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ANTIGUIDADE ORIENTAL: EGITO internas, leva a novas características, organizações e estruturas


sociais, desencadeando um novo modo de produção.
Leia mais... Portanto, adiantando algumas correções históricas,
apontamos que em sociedades milenares e tão separadas no
O MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO espaço, conforme a história das civilizações citadas neste texto,
seria nossa visão muito limitada se afirmássemos que suas
Ao analisar as sociedades passadas, parece-me características são únicas e duradouras. É assim, dialeticamente,
imprescindível observarmos o seu modo de produção, isto é, a que a história evolui e nós também no mesmo movimento
relação existente entre o ser humano e a natureza, através da avançamos a compreensão sobre nossas sociedades passadas,
qual o primeiro se adapta a segunda e transforma-a pelo seu procurando compreendê-las um pouco mais para termos
trabalho, assim seus arranjos sociais são influenciados por esta consciência do nosso presente e localizarmos seus pontos de
mobilização em busca da sobrevivência. superação na construção da qualidade do nosso futuro.
João de Medeiros Alves (e-mail: ajmedeiros@uol.com.br)
O ser humano progrediu da coleta à produção de
alimentos, organizando suas relações e interações sociais, assim O Antigo Egito
como sua dinâmica histórica, sobre a influência do seu modo de
produção. Destarte o modo de produção é uma estrutura que I - A Formação do Estado Egípcio (5000/3000 a.c.)
define a maneira de organização e transformação das forças O Egito está situado no nordeste da África, entre os
produtivas de uma sociedade e também como seus excedentes desertos de Saara e da Núbia. É cortado pelo rio Nilo no
serão distribuídos ou apropriados. sentido sul-norte, formando duas regiões distintas: o vale,
Não podemos confundir modo de produção com estreita faixa de terra cultivável, apertada entre desertos,
sociedade, pois esta é apenas um sistema de relações entre denominada Alto Egito; o delta, em forma de leque, com
grupos de seres humanos, enquanto o modo de produção é maior extensão de terras aráveis, pastos e pântanos,
identificado na orientação sócio-econômica destes grupos. denominado Baixo Egito.
Sobre os diferentes modos de produção, iremos discorrer Por volta do quinto milênio antes de cristo, com o
neste texto apenas sobre o Modo de Produção Asiático. Trata-se de progressivo ressecamento do Saara, bandos de caçadores e
uma visão fortemente influenciada pelo materialismo histórico de Karl coletores de alimentos se fixaram às margens do Nilo.
Marx, que deve ser colocado como ponto de partida, mas, de forma Iniciaram o cultivo de plantas (trigo, cevada, linho) e a
alguma, de chegada, pois esta visão teórica nos leva a compreender a domesticação de animais (bois, porcos e carneiros),
dialética histórica da compreensão e análise dos fatos. favorecidos pelas inundações notavelmente regulares e ricas
No Modo de Produção Asiático, a propriedade pertence ao em húmus do rio. Os grupos humanos constituíam-se em clãs,
Estado; existem comunidades aldeãs que praticam a agricultura, a que adotavam um animal ou uma planta como entidade
pecuária e o artesanato doméstico, assegurando sua auto-suficiência; protetora o tótem. Acerca de 4 000 a. C., as aldeias de
um poder centralizado, que geralmente consegue impor sua força agricultores passaram a se agrupar, visando a um melhor
pela realização e controle sobre obras públicas ligadas à irrigação do aproveitamento das águas do rio, formando os nomos.
solo; a presença de uma elite estatal, que explora as comunidades Desenvolveu-se um trabalho coletivo de construção de
aldeãs através da cobrança de impostos, recolhendo praticamente reservatórios de água, canais de irrigação e secamento de
todo o excedente da produção. Mas não apenas o excedente da pântanos. A agricultura passou a gerar excedentes, utilizados
produção pertencia ao Estado, pois nas sociedades em que se nas trocas entre os nomos. Os egípcios aproveitavam também
desenvolveu o Modo de Produção Asiático, um grande número de a riqueza mineral da região, extraindo granito, basalto e
pessoas trabalhavam como servos para o Estado, sendo, portanto, pedra calcárea das montanhas que margeiam o vale.
pertencente ao Estado também o excedente da mão-de-obra. Os nomos eram independentes entre si e dirigidos
Pela existência desta última característica, muitos autores pelos nomarcas que exerciam ao mesmo tempo a função de
falam de "servidão coletiva", pois grande parte da população era rei, juiz e chefe militar. Gradualmente, os nomos foram se
submetida a trabalhos obrigatórios ao Estado, assim como ao poder reunindo em dois reinos, um no delta, Baixo Egito, e outro no
despótico dos administradores do templo ou do rei. vale, Alto Egito, que mais tarde irão constituir um só império.
O conceito Modo de Produção Asiático foi proposto por Nesse período anterior à unificação, os egípcios já haviam
Karl Marx e Friedrich Engels, apesar de não ter sido em momento criado a escrita hierográfica e um calendário solar, baseado
algum ponto central de suas argumentações. As sociedades no aparecimento da estrela sírius, dividido em 12 meses de
orientais são marcantes nos exemplos deste modo de produção, 30 dias cada, mais cinco no final do ano.
principalmente as sociedades mesopotâmicas e a egípcia. Os antigos habitantes atribuíam a unificação do país,
Porém, as principais características do Modo de Produção que ocorreu por volta de 3 000 a.C., a um personagem
Asiático também foram observadas fora da Ásia, como é o caso, lendário, Menés, que teria formado um só reino com capital
já citado, da egípcia - na África - e nas sociedades mais bem em Mênfis. Segundo a crença, o responsável pela unificação
organizadas da América pré-colombiana, onde já havia a era considerado sobre-humano, verdadeiro deus a reinar
presença do Estado. sobre o Alto e o Baixo Egito e o primeiro -faraó- (rei-deus
Para terminar, é bom termos consciência de que não egípcios). De qualquer modo, podemos dizer que a unificação
podemos acreditar que estas características apontadas neste texto decorreu da necessidade de uma direção centralizada para o
sobre o Modo de Produção Asiático podem ser generalizadas. A melhor controle das enchentes do rio, que tanto podiam
pequena quantidade de documentos e outras fontes, assim como trazer a fartura das colheitas, como a destruição das aldeias e
de estudos sobre o assunto, pode nos levar a equívocos históricos, das plantações. De todo modo, a crença serviu para divinizar
mas que ainda poderão ser corrigidos. A dinâmica das relações os governantes que se utilizaram muito bem dela para se
