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2018
Fazenda Centenário
João Pinheiro - MG
APRESENTAÇÃO
FICHA TÉCNICA
EMPREENDIMENTO
FAZENDA CENTENÁRIO/JOÃO PINHEIRO
EMPREENDEDOR
COMPANHIA FERROLIGAS MINAS GERAIS -
MINASLIGAS
Rua Paraíba, 1122 - 4º andar - Funcionários.
30130-918 - Belo Horizonte - Minas Gerais
Fone: 55 31 3261-8666
Fax: 55 31 3261-8789
EMPRESA
RESPONSÁVEL PELOS CERN – Consultoria e Empreendimentos de Recursos Naturais
ESTUDOS Ltda.
ARQUEOLÓGICOS Avenida Cristóvão Colombo, 550, sala 901,
Funcionários – Belo Horizonte – MG
Telefone: (31) 3261-7766
cern@cern.com.br
Responsável: Mariana Gomide
Thiago Nascimento
Técnico auxiliar de Arqueologia
Bruno Caldeira
Estagiário - Arqueologia
Gabriel de Freitas
Estagiário - Geologia
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RELATÓRIO FINAL DE DIAGNÓSTICO E PROSPECÇÃO ARQUEOLÓGICA
FAZENDA CENTENÁRIO
MUNICIPIO DE JOÃO PINHEIRO, MINAS GERAIS.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 2
Triagem................................................................................................................... 93
Higienização ........................................................................................................... 93
4.3.1. Ponto n° 2195 - ADA - 23K 438. 433 E/ 8.074.657 N........................... 112
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Localização da área de estudo .................................................................... 20
Figura 2.2 - Unidades geológicas e litótipos .................................................................. 24
Figura 2.3 - Pedologia .................................................................................................... 33
Figura 2.4 - Drenagens ................................................................................................... 35
Figura 2.5 - Mapa de inserção da área na classificação climática de Köppen e Geiger . 36
Figura 2.6 - Biomas ........................................................................................................ 38
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RELATÓRIO FINAL DE DIAGNÓSTICO E PROSPECÇÃO ARQUEOLÓGICA
FAZENDA CENTENÁRIO
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Figura 3.14 - Afloramentos de arenito com formato circular - Ponto n° 020 ................ 64
Figura 3.15 - Córrego com afloramentos de arenito....................................................... 65
Figura 3.16 - Outra visão do córrego da figura ao lado .................................................. 65
Figura 3.17 - Cascalho e seixos rolados ......................................................................... 65
Figura 3.18 - Imagem da superfície ................................................................................ 65
Figura 3.19 - Afloramento de filito no córrego .............................................................. 66
Figura 3.20 - Seixos e afloramentos no córrego ............................................................. 66
Figura 3.21 - Ponto n° 013 - AID - 23K 438.725 E/ 8.078.416 N ................................. 66
Figura 3.22 - Superfície no Ponto n° 013 - AID............................................................. 66
Figura 3.23 - Ponto n° 016 - AID - Localizado a aproximadamente 130 m do PC 1 -
23K 438.823 E/ 8.078.268 N .......................................................................................... 67
Figura 3.24 - Ponto n° 016 - AID - Localizado a aproximadamente 130 m do PC 1 -
23K 438.823 E/ 8.078.268 N .......................................................................................... 67
Figura 3.25 - Ponto n° 016 - AID - Afloramentos de arenito ......................................... 67
Figura 3.26 - Ponto n° 016 - AID - Detalhe de afloramento de arenito ......................... 67
Figura 3.27 - Núcleo de arenito em contexto - PO n° 2 - Localização 23K 438.685 E/
8.077.355 N .................................................................................................................... 68
Figura 3.28 - Detalhe do núcleo da Figura ao lado ........................................................ 68
Figura 3.29 - Lasca de arenito no PO n° 2 ..................................................................... 68
Figura 3.30 - Detalhe da lasca da Figura ao lado ........................................................... 68
Figura 3.31 - Abertura de poço-teste - Ponto n° 024 - ADA - 23K 438.477 E / 8.077.518
N ..................................................................................................................................... 69
Figura 3.32 - Detalhe do interior do poço-teste aberto no ponto n° 024 - ADA ............ 69
Figura 3.33 - Abertura de poço-teste no ponto n° 026 - ADA - 23K 438.527 E/
8.077.467 E ..................................................................................................................... 70
Figura 3.34 - Detalhe do interior do poço-teste aberto no ponto n° 026 ........................ 70
Figura 3.35 - Abertura de poço-teste no ponto n° 1010 - ADA - 23K 438.327 E/
8.077.617 N .................................................................................................................... 70
Figura 3.36 - Superfície do solo no ponto n° 1010......................................................... 70
Figura 3.37 - Ponto n° 2086 - ADA - 23K 435.987 E/ 8.077.211 N .............................. 71
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RELATÓRIO FINAL DE DIAGNÓSTICO E PROSPECÇÃO ARQUEOLÓGICA
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A Fazenda tem uma área total georreferenciada de 7.536, 26 ha e área total cartografada
e cartorial de 9.617,97 ha. A alteração do uso do solo ocorreu na década de 1970,
mediante supressão da vegetação nativa para formação de pastagens artificiais, e
aproveitamento da madeira para produção de carvão vegetal. Já na década de 1980, as
áreas de pastagem foram sendo substituídas paulatinamente, pela empresa ARG LTDA,
por plantio de eucalipto, por meio de Projetos de Reflorestamentos incentivados por
ações do governo.
A colheita da floresta de eucalipto destina-se à produção de carvão vegetal, realizada
em Pirapora-MG, em propriedade de responsabilidade também da Minasligas. Parte da
lenha é aproveitada como subproduto para geração de cavacos. Independente da forma,
todo subproduto florestal é aproveitado de maneira integral.
gradiente de fundo muito fraco e por águas rasas, o que explica a constância
das litofácies sobre enormes distâncias e suas variações muito rápidas em
função de modificações menores da paleogeografia. A sequência sedimentar
permite identificar três megaciclos sedimentares regressivos sucedendo a uma
glaciação em escala continental. Engloba a Formação Jequitaí, o Subgrupo
Paraopeba, e a Formação Três Marias.
