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REVISTA ELETRÔNICA Edições anteriores V.1 - N. 1 - Julho de 2011 Pedido de Reconsideração DISCUSSÕES E
ATUALIDADES
APRESENTAÇÃO
Pedido de Reconsideração Comentários ao X Exame
EDITORIAL R E V I S TA T E M A S AT U A I S D E P R O C E S S O C I V I L V. 1 - N . 1 - J U L H O D E 2 0 11 Nacional da OAB
Fundamentação Remissiva
CONSELHO EDITORIAL Pedido de Reconsideração (Parte II): Retrocesso na
Jonathan Iovane de Lemos Jurisprudência do STJ?
NORMAS DE PUBLICAÇÃO Advogado. Mestre em Direito e Especialista em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Para o Superior Tribunal de
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Artigo originalmente publicado na Revista Brasileira Justiça, fundamentação
EDIÇÕES ANTERIORES de Direito Processual - RBDPro. Ano 18, v.71, p.69-89, 2010. ISBN: 0100-2589. remissiva é causa de
Sumário: 1) Notas Introdutórias; 2) Pedido de Reconsideração – Elementos; 2.1) Conceito e nulidade
SUMÁRIO GERAL Conteúdo; 2.2) Origem e Natureza Jurídica; 2.3) Hipóteses de Cabimento; 2.3.1) Preclusão; A dicotomia “questão de
2.3.1.1) Preclusão para o Juiz e para as partes – Alcance dos artigos 471 e 473 do CPC; fato” e “questão de direito” -
FALE CONOSCO 2.3.1.2) Síntese; 2.4) Atos atacados pelo Pedido de Reconsideração; 2.5) Prazo; 2.6) Parte I
Interposição simultânea com Recurso e Litigância de Má-fé; 2.7) Legitimidade; 2.8)
Competência; 2.9) Princípio da Fungibilidade no Pedido de Reconsideração; 2.10) Efeitos;
2.11) Princípio do Contraditório e o Pedido de Reconsideração; 2.12) Pedido de
Reconsideração e Embargos de Declaração; 3) Considerações Finais; 4) Bibliografia. EVENTOS
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E-mail 1. Notas Introdutórias Marco Jobim
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Prisão Civil, de Fabiano
Aita
A precípua função do processo, em virtude do monopólio da jurisdição, está na proteção Especialização em Direito
dos interesses individuais e da coletividade, mediante a aplicação do ordenamento jurídico,
Processual Civil EAD -
sendo, indefectivelmente, em seu desenlace, um instrumento de realização da justiça[1].
UNISC
Sob esse foco, cumpre ao legislador determinar o processo de maneira a torná-lo rápido,
efetivo e justo, entregando à parte o bem da vida almejado, devendo ser estruturado em
tantos atos quantos sejam necessários para alcançar a sua finalidade[2].
PARCEIROS
Todavia, o processo por mais que busque esforços na tentativa de alcançar uma prestação
jurisdicional célere, que resolva, de maneira irrepreensível, os conflitos intersubjetivos
existentes, ainda acarretará, de maneira paradoxal, um inconformismo à(s) parte(s)
litigante(s). A solução estatal, a primeira vista, nunca desfrutará de validade perante o pólo
sucumbente, já que a irresignação é característica indissociável da condição humana.
Nesse quadro, levando em conta que o pedido de reconsideração processual “é figura que,
em hipótese alguma, pode, a nosso ver, ser ignorada pelo estudioso do direito”[10], tentar-
se-á, em linhas gerais, situá-lo, analisando suas hipóteses de cabimento, seus requisitos,
seu prazo, sua legitimidade, seu conteúdo, seus efeitos, dentre outras questões
pertinentes, tudo em conformidade com o sistema processual vigente[11] – pois de nada
adianta a definição de um instituto que não possui utilização por contrariar as disposições
legais existentes, baseando-se em um código hipotético, dissociado e inaplicável ao
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cotidiano forense –, ressaltando, durante a evolução do artigo, a aplicação da
jurisprudência das Cortes Superiores sobre o assunto[12].
Tal fato é de suma importância, já que se aceito o argumento de que a modificação dos
fundamentos e/ou a demonstração de um novo quadro fático[13] enseja a entrega de uma
nova manifestação judicial, o prazo de início para interposição de agravo será o da
publicação da decisão que analisar o “novo” fundamento e não o da primeira decisão
indeferitória.
Todavia, não concordamos com a autora, tendo em vista que o pedido de reconsideração
vislumbra a modificação de um decisum, pelo próprio juízo prolator, imediatamente, não
importando as razões utilizadas para tanto. O fato proeminente do instituto em análise é o
pedido de nova reflexão, para o mesmo juiz, sobre assunto que já houve manifestação
judicial, sendo irrelevante, via de regra, se existe ou não linha argumentativa
contemporânea, ou novas provas aptas a alteração da decisão.
Dentro desse quadro, o pedido de reconsideração pode ser definido como “o requerimento
apresentado pela parte ao órgão judiciário que proferiu o ato decisório para reformá-lo,
retratá-lo ou revogá-lo”[15].
