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2 – Conceito e Histórico
A incorporação da tecnologia da Agricultura de Precisão na produção e práticas
agrícolas começou no início da década de 80, e recentemente tem se aumentado
sensivelmente. Apenas desta tecnologia não ser nova, tem-se experimentado uma quantidade
de informações disponível e uma variedade de informações muito maior do que se previa no
início do processo. Várias são as definições para o termo “Agricultura de Precisão”, a mais
usada foi definida por Balstreire (1998) da seguinte forma: “Um conjunto de técnicas que
permite o gerenciamento localizados das culturas” ou por Sonka (1997) que a define como:
“Uma estratégia de gerenciamento que se utiliza da tecnologia da informação para coletar
dados de múltiplas fontes, afim de auxiliarem nas decisões relacionadas a plantação”.
Este conceito estende-se ainda como uma filosofia de gerenciamento agrícola que
parte de informações exatas, precisas e se completa com decisões da mesma natureza.
Sendo uma maneira de gerir um campo produtivo metro a metro, levando em conta o fato de
que a menor porção de uma unidade de terra possui propriedades particulares e
especificamente diferentes. A principal característica dessa prática parte da aplicação dos
insumos agrícolas no local correto, no momento adequado, nas quantidades de insumos
necessários à produção, em área cada vez menores e mais homogêneas, tanto quando a
tecnologia e os custos envolvidos o permitam. Assim, a consolidação de tais tecnologias como
ferramentas a disposição do produtor permitem visualização da variabilidade espacial e
temporal de diversos fatores e características de cada área agrícola, considerando as
peculiaridades de cada parte da área no instante do manejo, desconsiderando assim uma
possível falsa uniformidade.
Dessa forma, alguns problemas iniciais estão atrelados à aplicabilidade deste recurso,
como dificuldade na intepretação de um volume considerável de dados, elevado custo dos
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equipamentos, adaptação das tecnologias à diferentes regiões e popularização das técnicas
envolvidas no processo. Por outro lado, estas técnicas têm evoluído para soluções viáveis,
tornando-a uma ferramenta real ao alcance dos produtores. Assim, tem sido empregada a
combinação de novas tecnologias associadas à informação com uma agricultura comercial
madura. É um sistema de manejo de produção integrado, que iguala o tipo e a quantia de
insumos que entram na propriedade com as necessidades da cultura em pequenas áreas
dentro de um campo da propriedade.
Assim, as vantagens geradas pela utilização dessa prática nas propriedades agrícolas
são de possibilitar um melhor conhecimento do campo de produção, permitindo a tomada de
decisões melhor embasadas, tendo-se uma maior capacidade e flexibilidade para distribuição
dos insumos em local e tempo adequados, minimizando custos de produção, bem como
uniformidade e produtividade com a correção dos fatores que contribuem para sua
variabilidade obtendo-se um aumento global da produtividade e também a aplicação
localizada dos insumos necessários para sustentar uma alta produtividade contribuindo com
a preservação ambiental.
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Com a globalização da economia e a competitividade dos produtos agrícolas, surgiu a
necessidade de se obter produções em níveis cada vez maiores, e impõe à atividade agrícola
novos métodos e técnicas de produção, aliados à eficiência e maior controle dos resultados
obtidos no campo. Para que os agricultores brasileiros continuem competitivos neste mercado
globalizado é necessário produzir cada vez mais com menor custo de produção.
Por outro lado, os mercados compradores estão cada vez mais exigentes com relação
à segurança alimentar, rastreabilidade, respeito ao meio ambiente, sistemas de produção
sustentáveis e energia renovável, além das barreiras sanitárias e fitossanitárias. Poucos
países no mundo têm condições de dar esta resposta à crescente demanda para produção
de alimentos. Os produtores, por outro lado, dada a globalização e margens de lucro mais
apertadas, serão mais exigidos em termos de competitividade e sustentabilidade. Hoje a
agricultura moderna está relacionada à distribuição inadequada dos insumos agrícolas
(calcário, semente, adubo, herbicida, inseticida) a uma gestão da unidade produtiva deficiente,
acarretando zonas de baixa produção agrícola dentro da mesma área cultivada. Com a
utilização das ferramentas e tecnologias da Agricultura de Precisão é possível auxiliar o
produtor a identificar qual o insumo deve ser aplicado e “como” fazê-lo, permiti ainda identificar
os locais específicos com diferentes potenciais de produtividade, podendo-se determinar ou
não a aplicação, desde que seja econômica e tecnicamente viável.
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4.1 – Gerenciamento Agrícola
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simples mostradores de mapas até sistemas complexos capazes de analisar e integrar
diferentes tipos de dados de diferentes bases de dados.