O Grupo Macaúbas do Proterozóico Superior representa uma sequência
sedimentar grosseira, depositada em discordância sobre o supergrupo
Espinhaço. E provavelmente interdigitado ao Bambuí.
O Grupo Santa Fé do Paleozóico, constitui-se de arenitos, siltitos e argilitos
calcíferos. Esse grupo está localizado a noroeste do Chapadão dos Gerais e na
região do Córrego do Capim Branco. O contato com as rochas Bambuí é
brusco e discordante (erosional).
Grupo Areado do Cretáceo Inferior compõe-se de arenitos eólicos, siltitos de
planícies aluviais e conglomerados. Abrange uma grande extensão no
município de Buritizeiro, estando associado á área de várzea de vários
córregos e ribeirões. O contato com as rochas do Grupo Bambuí e Santa Fé é
por discordância angular e erosicional.
Grupo Mata da Corda do Cretáceo Superior, ocorre no Chapadão dos
Gerais (interflúvio entre os rios São Francisco-Paracatu), compõe-se de
rochas alcalinas máficas e ultramáficas de natureza efusiva e piroclástica e
rochas sedimentares epiclásticas.
Grupo Urucuia do Cretáceo Superior é formado por arenitos e arcóseos
inconsolidados, localmente silicificados. Compreendem regiões
“testemunho”, localizadas em elevadas altitudes como na Serra do Jatobá.
As Coberturas Detríticas do Terciário/Quaternário, caracterizadas por
sedimentos arenosos, areno-argilosos e argilo-siltosos inconsolidados,
abrangem grande área no município, sobrepondo geralmente às rochas do
Grupo Areado em cotas superiores a 600 m, compondo uma superfície plana
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2.1.2. Solos
A geologia e a geomorfologia caracterizam os solos mantendo uma estreita relação com
a paisagem, seja esta natural ou antrópica. Na Área de Influência Direta predominam os
neossolos e uma pequena porção de latossolos vermelho-amarelos.
1. Neossolos
São solos constituídos por material mineral ou orgânico, pouco espessos (30 cm). Não
modificam seu material originário por apresentarem resistência ao intemperismo, a
composições químicas e também devido ao relevo que pode impedir ou limitar sua
evolução. São solos pouco desenvolvidos e normalmente rasos, de formação muito
recente, encontrados nas mais diversas condições de relevo e drenagem.
principal destes solos, no entanto, é serem completamente dominados por areia. Como o
nome já diz, o mineral da fração areia destes solos é o quartzo. Quartzo é um mineral
extremamente resistente ao intemperismo e desprovido de nutrientes. Os poucos
nutrientes que existem nos Neossolos Quartzarênicos estão concentrados na matéria
orgânica. A cor avermelhada destes solos é dada por um pouco de hematita (um óxido
de ferro) que também está presente. Os Neossolos Quartzarênicos são solos muito
homogêneos. A única diferença entre os horizontes destes solos é devida à presença de
matéria orgânica nos primeiros 10 ou 15 cm. O Horizonte A é seguido diretamente pelo
Horizonte C, já que o alto teor de areia não permite formação de Horizonte B. Os
Neossolos Quartzarênicos ocorrem em grandes áreas contínuas em todos os estados do
Cerrado. Raramente encontram-se Neossolos Quartzarênicos no alto de chapadas, sua
ocorrência comum é na porção transicional das chapadas para os rebordos e escarpas de
relevo. Normalmente, elas ocupam altitudes mais baixas com relevo suavemente
ondulado.
2. Latossolos
Latossolos Vermelhos
São encontrados nas Chapadas do Rio São Francisco. Os Latossolos Vermelhos são
Latossolos cuja cor é igual ou mais vermelha que 2,5YR na notação de Munsell. Os
Latossolos Vermelhos podem ser divididos em Latossolos Vermelhos férricos e não
férricos. Nos Latossolos Vermelhos não-férricos (LV), o teor de óxidos de ferro
extraídos pelo ataque sulfúrico é menor que 18%. Estes solos ocupam 19% da área do
Cerrado. A cor vermelha dos Latossolos Vermelhos não-férricos é devida ao mineral
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hematita (um óxido de ferro). Existem LV com todo o tipo de textura desde muito
argilosa à média. A forte coloração faz com que seja relativamente difícil separar os
horizontes somente com base na cor. O material de origem desses solos é bem variado
desde arenitos até rochas pelíticas, desde que tenham teores razoáveis de ferro.
solos apresentam teores de silte muito baixos, em relação às frações de areia e argila. Os
agregados do solo apresentam alto grau de estabilidade, resultando em teores
inexistentes ou baixos de argila natural (argila dispersa em água) na maioria dos sub-
horizontes do B.
A relação Si02/Al2O3 (Ki) é baixa, inferior a 2,3. Há uma predominância de óxido de
ferro, alumínio e caulinita na massa do solo.
Os solos com horizonte B latossólico são muito intemperizados ou se desenvolveram a
partir de materiais ricos em sílica e óxido de alumínio, e têm, como conseqüência, perfis
profundos e bem drenados, onde a lavagem da sílica e bases (Ca, Mg, K, Na) oferecem
as condições mais favoráveis para formação de argilas de baixa capacidade de troca. Os
óxidos de ferro livres contribuem para agregação das partículas de silte e argila, fazendo
com que estes solos sejam bem arejados e friáveis, com ótimas propriedades físicas e
predominância das cores vermelhas e amarelada. Em contra partida, a baixa atividade
das argilas silicatadas e dos óxidos de ferro, fazem com que sejam deficientes em
nutrientes.
Nas áreas com relevo plano e suave ondulado, ocupando as superfícies de aplainamento
e também nas superfícies tabulares, ondulares da fazenda Centenário predominam o
Latossolo Vermelho Escuro Distrófico.
Estes solos possuem um potencial agrícola condicionado à aplicação de fertilizantes e
corretivos, e uso de motomecanização. São solos utilizados para pastagens plantadas e
para reflorestamento.
Outras classes de solos encontrados na fazenda Centenário são os Cambisolos e os
Neossolos Quartzarênicos.
