EXPERIMENTO 8: DESTILAGAO FRACIONADA
OBJETIVO: Estudar a destilacZo fracionada de uma mistura e a
eficdcia de uma coluna de fracionamento.
A) Teoria
De acordo com a regra das fases, um sistema binério de duas fases possui dois graus de
liberdade, Assim, se a presso & mantida constante, o sistema pode ser descrito completamente em
termos da temperatura e da composigo (geralmente percentagem molar).
No caso de misturas de dois Iiquidos, A e B, voléteis e misctveis, a pressfo de vapor é dada
pela soma das pressGes parciais de A ¢ B ou
P=Py+P, (8.1)
Para sistemas ideais, a pressfo parcial de A, ou de B, é dada pelo produto da pressio de vapor,
p°, de.A ou B, puro pela fragdo molar (X) de A ou de B, na fase Iiquida (lei de Raoult). Deste modo:
(8.2)
Pelas equagdes 8.1 ¢ 8,2 vé-se que a pressfo de vapor da mistura depende de sua composigao.
Por exemplo, uma mistura de 75 moles de benzeno ¢ 25 moles de tolueno entra em ebuligao a 85°C,
€ a composicao do vapor nao é a mesma que a do Iiquido restante, isto é, o vapor é o mais concentrado
do componente mais volétil. Como, a uma mesma temperatura, as composigdes do Ifquido ¢ do vapor
so diferentes, num diagrama X = X/T) teremos duas curvas, uma denominada isobéria de orvalho
¢ outta isobéria de ebuligdo. Nas condigdes ffsicas abaixo da isobéria de ebuligio tem-se 0 estado
Liquido; acima da isobéria de orvalho tem-se o estado vapor e, entre as duas isobdrias, tem-se 0
equilfbrio Hquido-vapor. A Fig. 8.1 mostra as isobérias de misturas de dois lfquidos 2 pressio
constante, Se uma mistura dos dois I{quidos de composigo molar Xj, por exemplo, é aque-
cida a uma temperatura de ebuligio 7}, a composi¢ao da fase vapor seré X2 (Fig, 8.1), compo-
sigdo esta que é também a do I{quido obtido pelo resftiamento deste vapor. Esta mistura, &
temperatura de ebuligo T'p, dari uma fase vapor de composi¢go X3 mais rica do componente
mais volétil, Deste modo é possfvel repetir 0 processo até obter 0 componente mais volétil
puro,56 WILLIE ALVES BUENO/LEO DEGREVE.
TEMPERATURA
[Zr
Ar
Xs Xe x
>
o
FRAGAO DE MOLAR
Fig. 8.1 — Curva de equilfbrio Ifquido-vapor das misturas de dois Ifquidos,
4 pressio constante.
Na pritica, as condensagdes ¢ vaporizagbes so obtidas através de uma coluna de fracio-
naménto, como mostra a Fig, 8.I1, Nas vaporizagdes ¢ condensagdes sucessivas 0 vapor ascendente
vai aquecendo gradativamente a coluna e sendo enriquecido do componente mais volitil. Se a
coluna 6 eficaz, 0 vapor que penetra no condensador é constitu{do do componente mais volétil
puro. A medida da eficécia de uma coluna de fracionamento é dada em termos de pratos tedricos
¢ 6 feita analisando as curvas de destilagdo. Tais curvas sio construfdas colocando-se em um
grifico « temperatura de ebuligfo da mistura versus peso total, ou volume, do destilado obtido.
Geralmente, as cutvas obtidas sfo do tipo apresentado na Fig. 8.11, sendo que a coluna € maisMANUAL DE LABORATORIO DE FfSICO-QUIMICA 37
eficaz quando @ separago que ela permite obter se aproxima da separagdo ideal (curva ponti-
thada). ‘TeRMOMETRO
*
\ CCONDENSADOR
Kova
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COLUNA DE
FRACIONAMENTO ~
BEE
AMOSTRA A
SER DESTILADA
Fig, 8.11 — Aparelho de destilagao tracionada.
-0—0-0-0-0—
TEMPERATURA OE EBULICAO
Fig. 8.111 — Curvas de destilagao, ideal (- — - -) e real(———_).