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INTRODUÇÃO

O meu objetivo foi fazer uma resenha sobre os dois capítulos (4 e 5) da obra: A Origem do
Capitalismo, do autora Ellen Meiksins Wood. Devido à importância de seu trabalho para
fundamentar o surgimento do Capitalismo.
A proposta da autora de definir a origem do capitalismo passa por rever a questão da
‘naturalidade’ sobre o surgimento do mesmo, sendo essa a sua principal intenção, ela faz isso
questionando a colocação do capitalismo sendo algo natural e destacando suas maneiras
particulares de representar uma forma social, bem como uma quebra com formas sociais
antecessoras.
CAP. 4: A ORIGEM AGRÁRIA DO CAPITALISMO
A autora explica que o feudalismo não é uma condição suficiente para que se chegue no
capitalismo, fala também contra as cidades e o comércio como as origem fundamentais deste
sistema econômico. Ela defende a tese de que o capitalismo teve origens fundamentalmente
agrárias, tendo surgido na Inglaterra pelas mudanças no modo de produção e depois se
espalhando pelo mundo esse sistema econômico.
Ellen Wood evidencia no inicio do texto, argumentando que o capitalismo tem o feudalismo como
condição necessária, mas não condição suficiente, ou seja ocorreu outras influencias, justificando
que a partir do feudalismo se pode ter vários resultados. A visão, muito comum, de que as cidades
são capitalistas, e quando elas puderam se desenvolver livremente o capitalismo finalmente
ascendeu, dá a esse sistema uma aparência natural, as praticas de “comerciar, permutar e troca” à
qual Adam Smith se referiu, e oculta a percepção da sua singularidade histórica, como um produto
de condições bem especificas.
Desde o surgimento da agricultura, os camponeses tinham posse dos meios de produção. Quando
outras classes se apropriavam do produto do trabalho destes, isso se dava por meios extra-
econômicos, como uso da coerção direta. Por outro lado, no sistema capitalista, a apropriação por
parte dessas outras classes se dá atrases de meios quase que unicamente econômicos, pois os
produtores aqui não são os donos dos meios de produção. No capitalismo, praticamente tudo é
produzido para o mercado, e tanto os trabalhadores quanto os donos do capital dependem do
mercado para sobreviver. O mercado se infiltrou na produção de alimento; algo que não tinha
acontecido anteriormente, e o resultado disso tudo é a competição, acumulação e maximização
do lucro ao máximo, umas das premissas do capitalismo.
A essência do mercado era a de comprar barato e vender caro, não existindo a busca por uma
produção mais eficiente de maneira mais abrangente. O comercio, tinha como ênfase
principalmente as famílias ricas, pois os bem de luxo tinham baixo volume e alto valor agregado,
eram os mais fácies de serem transportados. Não havia um único mercado integrado, e era isso
que possibilitava o comércio funcionar dessa forma. Os comerciantes compravam barato em um
mercado e revendiam em outro mercado isolado por um preço muito maior. Com os monopólios
nacionais de atividades desse tipo, a competição era baixa ou inexistente, e apenas a circulação de
mercadoria era estimulada, e não a produção das mesmas.
A Inglaterra foi diferente dos outros países da Europa, passou por um grande processo de
unificação, já havendo desde cedo uma centralização do poder, diferente nos casos europeus. A
agricultura era a base material da economia, e a aristocracia inglesa, embora não possuísse
poderes extra-econômicos, podia exercer coerção económica, pois desde cedo a Inglaterra já
possuía uma grande concentração de terra. A aristocracia para se sustentar, exercia pressão em
seus arrendatários para que a produção dos seus territórios fosse cada vez maior, sob a pena de
arrendar a terra para outra pessoa. Não produzir competitivamente passou a significar perder a
terra, e com isso o mercado passa a ser não apenas uma oportunidade para os que nele
ingressam, mas sim um imperativo. Na França, para comprar como caso da Inglaterra, o
campesinato tinha a terra garantida a uma taxa nominal fixa, com isso não ocorreu um estímulo
para que a produção crescesse. Quando a aristocracia aqui tentava obter mais dos camponeses, os
meios para isso eram extra-econômicos, como através da aplicação de impostos, tendo como
resguardo fatores políticos, militares, etc.