Inobstante sua expressa previsão legal, o pedido de reconsideração nunca obteve no Brasil
natureza jurídica de recurso, ao contrário de outros países latino-americanos, e.g.,
Argentina e Cuba, e europeus, v.g., Alemanha[19], mas apenas o caráter de sucedâneo
recursal[20]. A legislação nunca o tratou como meio legal de impugnação de decisões[21],
apesar de possuir esse desiderato processual, não obtendo, também, o efeito de impedir o
trânsito em julgado do decisum a ser reconsiderado.
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A prática reconheceu e adotou os pedidos de reconsideração, seja pela facilidade de sua
interposição, seja pela ausência de quaisquer requisitos formais e/ou substanciais na sua
elaboração, fatos que acarretam em “economia de tempo e dinheiro”[25] às partes, elidindo
quaisquer preocupações aparentes em relação ao “prazo, preparo, articulação de razões e
formação de instrumento”[26], sem contar a celeridade da decisão sobre o pedido, se
comparado com um julgamento de recurso, mostrando-se “um instrumento simples e não
raras vezes eficaz para a impugnação de decisões judiciais”[27].
Dessa sua difusão nos corredores forenses, iniciou-se na doutrina o estudo detalhado de
suas hipóteses de cabimento, vinculando-se à análise da preclusão, mormente aos artigos
471[28] e 473[29] do CPC, chegando-se à conclusão, um pouco óbvia, de que o pedido de
reconsideração só teria cabimento contra decisões não preclusas para as partes e para o
juiz.
2.3.1. Preclusão
Ultrapassada a sua conceituação, nota-se que a preclusão foi criada para fornecer os
meios de evitar discussões infinitas no bojo processual, estipulando, a cada parte, os
momentos e prazos para as suas respectivas manifestações. É, portanto, um instituto que
visa a fazer o processo “andar para frente”[36], impedindo “eternos retornos no curso do
procedimento”[37], fator que ressalta “o caráter público, objetivo e rigoroso do princípio da
responsabilidade da parte [...] (constituindo) princípio fundamental da organização do
processo, sem o qual nenhum procedimento teria fim”[38].
Sob essa ótica, a doutrina indicou três modalidades de preclusão, baseando-as nas causas
que lhes dão origem[39]: (a) temporal (“perda da faculdade processual, pelo seu não uso
dentro do prazo peremptório previsto pela lei”[40]); (b) consumativa (“impossibilidade da
prática do ato decorre da circunstância de já se ter o praticado”[41]) e (c) lógica (“prática de
ato incompatível com aquele que se pretenda exercitar no processo”[42]).
2.3.1.1. Preclusão para o Juiz e para as Partes – Alcance dos artigos 471 e 473 do
CPC
O artigo 471 dispõe que “nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas,
relativas à mesma lide”, excetuando, em seus incisos, hipóteses de redefinição do julgado.
Tal dispositivo, segundo alguns doutrinadores, convalida a afirmação de existência de
preclusão que atinge o órgão jurisdicional[46], pois, realizada a análise de alguma questão,
o juiz estaria impossibilitado, via de regra, de modificá-la – com exceção das matérias de
ordem pública, que podem ser decretadas ex officio, de acordo com a combinação dos
artigos 267, §3º[47] e 301, §4º[48] do CPC –, o que afastaria o cabimento do pedido de
reconsideração. Em suma: o artigo 471, caput, “insinua o veto de o juiz, de regra, retratar
as decisões proferidas no curso do processo”[49].
Todavia, como é notório, o CPC brasileiro está muito distante de ser um exemplo de rigor
técnico e precisão lingüística, sendo o dispositivo 471 um bom paradigma dessa
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imprecisão, que tanta confusão causa na doutrina.
Dentro desse quadro, parcela da doutrina aduz que o termo “questões” faz referência,
exclusivamente, ao meritum causae[52]; enquanto outra narra que a palavra “questões”
refere-se a qualquer “ponto de controvérsia no curso da lide”[53].
Tal discussão é de basilar importância para o pedido de reconsideração, pois, acatada uma
ou outra corrente, estar-se-á permitindo, ou proibindo, a possibilidade de reconsideração
das decisões para o magistrado, já que acarretaria, ou não, a sua preclusão.
Em sua obra, classificada por LIEBMANN como “o mais ousado esforço feito até hoje para
procurar identificar o conteúdo material do processo”[58], CARNELUTTI, após o estudo do
conceito de pretensão e razão, realiza a análise do conceito de questão, definindo-o como
“um ponto[59] duvidoso, de fato ou de direito”[60], mas que não se confunde com a lide[61],
acabando por desenlaçar que “o mérito é o complexo das questões materiais que a lide
apresenta”[62].
Dessas breves notas, já se denota a ambígua redação do artigo em mote, o que ensejou a
criação das duas correntes citadas. Como observado, questão, segundo a teoria clássica
de CARNELUTTI, é qualquer ponto controverso existente. Todavia, mesmo tendo em
mente os conceitos expostos, a melhor interpretação do artigo 471 do CPC, ao nosso
sentir, é aquela dada pela primeira corrente citada, que vincula o termo “questão” àquelas
situações referentes ao mérito da causa – que apenas são decididas na sentença –,
possibilitando, via de regra, a reanálise por parte do juiz de qualquer matéria decidida,
antes de entregue a manifestação definitiva judicial, estando limitada, todavia, pelo que
dispõem os artigos 2º[63] e 128[64] do CPC.
