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Desde o primeiro Natal, a alegria pela chegada do Salvador foi traduzida em cânticos e
em músicas. Por quê?
Após mais de quatrocentos anos de silêncio (período Inter bíblico; tempo entre o fim do
AT e o início do NT), Deus voltou a falar com o seu povo. A última voz profética havia
sido a de Malaquias, anunciando a chegada de alguém (João Batista) que prepararia o
caminho para o Messias prometido de Israel (Ml 4.5-6). E agora, com o cumprimento da
mensagem de João Batista (Mt 3.1-3), o povo de Deus voltava a celebrar a visitação do
Senhor.
A chegada de Jesus fez o povo cantar. Todos reconheceram isto, até mesmo autoridades
renomadas, como Plínio, que comentou:
A importância dessa declaração de Plínio, o jovem, reside no fato de que as suas 247
cartas escritas a amigos (entre os anos de 97 e 102 d.C.) contêm as melhores descrições
da vida quotidiana da Roma Imperial, incluindo as duas missivas que abordam o tema do
cristianismo – um dos primeiros documentos não neotestamentários sobre a Igreja
Primitiva.
Jesus Cristo fez do cristianismo “a religião do cântico e da música”. É por isso que
nós cantamos no Natal (e também na Páscoa e no ano inteiro!).
Estudiosos dos Evangelhos consideram estes poemas musicais registrados por Lucas
como sendo “os últimos dos salmos hebraicos e os primeiros dos hinos cristãos”.
Não é suficiente simplesmente entender e dizer o que Deus fez para nos salvar.
Não basta compreender a obra da salvação.
Ela precisa ser celebrada com salmos, hinos e cânticos espirituais, pois é
cantando e salmodiando que a alma melhor se expressa sobre e mais se deleita
no objeto da adoração.
Por que,
O que
E como nós devemos cantar?
Graças a Deus que nós não estamos sem direção.
Lucas, o historiador inspirado por Deus (Lc 1.1-4), deixou registrado para a
Igreja de Cristo os cinco primeiros cânticos do Natal. Eles, além de nos ensinarem como
cantar, informam-nos sobre o conteúdo da fé dos cantores e a alegria dos seus corações
encantados pelo nascimento de Jesus.
Os nomes dos cânticos foram retirados da primeira palavra ou das primeiras palavras do
cântico correspondente na tradução da Vulgata Latina.
Lucas 1.39-45
39Naqueles dias, Maria preparou-se e foi depressa para uma cidade da região montanhosa
da Judéia, 40onde entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a
saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito
Santo. 42 Em alta voz exclamou: “Bendita é você entre as mulheres, e bendito é o filho
que você dará à luz! 43 Mas por que sou tão agraciada, ao ponto de me visitar a mãe do
meu Senhor? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, o bebê que está em
meu ventre agitou-se de alegria. 45Feliz é aquela que creu que se cumprirá aquilo que o
Senhor lhe disse! ”
O primeiro cântico de Natal da história não foi entoado por Maria nem pelos anjos, mas
por Isabel, parenta de Maria – não necessariamente sua prima (Lc 1.36). Muitos, porém,
não consideram as palavras de Isabel (Lc 1.42) um cântico, nem dão a elas o seu devido
valor, talvez por julgarem haver algumas dificuldades teológicas na poesia. Observe:
Lucas 1.41-45
41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu ventre, e Isabel
ficou cheia do Espírito Santo. 42 Em alta voz exclamou: “Bendita é você entre as mulheres,
e bendito é o filho que você dará à luz! 43 Mas por que sou tão agraciada, ao ponto de me
visitar a mãe do meu Senhor? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, o
bebê que está em meu ventre agitou-se de alegria. 45Feliz é aquela que creu que se
cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse! ”
1. O valor da comunhão
2. A virtude do coração
3. A veemência da canção
1. O valor da comunhão
O contexto em que este cântico foi entoado nos revela, antes de tudo, o valor da
comunhão. Duas virtudes em especial são produzidas pela comunhão entre Maria e Isabel:
encorajamento e estímulo.
O encorajamento de Maria
Ao ouvir que ficaria grávida, Maria, por um instante, hesitou. O anjo, então, lhe assegurou
que a gravidez seria obra do Espírito Santo e que um dos sinais desta verdade era que a
sua parenta, Isabel, avançada em idade, também daria à luz um filho, estando aquela já
no sexto mês de gestação (Lc 1.34-37).
