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Cálculo II

Organizado pela Universidade Luterana do Brasil

Cálculo II

Ana Brunet
Arno Bayer
Aureo Martins
Janor Araujo Bastos
Leomir Joel Schweig
Agostinho Iaqchan Ryokiti Homa

Universidade Luterana do Brasil – ULBRA


Canoas, RS
2017
Conselho Editorial EAD
Andréa de Azevedo Eick
Ângela da Rocha Rolla
Astomiro Romais
Claudiane Ramos Furtado
Dóris Gedrat
Honor de Almeida Neto
Maria Cleidia Klein Oliveira
Maria Lizete Schneider
Luiz Carlos Specht Filho
Vinicius Martins Flores

Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil.


Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores
a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida
por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da
ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei
nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.

ISBN: 978-85-5639-234-3
Dados técnicos do livro
Diagramação: Marcelo Ferreira
Revisão: Geórgia Píppi
Sumário

1 Diferencial.............................................................................1
2 Integral Indefinida...............................................................11
3 Integral Definida..................................................................40
4 Aplicações da Integral Definida............................................94
5 Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas.............123
6 Integração por Partes.........................................................146
7 Integrais de Potências de Funções Trigonométricas.............163
8 Funções Trigonométricas Inversas.......................................176
9 Integrais por Substituição...................................................205
10 Integração de Funções Racionais........................................219
Arno Bayer1
Leomir Joel Schweig2

Capítulo 1

Diferencial

Introdução

Continuando o estudo das derivadas, das tangentes às curvas


e o estudo dos infinitésimos, Isaac Newton e Gottfried Wilhelm
Leibniz, criaram o Cálculo Diferencial e Integral. Euler, Lapla-
ce, Cauchy e outros, a partir desses estudos, deram ao cálculo
a sua forma atual.

Neste capítulo, estudaremos a diferencial de uma função,


sua definição, interpretação e aplicações.

1  Doutor em Ciência da Educação. Docente pesquisador do PPGECIM.


2  Adaptado por Leomir Joel Schweig, Mestre Professor da Universidade Luterana
do Brasil.
2   Cálculo II

1 Acréscimos de uma função

Consideremos a função y = f(x), onde x é a variável indepen-


dente e y a variável dependente. Na função y = f(x), quando a
variável independente sofre variações, a variável dependente
também estará sujeita à comportamento semelhante.

Se, por exemplo, a variável x variar de x1 para x2, isto é,


um , a variável y passará de y1 para y2, sofrerá uma
variação ∆y = y2 − y1 ou ∆y = f ( x2 ) − f ( x1 ) .

Figura 1.1  Acréscimos de uma função.

2 Diferencial de uma função f(x)

Dada a função y = f(x) derivável, denominamos diferencial da


função e indicamos por dy, ao produto de sua derivada f´(x)
pelo acréscimo arbitrário ∆x da sua variável independente.
Capítulo 1   Diferencial   3

Calculando a diferencial da função identidade y = x, temos:

Então:

Considerando a expressão e dividindo os dois


membros por dx, teremos:

Isso nos mostra que a derivada da função, f´(x), pode ser


também expressa como o quociente entre as diferenciais dy e dx.

3 Interpretação geométrica da diferencial

Figura 1.2  Interpretação Geométrica.


4   Cálculo II

Mas, , então:

Da interpretação geométrica e das considerações, pode-


mos ver que a diferencial determina o acréscimo aproximado
da função quando a variável independente recebe um acrésci-
mo. No gráfico, fica claro que, enquanto ∆x = dx, ∆y ≠ dy, mas
quando ∆ x → 0, dy tende a se aproximar de ∆y.

O erro cometido na substituição de ∆y por dy pode ser des-


prezado por ser muito pequeno, tornando-se cada vez menor
na medida em que dx for diminuindo.

4 Aplicação da diferencial

Exemplo:
Usando o diferencial de uma função, determinar aproximada-
mente a raiz quadrada de 83.

Podemos formar a função: y =


Capítulo 1   Diferencial   5

A diferencial:

    dy = acréscimo aproximado

Então:

  Considerando:

Temos:

Exercícios exemplos:

1) Calcular a diferencial das funções:

Solução:

Solução:
6   Cálculo II

2) Dada a função para e :

a) Calcular o valor de ∆y.

Solução:

b) Calcular o valor de dy.

Solução:

c) Calcular a diferença entre dy e ∆y em módulo.

Solução:

A diferença é pequena e será sempre menor na medida em


que dx for diminuindo.
Capítulo 1   Diferencial   7

3) Calcular a , usando diferencial.

Podemos associar a função .

Solução:

,  acréscimo aproximado de y.

Sendo: x = 25 e ,

Logo:

Valor real:

4) Calcular a variação que deve sofrer o lado de um qua-


drado, que mede 4 cm, para que sua área não sofra uma
variação maior do que 1 cm2.

Temos: l = 4 cm, dA = 1 cm2


2
A= l

€ l l l
l

l
€€ €


8   Cálculo II

5) Calcular quanto deve ser o aumento da aresta de um cubo


para que o seu volume aumente 12%.

do volume =0,12V

, mas V = a3

  ou 4% de a.

Recapitulando

Neste capítulo, vimos a definição da diferencial e sua interpre-


tação geométrica, que nos indica a variação ou o acréscimo
aproximado que uma função sofre quando a variável indepen-
dente sofre uma variação ou um acréscimo. Quanto menor a
variação da variável independente, a diferencial se torna mais
próximo da variação exata da função.

Referências

CUNHA, Felix da e outros. Matemática Aplicada.

Atlas. São Paulo.

IEZZI, Gelson. Elementos de Matemática Elementar.

Atlas. São Paulo.

LEYTHOLD, Louis. Cálculo com Geometria Analítica.


Capítulo 1   Diferencial   9

Harbra. São Paulo.

SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com Geometria Analítica.

Mc Graw-Hill. São Paulo.

TAYLOR, Howard E. e outro. Cálculo Diferencial e Integral.


Limusa.

Atividades

1) Calcular a diferencial das funções:

a) b)
2) Dada a função . Para e
:
a) Calcular    b) Calcular
c) Calcular a diferença

3) Calcular a , usando diferencial.

4) Calcular a variação que deve sofrer o raio de um círculo,


que mede 10 cm, para que sua área não sofra uma varia-
ção maior do que 2 cm².

5) Calcular quanto deve ser aumentado o raio de uma esfera


para que seu volume aumente 15%.

6) Use diferenciais para aproximar:

a)   b)   c)   d)   e)


10   Cálculo II

7) O raio de uma circunferência aumenta de 10 m para 10,1


m. Utilize diferenciais para estimar o aumento na área do
círculo correspondente.

8) Usando diferencial, calcule de quanto por cento deve au-


mentar a medida da aresta de um cubo para que seu volu-
me aumente 15%. E para que seu volume aumente 20%?

9) A aresta de um cubo aumenta de 20 cm para 20,01 cm.


Utilize diferenciais para estimar o aumento no volume do
cubo.

10) O raio de uma esfera aumenta de 8 cm para 8,01 cm.


Utilize diferenciais para estimar o aumento no volume da
esfera.

11) Usando diferencial, calcule o aumento da área de um


quadrado de lado 20 cm quando ele sofrer um acréscimo
de 1%.

12) O raio de uma esfera aumenta de 10 cm para 10,01 cm.


Utilize diferenciais para estimar o aumento no volume da
esfera.

13) Usando diferenciais, calcule de quanto por cento deve au-


mentar o volume de um cubo quando a sua aresta aumen-
ta 15%. E quando a aresta aumentar 5%?
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 2

Integral Indefinida

Introdução

Na disciplina de Cálculo I, o estudo se concentrou no limite


e na derivada de funções. A partir da derivada, verificou-se
como se determina a taxa de variação de uma função, o co-
eficiente angular da reta tangente a uma curva em um ponto
dado e a definição de velocidade. Essa é apenas uma das
partes do Cálculo, chamada de Cálculo Diferencial. A outra
parte, chamada de Cálculo Integral, basicamente consiste no
problema inverso da derivada, isto é, encontrar uma função
cuja derivada conhecemos. Por meio do Cálculo Integral, ve-
remos, no Capítulo III, como se calcula a área de uma região

1
  Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.
12   Cálculo II

do plano xy e, em consequência, a resolução de inúmeros pro-


blemas. Depois, a partir do Teorema Fundamental do Cálculo,
veremos qual a relação que existe entre o Cálculo Diferencial
e o Cálculo Integral.

Neste capítulo, iniciaremos o estudo do Cálculo Integral


por meio da definição da antiderivada e suas propriedades
operatórias e regras para o seu cálculo.

1 Definição de antiderivada

Uma função F(x) é uma antiderivada ou primitiva de uma


função f(x) se

F'(x) = f(x)

para qualquer x pertencente ao domínio de f.

Por exemplo:

ÂÂA função é uma antiderivada ou primitiva


da função , pois .

ÂÂA função é uma antiderivada ou pri-


mitiva da função , pois .

ÂÂA função é uma antiderivada ou pri-


mitiva da função , pois .
Capítulo 2   Integral Indefinida   13

ÂÂA função é uma antiderivada ou pri-


mitiva da função , pois .

ÂÂA função é uma antiderivada ou pri-


mitiva da função , pois .

Assim, podemos escrever infinitas funções F(x) que são an-


tiderivadas ou primitivas da mesma função , cada
uma diferente da outra por uma constante, que simbolizamos
por C. Então, podemos dizer que a função
representa todas as antiderivadas ou primitivas da função
, pois:

O conjunto de todas as antiderivadas ou primitivas de f(x) é


chamado de integral indefinida de f(x) em relação à variável
x e é escrita por:

O símbolo ∫ é o símbolo da integral. A função f(x) é o


integrando da integral e dx indica que se está integrando em
relação à variável x.

Assim, simbolizamos a integral de uma função f(x) em rela-


ção à variável x da seguinte maneira:

, onde C é chamada de constante de


integração.
14   Cálculo II

No caso do exemplo dado no início do capítulo, escre-


vemos:

integrando antiderivada constante de


  ou primitiva   integração

A integração e a diferenciação são operações inversas uma


da outra. Verificamos esse fato substituindo-se F'(x) no integra-
do, obtendo-se:

(a integração é o inverso da dife-


renciação)

Ainda, se , então podemos dizer que:

(a diferenciação é o inverso da inte-


gração)

Assim, podemos obter fórmulas de integração diretamente


das fórmulas de diferenciação, fazendo a operação inversa. O
Quadro 2.1 a seguir enumera várias integrais simples ao lado
das fórmulas das derivadas que as originaram.
Capítulo 2   Integral Indefinida   15

Quadro 2.1  Fórmulas de integrais e derivadas.


16   Cálculo II

Propriedades da integral indefinida:

(a) Quando tivermos a integral do produto de uma cons-


tante por uma função, a constante pode ser deslocada
para fora da integral, multiplicando-a:

(b) A integral de uma soma é igual à soma das integrais:

(c) A integral de uma diferença é igual à diferença das


integrais:

2 Exemplos

1) Calcular as seguintes integrais:


Capítulo 2   Integral Indefinida   17

(fórmula 3, com n = -1/2)

(propriedades (b) e (c)

e fórmula 3)
18   Cálculo II

2) Em cada caso a seguir, encontre a função f (x) conforme


as condições iniciais:

a) f ' ( x) = 4 x − 2 , com f (2) = 8 .

Veja que temos a derivada da função f (x) e queremos a


função. Para obter essa função, basta integrarmos a função
f ' ( x) :

Como f (2) = 8 :

2.2 2 − 2.2 + C = 8
8−4+C =8
C = 8−8+ 4
C=4
2
Logo: f ( x) = 2 x − 2 x + 4+4

b) f ' ' ( x) = x 2 − 6 x + 2 , com f ' (1) = 2 e f (0) = 3 .

Agora, conhecemos a derivada segunda. Integrando a


derivada segunda f ' ' ( x) encontramos a derivada pri-
meira f ' ( x) . Após, integramos f ' ( x) e encontramos
f (x). Em cada passo, devemos usar as condições ini-
ciais dadas para calcular as constantes de integração.
Então:
Capítulo 2   Integral Indefinida   19

Como f ' (1) = 2 :

13
− 3.12 + 2.1 + C = 2
3
1
−3+ 2+C = 2
3
1
C = 2− 2+3−
3
8
C=
3
x3 8
Logo: f ' ( x) =− 3x 2 + 2 x +
3 3
Calculando f (x) :

Como f (0) = 3 :

c) f ' ' (θ ) = sen θ , com f ' (π ) = 2 e f (π ) = 5 .


Conhecemos a derivada segunda. Integrando a deri-
vada segunda f ' ' ( x) encontramos a derivada primeira
20   Cálculo II

f ' ( x) . Após, integramos f ' ( x) e encontramos Em


cada passo devemos usar as condições iniciais dadas
para calcular as constantes de integração. Então:

f ' (θ ) = ∫ sen θ dθ → f ' (θ ) = − cos θ + C

Como f ' (π ) = 2 :
− cos (π ) + C = 2
− (−1) + C = 2
1+ C = 2
C =1

Logo: f ' (θ ) = − cos θ + 1


Calculando f (θ ) :

f (θ ) = ∫ (− cos θ + 1)dθ
f (θ ) = − senθ + θ + C1

Como f (π ) = 5 :
− sen (π ) + π + C1 = 5
− 0 + π + C1 = 5
C1 = 5 − π

Logo: f (θ ) = − sen θ + θ + 5 − π
3) Um avião decola da superfície com uma aceleração
constante de 8 m/s². Qual será a sua velocidade 1
minuto após a decolagem, sabendo que sua velocidade
no instante inicial era de 60 m/s?
Capítulo 2   Integral Indefinida   21

à à
Como a velocidade inicial (quando t = 0) é igual a 60 m/s,
podemos calcular C:

A equação da velocidade é:
A velocidade após 1 minuto = 60 s será:

4) Estima-se que daqui a x meses, a população de certa


cidade variará segundo a taxa de pessoas por
mês. A população atual é de 10.200 pessoas. Qual a
população daqui a 3 anos?
Vamos chamar a taxa de variação da população de P’:

A população é a integral da taxa de variação, logo:

Como a população atual (x = 0) é 10.200 pessoas,


podemos calcular a constante C:

Então: .
22   Cálculo II

Para x = 3 anos = 36 meses:


à

3 Integração por substituição ou mudança


de variável

O método da substituição ou mudança de variável é utilizado


quando no integrando temos uma função composta f o g . Para
isso, vamos examinar a regra da cadeia usada para calcular
a derivada de funções compostas no ponto de vista da antide-
rivação.

