Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
RESUMO
HÁ VINTE ANOS, EM JULHO DE 1976, O “ANNAS OF THE ASSOCIATION OF AMERICAN GEOGRAPHERS” PUBLICAVA O
ARTIGO “HUMANISTIC GEOGRAPHY” DE YI-FU TUAN. ESTE TRABALHO É COMO QUE UMA DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA
DE UM MOVIMENTO QUE VINHA SENDO GESTADO HÁ MAIS DE DEZ ANOS E QUE, NAQUELE MOMENTO, ASSUMIA A FEIÇÃO
DE UM CAMPO DISCIPLINAR DISTINTO DENTRO DA GEOGRAFIA NORTE-AMERICANA. É A ESTE MARCO QUE SE REFERE O
TÍTULO DESTE TRABALHO, MAS SEU PLANO É UM POUCO MAIS AMBICIOSO. O QUE PRETENDO AO LONGO DAS PÁGINAS
SEGUINTES É ME REPORTAR AO SURGIMENTO DA IDÉIA DE UMA GEORAFIA HUMANISTA, SUA CONSOLIDAÇÃO COMO
CAMPO DISCIPLINAR DISTINTO NAS DÉCADAS DE 70 E 80 E, FINALMENTE, SUAS RELAÇÕES SEMPRE PRESENTES, ENOS
ÚLTIMOS ANOS MAIS ESTREITAS, COM A GEOGRAFIA CULTURAL E A GEOGRAFIA HISTÓRICA.
ANTECEDENTES À GEOGRAFIA HUMANISTA __________ Sauer, em 1925, sugeria que o estudo das paisa-
“Humanismo”, conforme Tuan preconizava em gens — conceito síntese da geografia — deveria
1976, refere-se a uma tentativa de análise das ações iniciar-se com o estabelecimento de um sistema crí-
e produtos da espécie humana a partir de uma vi- tico delimitado pela fenomenologia da paisagem
são que amplia a perspectiva científica cartesiana, como método de estudo da relação entre o homem
incorporando os estudos das humanidades na lei- e o ambiente por ele formatado e transformado em
tura abrangente de temas geográficos (Tuan, 1976). habitat, em paisagem cultural (Sauer, 1983). Estas
Estes temas, alguns eleitos por Tuan como prefe- idéias desenvolvidas pelo autor durante a sua longa
renciais para uma abordagem humanista, serão ana- docência se difundiram por todos os Estados Uni-
lisados mais adiante neste artigo, mas a idéia de dos e para o exterior, propiciando a criação de mui-
uma disciplina centrada no estudo da ação e da tos cursos de “geografia cultural”, que através do tra-
imaginação humanas e na análise objetiva e sub- balho de campo e de relatos de não-geógrafos pro-
jetiva de seus produtos, que pretendiam consti- curavam fazer uma geografia que captasse “os significa-
tuir uma ciência de síntese que estivesse além dos dos e cores do variado cenário terrestre” (Sauer, 1983, 320).
parâmetros cartesianos e positivistas, nos remete Outro geógrafo norte-americano, este de ou-
aos anos 20. tra tradição — a da geografia histórica —, se vol-
cial do campo de conhecimento (Buttimer, CLAVAL, Paul. Methodology and geography. Progress in
Human Geography. 5 (1) : 97-103, 1981.
1990, 28). _____________. Methodology and geography. Progress in
Human Geography. 6 (3) : 449-454, 1982.
COSGROVE, Denis E. Place, landscape, and the dialectics of
Outro aspecto que deve ser apontado é que cultural geography. Canadian Geographer. 22 (1) : 66-72,
1978.
nunca houve um afastamento efetivo da geogra- __________________. Towards a critical cultural geography:
problems of theory. Antipode. 15 910 : 1-11, 1983.
fia cultural, mas uma procura em se distinguir
DARDEL, Eric. L’Homme et la Terre – Nature de la Réalité
dos que se utolizavam do positivismo como Géographique. Paris, Ed. CTHS, 1990. 199 p.
