voluntariamente pelo pecador (Jo 10.18)
 O Espírito concordou em conceder sua plenitude a Cristo, dando-lhe poder para
realizar seu ministério na terra (Jo 3.34); além de concordar em aplicar os
benefícios da obra de Cristo aos remidos, após o retorno de Jesus ao céu (Jo
14.16-26)

Sinais dessa aliança eterna foram vistos ao longo da história da redenção. Deus fez
aliança com Adão, com Noé, com Abraão, com Moisés, com Davi, todas prefigurando
a nova aliança que o crente tem em Cristo.

Em seu cântico, Zacarias destaca duas alianças em especial. A aliança com Abraão
(mostrando suas vitórias sobre os inimigos) e a aliança com Davi (afirmando a linhagem
de onde Cristo nasceria).

Em síntese, ao dizer que o Senhor deve ser louvado pela sua aliança eterna, ele estava
nos motivando a cantar a fidelidade do Senhor e a segurança da nossa salvação.

Jesus colocou da seguinte forma:

Jo 10.27-28| 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me


seguem. 28 Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá
arrancar da minha mão.
O Senhor deve ser louvado pela sua aliança eterna.

2. O Senhor deve ser louvado por haver quem anuncie o evangelho

 A aliança eterna de Deus conosco em Cristo Jesus deve ser anunciada a todos os
povos.
 Afinal, como as ovelhas do Senhor ouvirão a sua voz e o seguirão se não houver
quem pregue (Rm 10.14)?
 Por isso que o Senhor providenciou que sempre existisse os seus anunciadores.

Zacarias compreende essa ação de Deus e o louva pelo seu filho João Batista que
precederia a todos nós na anunciação das boas-novas de salvação:

Lc 1.76-77 | 76 E você, menino, será chamado profeta do Altíssimo, pois irá adiante do
Senhor, para lhe preparar o caminho, 77 para dar ao seu povo o conhecimento da
salvação, mediante o perdão dos seus pecados,

Três observações:

1. Os que anunciam o evangelho da aliança eterna de Deus são profetas. Eles recebem do
alto a mensagem. Ela desce do céu. Portanto, são homens e mulheres que oram e estudam
a Palavra.
2. Os que anunciam o evangelho precedem o Senhor e preparam para ele o caminho. Eles
fazem a ponte entre Cristo e o coração das pessoas. Anunciam-lhes a mensagem do
evangelho no poder do Espírito.
3. Os que anunciam o evangelho se preocupam em salvar e discipular os pecadores. Eles
dão ao “povo o conhecimento da salvação”.

O Senhor deve ser louvado por haver quem anuncie o evangelho.

Pare e pense por um instante:

 Que anunciou a você o evangelho? Louve a Deus por tal pessoa.


 A quem você tem anunciado o evangelho? Seja motivo de louvor.

O Senhor deve ser louvado por haver quem anuncie o evangelho.

3. O Senhor deve ser louvado pelo alvorecer da esperança

Zacarias encerra o seu cântico crescendo, atingindo molto fortíssimo. Ele começou forte,
anunciando que o Senhor deve ser louvado. Daí, passou para fortíssimo, revelando as
razões para o louvor, a saber:

(1) a aliança eterna de Deus e (2) a existência daqueles que anunciam o Evangelho.

A terceira razão para o louvor atinge o molto fortíssimo, o ápice do cântico. Nela,
o sacerdote anuncia que nós devemos louvar ao Senhor pelo alvorecer da esperança:
Lc 1.68,78-79 | 68 “Louvado (bendito) seja o Senhor, o Deus de Israel…78 por causa das
ternas misericórdias de nosso Deus, pelas quais do alto nos visitará o sol
nascente, 79 para brilhar sobre aqueles que estão vivendo nas trevas e na sombra da
morte, e guiar nossos pés no caminho da paz”.

O Cântico de Zacarias nos ensina que devemos louvar ao Senhor pelo alvorecer da
esperança, pelo nascimento de Jesus.