Maria deveria estar entre 14 e 16 anos no máximo, aguardando o tempo de seu casamento
com José. Estranho para nós, mas esse era o costume da época. Isabel, por sua vez, estaria
com idade suficiente para ser avó de Maria. Logo, dois milagres seriam necessários:
Lc 1.38-42 | 38 Respondeu Maria: “Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme
a tua palavra”. Então o anjo a deixou. 39 Naqueles dias, Maria preparou-se e foi depressa
para uma cidade da região montanhosa da Judéia, 40 onde entrou na casa de Zacarias e
saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu
ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Em alta voz exclamou…
Ao entrar na casa de Zacarias, Maria vê Isabel já com a barriga crescida, e a saúda com
grata constatação. Isabel, que ainda não tinha ouvido falar de gravidez da parte de Maria,
por revelação do Espírito Santo, saúda-a de volta com um cântico e com uma profecia
encorajadora:
O estímulo de Isabel
Lc 1.41-42 | 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu ventre,
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Em alta voz cantou – exclamou: (…)
Que neste Natal o “Cântico de Isabel” nos ensine a dar valor à comunhão, pois ela,
pelo Espírito, fortalece, encoraja e estimula os corações.
2. A virtude do coração
Além da comunhão fortalecedora e estimulante, o “Cântico de Isabel” nos revela a virtude
do coração do adorador.
Impressiona-me que, neste cântico e também neste encontro entre duas parentas, Isabel
em momento algum falou dela. Isabel só falou de Cristo e da alegria de ver a graça de
Deus agindo na vida de Maria.
Note o seguinte:
Isabel era mais velha, mas a sua atenção estava na jovem Maria.
Isabel tinha sido estéril a vida toda, mas a sua alegria estava na gravidez de Maria, ainda
tão jovem.
Isabel tinha um menino saltitante no ventre, mas a sua importância estava no fruto do
ventre de Maria.
Minha oração é que nós possamos nos esvaziar de nós mesmos, permitindo que o
Senhor no encha do Espírito, para conseguirmos olhar para Deus e para Cristo no
outro sendo formado.
O resultado é que seremos melhores adoradores (cantaremos em Espírito e em
verdade); seremos melhores servos (atuantes na igreja e no Reino); seremos
melhores evangelistas e discipuladores (Pequenos Grupos); seremos melhores
contribuintes (dízimos e ofertas); seremos melhores cristãos.
LIÇÃO 2
Lucas 1.46-55
46Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor 47 e o meu espírito se alegra
em Deus, meu Salvador, 48 pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em
diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49 pois o Poderoso fez grandes
coisas em meu favor; santo é o seu nome. 50A sua misericórdia estende-se aos que o
temem, de geração em geração. 51 Ele realizou poderosos feitos com seu braço; dispersou
os que são soberbos no mais íntimo do coração. 52 Derrubou governantes dos seus tronos,
mas exaltou os humildes. 53 Encheu de coisas boas os famintos, mas despediu de mãos
vazias os ricos. 54 Ajudou a seu servo Israel, lembrando-se da sua misericórdia 55 para
com Abraão e seus descendentes para sempre, como dissera aos nossos antepassados”.
1. O conteúdo da adoração
Lendo cuidadosamente o Cântico de Maria, é possível notar um fato importantíssimo: o
seu poema está encharcado de passagens bíblicas do Antigo Testamento. Além de
ecos do Cântico de Ana (mãe de Samuel – 1Sm 2), cada palavra ou expressão do texto
parece ser uma citação direta ou uma alusão a alguma passagem do Cânon Hebraico.
Ela cita pelo menos doze livros: Gênesis, Êxodo, Deuteronômio, 1 e 2 Samuel, Jó,
Salmos, Isaías, Ezequiel, Miqueias, Habacuque e Zacarias. Ao todo, são cerca de 40
citações. A Palavra de Deus realmente habitava com riqueza no seu coração
(Cl 3.16).
Importante ressaltar que não eram simples citações, não havia distorções teológicas ou de
contexto para se provar um pretexto, nada disso. Maria, bem jovem, já conhecia
apropriadamente os textos e a teologia do Antigo Testamento.
Quando Maria discerne o cumprimento das promessas de Deus, quando ela identifica o
mover do Senhor nela, através dela e na vida dos que estão ao redor dela, todo o seu
conteúdo intelectual trabalha fazendo mover a sua alma e o seu espírito, ou seja: o seu
coração.
