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KISHIMOTO, Tentar definir o jogo não é tarefa fácil. Quando se diz a palavra jogo cada um pode entendê-la de modo diferente. Pode-se estar falando de
Tizuko Morchida. jogos políticos, de adultos, de crianças, de animais ou de amarelinha, de xadrez, de adivinhas, de contar estórias, de brincar de "mamãe e
O jogo e a filhinha", de dominó, de quebra-cabeça, de construir barquinho e uma infinidade de outros. No primeiro caso, o sentido do jogo
educação infantil. depende da linguagem de cada contexto social. No segundo caso, um sistema de regras permite identificar, em qualquer jogo, uma
estrutura sequencial que especifica sua modalidade. O terceiro sentido refere-se ao jogo enquanto objeto. O xadrez materializa-se no
tabuleiro e nas peças que podem ser fabricadas com papelão, madeira, plástico, pedra ou metais. Brinquedo é outro termo indispensável
para compreender esse campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação com a criança e uma abertura, uma indeterminação
quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. Huizinga descreve o jogo como elemento da
cultura, Vygotsky é um dos que afirmam que nem sempre o jogo possui essa característica, porque em certos casos, há esforço e desprazer
na busca do objetivo da brincadeira. A psicanálise também acrescenta o desprazer como constitutivo do jogo, especialmente ao demonstrar
como a criança representa, em processos catárticos, situações extremamente dolorosas. Para Fromberg (1987, p.36), o jogo infantil inclui
as características: simbolismo: representa a realidade e atitudes; significação: permite relacionar ou expressar experiências; atividade: a
criança faz coisas; voluntário ou intrinsecamente motivado: incorporar motivos e interesses; regrado: sujeito a regras implícitas ou
explícitas, e episódico: metas desenvolvidas espontaneamente. Para Fromberg (1987, p.36), o jogo infantil inclui as características:
simbolismo: representa a realidade e atitudes; significação: permite relacionar ou expressar experiências; atividade: a criança faz coisas;
voluntário ou intrinsecamente motivado: incorporar motivos e interesses; regrado: sujeito a regras implícitas ou explícitas, e episódico:
metas desenvolvidas espontaneamente favorecer o ensino de conteúdos escolares e 3 diagnóstico da personalidade infantil e recurso para
ajustar o ensino às necessidades infantis. A recreação, adotada desde os tempos greco-romanos, é entendida como o relaxamento
necessário para atividades que exigem esforço físico, intelectual e escolar. (Aristóteles, Tomás de Aquino, Sêneca, Sócrates). Por longo
tempo, a brincadeira fica limitada à recreação. Rabelais, Montaigne divulga o caráter educativo do jogo. Considera inúteis os jogos de
caça, passatempo dos nobres, e a dança, tida como lazer popular. Vives vê o jogo como um meio de expressão de qualidades espontâneas
ou naturais da criança, como recriação, momento adequado para observar a criança, que expressa através dele sua natureza psicológica e
inclinações. Para Groos, o jogo é uma necessidade biológica, um instinto, e, psicologicamente, um ato voluntário Melanie Klein usa o jogo
como meio de diagnóstico de problemas da criança. Em síntese, para Bruner , o jogo infantil estimula a criatividade, não no sentido
romântico, mas na acepção de Chomsky, de conduzir à descoberta das regras. os paradigmas sobre o jogo infantil parecem equiparar o
jogo ao "não sério", à futilidade ou reivindicar o sério e associá-lo à utilidade educativa, em sua grande maioria, um referencial dos tempos
do Romantismo. O enraizamento de tais concepções não impede o aparecimento de novos paradigmas como os de Bruner e Vygotsky,
que ampliam a base de estudo, partindo de pressupostos sociais e explicitando o papel de brinquedos e brincadeiras na educação da criança
pré-escolar.
LANDSMANN, Tradicionalmente, sob a justificativa de facilitar a aprendizagem da leitura e da escrita, são oferecidos aos alunos fragmentos de textos ou
Liliana Tolchinsky. ainda textos criados para este único fim, o que acaba dificultando a aprendizagem, uma vez que desses “pseudotextos” é retirado tudo o
Aprendizagem da que é considerado difícil para o entendimento do aluno, privando-o, assim, de toda a riqueza e diversidade próprias da língua. Aprender a
Linguagem Escrita escrever é um processo complexo que resulta de um intenso trabalho cognitivo e linguístico. Como afirma Pasqueir e Dolz, não se trata de
um objeto de aprendizagem único, mas de uma pluralidade de gêneros textuais com características linguísticas distintas. Como afirmam
Pasquier e Dolz, “a revisão é uma atividade que é parte integrante da escrita”. O texto, dotado de função social, precisa ser a unidade
linguística de trabalho com a língua escrita, de modo a centrar a ação pedagógica no uso da língua e a transformar a sala de aula em um
lugar de prática de linguagem. Nesse contexto, o texto é tomado como objeto de estudo, favorecendo a reflexão sobe a língua escrita, e,
por conseguinte, sua aprendizagem.