sociais e econômicas compostas pelas contradições externas e impor à população e manter um domínio direto sobre todas
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as terras do Egito. Recebendo impostos e serviços dos alimentação era complementada pela pesca e pela caça
camponeses das aldeias, que cultivavam as terras, os realizada nos pântanos do delta do Nilo. A agricultura
faraós acumularam grande soma de poder e de riqueza. produzia cevada, trigo, legumes, frutas, uvas e linho.
As atividades artesanais, de artigos destinados ao
II - Período Dinástico consumo da população, eram realizadas nas oficinas das
Com a unificação dos nomos em um único estado, aldeias. Desenvolviam-se em função das matérias primas e
iniciou-se o período dinástico da história do Egito, que se dos produtos agrícolas oferecidos pelo rio: tijolos e
divide em três eras principais: o Antigo Império, o Médio vasilhames fabricados com a argila úmida das margens; vinho,
Império e o Novo Império – separados por períodos pão, cerveja e objetos de couro; fiação e tecelagem do linho;
intermediários em que a autoridade faraônica decaiu, utilização do papiro para a produção de cordas, redes, papel
trazendo anarquia e descentralização. e barcos. O delta era o principal centro pecuário e vinícola.
O Antigo Império, entre 2 700 e 2 200 a.C., foi a O artesanato de luxo, de consumo da aristocracia, de
época em que o poder absoluto dos faraós atingiu o auge, alta especialização e qualificação excepcional, ourivesaria,
principalmente durante a IV dinastia, dos faraós Quéops, metalurgia, fabricação de vasos de pedra dura ou de
Quéfren e Miquerinos, que mandaram construir as enormes alabastro, faiança, móveis, tecidos finos, concentrava-se em
pirâmides (sepulcros) da planície de Gizé, perto da capital, oficinas mais importantes, pertencentes ao faraó e ao
Mênfis. templo. A cidade de Mênfis possuía a melhor metalurgia. Os
O Médio Império, com capital em Tebas, funcionários do faraó eram responsáveis pela circulação dos
aproximadamente de 2 000 a. c., a 1 700 a.c., foi uma época produtos entre as diversas regiões do país e pela organização
de expansão territorial, de progressos técnicos nos canais de do trabalho de mineração e das pedreiras, exploradas através
irrigação e de exploração de minérios na região do Sinai. A de expedições ocasionais.
mando do faraó Amenemá I, da XII Dinastia, foi construída O pequeno comércio local trocava produto por
uma grande represa para armazenamento das águas, que produto; em transações maiores usavam-se pesos de metal.
ficou conhecida como lago Méris ou Faium. No período O grande comércio externo, por terra ou por mar, era
intermediário que se seguiu, houve aumento do poder dos – realizado com as ilhas de Creta e Chipre, com a Fenícia e com
nomarcas – rebelião de camponeses e escravos e ocupação a costa da atual Somália, para a importação de madeira para
do delta pelos hicsos, povo de origem asiática, e a presença a construção naval, prata, estanho, cerâmica de luxo, lápis-
dos hebreus na região iniciando um período que durou cerca lazúli. Organizava-se através de grandes expedições
de um século e meio. ordenadas pelo faraó, mobilizando mercadores, funcionários
O Novo Império começa com a expulsão dos hicsos e soldados.
e escravização dos hebreus (que foram posteriormente O faraó, através de seus funcionários, controlava diretamente
libertados gerando o Êxodo liderado por Moisés) por volta todas as atividades econômicas, proprietário que era das
de 1 580 a.c., e marcou o ponto culminante do país como terras do Egito: planejava as obras de irrigação, a construção
potência política. Os faraós do novo império, destacando-se de tempos, pirâmides e palácios; fiscalizava a produção
Tutmés II e Ramsés II, deram início a uma política externa agrícola e artesanal; organizava o comércio e a exploração das
expansionista, com a conquista da Núbia (ao sul), da Síria, da minas; distribuía o excedente; cobra os impostos dos
Fenícia e da Palestina, formando um império que chegava até camponeses, usados para sustentar o estado. O palácio e o
o Eufrates. Templo dos deuses eram o centro da acumulação da riqueza.
Seguiu-se um período de sucessivas invasões por povos
estrangeiros: assírios (671 a.c.), persas (525 a.c.), macedônios IV - A Monarquia Egípcia: o Faraó e seu Povo
(332 a.c.) e romanos (30 a.c.) que liquidaram o império A sociedade do Egito antigo encontrava-se
egípcios, uma civilização que perdurou por cerca de 35 dominada pelo faraó e por uma aristocracia hereditária,
séculos (3 500 anos). formada pela família real, pelos altos sacerdotes, funcionários
e chefes militares. Constituíam a parte menor da população
III - O rio Nilo e a Economia do Egito Antigo total do Egito.
O rio Nilo exerceu importância fundamental na O faraó, cujo poder sem limites possuía uma forte
economia do Egito, oferecendo água e terra cultivável a uma base religiosa, era o intermediário necessário entre seu povo
região situada em pleno deserto. Contudo, era preciso utilizar e os deuses. Considerado o proprietário de todo o Egito, suas
a inundação, distribuir a água equitativamente, aumentar a funções consistiam em assegurar a ordem interna, dirigir a
superfície irrigada e drenar pântanos. Isso foi feito a partir dos economia, defender o país e cuidar da religião.
nomos e, em um segundo momento pelo próprio Estado Os altos sacerdotes dedicavam todo seu tempo ao
egípcio, num trabalho coletivo que envolvia a população de serviço pessoal dos deuses; acumulavam grandes riquezas
várias aldeias. pelas doações reais e pela administração dos bens do tempo;
O grande rio fornecia a alimentação, a maior parte desfrutavam de privilégios, como a isenção de impostos,
da riqueza e determinava a distribuição do trabalho das graças à importância da religião para os antigos egípcios.
massas camponesas nas aldeias. Durante a inundação Dentre os mais altos cargos do governo, estavam o
(jul./out.), com os campos alagados, os homens de vizir (primeiro ministro), o de tesoureiro-chefe, o de chefe
transportavam pedras para as obras de construção dos da coleta de impostos, o de ministro das obras públicas e de
faraós, escavavam poços e trabalhavam nas atividades comandante do exército. Todos esses altos funcionários
artesanais, na vazante (nov./fev.), com o reaparecimento da prestavam obediências ao faraó. Também se destacavam os
terra cultivável, captavam as águas e semeavam. Com a nomarcas - governadores dos nomos - escolhidos pelo faraó
estiagem (mar. / jun.), colhiam e debulhavam os cereais, a dentre os descendentes dos clãs mais importantes.