Veja-se uma decisão do Pleno do Supremo Tribunal Federal, citada por ARAKEN DE
ASSIS[66], que, mutatis mutandis, aplica-se perfeitamente ao tema:
Acerca dos pressupostos processuais e das condições da ação, não há preclusão para o
juiz, enquanto não acabar o seu ofício jurisdicional na causa pela prolação da sentença
definitiva. A preclusão é sanção imposta à parte, porque consiste na perda de uma
faculdade processual: não se aplica ao juiz, qualquer que seja o grau de jurisdição
ordinária. Para o juiz só opera a preclusão maior, ou seja, a coisa julgada. (grifo nosso).
A proposta do artigo em destaque tem como escopo impedir que as partes, após a
preclusão de determinada questão, retomem a sua discussão. Aqui, com razão as
afirmações de SERGIO PORTO: “questão decidida representa todo o ponto controvertido
que, no curso da lide, exigiu manifestação jurisdicional”[67].
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Resta, pois, preclusa para a parte toda a questão decidida não atacada pelo recurso
competente.
2.3.1.2. Síntese
Entende-se que não existe preclusão para o juiz, com exceção de questão decidida pelo
órgão hierarquicamente superior[70]-[71], não a estando presente até a prolação da
sentença de mérito, momento pelo qual, apenas nos casos dos incisos dos artigos 463[72]
ou 471, ambos do CPC, poderão ser alteradas as disposições sentenciais.
Ainda, mesmo que se entenda pela preclusão de questões para o juiz, não se deve olvidar
que são poucas as decisões judiciais prolatadas no curso do procedimento que não se
tratam de matéria de ordem pública, restando inócua, portanto, qualquer tentativa de limitar
o cabimento do pedido de reconsideração.
Dos argumentos asseverados nos pontos supras, pode-se concluir que os únicos atos
passíveis de pedido de reconsideração são as decisões interlocutórias (art. 162, §2º[73] do
CPC) e os despachos[74] (art. 162, §3º[75] do CPC).
As sentenças, tendo em vista o teor do art. 471, caput, do CPC, não são passíveis de
reconsideração, com exceção dos casos dispostos em lei, em face da autorização legal
estipulada, como, e.g., nos artigos 285-A, §1º[76] e 296[77] do CPC, onde a parte
prejudicada poderá solicitar a reconsideração do decisum que julgou liminarmente os
pedidos da ação ou decretou o indeferimento exordial.
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2.5. Prazo
Do breve estudo realizado sobre o tema da preclusão, tem-se que a parte poderá pedir a
reconsideração de uma decisão singular até o momento anterior em que ela se torne
preclusa[80], o que, normalmente, se dará após o transcurso do prazo do recurso cabível
contra a decisão a ser reconsiderada.
Com efeito, enquanto não preclusa a questão para a parte, esta resta possibilitada da
apresentação do pedido de reconsideração.
Ainda, outro caso instigante seria, pegando-se o mesmo exemplo referido acima, quando o
magistrado a quo, pelo acúmulo de serviço, demora para analisar o pedido de
reconsideração interposto, sobrevindo o julgamento do agravo distribuído no Tribunal.
Nesse caso, não há mais possibilidade de o juiz reconsiderar sua decisão, face ao disposto
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no art. 512[87] do CPC, pois operada “a substituição do ato impugnado pelo ‘julgamento’
emanado do órgão ad quem”[88].
Por fim, ressalta-se ser plenamente cabível a penalização da parte por utilizar de maneira
impertinente o pedido de reconsideração, devendo os magistrados empregar o instituto da
litigância de má-fé (art. 17, IV, V e VI[89] do CPC) para conter eventuais abusos cometidos
pelas partes[90]. Essa é a orientação do Superior Tribunal de Justiça:
2.7. Legitimidade
Não se torna obrigatório, portanto, que o pedido de reconsideração seja formulado pela
parte que teve sua solicitação inatendida pela primeira vez. O pedido de reconsideração é
cabível por aquele que, restando prejudicado pelo deferimento/indeferimento de alguma
solicitação, vê-se prejudicado no curso processual.
Como exemplo, cite-se uma ação de cobrança com fulcro nas diferenças oriundas de
expurgos econômicos, na qual, após o pedido do autor, o magistrado determina que a
instituição financeira acoste aos autos os extratos bancários do período cobrado, em 15
dias, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 100,00 (cem reais). Dentro desse
quadro, plenamente cabível a interposição de pedido de reconsideração pela instituição
financeira, seja questionando a sua exibição em demanda cautelar pretérita, seja
argumentando pela existência de obrigação específica na lei sobre o tema – aplicação do
art. 359[94] do CPC.
Ademais, até mesmo um terceiro, v.g. o perito, pode interpor pedido de reconsideração,
desde que não esteja preclusa a questão, como no caso de o juiz, depois da solicitação do
réu, permitir o pagamento dos honorários periciais em parcela única, após a realização do
laudo.