Seja, então, a função F uma antiderivada de f e que g


seja uma função diferenciável. A derivada de F ( g ( x)) pode,
pela regra da cadeia, ser expressa como

e, em forma integral, pode ser escrita como

sabendo que F é uma entiderivada de f , podemos escrever


ainda na forma

Para facilitar nossos cálculos, será útil fazer u = g (x) e


escrever ou . Assim, a última integral
pode ser escrita na forma
Capítulo 2   Integral Indefinida   23

O processo de escrever a integral na forma acima com a


substituição de u = g (x) e é denominado méto-
do da substituição ou mudança de variável u.

4 Exemplos

Exemplo 1: calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Voltando à variável x, substituímos u por 5 x + 3 . Daí o resulta-


5
do final fica: (5 x + 3) + C .
5
Veja que escolhemos u = 5 x + 3 conveniente para substituir
na integral e obtermos o integrando apenas em termos de u
e du. Após integramos como se fosse uma integral simples,
usando as fórmulas de integrais já vistas. Por fim, substituímos
24   Cálculo II

u pela função de x para voltarmos à variável original da in-


tegral.

Para verificarmos se a integral está correta, basta derivar o


resultado e comparar com o integrando (que devem ser iguais):

Exemplo 2: calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Voltando à variável x, substituímos u por 7 x 2 − 1 . Daí o


resultado final fica:

Veja que escolhemos u = 7 x 2 − 1 conveniente para substi-


tuir na integral e obtermos o integrando apenas em termos de
Capítulo 2   Integral Indefinida   25

u e du. Após, integramos como se fosse uma integral simples,


usando as fórmulas de integrais já vistas. Por fim, substituímos
u pela função de x para voltarmos à variável original da in-
tegral.

Verificando se o resultado está correto:

Exemplo 3: calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Veja que escolhemos u = 2 x conveniente para substituir na


integral e obtermos o integrando apenas em termos de u e du.
Após, integramos como se fosse uma integral simples, usando
as fórmulas de integrais já vistas. Por fim, substituímos u pela
função de x para voltarmos à variável original da integral.

Verifique você o resultado, derivando.


26   Cálculo II

Exemplo 4: calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

2
Voltando à variável x fica: ( x 3 − 2) 3 + C
9

Exemplo 5: calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:


Capítulo 2   Integral Indefinida   27

Exemplo 6: calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Exemplo 7: calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:


28   Cálculo II

Exemplo 8: calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Exemplo 9: calcule
Solução:

Fazendo
Capítulo 2   Integral Indefinida   29

Substituindo na integral dada:

Exemplo 10: calcule


Solução: neste caso, vamos usar a relação: Então
temos:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Logo:

1
Sabendo que secx = , temos:
cos x
30   Cálculo II

Então, a integral da tangente também pode ser escrita


como:

Exemplo 11: calcule


Nesse caso, não temos uma substituição mais evidente. Mas
podemos fazer:

Substituindo na integral dada:


Capítulo 2   Integral Indefinida   31
32   Cálculo II
Capítulo 2   Integral Indefinida   33

Recapitulando

Neste capítulo, iniciamos o estudo do Cálculo Integral, defi-


nindo inicialmente a antiderivada ou primitiva para depois de-
finir a integral indefinida. Tratamos a operação de integração
como a operação inversa da derivação e vimos a técnica de
integração chamada de mudança de variável ou de substitui-
ção.

Referências

Referências básicas
ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. V. 1. Porto
Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. V. 1. Rio


de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2002.

STEWART, James. Cálculo. V. 1. São Paulo: Pioneira Thomson


Learning, 2006.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. V. 1. 3.


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.
34   Cálculo II

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. V. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. V.


I. São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. V.


1. São Paulo:

Leituras e sites recomendados


GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro:
LTC, 2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas


aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

THOMAS, George B. – Cálculo. V. I. São Paulo. Addison Wes-


ley, 2005.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br

Atividades
1) Calcule as integrais:
Capítulo 2   Integral Indefinida   35

a) o)

b) p)
c)
q)
d)

e) r)

f)
s)
g)
t)
g)

i) u)

j) v)

k)
w)

l)
y)
m)
x)
n)
z)
2) E
 m cada caso a seguir encontre a função f(x) conforme
as condições iniciais:
36   Cálculo II

a) f ' ' ( x) = x , com f ' (0) = 1 e f (0) = 0 .

b) f ' ' ( x) = x 3 − 2 x + 1 , com f ' (0) = 1 e f (0) = 0 .

c) f ' ' ( x) = x 3 − 2 x + 1 , com f ' (1) = 0 e f (1) = 4 .

π  π 
d) f ' ' (θ ) = cos θ , com f '   = 1 e f  2  = 6 .
2
3) Uma partícula começa a se mover em linha reta com
aceleração a(t ) = 4 − 1 t 2 (m/s2). Sabendo que inicialmente a
2
partícula estava em repouso e que s(0) = 20 m, determine
as funções velocidade e posição.
4) Calcule as integrais:

a) b)

c) d)

e) f)

g) h)

i) j)

k) l)

m) m)

o) p)
Capítulo 2   Integral Indefinida   37

5) Sabendo que f ´( x) = 2 x + 7 e que f(2) = 0, calcule f(x).

6) Sabendo que f ´´(x) = 2 − 6 x e que f ´( 0) = 4 e f(0) = 1,


calcule f(x).

7) A equação da velocidade de um corpo é v(t) = 5 + 9,8t,


em unidades SI. Sabendo que s(0) = 10 m, determine a
equação da posição s em função do tempo.

8) Sabendo que , com f (2) = 2 , determine

9) No instante t = 0, um carro andando a uma velocidade de 96


pés/s começa a diminuir sua velocidade com desaceleração
constante a = -12 pés/s2. Determine a função velocidade
v(t) e a distância percorrida até parar.

10) Calcule a função , sabendo que ,


e .

11) Uma partícula começa a se mover em linha reta com


aceleração (m/s²). Sabendo que inicialmente
a partícula está em repouso e que , determine
as funções velocidade e aceleração.

12) Calcule as integrais:

a) b)
38   Cálculo II

c) d)

e) f)

g) h)

i) j)

k)   l)

m) n)

o) p)

q) r)

s) t)

u) v)

13) Num dia típico, uma certa cidade consome água a uma
taxa de (em milhares de litros por
hora), onde t é o número de horas a partir da meia noite.
Calcule o consumo diário de água.

14) Os itens abaixo informam a aceleração num instante t


segundos, a velocidade e a posição num instante específico
que um objeto se desloca sobre uma reta coordenada.
Encontre a função posição em cada caso:
Capítulo 2   Integral Indefinida   39

1 2
a) a(t ) = t , v(0) = 1 m/s e s(0) = 5 m
2

1
b) a (t ) = , v(1) = 4 m/s e s(1) = 1 m
2t 3
15) Um carro acelera de tal maneira que a sua velocidade
varia de 25 km/h para 80 km/h em 13 segundos. Supondo
a aceleração constante, calcule a aceleração em m/s e a
distância percorrida nesses 13 segundos.
Aureo Martins1
Leomir Joel Schweig2

Capítulo 3

Integral Definida 2

ÂÂ
N
este capítulo, iniciaremos com um problema para
chegarmos ao cálculo de áreas de figuras planas.
Veremos a Soma de Riemann, a definição de Integral De-
finida, a interpretação geométrica e suas propriedades.
Estudaremos o Teorema Fundamental do Cálculo, que
estabelece a ligação entre as operações de derivação e
integração.

1
  Mestre em Ensino de Ciências e Matemática.
2  Adaptado por Leomir Joel Schweig, Mestre Professor da Universidade Luterana
do Brasil.
Capítulo 3   Integral Definida   41

1 Notação sigma

Quando trabalhamos com a soma de muitos termos utilizamos


a notação sigma para facilitar a representação da soma. Essa
notação usa o símbolo Σ, que é a letra sigma maiúscula do
alfabeto grego que corresponde a nossa letra S.

Alguns exemplos dessa notação:

Em geral, temos:

Onde m e n são inteiros com m < n.

O número m é chamado limite inferior da soma e n é cha-


mado limite superior. O símbolo i é o índice da soma e é a
42   Cálculo II

variável do somatório. A função ­ai é denominada termo geral


do somatório.

Algumas vezes os termos da soma envolvem subíndices,


como nos exemplos:

Propriedades

Fórmulas
Capítulo 3   Integral Definida   43

Exemplo 1:
Encontre as somas:

Resolução

2 Integral definida – questão motivadora

A questão motivadora para o estudo da integral definida é


o cálculo de área de região que não é contemplado com as
44   Cálculo II

fórmulas geométricas conhecidas, como área do quadrado,


triângulo, retângulo, trapézio, círculo.

Por exemplo, como calcular a área A (sombreada no plano


cartesiano) no intervalo de 0 a 2 entre o gráfico dado na figura
e o eixo x?

Figura 3.1  Área da região.


Capítulo 3   Integral Definida   45

Observe que não é fácil encontrar a área de uma região


com lados curvos!

O cálculo desta área pode ser feito por aproximação da


figura dada por meio de outras figuras cujas áreas são conhe-
cidas, até a exaustão, isto é, teremos que utilizar o conceito de
limite. Utilizaremos, neste caso, o retângulo para facilitar os
cálculos.

Primeiramente, vamos construir retângulos com as bases


no eixo x que cubram a largura do intervalo de domínio e di-
vidir o intervalo [0, 2] em 2 subintervalos, usando como altura
a imagem do extremo direito de cada um destes subintervalos.
Observamos que a escolha do número cuja imagem é usada
como altura pode ser qualquer número do subintervalo, mas
vamos optar por usar a imagem do extremo direito neste mo-
mento.

Então, na divisão do intervalo [0, 2] em dois subintervalos,


eles serão [0,1] e [1,2]. Portanto cada subintervalo tem tama-
nho Δx = 1 u.c. As alturas são os valores de f ( x) = x 2 + 1
no extremo direito de cada um, isto é: f (1) = 12 + 1 = 2 e
f (2) = 2 2 + 1 = 5. Veja a representação geométrica da situa-
ção.
46   Cálculo II

Figura 3.2  Decomposição da região em dois retângulos.

Calculando a área pela soma das áreas dos retângulos:

Obtemos uma área de 7 u.a. que é uma aproximação da


área desejada.

Para melhorarmos nossa aproximação, vamos aumentar o


número de retângulos dividindo o intervalo [0, 2] em quatro
subintervalos de mesmo tamanho e tomá-los como base de
quatro retângulos de altura f(x­i*),
­
onde xi*­ é o extremo direito
de cada subintervalo. Veja a representação da atual situação.
Capítulo 3   Integral Definida   47

Figura 3.3  Decomposição da região em quatro retângulos.

Calculando a soma das áreas dos retângulos de base Δx =


0,5 u.c e altura f(xi*), vem:

Obtemos uma área de 5,75 u.a. que é uma aproximação


melhor da área desejada.

De maneira intuitiva, podemos observar que ao aumentar-


mos o número de retângulos (podemos fazer isso dividindo o
48   Cálculo II

domínio em mais subintervalos) a soma das áreas dos retângu-


los vai ficando mais próxima da área da região compreendida
entre o eixo das abscissas e o gráfico da função x2+1 no inter-
valo [0, 2]. Observe as representações para divisão em 8 e 16
subintervalos tomando o extremo direito de cada subintervalo
para o cálculo da altura de cada retângulo.

Calculando a área pela soma das áreas dos retângulos


obtemos 5,19 u.a. para 8 retângulos e 4,9 u.a. para 16 re-
tângulos.

Quanto mais retângulos, menor será a base (Δx) de cada


retângulo e a soma de suas áreas será mais próxima da área
da região desejada. Mas essa base não pode ser zero... Mas
podemos imaginá-la bem, bem pequena.
Capítulo 3   Integral Definida   49

3 Soma de Riemann

Vamos expandir a ideia anterior do cálculo f(xi*).Δx, que nos


fornecia a área de cada retângulo, admitindo-o para funções
que assumem valores negativos também. Neste caso, o produ-
to f(xi*).Δx não irá nos fornecer uma área. Além disso, vamos
admitir, também, subintervalos de diferentes tamanhos. Algu-
mas definições se fazem necessárias.

Vamos considerar uma função f definida em um intervalo [a,


b]. Uma partição do intervalo [a, b] é qualquer divisão deste
intervalo em subintervalos. Por exemplo, podemos dividir o in-
tervalo [-2, 4] nos subintervalos [-2,0], [0,1], [1; 2,5],[2,5; 4].

Intervalo [-2, 4]

Uma possível divisão em subintervalos, no caso 4 subinter-


valos, do intervalo [-2, 4].

Esta partição do intervalo [-2, 4] é determinada pelo con-


junto dos pontos x: {-2; 0; 1; 2,5; 4}. O tamanho de cada
subintervalo determinado pela partição do exemplo é:
50   Cálculo II

A norma de uma partição P (Notação: ||P||) é o tama-


nho do maior subintervalo da partição. No exemplo, o maior
subintervalo tem tamanho 2, portanto a norma da partição é
2, neste caso (ou seja, ||P|| = 2).

Uma partição é dita regular se todos os subintervalos têm


mesmo tamanho.

Chamamos de Soma de Riemann da função f no interva-


lo [a, b] o somatório:

onde,

• n é o número de subintervalos no intervalo [a, b] .

• é o tamanho de cada subintervalo.

• xi* é um ponto qualquer do subintervalo chamado au-


mento.
Capítulo 3   Integral Definida   51

Exemplo 2:
O gráfico representa a função e oito retângulos de
mesma base e alturas dadas pelo valor da f no extremo direito
de cada subintervalo.

a) Determine o valor ∆x, isto é, a medida da base de


cada retângulo.

b) Determine a altura de cada retângulo.

c) Calcule a soma de Riemann da função f no intervalo


[0, 4] representada pelos retângulos.

Resolução
a)
b) 1º retângulo: altura =

2º retângulo: altura =
52   Cálculo II

3º retângulo: altura =

4º retângulo: altura =

5º retângulo: altura =

6º retângulo: altura =

7º retângulo: altura =

8º retângulo: altura =

Exemplo 3:
Calcule a soma de Riemann da função
em [1, 3]. Para tanto, utilize quatro subintervalos de mesmo
tamanho e tome o extremo esquerdo de cada subintervalo
para aumento. Represente no gráfico essa soma.
Capítulo 3   Integral Definida   53

Resolução

1º retângulo: altura =

2º retângulo: altura =

3º retângulo: altura =

4º retângulo: altura =
54   Cálculo II

Gráfico

Exemplo 4
Considere a função no intervalo [-1, 2].

a) 
P = {-1; 0; 0,5; 1; 1,5; 2} é uma partição do intervalo
[-1, 2]. Determine a norma dessa partição.
Capítulo 3   Integral Definida   55

b) Calcule a soma de Riemann dessa função nesse inter-


valo com a partição determinada pelo conjunto P dado
em (a) e os aumentos:  ; ; ;
; .

c) Represente no plano cartesiano a soma de Riemann


calculada em (b).