Os sistemas de mapeamento da colheita são capazes de armazenar as informações
relativas à produtividade durante o processo da colheita, georreferenciando os dados e
adicionando as características da safra colhida. Os mapas resultantes mostram explicitamente
as áreas de variação de produtividade, como a produtividade é o fator determinante nas
decisões de gerenciamento, estes mapas são desejados para ratificar as decisões de
gerenciamento e manejo do campo.
Desde 1992, a colheita de grãos tem sido mapeada nos EUA usando sensores de
massa e sistemas GPS para armazenar a posição. Estes sensores medem a umidade dos
grãos, a mistura dos tipos de grãos e a colheita por área, determinado a quantidade de grãos
da produtividade por acre. Baseado neste sistema a Massey Ferguson possui um sistema SIG
de gerenciamento de produtividade no campo, que abrange todas as fases da plantação e se
torna um dos mais completos do mercado.
Uma técnica que tem se tornado bastante popular é a geração do mapa individual para
cada indicador da fertilidade do solo. Para isso é necessário investimento na coleta de
amostras na forma que se convencionou denominar de amostragem em grade. Ela tem o
objetivo de determinar as necessidades do solo com maior detalhamento quando comparado
a prática da amostragem convencional.
Para tanto, divide-se o talhão em quadrículas imaginárias, regulares ou não, e em cada
quadrícula retira-se amostras de solo que irão para o laboratório. Podem-se usar diferentes
estratégias para amostragem em grade. A mais comum delas é a amostragem pontual onde
as amostras serão coletadas no centro de cada quadrícula. Utiliza-se GPS para localizar cada
um desses pontos e retira-se algumas sub-amostras em torno do ponto para então juntá-las
e compor a amostra que será enviada ao laboratório e representará aquele ponto. A
composição da amostra é muito importante para eliminar ou pelo menos diminuir bastante a
interferência de ocorrências locais, naturais ou não, tais como uma pequena mancha de alta
fertilidade causada pela semeadora no ciclo anterior, ou então o local onde houve um acúmulo
acidental de adubo. O número de sub-amostras é um aspecto bastante polêmico e de difícil
definição. O solo é um ambiente bastante heterogêneo, mesmo a pequenas distâncias e para
cada componente que se queira analisar, essa heterogeneidade terá um comportamento
próprio. Na prática tem-se utilizado números de sub-amostras que vão de 3 a 12.
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Outra estratégia de amostragem é fazer-se a coleta espalhada e aleatória dentro de
toda a quadrícula ou célula. As várias sub-amostras são então combinadas para formar a
amostra que irá ao laboratório. No primeiro caso, com amostragem de pontos, é possível
adotar o procedimento denominado de interpolação, que consiste em estimar valores nas
regiões não amostradas da lavoura. No caso da amostragem por célula não há como se fazer
a interpolação porque não existe um valor para os atributos do solo centrado em um ponto e
cada célula é então tratada com uma unidade de manejo. A estratégia da amostragem por
células é recomendada para casos em que a densidade amostral, por algum motivo, é limitada
e nesse caso utilizam-se células ou quadrículas grandes, da ordem de 5 a 20 hectares. Já na
amostragem por pontos deve haver uma investigação preliminar para definir a distância entre
amostras. Nesse caso é importante que haja o suporte de algum especialista que possa
conduzir ou orientar essa investigação.
Um projeto piloto dentro da propriedade, envolvendo uma área representativa e
suficientemente grande, permite que essa investigação com o uso de conceitos da
Geoestatística indique uma distância e, portanto, uma densidade amostral adequada.
Aspectos relativos a ferramentas e métodos de coleta de amostras apenas devem respeitar
os procedimentos que garantem a qualidade das amostras.
Quanto à mecanização ou automatização da coleta, fica por conta do usuário, visando
apenas à ergonomia, conforto e custo. Os itens de análise a serem solicitados do laboratório
têm a ver com o que se está investigando. Portanto a inclusão de micronutrientes é válida
para uma investigação mais detalhada, porém representará custos adicionais. Sabe-se que a
distribuição granulométrica ou textura do solo tem uma participação importantíssima nas
relações de trocas, disponibilidade de nutrientes, capacidade de armazenamento de água,
tendência à compactação e tantas outras características do solo, o que sugere que na primeira
amostragem seja feita também a análise granulométrica, que terá valor praticamente
permanente.
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Produtividade: estima a variação espacial (no interior de uma parcela ou folha de cultura) da
produção alcançada pela cultura.