 Sem Cristo,
 Estávamos todos em trevas,
 Vivendo na sombra da morte,
 Perdidos e sem saber por que caminho seguir,
 Andando em tormenta,
 Ansiosos e
 Amedrontados.

Vindo Jesus, raiando o sol da esperança, fomos iluminados e conduzidos a uma nova
vida, através do caminho da paz!

“Benedictus” – O Cântico de Zacarias. Neste dia cante com Zacarias, cante como
Zacarias!
LIÇÃO 4
“Gloria in excelsis Deo” – O Cântico dos Anjos

CANTE COM OS ANJOS! CANTE COMO OS ANJOS!


“Gloria in excelsis Deo” – O Cântico dos Anjos

Lucas 2.14

“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu
favor”.

O coral dos anjos

É pena que não nos impressiona, mas o que nós acabamos de ler é a letra de uma música
dos anjos. Isso mesmo, uma composição celestial.

Após anunciar aos pastores “as boas novas de grande alegria”, revelando que Jesus Cristo
havia nascido em Belém (Lc 2.8-12), o anjo concluiu com louvor a sua proclamação.
Ainda mais maravilhoso foi que ele não cantou sozinho, observe:

Lc 2.13-14 | 13 De repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu com o


anjo, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens
aos quais ele concede o seu favor”.

Esse é o quarto “Cântico de Natal” registrado no Evangelho de Lucas.

 Isabel cantou (Lc 1.42),


 Maria cantou (Lc 1.46-50),
 Zacarias cantou (Lc 1.68-79)
 E agora são os anjos que cantam (Lc 2.14).

O cântico coral é uma das mais belas formas de se adorar ao Senhor. Aliás, desde a
eternidade, desde que as hostes celestiais foram criadas, Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo estão acostumados a ouvir com deleite as canções de adoração entoadas
pelo coral dos anjos.

Agora que o Filho havia tornado-se carne e habitado entre os homens, cheio de glória, de
graça e de verdade, exatamente como é o Pai (Jo 1.14), os anjos desceram do céu para
ensinar aos pecadores o tipo de canção que sempre existiu ao redor do trono do Senhor.
É realmente impressionante e maravilhoso o que nós temos aqui no segundo capítulo de
Lucas!

A mensagem dos anjos


 A mensagem do cântico dos anjos é pequena, mas penetrante; ela é curta, mas
contagiante.
 O que se ouve do coral celestial é que há dois propósitos fundamentais na vinda
do Filho de Deus ao mundo; dois propósitos principais para a
existência do Natal, a saber:

Lc 2.14 | “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o
seu favor”.

 Glória que ascende do homem a Deus, da terra ao céu.


 Paz que descende de Deus ao homem, do céu à terra.

Vejamos um de cada vez…

1. Glória a Deus nas alturas

O nascimento de Jesus Cristo, a chegada daquela criança ao mundo, estava destinado a


ser a maior revelação da glória de Deus no céu e na terra, a ponto de as alturas, os seres
que vivem ao redor do trono celestial, regozijarem-se ainda mais do que antes: “Glória a
Deus nas alturas”.

Para citar apenas algumas vinhetas da glória de Deus em Cristo:

 Na pessoa de Cristo os seres humanos veem a expressão exata do glorioso ser de


Deus (2Co 4.6; Hb 1.3).
 Na vida de Cristo as pessoas descobrem a que ponto Deus é capaz de amar (Jo 3.16).
 Na morte de Cristo todos constatam a justiça irrevogável de Deus – ele é justo e
justificador (Rm 3.21-26).
 Na ressurreição de Cristo todos contemplam o glorioso poder de Deus (Rm 1.1-4).
Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou para que Deus fosse glorificado nas
alturas, para que glória ascendesse da terra ao céu.

2. Paz na terra aos homens

Além de ser a maior revelação da glória de Deus no céu e na terra, o nascimento de Cristo
traz paz aos homens – que um dia encherão toda a terra com justiça e paz.

Is 9.6-7 | 6 Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre
os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai
Eterno, Príncipe da Paz. 7 Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o
trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde
agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso.

A quem essa paz se estende?