Resolução

a)

A norma é ||P|| = 1
56   Cálculo II

Gráfico
Capítulo 3   Integral Definida   57

4 - Integral definida

Definimos a integral definida da função f no intervalo [a, b]


pelo limite:

Se o limite da definição existe, então dizemos que a função


é integrável no intervalo [a, b] e a integral definida
existe.

Observamos que, assim como a soma de Riemann, a inte-


gral definida de uma função em um intervalo dado pode assu-
mir qualquer valor real e não um conjunto de antiderivadas
como na integral indefinida. Porém, esse objeto matemático
emergiu da ideia geométrica de área e podemos nos valer
disso para determinar o valor numérico de algumas integrais
definidas. Veja os exemplos a seguir.

Exemplo 5

A proposta desta atividade é calcular o valor da Integral


Definida com uso da relação que ela possui com a área de re-
giões limitadas por curvas e o cálculo de áreas da Geometria.
Lembramos que:

Figura Geométrica Plana Área da região limitada pela curva


Triângulo de base b e altura h

Retângulo de lados b e h
58   Cálculo II

Quadrado de lado l
Trapézio de bases B e b e altura h

Circunferência de raio r

a) 
Para calcular a integral definida:
observamos que essa integral equivale numericamente
à área da semicircunferência sombreada no gráfico:

Então o valor da integral será dado pela metade do valor


da área região limitada pela circunferência de raio 2. Assim
Capítulo 3   Integral Definida   59

b) Outro exemplo é o cálculo de: . A área


da região triangular sombreada no gráfico a seguir
possui valor simétrico ao desta integral, pois a função
integrando assume valores negativos neste intervalo.

Assim,
60   Cálculo II

c) Mesmo que a função integrando assuma valores posi-


tivos e negativos no intervalo de integração, podemos
relacionar a Integral Definida com as conhecidas fór-
mulas de Geometria. Por exemplo, a Integral Definida
da função representada no gráfico abaixo assume va-
lores positivos e negativos e pode ser calculada pela
diferença entre as áreas das regiões que estão acima
do eixo das abscissas e abaixo.

Neste caso, f é positiva no intervalo [-2, 3] e a área da


região limitada pelas curvas y = f(x), y = 0 (eixo x), x = -2 e x
= 3 é dada pela área do trapézio de base maior B = 5, base
menor b = 3 e altura h = 2, ou seja, essa área vale 8 u.a. A
área da região limitada pelas curvas y = 0, y = f(x), x = 3 e x
= 4 é dada pela área do triângulo de base b = 1 e altura 1,
ou seja, essa área vale ½. Assim,
Capítulo 3   Integral Definida   61

Exemplo 6
Calcular a área da região limitada pelo gráfico de
, o eixo x, desde x = 0 até x = 1, usando a defini-
ção de integral (soma de Riemann).

Resolução
Veja no gráfico da função a seguir, que a mesma é contí-
nua e não-negativa no intervalo [0, 1].
62   Cálculo II

Vamos dividir o intervalo [0, 1] em n subintervalos


iguais: . Como podemos utilizar qualquer valor
de no i-ésimo intervalo, escolheremos os extremos direitos de
cada intervalo. Então:

A área é calculada por:

u.a.

Exemplo 7
Calcular a integral , usando a definição
(soma de Riemann).

Resolução
Veja no gráfico da função a seguir, que a mesma é contí-
nua e possui um trecho positivo e um trecho negativo no in-
tervalo [0, 4]. Portanto a soma de Riemann (a integral) não
representa a soma das áreas. Ela representa a soma das áreas
dos retângulos acima do eixo do x menos a soma das áreas
dos retângulos abaixo do eixo x.
Capítulo 3   Integral Definida   63

Vamos dividir o intervalo [0, 4] em n subintervalos


iguais: .

Então:
A integral é calculada por:
64   Cálculo II

A integral Definida goza das seguintes propriedades:

I.

II.

III.

IV.
Capítulo 3   Integral Definida   65

V.

VI.

5 Teorema fundamental do cálculo

Estabelece uma conexão entre os dois ramos do cálculo: o


cálculo diferencial e o cálculo integral.

PARTE 1: Se f for contínua em [a, b] , então a função g de-


finida por , com a ≤ x ≤ b é contínua em [a, b] e
diferenciável em (a, b) e g ' ( x) = f ( x) , ou escrevendo de outra
maneira:

PARTE 2: Se f for contínua em [a, b] , então:

onde F é qualquer antiderivada de f , isto é, uma função tal


que F ' = f .
66   Cálculo II

Essas duas partes do Teorema nos informam que a diferen-


ciação e a integração são processos inversos. O que a diferen-
ciação faz, a integração desfaz e vice-versa.

Observe que, na aplicação desse teorema, não há neces-


sidade de incluir uma constante de integração nas antideriva-
das, pois ela irá sumir. Usando o teorema teremos:

Portanto, no cálculo da integral definida, podemos omitir a


constante de integração.

Outra observação importante é sempre lembrar que o cál-


culo da integral definida só é correto se a função for contínua
no intervalo de integração, pois, se desconsiderarmos essa
premissa, os resultados obtidos quase certamente não serão
corretos.

Para calcular a Integral Definida, usaremos as Regras de


Integração, as propriedades e o Teorema Fundamental do
Cálculo. Agora, retornaremos ao Problema do início do ca-
pítulo.
Capítulo 3   Integral Definida   67

Problema

Como calcular a área A da região entre o gráfico da função:


f(x)= x² + 1 e o eixo x, no intervalo de x= 0 a x=2 ?

Solução: a área pedida é calculada usando a Parte 2 do


Teorema Fundamental, cujo resultado dará a área exata abai-
xo do gráfico da função e acima do eixo das abscissas, no
intervalo de x = 0 a x = 2, em unidades de área (u.a.):

Portanto, a área A exata entre o gráfico da função e o eixo


x no intervalo de [0;2] é 4,67 unidades de área.
68   Cálculo II

Exercícios resolvidos

1) Aplicar as propriedades das integrais definidas:

a) Propriedade 1 – Achar:

b) Propriedade 2 – Provar que

c) Propriedade 3: Achar
Capítulo 3   Integral Definida   69

2) Achar a área sob a parábola f ( x) = x 2 de x=0 até x=2


conforme o gráfico abaixo.

3) Achar a área sob a reta f ( x) = x + 2 de x=0 até x=4 con-


forme o gráfico abaixo.
70   Cálculo II

Solução: observe que o gráfico é uma reta e, portanto, a


área demarcada no gráfico é uma figura que pode ser calcu-
lada sem a necessidade do uso do cálculo da integral. Usando
a integral, teremos:

4) Achar a área sob a parábola f ( x) = x 2 + 1 de x=-2 até


x=2 conforme o gráfico abaixo.
Capítulo 3   Integral Definida   71

5) Achar a área do gráfico da função f ( x) = x 3 de x=-2 até


x=2 conforme o gráfico abaixo.
72   Cálculo II

Solução: observe que o gráfico da função de x=-2 a x=0


está abaixo do eixo x (valor negativo) e de x=0 a x=2 está
acima do eixo x (valor positivo).

Logo, se calcularmos a integral definida da função de x=-2


a x=2, obteremos um resultado zero, porque a área abaixo do
eixo x é igual à área acima do eixo x. Portanto, para acharmos
a soma da área de x = -2 a x = 2, vamos calcular da seguinte
forma:

1º) Na área de x = -2 até x = 0, vamos usar a propriedade


2, que consiste em inverter os valores do intervalo de integra-
ção:

2º) Calcular a área de x = 0 até x = 2:

Logo, a área total será: A = A1 + A2 = 4 + 4 = 8 u.a.

6) Calcular a área hachurada do gráfico abaixo.


Capítulo 3   Integral Definida   73

7) Calcular a área hachurada do gráfico abaixo.


74   Cálculo II

8) Calcular a área hachurada do gráfico.

9) Calcular a área hachurada do gráfico.


Capítulo 3   Integral Definida   75

10) Determine a área da região limitada pelos gráficos das


funções: conforme o gráfico abai-
xo.

11) Determine a área da região limitada pelos gráficos das


funções: e x=5 conforme o gráfico
abaixo.
76   Cálculo II

12) Resolva as seguintes integrais definidas, usando a segunda


parte do Teorema Fundamental do Cálculo:
Capítulo 3   Integral Definida   77
78   Cálculo II

13) Calcular a integral se f (x) = x2, se x < 2 e f (x) =


x + 2, se x ≥ 2.

14) Calcular a integral

A função modular: f ( x) = x − 2 é igual a f ( x) = − x + 2 se


x < 2 e f ( x) = x − 2 se x ≥ 2 , logo:

15) Calcular a integral

A função modular: f ( x) = 3 x − 3 é igual a f ( x) = −3 x + 3


se e f ( x) = 3 x − 3 se x ≥ 1 , logo:
Capítulo 3   Integral Definida   79

6C
 álculo de integrais definidas por
substituição ou mudança de variável

Na seção 3 do capítulo 2, foi visto o método da substituição ou


mudança de variável quando no integrando temos uma função
composta.

Para calcular uma integral definida do tipo ,


vamos verificar dois métodos:

Primeiro método:
Calcula-se a integral indefinida e, após, utiliza-se o
Teorema Fundamental para calcular a integral definida.
Esse procedimento não requer modificação no intervalo
de integração.

Exemplo 1: calcule , usando o primeiro método.

Solução:
80   Cálculo II

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Segundo método:
Faz-se a substituição na integral definida e usa-se a re-
lação u = g(x) para substituir os limites de integração x =
a e x = b pelos correspondentes limites de u = g(a) e u =
g(b), produzindo uma nova integral definida: .

Exemplo 2: calcule , usando o segundo mé-


todo.

Solução:

Fazendo

Mudando o intervalo de integração:

Se x = 1 então u = 12 +3 = 4 e x = 3 então u = 32 + 3 = 12

Exemplo 3: calcule usando o primeiro e o se-


gundo método.
Capítulo 3   Integral Definida   81

Solução pelo primeiro método:


Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Solução pelo segundo método:


Fazendo

Mudando o intervalo de integração:

Se x = 2 então u = 2 – 2 = 0 e x = 6 então u = 6 – 2 = 4

Verifica-se que o resultado da integral definida por substi-


tuição, tanto pelo primeiro quanto pelo segundo método, é o
mesmo e, por conseguinte, a escolha do método a ser usado
passa por uma questão de gosto e facilidade.

Exemplo 4: calcule usando o primeiro método.


82   Cálculo II

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Exemplo 5: calcule usando o primeiro méto-


do.

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral defi-


nida:

Exemplo 6: calcule usando o primeiro método.


Capítulo 3   Integral Definida   83

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral defi-


nida:

Exemplo 7: calcule usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Exemplo 8: calcule usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo
84   Cálculo II

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Exemplo 9: calcule usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral defi-


nida:

Exemplo 10: calcule usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:
Capítulo 3   Integral Definida   85

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Recapitulando

Começamos este capítulo revisando a notação e as proprie-


dades de somatório e calculando somas indicadas com esta
notação.

Utilizamos o somatório para calcular a área aproximada de


uma região entre o gráfico de uma função contínua e o eixo
x, num intervalo [a, b]. Para isso dividimos o intervalo em su-
bintervalos, determinando retângulos com esses subintervalos.
Vimos que quanto maior o número de subintervalos, maior o
número de retângulos e a soma das áreas desses retângulos
vai ficando mais próxima da área exata da região. Essa soma
recebe o nome de Soma de Riemann. A área exata da região
é obtida quando levamos a soma de Riemann ao limite, com
86   Cálculo II

o número de subintervalos tendendo ao infinito. A integral de-


finida foi definida como sendo esse limite.

Vimos também as duas partes do Teorema Fundamental do


Cálculo, onde relaciona as operações de derivação e integra-
ção entre si (uma é o inverso da outra) e mostra como pode-
mos calcular uma integral definida a partir da antiderivada.

Referências

Referências básicas
STEWART, James. Cálculo. V. 1. São Paulo: Pioneira Thom-
son Learning, 2006.

ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. V. 1. Porto


Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. V. 1.


Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2002.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. V. 1. 3.


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. V. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.
Capítulo 3   Integral Definida   87

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. V.


I. São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. V.


1. São Paulo:

Leituras e sites recomendados


GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro:
LTC,2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas


aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

THOMAS, George B. Cálculo. V. I. São Paulo. Addison Wesley,


2005.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br

Atividades

1. Em cada item, use a Geometria para calcular a


Integral Definida da função representada no plano
cartesiano.

a)
88   Cálculo II

Sugestão: calcule a área do retângulo e subtraia da área


do semicírculo.

, com
b)
Capítulo 3   Integral Definida   89

com
c)
90   Cálculo II

2. Sabendo que , e

, utilize as propriedades das integrais


definidas para calcular:
b)
a)

d)
c)

f)
e)
Capítulo 3   Integral Definida   91

3. Calcule o valor das integrais definidas:

b)
a)

d)
c)

f)
e)

h)
g)

j)
i)
4. Calcular as integrais definidas usando a regra da
substituição:
b)
a)

d)
c)

f)
e)

h)
g)

5. Calcular a área da região entre a curva da função e o


eixo x, no intervalo dado:
92   Cálculo II

a) , b) ,

c) , d) ,

e) , f) ,

6. (ENADE-2005) Considere uma função


cujo gráfico está representado na figura a seguir:

Assinale a opção que melhor representa o gráfico da fun-


ção .
Capítulo 3   Integral Definida   93
Janor Araujo Bastos
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 4

Aplicações da Integral
Definida1

ÂÂ
N
este capítulo, abordaremos algumas aplicações da
integral definida, tais como áreas entre curvas, vo-
lumes de sólidos e o trabalho realizado por uma força
variável.

1 Adaptado por Leomir Joel SchweigMestre, Professor da Universidade Luterana


do Brasil.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   95

1 Áreas entre curvas

Nos tempos antigos, o procedimento mais utilizado pelos ma-


temáticos para o cálculo de área era o método da exaustão,
que consiste em aproximar a figura em questão por meio de
outras, cujas áreas sejam conhecidas.