LA TAILLE, Yves O lugar da interação na concepção de Jean Piaget A socialização da inteligência só começa a partir da aquisição da linguagem. Para Piaget,
de. Piaget. "autonomia significa ser capaz de se situar consciente e competentemente na rede dos diversos pontos de vista e conflitos presentes numa
Vygotsky. Wallon: sociedade". A perspectiva de Vygotsky é sempre a da dimensão social do desenvolvimento. Para ele, o ser humano constitui-se como tal
teorias na sua relação com o outro social; a cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico que molda o funcionamento
Psicogenéticas em psicológico do homem ao longo do desenvolvimento da espécie (fïlogenética) e do indivíduo (ontogenética). Vygotsky apresenta a ideia
discussão de mediação: a relação do homem com os objetos é mediada pelos sistemas simbólicos (representações dos objetos e situações do mundo
real no universo psicológico do indivíduo), que lhe possibilita planejar o futuro, imaginar coisas, etc. Wallon - A metodologia do seu
trabalho ancora-se no materialismo dialético. A questão da motricidade é o grande eixo do trabalho de Wallon. Para ele, o ato mental se
desenvolve a partir do ato motor. Há uma transição do ato motor para o mental. As fases da inteligência - as etapas de construção do eu 1a
fase: impulsivo-emocional (de zero a um ano). /2a fase: sensório-motor e projetivo (de um a três anos). 3a fase: personalismo (três a seis
anos). 4a fase: categorial (seis a onze anos). Voltada para o cognitivo, é a fase escolar. 5a fase: puberdade e adolescência (a partir dos onze
anos). Desenvolvimento do juízo moral e afetividade na teoria de Jean Piaget :a) As regras do jogo Piaget dividiu em três etapas a
evolução da prática e da consciência de regras: 1a - anomia (até 5/6 anos): as crianças não seguem atividades com regras coletivas; 2a -
heteronomia (até 9/10 anos): as crianças vêm as regras como algo de origem imutável e não como contrato firmado entre os jogadores; ao
mesmo tempo, quando em jogo, introduzem mudanças nas regras sem prévia consulta aos demais; as regras não são elaboradas pela
consciência e não são entendidas a partir de sua função social; 3a - autonomia: é a concepção adulta de jogo; o respeito às regras é visto
como acordo mútuo em que cada jogador vê-se como possível "legislador". O dever moral / A justiça As relações interindividuais são
divididas em duas categorias: • coação/ cooperação O problema da afetividade em Vygotsky Consciência/ Sentido e significado O discurso
interior interior corresponde à internalização da linguagem. A afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de Wallon : teoria da
emoção /Afetividade e inteligência O ser humano é afetivo por excelência. É da afetividade que se diferencia a vida racional.
MENEGOLLA, O ato de planejar sempre parte das necessidades e urgências que surgem a partir de uma sondagem sobre a realidade. A sondagem é a 1ª
Maximiliano; etapa do processo de planejamento/Definição de objetivos claros e significativos/Determinação de meios e recursos
SANT’ANNA, Ilza possíveis/Estabelecimento de critérios e princípios de avaliação para o processo de planejamento e execução. Planejamento curricular:
Martins. Por que sondagem, definição dos objetivos, seleção das disciplinas e conteúdos, seleção dos procedimentos, seleção dos recursos humanos e
Planejar? Como materiais, processos de avaliação/ Plano curricular e plano de ação. Sondagem: alunos professores-escola-comunidade. Critérios para
Planejar? seleção dos conteúdos: Significação/ adequação às necessidades sociais e culturais/interesse/validade/utilidade/possibilidade de
reelaboração/ flexibilidade.