2.8. Competência
Outro ponto que merece atenção é a competência para a decisão sobre o pedido de
reconsideração. Segundo NELSON NERY JÚNIOR[95], o juízo competente para
apreciação do pedido de reconsideração é o “juiz que proferiu a decisão que se pretende
ver reconsiderada”. Frisa-se que se trata do juízo e não, especificamente, do mesmo juiz
que prolatou a decisão.
No caso de um processo no qual tenha sido indeferido o pleito liminar pelo juiz plantonista,
o pedido de reconsideração será apreciado pelo magistrado titular da vara a qual a ação foi
encaminhada pela distribuição, e não para o juiz plantonista que indeferiu a medida
acautelatória.
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O art. 810[96], do revogado de CPC’39, previa o instituto da fungibilidade. Contudo, após a
simplificação da sistemática recursal formalizada no Código de 1973[97], “partindo da falsa
sensação de segurança derivada do esquema simples de correlação entre atos decisórios
e recursos”[98], tal instituto foi retirado de nosso ordenamento, mas residindo, até hoje, sua
proficuidade, “mesmo à falta de regra expressa”[99].
Para sua aplicação, deverá existir, no caso concreto: (a) dúvida objetiva (“hipóteses
controversas na doutrina e na jurisprudência, por força de razões mais ou menos
convincentes, a respeito do recurso próprio contra algum ato decisório”[100]); (b)
inexistência de erro grosseiro (“interposição do recurso errado, quando o correto se
encontra indicado expressamente no texto da lei”[101]) e (c) que o recurso impróprio seja
interposto no prazo do recurso que se pretende transformá-lo[102].
Desta feita, com o cotejo dos três elementos necessários para aplicação da medida, pode-
se concluir que é impossível a aplicação do princípio da fungibilidade no pedido de
reconsideração, sendo inviável o seu recebimento como agravo retido, agravo
interno/regimental ou embargos de declaração, face à ausência dos requisitos “a” e “b”,
previamente elencados.
2.10. Efeitos
Tal posicionamento é realizado, justamente, para evitar que a fluência do prazo recursal
não reste ao alvedrio da parte, o que daria ensejo à possibilidade de recuperação do lapso
a qualquer tempo[105], prorrogando-se, quiçá infinitamente, o início do dies a quo para
interposição do recurso.
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PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PEDIDO
DE RECONSIDERAÇÃO. INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL. INOCORRÊNCIA.
RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. (REsp 984.724/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2008, DJe 02/06/2008)
Porém, tal atitude do juízo não caracteriza, por si só, violação ao princípio do contraditório,
já que a matéria reapreciada deve, teoricamente, ter sido debatida em momento pretérito,
sendo desnecessária, portanto, a intimação da parte adversa sobre os limites do pedido de
reconsideração formulado, pois, a priori, travar-se-ia o mesmo embate feito anteriormente.
Todavia, tem-se de ressaltar que nos casos em que realizada a juntada de novos
documentos deverá o magistrado proporcionar a manifestação da parte contrária, antes de
decisão sobre o pedido de reconsideração[108].
Derradeiramente, a fim de situar questão presente nos tribunais, mister realizar a distinção
entre o pedido de reconsideração e os embargos declaratórios, já que tranqüilo o
entendimento de que a interposição de aclaratórios com finalidade de pedido de
reconsideração não interrompe o prazo recursal. Nesse sentido:
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Os aclaratórios, pela sua gênese, “não servem para reiterar o já decidido”[110], fugindo de
seus limites a reanálise “dos termos do julgamento anterior, (assim como) percorrer todos
os passos que conduziram à formação do ato para chegar a idêntico resultado”[111].
3. Considerações Finais
Tentou-se, com o presente estudo, realizar uma série de questionamentos até então
esquecidos pela doutrina, de um fenômeno corriqueiro nos corredores forenses.
Ao fim, nota-se que o pedido de reconsideração, em um poder judiciário cada vez mais
assoberbado pelo acúmulo de demandas, é um instrumento útil para resolução de qualquer
problema existente ao bom andamento processual, já que, de maneira célere e eficaz,
possibilita a correção de erros que somente após longo e burocrático trâmite recursal
seriam modificados.
4. Referências Bibliográficas
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De acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos
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[1] RIBEIRO, Darci Guimarães. La Pretension Procesal y La Tutela Judicial Efectiva: Hacia
una Teoría Procesal Del Derecho. Barcelona: Bosch, 2004, p. 88-89.
[3] ASSIS, Araken de. Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2007, p. 31.
[5] WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl.
de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2006, p. 479; PINTO, Teresa Arruda Alvim. Agravo de Instrumento. 1. ed. 2. tir.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1991, p. 220.
[6] Nesse sentido: NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e
reform. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 89; MARINONI, Tereza Cristina.
Sobre o pedido de reconsideração (sucedâneo de recurso?). In: Revista de Processo, n.