Hoje, conforme visto no Capítulo 3, sabemos que o valor


da integral definida de uma função f é numericamente igual a
área da região limitada pelo gráfico dessa função e o eixo das
abscissas em um intervalo dado, se f for positiva e contínua
nesse intervalo. Considerando a Figura 4.1.1 abaixo, temos:

Figura 4.1.1
96   Cálculo II

Partindo dessa mesma ideia, podemos calcular a área limi-


tada pelos gráficos de duas funções. Na figura 4.1.2, temos
uma região limitada pelos gráficos das funções f(x) e g(x). Se
integrarmos a função f(x) de a até b, teremos o valor da área
da região limitada pelo gráfico de f(x), o eixo das abscissas e
as retas x = a e x=b. Se integrarmos a função g(x) de a até
b teremos o valor da área da região limitada pelo gráfico da
g(x) o eixo das abscissas e as retas x = a e x = b. Se da área
limitada na parte superior pelo gráfico de f(x) subtrairmos a
área limitada na parte superior pelo gráfico de g(x), teremos a
área sombreada que procuramos. Então:

A área da região limitada pelo gráfico de f(x) será

A área da região limitada pelo gráfico de g(x) será


.

Subtraindo A1 de A2, temos a área A, ou seja:

desde que f(x) > g(x)

em todo intervalo [a; b].

Usando as propriedades das integrais, podemos escrever:

Obs.: devermos subtrair a função cujo gráfico está limitan-


do por cima da função cujo gráfico está limitando por baixo
naquele intervalo.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   97

Figura 4.1.2

Exercícios resolvidos

1) Achar a área da região delimitada pelos gráficos das fun-


ções f(x) = 2x + 1 e g(x) = x2 no intervalo [0; 1].

Solução:

Observando a figura, vemos que, no intervalo considerado, o


gráfico de f(x) = 2x+1 é a fronteira superior e gráfico de g(x)
= x2 é a fronteira inferior. Então, a área será:

Figura 4.1.3
98   Cálculo II

2) Achar a área da região delimitada pelos gráficos das fun-


ções y = x + 1 e y = x2-1

Solução:

Observe que não foram fornecidos os limites de integração.


Nesse caso, devemos considerar os pontos onde os dois gráfi-
cos se interceptam, que são os pontos onde as funções têm o
mesmo valor. Então, fazendo:
x + 1 = x2-1
ou
x2 – x – 2 = 0

Resolvendo essa equação, encontramos x1 = -1 e x2 = 2, que


são os valores de x dos pontos onde os gráficos se interceptam
e que representam os limites da área procurada.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   99

Figura 4.1.4.

A região está limitada por cima pela reta e por baixo pela
parábola. Então, a área será dada pela integral da equação
da reta menos a equação da parábola. Logo:
100   Cálculo II

3) Achar a área da região delimitada pelos gráficos das fun-


ções y = x + 1 e y = X2-1 e pelas retas x = 0 e x = 3.

Solução:

Figura 4.1.5

Observando o gráfico, podemos verificar que no intervalo


[0; 2] a região está limitada na parte superior pela reta e no
intervalo [2; 3] pela parábola. Então devemos fazer a integra-
ção em cada um dos intervalos separadamente. No intervalo
[0; 2], a fronteira superior é feita pela reta, então, devemos in-
tegrar a equação da reta menos a equação da parábola e, no
intervalo [2; 3], onde a fronteira superior é feita pela parábola,
devemos integrar a equação da parábola menos a equação
da reta, ou seja:
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   101


4) Achar a área de região delimitada pelas curvas
.
Solução:

A figura mostra os gráficos e a região.

Figura 4.1.6
102   Cálculo II

Observe que a fronteira inferior consiste em porções de


dois gráficos diferentes, por isso não podemos obter a área
utilizando apenas uma integral definida. Devemos considerar
uma integral das funções y = x + 6 e no intervalo
[-4; 0], pois a região é limitada por essas duas retas nesse in-
tervalo, e a outra integral com as funções y = x + 6 e y = x3
no intervalo [0; 2], que são as fronteiras superior e inferior da
região nesse intervalo.

5) Calcule a área da região limitada pelos gráficos das fun-


ções

Solução:

A região está ilustrada na figura abaixo.


Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   103

Figura 4.1.7

Como no exemplo anterior, devemos dividir o intervalo em


duas partes e integrar y = x + 4 e y = − x + 4 no inter-
valo [– 4; – 3] e y = x + 4 e y = x + 2 no intervalo [– 3; 0].
Então temos:
104   Cálculo II

Mas, se considerarmos x em função de y, teremos menos


trabalho. Veja:

y = x + 4 ⇒ y2 = x + 4 ⇒ x = y2 − 4
y = x+2 ⇒ x = y−2

Nessas condições, a região está delimitada à direita pela


reta x = y – 2 e à esquerda pela curva x = y2 – 4. Então, deve-
mos realizar a integração dessas funções em relação à y.

Nesse caso, fazemos apenas uma integral da fronteira di-


reita menos a fronteira da esquerda, ou seja:

u.a.

2 Sólidos de revolução

Se fizermos girar uma região em torno de uma reta, o resul-


tado será um sólido de revolução. Por exemplo, ao girarmos
um retângulo com um dos lados fixo a uma reta, teremos um
cilindro circular reto; se girarmos triângulo retângulo com um
dos catetos fixo em uma reta, teremos um cone circular reto;
se girarmos um semicírculo com extremidade do diâmetro fixo
na reta, teremos uma esfera. Dizemos que a reta é o eixo de
revolução e que o sólido foi gerado pela região.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   105

y
y

r=f(x)
x x

(a)
(b)

y
y

x
x

(c) (d)

Figura 4.2.1.

Se interceptarmos um sólido de revolução com um plano


perpendicular ao eixo x, obteremos uma secção transversal
circular. Se o plano cortar o eixo x no ponto x = a, o raio do
círculo é f(a), e sua área será π [ f (a )] .
2

Se um sólido está entre x=a e x=b, a área da secção trans-


versal é A(x), e se A(x) é uma função contínua, utilizando a
soma de Riemann, podemos escrever uma definição para o
volume dos sólidos de revolução:
106   Cálculo II

Como nos sólidos de revolução a secção transversal será


sempre um circulo de área A = π [ f ( x)] , o volume do sólido
2

é dado por:

No caso do cilindro, f(x) = r é uma função constante, onde


f(x) é o raio do círculo. A base do cilindro tem área é π .r 2 . Então:

altura do cilindro.

Figura 4.2.2

Exercícios resolvidos

1. Encontre o volume do sólido de revolução gerado pela


rotação da região R delimitado pelo gráfico da função
f(x) = 3 e as retas x = 1 e x = 5 em torno do eixo x.

Solução:
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   107

A Figura 4.2.3 mostra a região R, e o sólido por ela gerado


é um cilindro circular reto mostrado na Figura 4.2.2. Devemos
integrar a função f(x) = 3 de 1 até 5.

Figura 4.2.3

2) Encontre o volume do sólido gerado pela rotação da re-


gião sob a curva y = x em torno do eixo x entre 0 e 4.
Esboce a região e o sólido aproximado típico.

Solução:

A Figura 4.2.4 mostra a região e o sólido gerado.


108   Cálculo II

Figura 4.2.4

Devemos integrar a função y = x de 0 até 4.

3) Esboce a região delimitada pelo gráfico da função y = x2


+ 2 e o eixo x entre -1 e 2, e calcule o volume do sólido
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   109

gerado pela rotação da região em torno do eixo x. Esboce


o sólido aproximado típico.

Solução:

A Figura 4.2.5 mostra a região e o sólido gerado

Figura 4.2.5.

4) Esboce a região delimitada pelo gráfico da função y =


x2+2 entre y = 2 e y = 4 e calcule o volume do sólido
gerado pela rotação da região em torno do eixo y. Esboce
o sólido aproximado típico.

Solução:
110   Cálculo II

A Figura 4.2.6 mostra a região e o sólido gerado.

Figura 4.2.6

Como a região está girando em torno do eixo y, devemos


fazer a integração em relação a y. Para que isso seja possível,
a equação y = x2 + 2 deve ser escrita em função de y, ou seja:

Logo:

5) Esboce a região delimitada pelos gráficos das funções


1
y = x e y = x de x = 0 até x = 4 e calcule o volume
2
do sólido gerado pela rotação dessa região em torno do
eixo x. Esboce o sólido aproximado típico.

Solução:

A Figura 4.2.7 mostra a região e o sólido gerado.


Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   111

Figura 4.2.7.

6) Calcule o volume do sólido gerado pela rotação da região


delimitada pelos gráficos das funções y = 6 e y = x + 1
em torno do eixo x de 1 até 4. Faça um esboço da região
e do sólido aproximado típico.
112   Cálculo II

Solução:

A Figura 4.2.8 mostra a região e o sólido gerado.

Figura 4.2.8
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   113

7) Repita o exemplo 5 com a região girando em torno do eixo y.

Solução:

A figura 4.2.9 mostra a região e o sólido gerado.

Figura 4.2.9
114   Cálculo II

3 Aplicações

Definição:

Se uma força constante F atua sobre um objeto, fazendo-o


mover-se por uma distância d na direção e sentido da força, o
trabalho W é dado por:

W = F.d

Se f(x) é uma força variável e contínua em um intervalo [a;


b], o trabalho W realizado para mover um objeto de x = a até
x = b é:

Pela lei de Hooke, a força f(x) necessária para distender


uma x unidades além do seu comprimento natural é dada por:

f(x) = kx, onde k é uma constante chamada constante da


mola.

Exemplos

1) Calcular o trabalho para distender uma mola de seu com-


primento normal de 20 cm até 30 cm, sabendo que, para
distendê-la 5 cm, é necessária uma força de 40 N.

Solução:

20 cm = 0,2 m, 30 cm = 0,3 m e 5 cm = 0,05 m


Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   115

Devemos primeiramente determinar a constante k da mola.

2) Um cabo de 10 m de comprimento e pesando 25 N pen-


de verticalmente do topo de um edifício. Uma barra de
ferro de 80 N está presa na extremidade inferior do cabo.
Calcular o trabalho para transportar a barra até o topo do
edifício.
Solução:
O trabalho para transportar a barra de ferro até o topo é:

O trabalho para elevar o cabo:


Considerando a extremidade inferior do cabo na origem
do eixo y e a extremidade superior em y = 10 e dy o incremen-
to do comprimento do cabo. Como cada metro pesa 2,5 kg o
peso do incremento é 2,5 dy. Consideremos y a distância de 0
até o ponto de incremento.
Temos:
Incremento da massa: 2,5 dy
116   Cálculo II

Distância percorrida: 10 – y
Incremento do trabalho: (10-y).g.2,5dy
Então:

3) Uma certa quantidade de gás está dentro de um reci-


piente cilíndrico que contém um êmbolo móvel, ocupan-
do um volume inicial de 1 m³ e sob pressão de 20 N/m².
O êmbolo é deslocado fazendo com o gás se expandir
até atingir um volume de 3 m³. Calcule o trabalho rea-
lizado pelo gás, supondo que a pressão é inversamente
proporcional ao volume.
Solução
Se a força é constante, então o trabalho realizado pelo gás é
dado por: . pois:

à à à

Logo, o trabalho para expandir o gás é dado por:

Como a pressão é inversamente proporcional ao volume,


temos: , o trabalho fica:
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   117

Calculando a constante : à à
podemos calcular o trabalho:

Recapitulando

Neste capítulo, estendemos o cálculo da integral definida com


algumas aplicações, tais como o cálculo da área entre duas
curvas, o volume de sólidos de revolução e aplicações na Fí-
sica, como o trabalho realizado por uma força e a pressão de
um gás.

Referências bibliográficas

ANTON, Howard A.; DAVIS, Stephen L.; BIVENS, Irl C. Cálcu-


lo, V. 2, 8. ed. Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de Uma Variável, V. 2,


7. ed. LTC, 2003.
118   Cálculo II

LEYTHOLD, Louis. Cálculo com Geometria Analítica, Vol I.


Harbra. São Paulo.

PISKOUNOV, N. Cálculo Diferencial e Integral, Vol I. 10. ed.


Em língua portuguesa. Lopes da Silva, Porto: 1992.

STEWART, James. Cálculo, V. 2, 6. ed. Editora Cengage Lear-


ning, 2009.

SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. São


Paulo: Makron Brooks.

Atividades

1. Faça um esboço da região delimitada pelos gráficos


das funções e calcule a sua área, em cada caso a
seguir:

a) e , de até .

b) e , de até .

c) e .

d) e , de até .

e , de até .
e)

f) e , de até .
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   119

g) e .

2. Calcular o volume do sólido gerado pela rotação


da região limitada pelas curvas em torno da reta
especificada. Faça um esboço da região e do sólido.

a) de até , em torno do eixo x.

de até , em torno do eixo x.


b)

c) de até , em torno do eixo y.

d) e , em torno do eixo y.

e) e , em torno do eixo y.

f) e , de até , em
torno do eixo x.

g) Repita o exercício (f) fazendo a região girar em


torno do eixo y.

3. Um gorila de 1.800 N de peso sobe uma árvore de 5


metros em 10 segundos. Calcule o trabalho realizado
pelo gorila para chegar ao topo da árvore.

4. Uma mola de 25 cm de comprimento natural sofre


uma distensão de 3,8 cm sob a ação de um peso de
35 N. Usando integral calcule o trabalho realizado
pela mola:
a) De seu comprimento normal para 35,5 cm.
120   Cálculo II

b) De 28 cm para 33 cm.

5. Esboce a região delimitada pelas curvas dadas e


calcule a área desta região:

a) y = x , eixo x, x= 1 e x = 9.
2
b) y = x − 6 x e y = 2 x .

6. Calcule a área da região limitada pela curva


y = x 2 − 4 x , o eixo x, e as retas x = 1 e x = 3.
Construa o gráfico indicando a região.

7. Calcule a área da região limitada pela curva


y = x − x 2 , o eixo x, desde x = 0 até x = 1. Construa
o gráfico e indique a região.

8. Calcule a área da região limitada pelo gráfico da


função f ( x) = 3 x 2 + 1 , o eixo x, desde x = 0 até x= 2.

9. Esboce a região delimitada pelas curvas dadas e


calcule a área desta região.
2
a) y = x + 1 , y = 9 − x , x = -1 e x = 2.

b) y = senx , y = e , x = 0 e x = π / 2 .
x

c) y = x e y = x .
2

d) y = 5 x − x , y = x .
2

1
e) y = , y = x + 2 , x = 0 e x = 2.
x +1
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   121

10. Calcule o volume do sólido obtido pela rotação da


região delimitada pelas curvas dadas em torno das
retas especificadas. Esboce a região e o sólido:
1
y = 2 − x , y = 0, x = 1, x = 2, em torno do eixo x.
a) 2
b) y = 1 / x , y = 0, x = 1, x = 3, em torno do eixo x.

c) y = x 2 − 4 x , y = 0, em torno do eixo x.

d) y = x 2 , y = 2, em torno do eixo y.

e) x = 4 y − y 2 , x = 0, em torno do eixo y.

11. (ENADE-2011) Considere a função


definida por , para cada
. A área da região limitada pelo gráfico da
função , o eixo e as retas e
é igual a:

a) 16/15 u.a. b) 38/15 u.a. c) 44/15 u.a.


d) 60/15 u.a. e) 76/15 u.a.