Lc 1.46-47 | 46 Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor 47 e o meu espírito
se alegra em Deus, meu Salvador, (…)
A verdadeira adoração, o louvor que agrada a Deus é o que brota do coração. A mente e
os lábios não são suficientes. É de coração que se adora a Deus (Is 29.13): em espírito
(com alma, com ânimo, com as emoções) e em verdade (com entendimento e
compreensão bíblicos) – Jo 4.24.
3. O motivo da adoração
Além do conteúdo e da forma da adoração, Maria nos ensina o motivo da adoração. Pode-
se ver neste cântico três motivos principais para a adoração.
Lc 1.46-49 | 46 Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor 47 e o meu espírito
se alegra em Deus, meu Salvador, 48 pois atentou para a humildade da sua serva. De
agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49 pois o Poderoso fez
grandes coisas em meu favor; santo é o seu nome.
Lc 1.54-55 | 54 Ajudou a seu servo Israel, lembrando-se da sua misericórdia 55 para com
Abraão e seus descendentes para sempre, como dissera aos nossos antepassados”.
Deve ser pelo que Deus é e pelo que ele faz o motivo da adoração.
4. O objeto da adoração
Maria revela que o objeto da sua adoração não era outro senão o Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
Lc 1.46-47 | 46 Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor 47 e o meu espírito
se alegra em Deus, meu Salvador, (…)
Nós vimos que alegria plena é para aqueles que, tendo recebido o Salvador, vivem
para:
Magnificar,
Engrandecer,
Adorar,
Em espírito e em verdade, ao Deus de toda graça.
Lucas 1.67-79
67Seu pai, Zacarias, foi cheio do Espírito Santo e profetizou: 68 “Louvado seja o Senhor,
o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69 Ele promoveu poderosa salvação
para nós, na linhagem do seu servo Davi, 70 (como falara pelos seus santos profetas, na
antiguidade), 71 salvando-nos dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos
odeiam, 72 para mostrar sua misericórdia aos nossos antepassados e lembrar sua santa
aliança, 73 o juramento que fez ao nosso pai Abraão: 74 resgatar-nos da mão dos nossos
inimigos para o servirmos sem medo, 75 em santidade e justiça, diante dele todos os
nossos dias. 76 E você, menino, será chamado profeta do Altíssimo, pois irá adiante do
Senhor, para lhe preparar o caminho, 77 para dar ao seu povo o conhecimento da
salvação, mediante o perdão dos seus pecados, 78 por causa das ternas misericórdias de
nosso Deus, pelas quais do alto nos visitará o sol nascente, 79 para brilhar sobre aqueles
que estão vivendo nas trevas e na sombra da morte, e guiar nossos pés no caminho da
paz”.
Maria magnificou, com conteúdo bíblico e coração alegre, ao Senhor de toda a graça.
Como sabemos? No original grego, a letra da música resume-se a uma única sentença.
Isso mesmo, uma única frase! A história é mais ou menos assim…
Zc 1.62-64 | 62 Então fizeram sinais ao pai do menino, para saber como queria que a
criança se chamasse. 63 Ele pediu uma tabuinha e, para admiração de todos, escreveu:
“O nome dele é João”.64 Imediatamente sua boca se abriu, sua língua se soltou e ele
começou a falar, louvando a Deus.
A primeira coisa que saiu da boca de Zacarias foi o seu belo cântico de louvor
entoado ao Senhor. Crescendo, de forte para fortíssimo, Zacarias diz:
Por que o Senhor deve ser louvado de forma tão forte e marcante? Zacarias apresenta
três razões…
Lc 1.68 | “Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo.
O verbo “visitar” indica a ação de “ir para ver, conhecer e ajudar pessoalmente
alguém necessitado” (cf. Mt 25.43). O propósito da visita foi “redimir o seu povo” (v.
68).
Espiritualmente,
Emocionalmente,
Moralmente e
Constantemente.
Por que Deus age assim? Por que ele salva e transforma de forma tão poderosa o seu povo
escolhido? Por causa da sua aliança eterna. Desde a eternidade o Pai, o Filho e o
Espírito Santo acordaram em que todos os três trabalhariam, irrevogavelmente, na
salvação daqueles que creriam.
Sinais dessa aliança eterna foram vistos ao longo da história da redenção. Deus fez
aliança com Adão, com Noé, com Abraão, com Moisés, com Davi, todas prefigurando
a nova aliança que o crente tem em Cristo.
Em seu cântico, Zacarias destaca duas alianças em especial. A aliança com Abraão
(mostrando suas vitórias sobre os inimigos) e a aliança com Davi (afirmando a linhagem
de onde Cristo nasceria).
