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Texto áureo
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
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I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS
1. O contexto da parábola.
Nosso Senhor Jesus Cristo havia refutado com outra pergunta a questão que
lhe foi endereçada por seus adversários (vv. 24 e 25). Logo, Jesus lhes enfrenta,
agora, com uma parábola – a dos dois filhos, como que visto através de um espelho,
em que aqueles inimigos da Lei da Vida poderiam enxerga-se, a si mesmos, a
impureza de seus corações, a negligência de seus deveres, sua ingratidão frente
aos privilégios que lhes eram devidos, a gravidade de seus pecados ao acusarem o
Mestre.
“Mas que vos parece?”, faz-se ecoar a voz do Mestre da Vida. Palavras estas
semelhantes introduzem um discurso mais amplo (Mt 17.25). “Um homem tinha dois
filhos”. Aqui, como em Lucas 15.11, temos, sob a imagem de dois filhos de um
mesmo pai, duas grandes categorias de pessoas, as quais simbolizam todas as que
o Senhor encontra em seu ministério terreno.
“E, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”.
Esta ordem pode ser vista no texto de Mateus 20. 1-7, correspondendo à lei natural
da consciência e da lei revelada por Moisés, isto é, os homens devem trazer frutos
para Deus. Os publicanos e pecadores maus negligenciam, evidentemente, este
apelo. O filho enviado por seu pai, o primeiro, “respondendo, disse: não quero.
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Mas depois, arrependendo-se, foi”1. A rudeza da resposta, a falta de decência, é
visível aqui. Representante dos pecadores impuros, ele não procura disfarçar sua
má-vontade, antes se recusa abertamente a ir. “Mas, depois, arrependendo-se foi”. É
interessante que ele, agora, muda de atitude, fazendo-se semelhante aos
numerosos ouvintes de João – o mergulhador e do próprio Senhor Jesus,
demonstrando fruto digno de arrependimento.
Quando o Senhor lhes perguntou: “Qual dos dois fez a vontade do pai?”, seus
adversários não puderam pretextar sua incapacidade para responder; eles foram
obrigados a dar uma resposta precisa, a qual lhes condenavam. “Disseram-lhe eles:
O primeiro”. De bate pronto ouvem a sentença proferida por Jesus: “Disse-lhes
Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de
vós no reino de Deus” (Lc 7.29, 37-50).
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Gerhard diz que “toda a vida dos pecadores se resume nisto: não queremos fazer a vontade de
Deus.”
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Destarte vossa incredulidade não durou apenas por um tempo, mas, muito mais,
quando “os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois
vos arrependestes para crê-lo.”
3. A negação verbal.
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4. Uma adesão operativa.
1. Palavras estéreis.
É como alguém que se olhe num espelho — os espelhos antigos não eram
de vidro, mas sim de metal esmeradamente polido — e vê a sujeira que
mancha seu rosto e o emaranhado de sua cabeleira, mas logo se retira da
frente do espelho e se esquece de sua aparência e não faz nada para
corrigir e melhorar seu aspecto. Ao ouvir a palavra verdadeira é revelado ao
homem o que ele é e o que deveria ser. Vê o que vai mal, e também adverte
o que deveria fazer para corrigi-lo. Mas se só se trata de um auditor, então
permanece tal qual ele é, e todo seu ouvir foi completamente inútil.
De fato, o texto bíblico nos diz: “E nós somos testemunhas acerca destas
palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem”.
(Atos 5.32).
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Portanto, a obediência às coisas sagradas e consequentemente a aplicação
da mesma em nossa vida diária nos levará a patamares espirituais inimagináveis,
além do que, motivará outras pessoas a agirem de maneira semelhante, em busca
de um aperfeiçoamento cada vez melhor frente às vicissitudes da vida.
O texto de Mateus faz ecoar esta verdade supracitada: “Produzi, pois, frutos
dignos de arrependimento” (Mateus 3.8).
1) o arrependimento;
2) o paraíso;
3) o inferno;
4) o glorioso Trono de Deus;
5) o Templo celestial;
6) e o nome do Messias.
Eles diziam: “Um homem pode arrojar uma flecha que chegue a várias
centenas de metros, mas o arrependimento chega até o Trono de Deus.” Existe uma
famosa passagem rabínica que coloca o arrependimento no primeiro de todos os
lugares.
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“Quem é como Deus um mestre dos pecadores, que lhes ensine o
arrependimento?” Demandavam à Sabedoria “Qual será o castigo do pecador?” e
eis a resposta: “O mal perseguirá os pecadores” (Provérbios 13.21).
Os juramentos eram comuns, mas Jesus disse a seus discípulos para que
não jurassem; a palavra deles deveria ser o suficiente (Tg 5.12).
William Barclay diz que “esta passagem conclui com o mandamento de que
quando alguém deve dizer sim, tem que dizer sim, e nada mais; e quando deve dizer
não, tem que dizer não, e somente não”.
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A veracidade parece tão rara que, muitas das vezes, sentimos necessidade de
concluir nossas declarações com a expressão “eu prometo”.
É importante destacar que as pessoas não serão condenadas por aquilo que
desconhecem, mas pela atitude que demonstram em relação ao que sabem.
Para o apóstolo Paulo até aqueles que não conheciam a Lei escrita tinham
uma lei natural em seus corações. Poderíamos chamá-la conhecimento instintivo do
bem e do mal.
Os estóicos diziam que “no universo operam certas leis que o homem
quebranta para seu próprio risco — as leis da saúde, a lei moral, as leis que
governam a vida e a subsistência”. Estes mesmos estóicos chamavam a estas leis
fysis, que significa natureza, e insistiam com os homens a viver kata fysin, de acordo
com a natureza. O argumento de Paulo é que na própria natureza do homem está
implantado um conhecimento inato, inerente e instintivo do que deve fazer.
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Plutarco perguntava: “Quem governará o governador?” E a resposta se fazia
ouvir: “A lei, a rainha de todos os mortais e imortais, como a chamou Píndaro, que
não está escrita em rolos de papiro ou tábuas de madeira, mas em sua própria razão
dentro da alma, que mora perpetuamente com ele e o protege e nunca deixa sua
alma privada de orientação.”
Para Barclay, o que de fato Jesus queria dizer aos judeus era o seguinte:
“Vocês seguiram o seu próprio caminho, obedeceram suas próprias ideias,
construíram um deus próprio, o Espírito de Deus não pôde entrar em seus
corações. É por isso que não me podem reconhecer e não querem aceitar minhas
palavras.”
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Podiam ver o rei em qualquer momento; até tinham direito de entrar em seu
aposento de manhã cedo. O rei falava com eles antes de dirigirem-se a seus
generais, governantes ou estadistas. Os amigos do rei eram aquelas pessoas que
tinham a relação mais estreita e íntima com ele e que tinham direito de aproximar-se
dele em qualquer momento.
Portanto, Jesus nos chamou para ser seus amigos. Diz a seus homens que já
não os chama servos, doulos: chama-os amigos. Agora, essa frase resultaria muito
mais transcendental para aqueles que a ouviram pela primeira vez que para nós.
O título doulos, o escravo, o servo de Deus não era, por certo, um título
vergonhoso; de fato, indicava a maior das honras.
Moisés era o doulos, o servo, o escravo de Deus (Dt. 34.5); o mesmo era
Josué (Josué 24.29) e Davi (Salmo 89.20).
Paulo considerava que era uma honra usar esse título (Tito 1.1) e o mesmo
diz Tiago (Tiago 1.1).
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CONCLUSÃO
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