12. Um reservatório, inicialmente vazio, está sendo


abastecido de água a uma taxa de .
Qual é a quantidade de água no reservatório de pois
de 6 horas?

13. A taxa de fabricação de televisores de uma fábrica é


televisores por semana (t em semanas).
Quantos televisores foram fabricados do dia 8 até o
dia 21?
122   Cálculo II

14. A concessionária de uma rodovia modelou o fluxo


de tráfego num ponto de uma rodovia e encontrou
a expressão , com t
medido em horas e t = 0 corresponde a 7 horas da
manhã. Calcule quantos carros passam pelo ponto
das 7 horas às 9 horas da manhã.
Ana Brunet1
Leomir Joel Schweig2

Capítulo 5

Funções Logarítmicas,
Exponenciais e
Hiperbólicas 2

Introdução

Neste capítulo, vamos apresentar a função logaritmo natural


a partir da necessidade de uma primitiva para a função 1/t no
cálculo integral. Sua inversa será definida e, com ela, o núme-
ro e. As funções hiperbólicas aparecem em muitas aplicações
das ciências naturais e engenharia. Veremos que tais funções
são combinações de funções exponenciais.

1
  Mestre em Matemática (UFRGS), docente da ULBRA.
2 Adaptado por Leomir Joel SchweigMestre, Professor da Universidade Luterana
do Brasil.
124   Cálculo II

1 A função logaritmo natural

No Capítulo 2, Integrais Indefinidas, vimos a operação de inte-


gração como inversa da derivada. A regra de integração para
funções do tipo xn, com n racional e diferente de – 1, foi apre-
sentada como:

e para n = -1, como:

Em (*) é fácil ver que a derivada da função dada como a


primitiva é a função integrando, o que ratifica a fórmula. Po-
rém, para justificar (**) precisaremos do Teorema Fundamental
do Cálculo enunciado no Capítulo 3.

Primeiro, vamos observar o gráfico da função 1/t na Figura


5.1 para valores positivos de t.

Figura 5.1  Gráfico da função 1/t.


Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    125

Podemos ver que existe uma região entre o gráfico da fun-


ção e o eixo das abscissas. Se considerarmos um intervalo de
números positivos [a, b], então terá uma região limitada pelas
curvas y = 1/t, y = 0, t = a e t = b (Figura 5.2). Vimos no
Capítulo 3 que a área dessa região, já que a função assume
valores positivos nesse intervalo, é dada pela integral definida:

Figura 5.2  Região limitada pelo gráfico de y = 1/x, y = 0, x = a e x = b.

Definimos a função logaritmo natural (Notação: y = ln x) por:

onde
126   Cálculo II

Consequências da definição
Das propriedades da integral definida, decorre o estudo do
sinal da função ln.

Para x = 1, temos:

Para x = c > 1, temos:

Nesse caso, o valor da integral coincide com o valor da


área da região limitada pelas curvas y = 1/t, y = 0, t = 1 e t
= c. Isto é, a função ln assume valores positivos para x > 1.

Para x = c, com 0 < c <1, temos:

Para valores de c entre zero e um, a área da região limitada


pelas curvas y = 1/t, y = 0, t = c e t = 1 é dada pelo cálcu-
lo da integral definida com limite inferior igual a c e superior
igual a 1, pois c < 1. Então a função ln assume valores nega-
tivos no intervalo (0, 1).

Vamos apresentar, de maneira intuitiva, o estudo do com-


portamento da função logaritmo natural ao x tender ao infinito
e ao x tender a zero pela direita. Iniciaremos com o limite no
infinito.
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    127

A ideia geométrica desse limite é o cálculo da área da re-


gião não limitada representada na Figura 5.3.

Figura 5.3  Área sob o gráfico de y = 1/t com t >1.

A Figura 5.4 nos fornece uma visualização de uma aproxi-


mação por falta da integral procurada.

Figura 5.4  Aproximação por falta da área abaixo do gráfico de y = 1/t


com t > 1.
128   Cálculo II

O que estamos fazendo aqui é parecido com a Soma de


Riemann quando se toma para aumento o limite superior do
subintervalo de tamanho unitário, porém, o intervalo não é
limitado superiormente. Podemos escrever, então:

mas

Ou seja, estamos somando ½ infinitas vezes, o que resulta


em uma soma infinita. Assim,

O estudo do comportamento da função logaritmo natural


ao x tender a zero pela direita pode ser realizado de forma
parecida. Nesse caso, o limite resulta em menos infinito.

A função 1/t é contínua para valores positivos de t, então a


parte I do Teorema Fundamental do Cálculo fornece:

Ou seja, a derivada da função logaritmo natural é 1/x.


Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    129

Em geral, se temos:

Assim, por exemplo, para calcularmos a derivada da fun-


ção procedemos da seguinte maneira:

Gráfico da função Logaritmo Natural

Vimos que a derivada da função ln é 1/x. Logo, ln é cres-


cente em todo seu domínio, pois 1/x é positiva nesse intervalo.
Além disso, a função não apresenta pontos críticos, pois sua
derivada é contínua e sempre diferente de zero em A
derivada de segunda ordem é -1/x , função que é sempre ne-
2

gativa quando assume valores em Portanto, a função ln


é côncava em todo seu domínio. Vimos, também que:

Desse modo, o gráfico da função Logaritmo Natural pode


ser representado como na Figura 5.5.
130   Cálculo II

Figura 5.5  Gráfico da função ln.

Diferenciação Logarítmica

Podemos utilizar a função logaritmo e suas propriedades


para calcular derivadas de funções do tipo uv, onde u e v
são funções de x. Por exemplo, para calcular a derivada
da função podemos proceder do seguinte
modo:

Derivando membro a membro, lembrando que e


usando a regra da derivada do produto, vem:

isto é,
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    131

logo,

Como podemos escrever:

Um caso particular da aplicação da diferenciação loga-


rítmica é o cálculo da derivada da função exponencial y =
ax, com a > 0. Para tanto, procedemos da mesma forma do
exemplo anterior. Porém, nesse caso, a é uma constante real
positiva.

Derivando membro a membro, vem:

ou seja,

Como y = ax, podemos escrever:

Em geral, se temos:
132   Cálculo II

Então, a derivada da função y = 53x+2, por exemplo, pode


ser determinada pela fórmula acima:

Para calcularmos a derivada da função logaritmo em uma


base a qualquer, com pode-
mos escrever esse logaritmo como um logaritmo natural por
mudança de base. Ou seja,

Daí, como a é constante, portanto, ln a também, temos:

isto é,

em geral,
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    133

Por exemplo, a derivada da função é:

A diferenciação logarítmica também pode facilitar o cálcu-


lo da derivada de funções em que suas expressões envolvem
quocientes, produtos e potências. Por exemplo, vamos usar
diferenciação logarítmica para calcular a derivada da função

Aplica-se a função ln em ambos os lados:

Usa-se as propriedades da função ln:

Como ln e = 1, vem:
134   Cálculo II

Derivando membro a membro, obtemos:

isto é,

ou seja,

Experimente encontrar a derivada da função y dada pelas


regras de derivação anteriores, você perceberá que a diferen-
ciação logarítmica facilita os cálculos.

2 A função exponencial natural

A função Logaritmo Natural é contínua e bijetora, então ad-


mite inversa. Definimos a função Exponencial Natural como
a inversa da função Logaritmo Natural. (Notação: y = exp x)
Então:

onde
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    135

Para determinarmos a derivada da função Exponencial Na-


tural, vamos derivar membro a membro a segunda parte dessa
equivalência e usar o fato de que y = exp x é uma função que
depende da variável x. Daí vem:

ou seja,

isto é,

Mas y = exp x, então:

Assim, a derivada da função Exponencial Natural é ela


mesma!

Definimos o número e como aquele cujo logaritmo natural


assume o valor 1. Ou seja, ln e = 1. Pela definição, temos:

Decorre daí que exp x = ex, pois:


136   Cálculo II

Mas, pela propriedade dos logaritmos, é possível escrever:

Então podemos reescrever a derivada da função Exponen-


cial Natural como:

Em geral, se vem:

Por exemplo,

O gráfico da função Exponencial Natural (Figura 5.6) pode


ser obtido pela reflexão em relação à reta y = x.


Figura 5.6  Gráfico da função y = ex.
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    137

3 Funções hiperbólicas

Catenária é o nome que se deu à curva como as que fios sus-


pensos apresentam (Figura 5.7). Por muito tempo, procurou-se
uma parábola para descrever essa curva, porém a função que
a descreve envolve as funções e x e e – x.

Figura 5.7  Uma catenária.

As funções que estudaremos agora são chamadas funções


hiperbólicas. As funções e x e e – x estão envolvidas em suas
leis de formação e possuem esse nome porque têm com a
hipérbole a mesma relação que as funções trigonométricas
possuem com o círculo, como ilustram as Figura 5.8 e 5.9.
Além disso, as funções hiperbólicas se relacionam entre si de
maneira semelhante às trigonométricas. Mais especificamente,
são denominadas de seno hiperbólico, cosseno hiperbóli-
co, tangente hiperbólica, cotangente hiperbólica, secante
hiperbólica e cossecante hiperbólica e definidas por:
138   Cálculo II

O domínio das funções seno e cosseno hiperbólico são


todos os reais, bem como o domínio das funções secante e
tangente hiperbólicas, pois o cosseno hiperbólico não possui
raiz real. Já as funções cossecante e cotangente hiperbólicas
possuem domínio em isto é, em todos os reais menos no
zero, pois a função seno hiperbólico se anula em x = 0.

Uma catenária, como a representada na Figura 5.7, possui


equação da forma:

  
Figura 5.8  Ponto P sobre o círculo. Figura 5.9 
Ponto P sobre a hipérbole.

Os valores reais de t que determinam P(cos t, sen t) sobre o


círculo de raio unitário e centro na origem podem ser interpreta-
dos como a medida, em radianos, do ângulo CÔP e representa
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    139

o dobro da área do setor circular da região sombreada na Figura


5.8. Já os valores reais de t que determinam P(cosh t, senh t) sobre
o ramo direito da hipérbole não representa ângulo, porém, nos
fornece o dobro da área sombreada do setor hiperbólico da Figura
5.9.

Identidades Hiperbólicas
Algumas identidades hiperbólicas são:

Pelas duas últimas identidades apontadas, vemos que a


função seno hiperbólico é uma função ímpar e cosseno hiper-
bólico é uma função par. Essa informação é útil em muitas si-
tuações, como no cálculo de integrais definidas, por exemplo.
Essas identidades são de fácil verificação. Por exemplo, vamos
verificar que:
140   Cálculo II

Derivada de funções hiperbólicas


Outra semelhança das funções hiperbólicas com as trigono-
métricas são as fórmulas de derivação. Observe a lista das
derivadas das funções hiperbólicas:

Essas regras podem ser combinadas com a Regra da Ca-


deia. Por exemplo,

Outro exemplo,
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    141

Gráfico das funções hiperbólicas


Apresentaremos os gráficos das funções hiperbólicas, mas in-
dicaremos somente a construção da função seno hipérbólico.
Para tanto, vamos estudar o comportamento dessa função pe-
los recursos do cálculo.

Já vimos que a derivada da função seno hiperbólico é a


função cosseno hiperbólico, e que a derivada da função cos-
seno hiperbólico é o seno hiperbólico. Então, a derivada se-
gunda da função seno hiperbólico é a própria seno hiperbóli-
co. Isto é,

Para x = 0, se anula e é o único valor real de x que essa


expressão assume o valor zero. Portanto, é a única raiz real
dessa função. Para x < 0, a função assume valores negativos
e, para x > 0, assume valores positivos. Sua derivada , não
se anula, portanto, não existem pontos críticos e, além disso,
é sempre positiva, o que indica função crescente em todo
seu domínio. A derivada segunda possui uma raiz em x
= 0 a qual não é ponto crítico da função, portanto, é ponto de
inflexão. Temos, também, negativa para x < 0 e positiva
para x > 0, então a função é convexa para x < 0 e côncava
para x > 0. O estudo do limite no infinito dessa função nos dá
infinito negativo no menos infinito e infinito positivo no infinito.
142   Cálculo II

Figura 5.10  Gráfico da função seno hiperbólico.

As Figuras 5.11 e 5.12 apresentam os gráficos das funções


cosseno e tangente hiperbólicas, os quais podem ser construí-
dos pelos recursos do cálculo como apresentado para o seno
hiperbólico, assim como os gráficos das demais funções hiper-
bólicas. Nesse momento, você pode usar um recurso gráfico
como uma calculadora gráfica ou software matemático para
construir ou verificar sua construção.

Figura 5.11  Gráfico da função cosseno hiperbólico.


Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    143

Figura 5.12  Gráfico da função tangente hiperbólica.

Recapitulando

Usamos a Parte 1 do Teorema Fundamental do Cálculo para


definir a função logaritmo natural como a primitiva da função
1/t. Seu domínio são os reais positivos e sua imagem os reais.
Por ser uma função bijetora, a função logaritmo admite inversa
que é a função exponencial natural y = ex. Seu domínio é o
conjunto dos números reais e sua imagem os reais positivos.
Com a função logaritmo e suas propriedades, podemos deri-
var funções nas quais a variável aparece na base e no expoen-
te, chamada derivação logarítmica.

As funções hiperbólicas são combinações das funções ex


e e-x. Por sua ampla aplicação nas ciências naturais e enge-
nharia, merecem atenção especial e foram apresentadas neste
capítulo.
144   Cálculo II

Referências

ANTON, Howard A.; DAVIS, Stephen L.; BIVENS, Irl C. Cálcu-


lo, V. 2, 8. ed. Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de Uma Variável, V. 2,


7. ed. LTC, 2003.

STEWART, James. Cálculo, V. 2, 6. ed. Cengage Learning,


2009.

SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. São


Paulo: Makron Brooks.

Atividades

1) Use diferenciação logarítmica para encontrar a derivada


da função y dada em cada item.

2) Use as definições das funções hiperbólicas para verificar


as identidades hiperbólicas apresentadas neste capítulo.

3) Encontre y’ e y’’.
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    145

4) Encontre o ponto da curva em que a reta tan-


gente possui inclinação 1.

5) Esboce o gráfico de cada função.


a)

b)

c)

d)

6) Verifique que as funções y1 = senh x e y2 = cosh x são so-


luções da equação diferencial: y’’ – y = 0.
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 6

Integração por Partes

Introdução

Quando não podemos fazer manipulações algébricas no in-


tegrando de uma integral para utilizar uma das fórmulas de
integração vistas nos capítulos anteriores, devemos buscar mé-
todos para resolver a integral.