Em síntese, ao dizer que o Senhor deve ser louvado pela sua aliança eterna, ele estava
nos motivando a cantar a fidelidade do Senhor e a segurança da nossa salvação.
A aliança eterna de Deus conosco em Cristo Jesus deve ser anunciada a todos os
povos.
Afinal, como as ovelhas do Senhor ouvirão a sua voz e o seguirão se não houver
quem pregue (Rm 10.14)?
Por isso que o Senhor providenciou que sempre existisse os seus anunciadores.
Zacarias compreende essa ação de Deus e o louva pelo seu filho João Batista que
precederia a todos nós na anunciação das boas-novas de salvação:
Lc 1.76-77 | 76 E você, menino, será chamado profeta do Altíssimo, pois irá adiante do
Senhor, para lhe preparar o caminho, 77 para dar ao seu povo o conhecimento da
salvação, mediante o perdão dos seus pecados,
Três observações:
1. Os que anunciam o evangelho da aliança eterna de Deus são profetas. Eles recebem do
alto a mensagem. Ela desce do céu. Portanto, são homens e mulheres que oram e estudam
a Palavra.
2. Os que anunciam o evangelho precedem o Senhor e preparam para ele o caminho. Eles
fazem a ponte entre Cristo e o coração das pessoas. Anunciam-lhes a mensagem do
evangelho no poder do Espírito.
3. Os que anunciam o evangelho se preocupam em salvar e discipular os pecadores. Eles
dão ao “povo o conhecimento da salvação”.
Zacarias encerra o seu cântico crescendo, atingindo molto fortíssimo. Ele começou forte,
anunciando que o Senhor deve ser louvado. Daí, passou para fortíssimo, revelando as
razões para o louvor, a saber:
(1) a aliança eterna de Deus e (2) a existência daqueles que anunciam o Evangelho.
A terceira razão para o louvor atinge o molto fortíssimo, o ápice do cântico. Nela,
o sacerdote anuncia que nós devemos louvar ao Senhor pelo alvorecer da esperança:
Lc 1.68,78-79 | 68 “Louvado (bendito) seja o Senhor, o Deus de Israel…78 por causa das
ternas misericórdias de nosso Deus, pelas quais do alto nos visitará o sol
nascente, 79 para brilhar sobre aqueles que estão vivendo nas trevas e na sombra da
morte, e guiar nossos pés no caminho da paz”.
O Cântico de Zacarias nos ensina que devemos louvar ao Senhor pelo alvorecer da
esperança, pelo nascimento de Jesus.
Sem Cristo,
Estávamos todos em trevas,
Vivendo na sombra da morte,
Perdidos e sem saber por que caminho seguir,
Andando em tormenta,
Ansiosos e
Amedrontados.
Vindo Jesus, raiando o sol da esperança, fomos iluminados e conduzidos a uma nova
vida, através do caminho da paz!
“Benedictus” – O Cântico de Zacarias. Neste dia cante com Zacarias, cante como
Zacarias!
LIÇÃO 4
“Gloria in excelsis Deo” – O Cântico dos Anjos
Lucas 2.14
“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu
favor”.
É pena que não nos impressiona, mas o que nós acabamos de ler é a letra de uma música
dos anjos. Isso mesmo, uma composição celestial.
Após anunciar aos pastores “as boas novas de grande alegria”, revelando que Jesus Cristo
havia nascido em Belém (Lc 2.8-12), o anjo concluiu com louvor a sua proclamação.
Ainda mais maravilhoso foi que ele não cantou sozinho, observe:
O cântico coral é uma das mais belas formas de se adorar ao Senhor. Aliás, desde a
eternidade, desde que as hostes celestiais foram criadas, Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo estão acostumados a ouvir com deleite as canções de adoração entoadas
pelo coral dos anjos.
Agora que o Filho havia tornado-se carne e habitado entre os homens, cheio de glória, de
graça e de verdade, exatamente como é o Pai (Jo 1.14), os anjos desceram do céu para
ensinar aos pecadores o tipo de canção que sempre existiu ao redor do trono do Senhor.
É realmente impressionante e maravilhoso o que nós temos aqui no segundo capítulo de
Lucas!
Lc 2.14 | “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o
seu favor”.
Além de ser a maior revelação da glória de Deus no céu e na terra, o nascimento de Cristo
traz paz aos homens – que um dia encherão toda a terra com justiça e paz.