PIAGET, Jean; Estuda o crescimento mental das crianças, até a fase de transição constituída pela adolescência. Os tópicos abordados pelos autores são: o
Inhelder, B. nível sensório-motor da criança, o desenvolvimento das percepções, a função semiótica ou simbólica, as operações concretas do
A Psicologia da pensamento e as relações interindividuais, o pré-adolescente e as operações proposicionais. Função semiótica ou simbólica consiste na
Criança. representação de um “significado” qualquer para o mundo que o rodeia. Para PIAGET o conhecimento não está no sujeito, nem no objeto
exclusivamente, mas na interação indissociável entre ambos. A criança entra em contato com o objeto, experimenta-o por meio de seus
sentidos, usa-o de todas as formas e define-o pelo uso que faz dele. A inteligência estrutura-se elaborando formas de adaptações
progressivamente mais complexas. O ato de conhecer precisa de conteúdos externos para que se efetive, sendo assim implica a
necessidade e a possibilidade de trocas entre o sujeito e o meio físico, social, natural e cultural. Dessa forma, a criança que possui
ambiente limitado, que não favoreça a interação entre o sujeito e o objeto, e adultos que não estimulem adequadamente, podem sofrer
déficit na aprendizagem, mesmo que não apresentem deficiência biológica. Jean Piaget explica através da psicologia genética, que a
criança desenvolve-se a partir do momento que começa a interagir por meio de ações cognitivas concretas, ou seja um processo de
construção de estruturas lógicas sobre os objetos ao seu redor. Este autor classifica o desenvolvimento intelectual/cognitivo das crianças
em etapas ou estágios, sendo que em cada fase obedece a uma sequência e tempo de permanência determinados pelo qual acriança vai dos
conceitos básicos para o complexo, como sendo cada fase pré-requisito para a próxima: Sensório-motor (zero a dois anos): Nesta fase a
criança explora o mundo através dos sentidos, isto é, ela precisa tocar, provar os objetos. Nesse estágio as ações geralmente não são
intencionais, a aprendizagem ocorre “acidentalmente”, por reflexos. Período Pré-operatório (dois a sete anos): Corresponde ao período da
educação pré-escolar. Esta fase apresenta alguns estágios diferenciados: estágio egocêntrico (dois a quatro anos) e estágio intuitivo (cinco
a sete anos). Aparece a função simbólica, isto é, os objetos começam a serem representadas por símbolos: um cabo de vassoura é cavalo,
uma cadeira empurrada é um trem, etc. É uma fase fortemente egocêntrica (a criança se vê como o centro de tudo que acontece ao seu
redor) e caracteriza-se pela irreversibilidade, ou seja, a criança considera que todos pensam como ela. A noção de espaço, adquirida por
volta de dois anos, antecede a noção de tempo, surgindo por volta dos quatro anos. A criança também não consegue ainda entender
transformações, mesmo que elas ocorram na sua presença. Período Operatório Concreto (sete a onze anos): A criança já consegue usar a
lógica para chegar as soluções da maior parte dos problemas concretos. Entretanto, sua dificuldade aumenta quando se trata de lidar com
problemas não concretos. Período Operatório Formal (onze a quinze anos): O pensamento lógico já consegue ser aplicado a todos os
problemas que surgem (o que não implica dizer que todo adolescente é totalmente lógico nas suas ações). Piaget também destaca que o
desenvolvimento das operações mentais depende de um meio rico de estímulos. Em um ambiente adequado e propício, a criança
desenvolve suas potencialidades, favorecendo assim não só seu crescimento físico, como o emocional e o social.
OSTETTO, Encontros e Encantamentos na Educação Infantil, uma obra que nos remete ao mundo da fantasia, do mágico, sem deixar de lado o
Luciana Esmeralda comprometimento com a educação das crianças de 0 a 6 anos. São relatos de experiências em cada capítulo: “Andando por creches e pré -
(org.). Encontros e escolas públicas: construindo uma proposta de estágio” . “O trabalho pedagógico na creche: entre limites e possibilidades”. “Espaço que
encantamentos na dê Espaço”, outra experiência com bebês. “O mapa do tesouro: ultrapassando obstáculos e seguindo pistas no cotidiano da Educação
educação infantil. Infantil”, o quarto este capítulo ainda resgata a importância de contar histórias para as educação infantil: partilhando experiências de
estágios. crianças de 0 a 6 anos de idade. “Por encanto, contando contos... histórias de um projeto de trabalho”. “Entre fadas, jacarés e
pintores: A história de construção de um grupo”, que de forma mágica nos apresenta um espetáculo no qual, cada ato nos faz refletir sobre
o grupo, a roda, a rotina... a mágica, a fantasia, o sonho, a alegria... a imaginação, a criação... as crianças, personagens principais deste
capítulo. “Era uma vez ... crianças, cobras, bruxas e histórias de encantamento”, percebemos como o inventar, fantasiar, imaginar podem
gerar mil formar de encenar. Autores, personagens, cenários... Reis, rainhas... eles estão nas histórias que lemos e que fazemos. “Ouvindo
e fazendo histórias” - as crianças de 4 anos e meio a 5 anos e meio formam seu grupo, na roda, mesmo com reis e rainhas, dividem seus
medos e viajam nas histórias. “Planejamento na educação Infantil: mais que atividade, a criança em foco nos leva a pensar que toda essa
alegria, todo esse encantamento não é fruto apenas de sonho, é algo possível, realizável, mas que para isso é necessário querer... ousar...
errar... arriscar... experimentar... tentar... observar... sonhar... registrar... imaginar... avaliar... encantar... planejar... pesquisar... planejar...
planejar... um plano que seja mais que mera burocracia, um plano que acima de tudo tenha a criança como foco de todas as atitudes do
educador. Este livro nos propõe um desafio, o de ser educadores e educadoras na Educação Infantil assumindo o risco de acerta, errar,
registrar, avaliar e ser avaliado, transformar e ser transformado, em fim o desafio de viver plena e absolutamente os encantos da Educação
Infantil. De acordo com OSTETTO (2000, p. 47): “Diante de todas essas conquistas ficou a certeza de que tanto espaço quanto rotina não
se transformam por si sós e não qualificam o trabalho pedagógico. É o educador, seu planejamento e a intencionalidade colocada no
trabalho que define essa qualificação, sem os quais o processo pedagógico deixa de existir”.