O primeiro método de integração que vamos estudar é o


método de integração por partes. Essa técnica é utilizada
principalmente quando o integrando é formado pelo produto
de duas funções, geralmente uma função algébrica e uma fun-
ção não algébrica, como, por exemplo,

1  Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


Capítulo 6   Integração por Partes   147

1 O método da integração por partes

O método da integração por partes baseia-se na derivada do


produto, vista nos Capítulos 6 e 7 do livro de Cálculo I.

Se u e v são funções de x, a regra da derivada do produto


é escrita na forma:

Ou simplesmente:

Se u e v são contínuas, podemos integrar ambos os lados


dessa equação;

Reescrevendo essa integral, isolando o termo fica-


mos com:

(1)

Que é a fórmula utilizada na integração por partes.

Veja que essa fórmula expressa uma integral (primeiro


membro da equação) em função de uma outra integral (no
148   Cálculo II

segundo membro da equação). Dependendo das escolhas de


u e , a integral do segundo membro pode se tornar mais
fácil ou mais complicada para resolver.

2 Exemplos

Exemplo 1: calcular

O primeiro passo é escolher u e apropriados, para que


possamos ter uma integral mais simples no segundo membro
da fórmula (1).

Assim, vamos fazer:

Logo:

Aplicando na fórmula (1):

A integral do segundo membro é bem mais simples, fican-


do o resultado final:
Capítulo 6   Integração por Partes   149

Veja o que ocorre se escolhermos da seguinte manei-


ra, isto é, fazendo:

No segundo membro da igualdade, a integral


é mais complicada do que a integral do primeiro membro.
Nesse caso, devemos fazer novamente a integração por partes
para essa integral e conforme escolhermos os novos u e
para essa integral, pode-se ter uma nova integral por partes
mais complicada, e assim por diante, nunca chegando ao fim.

Quando vamos aplicar a fórmula (1), o primeiro passo é


escolher qual o fator do integrando será . A expressão que
escolhermos para deve vir acompanhada pelo diferencial
. O restante do integrando será u . Calculamos, então, v
e . Em geral, chamamos de a parte mais complicada do
integrando que pode ser logo integrada.
150   Cálculo II

O mais importante na integração por partes é decidir o


produto inicial de modo que se obtenha o produto
mais fácil para integrar. De modo geral:

ÂÂEscolha u de modo que seja mais simples do que a


própria u .

ÂÂEscolha de modo que possa ser facilmente


calculada.

Exemplo 2: calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:

Exemplo 3: calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:


Capítulo 6   Integração por Partes   151

Exemplo 4: calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:

Exemplo 5: neste exemplo, vamos integrar por partes mais


de uma vez.

Calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:


152   Cálculo II

Exemplo 6: calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:


Capítulo 6   Integração por Partes   153

Podemos então reduzi-las a uma só:

OBS.: Resolva essa integral novamente, mas chamando ini-


cialmente u = cos x e

Exemplo 7: calcular Veja que essa é uma inte-


gral definida.

Primeiro vamos calcular a integral como se fosse


uma integral indefinida:
Fazendo: u = x, então então

Substituindo na fórmula (1): temos:


154   Cálculo II

Agora, utilizando os extremos de integração:

Exemplo 8: calcular Veja que essa também


é uma integral definida.
Capítulo 6   Integração por Partes   155

Primeiro vamos calcular a integral como se fosse


uma integral indefinida:
Fazendo: u = x , então então

Substituindo na fórmula (1): temos:

Agora, utilizando os extremos de integração:

Exemplo 9: calcular a área da região limitada pelo gráfico


da função o eixo x, desde x = 1 até x = 2.
156   Cálculo II

A seguir, o gráfico da função:

A área será calculada pela integral: .

Cálculo da integral indefinida:

Fazendo: , então e , então


.

Substituindo na fórmula (1): , temos:


Capítulo 6   Integração por Partes   157

Agora, utilizando os extremos de integração:

Exemplo 10: a velocidade de um móvel varia em função do

tempo de acordo com a função , no Sistema Interna-


cional. Sabendo que sua posição inicial é a origem, determine
sua posição no instante t e no instante 10 segundos.

A posição é calculada pela integral da velocidade. Cha-


mando de s(t) a posição em função do tempo, temos:
. Logo:

(que é uma integral por


partes).

Fazendo: u = t , então e , então


.

Substituindo na fórmula (1): , temos:


158   Cálculo II

Como a posição inicial é a origem, temos s (0) = 0. Logo:

Então, a posição em função do tempo t é dada por:


.

A posição no instante t = 10 segundos é:


Capítulo 6   Integração por Partes   159

Recapitulando

Neste capítulo, iniciamos o estudos das técnicas de integração


com a técnica da integração por partes. Essa técnica é utiliza-
da quando normalmente temos a integral de um produto de
funções e uma delas não é a diferencial da outra.

Referências

Referências básicas
ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. V. 1. Porto
Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. V. 1. Rio


de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2002.

STEWART, James. Cálculo. V. 1. São Paulo: Pioneira Thomson


Learning, 2006.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. V. 1. 3.


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.
160   Cálculo II

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. V. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. V.


I. São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. V.


1. São Paulo:

Leituras e sites recomendados


GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro:
LTC,2003. v. 1 à 3.
HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas
aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.
THOMAS, George B. Cálculo. V. I. São Paulo. Addison Wesley,
2005.

www.impa.br
www.sbem.com.br
www.somatematica.com.br

Atividades
1) Calcule as integrais:

a) f) k)

b) g) l)

c) h) m)
Capítulo 6   Integração por Partes   161

d) i) n)

e) j) o)

2) (ENADE 2014) No contexto de investimento e formação de


capital, se representa o montante do capital de uma
empresa existente em cada instante e representa a
taxa de investimento líquido por um período de tempo,
então

fornece o montante acumulado no período .

Considere que a função definida para ,


representa a taxa de investimento líquido, em milhares de re-
ais, de uma empresa de cosméticos.

Nesse caso, utilizando , o valor do montante


acumulado no período é igual a:

a) R$ 1 100,00   b) R$ 2 100,00   c) R$ 2 950,00


d) R$ 3 750,00  e) R$ 4 950,00

3. O valor da integral definida é:

a)   b)   c)   d)   e)

4. A função é contínua e positiva no inter-


valo [0; 1]. A área da região limitada pelo gráfico desta
função, o eixo x, e o intervalo [0; 1] vale aproximadamen-
te:
162   Cálculo II

 ) 2,421 u.a.   b) 2,121 u. a.   c) 1,235 u.a.


a
d) 1,075 u.a.   e) 0,909 u.a.

5. A função é contínua e positiva no inter-


valo . A área da região limitada pelo gráfico desta
função, o eixo dos x, neste intervalo é:

a) u.a.  b) u.a.  c) u.a.  d) u.a.


e) u.a.
Agostinho Iaqchan1
Leomir Joel Schweig2

Capítulo 7

Integrais de Potências de
Funções Trigonométricas 2

ÂÂ
P
ara a resolução das integrais de potências de Funções
Trigonométricas, é necessária, na maioria das vezes, a
substituição da função trigonométrica por outra variável
de integração e o uso da regra da substituição para a
resolução da integral. Em várias situações, para que se
identifique a derivada da variável adotada, faz-se neces-
sário o emprego das identidades trigonométricas.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


2 Adaptado por Leomir Joel SchweigMestre, Professor da Universidade Luterana
do Brasil.
164   Cálculo II

1 Identidades trigonométricas

A seguir, algumas identidades trigonométricas que podem ser


usadas na resolução de integrais de potências trigonométricas:

2 Integrais de potências trigonométricas


nas formas ou

Para as funções trigonométricas na forma


é possível resolver aplican-
do diretamente a regra da substituição. Por exemplo, a função
possui uma função trigonométrica na potência
3 e é resolvida utilizando a regra da substituição:

Exemplo 1:

Fazendo: e temos:
Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    165

Para a função não é possível resolver a sua integral


utilizando uma fórmula básica de integração ou diretamente
por meio da regra da substituição, como no exemplo anterior,
pois não temos um du disponível. Nesse caso, é necessário o
uso de uma identidade trigonométrica:

Exemplo 2: primeiro reescrevemos a função em um produ-


to de fatores separando um

resolvendo a integral simples de


166   Cálculo II

Exemplo 3: Para função , reescrevemos a função de


maneira que a integral fique em um produto de fatores sepa-
rando um

para temos
substituindo na integral:

substituindo u:


Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    167

Generalizando: de modo geral, para Integrais de funções


para k um número inteiro positivo ímpar,
ou seja, reescreve-se as funções de modo que

O mesmo método deve ser realizado para resolver

Para o caso das integrais de funções


para k um número inteiro positivo par, utiliza-se as identidades
dos ângulos-metade, de modo que

Exemplo 4: para a função a integração será reali-


zada reescrevendo a função seno e
168   Cálculo II

Quando for o caso de Integrais de funções

ÂÂpara m um número inteiro positivo par e deve-


-se reescrever a função trigonométrica separando um
fator e substituir os demais fatores por
e, então, utilizar a regra da substituição
com ou

ÂÂpara n um número inteiro positivo ímpar e deve-


-se reescrever a função trigonométrica separando um
fator substituir por
e utilizar a regra da substituição com
Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    169

Exemplo 5: para a integração da função


primeiro reescreve-se a função secante em potências de 2 e
depois utiliza-se a identidade

Exemplo 6: para a integração da função


primeiro reescreve-se a função trigonométrica separando um
fator para ser utilizado na regra da substituição,
pois para com
170   Cálculo II

Quando for o caso de Integrais de funções

ÂÂpara m um número inteiro positivo par e de-


ve-se reescrever a função trigonométrica separando
um fator e substituir os demais fatores por
e, então, utilizar a regra
da substituição com ou

ÂÂpara n um número inteiro positivo impar e


deve-se reescrever a função trigonométrica separando
um fator substituir por
e utilizar a regra da substituição com

Exemplo 7: para a integração da função


primeiro reescreve-se a função cossecante em potências de 2
e depois utiliza-se a identidade
Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    171

Exemplo 8 : para a integração da função


primeiro reescreve-se a função trigonométrica separando um fa-
tor para ser utilizado na regra da substituição,
pois para

Para os demais produtos


que não atendem as condições neces-
172   Cálculo II

sárias para utilizar os métodos apresentados, deve-se reduzir o


produto a uma das funções trigonométricas.

Exemplo 9: integração do produto temos:


Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    173
174   Cálculo II

Recapitulando

Neste capítulo, vimos as técnicas utilizadas para a integração


de potências trigonométricas. Realizamos manipulações no in-
tegrando para se utilizar as identidades trigonométricas e após
utilizar o método da substituição.

Referências

Referências básicas
ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. V. 1. Porto
Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. V. 1. Rio


de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2002.

STEWART, James. Cálculo. V. 1. São Paulo: Pioneira Thomson


Learning, 2006.

Atividades

1. Calcule a integral . (dica: utilize a


relação ).

2. Calcule a integral . (dica: utilize a


relação ).

3. Calcule a integral . (dica:


Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    175

e atenção com as
potências ímpares e o método a empregar).

4. Calcule a integral . (dica: como as


potências satisfaze as duas condições, calcule reduzindo
à função e depois à função e utilize a
identidade .

5. O valor da integral definida é:


a) 1/3 b) 2/3 c) 4/3
d) -2/3 e) -1/3
6. Calcule as integrais:

a) h)

b) i)
c) j)

d) k)

e) l)

f) m)

g) n)
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 8

Funções Trigonométricas
Inversas

Introdução

Neste capítulo, vamos estudar as funções trigonométricas in-


versas e suas derivadas e integrais. As funções trigonométricas
não são bijetoras (pois não são injetoras), portanto, não pos-
suem inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio de forma
apropriada, então a sua inversa será uma função.

1  Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   177

1 Função inversa

Quando as variáveis x e y se relacionam de modo que a cada


valor de x está associado um e somente um valor de y, dizemos
que y é em função de x e escrevemos y = f(x).

Se também ocorre que a cada valor de y está associado um


e somente um valor de x, dizemos também que x é em função
de y. Essa função recebe o nome de função inversa de f, e é
representada por f-1 e escrevemos x = f-1(y).

Se a função f tem inversa, dizemos que ela é inversível.

Observe que a função f deve ser bijetora, isto é, deve ser


sobrejetora e injetora.

Revisando esses conceitos:

ÂÂDizemos que uma função é sobrejetora quando todo


elemento y = f(x) for imagem de pelo menos um ele-
mento x do domínio.

ÂÂDizemos que uma função é injetora quando cada ele-


mento y = f(x) é imagem de um e somente um elemento
x do domínio.

ÂÂDizemos que uma função é bijetora quando ela for so-


brejetora e injetora ao mesmo tempo.

Então, se uma função é bijetora, para cada valor de x do


domínio tem um e somente um valor de y no contradomínio e
178   Cálculo II

cada valor de y do contradomínio tem um e somente um valor


de x no domínio. Existe uma relação um a um, chamada de
biunívoca. Veja que o domínio da função f(x) será a imagem
da função f-1(x) e a imagem de f(x) será o domínio de f-1(x).
Dizemos que as variáveis trocam de papel: x passa a ser y e y
passa a ser x.

Ex.: 1) Determinar a função inversa da função f ( x) = 3 x + 2.

Como a função é do primeiro grau, o domínio é o conjunto


dos reais e a imagem também é o conjunto dos reais.

Escrevemos: y = 3 x + 2.

Trocamos o papel das variáveis: x = 3 y + 2.


x−2
Isolamos y: y = .
3
Logo, a função inversa da função f ( x) = 3 x + 2 é a função
x−2
f −1 ( x) = .
3
Seu domínio é o conjunto dos reais, e a imagem também é
o conjunto dos reais.

Veja a representação gráfica de f (x) e de f −1 ( x) , em um


mesmo sistema de eixos cartesianos:
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   179

No gráfico, verificamos que as funções f ( x) = 3 x + 2 e


x−2
f −1 ( x) =são simétricas em relação à reta y = x. Veja
3
também que

Ex.: 2) Determinar a função inversa da função f ( x) = x 3 .

O domínio é o conjunto dos reais, e a imagem também é


o conjunto dos reais.

Escrevemos: y = x 3 .
180   Cálculo II

Trocamos o papel das variáveis: x = y 3 .

Isolamos y: y = 3 x .

Logo, a função inversa da função f ( x) = x 3 é a função


f −1 ( x) = 3 x .

Seu domínio é o conjunto dos reais, e a imagem também é


o conjunto dos reais.

Veja a representação gráfica de f (x) e de f −1 ( x) , em um


mesmo sistema de eixos cartesianos:

No gráfico, verificamos que as funções f ( x) = x 3 e


f −1 ( x) = 3 x são simétricas em relação à reta y = x.
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   181

Ex.: 3) Determinar a função inversa da função f ( x) = x 2 .

