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Faculdade Cidade Verde – FCV

Resenha
Tema: A Prevenção da Saúde e seus Impactos Positivos

Curso: Auditoria em saúde


Disciplina: Saúde Preventiva e Promoção da saúde
Aluno: Bruna Fernanda Barbosa Queiroz

O desenvolvimento das políticas de saúde sempre esteve intimamente ligado aos


processos de desenvolvimento da educação, seja no âmbito das políticas de educação
em saúde, ou, seja no âmbito da emancipação das pessoas tendo a educação como
determinante de saúde.

Nos antigos modelos de atenção à saúde, sobretudo na transição do Brasil colônia


para a República, as ações de educação em saúde eram voltadas as camadas da alta
sociedade, sendo aos pobres e escravos direcionadas orientações sobre condições de
higiene em um caráter coercitivo, onde chegamos a ter a polícia sanitária em alguns
estados do Brasil neste período.

Apesar do perfil higienista e autoritário utilizado na época, tais medidas


colaboravam não apenas com a manutenção da “ordem” através do condicionamento e
segregação de pessoas “limpas”, mas também auxiliava na tentativa de contar a
propagação de doenças endêmicas, principal perfil epidemiológico da época.

Com o destaque da economia agroexportadora no início do século XX, as medidas


de higienistas tomaram forma de uma política sanitária, já que as exportações deveriam
estar livres de pestes, bem como a saúde da população nas regiões portuárias
influenciava nas negociações. Neste momento tais temas entram para os currículos de
escolas médicas, é criado o departamento de saúde pública no Rio de Janeiro e é
iniciado o advento na vacina no Brasil.
Todas estas ações trazem em seu amago, a educação em saúde. A população
deveria ser orientada a fim de evitar a propagação de doenças a participar de
campanhas, que tiverem caráter compulsório inicialmente.

Um nome em destaque neste período foi o de Oswaldo Cruz, responsável pela


erradicação da febre amarela no RJ e introdutor da vacina contra a varíola. Oswaldo
Cruz recebeu muitas críticas pelo próprio desconhecimento da população acerca de suas
ações, porém seus resultados foram bastante satisfatórios no período.

Ao observamos os dados históricos, percebemos o quanto faltou educação em


saúde no período de Oswaldo Cruz, o desconhecimento levou inclusive à chamada
revolta da vacina, e posterior afastamento de Oswaldo, sendo seguido por Carlos
Chagas. Carlos Chagas aproximou as ações de Oswaldo aos modelos de “educação
sanitária” utilizada em países como Estados Unidos, atenuando o caráter higienista e
adquirindo maior apoio popular, sendo seus preceitos incorporados inclusive em escolas
de educação infantil.

Com o avanço da concepção de saúde, a instituição de um sistema de saúde


ligado ao regime previdenciário e consequente aumento de acesso aos serviços de
saúde por parte de população o conceito de “educação sanitária” ganhou uma nova
roupagem com um caráter mais abrangente, sendo a chegada da “educação em saúde”.

Outro fator de extrema relevância para a extrapolação do termo “sanitário” para o


termo “saúde” foi a criação das escolas de saúde pública, onde as discussões acerca do
temas ganharam destaque e relevância, sendo agora a saúde pensada e discutida não
apenas por pessoas da classe médica.

Assim, com o golpe militar em 1964, tais movimentos e discussões foram


suprimidos, houve também a explosão de doenças endêmicas, em especial as
síndromes diarreicas, até que ao final dos anos 80 este movimento reivindicatório ganha
força após a queda do regime militar, sendo a Reforma Sanitária o movimento que
propunha uma nova concepção de saúde, tendo este como direito, dever de Estado de
ordem multifatorial, não apenas pautada na ausência de doenças.
Em 1986 temos a 8 conferência nacional de saúde, onde estas questões são
discutidas e um novo modelo e conceito de saúde é proposto, sendo garantido
posteriormente em 1988 na constituição feral, onde no artigo 196, cita a saúde como
direito de todos e dever do Estado, constituindo-se o nosso Sistema Único de Saúde –
SUS, de acesso universal, integral e pautado na equidade.

Neste período já estavam sendo levando discussões acerca dos settings de saúde
ao redor do mundo. “settings particulares oferecem oportunidades práticas para a
implementação de estratégias abrangentes. Estas incluem metrópoles, ilhas, cidades,
municipalidades, comunidades locais, mercados, escolas, o local de trabalho, e
estabelecimentos de cuidados em saúde” (WHO, 1997, p.2).