OYAFUSO, Akiko; Este livro discute plano escolar, planejamento e projeto pedagógico, entendendo que estes assuntos devem ser refletidos e elaborados
MAIA, Eny. Plano articuladamente, levando-se em consideração as desigualdades regionais do país. Projeto pedagógico (é o eixo central do plano escolar e
Escolar: caminho reflete como está organizada a escola) articulado com plano escolar: Objetivos Gerais/ Objetivos específicos/Avaliação/ Replanejamento
para a autonomia.
SEBER, Maria da As pesquisas e reflexões de Piaget revolucionaram o que se sabia sobre educação, notadamente nas áreas da psicologia evolutiva e do
Glória. Piaget: O processo de aquisição de conhecimento. A autora explica as ideias piagentianas do ponto de vista de alguém que as utilizou na prática. Não
diálogo com a se trata de um resumo de sua obra. O que conta aqui é a experiência: como os alunos evoluem, aprendem, reagem ou se relacionam com o
criança e o professor, considerando o dia-a-dia da escola brasileira. Quem foi Jean Piaget A explicação biológica da aquisição do conhecimento Como
desenvolvimento entender o raciocínio da criança As contribuições mútuas entre a criança e o seu mundo Os fatores que interferem no desenvolvimento
do raciocínio. intelectual Desenvolvimento das estruturas cognitivas e aprendizagem. As condições da construção das estruturas mentais são refletidas
através do aspecto afetivo da criança. Assim o grau de interesse diz muito sobre a formação das estruturas mentais. De acordo com Seber
“dizer então que ela se interessa por algo significa afirmar que ela está de posse de certas estruturas possíveis de assimilar o que lhe
propõem (SEBER, 1997, p.26)”
SOUZA, Paulo O autor analisa a história evolutiva da pré-escola; a transformação de escola de elite em escola popular, abrangendo especialmente alunos
Nathanael Pereira carentes e marginalizados; suas possibilidades como instrumento da educação de massa; as múltiplas carências que mais frequentemente
de. Pré-Escola: afetam o desempenho escolar da criança brasileira e financiamento. A pré-escola, que no passado era tida como um luxo para crianças
Uma Nova ricas e uma filantropia para as pobres. Surgiu, de repente, no panorama educacional, como um estágio de riquíssimo potencial educativo,
Fronteira pelo qual deveriam passar todas as crianças com menos de sete anos e idade. A história da educação infantil. Londres – damas da
Educacional. sociedade inglesa – deu origem a uma série de estabelecimentos de educação infantil, destinada a crianças órfãs e desamparadas de
preferência filhas de pais trabalhadores (cujo programa tinha mais de assistencialismo do que de pedagogia).França – Escolas Maternais a
programação do dia-a-dia previa refeições, jogos, obrigações ocupacionais e iniciação à leitura à escrita e ao cálculo. Alemanha – Jardim
de Infância – sob a inspiração de Froebel fez funcionar o primeiro Kindergarten. “Não se educa a criança para a vida adulta e sim para a
vida que a rodeia”. “Os seres se educam mediante um processo de desenvolvimento interior”. Inglaterra, França – motivação filantrópica.
Alemanha – Froebel – pré-escola dentro de molduras estritamente pedagógicas (abria para todas as crianças quaisquer que fossem as suas
condições sócio-econômicas) com pensamento fundamental de ajudar a criança a expressar-se e desenvolve-se. Pestalozzi – “Quero
psicologizar a educação” – na obra que intitulou-se: Como “Gertrudes Ensina os seus filhos” – mostra o pensamento do autor. Estes
pensadores influenciam nas instituições no Brasil. Ex.: parques infantis (linha assistencialistas). Pré-escola com um requisito prévio
essencial de toda política educativa e cultural. Entendida como um instrumento de educação compensatória passa a pré-escola à condição
de indispensável , pré-requisito para a fase de ensino formal obrigatório, que no Brasil, vai dos 7 aos 14 anos (segundo o autor).D. Levy
(1937) na área de Psiquiatria, publicou o resultado de alguns casos por ele analisador, de crianças que cresceram sofrendo privação
materna, e chegou a enumerar os seguintes traços típicos de seu comportamento (superficialidade nas relações; falta de concentração no
trabalho escolar e outros...).1975 (MEC) fez um “diagnóstico preliminar de Educação Pré-Escolar no Brasil”. A prof.ª. Ana Maria
Poppovic a fim de detectar o retardo de desempenho mental da criança carenciadas culturalmente escreveu o artigo “marginalização
cultural: uma metodologia para seu estudo” O principal sintoma de carência cultural da criança, além da apatia, da desatenção e da
incapacidade de formular raciocínios lógicos, é a pobreza vocabular. Maria Helena Souza Patto também escreveu sobre o assento
(Privação cultural e Educação Pré-Primária). A importância do currículo oculto quando é rico a participação infantil num ambiente
altamente estimulador formal na escola. Ex.: da obra de Graciliano Ramos em Vidas Secas.(...) até o papagaio era muda porque ninguém
conversava...Num ambiente pobre sem estímulos a criança cresce com uma espécie de atrofia cultural. Para Souza, o professor brasileiro
com o surgimento da Lei 5692/71 passou a viver uma fase de transição, sob o ponto de vista didático-pedagógico Acostumado a rígidos
“programas de ensino”, defrontou-se, a partir de então, com a liberdade de planejar, ele próprio, o currículo pleno para seus alunos. Cita a
Lei 4.024/61 Artigo 23 – educação pré-primária – aos menores de até sete anos e será ministrada em escolas maternais ou jardins de
infância. Artigo 24 – empresas que tenham a seu serviço mães de menores de sete anos serão estimuladas a organizar e manter, por
iniciativa própria ou em cooperação com os poderes públicos, instituições de educação pré-primária. Cita Lourenço Filho e Anísio
Teixeira, externando a preocupação com o tratamento dado ao pré-escolar. Todos os países do mundo vêm se preocupando com o
problema de educação do pré-escolar tendo como condicionante a Declaração dos Direitos das Crianças.