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Numa situação social intermediária, encontravam-se altos sacerdotes, eram semelhantes para os diversos deuses.
os numerosos escribas e funcionários inferiores Quando uma cidade se tornava importante politicamente, o
(encarregados dos registros contábeis e administrativos, da deus local tendia a aumentar de prestígio e o seu culto
arrecadação de impostos, da fiscalização das obras públicas e crescia. Assim ocorreu com o deus Ra de Heliópolis, o Ptah de
do recenseamento da população), os sacerdotes de baixa Mênfis, o Hórus-Falcão do delta, o Amon-ra de Tebas, o Ibis-
hierarquia (astrólogos, leitores de livros sagrados, cantores, tot de Hermópolis. A religião influenciava profundamente a
músicos, portadores de objetos sagrados e inspetores dos vida dos egípcios. Consideravam que os menores detalhes de
artistas do tempo), além de artífices e artistas especializados seu quotidiano e tudo que os cercava das cheias previsíveis
que estavam a serviço do faraó e dos templos. do Nilo à morte acidental de um animal dependia
A vasta maioria da população era formada pelas inteiramente da disposição dos deuses. Entre as principais
massas que trabalhavam nas oficinas artesanais, nos campos crenças religiosas egípcias, sobressaiu-se a do deus sol, que
e nas minas. Desenhistas, pedreiros, carpinteiros, escultores, foi durante vinte séculos o culto oficial da monarquia
pintores, tecelões, joalheiros e armeiros eram recrutados faraônica. Ao lado dele, os mitos mais importantes foram os
pelo faraó, nobres e altos sacerdotes, para o trabalho em seus de Osíris, Ísis e Hórus, favoritos da devoção popular. Os cultos
palácios, templos e oficinas reais. Recebiam, pagamento em do sol e das demais divindades estavam vinculados à
ração: pão, cerveja, cebola, carne seca, gordura e sal. importância da agricultura e das cheias do Nilo, das quais
Os camponeses ou felás, analfabetos, eram servos dependia a vida das aldeias. O culto solar, elaborado em
que trabalhavam as terras do faraó, dos templos, dos altos Heliópolis (cidade do sol), reconhecia o sol -denominado Ra -
funcionários e das aldeias. Forneciam ao estado rendimentos como divindade suprema e criadora do universo. era
enormes, sob a forma de impostos – in natura – sobre suas chamado também de Kopri (sol da manhã), e de Atom (sol da
safras e rebanhos, ficando apenas com uma pequena parte do tarde). Esse culto fundiu-se com o de Amon de Tebas, daí
que produziam. Na época da cheia, eram chamados a trabalhar Amon-ra.
compulsoriamente na construção de palácios, templos túmulos O mito de Osíris: o deus Osíris era um grande rei,
e nas obras de irrigação. Eles eram também recrutados para que sucedera a seu pai Geb (a terra); de parceria com sua
servir no exército, se necessário. Abaixo dos camponeses, havia mulher; a deusa-mágica Ísis, ensinou aos homens a
um pequeno número de escravos, geralmente prisioneiros de agricultura, inventou o pão, o vinho e a cerveja (elementos
guerra, forçados a trabalhar nas minas de ouro e cobre da essenciais da alimentação do povo egípcio), revelou-lhes a
Núbia, do Sudão e do Sinai. Os mais afortunados eram metalurgia. Mas seu irmão Tifão ou Seti mata-o: afoga-o no
designados para o serviço doméstico da família real e da Nilo, corta-o em pedaços, que espalha pelos canaviais. Então
nobreza. Os trabalhadores eram mantidos na submissão pela Ísis procura, recolhe e reúne os membros esparsos refaz o
vigilância, pela repressão e por um conformismo baseado na corpo (como múmia) e, usando da sua ciência mágica,
crença do caráter divino da monarquia. Os que se negavam a ressuscita Osíris, que viverá agora eternamente, mas no céu.
cooperar eram impedidos de chegar às fontes de água ou de Vingando-o, seu filho, o deus Hórus, combate e vence Seti e
terem os seus campos irrigados, através do corte da água. sucede ao pai no trono do Egito. Dele recebem em herança
O estado egípcio era assim uma monarquia despótica, em este reino os reis humanos – os faraós – que assim têm
que o faraó, com poderes ilimitados, era considerado um deus. caráter divino. A significação do mito osiriano: este mito, não
Para governar, apoiava-se num grupo privilegiado de só procura explicar a ascendência divina dos faraós, como,
aristocratas (altos funcionários), sacerdotes e militares) que sobretudo, exprime no drama de Osíris, ao mesmo tempo
administravam o país. Os camponeses e artesãos estavam deus da vegetação e divinização do Nilo, o mistério do
submetidos pelo estado a um trabalho compulsório nos nascimento das plantas e seus frutos, e depois o da sua
campos, nas oficinas, nas minas e nas obras públicas, morte, quando, na mesma ocasião em que a cheia do Nilo
caracterizando a chamada servidão coletiva. acaba, o vento ardente do deserto (Seti ou Tifão) sopra, e as
espigas de trigo ceifadas são batidas, para se separar o grão,
V - A Religião Egípcia de que uma parte, pela sementeira, volta à terra sua
As raízes da religião egípcias encontram-se nas aldeias sepultura, quando o rio tiver outra vez fecundado o solo (tiver
neolíticas, anteriores à organização do estado. Como a maioria também ressuscitado), para renascer em novas
dos povos primitivos, os primeiros egípcios tinham uma atitude espigas... (Freitas, g. de., op. cit. v. 1, p. 47/48)
de respeito em relação aos fenômenos da natureza – o sol, a lua, A lenda de Osíris, que conta a morte e ressurreição
o Nilo – e às características marcantes dos animais – a ferocidade do deus, está intimamente ligada à vida política e
do leão, a força do crocodilo, etc. as primeiras divindades que socioeconômica do Egito. Através dela, podemos obter dados
surgiram eram quase sempre representadas sob a forma de um sobre a unificação do Sul e do Norte, o plantio do trigo, a
animal. Os egípcios veneravam especialmente o sol: devem ter importância do Nilo e a origem do poder divino do faraó. Este
percebido que a vida depende dele e o adoravam sob vários era a encarnação do deus e o sumo sacerdote, sendo o seu
nomes e diversos cultos. À medida que foram aprendendo a poder praticamente absoluto, porque exercido em nome do
dominar a natureza, passaram a valorizar as qualidades humanas deus. Daí o Egito ser considerado uma monarquia despótica
e o antropomorfismo – concepção dos deuses sob a forma de origem divina (teocracia). O templo egípcio, construído em
humana – a pareceu na religião egípcia, algum tempo antes do pedra, não era um lugar à disposição do povo - era a
advento da primeira dinastia. habitação privativa da divindade, ao qual somente o faraó e
Os egípcios eram politeístas. cada nomo possuía o os sacerdotes tinham acesso. O culto diário consistia em
seu próprio deus, - senhor do lugar -, frequentemente preces, gestos consagrados, hinos e defumações de incenso,
associado a um animal, enfeixando atribuições e poderes realizados pelos sacerdotes, como delegados do faraó, em
diferentes. Apenas as cerimônias do culto, executadas pelos teoria o único habilitado a estabelecer a ligação entre os