Os anjos são claros em dizer que ela se estende “aos homens aos quais ele concede o seu
favor” (Lc 2.14).
A oferta de paz se estende a todas as casas, mas só a recebem aqueles a quem o Pai a
concede (a paz repousa sobre os filhos da paz – cf. Jo 10.25-29).

Como saber se você ou se alguém é um filho da paz? Todos os que creem são filhos da
paz (Tt 1.1). Portanto…[1] Creia, e sobre você repousará a paz. [2] Pregue a todos, e todos
quantos crerem receberão a paz.

O que essa paz significa?

Olhando para as Escrituras, nós descobrimos que a paz anunciada pelos anjos se
resume a três relacionamentos: com Deus, com nós mesmos e com os outros.

Paz com Deus

Rm 5.1 | Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor
Jesus Cristo, (…)

Paz com nós mesmos

Fl 4.6-7 | 6 Não andem ansiosos por coisa alguma [o oposto de ansiedade é paz], mas em tudo,
pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. 7 E a paz
de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em
Cristo Jesus.

Paz com os outros

Rm 12.18 | Façam todo o possível para viver em paz com todos.

Ef 4.31-32 | 31 Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem


como de toda maldade. 32 Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros,
perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.

“Gloria in excelsis Deo” – O Cântico dos Anjos

Lucas 2.14 | “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede
o seu favor”.

O Cântico dos Anjos – Gloria in excelsis Deus – revela porque existe o Natal, ele anuncia
porque Jesus nasceu: para que Deus receba a glória e nós a paz de Deus que excede o
entendimento.
LIÇÃO 5
“Nunc Dimits” – O Cântico de Simeão

Agora o CÂNTICO DE SIMEÃO!

“Nunc Dimits” – O Cântico de Simeão

Lucas 2.28-32

28Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 “Ó Soberano, como


prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. 30 Pois os meus olhos já viram a
tua salvação, 31 que preparaste à vista de todos os povos: 32 luz para revelação aos
gentios e para a glória de Israel, teu povo”.

Natal o ano todo, a vida inteira!

Dentro em breve o NATAL terá chegado e logo será passado. Os presentes já terão sido
entregues e quem os recebeu, se não estiver usando, já os terão guardado. Daqui há pouco
eles não serão mais novidade. A comida que sobrar já terá sido congelada e a decoração
logo será desmontada. Amigos e familiares já terão viajado e, para alguns, as festividades
acabaram… Natal de novo só no ano que vem!

Será? De forma alguma!

Natal não tem nada a ver com o que acabamos de dizer. Paulo descreve bem o que é o
Natal e como ele pode ser celebrado o ano todo, a vida inteira:

2Co 4.6 | Pois Deus, que disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo brilhou em
nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.

Jesus também comentou que o Natal existe para que possamos desfrutar da plenitude da
glória de Deus em nossas vidas:

Jo 17.24 | “Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou e vejam a minha
glória, a glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo”.

Quando Jesus é o nosso presente, nós conseguimos celebrar o Natal o ano todo, a vida
inteira… Sem medo de viver e de morrer! Quer ver? Observe…

“Nunc Dimits” – significa – “Agora despeça” [em paz o teu servo].


Nunc Dimits, o “Cântico de Simeão”, é o último dos cinco “Cânticos do Natal”
registrados por Lucas. É um cântico curioso.
Primeiro, porque ele foi cantado 40 dias depois do Natal. Isto é: se fosse em nossos dias
seria como cantar “Noite de Paz” no domingo de Carnaval! Jesus havia sido circuncidado
ao oitavo dia (Lc 1.21) e tendo completado os dias da purificação segundo a Lei de Moisés
(40 dias após o nascimento da criança), José e Maria levaram o menino ao templo para
ser consagrado ao Senhor (Lc 1.22-24).

Segundo, o cântico é curioso pelo conteúdo da sua mensagem. Simeão, o seu compositor,
estava no templo e ao ver Jesus, toma-o nos braços e canta: “Nunc Dimits” – “Agora
Despeça” – “Agora me leve desse mundo! ”. Quem cantaria, ou desejaria ouvir, um
cântico assim na noite de Natal?