THIESSEN, Maria Pré- Escola, tempo de educar. A verdadeira educação é aquela que contribui para o desenvolvimento da inteligência e para a formação da
Lucia; BEAL, Ana personalidade, do autoconceito, do pensamento crítico, da independência, da responsabilidade e ainda do espírito cooperativo e da
Rosa. Pré Escola, amizade. O desenvolvimento infantil. As relações afetivas (simpatias/antipatias/relações interindividuais/auto avaliação). As relações
tempo de educar. sociais (regras/ diálogos/conquista da autonomia moral)- Para Piaget a finalidade da educação moral é contribuir para a formação de
personalidades autônomas. Brincadeiras com regras, jogos, atividades lúdicas (respeito aos outros e a si mesma)- vivência grupal. A
criatividade/A curiosidade/A percepção e a motricidade/O desenvolvimento cognitivo/Conceitos lógico-matemáticos. (Segundo a autora :
“o conhecimento lógico-matemático não pode ser ensinado: ele aparece através das relações que a própria criança cria dos objetos. É um
conhecimento que tende a progredir e, não havendo possibilidade de regressão, uma vez apreendido não será mais esquecido”) . A
educação pré-escolar Objetivos /Princípios metodológicos gerais/A organização do ambiente físico/Horários . Eixos trabalhados na pré-
escola: Artes plásticas: Justificativa/ Metodologia/Desenvolvimentos das atividades/Desenho/Pintura/Recorte e colagem/modelagem.
Expressão corporal: Justificativa/Metodologia/Desenvolvimentos das atividades/Histórias dramatizada: Dramatização espontânea de
histórias/Jogos de mímica Ritmo e música: Justificativa/Metodologia/Confecção de instrumentos/Desenvolvimentos de atividades
Pesquisar sons/Explorar sons/Acompanhar ritmos/Bandinha/Outras atividades Expressão oral: Justificativa/Metodologia/Desenvolvimento
das atividades/Diálogos/Histórias/Poesias/Dramatizações/Elaboração de histórias/ A biblioteca da sala Pequenos
jogos:Justificativa/Metodologia/Desenvolvimentos das atividades/Construção/Jogos de parear/Jogos para classificar e seriar/Quebra-
cabeças Atividades físicas: Justificativa/Metodologia/Desenvolvimentos das atividades/Atividades naturais, sem material/Atividades
utilizando uniformes e calçados / jornal/ pneus/bambolê/ com grandes blocos de madeira/ com cabos de vassoura / prancha/tabua ou banco
sueco/bola de borracha/ saquinho de areia/ corda e jogos. Descobrindo a natureza: Jardinagem/Criação de pequenos animais/Observações
e experiências/coleções. Festividades/ Reconhecendo símbolos/Conhecendo o nome/Escrevendo o nome/Atividades de rotina//Entrada e
saída/Higiene/Alimentação/Repouso/Arrumação da sala/ Projetos A avaliação na pré-escola- Avaliando o desenvolvimento da criança/A
auto avaliação do educador/A auto avaliação da criança
VINHA. Telma Conflitos ou um mau comportamento da criança. Inseguranças e condutas adequadas. Permissividade ou espontaneismo. Formação de
Pileggi. O educador pequenos tiranos, futuro jovens e adultos que não levam em conta as pessoas, as leis e regras. Para aprender a viver em grupo é necessário
e a moralidade realizar e ter experiências de vida em comum. Desenvolvimento moral denomina-se desenvolvimento dos sentimentos, das crenças,
infantil: uma visão valores e princípios. Desenvolvimento moral também é uma construção interior, a moralidade é construída, não vem pronta. Os valores
construtivista morais não são ensinados diretamente. É através da interação com inúmeras e cotidianas experiências que tem as pessoas e com as
situações. O desenvolvimento intelectual é condição necessária, mas não suficiente para o desenvolvimento moral. A moralidade é um
tema transversal porque, quer o professor queira, quer não queira, está trabalhando a moral. O problema é que a maioria das escolas
trabalham a moralidade não em direção à autonomia e sim à manutenção da heteronomia. Toda escola – de Educação Infantil, Ensino
fundamental, Ensino médio, professor de química, de física – trabalha a moral. Mas muito poucos professores a trabalham em direção a
autonomia. O Piaget diz que as pessoas verdadeiramente autônomas são raras. É claro, a vida inteira vivemos em um ambiente autoritário,
quando não era a escola, era mãe, o pai que diziam que tinha que obedecer, que é o pai quem manda. O educador deve se valer de sanções
por reciprocidade. Tipos de sanções por reciprocidade são: privar temporariamente a criança de algo que ela está estragando; reparar o
dano causado, se ela quebrou algo; sujou, limpou.