Os solos com Horizonte “B” Câmbico distinguem-se por serem rasos ou mediamente
profundos, acidez normalmente elevada e baixa fertilidade natural. São bem drenados,
superficialmente, mas tendem a moderadamente drenados em profundidade, sendo
muito susceptíveis à erosão. É freqüente a ocorrência de uma camada superficial de
calhaus e de cascalhos lateríticos ou não, de espessura variável. Essa camada
concrecionária aparece principalmente em faixas estreitas nas bordas dos platôs.Esses
solos apresentam seqüência de horizontes A, B, C, bem diferenciados.
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O horizonte A tem espessura em torno de 20 cm. Quanto à textura, observa-se com mais
freqüência as seguintes classes texturais: franco argilosa cascalhenta, argila siltosa e
franco-argilo-arenosa. A estrutura é, em geral, fracamente desenvolvida, dos tipos
blocos subangulares e granular de tamanhos pequenos e grandes. A consistência é
ligeiramente dura quando seco, firme ou friável quando úmido e ligeiramente plástica a
ligeiramente pegajosa, quando molhado.
A transição para o horizonte B é feita de forma gradual e plana. O horizonte B, com
espessura quase sempre inferior a 1 metro, é de coloração bruno forte e vermelho-
amarelada. Quanto à textura, varia de franco-argilo-arenosa a argilosa. A estrutura
apresenta aspecto maciço, podendo ocorrer como forte, grande, prismática que se desfaz
em blocos subangulares. Mas em geral apresenta-se como moderada, pequena e média,
com blocos subangulares. É duro quando seco, firme a friável quando úmido, e
ligeiramente plástico ou plástico a ligeiramente pegajoso, quando molhada.
A transição para C é gradual e plana. O horizonte C é de espessura variável e
normalmente de coloração vermelha. Apresenta-se, às vezes, mosqueado amarelado e
também observa-se alguns vestígios de rochas, bastante intemperizadas.
As principais limitações para o uso agrícola estão na baixa fertilidade natural, alta
saturação de alumínio, suscetibilidade à erosão, relevo forte ondulado, camada
concrecionária na superfície e associação quase sempre com solos litólicos, inviabilizam
esses solos para a agricultura. Poderiam ser ocupados por reflorestamento e pecuária
extensiva, contudo, como ocupam áreas com relevo ondulado, estas áreas foram
preservadas (áreas de reserva legal) na fazenda Centenário.
Os Neossolos Quartzarênicos são solos arenosos profundos, com teores de argila abaixo
de 15%, excessivamente drenados, de fertilidade natural baixa, formados por material
arenoso, virtualmente destituídos de minerais primários, facilmente intemperizáveis.
Apresentam sequência dos horizontes A1, C1, C2, com espessura acima de 200 cm. Há
pequena diferenciação entre os horizontes A e C, devido a pequena variação de suas
características morfológicas, podendo ser evidenciadas algumas diferenciações de cor e
um ligeiro aumento na porcentagem de argila com a profundidade do perfil.
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2.1.3. Hidrografia
O município está situado dentro da sub-bacia do rio do Sono com uma área de
drenagem de 5.969 Km², pertencente à bacia do rio Paracatu que por sua vez está dentro
bacia do rio São Francisco. O rio do Sono nasce na Serra das Almas, em uma região de
veredas, no município de João Pinheiro, a uma altitude 960 m no sul da sub-bacia. No
sentido norte-sul o rio percorre 232,34 Km até chegar ao rio Paracatu, a uma cota de
480 m. O seu percurso pode ser dividido em três trechos: Alto, Médio e Baixo rio do
Sono. A Fazenda Centenário se localiza no baixo rio do Sono, após a confluência com o
rio Santo Antônio. Os principais afluentes do rio são: ribeirão das Almas, rio Santo
Antônio e ribeirão das Gaitas.
A fazenda apresenta pequenos cursos d’água, que desaguam no rio do Sono. Uma parte
da fazenda, correspondente a 283 ha está dentro da sub-bacia do córrego da Gameleira
que deságua no rio Paracatu, no oeste da fazenda.
O período em que o rio apresenta os maiores volumes de água ocorre de novembro a
abril, momento no qual ocorrem as cheias. Já a vazão acontece de maio a setembro,
onde o rio perde grandes volumes de água, mas chega a secar. Os cursos d’água da sub-
bacia do rio do Sono são perenes, correndo durante do o ano.
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2.1.4. Clima
2.1.5. Biomas
Conforme Aziz Ab’Saber (2007), João Pinheiro está situado dentro do domínio dos
Cerrados, sendo uma região de planaltos. Os solos deste domínio geralmente são
pobres, apesar das condições topográficas e climáticas serem favoráveis, com índices
pluviométricos regulares que proporcionando uma grande biodiversidade. No Brasil
apresenta uma área avaliada entre 1,7 e 1,9 milhões de quilômetros quadrados.
O Cerrado é constituído por uma grande diversidade vegetacional. Apresenta vegetação
esparsa, com árvores retorcidas e casca grossa, mas podendo ter matas volumosas e
campos com gramíneas. Ribeiro & Walter citado por Melo (1992), classificou o
Cerrado por meio de suas diferentes formações como as florestais, que engloba o
cerradão, floresta de galeria e mata ciliar; savânicas, com o cerrado sensu stricto, parque
de cerrado, palmerais e vereda; campestres, campo limpo, campo sujo e campo rupestre.
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De acordo com Instituto Estadual de Florestas – IEF (2005), a região onde está
localizada a fazenda Centenário apresenta os seguintes tipos vegetacionais:
Formações pioneiras
Nessas comunidades estão incluídos os buritizais ou veredas e a vegetação de várzea.
Tratos antrópicos
Caracterizados pelo reflorestamento com pinus e eucaliptos e sistemas agropecuários.
A vegetação nativa do Cerrado vem sendo muito desmatada nos últimos anos, sendo
substituídos por pastagens para gado, reflorestamento (eucalipto), e culturas
permanentes. As veredas encontradas próximas a sub-bacia do rio do Sono encontram-
se bastante degradadas, pelo reflorestamento. Na sub-bacia do rio do Sono, estão
presentes duas unidades de conservação, o Parque Municipal do Capão da Água Limpa
e a Área de Proteção Ambiental Lagoas Marginais do Rio São Francisco e seus
afluentes, onde a vegetação nativa apresenta preservada (SUPRAM, 2009).