Imagine a cena: Todos acabaram de desfrutar de uma ceia deliciosa, começam a distribuir
e abrir os presentes, a árvore toda iluminada, todo mundo sorrindo… E ao fundo toca o
Cântico de Natal de Simeão – “Nunc Dimits”, “Agora Despeça”, “Agora me leve desse
mundo! ”

É muito estranho! Quer dizer, estranho para quem não entende o que significa o Natal.
Quem não compreende o significado do nascimento de Jesus, jamais conseguirá cantar e
desfrutar o Cântico de Simeão nem saberá celebrar a festa da natividade.

O Novo Testamento nos ensina que Jesus nasceu para que pudéssemos morrer, e ele
morreu para que nós pudéssemos viver. Paulo sabia bem disso.

Gl 2.20 | Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se
entregou por mim.

Quem, pela fé em Cristo, morreu para si mesmo e passou a viver pela fé a vida de
Cristo, perde o medo de morrer, pois sabe que morrer será incomparavelmente
melhor.

Fl 1.21,23 | (…) 21 para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro (…) 23 desejo partir e estar
com Cristo, o que é muito melhor (…)

Quem está em Cristo não deve achar o Cântico de Simeão estranho, deve, antes, achá-lo
impressionante. Afinal, só quem vive a vida de Cristo é capaz de ter algo maravilhoso nas
mãos e ainda assim dizer:

Lc 2.29 | “Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. ”

“Nunc Dimits” – O Cântico de Simeão

Nesta última parte desta revista, convido você a olhar para o Cântico de Simeão desejando
conhecer o seu segredo, buscando compreender como alguém consegue cantar como ele
cantou, na circunstância em que ele cantou. Ou seja:

Como alguém consegue cantar mesmo depois que a festa acaba? Como alguém
consegue desejar partir tendo tanto nas mãos? Como alguém consegue celebrar o
Natal o ano todo, a vida inteira?
1. Guardando o coração
2. Abrindo os ouvidos
3. Fixando os olhos
4. Usando os lábios

1. Guarde o coração

Lc 2.25 | Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e
que esperava a consolação de Israel;

Diferentemente da maioria daqueles dias, inclusive das autoridades religiosas, Simeão era
justo e piedoso.

Justo porque ele pautava a sua vida pela Lei; ele agia com retidão; ele não maltratava
nem explorava o próximo; ele abençoava as pessoas.

Piedoso porque ele praticava as disciplinas espirituais; ele mantinha acesa a chama e
o ardor pelo Senhor; seu coração era sensível.

Ainda impressionante é que Simeão, além de justo e piedoso, “esperava pela consolação
de Israel”. Quando seu coração se agitava, fosse pela culpa do pecado, fosse pela
ansiedade da vida, ele o redirecionava a Deus.

A expressão “consolação de Israel” é uma referência ao profeta Isaías, que


profetizou a chegada daquele que perdoaria a culpa e guardaria em paz os corações dos
seus filhos.

Is 57.17-21 | 17 Por causa da sua cobiça perversa fiquei indignado e o feri; fiquei irado e
escondi o meu rosto. Mas ele continuou extraviado, seguindo os caminhos que
escolheu. 18 Eu vi os seus caminhos, mas vou curá-lo; eu o guiarei e tornarei a dar-lhe
consolo, 19 criando louvor nos lábios dos pranteadores de Israel. Paz, paz, aos de longe
e aos de perto”, diz o Senhor. “Quanto a ele, eu o curarei”.20 Mas os ímpios são como o
mar agitado, incapaz de sossegar e cujas águas expelem lama e lodo. 21“Para os ímpios
não há paz”, diz o meu Deus.

Simeão sabia guardar o coração: dos valores distorcidos do mundo, do cinismo e da


hipocrisia da religião, da impiedade do pecado.