ZABALZA, Segundo o autor, o conjunto do sistema de ensino espanhol está, atualmente, passando por um período de reestruturação. Os outros países
Miguel A. europeus encontram-se também em um momento de reajuste dos sistemas e das práticas escolares.
Qualidade em Os três grandes desafios comuns a todo o sistema educativo espanhol e que, portanto, afetarão também a educação infantil:
educação infantil. a) A integração progressiva das propostas curriculares até chegar a constituir um autêntico projeto formativo integrado
b) A progressiva conquista da autonomia institucional pelas escolas.
c) O avanço em direção ao desenvolvimento profissional e dos professores (as) com uma maior insistência no seu compromisso
como educadores (as) e profissionais do currículo.
Desafios específicos da escola infantil O novo contexto de trabalho no qual se situa a nova legislação espanhola: A nova sensibilidade
internacional em relação à melhora da qualidade de vida da infância/A incorporação generalizada à escola de criança de 3 anos de idade/A
efetiva adoção de novo modelo curricular/A resposta da necessidade de formação e desenvolvimento profissional dos professores (as)
especialistas em educação infantil. Conceito de criança: a criança como sujeito de direitos/ a criança competente no duplo sentido (
situação de entrada e de propósitos de saída). Segundo o autor: “A ideia básica da escola infantil não é de construir novas aprendizagens,
mas de enriquecer os âmbitos de experiências”./ Qualidade de vida dos professores (as)A diminuição da pressão psicológica/A
disponibilidade e a dotação dos espaços: aspectos estéticos (acolhedor, belo, proporcional, etc)/ aspectos funcionais (adequação dos locais
e recursos)/ aspectos ambientais, ruídos, luminosidade, etc) A carreira docente: componente básico de satisfação profissional. Dez aspectos
chave de uma Educação Infantil de Qualidade: Organização dos espaços/Equilíbrio entre iniciativa infantil e trabalho dirigido no momento
de planejar e desenvolver as atividades/Atenção privilegiada aos aspectos emocionais/Utilização de uma linguagem
enriquecida/Diferenciação de atividades para abordar todas as dimensões do desenvolvimento e todas as capacidades/Rotinas
estáveis/Materiais diversificados e polivalentes/Atenção individualizada a cada criança/Sistema de avaliação, anotações, etc, que permitam
acompanhar global do grupo e de cada uma das crianças./Trabalho com os pais e as mães e com o meio ambiente ( Escola Aberta)
BRASIL. Introdução/ Formação Pessoal e Social/ Conhecimento de Mundo Conhecimento de Mundo que contém seis documentos referentes aos
Secretaria de eixos de trabalho orientados para a construção das diferentes linguagens pelas crianças e para as relações que estabelecem com os objetos
Educação de conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade , Matemática. Formação Pessoal e
Fundamental. Social que contém os eixos de trabalho: de construção da Identidade e Autonomia das crianças Concepção de criança, educar, cuidar,
Referencial brincar, brincadeiras, interação, diversidade, individualidade, resolução de problemas proximidade com as práticas sociais reais.
Curricular Nacional Organização do espaço e seleção dos materiais, Projetos de trabalho, Atividades permanentes e Organização do tempo. Professor de
de Educação Educação: em consonância com a LDB, este Referencial utiliza a denominação “professor de educação infantil” para designar todos os/as
Infantil. vol. 1 a 3. profissionais responsáveis pela educação direta das crianças de zero a seis anos, tenham eles/elas uma formação especializada ou não.
Avaliação: através da Observação, registro e avaliação formativa.