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homens e os deuses. Pela manhã e à tarde, a porta do EXERCÍCIOS
santuário localizada no interior do templo era aberta e a
estátua do deus era reverenciada, lavada e vestida, 1) (UFC) - O nome do rei egípcio Amenófis IV (c.1377 a.C. -
recebendo oferendas de alimentos e bebidas. Em todos os c.1358 a.C.) está ligado à reforma religiosa que substituiu o
santuários eram feitos os mesmos atos. ao povo somente era culto de Amon-Rá por Áton e determinou o fim do politeísmo.
permitido fazer suas oferendas e adorações na parte externa Além do caráter religioso, essa reforma buscava:
dos templos. As crenças sobre a vida depois da morte a) limitar a riqueza e o poder político crescentes dos
fizeram dos túmulos egípcios, principalmente as pirâmides, sacerdotes.
túmulos dos faraós, os mais ricos da história humana em b) reunificar o Egito, após as disputas promovidas pelos
oferendas enterradas com os defuntos e em pinturas nomarcas.
retratando a vida quotidiana. A crença na ressurreição do c) pôr fim às revoltas camponesas motivadas pelos cultos
corpo conservado gerou a prática da mumificação por antropomórficos.
processos muito desenvolvidos e até hoje não inteiramente d) reunir a população, por meio da religião, para fortalecer a
conhecidos. (...) resistência aos hicsos.
e) restabelecer o governo teocrático, após o crescimento da
VI - Escrita, Literatura, Ciências e Arquitetura máquina administrativa.
A escrita hieroglífica, inventada em fins do período
pré-dinástico e aperfeiçoada sob as primeiras dinastias, foi 2. Na evolução política da civilização egípcia é possível
utilizada até o fim da antiguidade. Consistia numa destacar fases distintas que ao longo da história produziram
combinação de ideogramas (sinais que representam idéias) e os efeitos necessários à formação de tão significativa
fonogramas (sinais que representam sons). Deu origem a civilização:
duas outras escritas mais simplificadas e mais próprias a 0 0 – inicialmente dividido em nomos, o Egito conheceu a
serem grafadas no papiro: o hierático e o demótico. A escrita descentralização política nos primeiros tempos. Logo, o poder
hieroglífica foi decifrada pelo francês Champollion, em 1822. de um nomarca sobre outro, possibilitou a formação de dois
Os textos egípcios que se conservaram são reinos: o do Alto Egito, ao sul e o do Baixo Egito, ao norte.
predominantes religiosos e funerários – textos das pirâmides, 1 1 – por volta de 3200 a.C., Menés, unificou o país, fundando
textos dos sarcófagos, livro dos mortos (coletânea de o período dinástico, reservando para si o título de Faraó,
ensinamentos de como proceder na vida de além-túmulo e soberano legítimo, absoluto e teocrático, iniciando o Antigo
durante o julgamento de osíris), hinos a diversas divindades, Império, cujas capitais foram as cidades de Tínis e Mênfis.
inscrições que se referem aos mitos e rituais divinos, além de 2 2 – nessa época a paz era geral. Não existiam planos
romances, poesias líricas, sátiras, tratados técnicos, etc. militaristas e como o Egito era naturalmente protegido,
A ciência egípcia consistia em conhecimentos estava livre do contato com outros povos e de guerras. Este é
práticos diversos como receitas de medicamentos, fórmulas o período de maior prosperidade, demonstrada através de
geométricas e trigonométricas para a agrimensura ou para a grandiosas construções como as pirâmides do deserto de
construção. a numeração era decimal, mas não usavam o Gizé.
zero; conheciam a soma e a subtração. O calendário, ao 3 3 – o Médio Império, é implantado para reorganizar o poder
mesmo tempo solar e lunar, estabeleceu-se cedo, através da que em razão de uma grave crise gerada pela
observação da coincidência eventual do aparecimento descentralização política, havia sido tomado pelos nomarcas.
conjunto do sol e da estrela Sírius. os médicos egípcios eram Com a capital em Tebas, foi criado um Estado militarizado,
famosos na antiguidade e a prática da mumificação levou a preparado para deter as pretensões dos povos estrangeiros.
uma acumulação de conhecimentos sobre anatomia. Não 4 4 – a última fase da história política do Egito antigo
obstante, a medicina, a astronomia e os outros ramos da independente, se caracteriza como agressiva e expansionista.
ciência estavam profundamente penetrados de magia e de O Novo Império fez ressurgir o nacionalismo e inaugurou uma
religião. linha política imperialista. Faraós como Tutmés III e Ramsés II
A arte egípcia preocupou-se em expressar a riqueza representam a verdadeira grandeza do período, marcado
e o poder dos governantes, destacando-se a arquitetura também pela tentativa de reforma religiosa de caráter
monumental, a decoração de templos e túmulos com relevos, monoteísta de culto a Aton, implantada por Amenófis IV.
pinturas e estátuas, a confecção de vasos de pedra e a
ourivesaria. Use o código para as questões 3 e 4:
A arquitetura era sólida, de proporções colossais, a) I, II e III
tentando expressar toda a força e poder da monarquia. Os b) II e III
exemplos mais conhecidos são as pirâmides (características c) II, III e IV
do antigo império), destacando-se as dos faraós Quéops, d) I, II e IV
Quéfren e Miquerinos; a esfíngie, gigantesca estátua com e) Todas as alternativas estão corretas
corpo de leão e cabeça humana, cuja construção é atribuída
a Quéfren; os templos de Luxor e de Carnac, erguidos no novo
império. Além das pirâmides, a arquitetura funerária criou 3. São características do politeísmo egípcio:
outros tipos de túmulos: as mastabas, de forma trapezoidal e I. crença na imortalidade da alma
os hipogeus, tumbas subterrâneas cavadas nas montanhas. II. antropozoomorfismo
Fonte: http://www.hystoria.hpg.ig.com.br/
III. dualismo teocrático
IV. crença no juízo final