A respeito das aves, 120 espécies foram registradas na região, mostrando uma variedade
rica e diversificada. Entre as aves podemos citar: Seriema (Cariama cristata), a
Curicaca (Theristicus caudatus), a Araracanindé (Ara ararauna), o Andorinhão-do-
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A desembocadura do rio das Velhas com o rio São Francisco foi conhecida como Barra
do Guaicuí pelos índios, era um local importante de colonização da região, pelo trânsito
comercial e pelos depósitos de sal. O arraial também era conhecido como Barra do Rio
das Velhas, e lá foi construída a igreja de Nossa Senhora de Matozinhos pelos padres
Jesuítas no século XVII. A construção da igreja nunca foi finalizada, o motivo não se
sabe ao certo, mas muito se fala que devido as grandes inundações ocorridas ali, pelas
febres e epidemias que chegavam junto a tropeiros e forasteiros, a construção não foi
terminada. A igreja foi abandonada em 1759 quando os jesuítas foram expulsos do
Brasil. Quando retornaram começaram a construir outra igreja no distrito de Porteiras, a
meia légua do arraial de Guaicuí (CAM. MUN. DE VARZEA DA PALMA, 2016).
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1. Entradas Quinhentistas
A fonte mais antiga que relata a entrada dos cristãos nos sertões de Minas Gerais é a
carta do Padre Aspicuelta de Navarro, “que fala da entrada comandada por Espinosa,
que partiu de Porto Seguro em meados de 1552, subindo o Rio Jequitinhonha com uma
escolta de 12 homens, alcançando o alto vale do rio São Francisco, próximo à
confluência com o rio das Velhas” (ABREU, 1982:279; DERBY, 1901:245; RAPM,
1901: 161 apud HENRIQUES et al, 2004).
Cinquenta anos após a expedição comandada por Espinosa houve outra expedição
partindo de São Paulo em 1601, liderada por André Leão. De acordo com o diário de
viagem, os exploradores atravessaram a serra da Mantiqueira a partir do rio Paraíba,
percorrendo o sul do atual estado de Minas Gerais. (HENRIQUES, G.; COSTA, F.;
KOOLE, E, 2004.). No diário relatam ter encontrado inúmeras aldeias abandonadas
com casas em ruínas, e colunas de fumaça na floresta, atribuindo sua autoria aos
indígenas.
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Fonte: "O alto São Francisco e o mito dos Cataguá: contribuições para a história indígena em Minas
Gerais." Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia 14 (2004): 195-208”.
Depois destas, houve outras bandeiras no século XVII, lideradas por Nicolau Barreto
(1602) e Lourenço Castanho Tacques (1668), que tiveram por objetivo aprisionar
indígenas para realizar trabalho compulsório, além de servirem de guias para
adentrarem as matas.
Em função da criação das fazendas, muitos indígenas tiveram que se deslocar para o rio
Urucuia. No início do século XVIII os Xacriabás foram convocados por Januário
Cardoso de Almeida, filho de Matias Cardoso, para guerrearem contra os Kayapós,
grupo inimigo dos Xacriabás e dos bandeirantes que ali habitavam. Ao vencer a guerra,
os indígenas ganham a liberdade e um lote de terra em recompensa aos serviços
prestados, localizado entre os rios Itacarambi, Peruaçu e São Francisco e limitado pelas
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serras Geral e Boa Vista. Com isso, se tem a criação do aldeamento de São João das
Missões, em 1728, localizado atualmente no município de mesmo nome (ALMEIDA,
2005).
Entretanto, “A partir do século XVIII não teremos mais informações sobre os grupos
indígenas originais, pois os nativos, que não foram mortos ou capturados, fugiram para
regiões não conquistadas, como o triângulo mineiro e o território de Goiás”
(HENRIQUES et al, 2004:202). Então, é possível depreender como as bandeiras
causaram grandes impactos para a vida dos indígenas na região, e posteriormente aos
estudos etnohistóricos sobre eles.
Portanto, os povos que eram habitantes dos sertões de minas gerais no período pré-
colonial eram vistos, unificados e reificados como uma “terrível nação Cataguá”,
contudo, “As fontes documentais dos séculos XVI e XVII, que mencionam os grupos
indígenas habitantes do alto curso do rio São Francisco e proximidades, são totalmente
omissas em relação a uma Nação Cataguá” (HENRIQUES et al, 2004:203).
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Catequização Cristã
Os sertões mineiros foram alvo de missões de catequese dos indígenas, tal catequese
serviu a propósitos intrinsecamente coloniais que visavam à ampliação das terras que
poderiam ser exploradas.
Dentro desse contexto, quando em 1765 o Governador das Minas Gerais Luís Diogo
Lobo da Silva criou a Freguesia do Mártir São Manoel do Rio da Pomba e Peixe dos
Índios Coroados e Coropós, e enviou o padre Manoel de Jesus Maria 1 para executar a
missão de cristianizar e pacificar os referidos indígenas, ele desencadeou não somente
um processo de desbravamento e conquista da terra como também oficializou uma
importante questão relativa à fronteira interna da Capitania mineira. (LAMAS
2012:229).
Dessa forma, a catequese indígena estava, sobretudo, voltada para ações econômicas e
configurava um grande problema para a coroa, face aos intensos problemas dos
indígenas revoltosos. Os modos como estes aspectos de catequização e dominação eram
1
Manuel de Jesus Maria (Ouro Preto, 1731 — Rio Pomba, 6 de dezembro de 1811) foi um vigário do
Bispado de Mariana e um dos pioneiros da colonização da Zona da Mata de Minas Gerais.
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tratados e pensados tanto pela coroa quanto pelos intelectuais da elite que estavam
responsáveis por escrever a historiografia, variavam no tempo, além de depender, de
quem era responsável pela administração da capitania.
uma delas era a Santana da Caatinga, que ganhou destaque devido ao comércio de
produtos.
O primeiro povoado que surgiu pertencente ao bispado de Pernambuco foi Santana dos
Alegres. A origem do nome, segundo a tradição oral, se deve a um boi curraleiro muito
bravo que frequentava o arraial e ficava no local até a madrugada mugindo. O hábito do
boi denominado ‘Alegre’ deixava todos intrigados. Então, em 1818 o povoado começou
a se formar articulado por pequenos fazendeiros e garimpeiros atraídos pelas inúmeras
pastagens e lavras de diamantes.