A renda da terra na Inglaterra, ao invés de ser fixa, era variável, e ia aumentando conforme a
produtividade média do país ia aumentando, o que mantinha a pressão constante para o aumento
da produção. A Inglaterra com o passar do tempo passou a executar ações coercitivas para
terminar com o direito consuetudinário do campesinato. Uma parcela considerável da população
que ia perdendo os seus meios de subsistência, enquanto a concentração de terras crescia, e aos
poucos a tensão social foi aumentando dadas essas circunstâncias. A agricultura altamente
produtiva passou a poder sustentar uma grande população não dedicada à produção agrícola, e
uma parte assalariada que demandava bens de consuma baratos. Essas condições foram
essenciais para o posterior desenvolvimento do capitalismo industrial.
O “melhoramento”, que significa essencialmente um aumento da produtividade agrícola por
unidade de trabalho, e possibilitava um aumento do lucro. Esse conceito englobava diversos
atores, desde novas técnicas de plantio até a criação de novos instrumentos agrícolas. Porém, ele
também se referia uma maior concentração da terra, principalmente através da eliminação do uso
improdutivo de terras. Na Inglaterra havia terras comunais, e até as terras privadas podiam ser
usadas pelos menos afortunados para colherem as sobras da colheita e não passarem fome.
Porém, o processo capitalista foi eliminando esse uso da terra, com a ascensão de um uso que
pode ser classificado como propriedade exclusiva da terra, que vai além do conceito de
propriedade privada. O processo de cerramento foi como o aumento do melhoramento na
Inglaterra tomou forma, e as tensões criadas por ele foram uma grande fonte de ressentimento na
Guerra Civil Inglesa. Inicialmente, o Estado teve uma certa resistência à continuidade desse
processo, porém após a Revolução Gloriosa ele se institucionalizou e os cerramentos
parlamentares começaram.
A tese de John Locke sobre a propriedade privada se passa sobre o processo de melhoramento.
Ele critica os aristocratas que apenas recebem renda e não fazem nada, ou o comerciante que só
compra barato e vende caro, já que o foco deveria ser a melhora da produção agrícola. Melhorar a
terra gera uma produção maior, e qualquer um que faça isso está beneficiando a sociedade, e isso
é um argumento em favor dos cercamentos. A colonização também encontra aqui justificativa, se
as terras das Américas não eram usadas de forma produtiva, era um dever dos europeus se
apropriar delas e melhorá-las, já que os ingleses teriam uma missão de melhorar o mundo.
Na ultima parte deste capitulo, explica que com as mudanças no modo de produção acarretaram
em uma mudança na luta de classes. Na França, em que quem quisesse ter privilégios poderia
buscar fazer parte do Estado e se beneficiar com impostos, ou seja, aristocracia francesa estava
atenta a manutenção dos seus cargos elevados e privilégios nobiliárquicos, já na Inglaterra os
proprietários não eram estimulados a terem uma participação maior no Estado, mas sim um
aumento na produtividade para que os seus lucros pudessem aumentar. Conflitos por propriedade
eram mais importantes do que questões extra econômicas, e assim a reação dos camponeses aqui
passou a ser uma de fazer oposição aos cercamentos e o desenvolvimento do próprio sistema
capitalista, uma vez que este geravam desigualdades sociais e vários outros problemas.

CAP. 5: DO CAPITALISMO AGRÁRIO AO CAPITALISMO INDUSTRIAL: ESBOÇO SUCINTO


Não foram os comerciantes nem os fabricantes que dirigiram o processo que impulsionou o
desenvolvimento inicial do capitalismo. A transformação das relações sociais de propriedade se
firmou inicialmente no campo, e a transformação do comércio e da indústria ingleses foi mais
resultado do que causa da transição para o capitalismo na Inglaterra. O comercio podiam
funcionar perfeitamente dentro de um sistema não capitalista. A denominação “capitalismo
agrário” tem sido usada, até esse momento, sem considerar o trabalho assalariado seja como o
seu cerne, pois o trabalho assalariado é central no capitalismo. A relação do capitalismo já estava
instaurada na agricultura inglesa antes da proletarização da força de trabalho. Vale a pena
ressaltar que para Marx e outros pensadores, os latifundiários que viviam da renda capitalista da
terra, arrendatários que viviam do lucro e trabalhadores que viviam do salário, era visto por eles
como características definidora das relações do capitalismos agrários na Inglaterra.