62, abril-junho. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1991, p. 300; USTÁRROZ,
Daniel. Notas sobre os embargos de declaração no Código de Processo Civil brasileiro. In:
Revista Jurídica. São Paulo, v. 54, n. 344, junho, 2006, p. 59; CUNHA, Leonardo José
Carneiro da. O Pedido de Reconsideração e suas Hipóteses de Cabimento. In: Revista
Dialética de Direito Processual. São Paulo, v. 4, julho, 2003, p. 100; PESSOA, Flávia
Moreira Guimarães. Pedido de Reconsideração e Preclusão Pro Judicato no Processo Civil.
In: Revista IOB de Direito Civil e Processual Civil. n. 42, ano VII, jul./ago., 2006, p. 103;
OLIANI, José Alexandre Manzano. O Contraditório nos Recursos e no Pedido de
Reconsideração. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 143.
DIAS, Maria Berenice. Reconsideração versus Revisão: uma distinção que se impõe.
Disponível na Internet em: http://www.berenicedias.com.br. Acesso em 23 de Outubro de
2008.
[8] Para ALMIR DE LIMA PEREIRA (Achados na Lei. Belém: Edições CEJUP, 1988, p.
137): “o pedido de reconsideração não tem validade jurídica, pois, não traçado como figura
de juízo repele todos os princípios processuais que não o admitem”. No mesmo sentido,
VICENTE GREGO FILHO (Direito Processual Civil Brasileiro. 12. ed. rev. atual. São Paulo:
Saraiva, 1997, p.316) aduz que o pedido de reconsideração “[...] pode transformar-se em
grave deformação da ordem processual. [...] tal medida é atípica, imprópria e deve ser
banida da prática forense”.
[10] PINTO, Teresa Arruda Alvim. Agravo de Instrumento. 1. ed. 2. tir. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 1991, p. 221. No mesmo sentido: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim.
Os agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl. De acordo com a nova Lei do Agravo
(Lei n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 479; NERY
JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 89.
[11] HABSCHEID (L’oggetto del processo nel diritto processuale civile tedesco. In.: Rivista
di Diritto Processuale, II serie, 1980, p. 458) argumenta que“ [...] il giurista deve attenersi a
quanto il legislatore dichiara: le sue sono possibilità ristrette peché deve ubbidire alle legge,
anche se non come uno schiavo, ma con una ubbidienza critica”.
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superveniente sobre a mesma matéria não será mera reconsideração, mas sim um novo
pronunciamento judicial com base em uma nova situação processual criada pela ampliação
do grau cognitivo pelas novas provas e/ou fatos agregados ao processo”.
DIAS, Maria Berenice. Reconsideração versus Revisão: uma distinção que se impõe.
Disponível na Internet em: http://www.berenicedias.com.br. Acesso em 23 de Outubro de
2008.
[15] ASSIS, Araken de. Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2007, p. 863.
[16] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 89-90.
, podel-o-ha fazer a todo tempo se achar per Direito, que não foi justamente dada; com
tanto que a revogue antes da sentença deffinitiva, e ella seja tal interloentoria, que segundo
Direito, possa ser revogada, como acima temos dito.” Disponível em
http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/filipinas/l3p666.htm
[18] Conforme ARAKEN DE ASSIS (Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2007, p. 864, nota 172; Introdução aos Sucedâneos Recursais. In: Revista
Jurídica. Porto Alegre, v. 310, agosto, 2003, p. 24), o dispositivo 528 da Lei 65-RS, de
16.01.1908, tinha a seguinte redação: “Art. 528. A sentença interlocutória simples pode ser
revogada antes de executada, ou a requerimento da parte ou ex officio, por justa causa
superveniente, até a sentença definitiva”.
[19] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 91 e 96.
[20] De acordo com ARAKEN DE ASSIS (Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2007, p. 838) “o verdadeiro sucedâneo recursal é o mecanismo que, alheio
ao quadro oficial de recurso, impugna o provimento judicial sem criar processo autônomo”.
[21] CUNHA, Leonardo José Carneiro da. O Pedido de Reconsideração e suas Hipóteses
de Cabimento. In: Revista Dialética de Direito Processual. São Paulo, v. 4, julho, 2003, p.
100-101.
[22] WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl.
de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2006, p. 480.
[25] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 91.
[26] PINTO, Teresa Arruda Alvim. Agravo de Instrumento. 1. ed. 2. tir. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 1991, p. 222, também em WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os
agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl. de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei
n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 481.
[27] GIANNICO, Maurício. A Preclusão no Direito Processual Civil Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2005, p. 184.
[28] Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma
lide, salvo: I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no
estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi
estatuído na sentença; II - nos demais casos prescritos em lei.
[29] Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a
cujo respeito se operou a preclusão.
[30] GIANNICO, Maurício. A Preclusão no Direito Processual Civil Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2005, p. 36.
[33] CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de Direito Processo Civil. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 1969, p. 155-156, v. 3.
[34] GREGO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 12. ed. rev. atual. São
Paulo: Saraiva, 1997, p. 12.
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[35] WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl.
de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2006, p. 474.
[38] OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro de. Do Formalismo no Processo Civil. 2. ed. rev. e
acrescida de apêndice. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 169-170.
[39] WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl.
de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2006, p. 477.
[40] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 92.