Ministério da O objetivo deste documento o de estabelecer padrões de referência orientadores para o sistema educacional no que se refere à organização
Educação. e funcionamento das instituições de Educação Infantil, cabe apontar, inicialmente, para uma distinção conceitual que deve ser feita entre
Secretaria de parâmetros de qualidade e indicadores de qualidade. Entende-se por parâmetros a norma, o padrão, ou a variável capaz de modificar,
Educação Básica. regular, ajustar o sistema (Houaiss e Villar, 2001). Parâmetros podem ser definidos como referência, ponto de partida, ponto de chegada
Parâmetros ou linha de fronteira. Indicadores, por sua vez, presumem a possibilidade de quantificação, servindo, portanto, como instrumento para
nacionais de aferir o nível de aplicabilidade do parâmetro. Parâmetros são mais amplos e genéricos, indicadores mais específicos e precisos. A
qualidade para a apresentação deste documento – organizado em dois volumes - visa facilitar seu manuseio pelos leitores. O primeiro (PARÂMETROS
educação infantil – )aborda aspectos relevantes para a definição de parâmetros de qualidade para a Educação Infantil no país. Apresenta uma concepção de
Volume 1. criança, de pedagogia da Educação Infantil, a trajetória histórica do debate da qualidade na Educação Infantil, as principais tendências
identificadas em pesquisas recentes dentro e fora do país, os desdobramentos previstos na legislação nacional para a área e consensos e
polêmicas no campo. No segundo (INDICADORES) , explicitam-se, inicialmente, as competências dos sistemas de ensino e a
caracterização das instituições de educação infantil a partir de definições legais, entendendo que um sistema educacional de qualidade é
aquele em que as instâncias responsáveis pela gestão respeitam a legislação vigente. Finalmente, são apresentados os parâmetros de
qualidade para os sistemas educacionais e para as instituições de educação infantil no Brasil, com o intuito de estabelecer uma referência
nacional que subsidie os sistemas na discussão e implementação de parâmetros de qualidade locais. O debate sobre a qualidade da
educação da criança até 6 anos no Brasil tem uma história. Para situar o atual momento, é necessário rever concepções e recuperar os
principais fios dessa história para que a discussão atual possa dialogar com os avanços e as dificuldades anteriores, alcançando um novo
patamar nesse processo de múltiplas autorias. Essa contextualização busca contemplar:
1) a concepção de criança e de pedagogia da Educação Infantil;
2) o debate sobre a qualidade da educação em geral e o debate específico no campo da educação da criança de 0 até 6 anos;
3) os resultados de pesquisas recentes;
a qualidade na perspectiva da legislação e da atuação dos órgãos oficiais do país.
Em síntese, para propor parâmetros de qualidade para a Educação Infantil, é imprescindível levar em conta que as crianças desde que
nascem são: • cidadãos de direitos; indivíduos únicos, singulares; • seres sociais e históricos; • seres competentes, produtores de cultura; •
indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral. Peter Moss fez uma síntese interessante desse debate durante o II
COPEDI Congresso Paulista de Educação Infantil, realizado em 2000. Segundo ele: 1)a qualidade é um conceito relativo, baseado em
valores; 2) definir qualidade é um processo importante por si mesmo, oferecendo oportunidades para compartilhar, discutir e entender
valores, ideias, conhecimentos e experiências; Na mesma linha de reflexão, Anna Bondioli (2004, p. 13-14) sintetiza a natureza da
qualidade nos serviços para a “primeiríssima” infância, na perspectiva dos educadores da região da Emília Romanha, na Itália:• a
qualidade tem uma natureza transacional;• a qualidade tem uma natureza participativa;• a qualidade tem uma natureza auto-reflexiva;• a
qualidade tem uma natureza contextual e plural;• a qualidade é um processo;• a qualidade tem uma natureza transformadora. A resolução
que instituiu essas diretrizes foi precedida por um parecer que trata de várias questões relativas à qualidade (Parecer CNE/CEB nº 22/98,
de 17/12/98). Por exemplo, na relação adulto — criança, indica a seguinte proporção:
• 1 professor para 6 a 8 bebês de 0 a 2 anos ;• 1 professor para cada 15 crianças de 3 anos;• 1 professor para cada 20 crianças de 4 a 6 anos.
As Diretrizes definem em seu art. 3º os fundamentos norteadores que devem orientar os projetos pedagógicos desenvolvidos nas
instituições de Educação Infantil: a)“Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem
Comum; b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; c)
Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais.”