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4. São ciências desenvolvidas pelos egípcios: 8) (UFPE) - Em relação à arte do Egito Antigo, assinale a
I. astronomia alternativa correta.
II. medicina a) Visava à valorização individual do artista.
III. matemática b) Manifestava as idéias estéticas com representações da
IV. química natureza, evitando a representação da figura humana.
c) Estava destinada à glorificação do faraó e à representação
5) (UFRGS) - Na África, durante a Antiguidade, entre 3000 a.C. da vida de além-túmulo.
e 322 a.C., desenvolveu-se o primeiro Império unificado d) Aproveitava os hieróglifos como ornamentação.
historicamente conhecido, cuja longevidade e continuidade e) Era um arte abstrata de difícil interpretação.
ainda despertam a atenção de arqueólogos e historiadores.
Esse império 9. A presença do Nilo altera completamente a estrutura
a) legou a humanidade códigos e compilações de leis. geográfica dos territórios por onde seu curso evolui, até
b) desenvolveu a escrita alfabética, dominada por amplos desembocar sob a forma de delta no Mediterrâneo. A
setores da sociedade. afirmativa enfatiza a influência dos fatores de ordem
c) retinha parcela insignificante do excedente econômico mesológicas, assim:
disponível.
d) sustentou a crença de que o caráter divino dos reis se
transmitia exclusivamente pela via paterna.
e) dependia das cheias do rio Nilo para a prática da
agricultura.