2. Abra os ouvidos

Lc 2.25-27 | 25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso,
e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26 Fora-lhe
revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do
Senhor. 27 Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino
Jesus para lhe fazerem o que requeria o costume da Lei, (…)

Simeão fez justiça ao seu nome: “ele ouviu” ou “aquele que ouve”. Três vezes nesses
versículos nos é dito que o Espírito Santo falou a Simeão. Falou e ele ouviu!
Ouviu que o Senhor existia e era por ele – “O Espírito Santo estava sobre ele”.

Ouviu que sua vida não poderia ser desperdiçada – “Veria o Cristo”.

Ouviu aonde deveria seguir – “Ele foi levado ao templo”.

Quais são as vozes que você ouve? A quem você dá ouvidos? Simeão abriu os ouvidos
para o Espírito de Deus.

3. Fixe os olhos

Simeão vivia com o coração bem guardado de tudo o que poderia afastá-lo do Senhor,
com os ouvidos bem abertos para a voz do Espírito Santo e com os olhos fixos nas
promessas de Deus em Cristo Jesus.

Lc 2.28-32 | 28 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 “Ó Soberano,


como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. 30 Pois os meus olhos já
viram a tua salvação, 31 que preparaste à vista de todos os povos: 32 luz para revelação
aos gentios e para a glória de Israel, teu povo”.

A forma de fixarmos os olhos em Jesus é olhando para a Palavra de Deus.

Aonde você olhou em 2018? Aonde você olhará em 2019? Como foi e como
será sua vida de leitura Bíblica? Que plano de leitura você seguirá?

4. Use os lábios

 Simeão, com o coração bem guardado de tudo que poderia afastá-lo do Senhor,
com os ouvidos bem abertos para a voz do Espírito Santo, com os olhos fixos nas
promessas de Deus em Cristo Jesus reveladas nas Escrituras, usava bem os lábios
para louvar e para anunciar.
 Simeão louva porque seus olhos viram a salvação (Lc 2.30-32), seus ouvidos
ouviram o Espírito e seus pés não tropeçaram no Messias prometido de Deus:

Lc 2.33-35 | 33 O pai e a mãe do menino estavam admirados com o que fora dito a respeito
dele. 34 E Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe de Jesus: “Este menino está destinado
a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel, e a ser um sinal de
contradição, 35 de modo que o pensamento de muitos corações será revelado…”

 Os lábios dos salvos jamais deverão parar de cantar a alegria de não terem
tropeçado e caído ao ouvirem de Jesus.
 Muitos ouvem e tropeçam, mas aqueles que ouvem e creem são soerguidos, têm
seus pecados perdoados e seguem no caminho da paz.

Simeão utiliza seus lábios para louvar a Deus e para anunciar a salvação que há em Jesus
para todo aquele que nele crer.
“Nunc Dimits” – O Cântico de Simeão. Você quer poder cantar mesmo depois que a
festa acaba? Deseja partir sem pesar tendo tanto nas mãos? Anseia por celebrar o Natal o
ano todo, a vida inteira?

1. Guarde o coração daquilo que te afasta de Deus


2. Abra os ouvidos para o Espírito de Deus
3. Fixe os olhos nas promessas de Deus em Jesus
4. Use os lábios para louvar a Deus e para anunciar a salvação

Você encontrou Jesus? Então, cante como Simeão!

Porque quem ENCONTRA JESUS, ENCONTRA A RAZÃO PARA VIVER! É como se


Simeão dissesse: “AGORA, PRONTO! Estou SATISFEITO! ” “Meus olhos viram o Rei
dos Reis! ”

Feliz Natal o ano todo, a vida inteira! Celebre, e por gratidão, cumpra a missão de
proclamar as Boas Novas de Salvação!
BILIOGRAFIA

1. BÍBLIA KING JAMES ATUALIZADA (KJA) – Abba Press – São Paulo,


2012.
2. GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática – São Paulo: Vida Nova,
1999.
3. PFEIFFER, Charles F. e HARRISON, Everett F. – Comentário Bíblico
Moody – Os Evangelhos e Atos.
4. BARCLAY, William. O Novo Testamento Comentado –
files.comunidades.net. – Acessado em 03/10/2018.
5. MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA - São Paulo – Edições Vida Nova –
2001.

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