Essa função é do segundo grau (função quadrática). O


seu domínio é o conjunto dos reais e a imagem é o intervalo
[0 ; ∞ ) .
Podemos ver facilmente que essa função não é bijetora,
pois existem valores de y = f(x) que são imagem de mais de
um valor de x do domínio (ela não é injetora).

Ex.: f(-2) = 4 e f(2) = 4.

A inversa dessa função existe se fizermos uma restrição no


domínio.

Se fizermos o subconjunto [0 ; ∞) como o domínio e [0 ; ∞)


como contradomínio, ela possui inversa nesses intervalos. En-
tão:

f : [0 ; ∞) → [0 ; ∞) , definida por f ( x) = x 2 .
f −1 : [0 ; ∞) → [0 ; ∞) , definida por f −1 ( x) = x (consideremos
apenas a raiz positiva)

Veja a representação gráfica de f (x) e de f −1 ( x) , em um


mesmo sistema de eixos cartesianos:
182   Cálculo II

No gráfico, verificamos que as funções f ( x) = x 2 e


f −1 ( x) = x são simétricas em relação à reta y = x.

2 Funções trigonométricas

Já estudamos as funções trigonométricas, traçando seus grá-


ficos, determinando o domínio e a imagem e calculando suas
derivadas e integrais. A seguir, um resumo sobre as seis fun-
ções trigonométricas.
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   183

Quadro 1  funções trigonométricas, domínio e imagem

Quadro 2  funções trigonométricas, suas derivadas e integrais

Quadro 3  gráficos das funções trigonométricas


184   Cálculo II
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   185

3 Funções trigonométricas inversas

Como as funções trigonométricas são periódicas, elas não


são bijetoras. Em consequência, a inversa de uma função tri-
gonométrica não é uma função. Restringindo o domínio das
funções trigonométricas de forma apropriada, ela terá uma
função inversa dentro dessa restrição.

3.1 A função inversa da função seno


A função f ( x) = sen x , com domínio nos reais não possui
inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no intervalo
[− π 2 ; π 2] , ela possui inversa. Sua inversa é denominada
função arco seno e é simbolizada por y = arc sen x . Isto é:

Escrevemos: y = sen x .

Trocamos o papel das variáveis: x = sen y .

Isolamos y: y = é o arco cujo seno é x que é escrito na for-


ma: y = arc sen x .

Logo, a função inversa da função f ( x) = sen x é a função


−1
f ( x) = arc sen x .

y = arc sen x é o único ângulo em [− π 2 ; π 2] tal que


sen y = x
186   Cálculo II

A função inversa do seno, simbolizada por arc sen x , é


definida como

y = arc sen x se e somente se x = sen y

para − 1 ≤ x ≤ 1 e − π 2 ≤ y ≤ π 2

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = sen x com o domínio res-


tringido e o gráfico de y = arc sen x .

3.2 A função inversa da função cosseno


A função f ( x) = cos x , com domínio nos reais não possui in-
versa. Mas se restringirmos o seu domínio no intervalo [0 ; π ]
ela possui inversa. Sua inversa é denominada função arco
cosseno e é simbolizada por y = arc cos x . Isto é:

y = arccos x é o único ângulo em [0 ; π ] tal que cos y = x


Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   187

A função inversa do cosseno, simbolizada por arc cos x ,


é definida como

y = arc cos x se e somente se x = cos y

para − 1 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ π

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = cos x com o domínio res-


tringido e o gráfico de y = arc cos x .

3.3 A função inversa da função tangente


A função , com domínio {x ∈ R / x ≠ (π 2) + nπ } não
possui inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no interva-
lo (− π 2 ; π 2) , ela possui inversa. Sua inversa é denominada
função arco tangente e é simbolizada por . Isto é:

é o único ângulo em (− π 2 ; π 2) tal que


.
188   Cálculo II

A função inversa da tangente, simbolizada por arc tg x , é


definida como

se e somente se

para x ∈ R e − π 2 ≤ y ≤ π 2

Veja a seguir o gráfico de com o domínio res-


tringido e o gráfico de .

3.4 A função inversa da função cotangente


A função f ( x) = cot g x , com domínio {x ∈ R / x ≠ nπ } não
possui inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no intervalo
(0 ; π ) , ela possui inversa. Sua inversa é denominada função
arco cotangente e é simbolizada por y = arc cot g x . Isto é:

y = arc cot g x é o único ângulo em (0 ; π ) tal que


cot g y = x .
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   189

A função inversa da cotangente, simbolizada por arc cot g x ,


é definida como

y = arc cot g x se e somente se x = cot g y


para x ∈ R e

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = cot g x com o domínio


restringido e o gráfico de y = arc cot g x .

3.5 A função inversa da função secante


A função f ( x) = sec x , com domínio {x ∈ R / x ≠ (π 2) + nπ }
não possui inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no
intervalo [0 ; π 2 ) ∪ (π 2 ; π ] , ela possui inversa. Sua inver-
sa é denominada função arco secante e é simbolizada por
y = arc sec x . Isto é:

y = arc sec x é o único ângulo em [0 ; π 2 ) ∪ (π 2 ; π ] tal que


sec y = x .
190   Cálculo II

A função inversa da secante, simbolizada por arc sec x , é


definida como

y = arc sec x se e somente se x = sec y

para x ≥ 1 e y ∈ [0 ; π 2 ) ∪ (π 2 ; π ]

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = sec x com o domínio res-


tringido e o gráfico de y = arc sec x .

3.6 A função inversa da função cossecante


A função f ( x) = cos sec x , com domínio {x ∈ R / x ≠ nπ } não
possui inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no inter-
valo [− π 2 ; 0 ) ∪ (0 ; π 2] , ela possui inversa. Sua inversa é
denominada função arco cossecante e é simbolizada por
y = arc cos sec x . Isto é:
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   191

y = arccos sec x é o único ângulo em [− π 2 ; 0 ) ∪ (0 ; π 2]


tal que cos s sec y = x

A função inversa da cossecante, simbolizada por


arc cos sec x , é definida como

y = arc cos sec x se e somente se x = cos sec y

para x ≥ 1 e y ∈ [− π 2 ; 0 ) ∪ (0 ; π 2]

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = cos sec x com o domínio


restringido e o gráfico de y = arc cos sec x .
192   Cálculo II

4D
 erivada e integral das funções
trigonométricas inversas

4.1 Derivada da função inversa

Seja f uma função diferenciável e que admite uma fun-


ção inversa g = f −1 e se

f ' ( g ( x) ≠ 0 , então g = f −1 é diferenciável e


1
g ' ( x) =
f ' ( g ( x)
[ ]'
ou f −1 ( x) =
1
f ' ( f −1 ( x) )

Demonstração:

Sabemos que .

Derivando os dois membros da igualdades, temos:

Aplicando a regra da cadeia no primeiro membro, fica:

Logo:
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   193

4.2 D
 erivada e integral das funções
trigonométricas inversas
4.2.1 Derivada da função y = arc sen u

Demonstração
194   Cálculo II

Se u é uma função derivável de x , obtemos, pela regra


da cadeia:

Da mesma maneira que obtemos essa forma, podemos


obter as fórmulas gerais de derivadas das outras funções tri-
gonométricas inversas. A seguir, mostramos uma tabela das
derivadas das funções trigonométricas inversas e as integrais.

Exercícios resolvidos I

Calcule a derivada de cada função a seguir:


Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   195
196   Cálculo II

Exercícios resolvidos II

Calcule as integrais:
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   197

Na forma como essa integral foi dada, não se parece


com nenhuma das fórmulas de integração conhecidas.
Então, vamos fazer a mudança de variável:

Essa forma também não tem nas fórmulas conhecidas,


pois aparece uma adição no numerador. Nesse caso,
vamos separar em duas integrais:

Na primeira integral, utilizamos a regra da potência e


a segunda integral é um arco seno:
198   Cálculo II

Essa forma também não tem nas fórmulas conhecidas.


Veja que o polinômio do numerador possui grau maior
do que o polinômio do denominador. Dividindo esses
polinômios encontramos:
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   199

Essa forma também não tem nas fórmulas conhecidas.


Veja que o denominador é um polinômio do segundo
grau. Nesse caso, utilizamos uma técnica chamada
“completar quadrados” para transformar o polinômio
do denominador em um quadrado perfeito:

Essa é semelhante à anterior. A diferença é que o coe-


ficiente do termo de maior grau é diferente de 1. Nes-
200   Cálculo II

ses casos, colocamos em evidência esses coeficientes.


Veja:
2x2 – 8x + 10 = 2.(x2 – 4x + 5)

= 2.(x2 – 4x + 5 + 4 – 4)

= 2. (x2 – 4x + 4 + 5 – 4)

= 2. [(x – 2)2 + 1]

= 2. (u2 + a2)
u = x – 2, du = dx e a = 1

Então:

Vamos completar os quadrados do polinômio do radicando:


3x – x2 = – (x2 – 3x) = – (x2 – 3x + 9/4 – 9/4) = – [(x – 3/2)2 – (3/2)2] =

= (3/2)2 – (x – 3/2)2
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   201

u = x – 3/2, du = dx e a = 3/2      a2 – u2

Então:

Recapitulando

No início do capítulo, fizemos uma revisão sobre a função


inversa. Vimos qual a condição para que uma função tenha
inversa, seus gráficos e propriedades. Definimos as funções
202   Cálculo II

trigonométricas inversas e vimos a derivada e a integral das


mesmas.

Referências

Referências básicas
ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. V. 1. Porto
Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. V. 1. Rio


de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2002.

STEWART, James. Cálculo. V. 1. São Paulo: Pioneira Thomson


Learning, 2006.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. V. 1. 3.


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. V. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. V.


I. São Paulo: Mc
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   203

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. V.


1. São Paulo: Mcgraw Hill.

Leituras e sites recomendados


HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas
aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

THOMAS, George B. Cálculo. V. I. São Paulo. Addison Wesley,


2005.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro:


LTC,2003. v. 1 à 3.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br

Atividades
1) Calcule a derivada de cada função:

 )
a    b)
c)

2) Calcule a derivada de cada função:

a) b)

c) d)
3) Calcule a derivada de cada função:

a) b)
204   Cálculo II

c) , para x=0

4) Uma partícula se desloca ao longo de uma trajetória retilí-


nea de modo que em qualquer instante t 0 sua posição
é dada por . Calcule a velocidade da
partícula no instante t = 16.

5) Calcule as integrais:

a)
f)
b) g)

c) h)
d) i)

e) j)
Agostinho Iaqchan Ryokiti Homa1
Leomir Joel Schweig2

Capítulo 9

Integrais por
Substituição 2

ÂÂ
P
ara a integração de funções, primeiramente faz-se uso
das fórmulas de integração e, se não há uma fórmula
diretamente aplicável, manipula-se a função para ade-
quá-la às fórmulas disponíveis e/ou para que seja possível
aplicar um método de integração conhecido.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


2 Adaptado por Leomir Joel SchweigMestre, Professor da Universidade Luterana
do Brasil.
206   Cálculo II

Não há uma regra ou maneira para identificar qual o mé-


todo mais adequado para a integração de uma função qual-
quer, mas algumas características nos sugerem ou indicam um
método que pode ser “tentado” para solucionar. Salienta-se
que algumas tentativas com métodos distintos são parte do
caminho para a solução e que, ao se esgotar o repertório co-
nhecido, faz-se necessário o emprego de manipulações algé-
bricas e substituições da variável de integração para adequar
a função a uma fórmula de integração conhecida.

Serão apresentados métodos de substituição da variável de


integração para:

ÂÂfunções racionais de seno e cosseno;

ÂÂintegrando com potências fracionárias.

1 Integração de funções racionais de seno


e cosseno

Para funções racionais de pode-se utilizar


. Para isso, transforma-se as identidades trigono-
métricas
de modo que:
Capítulo 9   Integrais por Substituição   207
208   Cálculo II

Podemos utilizar as substituições para resolvermos funções


racionais de seno e cosseno da seguinte maneira.

Exemplo 1:
Capítulo 9   Integrais por Substituição   209

2 Integrando com potências fracionárias

Para integrandos com potências fracionárias de emprega-se


a substituição para
dos denominadores dos expoentes, simplificando assim o inte-
grando.

Exemplo 2:
210   Cálculo II

Exemplo 3:
Capítulo 9   Integrais por Substituição   211

3 Substituição trigonométrica

Para integrais que envolvam um integrando na forma


é conveniente realizar uma
transformação trigonométrica mudando a variável de integra-
ção x por , utilizando identidades trigonométricas apropriadas.

Para utiliza-se e a identidade

Para utiliza-se e a identidade


212   Cálculo II

Para utiliza-se e a identidade

Para resolver a integral de não é preciso utilizar


das substituições trigonométricas, pois logo
é possível resolver a integral pela regra da substituição com
mas para um integrando é
conveniente o uso da substituição trigonométrica. Nesse caso,
utiliza-se

Exemplo 4:
Capítulo 9   Integrais por Substituição   213

Ressalta-se que, para que seja possível realizar a volta para a


variável de integração original, é preciso considerar, nas subs-
214   Cálculo II

tituições trigonométricas, a restrição do intervalo de para que


a função seja injetora. Desse modo, temos que para:

Para um integrando é conveniente o uso da subs-


tituição trigonométrica. Nesse caso, utiliza-se

Exemplo 5:
Capítulo 9   Integrais por Substituição   215

Recapitulando

Neste capítulo, utilizamos manipulações algébricas e substitui-


ções trigonométricas para o cálculo de integrais para adequar a
função do integrando a uma fórmula de integração conhecida.
É o caso, principalmente, quando temos no integrando funções
racionais de seno e cosseno e potências fracionárias. Vimos a
necessidades da utilização das relações trigonométricas.
216   Cálculo II

Referências

GEORGE F. S. Cálculo com Geometria Analítica – Volume


1. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica – Volume


1. 2. ed. São Paulo, 1986.

STEWART, J. Cálculo – Volume I. São Paulo: Cengage Lear-


ning, 2011.

Atividades
1) Calculando a integral , encontramos:

a)

b)

c)

d)

e)

2) Calculando a integral , encontramos:

a)

b)
Capítulo 9   Integrais por Substituição   217

c)

d)

e)

3) Calculando a integral , encontramos:

a)

b)

c)

d)

e)

4) Calculando a integral , encontramos:

a)

b)

c)

d)

e)
218   Cálculo II

5) Calculando a integral , encontramos:

a)

b)

c)

d)

e)

6) Calcule a integral (Dica: após as substituições,


utilize o método por frações parciais para resolver a inte-
gral)
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 10

Integração de Funções
Racionais

Introdução
f ( x)
Se uma função q = g ( x) é racional, então f (x) e g (x) são
polinômios. Neste capítulo, vamos estudar técnicas ou regras
para o cálculo da integral das funções racionais.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


220   Cálculo II

1 Fração parcial

Considere, por exemplo, a seguinte adição entre duas frações


algébricas:

Resolvendo essa adição, encontramos:

Veja que a fração é uma fração racional e


é a soma das duas outras frações mais simples. Essas frações
5 2
mais simples, e , são chamadas frações parciais.
x−2 x+3

Quando escrevemos , a expressão

à direita da igualdade é chamada de decomposição em fra-


ções parciais.