6) (FUVEST 2015) - Examine estas imagens produzidas no


antigo Egito:

As imagens revelam
a) o caráter familiar do cultivo agrícola no Oriente Próximo,
dada a escassez de mão de obra e a proibição, no antigo Egito, 0 0 – o Nilo representa a grande fonte de vida para uma região
do trabalho compulsório. cujas características desérticas são evidenciadas a partir da
b) a inexistência de qualquer conhecimento tecnológico que construção das grandes pirâmides responsáveis pelos estudos
permitisse o aprimoramento da produção de alimentos, o que a cerca do clima e das condições necessárias para o
provocava longas temporadas de fome. represamento das águas do grande rio.
c) o prevalecimento da agricultura como única atividade 1 1 – os fatores de ordem mesológica, em nenhuma outra
econômica, dada a impossibilidade de caça ou pesca nas civilização foram tão evidenciados e determinantes da vida
regiões ocupadas pelo antigo Egito. em todos os aspectos, tanto que, é impossível imaginar o
d) a dificuldade de acesso à água em todo o Egito, o que Egito sem a fundamental presença do curso do rio Nilo.
limitava as atividades de plantio e inviabilizava a criação de 2 2 – a importância do Nilo está relacionada ao
gado de maior porte. desenvolvimento e dedicação do povo egípcio à agricultura,
e) a importância das atividades agrícolas no antigo Egito, que interiorizada à medida que o rio ao longo de um processo de
ocupavam os trabalhadores durante aproximadamente redução de suas águas, perdeu suas qualidades fertilizadoras.
metade do ano. 3 3 – o desenvolvimento das civilizações do Crescente Fértil,
dependiam da ação fertilizadora do regime de cheias e
7) (UFSC) Sobre o Antigo Egito, é correto afirmar que: vazantes dos cursos dos rios Nilo, Tigre e Eufrates.
01) o rio Nilo foi de suma importância em vários aspectos da 4 4 – é inegável a importância do rio Nilo, tornando-se
vida dos antigos egípcios. Não só a agricultura foi possível impossível imaginar a existência da civilização em uma área
devido ao seu ciclo de cheias, como também a noção de onde as características desérticas a assemelha às encontradas
tempo cíclico, base do pensamento egípcio, levou à crença na no vizinho deserto do Saara.
vida após a morte.
02) a construção de pirâmides atendia às necessidades da
vida após a morte dos faraós. Esse tipo de construção foi
característica da arquitetura funerária durante todo o
período do Antigo Egito e só foi possível graças à enorme mão
de obra escrava existente desde o Antigo Reino.
04) Os egípcios antigos acreditavam em vários deuses que se
relacionavam entre si e formavam seu sistema mitológico.
08) A despeito da influência islâmica, o Egito atual mantém as
mesmas crenças religiosas do Antigo Egito.

