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O poder masculino
na esfera da
universidade pública
Josélia Barroso Queiroz Lima
Professora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
E-mails: joselia.barroso@ufvjm.edu.br; joseliabqlima@gmail.com
Resumo: O artigo/ensaio discute sobre o poder masculino e educação, tendo por fundamento
as disciplinas lecionadas na Universidade: Políticas Educacionais e Psicologia Social. Duas
questões mobilizam as reflexões: a violência simbólica e física que nos marca como sociedade
patriarcal; e como, historicamente, o Estado brasileiro tem negado a educação como direito
social. Reflete sobre as marcas societárias que se reproduzem no contexto educacional,
colocando em análise o cotidiano acadêmico e a reprodução de modos de socialização que
dificultam a inclusão social. Dialoga com diferentes autores, como Habermas (1994), Dubet
(2008) e Santos (2003), focando a universidade, a educação e as relações de poder históricas
que marcam o fazer social. Aborda os silêncios históricos: a negação da educação como
direito, seja à mulher, seja aos negros, aos pobres e aos índios. São discutidos, pois, os
desafios para se construir uma educação inclusiva e democrática.
O que levou à produção das a diversidade nos coloca, sobretudo, no que se refere
reflexões sobre a relação poder à edificação de uma sociedade democrática, compro-
masculino-universidade metida com o reconhecimento social das múltiplas
histórias que compõem a sociedade humana e, sobre-
O desafio de refletir sobre o tema surgiu no con- tudo, a sociedade brasileira.
texto da organização da Semana de Humanidades, Ao receber e aceitar o convite para discutir sobre o
desenvolvida pelo Curso Bacharelado em Huma- tema, o porquê da proposição do mesmo foi levanta-
nidades, da Universidade Federal dos Vales do Je- do. A resposta se dirigiu às disciplinas dessa Univer-
quitinhonha e Mucuri (UFVJM) . Com o tema
1
sidade: Políticas Educacionais e Psicologia Social. Ne-
‘Diversidade e Vale do Jequitinhonha’, a Semana de las, os processos sociais e os modos de produção de
Humanidades objetivou refletir sobre os desafios que subjetividades que eles produzem são discutidos. No
No âmbito das relações familiares e sociais, as re- compreensão e a aproximação dos saberes entre os
gras que modelam o comportamento definindo o fe- sujeitos sociais. Questionar a linguagem acadêmica
minino e masculino: o brincar feminino intimamen- é entender que a hegemonia discursiva é, também,
te atrelado ao fazer cotidiano doméstico e ao cuidado uma forma de manutenção ideológica de poder. A
dos filhos. A boneca, o rosa e a delicadeza são “atri- incompreensão do discurso reproduz a centralização
como socialmente construídos. Os brinquedos mas- gação social e de domínio do poder científico. Cuidar
culinos reproduzem a lógica das instrumentalidades: da linguagem é cuidar das relações entre os sujeitos
do carro às ferramentas e aos jogos eletrônicos, a sociais, permitindo que entre eles a palavra circule e
notas
social implica a revisão do modo de produção capitalista.
notas
4. O uso de letras maiúsculas e minúscula foi
proposital; visa ilustrar a lógica hierarquizante do
imaginário social em torno do lugar docente em
disciplinas, majoritariamente, vinculada ao sexo
masculino.
referências
SOUZA, J. A tolice da inteligência brasileira.1. ed. São Paulo: Leya, 2015.