Em Jequitaí, o sítio Bibocas II foi mais estudado devido as suas pinturas e a indústria
lítica feita em quartzito, matéria-prima muito encontrada na região. Em Varzelândia, a
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No decorrer das pesquisas no Vale do Rio São Francisco, foi iniciado um levantamento
arqueológico na região de Montes Claros e Diamantina. Os estudos localizaram sítios
sob abrigo – Lapa do Boi e Lapa do Caboclo, e sítios a céu aberto – Garimpo do Turco,
revelando paredões com pinturas rupestres e uma grande indústria lítica em quartzo
hialino e quartzito, com os níveis mais antigos chegando a 10.500 BP. As escavações
identificaram também estruturas funerárias junto a couro animal (PROUS, 2013).
A Lapa da Foice I foi escavada na década de 1980, está situado em um paredão calcário
a 8 km da Gruta do Gentio. Em diversos pontos da Lapa foram localizadas pinturas
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A Lapa da Foice II está localizada a 300 metros da Lapa da Foice I, e nela também
foram encontradas pinturas rupestres (DIAS & CARVALHO, 1982).
Durante a primeira etapa de campo a equipe da CERN visitou o local. Apesar de ter sido
registrado em 2008 no CNSA/IPHAN, em 2017 não havia nenhuma placa indicativa no
local, assim como também não existia nenhuma proteção física para este bem. As
frequentes visitas ao local por parte dos visitantes são responsáveis pela grande
quantidade de lixo acumulado no abrigo e pelas pichações nas paredes e tetos da
formação rochosa.
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Figura 2.8 - Sitio Arqueológico Sono Figura 2.9 - Sitio Arqueológico Sono
Figura 2.12 - Teto do abrigo - Pintura Figura 2.13 - Teto do abrigo com
rupestre à direita pichações sobrepostas às pinturas
rupestres.
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Figura 2.14 - Lixo nas cavidades do Figura 2.15 - Detalhe do lixo nas
abrigo cavidades do abrigo
Em fevereiro de 2014 a CERN, por meio da empresa Paralelo20, realizou uma vistoria
de superfície na Fazenda Centenário. A equipe identificou duas ocorrências
arqueológicas isoladas no talhão n° 188, sendo considerados como uma lasca e um
núcleo em seixo de quartzito (Figuras 2.16 - 2.19).
Após as análises dos dados levantado na primeira etapa, foram delimitadas áreas de
potencial arqueológico, com base nos locais de ocorrência de vestígios arqueológicos,
locais com concentração de seixos rolados ou “cascalheiras”, locais próximos de
afloramentos rochosos e também alguns locais próximos às drenagens, conforme Figura
3.2.
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Figura 3.2 - Áreas delimitadas para a segunda etapa dos levantamentos de campo
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Foram obtidos 300 pontos de prospecção entre prospecção de superfície (190 pontos) e
de subsuperfície (110 poços-teste).
Durante a segunda etapa, a vistoria de superfície teve foco nas áreas que foram
escolhidas por apresentarem um alto potencial para localizar sítios arqueológicos.
Assim, locais próximos ao rio do Sono, em cascalheiras, próximo a pequenos cursos
d’água e locais de identificação de vestígios arqueológicos na primeira etapa, foram
alvo de prospecção, seguindo transects paralelas de 50 m em 50 m. É importante
ressaltar que nesta etapa não foi localizado nenhum vestígio arqueológico em superfície.
Todo o caminhamento foi georreferenciado em mapa e cada ponto de vistoria teve seu
registro fotográfico, utilizando escala de 10 cm. Foram registrados 190 pontos de
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Por meio das atividades em campo nas duas etapas observaram-se dois ambientes
distintos, um correspondente com as áreas de silvicultura (talhões) e, o outro, com as
Áreas de Preservação Permanente e áreas de Reserva Legal. Esses dois ambientes foram
caracterizados, observando os locais de potencial arqueológico.
3.3.1. Geoindicadores
A respeito dos afloramentos rochosos e outras fontes de matéria prima lítica, foram
identificados grandes afloramentos de silexito, arenito arcosiano, arenitos não
silicificados, arenitos com grau de intemperismo moderado a elevado, além de
afloramentos de arenito com concreção ferruginosa que, pela ação eólica, sofreram
erosão esferoidal.
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Uma rocha que também se destaca na área é a brecha, na forma de grandes blocos
erráticos. Outra rocha identificada foi o filito, localizada em afloramentos em áreas de
drenagens.
3.3.1.2. Drenagens
A propriedade é limitada em todo seu extremo leste, de norte a sul, pelo rio do Sono, rio
de águas límpidas com bancos de areia em suas margens. Durante a estação seca, seu
volume de água é bem baixo. Suas bordas são compostas por mata ciliar fechada e
densa, havendo poucas trilhas para seu acesso. Em alguns pontos, o rio apresenta
formações rochosas e seixos rolados de quartzo, arenito, siltito e quartzito. Nas áreas de
matas e nos talhões mais próximos, encontram-se cascalhos e lateritas em pouca
quantidade.
O perímetro da fazenda apresenta um bom volume de córregos, sendo que muitos deles
são intermitentes. A vegetação nos leitos dos córregos varia entre o Cerrado Stricto
sensu, onde o curso d’água é intermitente, e a mata ciliar, onde o curso é perene. Todos
os córregos apresentam uma formação arenítica, com pequenas quedas de água. Em
alguns pontos, as margens dos córregos são formadas por paredões de arcósio,
formando um pequeno corredor com as formações florestais bem elevadas.