[41] WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl.
de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2006, p. 477.
[42] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 92.
[43] DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. 5. ed. rev.
atual. de acordo com a emenda constitucional n. 45, de 8.12.2004 (DOU de 31.12.2004).
São Paulo: Malheiros Editores, 2005, p.457, nota 7, v. II.
[44] “Preclusão pro judicato não significa preclusão para o juiz. Em latim, judicato significa
julgado; juiz é iudex (nominativo) ou iudicem (acusativo). Preclusão pro judicato significa
“preclusão como se tivesse sido julgado”. [...] Se houve decisão, e ocorreu preclusão, não
há “preclusão pro judicato”, porque esta supõe ausência de decisão Preclusão pro judicato,
significa julgamento implícito ou presumido, como ocorre na hipótese do artigo 474 do
Código de Processo Civil. [...] Admitindo-se que haja preclusão para o juiz, diga-se, em
bom português: “preclusão para o juiz”; não, preclusão “pro judicato”, em mau latim”.
Disponível na internet: http://www.tex.pro.br. Acesso em 17 de Outubro de 2008.
[45] GIANNICO, Maurício. A Preclusão no Direito Processual Civil Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2005, p. 36. No mesmo sentido: DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de
Direito Processual Civil. 5. ed. rev. atual. de acordo com a emenda constitucional n. 45, de
8.12.2004 (DOU de 31.12.2004). São Paulo: Malheiros Editores, 2005, p.457-458, v. II.
[46] Nesse sentido: CUNHA, Leonardo José Carneiro da. O Pedido de Reconsideração e
suas Hipóteses de Cabimento. In: Revista Dialética de Direito Processual. São Paulo, v. 4,
julho, 2003, p. 103; GIANNICO, Maurício. A Preclusão no Direito Processual Civil Brasileiro.
São Paulo: Saraiva, 2005, p. 134; VASCONCELOS, Antônio Vital Damos de. O Pedido de
Reconsideração e a Preclusividade das Decisões Judiciais. In: Revista da AJURIS. Porto
Alegre, n. 40, ano XIV, julho, 1987, p. 155; OLIANI, José Alexandre Manzano. O
Contraditório nos Recursos e no Pedido de Reconsideração. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2007, p. 145-146.
[47] Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: [...] § 3o O juiz conhecerá
de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de
mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira
oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
[48] Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: [...] § 4o Com exceção
do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.
[49] ASSIS, Araken de. Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2007, p. 863 e Introdução aos Sucedâneos Recursais. In: Revista Jurídica. Porto Alegre, v.
310, agosto, 2003, p. 24.
[52] CINTRA, Antonio Carlos de Araújo. Comentários ao Código de Processo Civil. Arts.
332 a 475. 2. ed. rev. atual. inclusive de acordo com o novo Código Civil. Forense: Rio de
Janeiro, 2003, p. 316, v. IV. Aduz o autor: “questões relativas à lide são sempre questões
de mérito e o juiz só as decide em sentença, de modo que a nova decisão de questões já
decididas, ora proibida, seria posterior à prolação da sentença.” De forma uníssona:
PONTES DE MIRANDA, Francisco Calvalcanti. Comentários ao Código de Processo Civil.
Arts. 444 a 475. 3. ed. rev. aument. Atualização Legislativa de Sérgio Bermudes. Rio de
Janeiro: Forense, 1997, p. 146 e ss, t. V; LACERDA, Galeno. Despacho Saneador. Porto
Alegre: La Salle, 1953, p. 165-166.
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[53] PORTO, Sérgio Gilberto. Comentários ao Código de Processo Civil. Do Processo de
Conhecimento. Arts. 444 a 495. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000, p. 206, v.
6.
[54] Para BUZAID (Do Agravo de Petição na Sentença do Código de Processo Civil. 2ª ed.,
São Paulo: Saraiva, 1956, p. 96-103), “o elemento que delimita em concreto o mérito da
causa não é, portanto, o conflito existente entre as partes fora do processo e sim, o pedido
feito em relação àquele conflito. Parece-nos, todavia, que o conceito de lide se presta de
modo fecundo a caracterizar o mérito da causa”.
[58] LIEBMAN, Enrico Tullio. Estudos sobre o Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva,
1947, p. 126.
[59] Nessa senda, torna-se curial ressaltar a correta definição de ponto, que segundo
DINAMARCO (O conceito de Mérito em Processo Civil. In: Os fundamentos do Processo
Civil Moderno. 3ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2000, p. 240) é “[...] aquele
fundamento da demanda ou da defesa que haja permanecido incontroverso durante o
processo, sem que as partes tenham levantado discussão a respeito – e sem que o juiz
tenha, de-ofício, posto em dúvida o fundamento. Discordes as partes, porém, i.é, havendo
contestação de algum ponto por uma delas, o ponto se erige em questão. A questão é,
portanto, o ponto duvidoso. Há questões de fato, correspondentes à dúvida quanto a uma
assertiva de fato contida nas razões de alguma das partes; e de direito, que correspondem
à dúvida quanto à pertinência de alguma norma ao caso concreto, à interpretação de
textos, legitimidade perante norma hierarquicamente superior etc”.