No inicio dos tempos modernos, a agricultura britânica era suficientemente produtiva para
sustentar um número grande de pessoas que não se dedicavam mais à produção agrícola e ter
excedente na produção para poder exportar. Isso comprova que apenas técnicas de cultivo
particularmente eficientes fazia um aumento na produção e utilizando menos “mão-de-obra”. A
produtividade agrícola da Inglaterra teve uma capacidade “impar” de sustentar a explosão
populacional e como precisava de menos força de trabalho acabou gerando esse excedente de
pessoas desocupadas, esses fatores que ajudaram a alimentar a industrialização na Inglaterra.
A desapropriação dos pequenos produtores, cujo destino, como migrantes desalojados, eram
tipicamente Londres deu-se inicio ao crescimento dessa capital, já em outros países europeus que
se deu de forma diferente, o padrão típico era uma população urbana dispersa entre várias
cidades importantes. Esse crescimento populacional representou a unificação crescente não
somente do Estado inglês, mas de um mercado nacional. Essa imensa cidade era o eixo do
comércio inglês. Era, a um tempo, um grande ponto de trânsito do comércio nacional e
internacional e uma vasta consumidora dos produtos ingleses, inclusive de sua produção agrícola.
O crescimento de Londres, simbolizou o capitalismo emergente da Inglaterra: seu mercado cada
vez mais único, unificado, integrado e competitivo; sua agricultura produtiva e sua população
desapropriada.
O sistema de comércio mais vasto na qual surgiu o capitalismo inglês, e não teria surgido sem ele.
As “leis de movimento” econômicas nascidas na Inglaterra rural criaram um tipo inteiramente
novo de sistema mercantil, no qual não dependia exclusivamente do comércio exterior, mas de
um mercado interno altamente desenvolvido, com uma população crescente que já não se
dedicava à produção de bens do cotidiano. Londres em si era um mercado maciço de bens de
consumo primários e era o eixo desse mercado interno crescente, se diferenciando dos outros.
Vinha aparecendo um sistema de comércio mundial proveniente da Grã - Bretanha, e
especificamente de Londres, que depois viria a substituir a “infinita sucessão de operações de
arbitragem entre mercados separados, diferentes e distintos que constituíra até então o comércio
exterior”.
Mas a Grã-Bretanha desenvolveu um no impulso imperialista: não apenas a antiga avidez pré-
capitalista de terras e pilhagem (embora ela não desaparecesse, é claro), mas uma expansão, para
o exterior, dos mesmos imperativos capitalistas que estavam impulsionando o mercado interno:
os imperativos da produção competitiva e do aumento do consumo.
Sem a riqueza criada pelo capitalismo agrário, ao lado de motivações inteiramente novas de
expansão colonial — motivações diferentes das de antigas formas de aquisição territorial -, o
imperialismo britânico seria algo muito diferente do motor do capitalismo industrial em que veio a
se transformar.
Sem o capitalismo inglês provavelmente não haveria nenhum tipo de sistema capitalista: foram as
pressões competitivas provenientes da Inglaterra, especialmente de uma Inglaterra
industrializada, que compeliram outros países a promoverem seu próprio desenvolvimento
econômico em direções capitalistas.
Nações que ainda agiam com base em princípios pré-capitalistas de comércio, ou numa rivalidade
geopolítica e militar que mal diferia, em princípio, dos antigos conflitos feudais pelo território e
pela pilhagem, foram guiadas pelas novas vantagens competitivas da Inglaterra a promover seu
próprio desenvolvimento econômico em moldes semelhantes.
Devemos reconhecer não apenas a plena força dos imperativos capitalistas, as compulsões da
acumulação, da maximização do lucro e da produtividade crescente do trabalho, mas também
suas raízes sistêmicas, para sabermos exatamente por que elas funcionam como funcionam.
CONCLUSÂO
Pela leitura desse livro, eu concordo plenamente com o que a Ellen Wood descreve em seus
capítulos, outros países com características semelhantes a Inglaterra não foram capazes de dar
origem o Capitalismo, deram origem a outras coisas, porém as condições imposta a população
Inglesa na época, foram fatores preponderantes para a base do surgimento do Capitalismo.

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