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Figura 3.7 - Paisagem no P.O n° 1 - AID Figura 3.8 - Paisagem no P.O n° 1 - AID
- 23K 439.058 E /8.078.713 N - 23K 439.058 E /8.078.713 N
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Figura 3.9 - Lasca em seixo de quartzito Figura 3.10 - Face ventral da lasca da
em contexto - AID - 23K 439.058 E figura ao lado - AID - 23K 439.058 E
/8.078.713 N /8.078.713 N
Figura 3.11 - Paisagem na área - Ponto Figura 3.12 - Ponto n° 019 - 23K
n° 018 - 23K 438.927 E/ 8.078.717 N 439.027 E/ 8.078.617 N - Área com
desmatamento
Figura 3.15 - Córrego com afloramentos Figura 3.16 - Outra visão do córrego da
de arenito figura ao lado
Figura 3.21 - Ponto n° 013 - AID - 23K Figura 3.22 - Superfície no Ponto n° 013
438.725 E/ 8.078.416 N - AID
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Figura 3.23 - Ponto n° 016 - AID - Figura 3.24 - Ponto n° 016 - AID -
Localizado a aproximadamente 130 m Localizado a aproximadamente 130 m
do PC 1 - 23K 438.823 E/ 8.078.268 N do PC 1 - 23K 438.823 E/ 8.078.268 N
Figura 3.25 - Ponto n° 016 - AID - Figura 3.26 - Ponto n° 016 - AID -
Afloramentos de arenito Detalhe de afloramento de arenito
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Cabe destacar que os fragmentos líticos das Figuras 3.31 a 3.34 não foram encontrados
no local, e não foram identificados vestígios, portanto, não houve coleta.
Foi identificada uma vegetação arbustiva e/ou de eucalipto. O solo nos poços-teste
mostrou-se areno-argiloso ou arenoso, tanto em textura quanto em granulometria, com
colorações marrons alaranjadas, bege, e avermelhadas.
Figura 3.41 - Ponto n° 411 - AID - 23K Figura 3.42 - Superfície no Ponto n° 411
435.975 E/ 8.077.067 N - AID - Solo areno-argiloso com
pequenos seixos
Local onde foram registrados alguns pontos com presença de vestígios arqueológicos
em superfície. A área de ocorrência apresenta grande potencial arqueológico, por estar
adjacente à drenagem principal, o rio do Sono. Além disso, possui afloramentos de
silexito e seixos de arenito, quartzito e quartzo em grande quantidade. Durante a
primeira etapa foram identificados vestígios arqueológicos líticos. Após análise dos
dados levantados nas duas etapas, foi delimitado um sítio arqueológico.
Figura 3.49 - Ponto n° 2182 - AID - 23K Figura 3.50 - Ponto n° 2182 - 23K
438.422 E/ 8.074.771 N - Seixos rolados 438.422 E/ 8.074.771 N - Afloramento de
em superfície silexito com marcas de retirada
Figura 3.51 - Ponto n° 2182 - Lasca de Figura 3.52 - Ponto n° 2182 - Nucleoide
silexito de quartzo
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Figura 3.53 - Ponto n° 2183 - AID - 23K Figura 3.54 - 2183 - Ponto n° 2183 - AID
438.452 E/ 8.074.741 N - Vestígios líticos - 23K 438.452 E/ 8.074.741 N - Vestígios
em superfície - Registro líticos em superfície
Figura 3.55 - Ponto n° 2183 - Lascas de Figura 3.56 - Ponto n° 2183 - Lasca de
silexito e nucleoide em quartzito silexito
Figura 3.58 - Ponto n° 2185 - AID - 23K Figura 3.59 - Paisagem no ponto n° 2185
438.462 E/ 8.074.700 - Afloramento de
silexito
Figura 3.60 - Lasca de silexito no ponto Figura 3.61 - Ponto n° 2186 - ADA -
n° 2185 Estrada - 23K 438.461 E/ 8.074.689 N -
Lascas de silexito
Figura 3.62 - Ponto n° 2189 - AID - 23K Figura 3.63 - Ponto n° 2189 - AID - 23K
438.484 E/ 8.074.668 N - Vistoria em 438.484 E/ 8.074.668 N - Vistoria em
local de cascalheira local de cascalheira
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Figura 3.64 - Ponto n° 2189 - Lascas de Figura 3.65 - Ponto n° 2187 - AID - 23K
silexito em meio a cascalheira 438.535 E/ 8.074.705 N - Lascas de
silexito e seixos
Figura 3.66 - Ponto n° 2187 - Lasca de Figura 3.67 - Ponto n° 2187 - Lasca de
brecha brecha
Figura 3.68 - Ponto n° 2187 - Bloco de Figura 3.69 - Ponto n° 2191 - ADA -
brecha com marcas de retirada 23K 438.418 E/ 8.074.693 N - Abertura
de Poço-teste
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Figura 3.72 - Ponto n° 2191 - Detalhe do Figura 3.73 - Ponto n° 2194 - ADA -
sedimento retirado do poço-teste das 23K 438.455 E/ 8.074.689 N - Lascas de
figuras acima silexito em superfície
Figura 3.76 - Ponto n° 2195 - Lasca de Figura 3.77 - Ponto n° B2193PV - AID -
brecha em superfície 23K 438.425 E/ 8.074.674 N -
Afloramento de silexito com retirada
Este local não apresentou vestígios arqueológicos de fato, mas foi registrado de
relevância, pois foram identificados afloramentos de arenito e seixos rolados em
superfície, constituindo um possível local de obtenção de matéria prima.
Figura 3.80 - Ponto n° 3195 - 23K Figura 3.81 - Bloco de arenito quebrado
438.768 E/ 8.074.361 N - Ponto n° 3195 - 23K 438.768 E/
8.074.361 N
Figura 3.84 - Ponto n° 3193 - AID - 23K Figura 3.85 - Ponto n° 3194 - 23K
438.650/ 8.073.886 N 438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco
sobre rochas de arenito
Figura 3.86 - Ponto n° 3194 - 23K Figura 3.87 - Ponto n° 3194 - 23K
438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco 438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco
sobre rochas de arenito sobre rochas de arenito
Figura 3.88 - Ponto n° 1055 - AID - Figura 3.89 - Ponto n° 1055 - AID -
Seixos rolados em superfície - 23K Seixos rolados em superfície - 23K
438.627 E/ 8.074.467 N 438.627 E/ 8.074.467 N
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Em uma estrada que divide a ADA da Área de reserva, foi localizado um nucleoide em
seixo de arenito. Foram abertos poços-teste no entorno, fora da estrada, que revelaram
um solo areno-argiloso. No entanto, não foram achados vestígios arqueológicos nem em
superfície nem em profundidade.
O ponto de ocorrência n° 7 foi registrado em uma estrada que divide a ADA da área de
reserva. Foram achados dois possíveis vestígios líticos em superfície. Por ser estrada,
não foram abertos poços-teste no local, no entanto, foi prospectado o entorno. Os poços-
teste não evidenciaram vestígios arqueológicos em profundidade.