Então, para achar a integral da função racional, integra-


mos cada uma das frações parciais que fazem parte da de-
composição. Nesse caso, temos:
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   221

O problema consiste, então, em encontrar as frações par-


ciais da função racional que se quer integrar e aí integrar cada
fração parcial.

As técnicas para integrar por fração parcial são aplicadas


somente se o numerador ( f (x) ) tiver grau menor do que o
grau do denominador ( g (x) ). Se o grau de f (x) for maior
que o grau de g (x) , devemos, primeiramente, dividir os po-
linômios para encontrar a fração na forma adequada. Por
exemplo:

x3 + 2x 2 + 4x −1 5x + 1
2
= x+2+ 2
x −1 x −1

5x + 1
Na fração , o grau do numerador é menor que o
x2 − 1
grau do denominador. Então essa fração será decomposta em
frações parciais.
222   Cálculo II

f ( x)
2C
 omo decompor uma fração em
g ( x)
frações parciais (diretrizes)

1) Se o grau de f (x) for maior ou igual ao grau de g (x) ,


divida os polinômios para

obter a forma:
f ( x) f ( x)
= (polinômio) + 1
g ( x) g1 ( x )

onde o grau de f1 ( x) é menor que o grau de g1 ( x) . Após,


siga as etapas 2, 3 e 4.

2) Fatore o denominador, escrevendo-o como um produto


de fatores ou , com m e n inteiros
e não negativos.

3) Fatores lineares: para cada fator , com m ≥ 1 , a


decomposição em frações parciais contém uma soma de
m frações parciais da forma:

onde cada numerador é um número real.

4) Fatores quadráticos: para cada fator ,


n ≥ 1 , a decomposição em frações parciais contém uma
soma de n frações parciais na forma:
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   223

onde cada coeficiente A e B do numerador é um número


real.

Exercícios resolvidos

1) Calcular

Veja que o grau do numerador é maior que o grau do


denominador. Portanto, devemos dividir o numerador pelo de-
nominador. A fração fica, portanto, na forma:

x3 + 2x 2 + 4x −1 5x + 1
2
= x+2+ 2
x −1 x −1

Logo, temos: (1)

A primeira integral é direta, e a segunda vamos resolver por


fração parcial.

Conforme as diretrizes em 10.2, vamos fatorar o denomi-


nador:
x 2 − 1 = ( x + 1).( x − 1)
224   Cálculo II

Temos, então, uma fração parcial para cada fator e:

5x + 1 A B
2
= + , onde temos que calcular A e B .
x −1 x +1 x −1
Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro
da igualdade:

5 x + 1 A( x − 1) + B( x + 1)
=
x 2 −1 ( x + 1).( x − 1) e multiplicando pelo denominador
comum, temos a equação
5 x + 1 = A( x − 1) + B ( x + 1)

Fazendo x = 1 : 5.1 + 1 = A(1 − 1) + B(1 + 1)


6 = 2B

B=3

Fazendo x = −1 : 5.( −1) + 1 = A(−1 − 1) + B(−1 + 1)


− 4 = −2 A

A=2
5x + 1 2 3
A decomposição em frações parciais é: 2
= +
x −1 x +1 x −1
Resolvendo, então, a integral (1) acima:
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   225

2) Calcular

Fatorando o denominador, temos: x 2 + x − 6 = ( x + 3).( x − 2) .

Temos, então, uma fração parcial para cada fator e:


x+2 A B
2
= + , onde temos que calcular A e B .
x + x−6 x+3 x−2
Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro
da igualdade:

x+2 A( x − 2) + B( x + 3)
=
2
x + x−6 ( x + 3).( x − 2) e multiplicando pelo denomi-
nador comum, temos a equação
x + 2 = A( x − 2) + B( x + 3)

Fazendo x = 2 : 2 + 2 = A(2 − 2) + B(2 + 3)


4 = 5B

4
B=
5

Fazendo x = −3 : − 3 + 2 = A(−3 − 2) + B(−3 + 3)


− 1 = −5 A
226   Cálculo II

1
A=
5

x+2 15 45
A decomposição em frações parciais é: 2
= +
x + x−6 x+3 x−2
Resolvendo a integral proposta, temos:

3) Calcular

Fatorando o denominador, temos:


x + 2 x 2 − 3 x = x( x + 3).( x − 1) .
3

Temos, então, uma fração parcial para cada fator e:

, onde temos que calcular


A, B e C .

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   227

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação

− 9 = A.3.( −1)

− 9 = −3 A

A=3

Fazendo x = 1 :
8 = 4C

C=2

Fazendo x = −3 :

A decomposição em frações parciais é:


228   Cálculo II

Resolvendo a integral proposta, temos:

4) Calcular

Fatorando o denominador, temos:


x + 2 x 2 + x = x( x 2 + 2 x + 1) = x( x + 1) 2 .
3

Temos, então, uma fração parcial para cada potência de


x e ( x + 1) :

, onde temos que calcular


A, B e C .

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação


Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   229

Fazendo x = 0 :
6= A

A=6

Fazendo x = −1 :
− 9 = −C

C =9

Como não existem mais valores para x , vamos atribuir


x = 1 e usar os valores de A = 6 e C = 9, para calcular o
valor de B.

−2
B=
2

B = −1

A decomposição em fração parcial é:


230   Cálculo II

Resolvendo a integral proposta, temos:

5) Calcular

Fatorando o denominador, temos: x 4 + 2 x 2 + 1 = ( x 2 + 1) 2 .

Temos, então, uma fração parcial para cada potência de


2
( x + 1) :

, onde temos que calcular A ,


B, C e D.

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação


Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   231

Igualando os coeficientes na última igualdade obtemos:

A = 0 , B = 1 , C = 0 e D = −1

A decomposição em fração parcial é:

Resolvendo a integral proposta, temos:

A primeira integral é calculada pela regra do arco tangente


e a segunda por substituição trigonométrica. Temos, então:

6) Calcular

Fatorando o denominador, temos:


.

Temos, então, uma fração parcial para cada fator:

, onde temos que cal-


cular A , B e C .
232   Cálculo II

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação

Igualando os coeficientes da última igualdade obtemos:

Resolvendo esse sistema, encontramos: A = 3 , B = 1 e


C = −5

A decomposição em fração parcial é:

ou

Resolvendo a integral proposta, temos:


Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   233

7) Calcular

Fatorando o denominador, temos:


.

Temos, então, uma fração parcial para cada fator:

, onde temos que calcular A ,


B e C.

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação

Igualando os coeficientes da última igualdade obtemos:

Resolvendo esse sistema, encontramos: A = 1 , B = −1 e


C = −1
234   Cálculo II

A decomposição em fração parcial é:

Resolvendo a integral proposta, temos:

Recapitulando

Neste capítulo, vimos a técnica de integração chamada de-


composição em frações parciais.

Essa técnica é utilizada quando temos uma função racio-


nal com o grau do polinômio do denominador maior do que
o grau do polinômio do numerador e o numerador não é o
diferencial do denominador. Vimos como transformamos uma
fração numa soma de frações mais simples, chamadas de fra-
ções parciais. Então a integral da função racional será a soma
das integrais de cada fração parcial.

Referências

Referências básicas
ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. V. 1. Porto
Alegre: Bookman, 2007.
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   235

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. V. 1. Rio


de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2002.

STEWART, James. Cálculo. V. 1. São Paulo: Pioneira Thomson


Learning, 2006.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. V. 1. 3.


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. V. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. V.


I. São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. V.


1. São Paulo:

Leituras e sites recomendados


GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro:
LTC,2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas


aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

THOMAS, George B. Cálculo. V. I. São Paulo. Addison Wesley,


2005.
236   Cálculo II

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br

Atividades
1) Calcule as integrais:

a) b)

c) d)

2) Calcule as integrais:

a)  b)  c)

3) Calcule as integrais:

a)  b)  c)

4) Calcule as integrais:

a) b)

c) d)

5) Calcule as integrais definidas:

a)    b)   c)
Gabaritos   237

Gabarito

Capítulo 1
1) a)   b)
2) a)  b)  c)

3) 6,1666   4) 0,0318 cm   5) 0,05r ou 5% do raio

6) a) 4,0625  b) 5,067  c) 4,125  d) 6,333  e) 2,333

7) 2π m²   8) 5% , 6,67%    9) dV = 12 cm³

10) dV = 2,56π cm³ ou dV 8,0384 cm³   11) 8 cm²

12) dV = 4π cm³ ou dV 12,56 cm³    13) 45% , 15%


238    Gabaritos

Capítulo 2
1)
x2 1 1 1
+ x+C − − 2 + 3 +C
a) 2 m) x x x

5x 2 n) − 4 cos x − 3sen x + C
9x − +C
b) 2 1
o) − 4 x 2 + C
t 6 3t 2
c) 6 + 2 + 2t + C u4 2

8 p) 4 − u + 7u + C
d) − 3s 3 + C 33 x 5
− 55 x 4 + 4 x + C
5 q) 5
− +C
e) 45 t 4 4 y3 y5
r) 4 y + + +C
5 x 4 1 55 x 3 3 5
+ − +C s)
f) 4 x 8
g) 2 x + C t)
u) sec x + x + C
h) 2 x + C
v)
5t 2
− 9t + C w) − cos y + C
i) 2
x4 4 x3 9
j) 4 x
− +C x) 3 − 6 x − x + C

1 y)
k) − x + C
z)
l)
Gabaritos   239

x3
2) a) + x   b)   c)
6
d) − cos θ + 6

t3
3) v(t ) = 4t −   
6

3 5x
4) a)   b) e + c   
5
1
c)    d) − e −2 x + c
2
4 3 8
e) x − 2 x + 3 ln x + c   f) ( x 3 − 1) 3 + c
3 9

sen 4 x
g) + c   h) − e cos x + c
4

1 1
i) − + c   j) sen( x 5 − 2) + c   k)
3sen(3 x) 5

(ln x) 3 1
l) + c   m) ( x 2 + 2 x) 3 + c   n) e sent + c
3 3

13
o) (1 + z 3 ) 2 + c   p)
2
5)   6) f ( x) = − x 3 + x 2 + 4 x + 1
7)
t 1
8) f (t ) = − π cos(πt ) + 2 + π   9) s (8) = 384 pés
240    Gabaritos

10)

11)  e 

12) a)   b)


c)

d)   e)
f)

g)   h)   i)

j)   k)
l)

m)   n)
o)

p)   q)

r)

s)   t)   u)

v)

13) 9,312 milhões

14) a)   b)
Gabaritos   241

15) a 1,17 m/s²   d 189,1 m

Capítulo 3

1) a)   b)
c)
2) a) -6  b) 38  c) 4  d) 30  e) 230  f) -4

3) 
a) 24  b) 8/3  c) 6  d) 1  e)    f) 10,75
g) 37  h) 8,3944  i) 8/5  j) 4

4) 
a) 30  b) 0,60948  c) 0  d) 1/3  e) 1,7183
f) 0,8047  g) 1/2  h) 1/4

5) a) 36 u.a.   b) 5,33 u.a.   c) 2,25 u.a.   d) u.a.


e) 8,91 u.a. f) 10 u.a.
6) d
242    Gabaritos

Capítulo 4

1)

9
u. a.
a) 2

9
b) u. a.
2
Gabaritos   243

c)

 −1+ 4 2 
d)   u. a.

 3 
244    Gabaritos

1
e) u. a.
2

f)
Gabaritos   245

4 2 −4
u.a.
g) 3

2) a)   b)   c)

d)   e)   f)   

g)
3) 9.000J

4) a) 58,03 J    b) 14,04 J

5)
a) 52/3 u.a.
246    Gabaritos

b) 256/3 u.a.

6) 22/3 u.a.
Gabaritos   247

7) 1/6 u.a.

8) 10 u.a.
248    Gabaritos
Gabaritos   249

9) a) 19,5 u.a.

b) u.a.
250    Gabaritos

c) 1/6 u.a.

d) 32/3 u.a.
Gabaritos   251

e) 2,35 u.a.

10) a) u.v.  b) u.v.  c) u.v.


d) u.v.  e) u.v.
11) d
12) 24.054 L
13) 188 televisores
14) 10.280 carros

Capítulo 5

1) a)

b)

c)
252    Gabaritos

d)

e)
2) Use as ideias apresentadas na identidade verificada neste
capítulo.

3) a)
b)
c)

d)
e)
4) (0,0)
5)
a)
b)


Gabaritos   253

c) d)

6) Calcule a derivada segunda de y1 e substitua na equação.


Verifique que ao substituir y1’’ e y1 na equação, obtém uma
identidade. O mesmo ocorre com y2.

Capítulo 6

e2x
1) a) (2 x − 1) + C b)
4
c) d) − e − x ( x + 1) + C

e3x 2 2 x 2
e) (x − + ) + C f)
3 3 9

2 2
g) h) x x (ln x − ) + C
3 3

e−x
i) j) − ( sen x + cos x) + C
2
k) l)
254    Gabaritos

π2 −4
m)    n)    o)
8
2) c   3) b   4) e   5) d

Capítulo 7
1)

2)

3)

4)

5) c

6)
a)

b)

c)

d)

e)

f)
Gabaritos   255

g)

h)

i)

j)

k)

l)

m)

n)

Capítulo 8

3x 2 1
1) a) f ' ( x) =   b) f ' ( x) =
1− x6 − x2 − x
1
c) f ' ( x) = −
x 1 − (ln x) 2

3 3
2) a) f ' ( x) = 2
  b) f ' ( x) = 2
1 + 9x 9x + 6x + 2

2 3
c) f ' ( x) =   d) f ' ( x) = 3x 2 arc cot g ( x 3) − 3x 2
x x4 −1 9+ x
256    Gabaritos

1
3) a) f ' ( x) =   b)
2x
e −1
1
c) −
2 3
4)

5)

a) f)

b) arc sen ( x 3) + C π
g)
6
arc sec 3 x + C h)
c)
1  x − 2 1  x + 3
arc tan  +C i)  2 arc tg 2  + C
d) 3  3     
1  3x  j)
arc sen   + C
e) 3  4 

Capítulo 9
1) c 2) e 3) d 4) a 5) b

6)

Capítulo 10

1) a)
Gabaritos   257

b)

c)
d)

2) a)

b)
c)

3) a)
b)

c)

4) a)

b)

c)

d)

5) a)   b)

c)

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