[61] CALAMANDREI, Piero. Il Concetto di ‘lite’ nel Pensiero di Francesco Carnelutti. In:
Opere Giuridiche. v. I. Napoli: Morano Editore, 1965, p. 212.
[63] Art. 2o. Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o
interessado a requerer, nos casos e forma legais.
[64] Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso
conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
[65] Recurso Especial n.º 404.777/DF, da 02ª Turma, de Relatoria do Ministro Francisco
Peçanha Martins, Julgado no dia 21/11/2002, DJ 09/06/2003, que restou assim ementado:
“PROCESSUAL CIVIL - RECURSO ESPECIAL – AÇÃO RESCISÓRIA - PRAZO PARA
PROPOSITURA – TERMO INICIAL - TRÂNSITO EM JULGADO DA ÚLTIMA DECISÃO
PROFERIDA NOS AUTOS - CPC, ARTS. 162, 163, 267, 269 E 495 - SÚMULA 100 TST –
PRECEDENTES STF E STJ. - A coisa julgada material é a qualidade conferida por lei à
sentença /acórdão que resolve todas as questões suscitadas pondo fim ao processo,
extinguindo, pois, a lide. - Sendo a ação una e indivisível, não há que se falar em
fracionamento da sentença/acórdão, o que afasta a possibilidade do seu trânsito em
julgado parcial. - Consoante o disposto no art. 495 do CPC, o direito de propor a ação
rescisória se extingue após o decurso de dois anos contados do trânsito em julgado da
última decisão proferida na causa. - Entendimento consagrado no STF, STJ e TST. -
Recurso especial conhecido e provido”.
[66] Pleno do STF, AgRg no AI 268-DF, Relator Alfredo Buzaid, 28.04.1982. ASSIS, Araken
de. Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 864, nota
178; e Introdução aos Sucedâneos Recursais. In: Revista Jurídica. Porto Alegre, v. 310,
agosto, 2003, p. 24, nota 115.
[68] São elas: (a) condições de ação e pressupostos processuais; (b) matérias suscitadas
em preliminar de contestação – art. 301, §4º; (c) antecipação de tutela e medidas liminares;
(d) determinação do reexame necessário; (e) requisitos de admissibilidade dos recursos e
seus efeitos; (f) direito probatório; (g) nulidades absolutas e relativas; (h) validade e
adequação das medidas executivas.
[69] WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl.
de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2006, p. 485.
[70] Explica MAURÍCIO GIANNICO (A Preclusão no Direito Processual Civil Brasileiro. São
Paulo: Saraiva, 2005, p. 56) que “decidida qualquer questão em grau superior, caberá aos
Juízos inferiores simplesmente dar cumprimento a tais decisões, seja mediante
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implementação das situações determinadas pela autoridade mais elevada, seja tornando
sem efeito decisões conflitantes anteriormente proferidas. Há de ser tida como inoportuna e
ilegal, sob tal enforque, toda e qualquer manifestação do órgão inferior – especialmente se
conflitante – acerca da matéria já julgada por um órgão superior”.
[72] Art. 463 - Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para lhe corrigir, de ofício
ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou lhe retificar erros de cálculo; II - por
meio de embargos de declaração.
[75] Art. 162 [...] § 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo,
de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
[76] Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já
houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá
ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente
prolatada. § 1o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não
manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.
[77] Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.
[78] Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais.
[79] O disposto nos arts. 543-B, §3º (Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos
com fundamento em idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral será processada
nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto
neste artigo. [...] § 3o Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados
serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que
poderão declará-los prejudicados ou retratar-se) e 543-C, §7º II (Art. 543-C. Quando houver
multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o recurso
especial será processado nos termos deste artigo. [...] § 7o Publicado o acórdão do
Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na origem: [...]II - serão
novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir
da orientação do Superior Tribunal de Justiça.), ambos do CPC, não autorizam a
interposição do pedido de reconsideração contra decisões colegiadas, já que a reanálise da
matéria ocorre, nos casos, por imposição legal e não mediante pedido da parte.
[80] Em sentido contrário: OLIANI, José Alexandre Manzano. O Contraditório nos Recursos
e no Pedido de Reconsideração. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 167.
“(o pedido de reconsideração) não se sujeita a prazo e, em virtude de não estarem
disciplinados no Código de Processo Civil, não há requisitos de forma a serem
observados”.
[81] Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio
da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos
próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral. [...] § 3º
Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da
informação no Diário da Justiça eletrônico.§ 4º Os prazos processuais terão início no
primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação.
[82] Art. 184. Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do
começo e incluindo o do vencimento. [...]§ 2o Os prazos somente começam a correr do
primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo único).
[83] Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na
forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e
de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos
efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por
instrumento.
[84] CUNHA, Leonardo José Carneiro da. O Pedido de Reconsideração e suas Hipóteses
de Cabimento. In: Revista Dialética de Direito Processual. São Paulo, v. 4, julho, 2003, p.