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10) (UECE) - Sobre o papel do rio Nilo na estruturação da a) as intervenções e modificações realizadas pelos antigos
sociedade no Egito Antigo, é correto afirmar que: egípcios no mundo natural, por meio de técnicas e
a) permitia a atividade econômica e, com suas cheias conhecimentos adquiridos.
regulares, garantia a estabilidade político e o domínio b) as secas periódicas, que afligiam os antigos egípcios e
simbólico dos faraós resultavam do baixo índice pluviométrico nas cabeceiras
b) sua maior importância era servir de meio de transporte do rio Nilo.
para as tropas que garantiam a supremacia militar dos c) os conflitos sociais presentes na antiga sociedade egípcia
egípcios em toda a África. que opunham a nobreza aos altos funcionários públicos.
c) suas cheias significavam um momento de instabilidade d) o poder teocrático dos faraós que eram considerados filhos
política e econômica, uma vez que destruíam as colheitas e do deus Sol e, devido a isso, justos e infalíveis.
provocavam fome generalizada. e) a falta de habilidade dos antigos pintores egípcios,
d) a capacidade e o volume de água não eram aproveitados incapazes de retratar a vida cotidiana da população.
pelos egípcios, que se limitavam nas vazantes a esperar a
próxima cheia. 13. O politeísmo presente na cosmologia religiosa do antigo
Egito resultou da combinação de divindades cultuadas nos
11. Os escribas do Egito antigo ocupavam uma posição vários nomos (comunidades camponesas) submetidos à
subalterna na hierarquia administrativa governamental autoridade do Faraó desde o Antigo Império. A organização e
frente à aristocracia burocrática. Sua posição social era a hierarquia do panteão de divindades egípcias foram
inferior em relação aos conselheiros do Faraó, aos chefes da abaladas ao longo da sucessão de faraós em função da(s):
administração, à nobreza territorial, à elite militar e aos a) disputas políticas entre o faraó e a classe sacerdotal, elite
sacerdotes. Mas as características de seu ofício os afastavam controladora dos templos e da administração burocrática
de trabalhos forçados e das arbitrariedades das elites, que do Império.
subjugavam e exploravam camponeses livres e escravos de b) divergências religiosas entre os nomos, fator permanente
origem estrangeira. Tal condição privilegiada se explicava: de instabilidade política e religiosa do Império.
a) pelas possibilidades de ascensão social dos escribas que, c) constantes invasões de povos estrangeiros no Egito como
em função do sucesso de suas carreiras, poderiam ocupar hicsos e assírios, que impuseram suas crenças religiosas às
posições no alto escalão da administração pública. populações nativas.
b) por serem provenientes do meio social dos felás, d) disparidade entre a religião dos nobres, antropomórfica, e
camponeses livres, que investiam na formação as crenças zoomórficas dos camponeses.
educacional de seus filhos mais inclinados ao serviço e) penetração do monoteísmo hebreu no Egito, quando do
público. estabelecimento de sua condição de servos do estado no
c) pelo domínio dos escribas dos segredos da escrita demótica século XIII a.C.
e dos hieróglifos, do cálculo e, por conseguinte, da
organização das atividades da administração pública. 14. Os escribas do Egito antigo ocupavam uma posição
d) pelo domínio exclusivo dos escribas do idioma escrito, da subalterna na hierarquia administrativa governamental
matemática, da agrimensura e dos processos frente à aristocracia burocrática. Sua posição social era
administrativos em geral. inferior em relação aos conselheiros do Faraó, aos chefes da
e) pela dependência direta de faraós e altos funcionários reais administração, à nobreza territorial, à elite militar e aos
relativa aos conhecimentos dos escribas, que formavam sacerdotes. Mas as características de seu ofício os afastavam
uma corporação intelectual dotada de poder político. de trabalhos forçados e das arbitrariedades das elites, que
subjugavam e exploravam camponeses livres e escravos de
12. origem estrangeira. Tal condição privilegiada se explicava:
a) pelas possibilidades de ascensão social dos escribas que,
em função do sucesso de suas carreiras, poderiam ocupar
posições no alto escalão da administração pública.
b) por serem provenientes do meio social dos felás,
camponeses livres, que investiam na formação
educacional de seus filhos mais inclinados ao serviço
público.
c) pelo domínio dos escribas dos segredos da escrita demótica
e dos hieróglifos, do cálculo e, por conseguinte, da
organização das atividades da administração pública.
d) pelo domínio exclusivo dos escribas do idioma escrito, da
matemática, da agrimensura e dos processos
administrativos em geral.
e) pela dependência direta de faraós e altos funcionários reais
relativa aos conhecimentos dos escribas, que formavam
Os egípcios da Antiguidade acreditavam que a vida
uma corporação intelectual dotada de poder político.
continuava no além-túmulo e que, para isso, era preciso que
o ambiente social, em que os donos dos túmulos viveram,
fosse representado nas suas paredes. Essas pinturas da
tumba de Nakht, escriba do Império, representam