ENTRIKIN, J. Nicholas. Contemporany humanism in
método. Assim, no final dos anos 80, como nos geography. Annals of the Association of American Geogra-
mostra Tuan (1989), o contexto da geografia já phers. 66 (4) : 615-632, 1976.
GREGORY, Derek. Human agency and human geography.
havia sido tomado por muitos dos temas do hu- Transactions of the Institute of British Geographers n. s. . 6
(1) : 1-18, 1981.
manismo, que agora podia ser identificado como
GUELKE, Leonard. An idealist alternative in human geogra-
uma “cultural-humanist geography” (geografia phy. Annals of the Association of American Geographers. 64
(2) : 193-202, 1974.
cultural humanista), que se interroga como é ________________. The philosophy of idealism. Annals of
the Association of American Geographers. 66 (1) : 168-169,
este mundo e como pode ser descrito e que, 1979.
mais uma vez, aponta um elenco de temas que HOLZER, Werther. A Geografia Humanista – sua Trajetória
de 1950 a 1990. Rio de Janeiro, UFRJ/PPGG, 1992.
podem ser seguidos. (dissertação mestrado). 550 p. 2 v.
JACKSON, Peter. Social geography: convergence and
Acredito que dentro desta empreitada, em um compromisse. Progress in Human Geography. 7 (11) : 116-
121, 1983.
momento em que as questões da geografia estão
JOHNSTON, R. J. Geografia e Geógrafos: a Geografia
no plano da ontologia, todos os temas levantados Humana Anglo-americana desde 1945. São Paulo, DIFEL,
1986. 360p.
pela geografia estão em aberto para a pesquisa, mas LEY, David. Cultural/ Humanistic geography. Progress in
Human Geography. 5 (2) : 249-257, 1981.
dentro deles o que mais desafia a renovação do
___________. Cultural/ Humanistic geography. Progress in
campo da geografia cultural, e de toda a ciência Human Geography. 7 (2) : 267-275, 1983.
geografia, é o da aplicação rigorosa, consciente e LEY, David; SAMUELS, Marwyn S. Humanistic Geography:
Prospects and Problems. Chicago, Maaroufa Press, 1978.
corajosa do método fenomenológico. LOWENTHAL, David. Geography, experience and imaginati-
on: towards a geographical epistemology. Annals of the
Association of American Geographers. 51 (3) : 241-260, 1961.
____________. Historical links between cartography and art. _____________. Topofilia: um Estudo da Percepção,
Geographical Review. 70 (1) : 61-78, 1980. Atitudes e Valores do Meio Ambiente. São Paulo, DIFEL,
1980. 288 p.
RELPH, Edward. An inquiry into the relations between
phenomenology and geography. Canadian Geographer. 14 _____________. Espaço e Lugar: a Perspectiva da Experiên-
(3) : 193-201., 1970. cia. São Paulo, DIFEL, 1983. 250 p.
______________. Place and Placeness. London, Pion, 1976. 156 p. _____________. Dominance and Affection: the Making of
Pets. New Haven, Yale University Press, 1984. 193 p.
______________. Rational Landscapes and Humanistic
Geography. London, Croom Helm, 1981. 231 p. _____________. The city as moral universe. Geographical
Review. 78 (3) : 316-324, 1988.
ROWNTREE, Lester. Cultural/Humanistic geography.
Progress in Human Geography. 10 (4) : 580-586, 1986. _____________. Surface phenomena and aesthetic experien-
ce. Annals of the Association of American Geographers. 79
_________________. Cultural/Humanistic geography. (2) : 233-241, 1989.
Progress in Human Geography. 11 (4) : 558-564, 1987.
_____________. Passing Strange and Wonderful: Aesthetics,
_________________. Ortodoxy and new directions. Nature and Culture. Washington, Island Press, 1993.
Progress in Human Geography. 12 (4) : 575-586, 1988.
WRIGHT, John K. Terrae incognitae: the place of the
SALTER, Christopher L. Signatures and settings: one imagination in geography. Annals of the Association of
approach to landscape literature. In: Butzer, K. W. (ed.). American Geographers. 37 (1) : 1-15, 1947.