A monitorização da produtividade é, atualmente, a tecnologia de Agricultura de
Precisão mais utilizada pelos agricultores dos países mais desenvolvidos, estando a sua
aplicação muito difundida no caso das culturas arvenses para grão como cereais de Inverno,
milho, soja e outros. Existem igualmente sistemas para monitorizar a produtividade de outras
culturas, como algumas hortícolas, industriais ou forrageiras. No entanto, é nos cereais que
estes sistemas têm tido maior implantação. De facto, as ceifeiras debulhadoras mais recentes,
nomeadamente os seus modelos de topo de gama, já vêm equipadas com estes sistemas de
origem. Nota-se que, no contexto da Agricultura de Precisão, estes sistemas referem-se à
monitorização instantânea da produtividade, ou seja, a um conjunto de tecnologias que
permite medir, em tempo real, a produtividade de uma cultura que corresponde a uma
pequena parcela de terreno.
Os mapas de produtividade podem ser construídos recorrendo a Sistemas de
Informação Geográfica (SIG), o que facilita substancialmente o tratamento e visualização da
informação. Tudo isto, pode ser feito em tempo real, se for possível recorrer a DGPS, ou à
posteriori, quando apenas existe GPS. Neste último caso, a correção diferencial é feita
posteriormente, recorrendo a dados fornecidos via Internet. Os mapas gerados pelos sistemas
de monitorização, nomeadamente depois de tratados os dados, fornecem uma informação
muito útil aos agricultores, podendo ser considerados como instrumentos de suporte à tomada
de decisão. Os mapas gerados pelos sistemas de monitorização, nomeadamente depois de
tratados os dados, fornecem uma informação muito útil aos agricultores, podendo ser
considerados como instrumentos de suporte à tomada de decisão.
A análise da variabilidade espacial da produtividade no seio da parcela pode estar
associada a inúmeros fatores, relacionados com as características do solo ou das próprias
culturas. Muitas vezes, os sistemas de monitorização da produtividade possibilitam, por si só,
a identificação destas limitações, permitindo corrigir os problemas e aumentar as produções
no ano seguinte. É necessário, no entanto, ter em atenção que a atividade agrícola depende
de fatores extremamente diversos, e que as condições podem mudar de forma marcada com
a variação intra e inter-anual das condições climáticas. Por vezes, é necessário recolher
informação ao longo de vários anos e analisar outras variáveis, para conseguir compreender
os padrões de variabilidade na produtividade das culturas. No entanto, não hesitamos em
afirmar que a monitorização da produtividade, ou pelo menos a identificação da grandeza da
variação intra-parcelar da produção, constitui, quase sempre, o primeiro passo na
implementação de um sistema de Agricultura de Precisão, mas está, normalmente, longe de
ser suficiente para solucionar todos os problemas.
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5 – Futuro da Agricultura de Precisão no Brasil
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se considerarmos a participação brasileira nos mercados mundiais de carne de frango e
suínos. Poderia trazer grandes incrementos na eficiência das granjas ao monitorar as
respostas dos animais, aves e suínos, ao manejo visando diminuir o stress e melhorar o seu
desempenho produtivo e/ou reprodutivo.
Algumas cooperativas do Rio Grande do Sul já oferecem este serviço para seus
cooperados, Projeto Cooperativo em Agricultura de Precisão – APcoop. Segundo seus
diretores é uma forma de permitir o acesso de pequenos produtores à tecnologia, uma
verdadeira “inclusão tecnológica”. O APcoop alia tecnologia (máquinas, equipamentos,
eletrônica embarcada, geotecnologias, programas computacionais e pessoal especializado)
com conhecimento e visa estimular a adoção da agricultura de precisão no sistema
cooperativo do RS. Atualmente fazem parte deste projeto 1850 produtores, associados à 19
cooperativas, ou seja, demonstra a verdadeira “inclusão tecnológica” de pequenos e médios
produtores, promovendo/propiciando uma nova forma de se “fazer agricultura”.
Com as ações em andamento: apoio à projetos de pesquisa, transferência de
tecnologia à pequenos e médios produtores, desmistificação do tema (elaboração de boletins,
realização de workshop, participação em feiras agropecuárias, dias-de-campo), aproximação
do setor produtivo com academia e governo, discussão para elaboração de políticas públicas
voltadas para a AP acreditamos que o setor vai dar uma resposta bastante positiva com o
desenvolvimento da AP, na geração de tecnologia, inovação, aumento na geração de renda
e melhoria da competitividade do agronegócio brasileiro.
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6 – Considerações Finais
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8 - Referências Bibliográficas
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9 – ANEXO 1
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