Ministério da As instituições públicas de Educação Infantil no Brasil são gratuitas, laicas e apolíticas, ou seja, não professam credo religioso e político-
Educação. partidário. As instituições de Educação Infantil destinam-se às crianças, brasileiras e estrangeiras, sem distinção de gênero, cor, etnia,
Secretaria de proveniência social, credo político ou religioso, com ou sem necessidades especiais. Entretanto, matricular ou não uma criança de 0 até 6
Educação Básica. anos na instituição de Educação Infantil é um ato de livre vontade das mães e dos pais e/ou responsáveis pelas crianças. A Política
Parâmetros Nacional de Educação Infantil parte dessa finalidade para estabelecer como uma de suas diretrizes a indissociabilidade entre o cuidado e a
nacionais de educação no atendimento às crianças da Educação Infantil (BRASIL, 2005a). Os professores e os demais profissionais que atuam nessas
qualidade para a instituições devem, portanto, valorizar igualmente atividades de alimentação, leitura de histórias, troca de fraldas, desenho, música, banho,
educação infantil – jogos coletivos, brincadeiras, sono, descanso, entre outras tantas propostas realizadas cotidianamente com as crianças. O idioma falado nas
Volume 2. instituições de Educação Infantil é o português, assegurada às comunidades indígenas a educação bilíngüe, e às comunidades fronteiriças,
a interculturalidade. As propostas pedagógicas são desenvolvidas com autonomia pelas instituições de Educação Infantil a partir das
orientações legais. A relação entre o número de crianças por agrupamento ou turma e o número de professoras ou professores de Educação
Infantil por agrupamento varia de acordo com a faixa etária:
• uma professora ou um professor para cada 6 a 8 crianças de 0 a 2 anos;
• uma professora ou um professor para cada 15 crianças de 3 anos;
• uma professora ou um professor para cada 20 crianças acima de 4 anos.
A escolha das concepções, das metodologias e das estratégias pedagógicas é explicitada nas propostas pedagógicas das instituições de
Educação Infantil e respeitam o estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Parecer CEB 22/98).
Apresentados no volume II da presente publicação e parte integrante dele, os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação
Infantil para os sistemas educacionais deverão contemplar aspectos unanimemente apontados como relevantes para a melhoria permanente
da qualidade do atendimento às crianças, a saber: • as políticas para a Educação Infantil, sua implementação e acompanhamento;/• as
propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil;/• a relação estabelecida com as famílias das crianças;/• a formação regular e
continuada dos professores e demais profissional;/• a infraestrutura necessária ao funcionamento dessas instituições.
CANDAU, Vera Direitos Humanos, violência e cotidiano escolar. Candau fala da importância de não separar a violência escolar da violência social.
Maria Direitos Segundo Vera Candau, a violência é uma marca estrutural da história do Brasil, e pode ser observada desde a invasão europeia, passando
Humanos, violência pela escravidão e pelas relações sociais, nas quais sempre há um grupo dominante. Desestabilizar essas relações não é nada fácil. A
e cotidiano escolar. sociedade tem refletido pouco sobre a cultura da violência que não deve ser tratada apenas como um fenômeno esporádico, pois se traduz
inReinventar a em formas de vida. Sujeitos cada vez mais jovens estão se envolvendo nessa rede de violência. Ela já está naturalizada, banalizada e
Escola. perdeu o impacto, a não ser quando ocorre alguma tragédia. Vivemos um cenário de violência social, apesar das políticas de direitos
humanos. Ao comentar a violência escolar, Candau revelou que as pesquisas se referem às manifestações registradas e, na maioria dos
casos, são observadas por meio das ameaças e agressões verbais, das agressões físicas, pelo assédio do narcotráfico, depredações,
pichações e discriminações entre os alunos. Violência social e violência escolar estão relacionadas, mas esta relação não pode ser vista de
modo mecanicista e simplista. Candau fala de um fenômeno complexo, multicausal, com dimensões estruturais e culturais variadas.
Também não podemos deixar de falar que a própria escola produz violência. A violência nas escolas é reflexo da violência na sociedade
sim, mas ela também a produz quando nega o saber da criança e não leva em consideração o seu contexto. Para Vera Candau a escola deve
resgatar o aluno como um sujeito de direitos, por meio de mecanismos de participação e diálogo, além de rever sua relação com a família
do estudante. Em geral, a família da criança só é chamada quando há problema. Os pais não participam de maneira ativa do cotidiano dos
filhos na escola, que também deve reinventar seus espaços. Candau defende a tese de que a educação em direitos humanos é a forma mais
eficaz para enfrentar essa forma de violência nas escolas. A educação em direitos humanos é compreendida como um processo sistemático
e multidimensional que orienta a formação do sujeito de direitos e articula algumas dimensões, como a apreensão de conhecimentos
historicamente construídos sobre direitos humanos e a sua relação com os contextos internacional, nacional e local; a afirmação de valores,
atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos em todos os espaços da sociedade; a formação de uma consciência
cidadã capaz de se fazer presente nos níveis cognitivo, social, ético e político; o desenvolvimento de processos metodológicos
participativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados; e o fortalecimento de práticas
individuais e sociais que gerem ações e instrumentos a favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos humanos, bem como da
reparação das violações. OBS: Para a realização deste estudo sobre Direitos Humanos, violência e cotidiano escolar. Candau fez um
trabalho de pesquisa em 2 escolas: Colégio Guarani (pública) e Escola Iracema (particular).