Is 9.6-7 | 6 Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre
os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai
Eterno, Príncipe da Paz. 7 Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o
trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde
agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso.
Os anjos são claros em dizer que ela se estende “aos homens aos quais ele concede o seu
favor” (Lc 2.14).
A oferta de paz se estende a todas as casas, mas só a recebem aqueles a quem o Pai a
concede (a paz repousa sobre os filhos da paz – cf. Jo 10.25-29).
Como saber se você ou se alguém é um filho da paz? Todos os que creem são filhos da
paz (Tt 1.1). Portanto…[1] Creia, e sobre você repousará a paz. [2] Pregue a todos, e todos
quantos crerem receberão a paz.
Olhando para as Escrituras, nós descobrimos que a paz anunciada pelos anjos se
resume a três relacionamentos: com Deus, com nós mesmos e com os outros.
Rm 5.1 | Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor
Jesus Cristo, (…)
Fl 4.6-7 | 6 Não andem ansiosos por coisa alguma [o oposto de ansiedade é paz], mas em tudo,
pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. 7 E a paz
de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em
Cristo Jesus.
Lucas 2.14 | “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede
o seu favor”.
O Cântico dos Anjos – Gloria in excelsis Deus – revela porque existe o Natal, ele anuncia
porque Jesus nasceu: para que Deus receba a glória e nós a paz de Deus que excede o
entendimento.
LIÇÃO 5
“Nunc Dimits” – O Cântico de Simeão
Lucas 2.28-32
Dentro em breve o NATAL terá chegado e logo será passado. Os presentes já terão sido
entregues e quem os recebeu, se não estiver usando, já os terão guardado. Daqui há pouco
eles não serão mais novidade. A comida que sobrar já terá sido congelada e a decoração
logo será desmontada. Amigos e familiares já terão viajado e, para alguns, as festividades
acabaram… Natal de novo só no ano que vem!
Natal não tem nada a ver com o que acabamos de dizer. Paulo descreve bem o que é o
Natal e como ele pode ser celebrado o ano todo, a vida inteira:
2Co 4.6 | Pois Deus, que disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo brilhou em
nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.
Jesus também comentou que o Natal existe para que possamos desfrutar da plenitude da
glória de Deus em nossas vidas:
Jo 17.24 | “Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou e vejam a minha
glória, a glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo”.
Quando Jesus é o nosso presente, nós conseguimos celebrar o Natal o ano todo, a vida
inteira… Sem medo de viver e de morrer! Quer ver? Observe…
Segundo, o cântico é curioso pelo conteúdo da sua mensagem. Simeão, o seu compositor,
estava no templo e ao ver Jesus, toma-o nos braços e canta: “Nunc Dimits” – “Agora
Despeça” – “Agora me leve desse mundo! ”. Quem cantaria, ou desejaria ouvir, um
cântico assim na noite de Natal?
Imagine a cena: Todos acabaram de desfrutar de uma ceia deliciosa, começam a distribuir
e abrir os presentes, a árvore toda iluminada, todo mundo sorrindo… E ao fundo toca o
Cântico de Natal de Simeão – “Nunc Dimits”, “Agora Despeça”, “Agora me leve desse
mundo! ”
É muito estranho! Quer dizer, estranho para quem não entende o que significa o Natal.
Quem não compreende o significado do nascimento de Jesus, jamais conseguirá cantar e
desfrutar o Cântico de Simeão nem saberá celebrar a festa da natividade.
O Novo Testamento nos ensina que Jesus nasceu para que pudéssemos morrer, e ele
morreu para que nós pudéssemos viver. Paulo sabia bem disso.
Gl 2.20 | Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se
entregou por mim.
Quem, pela fé em Cristo, morreu para si mesmo e passou a viver pela fé a vida de
Cristo, perde o medo de morrer, pois sabe que morrer será incomparavelmente
melhor.
Fl 1.21,23 | (…) 21 para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro (…) 23 desejo partir e estar
com Cristo, o que é muito melhor (…)
Quem está em Cristo não deve achar o Cântico de Simeão estranho, deve, antes, achá-lo
impressionante. Afinal, só quem vive a vida de Cristo é capaz de ter algo maravilhoso nas
mãos e ainda assim dizer:
Lc 2.29 | “Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. ”
Nesta última parte desta revista, convido você a olhar para o Cântico de Simeão desejando
conhecer o seu segredo, buscando compreender como alguém consegue cantar como ele
cantou, na circunstância em que ele cantou. Ou seja:
Como alguém consegue cantar mesmo depois que a festa acaba? Como alguém
consegue desejar partir tendo tanto nas mãos? Como alguém consegue celebrar o
Natal o ano todo, a vida inteira?