Ponto no terço médio da vertente em antiga estrada de acesso local. Foi evidenciada
uma cobertura de seixos rolados de diversos tamanhos, sendo que alguns estavam
fragmentados. Também foram identificadas lascas de seixo rolado. Há um pequeno
curso d’água na base da vertente, havendo escoamento fluvial em direção à drenagem,
ocasionando o transporte de material. A vegetação do entorno é composta por
gramíneas (nativas e exóticas) e Cerrado em estágio médio de regeneração.
A prospecção ao longo do curso d’água (setor noroeste extremo da fazenda) evidenciou
uma vereda com concentração de seixos rolados em superfície em diversos locais, além
de afloramentos de arenito e rochas conglomeráticas.
Provavelmente, os fragmentos líticos localizados não se encontram contextualizados,
sendo que foi evidenciado que o transporte fluvial do material é intenso.
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Triagem
Higienização
Sendo de natureza lítica, os vestígios foram lavados em água corrente com auxílio de
uma escova de dente de cerdas macias para a retirada do excesso de sedimento,
facilitando a observação das suas características físicas.
Registro físico
Por último, todos os materiais foram submetidos ao registro fotográfico. Todas as peças
foram fotografadas em suas faces dorsal (externa) e ventral (interna), com a zona
proximal na base.
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Análise tecnomorfológica
A análise dos vestígios arqueológicos foi embasada e orientada na consulta de dois tipos
de bibliografia:
Em nível químico, os grãos de sílica apresentam cristais bem pequenos que se agregam
formando uma matéria prima homogênea e coesa, com propriedades físicas da mesma
natureza em toda a sua extensão, determinando assim, um caráter de isotropia física que
responde bem ao lascamento e as necessidades de manufatura de instrumentos segundo
a intenção do lascador. (ARAUJO, 1991).
No caso da Fazenda Centenário esse aspecto foi bastante evidenciado, uma vez que foi
observado o aproveitamento de quase todas as matérias primas disponíveis. Contudo,
conforme as amostras coletadas, a matéria prima preferida foi o chert.
Dias Jr. em seu trabalho pioneiro no alto-médio São Francisco, fez um reconhecimento
arqueológico regional, e percebeu que grande parte dos sítios líticos se encontrava nos
terraços fluviais e nos estirões dos rios, e a indústria lítica mais recorrente era sobre
seixos lascados por percussão ou em lascas oblíquas (DIAS JR, 1975).
sobre cristais de quartzo (RODET & DUARTE 2012; BASSI 2012), bem como em
Buritizeiro, situado à margem do rio São Francisco, onde predomina como matéria-
prima o quartzito/arenito silicificado, seguido pelo quartzo, silexito e arenito arcosiano
(MACHADO et al. 2009; PENHA, 2015).
Com isso, temos que o uso dessas matérias primas é comum em toda região do alto-
médio São Francisco.
A respeito das formas, podemos considerar que na área de estudo as lascas de silexito
provenientes de afloramentos representam a maior parte das amostras coletadas. Lascas
grandes, nucleoides e núcleos de seixos de arenito, quartzito e quartzo estão presentes
também, porém em menor quantidade.
A respeito das lascas, ficou evidente que a quantidade de lascas grandes e médias de
silexito constitui refugo, pois o chert foi retirado dos afloramentos e levado para outros
locais para retoques e acabamento final dos artefatos. Além disso, não foram
identificados retoques nem marcas de uso.
Figura 4.1 - Vestígios líticos face Figura 4.2 - Vestígios líticos face
externa/dorsal interna/ventral
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Segue descrição de cada vestígio, iniciando pela peça superior esquerda, em sentido
horário.
4.1.1.1. Lasca de quartzito
Figura 4.3 - Lasca de quartzito face Figura 4.4 - Lasca de quartzito face
externa ou dorsal interna ou ventral
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Figura 4.7 - Lasca de quartzito face Figura 4.8 - Lasca de quartzito face
externa ou dorsal interna ou ventral
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4.1.2. Ecofatos
Segue descrição:
Figura 4.9 - Lasca de quartzito face Figura 4.10 - Lasca de quartzito face
externa ou dorsal interna ou ventral
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Figura 4.13 - Vestígios Líticos. Face Figura 4.14 - Vestígios Líticos. Face
externa ou dorsal interna ou ventral.
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É um seixo de quartzito que pode ter sido utilizado como percutor ou como bigorna,
devido às marcas em sua superfície. As medidas registradas são as seguintes:
Comprimento: 10,2 cm; largura: 6,2 cm; espessura: 4,0 cm.
Núcleo de arenito sobre seixo com negativos de marcas de retirada com presença de
neocórtex. As medidas são as seguintes: Comprimento: 7,7 cm Largura: 5,4 cm
Espessura: 3,4 cm.
Nucleoide de arenito, provavelmente obtido por fatiagem de seixo. Possui neocórtex nas
duas extremidades. Medidas: Comprimento: 6,0 cm; Largura: 6,3 cm; espessura: 2,0
cm.
O vestígio se constitui de uma lasca sobre seixo de arenito, obtida provavelmente por
fatiagem. Presença de neocórtex nas duas extremidades. As medidas são: Comprimento:
11,5 cm; Largura: 6,0 cm; Espessura: 3,5 cm.
Figura 4.21 - Lasca de quartzito. Face Figura 4.22 -Lasca de quartzito. Face
interna ou ventral externa ou dorsal
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Lasca de arenito provavelmente de origem natural. Comprimento: 6,0 cm; Largura: 5,1
cm; Espessura: 1,5 cm.
Figura 4.25 - Lasca de quartzito face Figura 4.26 - Lasca de quartzito face
externa ou dorsal interna ou ventral
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Figura 4.27 - Lasca de quartzito. Face Figura 4.28 - Lasca de quartzito. Face
externa ou dorsal interna ou ventral
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Trata-se de duas lascas de brecha, uma matéria prima pouco homogênea e dessa forma,
não responde bem ao lascamento. Como descrito no capítulo 3, foram identificados
blocos dessa matéria prima com marcas de fratura na área de estudo.
Medidas da lasca à esquerda: Comprimento: 9,0 cm; largura: 6,6 cm; espessura:
2,5 cm.