111-112.
http://www.temasatuaisprocessocivil.com.br/edicoes-anteriores/47-v1-no-1-julho-de-2011/101-pedido-de-reconsideracao 17/19
09/10/2017 Pedido de Reconsideração
que o postulante consumou o ato de impugnação ao apresentar o pedido de
reconsideração e, por conseguinte, não poderia utilizar-se do recurso cabível”.
[86] GIANNICO, Maurício. A Preclusão no Direito Processual Civil Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2005, p. 187. Também, WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC
brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl. de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º
11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 534.
[87] Art. 512. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão
recorrida no que tiver sido objeto de recurso.
[88] ASSIS, Araken de. Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2007, p. 252.
[89] Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que: [...]IV - opuser resistência injustificada
ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato
do processo; Vl - provocar incidentes manifestamente infundados.
[91] Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a
pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte
contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as
despesas que efetuou
DIAS, Maria Berenice. Reconsideração versus Revisão: uma distinção que se impõe.
Disponível na Internet em: http://www.berenicedias.com.br. Acesso em 23 de Outubro de
2008.
[94] Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio
do documento ou da coisa, a parte pretendia provar.
[95] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 94.
[96] Art. 810. Salvo a hipótese de má-fé ou erro grosseiro, a parte não será prejudicada
pela interposição de um recurso por outro, devendo os autos ser enviados à Câmara, ou
turma, a que competir o julgamento.
[97] Explica BUZAID (Exposições de Motivos do CPC. n.º 29 a 33) que “[...] o projeto
simplifica o sistema de recursos. Concede apelação só de sentença; de todas as decisões
interlocutórias, agravo de instrumento. [...] O critério que distingue os dois recursos é
simples. Se o juiz põe termo ao processo, cabe apelação. Não importa indagar se decidiu
ou não o mérito. A condição do recurso é que tenha havido julgamento final do processo”.
Nota-se, portanto, que o CPC de 1973, na redação original do art. 162, § 1º, simplificava o
reconhecimento dos provimentos judiciais, segundo a sua finalidade ou repercussão no
processo, adotando critério pragmático para identificação do ato jurisdicional. Em qualquer
situação em que ficássemos em dúvida de qual o recurso dever-se-ia interpor “bastaria
indagar: omitido o recurso, o processo acaba ou, seja qual for a variante, há de prosseguir?
No primeiro caso o recurso era de apelação; no segundo, agravo” (ASSIS, Araken de.
Manual dos Recursos. São Paulo: Revistas dos tribunais, 2007. p. 369.)
[99] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 139.
[100] ASSIS, Araken de. Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2007, p. 87.
[101] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 162.
[102] Sobre a desnecessidade de tal requisito, NELSON NERY JÚNIOR (Teoria Geral dos
Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p.
168) aduz que: “em havendo os pressupostos para a aferição da dúvida objetiva, ou, da
inexistência de erro grosseiro, o prazo se nos afigura absolutamente irrelevante. O
recorrente deve, isto sim, observar o prazo do recurso efetivamente interposto, havido por
ele como o correto para a espécie”. Inobstante, muito bem adverte ARAKEN DE ASSIS
(Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 94) que
“atualmente, prevalece o entendimento de que é imprescindível respeitar o prazo do
recurso próprio”. De forma uníssona, WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC
brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl. de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei n.º
11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 171: “a jurisprudência,
todavia, tem propendido pela corrente mais rígida, no que diz respeito ao aspecto do
prazo”.
[103] MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. Arts. 476
a 565. 11. ed. rev. atual. inclusive de acordo com o novo Código Civil. Forense: Rio de
http://www.temasatuaisprocessocivil.com.br/edicoes-anteriores/47-v1-no-1-julho-de-2011/101-pedido-de-reconsideracao 18/19
09/10/2017 Pedido de Reconsideração
Janeiro, 2003, p. 492-493, v. V. No mesmo sentido: VASCONCELOS, Antônio Vital Damos
de. O Pedido de Reconsideração e a Preclusividade das Decisões Judiciais. In: Revista da
AJURIS. Porto Alegre, n. 40, ano XIV, julho, 1987, p. 163; CUNHA, Leonardo José Carneiro
da. O Pedido de Reconsideração e suas Hipóteses de Cabimento. In: Revista Dialética de
Direito Processual. São Paulo, v. 4, julho, 2003, p. 112; GIANNICO, Maurício. A Preclusão
no Direito Processual Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 185; WAMBIER, Teresa
Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. 4. ed. rev. atual. ampl. de acordo com a nova
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481; NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 92; OLIANI, José Alexandre Manzano. O
Contraditório nos Recursos e no Pedido de Reconsideração. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2007, p. 165.
[104] ASSIS, Araken de. Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2007, p. 865 e Introdução aos Sucedâneos Recursais. In: Revista Jurídica. Porto Alegre, v.
310, agosto, 2003, p. 25.
DIAS, Maria Berenice. Reconsideração versus Revisão: uma distinção que se impõe.
Disponível na Internet em: http://www.berenicedias.com.br. Acesso em 23 de Outubro de
2008.
[106] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 97.
[107] NERY JÚNIOR, Nelson. Teoria Geral dos Recursos. 6. ed. atual. ampl. e reform. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 97-98.
[110] ASSIS, Araken de. Manual dos Recursos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2007, p. 580.
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