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Projeto Integrador:

As alterações trazidas pelo


Decreto 8262/14 e o Direito Constituição Federal
1
de Liberdade.

BRASIL. Constituição (1988).

A Constituição Federal representa um avanço para a saúde pública


brasileira, conforme dispõe o artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação. ”

O reconhecimento da saúde como direito fundamental do cidadão e


como dever do Estado é constitucional. Portanto, cabe ressaltar que a complexidade do
artigo, no que pese dar um sentido interpretativo lógico e prático, deve ser encarado de
forma a facilitar o entendimento de que: a saúde é direito de todos, o Estado possui o
dever de cumprir essa garantia, e o acesso deve ser para toda a coletividade. Partindo de
uma visão que considera à questão dos ambientes livres para o
fumo, “devem ser preservados o direito à saúde de todos, fumantes e não
fumantes, sejam eles os frequentadores de ambientes fechados, sejam eles
os trabalhadores que ali exerçam suas atividades, bem como o direito ao meio
ambiente saudável livre da FAT (Fumaça Ambiental do Tabaco) ”. (BARATA;
VEDOVATO; VIANNA, 2014, p. 158).
Assim, a análise da constitucionalidade da lei antifumo para prevenir ou evitar o uso do
cigarro em determinados locais traz considerável redução no custeio arcado por um Estado
já bastante onerado e com recursos escassos, “volta-se para as políticas públicas e os
recursos escassos na efetivação do direito social à saúde” (SPERANDIO; VEDOVATO;
SPERANDIO, 2001, p. 73).
Diante do exposto, o Estado deve realizar uma política de gestão, tanto na área social
quanto na financeira para oferecer a cobertura da saúde como garantia a toda população,
visto que pesquisas demonstram que fumantes passivos possuem sua saúde afetada.
Projeto Integrador:
As alterações trazidas pelo
Curso de Direito Constitucional 1
Decreto 8262/14 e o Direito
de Liberdade
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36ª ed. São Paulo:
Malheiros Editores LTDA, 2013. p. 235.

“Liberdade consiste na possibilidade de coordenação consciente dos meios necessários à


realização da felicidade pessoal. ”

O conflito existente nas leis antifumo associa dois direitos constitucionalmente garantidos
– o direito à saúde do fumante passivo e o direito à liberdade do fumante fumar –
indubitavelmente não existe direito absoluto, e, assim, o direito à liberdade pode ser
limitado para garantir o cumprimento do direito à saúde.
As leis antitabaco devem sim existir, e são constitucionais. Essas leis cumprem a função
social, já que o número de fumantes vem declinando, dando maior longevidade à
população brasileira.
De fato, sentir ocasionalmente um cheiro ruim não é apenas um mero aborrecimento
do cotidiano, mas há pesquisas científicas que comprovam a maléfica aos que a ela
são expostos.
Outra vez, é de suma importância o conceito de liberdade abordado pela Declaração
Universal do Homem e do Cidadão de 1789, que dispõe: “A liberdade consiste em poder
fazer tudo o que não prejudique a outrem: assim, o exercício dos direitos naturais do
homem não tem outros limites senão os que asseguram aos demais membros da sociedade
o gozo dos mesmos direitos. Esses limites, somente a lei poderá determinar. ”
Diante do exposto, o que se prevalece é o fumante ativo não impor o fumo aos não
fumantes, gerando males a saúde de um grande número de pessoas submetidas contra as
suas vontades.
Projeto Integrador:
As alterações trazidas pelo Liberdade: contribuição do pensamento de
Decreto 8262/14 e o Direito Hannah Arendt à filosofia do direito 1
de Liberdade
ALMEIDA, José Rubens Demoro. Liberdade: contribuição do pensamento de Hannah
Arendt à filosofia do direito. Revista de Direito Constitucional e Internacional. Vol. 98.
Ano 24. p. 49-58. São Paulo: Ed RT, novembro – dezembro. 2016.

“A convivência deve ser garantida pelo Direito para fazer valer o pensamento de Arendt,
uma vez é o jurídico que regula e disciplina o convívio entre homens e não pode, por meio
de injustiças, permitir a opressão totalitária que atenta contra a liberdade”.

Os efeitos ocasionados pela lei antifumo estão transformando o ato de fumar em


comportamento condenável, e gerando um clima de perseguição aos
fumantes.
As medidas antitabagistas estariam convertendo os fumantes em verdadeiros párias da
sociedade. É claro, que a lei antifumo aprovada no Brasil é desproporcional e ofende o
direito à liberdade dos fumantes, infringindo com a necessária ponderação entre princípios
que condizem com as regras a serem aplicadas.
Em algumas situações, a lei antifumo permite que essas pessoas sejam submetidas a
humilhações e exclusões, como se estivessem
sendo punidas por desrespeitarem à saúde pública e à liberdade dos
não fumantes.
“Há um caráter higienista nessas leis, que tendem transformar a
produção científica sobre a nocividade do cigarro em uma proposição quase
que religiosa e absoluta, não condizente com o Estado Democrático de
Direito”. (SERRANO, 2009, p. 04).
Projeto Integrador:
As alterações trazidas pelo Curso de Direito Constitucional
Decreto 8262/14 e o Direito 1
de Liberdade
Bonavides, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 13ª Ed. 2003. PC Editorial LTDA. São
Paulo. p. 561.

“Os direitos fundamentais propriamente ditos são, na essência, entende ele, o direito do
homem livre e isolado, direitos que possuem em face do Estado. E acrescenta: numa
acepção estrita são unicamente os direitos da liberdade, da pessoa particular,
correspondendo de um lado ao conceito do Estado do Burguês de Direito, referente a uma
liberdade, em princípio ilimitada diante de um poder estatal de intervenção, em princípio
limitado, mensurável e controlável. ”

A lei antifumo é uma tentativa de corrigir moralmente a Constituição. Fumar é um ato de


liberdade individual protegido pela Constituição, portanto, a lei ora em comento é
contrária as liberdades constitucionais.
A responsabilidade é dos estabelecimentos comerciais onde o fumante tragou seu cigarro,
sendo punido por isso, e não o próprio fumante; bem como, a fiscalização direta caberia
assim aos donos de estabelecimento, portanto deve haver a melhoria do efetivo policial,
assim como a sua capacitação, pois os proprietários desses locais não possuem outra
alternativa para agir diante da relutância de fumantes a não ser chamar a polícia. E, se
enquanto a polícia não chega, a fiscalização chegar, será indevidamente punido o dono do
estabelecimento, que não dispõe de meios eficientes para cumprir a lei.
O mais correto, sem dúvida, seria que a punição recaísse sobre o próprio fumante
relutante, porque a lei acabou convertendo os proprietários dos estabelecimentos em
seus fiscais.
É importante ressaltar que a lei antifumo atinge ambas as liberdades subjetivas, tanto
daquele que fuma ativamente quanto daquele que é um fumante passivo. A discussão a
respeito sempre existirá, partindo do pressuposto que nenhuma liberdade é absoluta, por
isso, há de se fazer necessário um ponderamento de condutas pautadas no critério do bom
senso, para que se evite que o imperativo categórico imponha limites.

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