1. Guardando o coração
2. Abrindo os ouvidos
3. Fixando os olhos
4. Usando os lábios
1. Guarde o coração
Lc 2.25 | Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e
que esperava a consolação de Israel;
Diferentemente da maioria daqueles dias, inclusive das autoridades religiosas, Simeão era
justo e piedoso.
Justo porque ele pautava a sua vida pela Lei; ele agia com retidão; ele não maltratava
nem explorava o próximo; ele abençoava as pessoas.
Piedoso porque ele praticava as disciplinas espirituais; ele mantinha acesa a chama e
o ardor pelo Senhor; seu coração era sensível.
Ainda impressionante é que Simeão, além de justo e piedoso, “esperava pela consolação
de Israel”. Quando seu coração se agitava, fosse pela culpa do pecado, fosse pela
ansiedade da vida, ele o redirecionava a Deus.
Is 57.17-21 | 17 Por causa da sua cobiça perversa fiquei indignado e o feri; fiquei irado e
escondi o meu rosto. Mas ele continuou extraviado, seguindo os caminhos que
escolheu. 18 Eu vi os seus caminhos, mas vou curá-lo; eu o guiarei e tornarei a dar-lhe
consolo, 19 criando louvor nos lábios dos pranteadores de Israel. Paz, paz, aos de longe
e aos de perto”, diz o Senhor. “Quanto a ele, eu o curarei”.20 Mas os ímpios são como o
mar agitado, incapaz de sossegar e cujas águas expelem lama e lodo. 21“Para os ímpios
não há paz”, diz o meu Deus.
2. Abra os ouvidos
Lc 2.25-27 | 25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso,
e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26 Fora-lhe
revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do
Senhor. 27 Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino
Jesus para lhe fazerem o que requeria o costume da Lei, (…)
Simeão fez justiça ao seu nome: “ele ouviu” ou “aquele que ouve”. Três vezes nesses
versículos nos é dito que o Espírito Santo falou a Simeão. Falou e ele ouviu!
Ouviu que o Senhor existia e era por ele – “O Espírito Santo estava sobre ele”.
Ouviu que sua vida não poderia ser desperdiçada – “Veria o Cristo”.
Quais são as vozes que você ouve? A quem você dá ouvidos? Simeão abriu os ouvidos
para o Espírito de Deus.
3. Fixe os olhos
Simeão vivia com o coração bem guardado de tudo o que poderia afastá-lo do Senhor,
com os ouvidos bem abertos para a voz do Espírito Santo e com os olhos fixos nas
promessas de Deus em Cristo Jesus.
Aonde você olhou em 2018? Aonde você olhará em 2019? Como foi e como
será sua vida de leitura Bíblica? Que plano de leitura você seguirá?
4. Use os lábios
Simeão, com o coração bem guardado de tudo que poderia afastá-lo do Senhor,
com os ouvidos bem abertos para a voz do Espírito Santo, com os olhos fixos nas
promessas de Deus em Cristo Jesus reveladas nas Escrituras, usava bem os lábios
para louvar e para anunciar.
Simeão louva porque seus olhos viram a salvação (Lc 2.30-32), seus ouvidos
ouviram o Espírito e seus pés não tropeçaram no Messias prometido de Deus:
Lc 2.33-35 | 33 O pai e a mãe do menino estavam admirados com o que fora dito a respeito
dele. 34 E Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe de Jesus: “Este menino está destinado
a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel, e a ser um sinal de
contradição, 35 de modo que o pensamento de muitos corações será revelado…”
Os lábios dos salvos jamais deverão parar de cantar a alegria de não terem
tropeçado e caído ao ouvirem de Jesus.
Muitos ouvem e tropeçam, mas aqueles que ouvem e creem são soerguidos, têm
seus pecados perdoados e seguem no caminho da paz.
Simeão utiliza seus lábios para louvar a Deus e para anunciar a salvação que há em Jesus
para todo aquele que nele crer.
“Nunc Dimits” – O Cântico de Simeão. Você quer poder cantar mesmo depois que a
festa acaba? Deseja partir sem pesar tendo tanto nas mãos? Anseia por celebrar o Natal o
ano todo, a vida inteira?
Feliz Natal o ano todo, a vida inteira! Celebre, e por gratidão, cumpra a missão de
proclamar as Boas Novas de Salvação!
BILIOGRAFIA