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15. Leia o fragmento a seguir. 17. O primeiro meio pelo qual o ser humano registrou sua
própria existência foi a pedra – as pinturas rupestres mais
Tinha o desejo de saber por que o Nilo começa a encher no antigas, encontradas em cavernas da Espanha, datam de
solstício de Verão. De acordo com a primeira explicação, são cerca de quarenta mil anos atrás.
os ventos estivais que, desviando com seu sopro as águas do Quando a escrita foi encontrada na Mesopotâmia, em 4.000
Nilo, impede-as de ir para o mar, ocasionando a cheia. A a.C., foi preciso um suporte que a tornasse portátil. A solução
segunda versão é ainda mais absurda, embora encerre foram as tabuletas de argila, pranchas do tamanho de uma
qualquer coisa de maravilhoso. Dizem que o oceano envolve folha de papel, gravadas com argila ainda úmida, usando uma
toda a terra, e que o Nilo está sujeito a inundações porque ponta afiada de madeira. Se as tabuletas se destinavam a uso
vem do oceano. A terceira explicação é mais falsa. Com efeito, definitivo, eram cozidas em fornos, como vasos de cerâmica
pretender que o Nilo provém de fontes de neve equivale a – se não, eram apagadas. Um estilo de escrita desenvolvido
não dizer nada. Como poderia ser formado por fontes de neve foi chamado cuneiforme.
se vem de um clima muito quente para um país igualmente (Revista Aventuras na História. Edição 114. Janeiro de 2013. p. 14.)
tórrido?
HERÓDOTO. História. Rio de Janeiro: Jackson Inc., 1964. p. 119-120. A partir dessas formas de registro, outras foram surgindo e a
(Adaptado). escrita tornou-se um meio para a transmissão de tradições,
transformando-se num veículo de expressão e organização
No fragmento apresentado, escrito por volta de 440 a.C., social. Com base na relação entre o surgimento da escrita e a
Heródoto expõe diferentes visões para explicar os motivos aceleração do desenvolvimento das civilizações, é correto
das cheias do rio Nilo, no Egito. A forma de exposição de afirmar que
Heródoto expressa uma característica da pólis grega, a) tanto nas primeiras civilizações, quanto nas civilizações
associada vindouras, a escrita possui um papel fundamental na
a) ao apego a modelos explicativos baseados no empirismo. cultura.
b) à crença na interferência de elementos míticos sobre os b) foi a escrita, à medida em que se transformava em um
eventos naturais. sistema informacional, a grande responsável pelo
c) à especulação filosófica como forma de transformar a surgimento do Estado.
realidade. c) não são consideradas “civilizações” as sociedades que não
d) à relativização da verdade como meio para alcançar o desenvolveram a escrita, já que não deixaram registro de
conhecimento. sua cultura.
e) ao exercício do diálogo constituído por distintas opiniões d) comprovadamente, as civilizações que dominaram a
sobre os acontecimentos. escrita, tais como a Mesopotâmia e o Egito, tornaram-se
superiores às demais, dominando-as.
16.
18. (ENEM – 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões
de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de
ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida
em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do
Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo
do Nilo.
O que hoje se transformou em atração turística era, no
passado, interpretado de forma muito diferente, pois
a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós
tinham para escravizar grandes contingentes
populacionais que trabalhavam nesses monumentos.
b) representava para as populações do alto Egito a
Os egípcios da Antiguidade acreditavam que a vida possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos
continuava no além-túmulo e que, para isso, era preciso que canteiros faraônicos.
o ambiente social, em que os donos dos túmulos viveram, c) significava a solução para os problemas econômicos, uma
fosse representado nas suas paredes. Essas pinturas da vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas,
tumba de Nakht, escriba do Império, representam construindo templos.
a) as intervenções e modificações realizadas pelos antigos d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a
egípcios no mundo natural, por meio de técnicas e sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em
conhecimentos adquiridos. obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.
b) as secas periódicas, que afligiam os antigos egípcios e e) significava um peso para a população egípcia, que
resultavam do baixo índice pluviométrico nas cabeceiras condenava o luxo faraônico e a religião baseada em
do rio Nilo. crenças e superstições.
c) os conflitos sociais presentes na antiga sociedade egípcia
que opunham a nobreza aos altos funcionários públicos.
d) o poder teocrático dos faraós que eram considerados filhos
do deus Sol e, devido a isso, justos e infalíveis.
e) a falta de habilidade dos antigos pintores egípcios,
incapazes de retratar a vida cotidiana da população.
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19. (ENEM - 2008) Ao visitar o Egito do seu tempo, o
historiador grego Heródoto (484 - 420/30 a.C.) interessou-se
por fenômenos que lhe pareceram incomuns, como as cheias
regulares do rio Nilo. A propósito do assunto, escreveu o
seguinte:
"Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e
subindo continua durante cem dias; por que ele se retrai e a
sua corrente baixa, assim que termina esse número de dias,
sendo que permanece baixo o inverno inteiro, até um novo
verão.
Alguns gregos apresentam explicações para os fenômenos do
rio Nilo. Eles afirmam que os ventos do noroeste provocam a
subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar.
Não obstante, com certa frequência, esses ventos deixam de
soprar, sem que o rio pare de subir da forma habitual. Além
disso, se os ventos do noroeste produzissem esse efeito, os
outros rios que correm na direção contrária aos ventos
deveriam apresentar os mesmos efeitos que o Nilo, mesmo
porque eles todos são pequenos, de menor corrente."
Heródoto. História (trad.). livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia
Britannica Inc. 2a ed. 1990, p. 52-3 (com adaptações).

Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns


gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto,
julgue as afirmativas a seguir.

I. Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de


que suas águas são impedidas de correr para o mar pela
força dos ventos do Noroeste.
II. O argumento embasado na influência dos ventos do
Noroeste nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que,
quando os ventos param, o rio Nilo não sobe.
III. A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo
baseava-se no fato de que fenômeno igual ocorria com
rios de menor porte que seguiam na mesma direção dos
ventos.

É correto apenas o que se afirma em


a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

GABARITO

1) A 11) C
2) VVVVV 12) A
3) D 13) A
4) E 14) C
5) E 15) E
6) E 16) A
7) 01 + 04 = 05 17) A
8) C 18) A
9) FVFVV 19) A
10) A

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