Medidas da lasca à direta: Comprimento: 7,0 cm; largura: 4,0 cm; espessura: 2,2
cm.
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Figura 4.29 - Lascas de brecha - Face Figura 4.30 - Lascas de brecha - Face
externa interna
É importante ressaltar que foi verificada a existência de clastos com alto grau de
silicificação nas mesmas rochas, evidenciando que o processo aconteceu de forma
heterogênea. Poucas lascas apresentaram clastos de sílex, portanto, acredita-se que os
lascadores objetivavam apenas o mineral.
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Fragmento de lasca de brecha sem retoque. Medidas: Comprimento: 6,3 cm; largura: 4,1
cm; espessura: 1,6 cm.
Figura 4.43 - Lascas de brecha face Figura 4.44 - Lasca de brecha face
externa interna
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As medidas dos menores fragmentos são: Comprimento: 1,9 cm; largura: 1,1 cm;
espessura: 0,3 cm. Já as dos maiores fragmentos são: Comprimento: 10,4 cm; largura:
7,0 cm; espessura: 4,7 cm.
Figura 4.57 - Lascas - Face externa ou Figura 4.58 - Lascas - Face interna ou
dorsal ventral
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Figura 4.61 - Lascas - face externa ou Figura 4.62 - Lascas - face interna ou
dorsal ventral
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Figura 4.63 - Lasca com detalhes de Figura 4.64 - Lasca com detalhes de
camada mais silicificada - Face interna camada silicificada - Face externa ou
ou ventral dorsal
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O lascador possivelmente objetivava obter uma camada bem mais silicificada, presente
em camada interna do afloramento.
Os tamanhos das lascas variam entre: Comprimento: 1,6cm ~ 4,0 cm; largura:
1,1cm~1,6cm; espessura: 0,2cm~1,0cm.
Figura 4.67 - Lascas - face interna Figura 4.68 - Lascas - face externa
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Lasca com talão cortical, sem retoque. Comprimento: 2,6 cm; largura: 2,9 cm;
espessura: 0,4 cm (talão).
Figura 4.73 - Vestígios líticos. Face Figura 4.74 - Vestígios líticos. Face
interna ou dorsal externa ou ventral
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5. RESULTADOS
As atividades de Diagnóstico e Prospecção na Fazenda Centenário foram concretizadas
e consideradas suficientes. Os trabalhos de campo foram divididos em duas etapas. A
primeira ocorreu entre os dias 10 de julho a 5 de agosto de 2017. Foram realizados
caminhamentos e intervenções no subsolo (do tipo poço-teste), conforme malha de 100
x 100 m, em diferentes compartimentos da área, com o objetivo de avaliar o potencial
arqueológico e identificar eventuais impactos.
Nessa etapa foram registrados 2.096 pontos de prospecção, entre poços-teste (1.838) e
pontos de vistoria superficial (258). Foram registrados oito locais com ocorrência de
vestígios arqueológicos, além de diversos locais com afloramentos rochosos, alguns
com marcas de retirada, e cascalheiras contendo concentração de seixos rolados de
arenito, quartzito e quartzo leitoso. Os vestígios arqueológicos foram identificados
apenas em superfície.
Na segunda etapa foi adensada a malha prospectiva (50 x 50 m) nos locais de ocorrência
arqueológica e nos locais que apresentaram maior potencial arqueológico. Nessa etapa,
que ocorreu entre os dias 14 e 23 de novembro de 2017. Foram registrados mais 300
pontos de prospecção. No entanto, não foram localizados vestígios ou sítios
arqueológicos, seja em superfície ou em subsuperfície.
No total foram coletados 108 vestígios líticos que passaram por procedimentos de
triagem, higienização, análise e curadoria em laboratório. A metodologia utilizada para
análise dos vestígios foi a de análise tecnomorfológica, incluindo o conceito de cadeia
operatória.
A matéria prima dos vestígios identificados é, com exceção de apenas um, de origem
local. Não foram identificados artefatos para usos diferentes ao de percutor/batedor,
com exceção do vestígio da Fig. 4.5. A esse respeito, não foram identificados vestígios
de outra natureza, nem fogueiras.
De acordo com a localização e situação observada em campo, infere-se que alguns dos
vestígios podem ter sido deslocados das áreas de deposição primária, devido a
atividades antrópicas mais recentes (construção de estradas, aceiros, preparo de talhões
para silvicultura, etc.), e outros pela ação fluvial. De qualquer forma, estes aspectos não
impedem sua interpretação como sítios líticos de obtenção de matéria prima.
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Estes critérios são similares, em grande parte, aos que são geralmente utilizados em
estudos ambientais e justifica-se por ser uma metodologia já consagrada em estudos
desse tipo. Sua aplicação para o estudo de Arqueologia Preventiva justifica-se também,
pois, dentre outros fatores, este é um subcomponente dos estudos do meio
socioeconômico e cultural, necessário ao Licenciamento Ambiental de
empreendimentos potencialmente lesivos ao meio ambiente.
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Status Indica o status das atividades de Não realizado (NR), consiste em atividades
impacto e o ambiente por elas geradoras de impacto não realizadas;
afetado. Realizado (R), consiste em atividades
geradoras de impacto realizadas.
Meio afetado Indica o meio ambiente ou matriz Físico (F), Arqueológico e Patrimonial
arqueológica de incidência dos (Arq.) e Pedagógico (Pg.).
impactos
Temporalidade Indica o tempo para que o impacto Curto Prazo (CP): o impacto se manifesta
comece a se manifestar, a partir da imediatamente após o evento causal;
aplicação da ação.
Médio Prazo (MP): o impacto se manifesta
alguns meses após o evento causal;
Diante da realidade identificada em campo e dos dados discutidos até este capítulo, foi
constatada a presença de impactos negativos ao Patrimônio Arqueológico existente na
área de propriedade do empreendimento “Fazenda Centenário”.
Tendo sido possível identificar e classificar tais impactos, segue a proposta das medidas
mitigatórias (ações que visam à redução ou eliminação dos impactos negativos), e
compensatórias (objetivam a maximização dos impactos positivos).
Para este estudo e para a realidade identificada, seu conceito também será ampliado
para o de “medida potencializadora”, que procura maximizar o efeito de um impacto
positivo, decorrente direta ou indiretamente da implantação do empreendimento.
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ANEXOS