E ainda: “Settings para a saúde representam a base organizacional da


infraestrutura requerida para a saúde” (WHO, 1997, p.4). Ao final dos anos 1990, já havia
vários grupos de pesquisadores e profissionais interessados na iniciativa, utilizando o
prefixo “promotor(a) da saúde” ou “saudável” nos diversos settings, formando projetos e
redes de apoio nacionais e internacionais, tais como as escolas promotoras de saúde,
os hospitais promotores de saúde, os locais de trabalho saudáveis, as cidades, ilhas,
vilas, saudáveis, entre vários outros e, em grande parte, sob os auspić ios da
Organização Munidal de Saúde (OMS/WHO).

Em discussão, o OMS descreveu os settings off health como “O lugar ou contexto


social no qual as pessoas engajam-se em atividades cotidianas e nos quais os fatores
ambientais, organizacionais e pessoais interagem para afetar a saúde e o bem estar”
(WHO, 1998, p.19).

Doris (2007) compreende que a abordagem por settings tem como base três
elementos: • a criação de ambientes de vida e de trabalho favoráveis à saúde; • a
integração da saúde e de estratégias promotoras de saúde no planeja- mento e
estratégico de organizações, empresas, instituições e nas ativida- des diárias, ou rotinas
dos settings; • integração de um setting com outros settings e com toda a comunidade,
reconhecendo-se que as pessoas não operam em apenas um setting, e que um setting
apresenta impactos para fora dele mesmo. Assim, visa contri- buir para a saúde e bem
estar geral. E para que a estratégia seja implementada com uma heterogeneidade
aceitável, sugere-se que as abordagens por settings devem ser consolidadas em valores,
como participação, equidade e colaboração, e caracterizadas por três dimensões
interconectadas:

 Um modelo ecológico de promoção da saúde


 Uma perspectiva sistêmica
 Desenvolvimento de abordagens sistêmicas integrais (whole system
approach)

́ ios e perspectivas construid


O modelo sustenta-se em princip ́ as a partir da
carta de Ottawa e a Agenda 21 (Dooris, 1998):

• Um entendimento holiś tico e socioecológico da saúde: um modelo holiś tico,


salutogênico e socioecológico da promoção de saúde tem em conta a in- teração
dinâmica entre as pessoas e os fatores ambientais mais amplos que determinam a
saúde, e reconhece que os settings nos quais as pessoas vivem, trabalham e se divertem
apresentam um papel determinante fun- damental para a sua saúde.

• Foco nas populações, polit́ icas e ambientes: o foco primário nas


populações, em vez dos individ
́ uos, conduz o foco das intervenções na construção de
uma polit́ ica organizacional saudável para facilitar a criação de ambien- tes favoráveis à
saúde.

• Equidade e justiça social: um compromisso com a igualdade de oportuni-


dades garante que as organizações trabalhem pela justiça e pela prote- ção dos direitos
humanos e que as intervenções por settings promovam a equidade na saúde.

• Participação da comunidade: a participação da comunidade permite que as


pessoas de todas as partes e todos os niv́ eis de uma comunidade ou uma organização
se envolvam para articular as suas preocupações e necessi- dades, para serem ouvidas,
para avaliar suas capacidades e para partici- par ativamente em todas as fases do
processo.

• Capacitação e empowerment: individ


́ uos, grupos e comunidades precisam
ser capacitados a ter maior controle sobre suas vidas e a realizar ações para mudanças.
• Cooperação: a construção de efetivas cooperações interdisciplinares, in-
terdepartamentais e interinstitucionais promove inovações e o suporte mútuo.

• Consenso e mediação: as organizações e a sociedade em geral são


caracteri- zadas por apresentarem diferentes interesses, e por isso é importante me- diar
as tomadas de decisões através de meios que priorizem a resolução dos conflitos e a
construção do consenso, em vez do uso da força e poder no processo de mudança.

• Advocacia: a capacidade e a responsabilidade das organizações para ad-


vogarem e expressarem opiniões sobre questões relativas à saúde pública devem ser
reconhecidas e desenvolvidas.

• Settings como sistemas sociais: um setting é um sistema social no qual as


pessoas vivem, trabalham, aprendem, amam e se divertem, caracterizado por uma
determinada cultura organizacional, estrutura, funções, normas e valores, os quais
“saúde” deve ‘entrar’ através de ‘pontos de entrada’ apropriados.

• Ações integradoras sustentáveis: deve ser garantido o desenvolvimento


sustentável das ações por meio de ações integrativas, em vez de ações aditivas.

• Os settings como partes de um ecossistema interdependente: todos os


settings são interconectados, e cada setting é um parte distinta, mas não separada do
amplo e interdependente ecossistema.

Desta forma entende-se a aplicação de educação em saúde de modo


multifatorial e centrada nas necessidades hora individuais, hora de forma coletiva como
condicionante de uma população e índice de desenvolvimento de um país.

REFERENCIAL

PELICIONI, M C F; MIALHE F L. Educação e Promoção da saúde - teoria e prática.


Editora Santos, 1 ed. 2012.

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